Estudando o Espiritismo

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domingo, 8 de setembro de 2019

Causas Profundas de Transtornos Neuróticos

https://cursodeespiritismo.blogspot.com/2013/07/causas-profundas-de-transtornos.html

Neuroses

Neuroses

Os expressivos, alarmantes índices da neurose na Terra funcionam como um veemente apelo ao nosso discernimento, ao exame das causas e suas conseqüências, com maior vigor do que até o momento tem merecido de cada um de nós.



Relegada aos gabinetes especializados e a homens, tecnicamente armados pelo sacerdócio da Medicina, a neurose vem colhendo, nas malhas da sua rede infeliz, surpreendentemente número de vítimas, ora avassalando o mundo civilizado e ameaçando a estabilidade da razão.



Sociólogos conjeturam; psicólogos interrogam; teólogos meditam; psiquiatras, psicanalistas tentam penetrar-lhe as causas, e, não obstante a metodologia de que se servem para a segura diagnose e o eficaz tratamento, a onda neurótica, vencendo incautos e avisados cada vez mais se apresenta referta, avassalante e dominadora.



Isto porque, no problema da neurose em suas raízes profundas, se há que considerar, de imediato, o neurótico em si mesmo, não apenas, no aspecto de réprobo, antes como ser vital no concerto da comunidade em que se movimenta.



Com etiologia complexa e profunda, essa enfermidade apiréptica vem merecendo cuidadosos estudos e debates, a fim de se localizarem os fatores que produzem as perturbações do sistema nervoso, em considerando-se a falta de lesões anatômicas mais graves.



Não obstante as divergências acadêmicas, Freud classificou-as em: verdadeiras, em que há desequilíbrios fisiológicos ao lado de perturbações meramente psicológicas, apesar de transitórias, e psiconeuroses, que são determinadas pelas “fixações da infância” em regressões inconscientes. No primeiro grupo estão situadas as neuroses de ansiedade, a neurastenia, a hipocondria e as de ascendência traumática... Na segunda classe aparecem as de ordem histérica ansiosa, conversiva, os perturbantes estados obsessivos e convulsivos.



Em tal complexidade, surgem as neuroses mistas com mais grave quadro de manifestação.



Influenciando os fenômenos somáticos, expressam-se, não raro, com sintomatologia estranha que desvia a atenção do médico e do paciente, graças à força das síndromes que, para o último, assumem um caráter real, por serem as “dores neuróticas” semelhantes às de às de ordem física. Surgem medos, paralisias, movimentos desconexos, distúrbios múltiplos...



Alguns estudiosos da questão reportam-se, também, taxativos, aos fatores genéticos predisponentes; outros se apoiam nos impositivos da sociedade, com as suas altas cargas de tensão; alguns advertem sobre o tecnicismo desesperador; fala-se do resultado das poluições de vária ordem, todavia, a quase totalidade se esquece da problemática espiritual do alienado pela neurose.



O neurótico é, antes, um espírito calceta, em inadiável processo purificador. Reencarnado para ressarcir ou recambiado à reencarnação por necessidade premente de esquecer delitos e logo repará-los.



A sua psicosfera impõe, nos implementos orgânicos, distonias e desarmonias que se refletirão mais tarde em forma de alienação, como decorrência do seu estado interior, como espírito desajustado.



É óbvio que o comportamento social, as frustrações infantis, as inseguranças da personalidade, as injunções de tempo e de lugar, os fatores familiares e de habitat, as constrições de ordem moral e econômica engendram, evidentemente, as desarticulações neuróticas, porque conseguem limitar as aspirações do espírito fraco, que não se consegue sobrepor a essas conjunturas, para os cometimentos normais.



Ainda, nesse capítulo, se deve considerar que a neurose é um campo amplo e variado, tendo-se em vista a consciência do problema pelo paciente e a sua falta de forças para a superação.



A par desses fatores ocorrem outros na esfera psicológica, quais os denominados “parasitose espiritual”, que se transformando em calamitoso processo obsessivo de longo curso, em face de a vítima do passado converter-se em cobrador do presente, como conseqüência dos delitos perpetrados pelo delinqüente, não são regularizados ante as soberanas Leis da Vida.



Não se exteriorizam as síndromes da neurose no caso em tela, de início, senão quando ocorre a dominação obsessiva do hospedeiro sobre sua vítima.



Indispensável que o olhar vigilante dos religiosos se volte para aqueles que padecem os primeiros sinais de distonia, norteando-os ao cultivo das disciplinas austeras e das virtudes cristãs, com que se armarão para uma libertação eficiente e real, terapêutica de resultado auspicioso para o reajustamento do espírito na vida orgânica e sua conseqüente experiência psíquica, diante do processo de auto-reparação dos impositivos cármicos.



As técnicas da análise, a terapia medicamentosa conseguem, não raro, enquanto favorecem o equilíbrio por um lado, danificar os tecidos mais sutis da organização psicológica, produzindo distonias de outra natureza que se irão manifestar de forma desastrosa no futuro, caso esses processos não recebam a contribuição espiritualista relevante.



Por este motivo, faz-se mister que uma religião capaz de adentrar-se no âmago do ser, como ocorre com o Espiritismo, apresente recursos preventivos para a grande massa humana aturdida nestes dias. Entretanto, esses conceitos, verdadeiro compêndio de Higiene Mental, já foram lecionados por Jesus e estão exarados no “Sermão da Montanha”, ora ratificados pelos textos que Lhe recordam a existência entre nós, de que dão notícia os sobreviventes do túmulo e falam sobre a vida estuante do além.



O neurótico é alguém rebelado contra si mesmo, insatisfeito no inconsciente e contra os outros revoltado.



Instável faz-se agressivo; desajustado, permite-se sucumbir; atônito entrega-se ao desalinho psíquico; excitado, deixa-se desvairar pela violência. Disciplinado, porém, pela moral cristã, adquire recursos para o auto-controle que irá funcionar no seu aparelho nervoso com recursos que bloqueiam as reações do inconsciente, remanescentes das vidas passadas, impedindo que aquelas reações desorganizem as funções conscientes que arrojam no resvaladouro da neurose.



Respeito ao dever, culto ao trabalho, edificação pelo pensamento, exercício de ações nobilitantes produzem no homem salutar metodologia de vida, que o impedem tombar, que o levantam da queda, que o sustentam na caminhada.



Missão relevante está reservada ao Espiritismo: promover superior revolução social na Terra, modificando os conceitos ora vigentes sobre o homem - espírito eterno em viagem evolutiva -, fazendo ver que, no fundo de toda problemática que afeta a criatura, suas raízes estão no pretérito espiritual do próprio ser que volve ao ministério de reeducação, de ascensão, de dignidade pelo esforço pessoal que o credencia à paz, à plenitude.



Conscientizar, responsabilizar, iluminar a mente humana, eis como apresentar-se eficiente método para estancar a avassaladora onda da neurose atual, que, encontrando vazia de reservas morais a criatura humana, cada vez se torna pior, transformando a vida moderna em pandemônio e o homem, consequentemente, em servo do desequilíbrio dominador, desditoso.

Autor: Carneiro Campos
Psicografia de Divaldo Franco. Do livro: Sementes de Vida Eterna

Profilaxia contra o personalismo

Profilaxia contra o personalismo


"Aquele que quiser ser maior no Reino de Deus seja servidor de todos." - Jesus (Mt., 20:26)

A humildade esteve sempre regaladíssima na Vida de quantos - realmente - foram os Benfeitores da Humanidade.
João Batista não se considerava digno de atar as sandálias d`Aquele que verdadeiramente é a Luz do Mundo, reconhecendo, mesmo, publicamente, que deveria diminuir-se para que Ele crescesse.
Paulo de Tarso, acostumado às bajulações e ao destaque social, humildemente perguntou ao Mestre, ajoelhado nas escaldantes areias do deserto sírio, às porta de Damasco: "Senhor, que queres que eu faça."
O próprio Cristo, vexilário maior da humildade disse que "Bom é o Pai Celestial", não admitindo tal adjetivo para Si.
O exemplo dessas criaturas e de Jesus, em particular, é um verdadeiro e cristalino libelo à humildade!...
Por que, então, encontramos (inclusive nos arraiais espiritistas) algumas criaturas afeitas ao culto da própria personalidade?
Quem cultua a si mesmo, isto é, possui acentuado personalismo, está na mesma posição daquele empregado que enterrou o talento.
Paulo recomendou certa feita aos Filipenses: (Fil., 2:3)

"Cada um considere os outros superiores a si mesmo."

Através da psicografia de Carlos A. Baccelli, irmão José afirma:

“ A recomendação de que cada um considere os outros superiores a si mesmo é, sem dúvida, profilaxia contra o personalismo, que, onde aparece, destrói as melhores intenções."
Não raro - e com muita tristeza - observamos o deplorável espetáculo oferecido por criaturas que, levadas por seus ancestrais e equivocados atavismos, acoroçoados pelo orgulho e vaidade, se deixam emaranhar nas tredas malhas da falsa modéstia e de mal disfarçada soberba à cata de elogios fáceis. É incompreensível que seguidores da Doutrina de Jesus se entreguem a atitudes tais que, via de regra, eclodem em danosas cizânias, tão prejudiciais aos trabalhos da Seara do Mestre.
Paulo recomenda também aos filipenses que todas as tarefas sejam feitas por humildade e não por espírito de contenda. Para lograr tal desiderato, faz-se mister que todos estejamos imbuídos da sinceridade de sentimentos, "de sorte que haja em nós o mesmo sentimento que houve em Jesus Cristo. "

É ainda Irmão José quem aconselha:

"Questionemo-nos acerca de nossos reais interesses em abraçando a Terceira Revelação. Estaremos interessados em nossa redenção espiritual diante de Deus ou em nossa projeção social aos olhos dos homens?!... Estaremos sinceramente empenhados em nossa renovação íntima, como devemos, ou em somente na mudança exterior que nos convém?!...
Porque, infelizmente, contam-se aos milhares os que ludibriam a si mesmos, imaginando iludir os outros, perdendo a valiosa oportunidade de crescimento interior que a presente reencarnação lhes faculta, entregando-se no Além a infindas lamentações sobre o desperdício do tempo.”

Paulo aconselha aos Coríntios (I Cor., 10:7.): "Não vos façais idólatras."

Não se justifica, pois, a tentativa de substituição dos antigos ídolos inertes pela auto-idolatria.

Aconselha Emmanuel[1]:

"Proscreve do teu caminho qualquer prurido idolátrico em torno de objetos ou pessoas (incluída aí a própria pessoa, acrescentamos), reafirmando a própria emancipação das seculares algemas que vêm cerceando o intercâmbio das criaturas encarnadas com o Reino do Espírito.
Recebemos hoje a incumbência de aplicar na edificação do bem desinteressado, o tempo e a energia que outrora desperdiçávamos, à frente dos ídolos mortos, de maneira a substancializarmos o ideal religioso, no progresso e na educação, prelibando as realidades da Vida Gloriosa."

