Estudando o Espiritismo

Observe os links ao lado. Eles podem ter artigos com o mesmo tema que você está pesquisando.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Desigualdade das riquezas


Desigualdade das riquezas – Capítulo XVI
Evangelho segundo o Espiritismo

8. A desigualdade das riquezas é um desses problemas que se procuram resolver inutilmente, quando se leva em consideração apenas a vida atual.

A primeira questão que se apresenta é esta: por que todos os homens não são igualmente ricos? Isso acontece por uma razão muito simples: é que os homens não são igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e previdentes para conservar.

Aliás, é um ponto matematicamente demonstrado que, se a riqueza fosse repartida igualmente, daria a cada pessoa uma parte mínima e insuficiente; que, supondo-se essa divisão realizada, o equilíbrio em pouco tempo seria rompido, por causa da diferença de caracteres e de aptidões.

Supondo a divisão possível e durável, tendo cada um apenas o necessário para viver, o resultado seria o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que contribuem para o progresso e o bem estar da humanidade; que, supondo-se que ela desse a cada um o necessário, não haveria mais o estímulo que leva o homem às grandes descobertas e aos empreendimentos úteis.

Se Deus concentra a fortuna em certos lugares, é para que dali ela se expanda, em quantidades suficientes, segundo as necessidades. Admitindo-se esse raciocínio, pergunta-se por que Deus a concede a pessoas incapazes de fazê-la frutificar para o bem de todos.

Essa ainda é uma prova da sabedoria e da bondade divinas. Dando ao homem o livre-arbítrio, quis Deus que ele chegasse, por sua própria experiência, a diferenciar o bem do mal, e que a prática do bem fosse o resultado dos seus esforços e da sua própria vontade.

Ele não deve ser conduzido fatalmente nem ao bem nem ao mal, se assim não fosse o homem seria apenas um instrumento passivo e irresponsável, como os animais.

A riqueza é um meio de experimentá-lo moralmente; mas como, ao mesmo tempo, é um poderoso meio de ação para o progresso, Deus não quer que ela fique muito tempo improdutiva, eis por que incessantemente a transfere.

Cada um deve possuí-la, para se exercitar na maneira de servir-se dela e provar que sabe utilizá-la. No entanto, como há a impossibilidade material de que todos a possuam ao mesmo tempo. Além disso, se todos a possuíssem, ninguém trabalharia e, em conseqüência, o aperfeiçoamento da Terra sofreria.

Cada um a possui por sua vez. Assim sendo, aquele que hoje não a tem, já a teve ou a terá em outra existência, e o que agora a possui, poderá não tê-la mais amanhã.

Há ricos e pobres porque, Deus sendo justo, cada um deve trabalhar por sua vez. A pobreza é para uns a prova da paciência e da resignação; a riqueza é para outros a prova da caridade e da abnegação.

Lamenta-se, com razão, o uso deplorável que algumas pessoas fazem das suas riquezas, as paixões desprezíveis que a cobiça desperta, e pergunta-se: Deus é justo ao dar a riqueza a tais pessoas?

É certo que, se o homem só tivesse uma existência, nada justificaria semelhante divisão dos bens da Terra; mas se, em lugar de limitarmos nossa visão à vida presente, considerarmos o conjunto das existências, veremos que tudo se equilibra com justiça.

O pobre, portanto, não tem nenhum motivo para acusar a Providência, nem para invejar os ricos, assim como os ricos não o têm para se vangloriarem do que possuem. Se abusam da riqueza, não será com decretos, nem com leis referentes a despesas ou ao luxo, que se irá remediar o mal.

As leis podem momentaneamente modificar o exterior, mas não podem modificar o coração; eis por que têm uma duração temporária e são sempre seguidas de uma reação desenfreada.

A origem do mal está no egoísmo e no orgulho; os abusos de toda a espécie cessarão por si mesmos, quando os homens se pautarem pela lei da caridade.

Desigualdade das riquezas

A desigualdade das riquezas é um dos problemas que preocupa muita gente. E, inutilmente se procurará resolvê-lo levando em conta apenas a vida atual.

A seguinte questão foi proposta aos Espíritos Superiores:

Por que não são igualmente ricos todos os homens?

Esses responderam: Não o são por uma razão muito simples: por não serem igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e previdentes para conservar.

É, aliás, ponto matematicamente demonstrado que a riqueza, repartida com igualdade, a cada um daria uma parcela mínima e insuficiente.

Por outra, se efetuada essa partilha, o equilíbrio em pouco tempo estaria desfeito, pela diversidade dos caracteres e das aptidões.

Supondo ainda que seja possível e durável essa divisão, cada um teria somente com o que viver e o resultado seria o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que concorrem para o progresso e para o bem-estar da Humanidade.

Outro inconveniente seria o fim do incentivo que impele os homens às descobertas e aos empreendimentos úteis.

Se Deus concentra a riqueza em certos pontos, é para que daí se expanda em quantidade suficiente, de acordo com as necessidades.

Admitido isso, pergunta-se por que Deus a concede a pessoas incapazes de fazê-la frutificar para o bem de todos.

Ainda aí está uma prova da Sabedoria e da Bondade Divina. Dando-lhe o livre-arbítrio, quer Deus que o homem chegue, por experiência própria, a distinguir o bem do mal e opte pelo bem, de livre vontade e por seus esforços.

O homem não deve ser conduzido fatalmente ao bem, nem ao mal. Se assim fosse, não seria mais que instrumento passivo e irresponsável como os animais.

A riqueza é um meio pelo qual Deus nos experimenta moralmente.

Como a riqueza também é um poderoso meio de ação para o progresso, Deus não permite que ela permaneça por longo tempo improdutiva, pelo que incessantemente a desloca.

Cada um tem de possuí-la, para se exercitar em utilizá-la e demonstrar que uso sabe fazer dela.

Sendo, no entanto, materialmente impossível que todos a possuam ao mesmo tempo, e acontecendo, além disso, que, se todos a possuíssem ninguém trabalharia, e o melhoramento do planeta ficaria comprometido, cada um a possui por sua vez.

Assim, um que não a tem hoje, já a teve ou terá noutra existência. Outro, que agora a tem, talvez não a tenha amanhã.

Dessa forma, se há ricos e pobres é porque, sendo Deus justo, como é, a cada um prescreve trabalhar a seu turno.

A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação, e a riqueza é, para os outros, a prova da caridade e da abnegação.

*   *   *

O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo.

Não levamos nem mesmo o corpo, que é um empréstimo de Deus para nossa evolução.

Os patrimônios da alma jamais se perdem.

Assim, o tesouro da inteligência, os conhecimentos e as qualidades morais seguem conosco pela Eternidade.



Redação do Momento Espírita com base nos itens 8, 9 e 10
do cap. XVI, do livro O Evangelho segundo o Espiritismo,
de Allan Kardec, ed. Feb.
Em 13.08.2010.

DESIGUALDADE DAS RIQUEZAS

DESIGUALDADE DAS RIQUEZAS

Utilidade providencial da riqueza

O homem tem por missão trabalhar pela melhoria material do planeta. Cabe-lhe desobstruí-lo, saneá-lo, dispô-lo para receber um dia toda a população que a sua extensão comporta.

Para realizar esses trabalhos, precisa de recursos, e a necessidade, que é "mãe do engenho", como o fez descobrir a Ciência, o levou a criar a riqueza, produzindo valores, acumulando coisas e bens.

Sem a riqueza, não haveria mais grandes trabalhos nem estimulante para a ação ou para as pesquisas.

A atividade que esses mesmos trabalhos impõem ao homem lhe amplia e desenvolve a inteligência. A inteligência que ele concentra, primeiro, na satisfação das necessidades materiais, o ajudará mais tarde a compreender as grandes verdades morais.

A riqueza, pois, não é um mal em si mesma. Bem utilizada, ela leva a humanidade não só ao progresso material e intelectual, mas, também, ao progresso moral.

Se a riqueza chega a causar muitos males, a exacerbar tanto as más paixões, ou provocar crimes, não é a ela que devemos inculpar, mas ao homem, que dela abusa, como de todos os dons de Deus.

Pelo abuso, ele torna pernicioso o que mais útil lhe poderia ser. É a consequência do estado de inferioridade do mundo terrestre.

Se a riqueza somente males houvesse de produzir, Deus não a teria posto na Terra. Compete ao homem fazê-la produzir bem.

Desigualdade das riquezas

Que aconteceria se, acaso, se pudesse repartir toda a riqueza da Terra com igualdade entre todos os seus habitantes?

- a cada um caberia apenas uma parcela mínima e insuficiente;

- não haveria recursos para nenhum dos grandes trabalhos que concorrem para o progresso e o bem-estar da humanidade;

- tendo o necessário para sobreviver, o homem não sentiria o aguilhão da necessidade para o impelir às descobertas e aos empreendimentos úteis.

Ainda que fosse possível efetuar essa repartição entre todos os homens, em pouco tempo o equilíbrio estaria desfeito, pela diversidade dos caracteres e das aptidões.

- Por que não são igualmente ricos todos os homens?

- Não o são por uma razão muito simples: por não serem igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e previdentes para conservar. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 8)

O enfoque espírita quanto à riqueza

A desigualdade das riquezas é um dos problemas que inutilmente se procurará resolver, desde que se considere apenas a vida atual.

A luz do Espiritismo, porém, entendemos que:

- os seres humanos, somos Espíritos imortais reencarnados;

- para progredir, precisamos das experiências que a vida corpórea enseja;

- uma dessas experiências é aprender a produzir a riqueza e com ela trabalhar, acertadamente;

- através das reencarnações, temos oportunidade para isso. Entendemos, também, que Deus:

- concentra a riqueza em certos pontos, para que daí se expanda em quantidade suficiente, de acordo com as necessidades; e

- desloca-a constantemente, para que não fique longo tempo improdutiva nas mãos dos que não a estão sabendo utilizar; e para que cada um, por sua vez, tenha a oportunidade de lidar com ela.

Alguns estão dispondo da riqueza no momento, outros já a tiveram, outros ainda virão a usufruí-la e mesmo quem já a teve poderá, se necessário, voltar a possuí-la.

Por enquanto, na Terra a riqueza é para poucos. A maioria luta por sobreviver, dispondo apenas de posses medianas ou mesmo enfrentando a miséria.

Isto se dá não apenas pela má distribuição da riqueza, feita pelo materialismo e o egoísmo, dominantes no planeta.

E, também, porque não sabemos todos produzir riquezas ou não queremos nos esforçar para isso.

Se a riqueza na Terra fosse fácil para todos, em nosso grau de evolução, a maioria não trabalharia, não estudaria, quereria somente gozar, e isto não traz progresso para o Espírito.

Se há os que abusam da riqueza, não será com decretos ou leis que se remediará o mal. Leis e decretos bem intencionados servem para controlar um tanto a ação dos ambiciosos e exploradores, mas não conseguem mudar inteiramente o coração dos homens, que continuam procurando descobrir novos meios de assegurar seus lucros indevidos. A origem do mal reside no egoísmo e no orgulho; os abusos de toda espécie somente cessarão quando os homens se regerem pela lei da caridade, do amor ao próximo.

Com a evolução intelectual e moral da Terra, os extremos da miséria ou da riqueza excessiva serão corrigidos, pela melhor produção e distribuição dos recursos.

Entretanto, "os pobres sempre os tereis convosco" (Jesus - Jo 12:8). Sempre haverá na Terra pessoas com menos aptidões e recursos do que outras, por estarem em diferentes graus de evolução.

