Estudando o Espiritismo

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domingo, 30 de agosto de 2015

Estudo da Psicografia de Juvanir Borges de Souza, ex-presidente da FEB, associado à mensagem Atitude de Amor de Bezerra de Menezes, por Cícero Pereira.

Estudo da Psicografia de Juvanir Borges de Souza, ex-presidente da FEB, associado à mensagem Atitude de Amor de Bezerra de Menezes, por Cícero Pereira.

As duas mensagens podem ser encontradas nos links:

http://cursodeevangelho.blogspot.com.br/2015/06/a-impressionante-psicografia-de-juvanir.html

http://www.editoradufaux.com.br/news/humanizar/2.pdf

Os textos da psicografia de Juvanir estarão em vermelho, os da mensagem de Bezerra em azul.

O benfeitor inicia a mensagem comentando a sua condição de possuidor de extenso conhecimento doutrinário e mesmo assim constata os “descaminhos” percorridos como dirigente espírita.

“Estar do lado de cá é menos surpreendente do que se pressupõe. Mas, ao mesmo tempo é assustador quando se constata quanto descaminho se percorreu, mesmo estando preparado, avisado, alertado a todo momento, tendo à disposição uma extensa planilha de ação correta, mormente quando se é privilegiado pelo conhecimento da realidade espírita. ”  (Juvanir)

Bezerra de Menezes, falando do período de maioridade das ideias espíritas, alerta sobre a nossa atávica tendência, como religiosos reencarnados, de repetição de padrões comportamentais, no caso o velho discurso divorciado da prática.

“Esse novo tempo dever, igualmente, conduzir a efeitos salutares a nossa coletividade espírita, criando entre nós, seus adeptos, o período da atitude. O velho discurso sem prática dever ser substituído por efetiva renovação pela educação moral. É a etapa da fraternidade na qual a ética do amor será eleita como meta essencial, e a educação como o passo seguro na direção de nossas finalidades. ” (Bezerra)

O Juvanir continua sua mensagem com a metáfora da contramão do movimento espírita que se afastou da "gentilidade" (do povo), aproximando de "Jerusalém", com o apego institucional e repetição de velhos erros religiosos.

"Há perigoso e crescente desvio no movimento espírita, e diria, sem receio de errar, que estamos indo de Damasco para Jerusalém, voltando da Rua Direita para as frias colunas das sinagogas, devolvendo aos novos sacerdotes as "cartas de punição", de repúdio, de imperiosa obstaculação à manifestação dos espíritos, na religião dos espíritos! Hoje vejo como fomos infantis, (como fomos imprudentes na jactância!), e as escamas que Ananias havia tirado dos olhos do apóstolo estão sendo recolocadas, para uma cegueira e escuridão imensas, em nome da vaidade e da permanência de sentimentos "estruturais" herdados de nosso passado clerical, vaticanizado!" (Juvanir)

Bezerra, da mesma forma que Juvanir, também fala sobre os desvios de um movimento excessivamente fechado no institucionalismo e dos novos desafios de abertura, clamor dos tempos novos:

"Esses desvios perpetrados lembram os primeiros momentos do Evangelho sobre a Terra, quando teve circunscrito seu raio de ação ao Judaísmo dominante. Tal realidade levou o Mais Alto a chamar o espírito corajoso e nobre de Paulo e Tarso na ingente missão de servir para além dos muros institucionais da capital do religiosismo, e tornar universal a mensagem do Sábio Pastor. 

Conclamamos novos apóstolos para a "gentilidade" nesse momento delicado de nossa seara, porque o orgulho humano reeditou, em larga amplitude, os ambientes estéreis à propagação dos ensinos do Senhor." (Bezerra)

Juvanir prossegue agora comentando sobre a sua própria condição, sobre como chegou ao mundo espiritual, confirmando mais uma vez o alerta que vem sendo dado pela revelação mediúnica sobre a nossa condição de espíritos enfermos, internados na carne em regime de resgate expiatório, muitas vezes vindo com proposta reeducativa dos velhos atavismos religiosos do menor esforço, do ritualismo, do vício em notoriedade e do cultivo de tradições entre outros. Comenta que não está sozinho no nosocômio, mas acompanhado de muitos dirigentes...