1 - XAVIER, Francisco Cândido Xavier e VIEIRA, Waldo. O Espírito da Verdade. 3a ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977, Cap. 72, p. 167.

Rogério Coelho
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)

Como enxergar o personalismo


O que é o personalismo? Visão egocênctrica da vida, visão exacerbada de si próprio. Crença em sua onipotência, comportando-se de formas típicas como intolerância, indiferença ante as opiniões alheias, incapacidade de mudar ante os alvitres da vida, etc.
Personalismo é a imposição de si mesmo sobre os outros, inaceitação do outro como veículo de novas riquezas para si mesmo.
Existe muito personalismo em todos os setores da humanidade, mas no meio religioso ele se agiganta e impede o avanço das pessoas.
Atitudes desmotivadoras diante de novidades, ortodoxia nas crenças, desdém ou desqualificação de quem busca inovar para melhorar, são impecilhos encontrados onde deveria haver aceitação e tolerância entre todos.
Allan Kardec foi um homem que lutou por um ideal nobre e verdadeiro, e para isso teve que lutar contra os preconceitos da época. Foi um inovador e por isso foi combatido e perseguido e até caluniado.
O movimento espírita está seguindo Allan Kardec? Ou estão paralizando esta doutrina de amor, mas sobretudo progressista e inovadora?
Será que rotulando a doutrina e criando balizas que delimitam limites doutrinários é recomendação de seu codificador? Claro que não, mas aí entra o personalismo asfixiante que traduz o orgulho daqueles que "defendem Kardec"  mas não se sabe do quê. A doutrina é livre como movimento e todos tem direito à experiência sem que seja execrado na indiferença e desprezadoo pelos companheiros.
Vamos ver no poema do filho pródigo na sua visão metafísica o que significa o filho mais velho.
A estagnação lhe revela apenas uma ego-consciência baseada em recompensas imerecidas e que lhe restou o amargor da inveja a lhe corroer os sentimentos.
Vamos melhorar nossa condição de espíritas. Somos maiores daquilo que estamos vivenciando dentro dela. Vamos abrir nossos corações para que a mente do preconceito e do personalismo não enterre o  talento que temos o dever de multiplicar.
Abraço

 por Paulo Beduschi

O PERSONALISMO: "ESPELHO, ESPELHO MEU..."

O PERSONALISMO: "ESPELHO, ESPELHO MEU..."




“O maior entre vós será vosso servo.”
Jesus (Mt 23:11)




Dicas importantes para se tornar uma pessoa pior: primeiro passo: você é a pessoa mais importante neste mundo; segundo passo: 1º lugar, Eu; 2º lugar, Eu.... 7º lugar, Euterceiro passo: em algum lugar no final desta lista vem o outro; quarto passo: o outro não tem poder sobre mim, logo, eu não preciso me comportar como os outros pensam ou falam de mim. Estas dicas fazem parte do monólogo “Como se tornar uma pessoa pior”, em cartaz em São Pauloestrelado pela atriz Lulu Pavarin. Segundo Pavarin, ao término de um dos espetáculos para mais de setecentas pessoas, foi procurada pelos expectadores que demostraram o seu alívio por se autoreconhecerem: “nossa, estou me sentindo tão bem, eu sou uma pessoa pior!” Isto reflete o individualismo que marca a nossa sociedade.

Sem querer entrar no mérito da proposta do monólogo, não tenho dúvida em afirmar que os passos caracterizam o indivíduo personalista. 

O personalismo é estudado na dimensão humana de duas maneiras, eminentementes paradoxais. Como doutrina filosófica, contempla a personalidade humana como o valor fundamental da sociedade, tendo como seu fundador o filósofo francês Emmanuel Mounier (1905-1950), cujas obras influenciaram o surgimento da “Democracia Cristã.” O personalismo de Mounier se opõe ao individualismo. Enquanto este mantem o homem centrado em si mesmo, a maior preocupação do personalismo Mounieriano é descentrá-lo para colocá-lo voltado para o Mundo e para as outras pessoas.

Em sua outra dimensão, como na peça, “diz-se de/ou indivíduo egocêntrico.” Ou seja, qualidade daquele que tem o foco voltado para si mesmomostrando-se indiferente para com os outros. Portanto, o indivíduo enxerga-se onipotente e onisciente. O Espírito Bezerra de Menezes o define como “personalismo deprimente”, termo que utilizarei daqui pra frente.

Observa-se que o marco divisor entre ambos é o egoísmo, em sua expressão mórbida.

personalismo deprimente e o melindre são siameses, filhos diletos do orgulho.

É preciso entender que não vivemos imunes ao personalismo uma vez que ele é fator psíquico para a construção da nossa identidade como pessoa na relação com o mundo e com os que nos relacionamos. Incensado e exacerbado pelo egoísmo, pela perda do controle que ocorre, torna-se um vício; um vício do amor próprio.

personalismo deprimente na convivência grupal, aqui se incluem as Instituições espíritas, é extremamente destrutivo e desagregador. Ele dissemina em um grupo que seus membros desempenhem, teoricamente, apenas duas funções estanques: liderança e participação. Na prática, isto não ocorre.

É natural, no entanto, compreender que algumas funções são mais genéricas que outras e distintas das do líder. No entanto, isto não invalida que outros membros não possam exercer, informalmente, a liderança em diferentes situações para que o grupo possa mover-se e progredir frente aos propósitos em que se situa.

Em um cenário mundial de efervescente progresso em todas as áreas do conhecimento humano, é estupidez descabida entender que em vivência comunitária um membro seja o repositório de ideias e conhecimentos suficientes para toda a dinâmica de uma constelação de seres pensantes; Espíritos milenares.

A Doutrina Espírita é uma proposta redentora de libertação de consciências. O Homem Kardeciano está ligado a finalidades que ultrapassam as questões aparentes do quotidiano. Assim, para que o espírita viva essa liberdade genuína ele deve necessariamente descobrir a “si mesmo” – questão 919 de “O Livro dos Espíritos” -, tarefa inadiável e que só compete ao próprio Ser pela singularidade atribuída à sua personalidade. Esta singularidade valoriza sobremaneira a convivência comunitária, ao invés de negá-la.

É fácil de perceber que a postura personalista deprimente fere em todos os aspectos os postulados espíritas-cristãos, pois contraria ao ensinamento do Cristo de “amar ao próximo como a si mesmo.”

            Algumas dicas para vencer o personalismo deprimente:

a.    aprender a ouvir;
b.    utilize, sempre que possível, o brainstorming (tempestade de ideias);
c.      mobilize a equipe em torno das ideias apresentadas;
d.  renuncie ao modelo mental conduzido pelo pensamento linear-binário, que é polarizado no “ou/ou”; ou está comigo ou contra mim;
e. exercite o modelo mental conduzido pelo pensamento complexo, aprendendo a religar saberes separados e dispersos;
f.       pedir desculpas quando errar;
g.     ser simples;
h.  ter como única expectativa nas participações individuais o desejo de aprender a ser útil;
i.       estimule o dar e receber feedback;
j.     procure exercer o poder pessoal, que não é o poder inebriante sobre os outros. O poder pessoal é uma força criada entre as pessoas; é uma união espiritual;

Não deixa de ser um bom começo!

Ou então, refletindo sobre Allan Kardec, em a Revista Espírita, março de 1863, no artigo Falsos Irmãos e Amigos Inábeis:

“Crer em sua própria infalibilidade, recusar o conselho da maioria e persistir num caminho que se demonstra mau e comprometedor, não é atitude de um verdadeiro espírita. Seria a prova de orgulho, se não de obsessão.”

            ... e o espelho respondeu: existe sim; O OUTRO!

PERSONALISMO

http://www.larespiritamarialobato.com.br/te/personalismo

PERSONALISMO
BIBLIOGRAFIA
01- Animismo e Espiritismo - pág. 22 02 - Caminho, Verdade e Vida - pág. 217
03 - Celeiros de bênçãos - pág. 45 04 - Correnteza de luz - pág. 51
05 - De Francisco de Assis para você - pág. 51 06 - Florações Evangélicas - pág. 151
07 - Fonte viva - pág. 231 08 - Mediunidade e Autoconhecimento- pág. 47
09 - Minha doce casa espírita - toda a obra 10 - Na Seara do Mestre - pág. 7
11 - No Mundo Maior - pág. 188 12 - Os mensageiros - pág. 18
13 - Pérolas do Além - pág. 192 14 - Respositório de sabedoria - pág. 147
LEMBRETE: O NÚMERO DA PÁGINA PODE VARIAR DE ACORDO COM A EDIÇÃO DA OBRA CITADA.

PERSONALISMO – COMPILAÇÃO

02 - Caminho, Verdade e Vida - Emmanuel - pág. 217

101 -Tudo em Deus - "Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma". - Jesus (João, 5:30)
Constitui ótimo exercício contra a vaidade pessoal a meditação nos fatores transcendentes que regem os mínimos fenômenos da vida. O homem nada pode sem Deus. Todos temos visto personalidades que surgem dominadoras no palco terrestre, afirmando-se poderosas sem o amparo do Altíssimo; entretanto, a única realização que conseguem efetivamente é a dilatação ilusório pelo sopro do mundo, esvaziando-se aos primeiros contatos com as verdades divinas.

Quando aparecem, temíveis, esses gigantes de vento espalham ruínas materiais e aflições de espírito; todavia, o mesmo mundo que lhes confere pedestal projeta-os no abismo do desprezo comum; a mesma multidão que os assopra incumbe-se de repô-los no lugar que lhes compete. Os discípulos sinceros não ignoram que todas as suas possibilidades procedem do Pai amigo e sábio, que as oportunidades de edificação na Terra, com a excelência das paisagens, recursos de cada dia e bênçãos dos seres amados, vieram de Deus que os convida, pelo espírito de serviço, a ministérios mais santos; agirão, desse modo, amando sempre, aproveitando para o bem e esclarecendo para a verdade, retificando caminhos e acendendo novas luzes, porque seus corações reconhecem que nada poderão fazer de si próprios e honrarão o Pai, entrando em santa cooperação nas suas obras.