Deus concede a uns riqueza e poder e a outros a pobreza como meios de experimentarmos as diferentes condições que ensejam.

Tanto a riqueza como a pobreza servem para nos testar intelectual e moralmente, constituindo, às vezes, situações de resgate espiritual.

Qual a prova mais difícil: a riqueza ou a pobreza?

Ambas são difíceis.

Ante a miséria, podemos ficar: desanimados com as dificuldades; revoltados contra tudo e contra todos; invejosos de quem tem o que não temos; até tentando conseguir pelo roubo, pelo crime, o que precisamos ou queremos; reclamando contra Deus por não compreendermos seu divino programa para a nossa evolução.

Quanto à riqueza, constitui uma prova muito arriscada, bastante perigosa para o Espírito, porque é o supremo excitante do orgulho, do egoísmo e da vida sensual.

Geralmente, quem é rico neste mundo se torna orgulhoso, avarento, indiferente à necessidade ou sofrimento do próximo e se desvia moralmente nos abusos.

Sim, a riqueza é a origem de muitos males na Terra. Por Causa dela, muitos prejudicaram sua felicidade na vida futura. Jesus aludiu a isso, na passagem do moço rico:

Como é difícil entrar um rico no reino dos céus! (...) É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico se salvar. (Mt 19:23-24)

Então, a riqueza impede a evolução do Espírito?

Se assim fosse, Deus não a teria posto nas mãos de alguns de seus filhos, pois seria prejudicá-los.

Querer abolir a riqueza, para não errarmos com ela, seria condenar também ao trabalho que a granjeia, o que estaria em contradição com a lei de progresso.

Jesus disse que é difícil um rico se salvar, mas não disse ser impossível; porque a riqueza também pode ensejar que o seu possuidor produza muita coisa útil e boa, para si e para o seu próximo, tornando-se um meio de salvação espiritual.

Tudo vai depender, portanto, do uso que fizermos da riqueza, de como nos comportarmos diante da pobreza.

Como nos comportamos nessas provas?

Na pobreza:

- cuidar do pouco que se possui e usá-lo acertadamente; procurar desenvolver e aperfeiçoar a própria capacidade de produzir valores;

- cultivar a resignação, moderação, simplicidade, humildade, honestidade, enfim todas as virtudes que a prova da pobreza mais estimula, quando bem entendida;

- praticar a caridade ao seu alcance. Materialmente, ajudando com o pouco que tiver aos que são mais necessitados ainda. Espiritualmente, com o seu amparo moral, afeto sincero, lealdade, a boa palavra e o bom exemplo;

- não invejar os ricos nem pensar mal deles. Lembrar que estão sendo duramente testados e merecem compaixão e ajuda (se estiverem errando) e apoio e respeito (se estiverem acertando).

Na riqueza:

- lembrar que Deus é o verdadeiro Senhor de todos os bens da vida e apenas somos os "mordomos", usufruindo e administrando temporariamente, devendo prestar contas de tudo, ao final da existência;

- tomar cuidado para não cair no orgulho, na inércia, no egoísmo, ou nos excessos do gozo material;

- como dispõe de mais tempo e recursos do que o pobre, aproveitar para estudar, e concorrer para o engrandecimento tanto intelectual como moral e material dos seus semelhantes;

- procurar prestar todos os benefícios possíveis com os bens que recebeu, sem desperdiçá-los nem enterrá-los num cofre, onde ficam sem utilidade para ninguém.

Enfim, procurar desempenhar o melhor possível seu papel de intermediário da riqueza, sem se deixar dominar por ela espiritualmente, de modo que mereça de Deus outras e maiores atribuições, futuramente.

Qual o melhor emprego que se pode dar à riqueza?

A solução do problema está nestas palavras: "Ama-vos uns aos outros". Aquele que se acha animado do amor ao próximo tem aí traçada a sua linha de proceder. A caridade deve ser cheia de amor, aquela que procura a desgraça e a ergue, sem, no entanto, a humilhar.

Com amor e sabedoria, sempre se encontrará o melhor emprego para a riqueza.

Bibliografia:

IV Allan Kardec: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI; O Livro dos Espíritos, itens 808 a 816.

Therezinha Oliveira

Desigualdade das Riquezas

Desigualdade das Riquezas


O assunto de hoje está nas perguntas 808 a 813 do Livro dos Espíritos.
O que vemos é toda a humanidade sofrendo pela riqueza que se tem e pela que não se tem.
Entretanto, Jesus nos ensinou que deveríamos nos preocupar em ajuntar os tesouros que a traça não corrói, a ferrugem não consome e o ladrão não rouba.
Em toda a história da humanidade a desigualdade das riquezas sempre existiu e é motivo de revolta e de revoluções.
Isto se dá não apenas pela má distribuição da riqueza, feita pelo materialismo e o egoísmo, dominantes no planeta, mas ao homem, que dela abusa.
Jesus aludiu a isso, na passagem do moço rico: "Como é difícil entrar um rico no reino dos céus!" (...) "É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico se salvar". (Mateus, 19 vs. 23/24.)
Alguns acreditam que uma sociedade igualitária seja a solução para esses problemas.
Só que uma sociedade é constituída de homens e espelha aquilo que esses homens são.
Os homens não são iguais, uns são mais egoístas, outros menos, uns mais inteligentes, ativos e trabalhadores, outros menos.
Desigualdade na Terra reflete a desigualdade das necessidades evolutivas, a desigualdade dos próprios espíritos encarnados.
A igualdade das riquezas só seria possível se fosse acompanhada da igualdade do grau evolutivo e aptidões entre todos.
Lembram-nos os espíritos que, se uma mesma quantia em dinheiro fosse distribuída igualmente por todos os habitantes da Terra:
- A cada um caberia apenas uma parcela mínima e insuficiente.

- Não haveria recursos para nenhum dos grandes trabalhos que concorrem para o progresso e o bem-estar da Humanidade.

-Se a riqueza na Terra fosse fácil para todos, em nosso grau de evolução, a maioria não trabalharia, não estudaria, quereria somente gozar, e isto não
traz progresso para o espírito.

Em pouco tempo elas seriam diferentes ou nem existiriam para alguns, dado às diferentes faculdades de que os espíritos dispõem.

Por que uns a têm e outros não?
As riquezas são provas necessárias ao espírito na sua caminhada evolutiva.
Provas? Poderemos indagar; então eu quero esta prova!
Deus concede a uns riqueza e poder e a outros a pobreza como meios de experimentarmos as diferentes condições que ensejam.
Tanto a riqueza como a pobreza servem para nos testar intelectual e moralmente, constituindo, às vezes, situações de resgate espiritual.
Ante a miséria, podemos ficar:
- desanimados com as dificuldades;

- revoltados contra tudo e contra todos;

- invejosos de quem tem o que não temos; tentando até conseguir pelo roubo, pelo crime, o que precisamos ou queremos;

- reclamando contra Deus por não compreendermos seu divino programa para a nossa evolução.

Quanto à riqueza:
- constitui uma prova muito arriscada, bastante perigosa para o espírito, porque é o supremo excitante do orgulho, do egoísmo e da vida sensual.

Não é a riqueza ou a pobreza o que, realmente, distingue a graduação moral do espírito.
A riqueza, quase sempre, proporciona mais facilidades perigosas para o espírito enfraquecido.
As almas mais esclarecidas, ao encarnarem, preferem a pobreza e os problemas do mundo material para solucionarem as suas provas Cármicas e acelerarem o seu aperfeiçoamento espiritual.
A renúncia, a paciência, a resignação e a humildade são virtudes que melhor florescem nos ambientes pobres e ajudam o espírito a libertar-se mais cedo dos ciclos dolorosos da encarnação.
Com o manto gasto da pobreza, cresceram as figuras sublimes e incomuns de Francisco de Assis, Paulo de Tarso, Vicente de Paulo, Buda, Ramana Maharschi, Gandhi e principalmente Jesus!
O homem tem por missão trabalhar pela melhoria material do planeta.
Cabe-lhe desobstruí-lo, saneá-lo, dispô-lo para receber um dia toda a população que a sua extensão comporta.
Para realizar esses trabalhos, precisa de recursos
Sem a riqueza, não haveria maiores trabalhos, nem atividade, nem estimulante para a ação, nem pesquisas.
A atividade que esses mesmos trabalhos impõem ao homem, lhe amplia e desenvolve a inteligência.
Alguns estão dispondo da riqueza no momento, outros já a tiveram, outros ainda virão a usufruí-la
E mesmo quem já a teve poderá, se necessário, voltar a possuí-la.
Cada qual deve possuí-la, para exercitar-se no seu uso e provar a maneira por que o sabe fazer.
Como há a impossibilidade material de que todos a possuam ao mesmo tempo, e como, se todos a possuíssem, ninguém trabalharia,
E o melhoramento do globo sofreria com isso: cada qual a possui por sua vez.
Lamenta-se, com razão, o triste uso que algumas pessoas fazem da sua fortuna, as ignóbeis paixões que a cobiça desperta, e pergunta-se se Deus é justo, ao dar a riqueza a tais pessoas.
É claro que, se o homem só tivesse uma existência, nada justificaria semelhante repartição dos bens terrenos;
Mas, se em lugar de limitar sua vida ao presente, considerar-se o conjunto das existências, vê-se que tudo se equilibra com justiça
Essa é ainda uma prova da sabedoria e da bondade de Deus. Ao dar ao homem o livre arbítrio, quis que ele chegasse, pela sua própria experiência, a discernir o bem e o mal, de maneira que a prática do bem fosse o resultado dos seus esforços, da sua própria vontade.
A fortuna é um meio de prová-lo moralmente; mas como, ao mesmo tempo, é um poderoso meio de ação para o progresso, Deus não quer que permaneça improdutiva, e é por isso que incessantemente a transfere.
Mas será que devemos buscar corrigir as falhas de nossa estrutura sócio-econômica?
Claro que sim, devemos lutar para que seja real o sonho de uma sociedade digna, com melhores condições de vida.
Sabiamente nos diz Mahatma Gandhi "Há o suficiente no mundo para todas as necessidades humanas; não há o suficiente para a cobiça humana."
Se cada homem observasse as suas reais aptidões, nenhum trabalho útil ficaria por fazer, nem teríamos tanta gente frustrada realizando algo que não lhe satisfaz, nem tanta gente sobrando... "Em tudo existe o equilíbrio; o homem é quem o perturba."
Pessoas inconformadas com as profundas desigualdades existentes, que ousem ser diferentes, que sejam originais,
Que estejam dispostas a criar novos paradigmas para a construção de um mundo novo,
Para podermos iniciar a transformação gradual desta sociedade injusta e profundamente desigual,
E dar seguimento à revolução espiritual que o nosso mundo necessita e onde cada um de nós terá um papel preponderante e fundamental.

DESIGUALDADE DAS RIQUEZAS

DESIGUALDADE DAS RIQUEZAS
Neste estudo, Kardec aborda importantes questões.

             A primeira é em relação à pergunta: Por que todos os homens não são igualmente ricos? E a resposta é a única possível: “Por que não são todos igualmente inteligentes, ativos, e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e previdentes para conservar”.

             E ele continua afirmando que se a riqueza da Terra fosse distribuída por igual a cada homem, cada um receberia uma parte mínima e insuficiente. Supondo-se que isso pudesse ser feito, em pouco tempo essa igualdade deixaria de existir, em virtude das diferenças individuais: uns a aumentariam, outros, talvez a maioria, a gastariam na satisfação de seus desejos, das suas necessidades materiais, e em pouco tempo a desigualdade de dinheiro retornaria entre os homens.