"Desde minha passagem estou numa região de reparação, de recomposição, destilando gota a gota, um sentimento de decepção pelas oportunidades desperdiçadas. E vejo nesse extenso nosocômio em que me encontro, milhares de figuras que admirei e segui, e surpreendentemente, aqui estão, há décadas, na busca de saídas para a sua própria redenção." (Juvanir)

Juvanir faz uma referência aos anos de 1977-8, quando em publicação da revista Reformador, com a intenção de proteger uma pureza doutrinária, se estabeleceu estacas delimitadoras que funcionaram como estímulo para a separação:

"Sem cerimônia e limites, estabelecia-se ali, de modo impiedoso, a cisão, a discriminação, a separação de irmãos a quem devíamos, obrigatoriamente, estender os braços e acolher, mitigando-lhes a ignorância e informando-lhes (pelo menos) da realidade espiritual. Criamos nossa "cruzada", esquecendo a verdadeira lição da conquista pelo amor, pela tolerância, pela compreensão.

Abraçamos a doutrina, criando um verdadeiro exército de proteção, e viramos as costas aos irmãos. O alvo principal? Os terreiros de umbanda, de camdomblé, os rituais africanos, de mediunidade primária, os adeptos do esoterismo, de crenças orientais, os místicos, os que, -por não conhecerem os fundamentos da vida espiritual e da relação verdadeira do intercâmbio entre os encarnados e não- se utilizavam do epíteto de "espíritas ou espiritualistas" em suas atividades. Exatamente os que deveriam ser esclarecidos, orientados, pela proximidade, semelhança, e por possuírem algumas informações sobre a vida espiritual e contato com o invisível. Exatamente os que em análise primeira são nossos irmãos mais próximos." (Juvanir)

Juvanir ainda comenta:

"Fugimos do trilho! Perdemos o fio da meada! Caímos na cilada da vaidade, da arrogância, da presunção de superioridade, da falsa concepção de que "deveríamos proteger a Doutrina". Abandonamos à ignorância os humildes, os analfabetos, os sofredores, os obsidiados, as vítimas das trevas da superstição que deveríamos orientar, conduzir, esclarecer, libertar." (Juvanir)

Bezerra de Menezes, na sua mensagem fala do nosso maior inimigo, o orgulho e também propõe o resgate da fraternidade legítima, do diálogo franco e transparente e da abertura para as diferenças e os diferentes.

"Nosso maior inimigo, de fato, é o orgulho em suas expressões inferiores de arrogância, inflexibilidade, perfeccionismo, autoritarismo, intolerância, preconceito e vaidade, seus frutos infelizes que, sem dúvida, insuflam a institucionalização perniciosa e incentivam o dogmatismo e a fé cega, adubando a hierarquização e o sectarismo." (Bezerra)

"Meditemos na inolvidável pergunta do Mestre: Que galardão teremos em amar somente os que nos
amam?
A diversidade é uma realidade irremovível da Seara e seria utopia e inexperiência trata-la como joio. Imprescindível propalar a ideia do ecumenismo afetivo entre os seareiros, para que cultura da
alteridade seja disseminada e praticada no respeito incondicional a todos os segmentos..." (Bezerra)

Juvanir faz uma reflexão a respeito de nossas práticas, nas casas espíritas, de como estamos acolhendo quem chega em busca de ajuda. As regras rígidas, os horários, o estatuto a disciplina enfim, amamos mais a tarefa e a doutrina do que as pessoas que chegam...