07 - Fonte viva - Emmanuel - pág. 231

101 - A cortina do "EU" - "Porque todos buscam o que é seu e não o que é do Cristo Jesus". - Paulo (Filipenses, 2:21)
Em verdade, estudamos com o Cristo a ciência divina de ligação com o Pai, mas ainda nos achamos muito distantes da genuína comunhão com os interesses divinos. Por trás da cortina do "eu", conservamos lamentável cegueira diante da vida.
Examinemos imparcialmente as atitudes que nos são peculiares nos próprios serviços do bem, de que somos cooperadores iniciantes, e observaremos que, mesmo aí, em assuntos da virtude, a nossa percentagem de capricho individual é invariavelmente enorme.

A antiga lenda de Narciso permanece viva, em nossos mínimos gestos, em maior ou menor porção Em tudo e em toda parte, apaixonamo-nos pela nossa própria imagem. Nos seres mais queridos, habitualmente amamos a nós mesmos, porque, se demonstram pontos de vista diferentes dos nossos, ainda mesmo quando superiores aos princípios que esposamos, instintivamente enfraquecemos a afeição que lhes consagrávamos.

Nas obras do bem a que nos devotamos, estimamos, acima de tudo, os métodos e processos que se exteriorizam do nosso modo de ser e de entender, porquanto, se o serviço evolui ou se aperfeiçoa, refletindo o pensamento de outras personalidades acima da nossa, operamos, quase sem perceber, a diminuição do nosso interesse para com os trabalhos iniciados. Aceitamos a colaboração alheia, mas sentimos dificuldade para oferecer o concurso que nos compete.

Se nos achamos em posição superior, doamos com alegria uma fortuna ao irmão necessitado que segue conosco em condição de subalternidade, a fim de contemplarmos com volúpia as nossas qualidades nobres no reconhecimento de longo curso a que se sente constrangido, mas raramente concedemos um sorriso de boa-vontade ao companheiro mais abastado ou mais forte, posto pelos Desígnios Divinos à nossa frente.

Em todos os passos da luta humana, encontramos a virtude rodeada de vícios e o conhecimento dignificante quase sufocado pelos espinhos da ignorância, porque, infelizmente, cada um de nós, de modo geral, vive à procura do "eu mesmo". Entretanto, graças à Bondade de Deus, o sofrimento e a morte nos surpreendem, na experiência do corpo e além dela, arrebatando-nos aos vastos continentes da meditação e da humildade, onde aprenderemos, pouco a pouco, a buscar o que pertence a Jesus-Cristo, em favor da nossa verdadeira felicidade, dentro da glória de viver.

11 - No Mundo Maior - André Luiz - pág. 188

13 - Psicose afetiva:
Seguindo Calderaro, fomos, em plena noite, atender infortunada irmã quase suicida. Penetramos a residência confortável, conquanto modesta, percebendo a presença de várias entidades infelizes. O Assistente pareceu-me apressado. Não se deteve em nenhuma apreciação.Acompanhei-o, por minha vez, até humilde aposento, onde fomos encontrar jovem mulher em convulsivo pranto, dominada por desespero incoercível. A mente acusava extremo desequilíbrio, que se estendia a todos os centros vitais do campo fisiológico.

- Pobrezinha! - disse o orientador, comovidamente -não lhe faltará a Divina Bondade. Tudo preparou de modo a fugir pelo suicídio, esta noite; entretanto, as Forças Divinas nos auxiliarão a intervir...Colocou a destra sobre a fronte da irmã em lágrimas e esclareceu:- É Antonina, abnegada companheira de luta. Órfã de pai, desde muito cedo, iniciou-se no trabalho remunerado aos oito anos, para sustentar a genitora e a irmãzinha. Passou a infância e a primeira juventude em sacrifícios enormes, ignorando as alegrias da fase risonha de menina e moça. Aos vinte anos perdeu a mãezinha, então arrebatada pela morte, e, não obstante seus formosos ideais femininos, foi obrigada a sacrificar-se pela irmã em vésperas de casamento.

Realizado este, Antonina procurou afastar-se, para tratar da própria vida; muito cedo, verificou, porém, que o esposo da irmãzinha se caracterizava por nefanda viciosidade. Perdido nos prazeres inferiores, entregava-se ao hábito da embriaguez, diariamente, retornando ao lar, em hora tardia, a distribuir pancadas, a vomitar insultos. Sensibilizada ante o destino da companheira, nossa dedicada amiga permaneceu em casa, a serviço da renúncia silenciosa, aliviando-lhe os pesares e auxiliando-a a criar os sobrinhos e a assisti-los. Corriam os anos, tristes e vagarosos, quando Antonina conheceu certo rapaz necessitado de arrimo, a sustentar pesado esforço por manter-se nos estudos. Identificavam-se pela idade e pela comunhão de idéias e de sentimentos. Devotada e nobre, correspondeu-lhe à simpatia, convertendo-se em abnegada irmã do jovem.

A companhia dele, de algum modo, projetava abençoada luz em sua noite de solidão e sacrifício ininterruptos. Repartindo o tempo e as possibilidades entre a irmã, quatro pequenos ', sobrinhos e o co-partícipe de sonhos fulgurantes, consagrava-se ao trabalho redentor de cada dia, animada e feliz, aguardando o futuro. Idealizava também obter, um dia, a coroa da maternidade, num lar singelo e pobre, mas suficiente para caber a felicidade de dois corações! para sempre unidos diante de Deus. Todavia, Gustavo o rapaz que se valeu de sua amorosa colaboração durante sete anos consecutivos após a jornada universitária sentiu-se demasiado importante para ligar sei destino ao da modesta moça. Independente e titulado,; agora, passou a notar que Antonina não era, fisicamente, a companheira que seus propósitos reclamavam.

Exibindo um diploma de médico e sentindo urgente necessidade de constituir um lar, com grandioso programa na vida social, desposou jovem possuidora de vultosa fortuna, menosprezando o coração leal que o ajudara nos instantes incertos. Fundamente humilhada, nossa desditosa irmã procurou-o, mas foi recebida com escarnecedora frieza. Gustavo, com presunção repulsiva, transmitiu-lhe a novidade, asperamente: Necessitava pôr em ordem os negócios materiais que lhe diziam respeito, e, por isto, escolhera melhor partido. Além disso, declarou, sua posição requeria uma esposa que não procedesse de um meio de atividades humilhantes; pretendia alguém que não fosse operária de laboratório, que não tivesse mãos calejadas, nem fios prateados na cabeça. A moça tudo ouviu debulhada em lágrimas, sem reação, e tornou à residência, ontem, minada pelo anseio de morrer, fosse como fosse.

Sente que as esperanças se lhe esvaneceram, esfaceladas pelo golpe inopinado, que a existência se reduz em cinza e poeira, que a renúncia abre as portas da ruína e da morte. Conseguiu certa dose de substância mortífera, que pretende ingerir ainda hoje. Dando pequeno intervalo às elucidações, recomendou-me:- Examina-a, enquanto administro os socorros iniciais. Detive-me em perquirição minuciosa, por longos minutos.

Dos olhos de Antonina caíam pesadas lágrimas; no entanto, da câmara cerebral partiam raios purpúreos, que invadiam o tórax e envolviam particularmente o coração. Torturantes pensamentos baralhavam-lhe a mente. Registrando-lhe os secretos apelos, compungia ouvir-he os gritos de desespero e as súplicas ardentes. Seria crime - pensava - amar alguém com tal excesso de ternura? onde jazia a Justiça do Céu, que lhe não premiava os sacrifícios de mulher dedicada à paz doméstica? aspirava a ser alegre e feliz, como as venturosas companheiras de sua meninice; anelava a tranquilidade do matrimônio digno, com a expectativa de receber alguns filhinhos, concedidos pela Bondade Infinita de Deus! (...)

Personalismo - Caibar

https://cursodeespiritismo.blogspot.com/2011/05/personalismo-caibar.html

Miragens do Personalismo

https://cursodeespiritismo.blogspot.com/2011/05/miragens-do-personalismo.html

O ELITISMO ANTE O PERSONALISMO DE CLASSE "ESPÍRITA"

