Publicado por Marcio-geec em 11/8/2006 (743 leituras)
Fernando Clímaco Santiago Maciel (Carpina/PE)
“A liberdade de consciência é um dos caracteres da verdadeira civilização e do progresso” (L.E., 837)
“Será repreensível aquele que escandaliza com a sua crença um outro que não pensa como ele? “— Isso é faltar com a caridade e atentar contra a liberdade de pensamento”. (L.E., 839)
Quem acompanha atentamente a imprensa espírita brasileira, já deve ter percebido que se tornou bastante comum o uso da expressão “Espíritas Sinceros” em artigos dirigidos ao movimento espírita de nosso país. Há pouco, num mesmo periódico, saíram três textos onde a expressão foi utilizada, por diferentes autores, e o fato levou-nos a refletir mais seriamente.
Começamos a analisar o sentido e a aplicação dessa adjetivação insistentemente utilizada em exortações aos espiritistas do Brasil e percebemos que alguns desses textos desatacam, indireta, mas claramente e por exclusão, a existência de um outro grupo, naturalmente não citado: o dos “Espíritas NÃO-SINCEROS” e, sinceramente, não conseguimos perceber quais os critérios utilizados para essa classificação. Em outras palavras: passamos a nos perguntar o que leva um espírita a tachar outro espírita de insincero?!
Primeiramente, parece-nos claro que quem faz tal censura julga-se, naturalmente, integrante do grupo dos sinceros e, conseqüentemente, deve agir com a mais pura sinceridade, sem nenhuma tisna de inverdade, em todos os atos de sua vida, por menos representativos que os considere. Só, e apenas desta maneira, estará em condições de “atirar a primeira pedra”. Afinal, ensina-nos nossa excelsa Doutrina que “a autoridade para censurar está na razão direta da autoridade moral daquele que censura”, acrescentando que “Aos olhos de Deus, uma única autoridade legítima existe: a que se apoia no exemplo que dá do bem”. (O Evangelho Seg. o Espiritismo, Cap. 10, item 13).
Sinceramente, não sei como espíritos em provas e expiações — que somos todos nós — podem revestir-se de tal autoridade, quando nem mesmo Jesus — o Modelo — dela fez uso para censurar ou acusar. Combateu a mentira e a hipocrisia, todavia o fez sempre “olhos nos olhos”, buscando educar e sem jamais expor a qualquer de seus irmãos de modo a desacreditá-lo.
Será que não percebemos o equívoco da acusação que generaliza?
Pensemos no efeito causado no leitor; à frente de um artigo assinado por autores tão respeitáveis quanto as instituições que os respaldam, irá, obviamente, indagar quem são os insinceros e por que merecem essa pecha. Ou não?! Como não encontrará resposta no artigo, que normalmente evita acusações diretas a grupos ou pessoas, o que poderá pensar?
Pessoalmente, a impressão que nos dá como leitor é que não se dirigem os autores para seus próprios grupos ou pessoas afins (diz-nos a lógica); estarão voltando-se a grupos ou pessoas com as quais mantém certas “diferenças”, e que ocorrem essencialmente no campo das idéias, isto é, na forma de pensar.
Ora, se o leitor observou com atenção os trechos aqui destacados de “O Livro dos Espíritos”, percebeu que os Imortais trataram a liberdade de consciência e de pensamento como inalienáveis direitos do homem, que caracterizam a verdadeira civilização e o progresso, até porque encontram-se estribados nas próprias Leis Naturais. Sendo assim, teremos o direito de acusar de insincero a quem quer que seja, apenas porque não pensa como nós?
Certamente que não. Afinal, o companheiro poderá ser autêntico e sincero naquilo que pensa, tanto quanto devemos ser em nossas próprias opiniões. Se não bastasse, estaríamos, ainda, ferindo a liberdade de consciência e esquecendo o princípio básico para o justo equilíbrio das relações sociais, exarado em a consciência do homem, e que “consiste em cada um respeitar os direitos dos demais” (L.E., 875). Faltaríamos, então, com a caridade.
Isto não significa que devamos nos omitir quando houver flagrante contradição com o vero pensamento espírita, mas ainda neste caso, deveremos usar a argumentação sólida e transparente respaldada na lógica e no bom-senso, como magistralmente fazia Allan Kardec. Extremamente saudável, portanto, evitássemos esse tipo de expressão que sai do campo da argumentação para o terreno da insinuação, dando margem a dúvidas quanto à intenção daqueles que a utilizam e alimentando a dissensão.
Com estas observações, não queremos, sinceramente, fechar os olhos para as nossas imperfeições, ainda que já estejamos matriculados na escola do conhecimento espírita, no entanto não se justifica o destaque aos insinceros, quando, na verdade, não podemos esquecer dos orgulhosos, dos sensuais, dos autoritários e despóticos, dos irresponsáveis e levianos, dos vaidosos, dos avarentos, dos viciados, dos rancorosos, dos egoístas, etc...
Movidos, pois, pelo espírito de solidariedade e tolerância, aproveitemos todas as oportunidades de auxiliar e educar sempre que possível, entretanto, resguardemo-nos de expor os companheiros — espíritas ou não — ao látego de nossas precipitadas e genéricas conclusões e expressões menos caridosas apenas por pensarmos diferente deles. Do contrário, corremos o risco de aumentar a já longa lista dos imperfeitos, caracterizando-os como espíritas intolerantes.