"Qualquer um que queira resolver uma dificuldade, de indagação interior, de problemas momentâneos, de compreensão da vida, - e que procure uma casa espírita- precisa primeiro se submeter a cursos, intermináveis, exposições doutrinárias, entupir-se de leituras impostas, e aí foge o espiritismo do caminho de espiritualizar primeiro, evangelizar depois. É como se alguém, ao precisar de um analgésico para uma dor de cabeça. tenha que fazer antes um curso de medicina!" (Juvanir)

Bezerra também aponta para a necessidade de renovação das práticas, com o foco no acolhimento, no desafio de amar e servir em um primeiro momento, para propor a educação e o autoconhecimento quando a pessoa já estiver algo renovada. Ele propõe uma melhoria nas condições dos centros espíritas:

"...Não só o conhecimento e o trabalho, mas a absorção das verdades no campo individual consentidas em colóquios íntimos e permanentes, que reproduzem os momentos de Jesus com seu colégio apostólico. Por isso, temos que promover as Casas, de posto de socorro e alívio a núcleo de renovação social e humana, através do incentivo ao desenvolvimento de valores éticos e nobres capazes de gerar a transformação. 

Para isso só há um caminho: a educação." (Bezerra)

Juvanir faz crítica a um espiritismo sem espíritos, resultado de proibições e engessamento que a prática mediúnica sofreu no século 20, tendo como consequência o fechamento dos grupos à manifestação dos espíritos. Juvanir como Bezerra, defendem também a necessidade de as casas espíritas saírem do isolamento e interagirem socialmente, com outras casas espíritas e com os movimentos sociais.

"A consciência universal que deve nortear o encaminhamento do que quer ser espírita e recebe esse maravilhoso legado o obriga a semear em todos os terrenos, a sabedoria desse insubstituível e impostergável intercâmbio. Assim o espiritismo precisa penetrar como óleo balsâmico em todos os poros do tecido social." (Juvanir)

"...Dessa forma, estaremos retirando a Casa da feição de uma "ilha paradisíaca de espiritualidade", projetando-a ao meio social e adestrando seus partícipes a superarem sua condição sem estabelecer uma realidade fictícia e onerosa, insufladora de conflitos e de medidas impositivas, longe das reais possibilidades de transformação que a criatura pode e precisa efetivar em si mesma.

Interagindo com o meio em permuta incessante de valores e experiências, o centro espírita sai da condição de um reduto isolado no cumprimento de sua missão e passa a delinear a formação de uma rede de intercâmbios, fenômeno esse que vem abarcando a humanidade inteira sob a designação de globalização." (Bezerra)

Vemos desta forma uma feliz coincidência de ideias entre estas duas mensagens. Ambas apontam para a necessidade da humildade, do evangelho sentido e vivido, da mente aberta para o aprendizado, dos recomeços e da fraternidade legítima entre os irmãos em Cristo. Jesus falou que os seus discípulos seriam conhecidos por muito se amarem e o Espírito Verdade também nos propôs: Amai-vos, este o primeiro mandamento.

Duas mensagens que nos fazem pensar sobre as nossas práticas, nossas posturas e nos servem de alerta para aproveitamento da gloriosa oportunidade de servir, adiantando espiritualmente em uma única existência,  mais do que o fizemos em centenas de anos e de encarnações. Mas como lembra Juvanir e Jesus: A quem muito foi dado...





Atitude de Amor




http://www.adejau.com.br/estudos/pdf/atitudedeamor.pdf

Atitudes de Amor - Livro de Saara Nousiainen

http://bvespirita.com/Atitudes%20de%20Amor%20(Saara%20Nousiainen).pdf

OFICINAS DE APERFEIÇOAMENTO DE DIRIGENTES E TAREFEIROS

Ver melhor aqui:

http://joaoramalho.org.br/files/Cursos/OFICINAS/APOSTILA%20OFICINA%202%20-%20ATITUDES%20DE%20AMOR%2008-03-09.pdf