             Ele continua supondo que se cada um recebesse somente o necessário para viver, haveria o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que ocasionam o progresso e o bem-estar da humanidade, pois desapareceria o estímulo que impulsiona as grandes descobertas e os empreendimentos úteis.

             Assim, conclui que Deus concentra a riqueza em alguns, para que esses a expandam em benefício de muitos, nas diversas maneiras, atendendo as diferentes necessidades.

             Apresenta, após, nova pergunta: “Por que Ele a concede a pessoas incapazes de fazê-la frutificar para o bem de todos”?

             Deus deu ao Espírito, o livre-arbítrio, através do qual faz ele a sua evolução, segundo a sua vontade nas experiências vivenciadas. Quis que ele, assim, desenvolvesse todo o seu potencial intelectual e moral, no esforço de descobrir, criar, realizar, renovar.

             A fortuna é, pois um meio de evolução moral e “um meio de ação para o progresso”. Todos a experienciam, no decorrer das reencarnações, ora uns, ora outros, a fim de aprender a usá-la com inteligência e sabedoria.

             Se todos a tivessem ao mesmo tempo, ninguém trabalharia e a Terra não progrediria. Assim, todos a possuem, por sua vez e, segundo as revelações dos Espíritos, muitos temem tê-la, pelas conseqüências já sofridas, pelo mau uso que dela fizeram.

             Se todos não podem ser igualmente ricos, isto não que dizer que sempre terá de haver pobreza. Quando todos trabalharem visando o bem geral, ninguém viverá sem um mínimo que lhe permita satisfazer suas necessidades básicas: educação, instrução, saúde, alimentação, moradia e lazer saudável, vivendo com dignidade.

             Isso será conquistado pela humanidade que permanecerá na Terra, quando ela for um mundo de regeneração.

             Kardec afirma que a pobreza na Terra é para uns, prova de paciência e de resignação, da mesma forma que a riqueza é para outros, prova de caridade e da abnegação.

             Desse modo, fica bem claro que sem a lei da reencarnação, a desigualdade das riquezas não tem uma explicação no contexto do amor, da sabedoria e da justiça de Deus. Ela é justificada, pela possibilidade e necessidade de todos a experienciá-la, assim como a pobreza, para o desenvolvimento espiritual de cada um.

             Nas leis divinas não há privilégio, nem favores. Todos os habitantes da Terra, tendo de fazer sua evolução, experimentam, igualmente, na existência certa, segundo suas capacidades, as experiências adequadas para a continuidade desse processo.

             “O pobre não tem, portanto, motivos para acusar a Providência, nem para invejar os ricos, e estes não o têm para se vangloriarem do que possuem. Se, por um lado, estes abusam da fortuna, não será através de decretos, nem de leis suntuárias, que se poderá remediar o mal. As leis podem modificar momentaneamente o exterior, mas não podem modificar o coração: eis porque têm um efeito temporário e provocam sempre uma reação mais desenfreada. A fonte do mal está no egoísmo e no orgulho. Os abusos de toda espécie cessarão por si mesmo, quando os homens se dirigirem pela lei da caridade.”

             E os homens só viverão essa lei, quando eliminarem de si, essas duas chagas da humanidade, através da educação, “não essa educação que tende a fazer homens instruídos, mas a que tende a fazer homens de bem”. (*)

             Nenhuma revolução, nenhuma lei humana, alterou o íntimo das pessoas.

             A educação e a autoeducação na melhoria de cada um é que vai levar os homens a saberem usar os bens materiais no desenvolvimento espiritual de si próprio e do mundo em que habita.

             * - Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, após a resposta nº 917, 1º §.

Leda de Almeida Rezende Ebner
Dezembro / 2013

Desigualdade das Riquezas

Desigualdade das Riquezas

Sérgio Biagi Gregório 
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Histórico. 4. Doutrina Comunista e Igualdade de Renda. 5. Estatística sobre a Distribuição de Renda. 6. Desigualdade e Reencarnação. 7. Desigualdade e Diversidade de Aptidões. 8. Prova da Riqueza e da Pobreza. 9. Riqueza para o Céu. 10. Conclusão. 11. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
Por que uns são ricos e outros são pobres? Por que uns ganham 5.000 dólares ao ano enquanto outros 500? Por que a sorte sorri para uns e fecha a cara para os outros? Por que uns nascem em berço de ouro e outros numa choupana? Estas são algumas, das muitas questões, que ainda não encontramos uma resposta satisfatória. Nosso propósito é, pois, refletir sobre estas questões, analisando-as sob a ótica espírita.
2. CONCEITO
Riqueza - de rico, que vem da raiz gótica riks. É o conjunto de bens, materiais ou imateriais, exteriores ao homem, que contribuem para o seu bem-estar, individual ou coletivo, direta ou indiretamente, para que é indispensável que sejam possuídos, ou, pelo menos, usados pelo homem. (Polis Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado)
Em sentido lato é tudo quanto pode satisfazer uma necessidade ou um desejo.
Em sentido restrito, são os bens ou riquezas, que têm um valor econômico, que são, por isso, chamados de bens econômicos.
Diz-se mais restritamente a abundância de riquezas. (Santos, 1965)
3. HISTÓRICO
Ao longo do tempo histórico e até o limiar da época moderna, só era tida como riqueza a posse de bens materiais (como casas, terras e certos objetos mais úteis); com o incremento da atividade comercial dos princípios da Idade Média, o dinheiro adquiriu, também e definitivamente, o estatuto de riqueza a ponto de se tornar o seu sinônimo para a generalidade das pessoas, passando a sua acumulação a ser um dos principais objetivos das atividades econômicas e que mais caracterizou o fenômeno capitalista. É que o dinheiro ganhou uma autonomia de movimento, produtora de toda a espécie de mais-valia, conducentes ao enriquecimento. Em economia, no entanto, nem só o dinheiro e os outros bens materiais são englobados no conceito de riqueza; nela são incluídos, ainda, todos os fatores de produção e o produto acabado, as reservas acumuladas, os recursos naturais, as infra-estruturas etc. (Polis Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado)
Os primeiros economistas davam ao termo riqueza um sentido muito geral. Turgot intitulou o seu tratado Reflexões sobre a Formação e a Distribuição de Riquezas; Adam Smith deu à sua célebre obra (1776) a designação de Pesquisa sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações. No tempo de Turgot e Adam Smith tinha-se em mente enriquecer o povo e formar estados opulentos; modernamente, foi-se substituindo o termo riqueza pelo de "bens".
Assim, o tema a que os antigos economistas chamavam "distribuição de riquezas" é aquilo de que mais tarde se ocuparam os cultores da ciência sob a designação de "distribuição de rendimentos". (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)
4. DOUTRINA COMUNISTA E IGUALDADE DE RENDA
Marx, em seu materialismo histórico, prevê o surgimento do comunismo como a síntese perfeita da evolução materialista da sociedade, onde não haverá barreiras de classe, onde não haverá exploração do homem pelo homem, nem mesmo poder estatal sobre o indivíduo; em que os recursos produtivos serão de posse comum; onde a escassez será superada e haverá uma abundância de riqueza material. Em termos do nosso estudo, pressupõe a igualdade da renda.
Mas, será possível essa igualdade absoluta? Ela já existiu?
Auxiliemo-nos, porém, da utilidade marginal da renda para aclarar nossas idéias. De acordo com essa teoria, a igualdade de utilidade marginal não implica rendas iguais. Importa apenas a maximização da utilidade social. Isso significa que cada um de nós, por sermos diferentes, precisamos de diferentes níveis de renda. Para que quer renda o eremita no deserto?
As rendas deveriam ser iguais somente se todos os homens fossem semelhantes. Mas como isso é impossível, precisamos encontrar um grau ótimo de desigualdade, pois à medida que nos afastamos deste ideal imaginário em outra direção, no sentido de maior desigualdade, perdemos a democracia, a fraternidade, o interesse e responsabilidade de todos por todos, que é o que faz a organização tolerável.
Em termos monetários, o princípio evangélico "àquele que tem dar-se-lhe-á" deveria ser substituído por "aquele que mais desfruta o que tem, mais se lhe dará". Numa sociedade em que os indivíduos são dessemelhantes em face das inclinações das curvas de sua utilidade marginal, presumindo que as utilidades marginais de indivíduos diferentes sejam mais ou menos as mesmas para níveis de subsistência de renda, então um aumento na renda total da sociedade resultaria em distribuição mais desigual, visto como o aumento de rendia iria principalmente para aqueles que mais desfrutarão. (Bouding, 1967, p. 107 a 111)
5. ESTATÍSTICA SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DE RENDA
Os dados abaixo relacionados (referentes ao período de outubro de 1990 a outubro de 1991) revelam a disparidade de renda existente no Brasil e no mundo:
- o salário no Brasil varia de 1/100; no Japão, de 1/10;
- a renda per capita no Brasil é US$ 2.550; na Suíça é US$ 30.270;
- 20% dos mais ricos, no Brasil, ganham 26 vezes mais do que os 20% mais pobres;
- o Brasil é a 8ª economia em termos de Produto Interno Bruto (PIB) e 70ª quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano;
- os 10% mais ricos, no Leste Europeu, recebem 7 vezes mais do que os 10% mais pobres. (Estado de São Paulo, 1992, p.12)
6. DESIGUALDADE E REENCARNAÇÃO
De que maneira a Doutrina Espírita pode auxiliar-nos na compreensão da desigualdade de renda apontada acima? O princípio da reencarnação, adotado pelo Espiritismo, é um forte argumento, que pode oferecer-nos alguma pista. É possível que os Espíritos que ora estão encarnados neste país já tenham vivido nos outros países mais desenvolvidos. Como não souberam utilizar a riqueza em favor do próximo, foram enviados para esta região para se reequilibrarem na lei do amor, passando pela prova da pobreza.
A reencarnação mostra a justiça divina. No que tange à riqueza, todos passaremos por ela, quer seja nesta vida ou em outras.
7. DESIGUALDADE E DIVERSIDADE DE APTIDÕES
"A desigualdade das riquezas é um desses problemas que se procura em vão resolver, se não se considera senão a vida atual. A primeira questão que se apresenta é esta: Por que todos os homens não são igualmente ricos? Não o são por uma razão muito simples: é que eles não são igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem moderados e previdentes para conservar. Aliás, é um ponto matematicamente demonstrado que a fortuna, igualmente repartida, daria a cada qual uma parte mínima e insuficiente; que, supondo-se essa repartição feita, o equilíbrio estaria rompido em pouco tempo, pela diversidade de caracteres e das aptidões.'' (Kardec, 1984, p. 210)
8. PROVA DA RIQUEZA E DA POBREZA
Pergunta 815. Qual dessas duas é a mais perigosa para o homem, a da desgraça ou a da riqueza?
— Tanto uma quanto a outra. A miséria provoca a lamentação contra a Providência, a riqueza leva a todos os excessos.
Pergunta 816. Se o rico sofre mais tentações, não dispõe também de mais meios para fazer o bem?
— É justamente o que nem sempre faz; torna-se egoísta, orgulhoso e insaciável; suas necessidades aumentam com a fortuna e julga não ter o bastante para si mesmo.
Comentário de Kardec: "A posição elevada no mundo e a autoridade sobre os semelhantes são provas tão grandes e arriscadas quanto a miséria; porque quanto mais o homem for rico e poderoso mais obrigações tem a cumprir, maiores são os meios de que dispõe para fazer o bem e o mal. Deus experimenta o pobre pela resignação e o rico pelo uso que faz de seus bens e do seu poder. A riqueza e o poder despertam todas as paixões que nos prendem à matéria e nos distanciam da perfeição espiritual. Foi por isso que Jesus disse: "Em verdade vos digo, é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do um rico entrar no reino dos céus"". (1995, p. 306)
9. RIQUEZA PARA O CÉU
"Quem se aflige indebitamente, ao ver o triunfo e a prosperidade de muitos homens impiedosos e egoístas, no fundo dá mostras de inveja, revolta, ambição e desesperança. É preciso que assim não seja!
Afinal, quem pode dizer que retém as vantagens da Terra, com o devido merecimento?
Se observarmos homens e mulheres, despojados de qualquer escrúpulo moral, detendo valores transitórios do mundo, tenhamos, ao revés, pena deles.
A palavra do Cristo é clara e insofismável. — "Amontoa tesouros no Céu" — disse-nos o Senhor.
Isso quer dizer "acumulemos valores íntimos para comungar a glória eterna!"
Efêmera será sempre a galeria de evidência carnal.
Beleza física, poder temporário, propriedade passageira e fortuna amoedada podem ser simples atributo da máscara humana, que o tempo transforma, infatigável.
Amealhemos bondade e cultura, compreensão e simpatia.
Sem o tesouro da educação pessoal é inútil a nossa penetração nos céus, porquanto estaríamos órfãos de sintonia para corresponder aos apelos da Vida Superior.
Cresçamos na virtude e incorporemos a verdadeira sabedoria, porque amanhã serás visitado pela mão niveladora da morte e possuirás tão somente as qualidades nobres ou aviltantes que houveres instalado em ti mesmo" (Xavier, cap. 177, s.d.p.)
10. CONCLUSÃO
Tenhamos cuidado com o excessivo desejo de posse; reflitamos, primeiro, sobre os pressupostos espíritas. Eles foram codificados para auxiliar o pensamento do homem, a fim de que este se liberte das paixões materiais, conduzindo-o à conquista dos bens espirituais, os únicos que poderá levar ao partir para a vida dos Espíritos.
11. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Polis - Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado. Lisboa/São Paulo, Verbo, 1986.
SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed., São Paulo, Matese, 1965.
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Lisboa/Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d. p.
BOULDING, K. E. Princípios de Política Econômica. São Paulo, Meste Jou, 1967.
Jornal o Estado de São Paulo, 18/05/92.
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed., São Paulo, IDE, 1984.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed., São Paulo, FEESP, 1995.
XAVIER, F. C. Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro, FEB, s.d.p.