Temos recebido com certa freqüência alguns emails contendo mensagens supostamente doutrinárias, essencialmente destrutivas, malsãs, apelativas, exaltando assuntos frívolos, escritos sob o guante de verborragias repetitivas, vulgares, agressivas. Num desses petardos virtuais, lemos entre outras jóias uma advertência aos que programam escalas de oradores,  a fim de evitarem convidar para palestras “simplesinhas” a “Dra.” Sicrana, Diretora de uma associação  de notáveis espíritas, .pois ela não tem perfil para falar nos eventos espíritas comuns (comuns!!??), onde ela tenha que falar, por exemplo, abordando temas do Evangelho Segundo o Espiritismo porque são temas comuns (isso mesmo que o missivista diz…comuns????), porque, na opinião da “Dra.” Sicrana, na cidade do escalador deve ter expositores simplesinhos  para falar sobre estes temas “comunzinhos do Evangelho” e não vê porque chamar alguém de outro estado, abarrotados de “Drs.”  e bamba (“especializada”) em outra área, para falar sobre os “reles”  capítulo do Evangelho Segundo o Espiritismo. (pasmem!) 
Cita, ainda,  tal email que se o escalador pretende levar a Dra Fulana à sua cidade, tente aproveitá-la bem, criando algum evento monumental junto a uma Universidade (de preferência de renome internacional, por certo), onde ela possa verbalizar sua singela teoria “científica” sobre o Espiritismo para uma platéia acadêmica (de preferência com  pós-doutorados), sobretudo mestres de tal ou qual área universitária gente da área de psicologia, biologia, química, medicina, física e outras assemelhadas. O mesmo deve ser feito em relação ao “Dr.” Fulano, e vários outros “especialistas espíritas”.
Esse assunto remeteu-nos ao diálogo que mantivemos com membro de uma associação “espirita” de notáveis, vejamos:
Sicrana: Prezado Sr. Jorge Hessen
Jorge Hessen: Prezada Dra Sicrana
Sicrana: Permita-me uma reflexão sobre conteúdo de sua entrevista ao C.E. Joana D´Arc. (*)
Jorge Hessen: Certamente, minha irmã.
Sicrana: Eu nasci em berço espírita, em uma das menores cidades do Estado de …….. e convivi com as pessoas mais simples e economicamente desprovidas, que se possam imaginar. A gente estudava Karcec, fazia preces, participava das reuniões mediúnicas e tinha Jesus como Mestre.
Jorge Hessen: Toda Casa Espírita, minha irmã, tem que ter esse perfil, ou seja: Oração, Estudo e Caridade, tendo Jesus como Mestre e Modelo.
Sicrana: Na sequência dos tempos, vim estudar em (…) e fiquei por aqui, onde desenvolvi minha vida profissional, criei minha família e continuei com minhas atividades junto a essa nossa doutrina de libertação das consciências. Foi assim que acabei me ligando tb à Associação de (…). Tenho testemunhado o esforço hercúleo de seus integrantes, em divulgar um paradígma de humanização de todos os procedimentos de bem-estar, agregando profissionais (……….), enfim, de todas as modalidades correlatas. Lá eu tenho ouvido sempre que “o diploma do (profissional) espírita pertence a Jesus”.
Jorge Hessen: A minha opinião particular sobre os profissionais da área da saúde, principalmente, é que todos, indistintamente, deveriam honrar o compromisso que assumiram, como humildes servidores do Cristo, pois são irmãos que vivenciam, na alma, a dor dos seus semelhantes; são os socorristas de plantão, literalmente falando. Devemos a eles o nosso maior respeito, sem dúvida alguma. Porém, não podemos entender “humanização” a portas fechadas, onde profissionais se reúnem para estabelecerem um padrão de comportamento humanitário, mas que, na verdade, ainda têm uma visão turva sobre o que realmente isso significa. O maior humanista que já tivemos, na área, foi o inesquecível Dr.Bezerra de Menezes. É nele que a classe médica deveria se inspirar. Por outro lado, quem já leu a coleção André Luiz sabe qual foi a sua surpresa ao adentrar no Mundo dos Espíritos. Preciso dizer mais, minha irmã?
Sicrana: O trabalho das associações……, por exemplo, em defesa da vida, contra o aborto intencional, inclusive contra o aborto do chamado (equivocadamente) de “anencéfalo”, é inegável. Foi com a estrutura da associação…….. que o Espiritismo conseguiu ser ouvido no Supremo Tribunal Federal, no final do ano passado, defendendo a vida do anencéfalo.
Jorge Hessen: Eu seria incoerente, minha irmã, se negasse esse esforço em defesa da vida. Perdoe-me, mas é muita presunção atribuir à associação…….., a única e legítima representante legal do Espiritismo na Alta Corte a defender a vida do anencéfalo. Não somente os espíritas, mas, principalmente estes, arregimentaram-se e avançaram contra a descriminalização do aborto. Nesse dia, minha irmã, não houve distinção de classe, pois todos estavam irmanados em um só coração, em um só pensamento em nome do amor incondicional e do respeito à vida. Modestamente escrevi muito e publiquei sobre o específico e dei ampla divulgação à época. Foi minha humilde contribuição diretamente de Brasília, onde resido há 40 anos.
Sicrana: Em todos os eventos das associações ….., de que eu tenho participado, assisto sempre a demonstração do caráter verdadeiro da Doutrina Espírita, ou seja, de ciência, de filosofia e da moral de Jesus. Não se tem o objetivo de “elitização”, nem de “atrair para si os holofotes da fama” ou de “divulgar o evangelho apenas às pessoas laureadas” (expressões que constam de sua entrevista). Pelo contrário, nas associações…… os profissionais se reunem em uma entidade de classe, para assumir a responsabilidade de tratar de assuntos específicos à sua formação, como aborto, transplante de órgãos, utilização de células-tronco embrionárias, depressão e obsessão, etc., sem perda de seu denominador comum, que é o fato de serem espíritas.
Jorge Hessen: O verdadeiro caráter da Doutrina Espírita, minha irmã, não se resume em “assistir a reuniões de classe” para tratar de assuntos específicos à sua formação, pois basta ser específico e ser entidade de classe, para assumir caráter “elitista” e, mesmo porque, o personalismo de classe caracteriza um comportamento egoísta e, sobretudo vaidoso, uma vez que se julgam cumprindo admirável missão, mas “a sete chaves”. Ser espírita exige mais, muito mais do que isso. Os exemplos Chico Xavier e Bezerra de Menezes respondem por mim.
Sicrana: Senhor Jorge, eu tenho estado lá e estou testemunhando o que digo. Portanto, é com tristeza que leio referências injustas e infundadas ao trabalho de companheiros idealistas que só merecem nosso respeito e consideração. Não vejo a menor diferença de atitude nesses companheiros, em comparação a dos trabalhadores do centro espírita de minha pequena cidade natal. A seara continua a ser a de Jesus e laureados ou não pela academia da Terra, a honra que nos cabe é a de servir na condição de aprendizes na escola da vida.
Sicrana: Com abraço fraterno
Jorge Hessen: Não duvido, minha irmã, do seu testemunho. Porém, eu vejo uma diferença imensa entre uma coisa e outra, pois ser idealista não significa ser ativista. O equilíbrio está em ser idealista e ativista sincero e humilde.
Concluindo: Associação é uma organização entre duas ou mais pessoas para a realização de um objetivo comum. Sendo assim, podemos finalizar que o associativismo, normalmente de voluntariado, usado como instrumento de satisfação das necessidades individuais humanas, pode ser facilmente banalizado e colocado à prova a sua credibilidade se, e somente se, for para privilegiarmos um determinado grupo ou classe no campo da religião ou mesmo da fé, propriamente dita. Eu entendo que a possibilidade de pessoas de uma mesma ideologia, de uma mesma formação acadêmica, de uma mesma classe social, criarem uma orientação à parte, mesmo dentro da mesma crença religiosa, é visível a intenção de manter relações sociais somente com seus iguais. Criar uma associação, onde se destaca somente aqueles da mesma “formação”, acho inviável, imoral e degradante – perdoe-me a franqueza – pois revela um sentido, totalmente, contrário a tudo aquilo que qualquer religião ensina.
Allan Kardec propõe que o Espiritismo é uma doutrina natural, isto é, que coloca o homem ou o espírito diretamente em relação com Deus, de forma igual perante o SENHOR. Portanto, qualquer formação fora dessa realidade é, simplesmente, demagogia e pretensionismo.
Não estou aqui para julgar ou criticar, mas, para contra-argumentar e dizer que o meu pensamento, sobre a criação de tais Associações, encontra-se patenteado na entrevista a que você se refere e nos artigos que escrevo, pois que essa iniciativa afasta, cada vez mais, a idéia de União Espírita, tão aguardada pelos Espíritos Superiores que nos transmitiram essa abençoada Doutrina, que é o Espiritismo.
 Fraternalmente,
 Jorge Hessen
(*) Acesse o link da entrevista que concedi ao C.E Joana Darc:
http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com/2009/06/entrevista-concedida-ao-centro-espirita.html

Personalismo e Espiritismo

Personalismo e Espiritismo


            Expandindo-se, popularizando-se, passando a merecer as atenções de todas as classes que constituem a sociedade humana, o Espiritismo teria de sofrer também, como está sofrendo, a invasão de indivíduos que a ele foram atraídos mais por ambições personalistas do que, verdadeiramente, por sentirem necessidade de seguir diretrizes novas, capazes de os levar à desejada renovação interior. Todavia, o Espiritismo não os repele, não os condena, mas tem a preocupação de os esclarecer, desejando que se esforcem para combater o egotismo, banhando o espírito nas luzes da Doutrina e do Evangelho. Há, todavia, pessoas que se deslumbram com os ouropéis da própria inteligência e não admitem se lhes tente restringir os voos da ambição exibicionista. Como Narciso, enamoram-se de si mesmos e se perdem, afinal.

            Não pode o Espiritismo conservar-se passivo, por mal compreendida tolerância, ante as consequências realmente danosas do personalismo. Cabe-lhe o direito de defender-se, porque sua Doutrina não aceita essa expressão insofismável de egoísmo, tanto assim que, em “O Livro dos Espíritos”, onde se trata da “Perfeição moral”, há a seguinte resposta à pergunta nº 893, sobre “Qual a mais meritória de todas as Virtudes?": "Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores. PORÉM, A SUBLIMIDADE DA VIRTUDE ESTA NO SACRIFÍCIO DO INTERESSE PESSOAL PELO BEM DO PRÓXIMO, sem pensamento oculto . A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade." Diante disto, recusando o personalismo, a Doutrina se firma num princípio evangélico. Em outra trecho esclarecem os Espíritos, na mesma obra, que o sinal mais característico da imperfeição é o interesse pessoal.

            O Espiritismo, contudo, não expulsa de seu seio os personalistas, como não rejeita ninguém. Acolhe-os, porque sua missão é melhorar o homem, promover sua reforma íntima, para que, um dia ele seja realmente espírita, isto é, um homem perfeitamente integrado na Doutrina e, por isto mesmo, útil à sociedade, aos seus semelhantes, por sua valorização moral, por seus sentimentos apurados, por sua inteligência cultivada no altruísmo. Ensina Allan Kardec, em "Obras Póstumas", que "a inteligência nem sempre constitui penhor de moralidade e o homem mais inteligente pode fazer péssimo uso de suas faculdades. Doutro lado, a moralidade, isolada, pode, muita vez, ser incapaz. A reunião dessas duas faculdades, INTELIGÊNClA e MORALIDADE, é, pois, necessária a criar uma preponderância legítima"...

            A maneira mais positiva de se combater o personalismo, que medra em certos setores espíritas, será a difusão cada vez maior da Doutrina, sua explanação clara, a interpretação cuidadosa e repetida de seus diferentes pontos. Pela compreensão progressiva dos deveres doutrinários, a criatura humana irá aprendendo a modificar-se, realizando tentativas sobre tentativas para usufruir os benefícios resultantes da condição de espírita consciente de suas responsabilidades no Espiritismo e, concomitantemente, na vida de relação. Demonstrar os erros e excessos do personalismo é tarefa benfazeja, porque a ação dele é corrosiva. Pode esconder-se na simulação, tornando-se, aí, ainda mais perigoso, por induzir os menos atentos a solidariedades negativas, embora com a aparência de incontestável apoio na verdade. É fácil distinguir o espírita verdadeiro do falso espírita. Quem demonstra por atos e palavras estar fiel à Doutrina e ao Evangelho, e nada faz que desminta essa fidelidade, é espírita; quem apenas fala, mas não consolida suas palavras com a exemplificação inequívoca, não é espírita. Não nos esqueçamos de que “a árvore que produz maus frutos não é boa e a árvore que produz bons frutos não é má; portanto, cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto” - diz o Evangelho. “Guardai-vos dos falsos profetas que vêm ter convosco cobertos de peles de ovelha e que por dentro são lobos rapaces” - adverte ainda a lição evangélica. “Levantar-se-ão muitos falsos profetas que seduzirão a muitas pessoas; e, porque abundará a iniquidade, a caridade de muitos esfriará. Mas, aquele que perseverar até ao fim se salvará” - disse o Cristo.