Grupo de Fraternidade Espírita
João Ramalho
OFICINAS
DE
APERFEIÇOAMENTO
DE
DIRIGENTES E TAREFEIROS
OFICINA 2: ATITUDES DE AMOR
Aprendendo a Escutar o Próximo (A arte de escutar)
Sumário:
 Atitude de Amor (trechos da conferencia de Dr. Bezerra de Menezes) Pág. 01
 Prece de Francisco de Assis Pág. 02
 ATITUDE DE AMOR – (Aprendendo a “escutar” o próximo) – A Arte de Escutar Pág. 03
 Escutar Empaticamente Pág. 04
 Escutar compreensivamente Pág. 04
 O que fazer para “escutar compreensivamente” Pág. 05
 Desenvolvendo uma “escuta emocional” Pág. 05
 Arte e Técnicas de fazer perguntas Pág. 06
 Postura do comunicador eficiente Pág. 07
 O “Rapport” Pág. 08
 A palavra “mas” Pág. 09
 Diagnostique antes de prescrever Pág. 10
 Respostas autobiográficas Pág. 11
 Exercício de “escuta ativa”
Coordenação: Eugenivaldo Silva Fort
São Bernardo do Campo, março de 2009.
ATITUDE DE AMOR
A CONFERÊNCIA DE BEZERRA DE MENEZES
(alguns trechos, os destaques em negrito são nossos)
A PALAVRA DE BEZERRA: ATITUDE PRIMORDIAL
(... “Para que não nos chafurdemos em análises míopes, torna-se prioritário definir nossa grande
meta em auxílio aos que mourejam na coletividade doutrinária, para maximizarem seus esforços
nas direções mais nobres e úteis aos deveres dessa nova etapa de maioridade espiritual”...)
(... “A meta primordial é aprendermos a amarmos-nos uns aos outros, para que tudo o que for
criado em nome da causa espírita reflita a essência do Espiritismo em nossas movimentações”...)
(... “Nossa meta essencial é o amor, a atitude que reflete Deus em nós”...)
(... “Meditemos na inolvidável pergunta do Mestre: Que galardão teremos em amar somente os
que nos amam? ”...)
A PALAVRA DE BEZERRA: DIRETRIZ INSUPERÁVEL
(... “A renovação de atitudes na edificação de uma nova mentalidade solicita uma inevitável mudança
cultural em nossos ambientes doutrinários”...)
(... ”Essa diretriz conduzirá os homens a uma maior possibilidade de diálogo e intercâmbio,
fazendo-os perceber a inconveniência do isolamento em muros de pseudo-sabedoria ou nas
masmorras do autoritarismo institucional, ditando normas e idéias em nome de uma verdade
exclusivista...”)
(... ”Daí a importância de incentivarmos os dirigentes ao contato sadio com a dinâmica operacional
dos centros espíritas e dos diversos segmentos da Seara, estabelecendo contatos, atualizando
conceitos, tirando dúvidas, agendando encontros, criando ensejos ecumênicos para servirem de
exemplos aos menos afeiçoados ao hábito da complacência com a diversidade do entendimento....”)
(... A melhor instituição será a que mais expandir as condições para o amor...”)
(... O melhor homem será o que mais apresentar tenacidade em amar...”)
(... A melhor Casa será a que mais implementar o regime de amor em grupo, imprimindo a seus
deveres um caráter educacional...”)
A PALAVRA DE BEZERRA: A SOLUÇÃO
(... “Qual a solução”?...”)
(... Mencionamos a meta prioritária, conhecemos a diretriz insuperável, mas todos sentimos um vácuo
no coração quando pensamos nesse ideário maior confrontado com a realidade moral de nosso
Transcrito do Opúsculo contendo a palestra de Bezerra de Menezes e debate com Eurípides Barsanulfo sobre o período de
maioridade do Espiritismo, ditado pelos Espíritos Cícero Pereira e Ermance Dufaux ao médium Wanderley Soares de Oliveira e
publicado pela Sociedade Espírita Ermance Dufaux – Editora Dufaux.
Sociedade Espírita Ermance Dufaux – Editora Dufaux – Rua Professor Baroni, 200/501 – Bairro Gutierrez – Belo Horizonte – MG –
Brasil – CEP 30.440-140 – Tel. (31) 3275-3953
Site: www.ermance.com.br – e.mail editora@ermance.com.br
movimento bendito. O que fazer já sabemos. A indagação que agora toma-nos a mente é: como
fazer?...”)
Oficinas de Aperfeiçoamento de Dirigentes e Tarefeiros do GFE João Ramalho - Oficina 2: ATITUDES DE AMOR Aprendendo a Escutar o