São Paulo, 08/09/1985

Desigualdade das riquezas. Provas da riqueza e da pobreza

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
Curitiba, Paraná (Brasil)

Desigualdade das riquezas.
Provas da riqueza e da pobreza

Apresentamos nesta edição o tema no 52 do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos e 147 temas.

Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue. Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final da lição.

Questões para debate

1. A igualdade das riquezas é possível no mundo em que vivemos?

2. Que conseqüências danosas adviriam da repartição igualitária da riqueza?

3. Como o Espiritismo conceitua a pobreza e qual a sua finalidade?

4. Como o Espiritismo conceitua a riqueza e qual a sua finalidade?

5. Podemos dizer que a riqueza é também instrumento de progresso?

Texto para leitura

A igualdade das riquezas traria conseqüências danosas
1. A igualdade das riquezas, ensinam os Espíritos Superiores, não é possível  no mundo em que vivemos porque a isso se opõe a diversidade das faculdades e dos caracteres. Os  homens não são criaturas iguais. Há entre eles os que são mais previdentes, mais inteligentes e mais ativos. Logo, se a riqueza fosse repartida com igualdade entre todos, o equilíbrio em pouco tempo estaria desfeito.

2. Admitindo, porém, por hipótese, que essa repartição fosse possível e o equilíbrio não se rompesse, duas conseqüências danosas para o progresso da Humanidade seriam inevitáveis.

3. Com efeito, tendo cada um somente o suficiente para viver, tornar-se-ia inviável a realização de todos os grandes trabalhos que requerem a alocação de recursos vultosos. Além disso, admitido que a divisão da riqueza desse a cada um o necessário, não existiria mais o aguilhão que impele os homens às descobertas e aos empreendimentos úteis. Se Deus a concentra em certos pontos, é para que daí se expanda e ajude no progresso e bem-estar de todos.

Riqueza e pobreza são provas muito difíceis
4. Riqueza e pobreza nada mais são que provas, pelas quais o Espírito necessita passar, tendo em vista um objetivo mais alto, que é o seu progresso. Deus concede, pois, a uns a prova da riqueza, e a outros a da pobreza, para experimentá-los de modos diferentes. Aliás, essas provas são, com freqüência, escolhidas pelos próprios Espíritos, que, no entanto, nelas geralmente sucumbem.

5. Tanto uma quanto outra são, portanto, provas muito difíceis, porque se na pobreza o Espírito pode ser tentado à revolta e à blasfêmia contra o Criador, na riqueza expõe-se ele ao abuso dos bens que Deus lhe empresta, deturpando-lhe os augustos objetivos.

6. Espíritos realmente evoluídos, tanto quanto os que compreendem perfeitamente o significado a Lei de Causa e Efeitos, podem solicitar a prova da pobreza como oportunidade para o acrisolamento de qualidades ou a realização de certas tarefas que a riqueza certamente prejudicaria. Algumas vezes, também, o mau uso da fortuna em precedente existência leva o Espírito a pedir a condição oposta, com o que espera reparar abusos cometidos e pôr-se a salvo de novas tentações.

7. A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação. A riqueza é, para os que a usufruem, a prova da caridade e da abnegação. É preciso que entendamos sempre: a existência corpórea é passageira e a morte do corpo priva o homem de todos os recursos materiais de que eventualmente disponha no plano terráqueo. Pobres e ricos voltam, portanto, à vida espiritual em idênticas condições, o que mostra que a condição de rico e a condição de pobre não passam de expressões transitórias.

A riqueza é poderoso instrumento  de progresso
8. Nenhuma das provas citadas constitui, no entanto, obstáculo à chamada salvação. Se fosse assim, Deus, que as concede, teria dado a seus filhos um instrumento de perdição, idéia que repugna à razão. No tocante à riqueza, é fácil perceber que, pelas tentações que gera e pela fascinação que exerce, constitui ela uma prova muito arriscada e até mais perigosa que a miséria.

9. Certamente é a esse perigo que Jesus se referia quando disse: “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no reino dos céus”, frase registrada por Mateus, Lucas e Marcos. O Mestre fazia alusão bastante clara aos males e às tentações a que a riqueza pode conduzir o homem desprevenido, mas é um erro deduzir de suas palavras que ao rico esteja vedado o acesso à salvação, isto é, valendo-nos dos conceitos espíritas, à ascensão a planos evolutivos mais elevados.

10. Se a riqueza somente males houvesse de produzir, Deus não a teria outorgado aos homens. Mas, longe disso, a riqueza, se não constitui elemento direto de progresso moral, é, sem contestação, poderoso elemento de progresso intelectual.

11. Com ela pode o homem melhorar a situação material do mundo em que vive, ampliar a produção de bens, criar maiores e melhores recursos sociais por meio do estudo, da pesquisa e do trabalho. Eis aí o motivo pelo qual é considerada elemento de progresso. Se o indivíduo que a detém se torna egoísta, orgulhoso e insaciável, e a desvia do seu objetivo providencial, prestará contas de seus atos ante a Justiça Divina, enquanto outros terão, por sua vez, oportunidade de fruí-la e provar, por suas atitudes, que é possível vencer essa difícil prova.

Respostas às questões propostas

1. A igualdade das riquezas é possível no mundo em que vivemos? R.: Não, porque a isso se opõe a diversidade das faculdades e dos caracteres. Os homens não são criaturas iguais. Há entre eles os que são mais previdentes, mais inteligentes e mais ativos. Logo, se a riqueza fosse repartida com igualdade entre todos, o equilíbrio em pouco tempo estaria desfeito.

2. Que conseqüências danosas adviriam da repartição igualitária da riqueza? R.: Duas seriam as conseqüências. A primeira: tendo cada um somente o suficiente para viver, tornar-se-ia inviável a realização de todos os grandes trabalhos que requerem a alocação de recursos vultosos. A segunda: admitido que a divisão da riqueza desse a cada um o necessário, não existiria mais o aguilhão que impele os homens às descobertas e aos empreendimentos úteis.

3. Como o Espiritismo conceitua a pobreza e qual a sua finalidade? R.: A pobreza, tal como a riqueza, nada mais é que uma prova pela qual o Espírito necessita passar, tendo em vista um objetivo mais alto que é o seu progresso. Deus concede, pois, a uns a prova da riqueza, e a outros a da pobreza, para experimentá-los de modos diferentes. A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação.

4. Como o Espiritismo conceitua a riqueza e qual a sua finalidade? R.: A riqueza, como foi dito, é também uma prova pela qual o Espírito tem de passar, visando ao seu progresso. Se na pobreza o Espírito pode ser tentado à revolta e à blasfêmia contra o Criador, na riqueza expõe-se ele ao abuso dos bens que Deus lhe empresta, deturpando-lhe os augustos objetivos. A riqueza é, para os que a usufruem, a prova da caridade e da abnegação.

5. Podemos dizer que a riqueza é também instrumento de progresso? R.: Sim. Se não constitui elemento direto de progresso moral, a riqueza é poderoso elemento de progresso intelectual, pois com ela pode o homem melhorar a situação material do mundo em que vive, ampliar a produção de bens, criar maiores e melhores recursos sociais por meio do estudo, da pesquisa e do trabalho.

Bibliografia:

O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 811, 814 e 816.

O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, cap. XVI, itens 7 e 8.

O Pensamento de Emmanuel, de Martins Peralva, 2a. edição, pág. 50.

Desigualdade das riquezas. Provas da riqueza e da pobreza - links

http://bibliadocaminho.com/ocaminho/Tematica/EE/Estudos/EsdePf.14.3.htm

https://livrodosespiritos.wordpress.com/leis-morais/cap-9-lei-de-igualdade/v-provas-da-riqueza-e-da-miseria/

http://www.guia.heu.nom.br/provas_de_riqueza_e_miseria.htm


A MULHER NO SÉCULO XXI NA VISÃO ESPÍRITA

A MULHER NO SÉCULO XXI NA VISÃO ESPÍRITA

Fonte: Internet

A MULHER NO SÉCULO XXI NA VISÃO ESPÍRITA - Excerto da Palestra de Maria José Nunes Reis (Em comemoração do Dia Internacional das Mulheres)
__________


No dia 8 de março comemoramos o dia Internacional da Mulher.

Em 1910 na Conferência Internacional de Mulheres, realizada na Dinamarca, foi decidido que seria escolhido um dia para homenagear as mulheres de todo o mundo e para chamar a atenção para o papel e a dignidade da mulher.

Foi escolhido o dia 08 de Março, porque nesse dia 08/03/1857 operárias têxteis em Nova York entraram em greve, ocupando a fábrica onde trabalhavam, para reivindicar uma jornada de trabalho mais justa. Elas trabalhavam 16 horas diárias e reivindicavam uma jornada de trabalho de 10 horas diárias; sendo que por essas 16 horas de trabalho elas recebiam um salário inferior a 1/3 do que ganhavam os homens.