            Só podem iludir-se, portanto, os que não estão em dia com os postulados doutrinários e os ensinamentos evangélicos. Para muita gente, o essencial, nos atribulados dias de hoje, é cultivar a aparência, para melhor iludir. Ser espírita é uma coisa, parecer que o é, outra bem diversa. Os espíritas compenetrados de seus deveres em face da Doutrina nada aceitam sem exame, sem passar cada ideia, cada opinião, cada atitude pelo crivo doutrinário, à luz do Evangelho. Às vezes uma ideia parece muito boa, quando defendida por indivíduos sagazes e de fácil expressão. Analisada com serenidade, pode revelar, por trás do brilho enganador, propósitos incompatíveis com a realidade espírita. Eis por que o Espiritismo tem de permanecer alerta, para que os espíritas que confiam na Doutrina codificada por Allan Kardec não sejam vítimas de simuladores, cujas ideias são para a nossa religião o que foi para os troianos o “cavalo de Tróia”.

Personalismo
e Espiritismo

Túlio Tupinambá / (Indalício Mendes)

Reformador (FEB) Julho 1958

PERSONALISMO

PERSONALISMO

"O egoísmo se funda na importância da personalidade; ora, o Espiritismo bem compreendido, repito-o, faz ver as coisas de tão alto, que o sentimento da personalidade desaparece de alguma forma perante a imensidão. Ao destruir essa importância, ou pelo menos ao fazer ver a personalidade naquilo que de fato ela é, ele combate necessariamente o egoísmo." (Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Livro Terceiro. Capítulo XII. Perfeição Moral. Parte da resposta à pergunta 917.)

Entre as expressões do egoísmo, vamos encontrar precisamente na grande maioria personalista as diversas formas, de comportamento, e mesmo a maneira de ser, caracterizadas pelo estado íntimo de rigidez e de autoconfiança nas idéias ou opiniões próprias. Esses tipos de indivíduos, pelas suas atitudes, acarretam, quase sempre, conturbações no convívio em grupos.
Vejamos alguns dos aspectos reconhecidos nas pessoas predominantemente personalistas:

a) Suas opiniões ou pontos de vista são sempre os certos e são os que devem prevalecer aos dos demais;

b) As experiências próprias são aquelas que servem de referência a resultados que se discutem com outros, desconsiderando em igual importância as experiências do próximo;

c) Em sociedades, as suas decisões e iniciativas, quando em cargo de mando, são quase sempre tomadas sem a participação dos demais;

d) Na condição de subalterno, nega-se à colaboração de um plano ou projeto quando sua idéia ou parecer não é aceito numa escolha em grupo;

e) Melindra-se na sua auto-importância quando não convidado a participar com destaque nas decisões relativas a empreendimentos do círculo que frequenta, muitas vezes até afastando-se ou ameaçando afastar-se de suas funções;

f) Sente-se valorizado quando nas funções de comando e dificilmente aceita ser conduzido pela direção de outrem;

g) Aborrece-se facilmente quando contrariado nos seus desejos ou idéias;

h) Num trabalho para obtenção de um resultado comum, acha ou age como se pudesse dispensar a cooperação dos demais integrantes;

i) A autoconvicção e a determinação nos seus propósitos é obstinada até mesmo quando incompatíveis com a situação do momento e a harmonização pretendida;

j) Teimosia e birra, revivendo questões ultrapassadas e contendas já superadas, onde sua opinião não foi seguida.

O personalismo tem sido, na humanidade, um fator impeditivo ao entendimento entre as criaturas. As lutas e separatismos são oriundos da inflexibilidade dos homens nas suas idéias e desejos. Dificilmente alguém cede em benefício da concórdia e renuncia aos seus anseios em proveito do bem comum. O egoísmo se manifesta acentuadamente nos tipos personalistas mais endurecidos. Para eles é difícil abrir mão das posições conquistadas e colaborar com espírito de caridade desinteressada.

O personalismo leva à não-aceitação, obscurece qualquer compreensão e impede a cooperação. O individualismo pode resultar do isolamento de alguns do meio comunitário, quer pela posição social, quer pela crença ou idéias políticas, filosóficas ou religiosas que adote. Esse individualismo pode agrupar homens dentro das mesmas tendências e idéias que lhes são comuns, constituindo, assim, sociedades, castas, seitas, correntes políticas, sociais e religiosas. Ainda desse modo é fator de divisões, separações e contendas.

O personalismo desagrega os grupos, destrói a força de união, enfraquece o espírito de colaboração, incrementa a competição, amplia a luta pela supremacia, leva à discórdia e às querelas, conduz à agressão, aos embates e até a guerras. Ainda não aprendemos a viver num clima de cooperação, de auxílio mútuo, trabalhando juntos e unidos dentro de um objetivo, visando ao bem comum. O espírito de companheirismo, de confraternização, só será alcançado quando aprendermos a renunciar e a nos desprender do exclusivismo individual.

Ainda não entendemos com profundidade que "o saber não é tudo; o importante é fazer e, para fazer, homem nenhum dispensa a colaboração e a boa vontade dos outros" A importância e a superioridade que queremos dar à nossa participação, algumas vezes no próprio âmbito da tarefa doutrinária, é precisamente reflexo do nosso personalismo, da necessidade de reafirmação e da nossa vaidade. Não seremos nós que avaliaremos os resultados dos nossos trabalhos e aquilataremos a sua importância. O Plano Maior é que terá os meios de pesar os frutos do empreendimento social ou religioso ao nosso alcance, cuja relevância muitas vezes enfatizamos na nossa maneira apaixonada de ver as coisas.

Aquele que varre diariamente o chão, como sua parcela de auxílio, e nessa incumbência coloca todo o seu amor e desprendimento, poderá estar dando muito mais do que aquele que ensina por palavras, escreve páginas brilhantes ou exerce cargos de direção. Como o personalismo tem prejudicado o avanço da Doutrina de Jesus! O que ainda vemos são as divergências típicas de colocações e de pontos de vista, de posições filosóficas e, em decorrência disso, as divisões, como se animosidades oferecessem algum resultado prático e objetivo.

No tocante à Doutrina dos Espíritos, entendemos que a mesma dispensa defensores, zeladores ou guardas-de-honra; ela é verdadeira e evidente por si mesma. No entanto, precisa, sim, dos exemplos dos seus seguidores, para que seja cada vez mais respeitada pelos que não a conhecem. Diz-nos o próprio Codificador: "Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para dominar suas más inclinações".

Esse ainda é um desafio, e se preferirem, um paradigma que pode muito bem qualificar aqueles que se dizem seus adeptos e que se colocam como seus ardorosos defensores ou líderes, mas que resvalam exatamente nas exacerbações do personalismo, esquecidos de aplicar o esforço próprio no domínio das más inclinações. Só pelos frutos do trabalho conjunto, mais irmanados e menos pretensiosos, portanto menos personalistas, é que valorizamos em conteúdo a nossa parcela de colaboração, porque primeiro precisamos nos amar para juntos nos instruir, como ensina o Espírito de Verdade. (Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo VI. O Cristo Consolador. O advento do Espírito de Verdade.)

Ney P. Peres

Espiritismo x Personalismo

ROSILDO BRITO


O último texto aqui publicado intitulado “A corrupção no movimento espírita”, terminou gerando uma considerável repercussão por parte de diversos internautas espiritistas que, em sua maioria, manifestaram sua preocupação com os rumos do movimento espírita brasileiro. Além das diversas postagens de comentários neste portal, permaneço recebendo respostas advindas de diversos confrades espíritas paraibanos e de outros estados que alegaram constatar a mesma realidade nas experiências nos agrupamentos espiritistas dos quais participam. Isso sem falar numa outra reação, esta, porém, já presumível, e manifesta de maneira subliminar, que foi o incômodo do tema junto ao seleto grupo dos espíritas puritanos, os ‘guardas-de-honra’ da codificação. Aqueles para quem não cabe ao espírita verdadeiro uma postura crítica mais severa e, menos ainda, quando dirigida aos seus pares, evitando desta maneira toda e qualquer forma de embate de ideias ou dissensão partidária. Aqueles que costumam se resvalar de uma indulgência ultrajada e não convincente. Mas enfim, sem crise, afinal de contas, somos todos falhos e devemos respeitar essas distinções, mesmo sem concordarmos, cientes de que unidade de pensamento é um equívoco a que devemos estar atentos.

Em resposta à repercussão gerada especialmente por meio dos diversos comentários aqui postados, resolvi escrever este artigo julgando ser válido um complemento acerca do pensamento manifestado por mim naquela ocasião e buscando aprofundar um pouco mais essa que julgo ser uma provocação reflexiva salutar para todos os que fazem e/ou acompanham a desafiante e polêmica tarefa humana de representação e difusão desta doutrina grandiosa e formidável que é o Espiritismo, independentemente de sua ótica ideológica. Nesse sentido, considero conveniente destacar primeiramente, a importância de sempre sabermos distinguir a diferença entre a Doutrina Espírita e o que chamamos de Movimento Espírita. Em linhas gerais, a primeira compreende os princípios e o corpo doutrinário do Espiritismo, cuja codificação devemos ao professor e mestre Hippolyte Léon Denizard Rivail. Já por Movimento Espírita, compreende-se, em síntese, o resultado da conjugação dos esforços dos adeptos do Espiritismo com o objetivo de sua propagação e consequente aplicação. Enquanto a primeira se encontra consubstanciada nas obras fundamentais do Espiritismo, sobretudo no chamado Pentateuco Kardequiano, o Movimento Espírita se expressa nas ações e posturas de todos os que, por meio dos diversos núcleos, entidades e iniciativas representativas divulgam, propagam e buscam pôr em prática os princípios doutrinários espíritas.

Assim, é importante frisar que não cabe ao Espiritismo responder por equívocos cometidos por aqueles que têm sob sua responsabilidade a condução do movimento espírita, quer no âmbito federal, estadual ou regional. E, menos ainda, pela postura daqueles que se autodenominam espíritas, mas cujos pensamentos e ações não coadunam com as práticas e vivências do verdadeiro espírita que, conforme define o próprio codificador, é aquele que se conhece pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas más tendências. Assim, logo se conclui que estão fora dessa denominação de espíritas autênticos, todo aquele que, mesmo detendo um grande conhecimento sobre o Espiritismo (refiro-me aqui especificamente aos que compõem a glamorosa elite intelectual do Movimento Espírita) e uma larga folha de serviço prestado em nome deste, sua vida, ainda sim, não serve de testemunho de aprimoramento moral e espiritual. Vê-se, assim, portanto, que o dinamismo dos mais diversos grupos humanos que compõem o denominado movimento em destaque, não representa necessariamente uma demonstração de agrupamentos de almas efetivamente espíritas, na essência da palavra. Grupo de seres reunidos e unidos pelos laços indestrutíveis e sublimes do amor e da caridade que devem ser, como sabemos, o alvo maior de todo espírita. E mais, que, mesmo sendo uma das principais e mais importantes funções estruturais visando à propagação dos princípios espiritistas entre os homens, não é a divulgação doutrinária de que se valem os representantes desse movimento que os legitima como fiéis e autênticos espíritas, por mais que assim se considerem.