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(... A melhor campanha para a instauração de um novo tempo na Seara passa pela
necessidade de melhoria das condições do centro espírita, que é a célula operadora do
objetivo do Espiritismo. Lá sim se concretizam não só o conhecimento e o trabalho, mas a
absorção das verdades no campo individual consentidas em colóquios íntimos e permanentes, que
reproduzem os momentos de Jesus com seu colégio apostólico...”)
(... “Por isso, temos que promover as Casas, de posto de socorro e alívio a núcleo de
renovação social e humana, através do incentivo ao desenvolvimento de valores éticos e
nobres capazes de gerar a transformação...”)
(... “Para isso só há um caminho: a educação...”)
(... “O núcleo espiritista deve sair do patamar de templo de crenças e assumir sua feição de
escola capacitadora de virtudes e formação do homem de bem, independentemente de fazer ou
não com que seus transeuntes se tornem espíritas e assumam designação religiosa formal...”)
(... “Elaboremos um programa educacional centrado em valores humanos para dirigentes,
trabalhadores, médiuns, pais, mães, jovens, velhos, e o apliquemos consentaneamente com as
bases da Doutrina...”)
(... “Saber viver e conviver serão as metas primaciais desse programa no desenvolvimento de
habilidades e competências do espírito...”)
(... “O que faremos para aprender a arte de amar? Como aprender a aprender? Como
desenvolver afeto em grupo? Como “devolver visão a cegos, curar coxos e estropiados, limpar
leprosos, expulsar demônios”?...”)
PRECE DE FRANCISCO DE ASSIS
(destaque em negrito é nosso)
Senhor,
Fazei de mim um instrumento da Vossa Paz;
Onde haja ódio, consenti que eu semeie Amor;
Perdão onde haja injúria;
Fé onde haja dúvida;
Verdade onde haja mentira;
Esperança onde haja desespero;
Luz onde haja trevas;
União onde haja discórdia;
Alegria onde haja tristeza.
Oh! Divino Mestre!
Permiti que eu não procure tanto ser consolado quanto consolar,
Compreendido quanto compreender,
Amado quanto amar;
Porque é dando que recebemos;
Perdoando é que somos perdoados;
E morrendo é que nascemos para a Vida Eterna.
PROCURE SER COMPREENDIDO PELA PERSPECTIVA DO OUTRO
A chave para ser compreendido está, primeiramente, em compreender as necessidades,
preocupações e prioridades da outra pessoa. Isso pode soar paradoxal, mas se você
incorporar as prioridades do ouvinte às suas próprias mensagens, você perceberá que sua
probabilidade de obter os resultados desejados será maior.
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ATITUDE DE AMOR - Aprendendo a Escutar o Próximo
(A arte de escutar)
Será que em nossos ambientes familiares ouvimos os nossos filhos, nosso cônjuge? E no
ambiente de trabalho ouvimos de forma adequada os nossos pares, subordinados e
superiores?
De todos os sentidos, o mais importante para a aprendizagem da boa convivência, do bom
relacionamento e do trabalhar em equipe é a audição. Entretanto, é preciso “ouvir”,
“escutando” o que estão a nos dizer.
A diferença entre ouvir e escutar
Será que existe uma diferença entre ouvir e escutar? Se sim, quais são elas?
Escutar transcende o ato de ouvir. Escutar atentamente é muito mais do que assimilar o que
é dito por palavras, é também “escutar” o que as atitudes, os gestos ou mesmo o que o
silêncio do nosso interlocutor estão a nos dizer. Desta forma, teremos mais abertura para o
diálogo e nos habilitaremos para dar retorno adequado às informações recebidas.
Observamos que a maioria das pessoas não percebe a diferença entre ouvir e escutar, em
função da sutileza que essas atitudes apresentam. Ouvir é diferente de escutar, da mesma
forma que enxergar é diferente de ver. Há pessoas que ouvem, mas não escutam, assim
como há aquelas que enxergam, mas não vêem.
Nos bons dicionários da língua portuguesa vamos encontrar uma base conceitual que nos