Para conter essa rebelião, os patrões trancaram as portas da fábrica e puseram fogo matando queimadas 130 mulheres.

A violência contra as mulheres não começou aí e muito menos terminou por aí, a mulher sempre sofreu injúrias e violências.

Também, morreu queimada, a heroína da França, Joana D’arc; por ter a coragem, a dignidade, de após salvar sua Pátria, ter devolvido a coroa à cabeça do rei; manter-se firme e coerente na sua fé e na sua convicção.

Joana D’arc nasceu na França em 1412, não teve oportunidade de aprender a ler nem escrever, mas, tinha um profundo senso religioso. Aos 12 anos começou a ouvir vozes que ela identificou como sendo de S. Miguel Arcanjo, Santa Catarina e Santa Margarida; essas vozes a incentivavam a salvar a França. Três anos mais tarde, com 15 anos, resolveu atender os apelos celestes, vestiu-se de homem, montou um cavalo, colocou armadura, lutou bravamente e conseguiu devolver a coroa ao Rei da França. Mas, a igreja católica a acusou de bruxaria e de heresia, foi submetida por 6 meses a torturas morais, para que ela desmentisse as vozes que ouvia, ou que admitisse que eram vozes do demônio. Manteve-se fiel às suas convicções e foi condenada a morte na fogueira, seus cabelos foram raspados, foi amarrada a um tronco em meio à lenha e quando ela já ardia em chamas exclama:
- Sim, minhas vozes eram de Deus, elas não me enganaram!

Em 1920, portanto depois de quase 500 anos, quase 5  séculos a igreja católica reconheceu os méritos de Joana tornando-a santa, Santa Joana D’arc protetora e patrona da França.

Quantas mulheres, na idade média, morreram nas fogueiras da inquisição, acusadas de bruxaria, por terem a coragem de dizer, publicamente, da vida espiritual, da mediunidade, da vida após a morte?   Eram mulheres que possuíam mediunidade, eram videntes, audientes, praticavam algumas curas, benziam as pessoas, lhes devolvendo o bem estar e o equilíbrio; e por isso, eram condenadas à fogueira.

Há muita violência e injúria, cometidas pelos mais fortes contra os mais fracos.  Contra mulheres, crianças, idosos,  índios, deficientes,  pobres e contra as pessoas que tentam acabar com essas injustiças, defendendo os interesses dos menos favorecidos.

Recentemente no Brasil, em 2005, também, foi vítima da violência a Missionária católica americana Dorothy Stang de 73 anos, que há mais de 20 anos defendia causas ambientais e trabalhadores sem terra, no Pará, foi assassinada com 9 tiros, num ato de extrema covardia.

Pessoas que estavam com ela e assistiram ao seu assassinato contam que o assassino lhe perguntou se ela estava armada, e ela mostrando a Bíblia falou:
- Esta é a minha arma! E ainda, antes de ser morta leu um trecho da Bíblia para aqueles que a executariam friamente.

Seus assassinos foram presos, condenados, alguns há 30 anos, mas, infelizmente, hoje estão soltos, foragidos ou beneficiados por habeas corpus, por não oferecerem perigo à sociedade.

Mas, a mulher sempre lutou por seus direitos. Pelo direito de se alfabetizar, de estudar, de votar, de se profissionalizar; cometeu alguns excessos, é verdade, como quando a  feminista Beth Friedman, em 1968, conclamou as mulheres a  queimarem seus sutiãs em praça pública; cometeu alguns equívocos porque ao exigir os mesmos direitos dos homens, também exigiu o direito de cometer os mesmos erros de seus companheiros.

Mas, as conquistas das mulheres foram muito maiores  que seus equívocos ,levando-se em conta  que na idade média a mulher era considerada sem alma.Em 585 a Igreja Católica discutiu, segundo os evangelhos apócrifos de São Gregório, no Concílio de Macon, se a mulher tinha alma ou não; a Igreja Católica, também, já colocou em dúvida se o negro tinha alma na época da escravidão.

Jesus não discriminava as mulheres e compreendia suas almas sensíveis.

Será que eu posso dizer, sem cometer nenhum desrespeito, que Jesus foi feminista?

Certamente naquele tempo não havia esse termo, mas Jesus tratava as mulheres com consideração, respeito, amor, carinho e defendia seus direitos.

Como na passagem da mulher adúltera, onde Jesus defendeu a mulher da justiça e do castigo aplicados somente à parte mais fraca.

Os Escribas e Fariseus, que eram os doutores da lei, conduziram até Jesus uma mulher que fora pega em adultério; pela lei ela teria que  ser apedrejada, e a turba de homens já se encontrava ali aos gritos de:
- Morte à adúltera.

Os doutores da lei faziam isso para testar Jesus, para pegar Jesus no pulo mesmo, porque se Ele dissesse que ela teria que  ser apedrejada, Ele estaria indo contra os seus ensinamentos, que eram de amor e de perdão, e se Ele dissesse que a deixassem livre, estaria indo contra as Leis de Moisés.

 Jesus estava abaixado, escrevendo com os dedos na areia, como insistiram para que ele desse sua opinião sobre o apedrejamento, Ele se levantou e disse:
-“Aquele  que estiver sem pecado, atire a primeira pedra.”  Depois, abaixando-se de novo continuou a escrever na areia. Mas, os homens que já estavam com as mãos armadas com pedras para consumar o apedrejamento, ouvindo Jesus falar assim, foram jogando as pedras no chão e saindo, calados, com o rabinho no meio das pernas, como nós costumamos dizer, uns após outros, primeiro os mais velhos, dando o exemplo, depois os mais jovens.

Quando Jesus percebeu que havia ficado só com a mulher que estava ali parada à sua frente, se levantou e perguntou:
- Mulher, onde estão os seus acusadores? Ninguém a condenou?
- Não, senhor. Jesus lhe respondeu:
- Eu, também, não a condenarei. Vá, e no futuro, não peque mais.

Jesus não discriminava, não condenava as mulheres, não aplicava às mulheres leis mais rigorosas do que as que eram aplicadas aos homens. Não discriminava, também, as raças e os povos.

Certa vez, Ele descansava à beira de um poço, quando uma mulher Samaritana veio tirar água e Jesus lhe pediu água, dizendo:
- Você pode me dar de beber? A mulher samaritana respondeu-lhe:
- Como é que o Senhor, um judeu, pede de beber a mim que sou Samaritana?

O povo judeu não falava com o povo samaritano, eles eram considerados inferiores, ainda mais com uma mulher Samaritana.    Em resposta Jesus lhe disse:
- Quem bebe dessa água tornará a ter sede, mas quem beber da água que lhe darei nunca mais terá sede. A mulher pediu:
- Senhor, me dá dessa água para que eu nunca mais tenha sede.

Jesus disse:
- Vai chamar seu marido e volte aqui. A mulher respondeu:
- Eu não tenho marido. Jesus disse:
- Está certa quando diz que não tem marido. De fato você teve cinco e aquele que agora tem não é seu marido. (portanto, era uma mulher pecadora e Jesus não a discriminou)
- Senhor, disse a mulher, vejo que o Senhor é um profeta. Eu sei que o Messias está para vir e quando Ele chegar  nos explicará todas as coisas.   Jesus, então, declarou:
-Sou eu que falo contigo.

Nisso chegaram os discípulos e se admiraram que Ele estivesse falando com uma mulher, ainda mais uma mulher Samaritana.  Mas, ninguém perguntou:
- O que o Senhor fala com ela?

Deixando, então, o cântaro a mulher voltou à cidade e disse a todos:
- Venham ver um homem que me disse o que fiz no passado. Não será Ele o Cristo?

Os Samaritanos saíram então da cidade e foram encontrar Jesus.

O ensinamento maior que se pode tirar desta passagem é o de que todos merecem a oportunidade de conhecer os ensinamentos de Jesus.
Jesus não  levava sua palavra aos doutores, aos poderosos, mas, a todos inclusive uma mulher samaritana, e de vida desregrada.

Outra passagem que demonstra o preconceito contra a mulher, na época de Jesus, é a passagem da mulher hemorrágica.

Segundo S. Marcos, uma mulher que sofria de uma hemorragia há 12 anos, que já havia passado por vários médicos, já havia gasto todo seu dinheiro em tratamentos e não havia conseguido nenhum alívio, estava cada vez pior ouviu falar de Jesus, veio na multidão que o seguia, por detrás e tocou suas vestes, pois ela pensava:
 - Se eu puder, pelo menos, tocar suas vestes serei curada.
No mesmo momento a hemorragia cessou e ela sentiu que estava curada da terrível moléstia.
E logo Jesus, conhecendo a virtude que havia saído dele, voltou-se para a multidão e disse:
- Quem tocou minhas vestes? Seus discípulos lhe disseram:
- Com toda essa multidão empurrando de todos os lados como vamos saber quem o tocou? E Jesus olhava de todos os lados para ver quem o havia tocado.
A mulher foi tomada de pavor, porque naquela época a mulher com hemorragia, era considerada impura, não podia tocar em ninguém, e ela sabendo o que se passou com ela se atirou nos pés de Jesus e lhe contou tudo o que havia ocorrido. E Jesus lhe disse:
- Minha filha, a sua fé lhe salvou. Vá em paz e fica curada da sua moléstia.

Jesus não discriminava as mulheres em períodos nenhum de suas vidas, tratava as mulheres com carinho e respeito.

Outra passagem de Jesus que mostra a consideração de Jesus pelas mulheres que eram discriminadas na sua época é a de Maria Madalena.

Seu nome era Maria de Magdala porque era nascida na cidade de Magdala às margens do Lago de Genesaré. Apesar da sua riqueza, e do poder que seus clientes ricos lhe davam, ela não era feliz, e um dia ouve falar de Jesus e de seus ensinamentos, pela boca de uma serva, e  resolve conhecer Jesus, ouve sua voz, seus conselhos, fica maravilhada, e a partir daí se dá uma grande transformação em sua vida.

Um dia em uma festa na casa de Simão, para a qual ele convidou apenas os poderosos, gente importante, e entre esses convidados estava Jesus; Maria de Magdala entra correndo, engana os seguranças e se atira aos pés de Jesus, lava seus pés com suas lágrimas, seca com seus cabelos, e perfuma seus pés com uma loção caríssima.

Simão, quando viu isso, pensou:
- Se Jesus fosse mesmo profeta, saberia que essa mulher que o tocou é uma pecadora. Jesus lendo seus pensamentos disse:
- Um certo credor tinha 2 devedores, um lhe devia 500 dinheiros, e o outro 50; mas, como eles não tinham como pagar, o credor perdoou as duas dívidas.
- Me diga Simão, qual deles o amará mais?

E Simão respondeu:
- Aquele a quem foi perdoado mais! E Jesus lhe disse:
- Julgou bem!
E voltando-se para a mulher disse a Simão:
- Vê esta mulher?  Entrei em sua casa e você não me deu água para lavar os pés, o que era um costume naquela época; mas, esta mulher lavou meus pés com suas lágrimas, e enxugou com seus cabelos.
- Você não me beijou, mas, ela não parou de beijar os meus pés desde que chegou.
- Você não ungiu a minha cabeça com óleo, o que, também, era um costume da época, mas ela ungiu meus pés com unguento.
- Por isso lhe digo que os seus pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas, aquele a quem pouco é perdoado é porque pouco ama.  