Nesse sentido, se faz importante destacar nessa reflexão, um equívoco também muito comum entre os ditos representantes do Movimento Espírita em toda a parte que é a prática do proselitismo disfarçado. Refiro-me aqui ao conjunto de intenções e ações que norteiam a conduta e prática de muitos dos que compõem os agrupamentos que constituem esse movimento e cuja preocupação na verdade é sempre a de, a bem da verdade, exaltar o nome do Espiritismo primordialmente e acima de tudo, passando por cima inclusive, daquilo que deve ser sempre a maior chancela da Doutrina Espírita que é o exemplo cristão, onde, vale dizer, mais pecamos. Aqueles que, tomados por um lado, de um sentimento de fanatismo brando e, por outro, de uma postura egocêntrica, se utilizam equivocadamente da máxima de que a maior caridade à Doutrina Espírita é a sua divulgação, para fazerem dessa atividade, um canal autopromocional de si e das instituições espíritas que representam ou das quais fazem parte. Este, aliás, trata-se de um dos mais sérios, lamentáveis e agravantes traços característicos desse movimento que ai está e que tem no exercício do personalismo, a sua chaga motriz.

Como consequência disto, vemos se expandir pelos quatro cantos do Brasil, o Espiritismo personalizado, ou seja, fundamentado na importância da personalidade dos líderes e/ou representantes ilustres do movimento, os quais, por sua vez, costumam se valer, seja da autoridade ou prestígio, para dar vazão aos mais nefastos vícios humanos que são o orgulho e o egoísmo. Trata-se de algo, aliás, nenhum pouco novo nos meios espiritistas e que já havia sido observado e combatido por Alan Kardec. Ele que, no Livro dos Espíritos, no capítulo XII, ao tratar da perfeição moral, como complemento da resposta de número 917, assevera que “O egoísmo se funda na importância da personalidade”. E complementa: “[...] ora, o Espiritismo bem compreendido, repito-o, faz ver as coisas de tão alto, que o sentimento da personalidade desaparece de alguma forma perante a imensidão. Ao destruir essa importância, ou pelo menos ao fazer ver a personalidade naquilo que de fato ela é, ele combate necessariamente o egoísmo." Aliás, Kardec foi o primeiro a observar a infiltração do personalismo e as fragilidades humanas na formação dos agrupamentos espíritas, chamando a atenção para aquilo que até hoje impera nos movimentos religiosos em geral que é a supremacia dos interesses pessoais e egocêntricos, algo que tanto caracteriza as ambições eminentemente humanas. Não é por acaso que no capítulo XX de o Evangelho Segundo o Espiritismo, está registrado que: “Ditosos serão os que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro móvel, senão a caridade!”.

Encerrando essa abordagem crítico-reflexiva, fiquemos com o que nos diz o codificador, ao falar a respeito do verdadeiro espírita que para ele “[...] É reconhecido por suas qualidades, e a primeira é a abnegação da personalidade”. Ele que, ao completar esse pensamento transmitido pela espiritualidade superior parecia se antecipar ao combate de algo cada vez mais presente no Movimento Espírita na atualidade que são as ambições pessoais manifestas pelos movimentistas espíritas. Algo explicitamente registrado através dessas palavras: “É, pois, por seus atos que o reconhecemos, mais que pelas palavras. O verdadeiro espírita não é movido pela ambição, nem pelo amor-próprio. (Revue Spirite de 1861, p. 363).

PERSONALISMO por Romeu Leonilo Wagner

Quanto mais impessoal a obra de um homem, mais ela se aproximará da luz da Verdade; quanto mais pessoal, mais restrita, limitada e sujeita a equívocos. (Do Livro “O Espírito de Chico Xavier, por Carlos A. Baccelli).

      O culto ao personalismo existe de forma abundante no seio da Humanidade.  As pessoas gostam de “aparecer” e fazem de tudo para que isso aconteça. É o orgulho e a vaidade, agindo na alma das pessoas, que ainda não entenderam que esses dois defeitos do ser humano, são provas de inferioridade espiritual.

      O certo mesmo é seguirmos em frente, fazendo todo o bem possível, sem ficar preocupado em “aparecer” para o Mundo. Como disse Chico Xavier no início dessa mensagem, “quanto mais impessoal a obra, mais ela se aprovima da luz da Verdade”. O culto à personalidade é prejudicial a nossa própria evolução aqui na Terra.

      Muito pior é o personalismo no seio das religiões. Hoje em dia tem proprietário de igreja protestante oferecendo até a ressurreição de pessoas que já morreram. Alguns preocupam-se em construir templos gigantescos e suntuosos, exigindo grande sacrifício dos seus seguidores, para efetivarem suas ansias de personalismo. Graças a Deus esse tipo de coisa não chegou no meio do Espiritismo, embora haja alguns irmãos que parecem verdadeiras “estrelas”, sempre aparecendo na mídia televisiva pelo Brasil a fora, o que demonstra vaidade.

      Sobre esse personalismo de caráter religioso, nos fala Carlos A. Baccelli, no Livro “O Espírito de Chico Xavier”:

      O personalismo de caráter religioso é um dos entraves mais sérios à evolução do espírito. O Espiritismo não prega sectarismo de qualquer espécie. Não nos esqueçamos das palavras que o Senhor dirigiu aos apóstolos, quando se havia estabelecido discussão acerca de quem, dentre eles, no Reino dos Céus se sentaria à sua direita e à sua esquerda: “Sabeis que os príncipes das nações dominam os seus vassalos e que os maiores exercitam sobre eles o seu poder. Não será assim entre vós; mas aquele que quiser ser o maior, esse seja o vosso servidor...” (Site de Marcos Andrade: www.guia.heu.nom.br). (Romeu Wagner, Belém, Pará).

Personalismo - Guia HEU

http://www.guia.heu.nom.br/personalismo.htm

A tarefa que encetamos na Doutrina pertence ao Senhor e, para executá-la com a devida fidelidade, carecemos de colocar de lado o personalismo e não tomarmos o caminho da polêmica inútil.

[ 70 - página 12 ] - Chico Xavier

O personalismo é o nosso maior adversário, em todas as nossas aspirações de natureza espiritual. O excessivo apego a nós mesmos, aos nossos pontos de vista, nos subtrai o discernimento e não nos permite enxergar a Verdade fora de nós.

[ 70 - página 16 ] - Chico Xavier

Para o espírito excessivamente personalista, o exercício da mediunidade é um exercício de esquecimento de si. Pelo menos, segundo creio, é este o propósito da Lei.

[ 70 - página 46 ] - Chico Xavier

O verdadeiro espírita não procura promover-se às custas da Doutrina.

[ 70 -página 49 ] - Chico Xavier

____O personalismo de caráter religioso é um dos entraves mais sérios à evolução do espírito, O Espiritismo não prega sectarismo de qualquer espécie. Não nos esqueçamos das palavras que o Senhor dirigiu aos apóstolos, quando se havia estabelecido discussão acerca de quem, dentre eles, no Reino dos Céus se sentaria à sua direita e à sua esquerda:

“Sabeis que os príncipes das nações dominam os seus vassalos e que os maiores exercitam sobre eles o seu poder. Não será assim entre vós; mas aquele que quiser ser o maior, esse seja o vosso servidor ...”
[ 70 - página 62 ] - Chico Xavier

A mediunidade, quando aflora, faz aflorar com ela o personalismo de muita gente.

[ 70 - página 76 ] - Chico Xavier

Aos homens, tudo sempre servirá de pretexto à polêmica, principalmente a nós, os espíritas, que nos habituamos a considerar o nosso ponto de vista como a única expressão da verdade.

[ 70 - página 104 ] - Chico Xavier

____Espíritos desencarnados intelectualizados fomentam discussões entre os espíritas, com o propósito de impedir o avanço da Doutrina, provocando cisões no Movimento e uma certa animosidade entre os companheiros esquecidos de que o seu melhor contributo à divulgação dos princípios que abraçamos é o do exemplo.

[ 70 -página 61 ] - Chico Xavier

____Resistam, meus irmãos,

resistam ao desânimo,
à descrença,
ao assédio contumaz da tentação,
às sugestões do personalismo deprimente,
às ideias pessimistas com que as trevas intentam envolvê-los, em relação ao cumprimento do dever espiritual na rotina em que a luta diária se transforma.
____Os nossos desafetos desencarnados concentram esforços sobre os pontos frágeis de nossa personalidade. For este motivo, precisamos nos fortalecer justamente onde conseguimos detectar a nossa fragilidade.

[ 70 - página 105 ] - Chico Xavier

Quanto mais impessoal a obra de um homem, mais ela se aproximará da luz da Verdade; quanto mais pessoal, mais restrita, limitada e sujeita a equívocos.

[ 70 - página 115 ] - Chico Xavier

____Quem me conhece sabe que eu jamais haveria de me posicionar contra um companheiro de Doutrina ou de me insurgir, publicamente, contra qualquer órgão representativo do nosso Movimento. Não que eu não tenha, como qualquer pessoa que sou, opinião formada sobre este ou aquele assunto de caráter doutrinário, mas muito cedo aprendi que sempre que a minha palavra for motivo de dissensão ou de discórdia entre os irmãos de ideal, é melhor que eu me cale.

[ 70 - página 115 ] - Chico Xavier

Somos todos iguais, mas não cópias uns dos outros. Por este motivo, não é de se estranhar que, às vezes, sobre o mesmo assunto, tenhamos opiniões diferentes.

[ 70 - página 115 ] - Chico Xavier

____Quem sabe valorizar o ponto de vista do outro enriquece o seu conhecimento das coisas, porque, em tudo, sempre haverá um ângulo que nos escapa à apreciação; e, não raro, o ângulo que nos escapa à apreciação das coisas pode ser aquele que nos falta para que tenhamos uma visão menos distorcida da realidade.

[ 70 - página 117 ] - Chico Xavier

Os espíritas não se colocam uns contra os outros, no interesse da Doutrina, mas, sim, dos interesses que lhes são próprios; se fosse pela Doutrina, eles sempre haveriam de procurar o caminho do entendimento.

[ 70 -página 144 ] - Chico Xavier

A quem se preocupe com unanimidade de opiniões a respeito de seu trabalho, eis o único conselho possível de se dar: mantenha-se de braços cruzados.

[ 70 - página 145 ] - Chico Xavier

Quando o personalismo nos afasta do ideal by C. E. Caridade e Fé

Os aprendizes do Evangelho de Jesus são convidados ao despertamento do pensamento crítico quando o Mestre nos convida a desafiar a nós mesmos sendo pessoas diferentes daquilo que o meio social vivencia. Indaga Jesus de modo provocativo, conforme narra Mateus em seu capítulo 5, versículo 44: “porque se não amais senão aqueles que vos amam, que recompensa com isso tereis? Os publicanos não fazem também”?