ajuda a entender a diferença entre “OUVIR” e “ESCUTAR”:
O termo “OUVIR” é definido como: “perceber (som, palavra) pelo sentido da audição”. Essa
definição nos remete ao sentido da audição, ao próprio ouvido. É evidente que
encontraremos, nessas preciosas fontes, outras definições para “OUVIR”, tais como: levar
em conta, considerar, tomar conhecimento, escutar o discurso, as razões, os conselhos.
Entendemos que essas definições indicam mais a função de escutar, conforme observamos
abaixo.
Já o termo “ESCUTAR” tem o seguinte significado: prestar atenção para ouvir; estar
consciente do que está ouvindo; ficar atento para dar a atenção; esforçar-se para ouvir com
clareza.
Concluímos, em função dessas definições, que existe muita diferença entre “OUVIR” E
“ESCUTAR”, conforme segue:
 Ouvir é mais superficial do que escutar;
 Quem escuta, ouve; entretanto, quem ouve nem sempre escuta;
 Escutar mobiliza-nos para algo mais profundo. Exige-nos “ouvidos apurados”;
 “Escutando” conviveremos melhor com as diferenças e com os diferentes, de forma
respeitosa e produtiva;
 “Escutando” melhoraremos a qualidade dos processos, projetos, procedimentos, serviços
e produtos com os quais estamos envolvidos;
 “Escutando” promoveremos maior integração entre pessoas e áreas de atuação,
elevando a motivação, e, por conseqüência, acentuando o comprometimento de todos
com o sucesso dos empreendimentos em curso;
 “Escutando” o que nos estão a dizer constataremos que de uma simples conversa podem
nascer idéias inovadoras, soluções criativas, projetos originais e empreendimentos de
sucesso, promovendo progresso e felicidade a todos os envolvidos.
Por essas razões, concluímos que “escutar” o que nos estão dizendo é uma competência
básica e indispensável para desenvolver outras capacidades e habilidades correlacionadas à
convivência excelente.
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ESCUTAR EMPATICAMENTE
A “ESCUTA COMPREENSIVA”
Sentimos-nos bem quando encontramos uma pessoa que se disponha a escutar cada
palavra do que estamos dizendo. Se nos sentimos bem quando nos escutam, porque não
nos colocamos à disposição para escutar o outro, proporcionando-lhe o mesmo bem-estar?
Conforme constatamos, o primeiro e mais importante passo para o sucesso pessoal e
profissional é saber escutar. Porém, refinando nossa capacidade de ouvir, precisamos
escutar ativa, afetuosa e atenciosamente, no sentido de estabelecer com o nosso interlocutor
Escutar empaticamente é refletir o que a outra pessoa sente e fala utilizando suas próprias
palavras. NÃO é ouvir com o intuito de aconselhar, recomendar, responder retrucar,
resolver, consertar, mudar, julgar, concordar, discordar, questionar, analisar ou interpretar.
Quando lhe peço para me ouvir e você começa a me dar conselhos, você não está
fazendo o que lhe pedi.
Quando lhe peço para me ouvir e você começa a explicar por que eu não devo me sentir
assim, você está pisando nos meus sentimentos.
Quando lhe peço para ouvir e você sente que precisa fazer algo para resolver meu
problema, você está me deixando na mão, por mais estranho que isso pareça.
Ouça! Tudo que lhe peço é que me escute: não fale ou faça nada – apenas me ouça.
Dr. Ralph Roughton
um alto nível de empatia e assertividade, visando compreender, ao máximo possível, o cerne
do que está sendo dialogado, demonstrando-lhe atenção plena e disposição para
compreender o que está sendo comunicado.
Assim sendo, afirmamos que escutar compreensivamente é atinar sobre o que o nosso
interlocutor quer expressar; é buscar entender plenamente a mensagem que ele transmite; é
esforçar-se para assimilar o que é dito por palavras, atitudes, gestos, ou mesmo pelo seu
silêncio; é perceber a essência do que está sendo comunicado; é estabelecer um nível de
excelência aos diálogos, às trocas de experiências e idéias.