E Jesus disse a Maria de Magdala:
- Os seus pecados estão perdoados. E os convidados diziam entre si:
- Quem é esse que até perdoa pecados? E Jesus disse à mulher:   _ A sua fé lhe  salvou, vá em paz.

Conta-nos o Irmão X que na manhã seguinte a cidade inteira de Magdala comentava que Maria de Magdala se convertera, se desfizera de todos os seus bens, e iniciava nova vida, seguindo os ensinamentos de Jesus.
Seguiu Jesus até o seu sacrifício na cruz, o que nem seus apóstolos fizeram, e permaneceu ali, junto com Maria, mãe de Jesus, e o único discípulo que acompanhou Jesus até o fim, João.
E no domingo após a morte de Jesus, quando ela se dirigiu ao túmulo do Mestre e constatou que o seu corpo não estava mais lá, Ele lhe apareceu e a chamou pelo nome:
- Maria! Quando ela contou aos discípulos eles não acreditaram, e questionaram:
- Porque Jesus apareceria, justamente, para ela uma mulher de má vida?

Somente Maria, a mãe de Jesus, a abraçou e pediu detalhes.

Maria Madalena queria seguir os discípulos para pregar a mensagem de Jesus, mas, não foi bem vinda, foi discriminada pelo grupo, porque era uma mulher de má vida. Sofrendo com o abandono com a incompreensão, andava pelas praias onde Jesus pisara, para se sentir mais próxima do Mestre. E um dia encontrando na praia um grupo de leprosos, que vinha de longe para pedir a Jesus que os curasse, ela os abraçou, longamente, disse que o Mestre partira, e se dirigiu com eles para o vale dos imundos, para viver ali, o resto dos seus dias, trabalhando pelos seus irmãos em sofrimento, como Jesus lhe ensinou.

Outra passagem de Jesus que mostra a consideração e a amizade, o carinho que Jesus tinha pelas mulheres é a visita que Jesus fez à casa dos  3 irmãos seus amigos, Lázaro, que é aquele que Jesus ressuscitou do túmulo, Maria e Marta.

Segundo S. Lucas, Jesus entrou num povoado, e foi recebido por uma mulher chamada Marta. Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés de Jesus, e ficou escutando a sua palavra.

Marta estava ocupada com muitos afazeres. Aproximou-se e falou:
- O Senhor, não está vendo que minha irmã me deixe sozinha com todo o serviço? Manda que ela venha me ajudar!
Jesus respondeu:
- Marta, Marta! Você se preocupa e anda agitada com muitas coisas,  porém, uma só coisa é necessária.
- Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada.

Jesus admitia que a mulher não foi feita só para os trabalhos domésticos, a mulher tinha o direito de ficar sentada aos pés do amigo, ouvindo suas palavras, bebendo da fonte de sua sabedoria de seu amor, aproveitando de cada minuto da convivência preciosa que era a amizade pura de Jesus.

Emmanuel nos diz, no livro Luz no Lar, que no tempo de Jesus, com exceção das nobres do Império, quase todas as mulheres sofriam extrema degradação, eram convertidas em verdadeiros animais de cargas, quando não eram vendidas em praça pública.

Entretanto, foram as mulheres que se deixaram tocar mais profundamente pelos apelos divinos e foram tão leais a Jesus; mesmo nas que haviam descido ao vale das perturbações, como Maria Madalena, encontramos o mais alto testemunho de reerguimento moral, das trevas para a luz.

Atraídas pelo amor puro de Jesus conduziam à presença do Senhor  os aflitos, os mutilados, os doentes, as criancinhas; mesmo não tendo a oportunidade de participarem do grupo de apóstolos de Jesus, foram as únicas que demonstraram solidariedade ao Mestre na hora do martírio e o visitaram sem medo sob a cruz, enquanto os próprios discípulos saiam correndo de medo.

Depois da morte de Jesus muitas mulheres  juntaram-se aos apóstolos levando seus exemplos.

Dorcas, a costureira Jopense, depois de receber ajuda de Pedro se tornou ativa colaboradora na assistência aos necessitados.

Febe é a mensageira da Epístola de Paulo de Tarso aos Romanos.

Lídia em Filipos é a primeira mulher com suficiente coragem para transformar a própria casa em Santuário do Evangelho Nascente.

Lóide e Eunice, parentas de Timóteo, eram padrões morais da fé viva.

Diz-nos Emmanuel que mesmo que nenhuma dessas mulheres tivesse existido, bastaria lembrarmo-nos que quando o Criador do Universo buscou alguém para tutelar seu filho, o Mestre Jesus, buscou em um lar simples uma mulher humilde que ocultava a experiência dos sábios; era frágil como o lírio, mas tinha a resistência do diamante; era pobre entre os pobres, mas trazia em suas virtudes os tesouros do coração; desvalida entre os homens, grande perante Deus. E sempre que nos lembrarmos da glória do Cristo nos lembremos de nossas próprias mães e nos curvemos ante a luz de Maria de Nazaré.

Mas, quanto à dúvida da Igreja Católica sobre a mulher ter alma Kardec se pronuncia, no ano de 1866, em um artigo na Revista Espírita, onde pergunta:

As mulheres têm alma? E responde:
- Sabe-se que isso nem sempre foi tido como certo, pois, ao que se diz, foi posto em deliberação num Concílio. A negação ainda é um princípio de fé em certos povos. Sabe-se lá a que grau de aviltamento essa crença reduziu as mulheres na maior parte dos países do Oriente.

Embora hoje, nos povos civilizados, a questão esteja resolvida em

seu favor, o preconceito de sua inferioridade moral perpetuou-se a tal ponto que um escritor do século passado assim definia a mulher:
- A mulher é instrumento de prazer do homem.

Definição esta que Kardec diz ser mais Muçulmana que Cristã.

Desse preconceito nasceu a sua inferioridade legal, ainda não apagada dos nossos códigos, e a mulher, devido a força do hábito, aceitou essa submissão como uma coisa natural. Porém, o progresso das luzes resgatou a mulher na opinião. Muitas vezes ela se afirmou pela inteligência e pelo gênio; e a lei, conquanto ainda a considerasse menor, pouco a pouco afrouxou os laços da tutela.      
Kardec diz que  pode-se considerar a mulher  emancipada moralmente, mesmo que ela não seja emancipada legalmente, mas também chegará o dia que ela será emancipada pelas leis. Isso em 1866.

E é claro, esse dia aqui, para nós, chegou depois de tanta luta, mas, infelizmente, ainda não em todos os cantos da Terra.

Nesse artigo, de 1866, Kardec, também fala de uma jovem  que conseguiu um diploma na faculdade o que deixou os homens daquela época estupefatos e Kardec, sarcasticamente, comenta:
- Depois de terem reconhecido que a mulher tinha alma, lhe reconheceram o direito à conquista dos graus da Ciência, o que já é alguma coisa. Mas a sua libertação parcial é apenas resultado do desenvolvimento da urbanidade, do abrandamento dos costumes ou, se quiserem, de um sentimento mais exato da justiça. É uma espécie de concessão que o homem faz à mulher.
 
Hoje, diz  kardec,  pôr em dúvida a alma da mulher seria ridículo. Mas, o Codificador, levanta outra questão muito séria, cuja solução só pode ser estabelecida se a igualdade de posição social entre o homem e a mulher for um direito natural. Porque se esta igualdade não passar de uma concessão do homem por condescendência, por favor, aquilo que ele der hoje pode ser tirado amanhã, devido sua força física.  

Enquanto que se essa igualdade estiver na Natureza, seu reconhecimento será o resultado do progresso e, uma vez reconhecido, será para sempre. E pergunta Kardec:
- Deus teria criado almas masculinas e femininas, fazendo uma inferior à outra?
Aí está toda a questão! Se Deus tivesse criado a alma da mulher inferior a do homem, a inferioridade da mulher estaria nos decretos divinos e nenhuma lei humana poderia modificar esses decretos.  
Ou foi o contrário?
- Deus criou as almas iguais e semelhantes! Nesse caso as desigualdades, baseadas na ignorância e na força bruta, desaparecerão com o progresso e o reinado da justiça.

Sozinho o homem só poderia estabelecer hipóteses mais ou menos lógicas, mas sempre questionáveis.Para se esclarecer teria que pesquisar no mundo extracorpóreo, que ele não conhece, e isso foi reservado ao Espiritismo que não acredita na palavra de um só homem, de um só Espírito, mas, sim nas mesmas ideias, nas mesmas orientações vindas de vários lugares, de vários Espíritos com a confiabilidade do Controle Universal das Ideias.

Ora, eis o que resulta dessas observações:

As almas ou Espíritos não têm sexo.

As almas encarnam-se, isto é, vestem-se, temporariamente, com
um corpo que  para elas é semelhante a uma roupa pesada , da qual só vão se livrar com a morte. Esse corpo as coloca em contato com o mundo material para que colaborem com o progresso do mundo que habitam, essas atividades fazem com que a alma progrida intelectual e moralmente.  A cada encarnação a alma chega mais desenvolvida, traz novas ideias e os conhecimentos adquiridos nas existências anteriores. Assim se faz o progresso dos povos, os homens civilizados de hoje são os mesmos que viveram na Idade Média e nos tempos de barbárie, e que progrediram. Os que viverem nos séculos futuros serão os de hoje, porém mais avançados, intelectual e moralmente.

Os sexos só existem no organismo e são necessários à reprodução dos seres materiais. Mas os Espíritos, sendo criação de Deus, não se reproduzem uns pelos outros, razão pela qual os sexos seriam inúteis no mundo espiritual.

Os Espíritos progridem pelos trabalhos que realizam e pelas provas que devem sofrer, da mesma forma que o operário se aperfeiçoa em sua arte pelo trabalho que faz; essas provas e esses trabalhos variam conforme sua posição social. Devendo os Espíritos progredir em tudo e adquirir todos os conhecimentos, cada um é chamado a realizar diversos trabalhos e a sujeitar-se aos diferentes gêneros de provas.  

É por isso que, alternadamente, nascem ricos ou pobres, senhores ou servos, operários do pensamento ou da matéria, homens ou mulheres.

Assim se acha fundado, sobre as próprias leis da Natureza, o princípio da igualdade, pois o grande da véspera pode ser o pequeno do dia seguinte e reciprocamente ou vice-versa. Desse princípio decorre o da fraternidade, visto que, em nossas relações sociais, reencontramos antigos conhecimentos, e no infeliz que nos estende a mão pode encontrar-se um parente ou um amigo.

É com o mesmo objetivo que os Espíritos  encarnam nos diferentes sexos; aquele que foi homem poderá renascer mulher, e aquele que foi mulher poderá renascer homem, a fim de realizar os deveres de cada uma dessas posições, e sofrer-lhes as provas.

A Natureza fez o sexo feminino mais fraco que o masculino, por que
os deveres da mulher não exigem dela uma grande força muscular, como o da maternidade que exige da mulher delicadeza e doçura.

Só existe diferença entre o homem e a mulher no organismo material que termina com a morte, mas quanto ao Espírito, à alma, ao ser essencial imperecível, não existe diferença, porque não há duas espécies de almas. Assim o quis Deus em sua justiça, para todas as suas criaturas dando a todas  um mesmo princípio fundou a verdadeira igualdade.   A desigualdade só existe, temporariamente, no grau de adiantamento; mas todas têm direito ao mesmo destino, ao qual cada uma chega por seu trabalho, porque Deus não favoreceu ninguém à custa dos outros.