Assim sendo, somos convidados a ter um ponto de vista, baseado no ideal filosófico de profundo impacto moral que nos leva mesmo a adotar postura de seres pacíficos, disciplinados e benevolentes. Contudo, um ponto de vista quando baseado em ideias materialistas, imediatistas e que pressupõe personalismo, algo há de equívoco e pode ser muito prejudicial em nossa vida. Sobre isso assevera-nos Joanna de Ângelis[1] que: “Dominador, o ego mascara-se no personalismo, em que se refugiam as heranças grosseiras, que levam o indivíduo à prepotência, à dominação dos outros, em face da dificuldade de fazê-lo em relação a si mesmo, isto é, libertar-se da situação deplorável em que se encontra”.

Emmanuel[2] comenta que: “Reportando­-se aos espíritos transviados da luz, asseverou Paulo que têm a garganta semelhante a sepulcro aberto e, nessa imagem, podemos emoldurar muitos companheiros, quando se afastam da Estrada Real do Evangelho para os trilhos escabrosos do personalismo delinquente”.  É que, para o benfeitor espiritual, o movimento espírita concentra considerável número de profitentes que ainda não bem compreenderam as lições do Evangelho de Jesus e encaram a missão da Doutrina Espírita de ser O Consolador Prometido por Jesus, como instrumento de poder, qual fosse um partido político. De tal postura surgem as dissensões, isolacionismos e contendas desnecessárias se tivéssemos a compreensão de que o nome que deve aparecer de modo destacado é o de Jesus.

Quantas Casas Espíritas não surgiram após discussões infrutíferas oriundas de disputas de poder onde questionava-se quem sabia ou podia mais? Quantas reuniões, quantos trabalhos, quantas atividades deixaram de ser realizadas por divergências que poderiam ser solucionadas com terapêuticas doses de tolerância, indulgência e perdão? Quantos pontos de vistas poderiam ter se tornado visão, se se respaldassem no Evangelho de Jesus explicado pelos benfeitores espirituais. E mesmo depois de quase 160 anos de Doutrina Espírita, de inúmeras mensagens mediúnicas amplamente difundidas, como as de Bezerra de Menezes que nos compara a varas, informando-nos que sozinhas somos frágeis, mas unidas seríamos inquebrantáveis, e ainda assim, continuamos assistindo disputas de quem sabe mais, faz mais, qual obra é maior e que “quem manda aqui sou eu”.

Relata algo desgosto Emmanuel[3] referindo-se aos que buscam demandam nos serviços do Senhor: “Apenas disputam louvor e destaque no terreno das considerações passageiras. Analisando as letras sagradas, não atraem recursos necessários à própria iluminação e, sim, os meios de se evidenciarem no personalismo inferior. Combatem os semelhantes que lhes não adotam a cartilha particular, atiram-­se contra os serviços que lhes não guardam o controle direto, não colaboram senão do vértice para a base, não enxergam vantagens senão nas tarefas de que eles mesmos se incumbem […]. Contendem acerca de todas as particularidades da edificação evangélica e, quando surgem perspectivas de acordo construtivo, criam novos motivos de perturbação”.

Contudo, já conseguimos identificar que estamos incorrendo neste erro e a própria literatura espírita, já dispõem de significativas reflexões para que, de modo particular, mas também em grupo, possamos abrir espaço para vivência do “trabalho, solidariedade e tolerância”, que nos pede Allan Kardec.

Por fim, cito André Luiz[4], numa frase que talvez pudesse dar título a este artigo, mas que, seguramente serve como lema espírita aos trabalhadores da última hora, quando, com muita propriedade, o benfeitor pontua dizendo que: “O personalismo estreito ensombra o serviço”.

[1] FRANCO, Divaldo Pereira. Em busca da verdade. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador: Leal, 2009. Cap. 01.

[2] XAVIER, Francisco C. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, 1952. Cap. 51.

[3] XAVIER, Francisco C. Pão Nosso. Pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, 1950. Cap. 98.

[4] VIEIRA, Waldo. Conduta Espírita. Pelo Espírito André Luiz. 32. ed. 6. Imp. Brasília, DF: FEB, 2015. Cap. 15.

Personalismo Espírita por Dr. Inácio Ferreira

Infelizmente, o personalismo espírita, e mediúnico, vem se tornando, cada vez mais, uma realidade dentro da Doutrina, com dirigentes, oradores e médiuns procurando os ilusórios holofotes da fama.


Tal personalismo, porém, estende-se, ainda, aos espíritos, que, assistindo determinados médiuns, transmitem, por seu intermédio, as mais esdrúxulas orientações, fazendo com que o Espiritismo, a pouco e pouco, se afaste de sua prática mais simples.

Os adeptos do Espiritismo, em geral, necessitam deixar de achar que o espírito, pelo fato de estar desencarnado, comunicando-se por esse ou aquele médium, detém autoridade para propor inovações de ordem doutrinária, chegando, por exemplo, a efetuar reformas nas tarefas de um Centro que o descaracterizam completamente.

Passados não mais que 14 anos dos exemplos que Chico Xavier nos legou, muitos adeptos da Doutrina, instigados pela vaidade, carentes de assumirem posição de uma suposta liderança, estão extrapolando, ao proporem, por exemplo, inovações em seu campo mediúnico, chegando a “incorporar” práticas de outros seguimentos espiritualistas, não comprometidos com o Cristo, em sua proposta de renovação íntima para o espírito humano.

Assim é que, de algum tempo a esta parte, temos visto companheiros combaterem, inclusive, as atividades assistenciais mantidas pelos Centros Espíritas, chegando ao cúmulo de, quase ditatorialmente, abolirem a confecção da sopa que é distribuída com os mais carentes.

Todas essas ações – é bom que se diga – derivam da praga do elitismo, contra o qual, sistematicamente, temos alertado os companheiros fieis à Causa.

Necessário se torna que os confrades verdadeiramente idealistas não recuem, defendendo a Doutrina desses “modismos” com que as trevas pretendem transformar os Centros Espíritas em templos de práticas esotéricas, reeditando, no Brasil, o que foi feito ao Espiritismo em França, logo após a desencarnação do Codificador.
Se Allan Kardec reencarnou no Brasil, segundo Chico Xavier, aquele que se apropriou de seu espólio, usurpando-o de Amélie Boudet, Pierre-Gatën Leymarie, também estava reencarnado em terras brasileiras. Todos nós sabemos que, Leymarie, após a desencarnação de Kardec, arvorando-se em líder da Terceira Revelação, vendeu-se à Teosofia, sendo, ainda de acordo com as palavras de Chico, “o coveiro do Espiritismo na França”.

Portanto, infelizmente, a aplicação da Doutrina que o médium e apóstolo Chico Xavier procurou nos ensinar durante 75 anos, jaz quase completamente esquecida, por ser, por parte de alguns seguidores do Espiritismo, considerada simplória demais, ou evangélica demais.

Tudo começou com o advento dos Congressos pagos, nos quais um orador, dependendo de sua expressão, por imposição da venda de suas obras “doutrinárias” no ato da inscrição, chega a faturar, por uma única participação sua, de 20.000 a 30.000 mil reais!…

O “dai de graça o que de graça recebestes”, lamentavelmente, tornou-se obsoleto para a grande maioria, que, através dos veículos de comunicação, já começa a rivalizar com os pastores evangélicos nas campanhas por obtenção de dinheiro.

Tempos difíceis, não há dúvida. Não obstante, os fiéis seguidores da Doutrina são chamados a perseverar, recordando as palavras que, em referência ao final dos tempos, o Senhor pronunciou em advertência: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos…” Tais iniquidades não se circunscrevem apenas à maldade humana, através da violência e da guerra, da injustiça e da corrupção, mas também àquelas que, sutilmente, são praticadas em nome da fé.

Se não vigiarmos as nossas Casas Espíritas, dentro de muito pouco tempo, não haveremos de encontrar um único exemplar de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” sobre a sua mesa de reuniões, porque tal dirigente ou médium passou a considerar o Cristo coisa do passado.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 26 de setembro de 2016.

Fonte: http://inacioferreira-baccelli.zip.net/arch2016-09-01_2016-09-30.html

ESPIRITISMO E PERSONALISMO

ESPIRITISMO E PERSONALISMO

Um dos mais graves e difíceis problemas de qualquer grande coletividade é o personalismo. Ele perturba a tranquilidade de que necessitam os que continuam trabalhando pelo fortalecimento do ideal que os congrega, dissemina o descontentamento, espalha a dissensão, promove desentendimentos, lança a discórdia, estabelece prevenções, enfim, realiza obra verdadeiramente diabólica, muito mais destruidora do que a ação maléfica dos adversários declarados e ostensivos.
Fora de dúvida, o Espiritismo, principalmente pela natureza extremamente liberal da sua Doutrina, está muito sujeito às consequências ruinosas do personalismo. Os espíritas que se conservam fiéis aos princípios doutrinários, que se esforçam por seguir as determinações evangélicas, podem, e o vêm fazendo, neutralizar em grande parte os efeitos dissolventes do personalismo. É preciso, contudo, que haja permanente vigilância, porque o movimento espírita, por sua alta e nobre finalidade, não deve sofrer alternativas decorrentes da incompreensão daqueles que são brilhantes na exteriorização de seus talentos, mas pouco eficientes no que diz respeito à exemplificação dos ensinamentos contidos nas obras codificadas por Allan Kardec.
O legítimo espírita se define pelos atos e atitudes em sua vida pessoal. Na horas aflitivas, em que a tolerância e a fraternidade devem surgir de mãos dadas, ele procede com serenidade e desejo conciliador. Não busca jamais criar embaraços ao trabalho dos companheiros, e se, porventura, algo se fizer passível de crítica ou censura, há maneiras adequadas para a análise profunda, o exame imparcial e a conclusão necessária ao esclarecimento justo. Dentro do Espiritismo não deve haver lugar para o culto personalista, porque este envolve o egoísmo, a vaidade, o orgulho, o despeito e a revolta. Um espírita, na verdadeira acepção do termo, deve ser despido desses atributos negativos ou, se os tem, realizar até ao sacrifício os maiores esforços para dominá-los. Quando há humildade, há Espiritismo cristão. Quando há personalismo, não há Espiritismo, porque o antagonismo entre os dois é evidente e irremediável.
Muitas vezes, os mais perigosos entraves ao progresso do Espiritismo são causados, não pelos inimigos conhecidos da Terceira Revelação, mas por pessoas que, havendo ingressado no movimento, trouxeram consigo preconceitos e erros velhos, dos quais não souberam desvencilhar-se ainda, porque, embora suponham o contrário, não conseguiram assimilar as lições da Doutrina e do Evangelho segundo o Espiritismo. Mantêm-se na superfície, convencidos de haverem já penetrado o âmago de tão profundos ensinamentos. Em tais condições, em lugar de ajudarem o Espiritismo a superar os obstáculos naturais, criam-lhe outros obstáculos, mais difíceis, por se encontrarem camuflados pela condição de amigos e adeptos da Terceira Revelação. E eles não se apercebem do mal que fazem ao movimento, perturbando a unificação, realizando a dissociação através de divergências que o personalismo acoroçoa e desenvolve e acumpliciando-se inconscientemente com os inimigos do Espiritismo.
Tudo isto, porém, fora previsto por Allan Kardec em “Obras Póstumas”. Quer dizer que, nestas condições, os que têm noção real das responsabilidades assumidas pelo espírita consciente de seus deveres, estão prevenidos e juntos na defesa dos princípios básicos da Doutrina, formando uma barreira à obra destrutiva do personalismo. Mas, enquanto tal acontece, perde-se precioso tempo, que poderia ser utilizado para a ampliação cada vez maior do Espiritismo. O espírita não ataca, não trai, não intriga, não se revolta, não mente, não calunia, não falseia os preceitos da Doutrina nem se mostra indiferente aos postulados evangélicos. A criatura humana está neste dilema: ou é espírita ou não é espírita. Se o é, cumpre a Doutrina e o Evangelho; se age de maneira diversa, evidentemente não é espírita. Demais, é perfeitamente natural que sobrevenham tantos empecilhos, porque nem mesmo Jesus pôde subtrair-se às perfídias e à traição.