“A liberdade de consciência é um dos caracteres da verdadeira civilização e do progresso” (L.E., 837)
“Será repreensível aquele que escandaliza com a sua crença um outro que não pensa como ele? “— Isso é faltar com a caridade e atentar contra a liberdade de pensamento”. (L.E., 839)
Quem acompanha atentamente a imprensa espírita brasileira, já deve ter percebido que se tornou bastante comum o uso da expressão “Espíritas Sinceros” em artigos dirigidos ao movimento espírita de nosso país. Há pouco, num mesmo periódico, saíram três textos onde a expressão foi utilizada, por diferentes autores, e o fato levou-nos a refletir mais seriamente.
Começamos a analisar o sentido e a aplicação dessa adjetivação insistentemente utilizada em exortações aos espiritistas do Brasil e percebemos que alguns desses textos desatacam, indireta, mas claramente e por exclusão, a existência de um outro grupo, naturalmente não citado: o dos “Espíritas NÃO-SINCEROS” e, sinceramente, não conseguimos perceber quais os critérios utilizados para essa classificação. Em outras palavras: passamos a nos perguntar o que leva um espírita a tachar outro espírita de insincero?!
Primeiramente, parece-nos claro que quem faz tal censura julga-se, naturalmente, integrante do grupo dos sinceros e, conseqüentemente, deve agir com a mais pura sinceridade, sem nenhuma tisna de inverdade, em todos os atos de sua vida, por menos representativos que os considere. Só, e apenas desta maneira, estará em condições de “atirar a primeira pedra”. Afinal, ensina-nos nossa excelsa Doutrina que “a autoridade para censurar está na razão direta da autoridade moral daquele que censura”, acrescentando que “Aos olhos de Deus, uma única autoridade legítima existe: a que se apoia no exemplo que dá do bem”. (O Evangelho Seg. o Espiritismo, Cap. 10, item 13).
Sinceramente, não sei como espíritos em provas e expiações — que somos todos nós — podem revestir-se de tal autoridade, quando nem mesmo Jesus — o Modelo — dela fez uso para censurar ou acusar. Combateu a mentira e a hipocrisia, todavia o fez sempre “olhos nos olhos”, buscando educar e sem jamais expor a qualquer de seus irmãos de modo a desacreditá-lo.
Será que não percebemos o equívoco da acusação que generaliza?
Pensemos no efeito causado no leitor; à frente de um artigo assinado por autores tão respeitáveis quanto as instituições que os respaldam, irá, obviamente, indagar quem são os insinceros e por que merecem essa pecha. Ou não?! Como não encontrará resposta no artigo, que normalmente evita acusações diretas a grupos ou pessoas, o que poderá pensar?
Pessoalmente, a impressão que nos dá como leitor é que não se dirigem os autores para seus próprios grupos ou pessoas afins (diz-nos a lógica); estarão voltando-se a grupos ou pessoas com as quais mantém certas “diferenças”, e que ocorrem essencialmente no campo das idéias, isto é, na forma de pensar.
Ora, se o leitor observou com atenção os trechos aqui destacados de “O Livro dos Espíritos”, percebeu que os Imortais trataram a liberdade de consciência e de pensamento como inalienáveis direitos do homem, que caracterizam a verdadeira civilização e o progresso, até porque encontram-se estribados nas próprias Leis Naturais. Sendo assim, teremos o direito de acusar de insincero a quem quer que seja, apenas porque não pensa como nós?
Certamente que não. Afinal, o companheiro poderá ser autêntico e sincero naquilo que pensa, tanto quanto devemos ser em nossas próprias opiniões. Se não bastasse, estaríamos, ainda, ferindo a liberdade de consciência e esquecendo o princípio básico para o justo equilíbrio das relações sociais, exarado em a consciência do homem, e que “consiste em cada um respeitar os direitos dos demais” (L.E., 875). Faltaríamos, então, com a caridade.
Isto não significa que devamos nos omitir quando houver flagrante contradição com o vero pensamento espírita, mas ainda neste caso, deveremos usar a argumentação sólida e transparente respaldada na lógica e no bom-senso, como magistralmente fazia Allan Kardec. Extremamente saudável, portanto, evitássemos esse tipo de expressão que sai do campo da argumentação para o terreno da insinuação, dando margem a dúvidas quanto à intenção daqueles que a utilizam e alimentando a dissensão.
Com estas observações, não queremos, sinceramente, fechar os olhos para as nossas imperfeições, ainda que já estejamos matriculados na escola do conhecimento espírita, no entanto não se justifica o destaque aos insinceros, quando, na verdade, não podemos esquecer dos orgulhosos, dos sensuais, dos autoritários e despóticos, dos irresponsáveis e levianos, dos vaidosos, dos avarentos, dos viciados, dos rancorosos, dos egoístas, etc...
Movidos, pois, pelo espírito de solidariedade e tolerância, aproveitemos todas as oportunidades de auxiliar e educar sempre que possível, entretanto, resguardemo-nos de expor os companheiros — espíritas ou não — ao látego de nossas precipitadas e genéricas conclusões e expressões menos caridosas apenas por pensarmos diferente deles. Do contrário, corremos o risco de aumentar a já longa lista dos imperfeitos, caracterizando-os como espíritas intolerantes.
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