Aquele que “escuta compreensivamente” ouve o que seu interlocutor está
comunicando, e não o que:
 Gostaria de ouvi-lo dizer;
 Imagina que ele quer falar;
 Ele não está dizendo;
 Já pensava a respeito daquilo que ele está falando;
 Seja objeto de concordância ou discordância entre eles;
 Está pensando para dizer a ele logo em seguida à sua fala;
 Tenha a ver consigo mesmo, que o emocione, agrade, moleste ou magoe.
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 Confirme ou rejeite o seu próprio pensamento.
 Possa se adaptar ao seu impulso de amor, raiva, ou ódio que já sente por ele.
 Possa fazer sentido para as suas próprias idéias e pontos de vista, que no momento
estejam influenciando-o ou tocando-o mais diretamente.
O QUE FAZER PARA “ESCUTAR COMPREENSIVAMENTE”?
Para darmos um retorno adequado aos nossos interlocutores, checando se o que estamos
captando de suas falas é correto, é necessário compreender (*) de uma forma dinâmica o
que se está comunicando.
Precisamos “educar” nosso ouvido, visando o desenvolvimento de uma “escuta emocional”,
para que antes de tomarmos qualquer decisão, analisarmos ou criticarmos uma situação,
fato ou acontecimento, emitir uma opinião ou mesmo fazer um julgamento, possamos nos
apropriar das informações, dados e fatos que nos favoreçam a empatia e à assertividade.
(*) Compreender: alcançar com inteligência; atinar com, perceber; entender. Perceber ou alcançar as intenções. Perceber
ou alcançar as intenções ou o sentido de. – Novo Dicionário Aurélio.
DESENVOLVENDO UMA “ESCUTA EMOCIONAL”
Precisamos ampliar nosso “repertório de emoções” adequadas à escuta e à compreensão
dos nossos interlocutores; isto diz respeito ao treinamento, ao desenvolvimento e ao
aperfeiçoamento da nossa inteligência emocional. Utilizando-nos da “compreensão dinâmica”
entenderemos que cada interlocutor possui seu próprio “mapa de mundo”, ou seja, a forma
como entende, interpreta e se orienta na sua vida pessoal e profissional; compreenderemos
que cada um tem um ritmo peculiar; que cada indivíduo possui suas próprias experiências
pessoais e profissionais, e que por essa razão, age, interage e reage de forma particular às
situações que se apresentam.
Precisamos, urgentemente, nos capacitar emocionalmente para lidarmos, de forma
empática e assertiva, com:
 Os queixumes e lamentações dos nossos interlocutores, sem impor-lhes comentários
a respeito das nossas próprias dificuldades, como se quiséssemos demonstrar que só o
que estamos narrando é digno de atenção e respeito.
 Os aborrecimentos que caracterizam os diálogos tensos, as conversas complexas
e as situações conflitantes. Ouvindo com serenidade tudo que está sendo comunicado,
reconhecendo que esses acontecimentos sempre nos proporcionarão a oportunidade de
crescimento, amadurecimento e evolução espiritual, mental e emocional. Receba essas
ocorrências sem posicionamentos movidos por paixões desequilibradas, de forma
reflexiva, sensata, ponderada e imparcial;
 As criticas que nossos interlocutores nos fazem. Reconhecendo que somos passíveis
de erros, que somos humanos, e que estamos em constante processo evolutivo. Dessa
forma, evitaremos a irritação que sempre se manifesta nessa hora; não nos sentiremos
ofendidos, e não nos veremos na contingência de nos defendermos, conforme quase
sempre fazemos, chegando mesmo, em certas ocasiões, a agredir verbalmente nosso
interlocutor.
Desenvolvendo a “escuta emocional”:
 Nos habilitaremos para uma convivência proveitosa e evolutiva, nas oportunidades em
que estivermos envolvidos nessas situações constrangedoras e difíceis;
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 Nos tornaremos ouvintes mais sensíveis, melhorando muito os nossos diálogos e as
nossas conversas com os nossos entes queridos, nossos amigos, colaboradores, clientes
e fornecedores.