Boanerges da Rocha (Indalício Mendes)
Reformador (FEB) Abril 1959

sábado, 7 de setembro de 2019

A Mulher e a Vaidade

A Mulher e a Vaidade

Fiquei admirada com o grande número de mulheres que são vítimas de erro médico na lipo aspiração e outras cirurgias plásticas. O que está acontecendo?

Por conta da vaidade, as mulheres estão ficando mais ansiosas e descuidadas? Deixando na mão de médicos irresponsáveis a sua vida?

Algumas mulheres são lindas e, mesmo assim, arriscam sua vida para fazer cirurgia plástica. Caem nas mãos da medicina picareta, desavergonhada desses pseudos profissionais.

Estou falando de "pseudos profissionais" e , não da verdadeira Medicina, alicerçada no cumprimento do juramento de Hipócrates, na ética e capacitação profissional.


Será que os homens são mesmo fixados em mulheres SILICONE ? Nas bundas cheias de silicone, nos peitos redondos de silicone.No rosto sem expressão do botóx. Como será que está "por dentro" o organismo dessas mulheres? Algumas mulheres entram e saem dos centros cirúrgicos como se estivessem entrando e saindo de shoppings.

Por que algumas mulheres estão "emburrecendo"? Pensando apenas na beleza da forma e , se esquecendo do PRIMORDIAL: A AUTO-ESTIMA VERDADEIRA, A AUTO-ACEITAÇÃO E A BELEZA ENERGÉTICA.

O que faz uma mulher sexy ou bonita é um conjunto de coisas e, não necessariamente, a beleza física. Já vi mulheres belas entrando em meu consultório e completamente sem auto-estima, depressivas e SOLITÁRIAS. Não havia conteúdo, a aura completamente apagada. Como se fossem zumbis preocupados apenas em malhar, fazer lipo. Elas engordam e tornam a fazer lipo. Depois, injetam não sei o quê no bum bum e ,depois, isso e mais aquilo.

Acho que a vaidade é uma condição essencial da mulher. A preocupação com a forma e a beleza é questão de saúde também.

Uma operação de redução de estômago em uma mulher obesa pode salvar sua vida e até curá-la do diabetes.

Uma cirurgia de abdomem pode corrigir a musculatura da mulher depois de várias cesarianas.

Uma cirurgia bem feita no pescoço e no rosto pode melhorar a auto-estima de uma senhora ,mas somente a cirurgia não devolve a vontade de viver de ninguém!

Uma lipoaspiração realizada por um cirurgião plástico gabaritado pode devolver a beleza natural de uma mulher madura.

Tratamento , malhação, ginástica é também qualidade de vida mais saudável.

No entanto, vejo que essas mulheres continuam fazendo cirurgia, levantando peitos, tirando e pondo......como se o coitado do seu corpo fosse um laboratório incansável de beleza e juventude.

E agora, tirando algumas costelas para ter cintura de pilão. Ah, deveriam fazer cirurgia no cérebro também. Como podem arriscar a saúde dessa maneira?

O nosso metabolismo é dinâmico. Não é estático. Mudanças hormonais, o próprio estress e a alimentação mudam a constituição física de qualquer um em poucos dias.

Já teve gripe ou alguma virose? O que acontece? Em poucos dias, seu rosto perde o viço, a ânimo cai, o cabelo perde o brilho.

O nosso organismo é apenas uma máquina que sustenta o espírito. Ele reflete apenas o que está na alma.

A sensualidade e a verdadeira beleza estão na alma e a mulher se torna atrativa por sua questão energética, pela sua educação, pelas qualidades morais.

Todos vamos envelhecer.

Algumas senhoras ostentam pele de seda junto com um pescoço "de galinha".

Outras tem o rosto tão esticado que parece que vai estourar.

Algumas são lindas, mas quando abrem a boca não sabem conversar. Falta alguma coisa.

Vaidade pela vaidade!

Tive uma cliente belíssima. Fez redução de estômago por uma questão de saúde. O corpo ficou escultural. O rosto belíssimo. Cintura de pilão. Bumbum arrebitado.

O tempo passou , fez lipo e colocou silicone. Voltou insatisfeita ao meu consultório Quatro meses depois da cirurgia achou que "havia engordado".Estava insegura e temerosa. Questionou a possibilidade de arrebitar mais o bumbum. Uma mulher extremamente infeliz e sem auto-estima. Não fazia sucesso com os homens. Queria um namorado e o máximo que conseguia era homens ficantes.

Qualquer cirurgia oferece riscos, desde uma extração dentária à colocação de prótese de silicone.

Muitas já morreram na mesa de cirurgia ou dias depois.

Outras ficaram com cicatrizes para o resto da vida ostentando a mácula deixada por picaretas que se dizem MÉDICOS.

Então, que fale o bom senso e que, pelo menos, procurem um profissional capacitado e fundamentado na ética.

E pensem que ,antes de tudo ,é preciso "silicone na alma".

A beleza só aparece com uma condição energética convidativa e luz própria.

Senão, nós mulheres, seremos apenas manequins perfeitos mas sem nenhum conteúdo.

Uma nova compulsão surgindo: beleza e beleza.

Medo da morte.

Medo das rugas.

Medo da solidão.

Quando você quiser fazer uma cirurgia plástica, reflita sobre o verdadeiro motivo da cirurgia. Procura da perfeição? Não existe ser humano perfeito. Insegurança? Depressão? Faça uma sincera avaliação da sua verdadeira essência.

Muitas clínicas de cirurgia plástica oferecem acompanhamento psicológico.

Pesquise bastante e encontre um profissional sério.

O resultado estético poderá ser maravilhoso, mas se a sua mente não estiver sadia pouco usufruirá da sua nova aparência.

Lembre-se: você, muher, é corpo, mente e espírito.

A harmonia funciona com o equilíbrio de todas as áreas.
Sandra Cecília

Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/pedagogia-espirita/a-mulher-e-a-vaidade/?PHPSESSID=689inhhfphqd3cto9ed0k0bqg5#ixzz5ytpcMzys

Em nome da vaidade

Na antiga china os príncipes se casavam com meninas entre 12 e 13 anos.

As jovens esposas eram praticamente crianças e seus ovários ainda não estavam amadurecidos para gerar filhos.

Por essa razão, sacerdotes que praticavam acupuntura introduziam uma agulha de ouro no pavilhão da orelha para amadurecer as gônadas.

O fato de as pequenas princesas aparecerem em píblico com aquele adereço na orelha despertou a vaidade das demais mulheres, que passaram a imitá-las, e o brinco virou moda.

Vale ressaltar que, no início, a agulha era colocada por sacerdotes que conheciam os efeitos provocados por aquele objeto de metal no organismo das jovens esposas.

Com o passar do tempo o uso de brincos foi se popularizando e hoje é usado de forma indiscriminada e nas mais variadas regiões do corpo.

No entanto, esses objetos cruzam certas zonas de força e podem provocar distírbios orgânicos dos mais variados.

A perfuração com metais pode interromper ou acelerar o fluxo energético em determinadas regiões do corpo e provocar enfermidades graves.

Por vezes, a pessoa coloca um ou vários brincos e passa a sentir sintomas que antes não sentia, sem se dar conta de que isso é resultado do uso, em região inadequada, desse objeto perfurante.

Em nome da vaidade muita gente faz uso de produtos que ainda não foram bem testados pelos especialistas, e dos quais se desconhece os efeitos colaterais que podem provocar.

É o caso do uso desmedido do silicone, apenas por vaidade, que pode causar danosà saíde da mulher que faz esses implantes sem nenhum critério.

Há ainda os produtos químicos de variada ordem, que são usados para combater as marcas esculpidas no rosto, pela idade.

É importante pensar a respeito dessas questões para saber se vale a pena estar na moda, mas doente.

Estar esteticamente belo, mas oferecendo variados riscosà saíde.

Exceto os casos em que há uma necessidade terapêutica ou uma correção estética pertinente, correr riscos dessa natureza é, no mínimo, falta de bom senso.

Ademais, se você já decidiu colocar brincos, piercing ou outro adereço qualquer, isso é um direito seu.

Mas pense na possibilidade de consultar um especialista no assunto, um acupunturista que saiba o ponto que não lhe trará riscosà saíde.

Afinal de contas, se você julga importante estar em dia com a moda, considere que mais importante ainda, é estar em dia com a saíde, com a vida, enfim.

Você sabia?

Que foi um monge chinês que criou a moda da argola de ouro no lóbulo da orelha?

É que certa feita os piratas salvaram do naufrágio vários monges e um deles, que cultivava a sabedoria da acupuntura, percebendo que um dos piratas tinha um problema de visão, colocou-lhe uma argola de ouro no lóbulo para curá-lo da enfermidade.

Ao longo do tempo, outros piratas gostaram da idéia e a copiaram para si mesmos.

E criou-se a moda da argola na orelha.

Por conhecer as origens desses modismos, é que vale a pena refletir até que ponto os enfeites trazem benefícios ou nos prejudicam a saíde.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em palestra proferida por Raul Teixeira, em Natal-RN, no dia 31/05/03.