Com a Doutrina Espírita, a igualdade da mulher não é mais uma simples teoria especulativa, já não é uma concessão da força à fraqueza, mas um direito fundado nas próprias leis da Natureza. Dando a conhecer essas leis, o Espiritismo abre a era da emancipação legal da mulher, como abre a da igualdade e da fraternidade.

Kardec fundamenta esse seu artigo no L.E. questões 817 a 822 que fala da Igualdade dos Direitos dos Homens e das Mulheres.

Os ditados populares são sempre acompanhados de uma grande carga de verdade, não é? E este ditado não foge a regra:
- Por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher. Ou melhor, ainda:
- Do lado de um grande homem há sempre uma grande mulher.

E do lado desse grande homem que foi Kardec uma grande mulher, embora de pequena estatura,  Amélie Gabrielle Boudet Rivail, a sra. Allan Kardec, mulher valorosa que enfrentou ao lado do esposo as tempestades das críticas, das campanhas difamatórias, das calúnias, sem medo, com a coragem dos fortes.

A doce Gaby, como a chamava Kardec na intimidade, era uma mulher delicada, mas extremamente forte.  Professora de artes e excelente miniaturista tinha vigorosa cultura geral, e foi o apoio para Kardec nas grandes lutas enfrentadas contra o poder das ciências e do clero católico e protestante. Ela acompanhava o esposo nas suas viagens para visitar os grupos espíritas que se formavam nas cidades da França e do exterior.

Leon Denis, ainda muito jovem, guardou na memória, um quadro bucólico, quando da visita de Kardec e Gabi em Tours, o carinhoso gesto de Allan Kardec subindo a uma cadeira para cortar um cacho de uvas e oferecê-lo gentilmente à esposa.

Mas o valor desta mulher se mostrou  depois da desencarnação de Allan Kardec, quando ela fundou a Sociedade para a Preservação e Continuidade das Obras de Allan Kardec. Graças a isto, a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e a Revista Espírita continuaram existindo.

A mulher sempre teve um lugar de destaque na Doutrina Espírita, começando com o estudo de Kardec dos fenômenos provocados pelos Espíritos, através das meninas médiuns, Irmãs Fox, que conseguiam se comunicar com um Espírito através de pancadas na parede, em  Hydesville Estados Unidos.

Ermance Dufaux, outra menina, médium que auxiliou Kardec na Codificação do Espiritismo, ela psicografou várias mensagens contidas no Livro dos Espíritos, no Evangelho Segundo o Espiritismo e ajudou Kardec na revisão e na segunda edição do Livro dos Espíritos.
Ermance Dufaux, também, psicografou a história de Joanna Darc ditada por ela mesma.E agora como Espírito desencarnado, na erraticidade, escreve livros através do médium Wanderley de Oliveira sendo o mais conhecido deles   Reforma Intima sem Martírio.

As brasileiras como:

Anália Franco nascida no Rio de Janeiro em 1856 com 16 anos formou-se professora primária, mas, foi após a Lei do Ventre Livre que a sua verdadeira vocação se mostrou. Com a Lei do Ventre Livre (1871) os fazendeiros não queriam arcar com o custo de sustentar os negrinhos nascidos de suas escravas, mas que já nasciam livres, então eles jogavam essas crianças na rua, as que tinham mais sorte eram largadas na roda dos enjeitados da Santa Casa de Misericórdia.

Anália, então, com muita luta conseguiu negociar com uma fazendeira a doação de uma casa para ela abrigar essas crianças.

Anália muitas vezes saia às ruas pedindo esmolas para dar de comer a seus tutelados e muitas vezes não era bem vista pelas senhoras da sociedade, pois eram senhoras escravocratas.

Porém com a Abolição da Escravatura seu trabalho se tornou mais produtivo e Anália Franco quando desencarnou aos  64 anos deixou uma vasta sementeira: 71 Escolas, 2 albergues, 1 colônia regeneradora para mulheres, 23 asilos para crianças órfãs, 1 Banda Musical Feminina, 1 orquestra, 1 Grupo Dramático, além de oficinas para manufatura de chapéus e flores ;em 24 cidades do Interior e da Capital de S. Paulo.

Anália Franco era romancista, escritora, teatróloga e poetisa e era Espírita fervorosa, revelando sempre grande interesse pela Doutrina.

É impossível falar em Espiritismo e em mulher sem falar de Yvonne Pereira, ela foi segundo Chico Xavier, um exemplo de amor fraternal e  abnegação. Nasceu na véspera do Natal, 24-12-1900, no Rio de Janeiro, era chamada, carinhosamente, pela família, de Tuti.

Dona de uma mediunidade impressionante, muitas vezes, não sabia se estava falando ou vendo encarnados ou desencarnados.Possuía vários tipos de mediunidades, mas trabalhou mais com a mediunidade de cura e com desobsessão, tinha muito carinho pelos suicidas, porque sabia  que também fora suicida em outras encarnações.Psicografou o livro Memórias de um suicida do Espírito Camilo Candido Botelho que é um marco na história da literatura Espírita.

Chegando às incansáveis trabalhadoras da Doutrina Espírita do século XXI mulheres brilhantes que se dedicam de corpo e alma ao estudo e a divulgação da Doutrina Espírita como: Marlene Nobre Presidente da Associação Médico Espírita do Brasil, Suely Caldas Shubert escritora e divulgadora da Doutrina Espírita, Heloisa Pires filha de Herculano Pires,  Ercilia Zilli Presidente da Abrape Associação Brasileira dos Psicólogos Espíritas, Del Mar Gonzales Diretora do Instituto Evoluir, Dora Incontri pedagoga , Marli Rodrigues psicóloga, e inúmeras outras, que juntas com seus companheiros nos microfones da Rádio Boa Nova levam o conhecimento a um grande número de pessoas. Que se unem, também, a todas as mulheres do século XXI que conquistaram o direito de serem respeitadas em todas as áreas do  conhecimento; porém algumas conquistas foram a duras penas, como a Lei Maria da Penha, que leva o nome de uma mulher torturada pelo marido e que não abdicou de seus direitos.

A Lei Maria da Penha coíbe toda e qualquer violência doméstica contra a mulher e qualquer discriminação em qualquer lugar que seja. A necessidade dessa lei, por si só, é um indicador de que a violência e a discriminação contra a mulher ainda é um fato em pleno século XXI.

Algumas mulheres conseguiram conquistar  o mais alto cargo político de um país, a Presidência da República, como a nossa presidente, ou presidenta como ela faz questão de ser chamada, Dilma Roussef, a primeira presidente mulher do Brasil. Mas, ainda com muita desigualdade na competição com os homens porque de 192 países que compõem as Nações Unidas apenas 9 países, e o Brasil é um deles, possuem presidentes mulheres.

Lembrando, também, da nossa primeira presidente Mulher do Centro Espírita Ismael Terezinha de Fátima Sgulmar que nos representando muito bem, só nos engrandece.

E lembrando de um fato que ocorreu, há poucos dias, na entrega do maior prêmio do cinema mundial, o Oscar, Michelle Obama, elegantíssima como sempre, entregou a estatueta de melhor filme ao filme Iraniano Argo; e logicamente o fato foi divulgado pela agência de notícias Iraniana. Mas, as imagens de Michelle, que apareceram para o povo Iraniano, foram alteradas, seu vestido maravilhoso decotado de alcinhas, perdeu o decote e ganhou mangas, acabando com todo o seu charme.

O ministro da cultura e orientação islâmica Mohammad Hosscini, além de considerar o filme anti-iraniano, disse que as mulheres Iranianas devem cobrir os cabelos, os braços e as pernas. Mas, para as estrangeiras as regras são menos rígidas e cobriram apenas o colo e os ombros de Michelle Obama.

No Brasil o jornalismo do SBT comentou o fato dizendo que onde se faz guerra a primeira vítima é a verdade.

E esse fato nos leva, novamente, ao artigo da Revista Espírita de 1866 onde Kardec pergunta:
As mulheres têm alma? E responde:
- Sabe-se que isso nem sempre foi tido como certo, pois, ao que se diz, foi posto em deliberação num Concílio. A negação ainda é um princípio de fé em certos povos.  Sabe-se lá a que grau de aviltamento essa crença reduziu as mulheres na maior parte dos países do Oriente.

Portanto de 1866 para cá são passados 147 anos e nós vemos hoje que eram reais os motivos de preocupação de Kardec com as mulheres, principalmente, com as mulheres do Oriente.

São decorridos, também, 2000 anos da passagem de Jesus sobre a Terra, e continuam as injustiças contra as mulheres, contra Martas, Marias, Madalenas, Samaritanas, mulheres hemorrágicas, adúlteras, Joanas, Missionárias, benzedeiras, Médiuns, mulheres do Oriente ou do Ocidente.

Sendo que para que essa violência tenha fim bastaria seguir os exemplos de Jesus, bastaria que os homens tratassem as mulheres como fazia Jesus: sem preconceito, com justiça, com honestidade, com amor.

Amai-vos uns aos outros, como Jesus ensinou. Sejam eles homens ou mulheres!

Esta é, portanto, a visão da mulher, pela Doutrina Espírita, na compreensão de uma mulher, mãe, simples dona de casa.  

Maria José Nunes Reis.
09-03-2013

Igualdade entre homens e mulheres

Ely Edison Matos/Equipe CVDEE

Questão: Um assunto que têm despertado várias discussões, principalmente nas última décadas é a questão sobre a igualdade entre homens e mulheres. Notamos muitas vezes posições extremas e muitas confusões a respeito. De que forma a Doutrina Espírita encara esta questão?

Ely: A Doutrina Espírita está profundamente apoiada no bom senso. E é o bom senso que nos diz que homens e mulheres são iguais perante Deus, pois ambos são Espíritos, criados igualmente, simples e ignorantes, destinados a perfeição. Ambos possuem as mesmas faculdades espirituais e a mesma capacidade de progredir. Assim, ambos possuem os mesmos direitos perante as leis divinas.

Isso, é claro, não quer dizer que homens e mulheres seja totalmente iguais. Existem diferenças e estas devem ser respeitadas.

Questão: Que diferenças são estas?

Ely: As diferenças ocorrem em vários níveis. A mais óbvia é a diferença física, biológica. Homens e mulheres possuem corpos diferentes, adaptados a diferentes funções, que foram sendo exercitadas ao longo da evolução. O corpo da mulher possui os órgãos necessários à reprodução da vida física, às funções da maternidade. Como regra geral – e toda regra tem exceção – o corpo físico feminino é menos forte que o masculino, já que o homem, em termos de evolução histórica, se responsabilizava pela manutenção, pela subsistência, pela luta pela sobrevivência.

Estes conceitos não têm muito sentido hoje, quando homens e mulheres trabalham igualmente pela sobrevivência, e quando as responsabilidades de ambos, principalmente na família, estão se igualando cada vez mais. Porém, nosso corpo físico é fruto da evolução histórica e traz as características desta evolução, que não podem ser simplesmente negadas ou ignoradas.

Consideremos ainda as diferenças psicológicas, também fruto da forma como homens e mulheres eram tratados diferentemente no passado. As características psicológicas femininas – associadas a um uso maior da intuição, dos sentimentos, à facilidade para perceber detalhes, à necessidade de ser admirada pela beleza, a um sentimento maternal latente – são bastante distintas das características psicológicas masculinas – associadas a um uso maior do raciocínio lógico, à observação do conjunto, à necessidade de ser admirado pela força ou eficiência, ao instinto de conquistar e proteger. Antes de qualquer crítica a esta divisão, lembremos que estas são características genéricas, levantadas por inúmeros estudiosos. Não significa que todo homem e toda mulher devem, necessariamente, possuir tais características. Mas é incontestável, pela simples observação, que psicologicamente homens e mulheres possuem diferenças.

As demais diferenças, em termos educacionais, jurídicos, profissionais, etc. são decorrentes basicamente destas diferenças físicas e psicológicas, observadas ao longo da história.

Questão: Mas qual seria a finalidade da mulher ser fisicamente mais frágil que o homem?

Ely: Os amigos espirituais nos mostram, conforme dissemos, que ambos têm direitos iguais mas funções diferentes. Por mais que as pessoas queiram insistir em igualar as funções de homens e mulheres, não vamos conseguir, pois isto fere a lei natural. O próprio e único fato de a mulher ser mãe, já lhe confere uma função diferenciada do homem. Conforme dissemos antes, a relativa fragilidade física da mulher é fruto do processo evolutivo desde o reino animal, sofrendo as adaptações dos tempos em que o homem era o único encarregado de proteger e alimentar a família.

Insistimos que hoje os tempos são outros, mas mesmo assim o corpo físico da mulher ainda lhe torna mais adaptada a algumas funções do que a outras. A fragilidade física da mulher é grandemente compensada pela sua maior sensibilidade e delicadeza, pela maior compreensão dos seres humanos, pela sua capacidade de cuidar daqueles que estão são sob sua responsabilidade, pela sua excepcional capacidade de amar. Tudo isto fez e faz com que os Espíritos que passaram e passam pelas experiências em um corpo feminino tenham condições de evoluir espiritualmente de forma mais acentuada que os espíritos que estagiam em corpos masculinos.

Um espírito diz, poeticamente, que os homens ampliam a compreensão do mundo material, evoluindo de forma horizontal, enquanto as mulheres ampliam a compreensão do mundo espiritual, evoluindo verticalmente. Como espíritos teremos de evoluir em todos os sentidos, por isso passamos ao longo das encarnações, por corpos masculinos e femininos, aprendendo com as experiências dos dois campos da vida.  Embora essa idéia desagrade muito os machões de plantão...

Questão: Se homens e mulheres são iguais perante as leis divinas, não deveriam ser iguais também perante as leis humanas? Mas não é isso que observamos...

Ely: Ensinam os amigos espirituais que o primeiro princípio de justiça é este: Não façais aos outros o que não quereis que vos façam. A justiça dos homens, no entanto, reflete ainda muito fracamente este princípio. As leis vão evoluindo conforme os homens vão evoluindo, e por isso encontramos tantas falhas na justiça: porque os homens ainda são muito imperfeitos moralmente.

A lei humana, para ser eqüitativa, deve consagrar a igualdade dos direitos do homem e da mulher. Todo privilégio concedido a um ou a outro se mostra contrário à justiça. No entanto, para que isso aconteça, todos devem ter uma compreensão muito clara da igualdade de direitos e da diferença de funções. Os limites dos preconceitos devem ser quebrados: os homens devem compreender os direitos das mulheres, respeitando sua condição feminina, bem como as mulheres devem compreender sua própria condição, não caindo no extremo que assumirem todas as funções dos homens e abdicando das suas.

Questão: Mas o processo de emancipação da mulher não tem por objetivo justamente buscar esta igualdade?

Ely: A emancipação da  mulher segue o progresso da civilização. Conforme a sociedade evolui, mais os direitos das mulheres são reconhecidos e aplicados. O século 20 é um marco neste processo, pelo menos no mundo ocidental. As mulheres conquistaram vários direitos, que antes eram exclusivos dos homens. Passaram a participar mais ativamente da sociedade, com o direito de votar, por exemplo. Assumiram posições políticas, passaram a trabalhar fora de casa, conquistaram cargos em empresas, enfim, passaram a influenciar efetivamente os rumos da sociedade, provocando mudanças.

A partir da década de 60 assistimos à chamada “revolução sexual”, que também colaborou para uma conscientização maior a respeito do papel da mulher.

No entanto, todos os extremos são condenáveis, e baseadas nestas conquistas importantes, muitas mulheres desejaram reverter completamente as condições sociais, assumindo um feminismo exagerado que se tornou prejudicial. Sob a bandeira de liberdade social e sexual, muitas quiseram abdicar dos papéis de mãe e educadora, e sob a alegação de serem proprietárias do próprio corpo, bandeiras como o sexo livre e o aborto se tornaram comuns. Estas situações ofuscaram muito as verdadeiras conquistas das mulheres.

A emancipação feminina, e isto é questão de bom senso,  não deve ter por meta a substituição dos homens pelas mulheres, e muito menos deve servir para que as mulheres assumam as mesmas posições equivocadas dos homens, sob a bandeira da igualdade. Muito homens, pelas condições sociais, históricas e educacionais, erraram – e erram – muito em relação às mulheres, tratando-as como inferiores, objetos de prazer, escravas dentro do próprio lar. As mulheres não devem ter por meta igualarem-se nestes aspectos negativos, julgando-se agora superiores aos homens.

Estamos juntos, homens e mulheres, para nos ajudarmos mutuamente no caminho da evolução.

Questão: Se existem estas diferenças, o que leva um espírito a reencarnar em um corpo masculino ou em um corpo feminino?

Ely: São muitas e variadas as condições. Não devemos imaginar, quando falamos que o espírito reencarna alternadamente em corpos masculinos e femininos, ou seja, como homem ou mulher, que isso aconteça de uma hora pra outra, ou que aconteça por acaso. Não significa que numa encarnação eu venho como homem, na outra como mulher, e depois como homem de novo, e assim por diante...Isso causaria uma confusão enorme nas nossas mentes...e uma confusão maior ainda na sociedade...

Nós mudamos de corpo sim, mas isso ocorre, regra geral, de forma gradativa, a transição de uma condição para outra geralmente é suave.

O Espírito Emmanuel, através da psicografia de Chico Xavier, nos ensina que alguns dos fatores que determinam o sexo são as qualidades (masculinas e femininas) que já adquirimos nas encarnações anteriores, as tarefas que temos que realizar naquela encarnação e as tendências que trazemos no recesso de nosso ser.

Cada um de nós têm características tanto masculinas quanto femininas (de novo os machões não vão gostar da idéia..) mas algumas dessas características preponderam sobre as outras, fazendo com que nossa psicologia seja acentuadamente masculina ou acentuadamente feminina. A grande maioria das pessoas reencarna então num corpo adaptado a sua psicologia, a fim de que não ocorram conflitos.

Questão: Para finalizar: podemos considerar que há igualdade entre homens e mulheres ou não?

Ely: Como Espíritos, somos filhos do mesmo Pai, e portanto irmãos. E este Pai, soberanamente justo e bom, não vê nenhuma diferença entre nós. Trata-nos a todos de forma rigorosamente igual. Estamos todos sujeitos as mesmas leis e ao mesmo Amor.  Ao mesmo tempo, por este mesmo Amor, Ele nos concedeu a liberdade de pensar e agir, e assim, no uso desta liberdade é que nos fazemos diferentes.

Assim, saber utilizar esta liberdade em nosso próprio favor, a favor de nossa evolução, seja usando corpos de homens ou mulheres, é um dever de todos nós.

Igualdade de direitos do Homem e da Mulher

Igualdade de direitos do Homem e da Mulher


A questão social não abrange somente as relações das classes entre si, abrange também a mulher [...] à qual seria eqüitativo restituir-se os direitos naturais, uma situação digna, para que a família se torne mais forte, mais moralizada e mais unida.12
Com efeito, o homem e a mulher são iguais perante Deus, tendo, pois os mesmos direitos, uma vez que a ambos Deus outorgou a inteligência do bem e do mal, assim como a faculdade de progredir.4 A inferioridade da mulher em alguns países é devido ao [...] predomínio injusto e cruel que sobre ela assumiu o homem. É resultado das instituições sociais e do abuso da força sobre a fraqueza. Entre homens moralmente pouco adiantados, a força faz o direito.5 Note-se, entretanto, que a constituição física mais fraca da mulher, em relação ao homem, tem a finalidade de [...] lhe determinar funções especiais. Ao homem, por ser mais forte, os trabalhos rudes; à mulher, os trabalhos leves; a ambos, o dever de se ajudarem mutuamente a suportar as provas de uma vida cheia de amargor.6 Assim, Deus apropriou a organização de cada ser às funções que lhe cumpre desempenhar. Tendo dado à mulher menor força física, deu-lhe ao mesmo tempo maior sensibilidade, em relação com a delicadeza das funções maternais e com a fraqueza dos seres confiados aos seus cuidados.7
Em decorrência desses ensinamentos, Kardec pergunta aos Espíritos Superiores se uma legislação, para ser justa, deve prever a igualdade dos direitos do homem e da mulher. Respondem eles: Dos direitos, sim; das funções, não. Preciso é que cada um esteja no lugar que lhe compete. Ocupe-se do exterior o homem e do interior a mulher, cada um de acordo com a sua aptidão. A lei humana, para ser eqüitativa, deve consagrar a igualdade dos direitos do homem e da mulher. Todo privilégio a um ou a outro concedido é contrário à justiça. A emancipação da mulher acompanha o progresso da civilização. Sua escravização marcha de par com a barbaria.[...]Visto que os Espíritos podem encarnar num e noutro, sob esse aspecto nenhuma diferença há entre eles. Devem, por conseguinte, gozar dos mesmos direitos.8
De fato, a [...] mulher é um espírito reencarnado, com uma considerável soma de experiências em seu arquivo perispiritual. Quantas dessas experiências já vividas terão sido em corpos masculinos? Impossível precisar, mas, seguramente, muitas, se levarmos em conta os milênios que a Humanidade já conta de experiência na Terra. Para definir a mulher moderna, precisamos acrescentar às considerações anteriores o difícil caminho da emancipação feminina. A mulher de hoje não vive um contexto cultural em que os papéis de ambos os sexos estejam definidos por contornos precisos. A sociedade atual não espera da mulher que ela apenas abrigue e alimente os novos indivíduos, exige que ela seja também capaz de dar sua quota de produção à coletividade.13
Em síntese, pode-se dizer que o [...]homem e a mulher, no instituto conjugal, são como o cérebro e o coração do organismo doméstico. Ambos são portadores de uma responsabilidade igual no sagrado colégio da família [...].16 Uma e outro [a mulher e o homem] são iguais perante Deus [...] e as tarefas de ambos se equilibram no caminho da vida, completando-se perfeitamente, para que haja, em todas as ocasiões, o mais santo respeito mútuo. 14

ESTUDO SISTEMATIZADO DA DOUTRINA ESPÍRITA
TOMO II - MÓDULO XIV - ROTEIRO 2.

4. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 89. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007,  Questão 817, p. 427.
5. ______. Questão 818, p. 427.
6. ______. Questão 819, p. 427.
7. ______. Questão 820, p. 427.
8. ______. Questão 822-a, p. 428.
12. DENIS, Léon. Depois da Morte. Tradução de João Lourenço de Souza. 21. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2000. Cap. 55 (Questões sociais), p. 316.

13. SOUZA, Dalva Silva. Os caminhos do amor. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1997. Item: Quem é a mulher? p. 25.


14. XAVIER, Francisco Cândido. Boa nova. Pelo Espírito Humberto de Campos. 32. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Cap. 22, p. 148-149.