Por tudo isso, afirmamos, vale à pena desenvolver a “escuta emocional”. Para que isso
aconteça, apresentamos, a seguir, algumas recomendações:
 Esteja motivado para ouvir, reconhecendo que ouvindo melhor seus interlocutores você
obterá melhores resultados nas suas entrevistas, reuniões a dois e/ou coletivas;
 Fique atento, inclusive, à comunicação não verbal do seu interlocutor. Observe se o
que está sendo dito por ele é congruente, compatível e concernente com o que as
“expressões corporais” sugerem;
 Não interrompa o seu interlocutor quando ele estiver falando. Esta recomendação
parece básica e óbvia, entretanto, na maioria das vezes agimos dessa forma,
interrompendo o fluxo natural da informação, comprometendo a qualidade da
comunicação.
Importante: mesmo que você imagine e/ou julgue que seu interlocutor esteja faltando com a
verdade, esforce-se para ficar calado até que ele conclua a sua fala. A seguir, procure darlhe
um “feedback” direto e completo, confirmando se seu entendimento a respeito do que foi
comunicado é correto. Só depois dessas ações cautelosas você deve manifestar sua opinião
a respeito do que foi comunicado. Esta postura é muito difícil de ser adotada e mantida.
Porém, você nunca se arrependerá de ter agido desta forma nessas situações tão
constrangedoras.
 Faça perguntas ao seu interlocutor. Desta forma, você obterá informações mais
detalhadas a respeito do que ele está buscando transmitir, garantindo assim a
qualidade da comunicação.
A seguir, apresentamos estratégias de comunicação que revelam a
“Arte e as técnicas de fazer perguntas”:
A maior parte da comunicação verbal consiste em fazer perguntas. Perguntar é basicamente
esclarecer e/ou investigar algo de uma determinada situação. Uma pergunta deve reunir três
condições básicas:
SER CLARA: Perguntas claras conduzem a respostas claras, e perguntas ambíguas ou
de dúbia interpretação, bem como perguntas com excesso de vocabulário e de palavras
desnecessárias conduzem a respostas confusas.
SER OBJETIVA: Ao formular uma pergunta, devemos perguntar primeiramente:
 O que estou buscando com esta pergunta?
 Que farei com a informação que vou receber?
SER ESTIMULANTE: A pergunta deve ajudar a abrir novas perspectivas, desenvolver
novas idéias, buscar oportunidades, explorar novos pensamentos, enfim, a pergunta deve
“transcender”.
PERGUNTAS FECHADAS:
São feitas quando se busca uma resposta específica sobre algo.
Normalmente, limitam as respostas, focando a discussão para um ponto único, específico.
Geralmente são respondidas com um “sim” ou “não”.
Exemplos:
 Você visitou fulano ontem?
 Você vai participar do evento do dia 15 – quinta-feira?
 A que horas começa a reunião?
Oficinas de Aperfeiçoamento de Dirigentes e Tarefeiros do GFE João Ramalho - Oficina 2: ATITUDES DE AMOR Aprendendo a Escutar o
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As perguntas fechadas têm como finalidade:
 Obter uma informação específica sobre um ponto específico;
 Dar a uma pessoa uma clara idéia do que nós queremos saber dela;
 Ajudar a eliminar dúvida quanto ao tipo de resposta que está sendo solicitada;
 Dirigir a discussão para um problema específico.
PERGUNTAS ABERTAS
São aquelas que permitem uma amplitude de respostas, encorajando as pessoas a se
estenderem em suas explicações, abrindo espaço para que se expressem
descontraidamente.
São usadas quando queremos uma opinião ou uma explicação a respeito de eventos,
procedimentos, ou as razões de uma determinada decisão.
Exemplos de perguntas abertas:
 Que conclusões você tirou deste episódio?
 Em sua opinião, o que mais precisa ser realizado para que a reunião “corra bem”?
 Você poderia me esclarecer melhor sobre a atual posição do departamento de eventos,
para podermos pensar em possíveis alternativas?
As principais finalidades do emprego de perguntas abertas são:
 Dar maior controle e liberdade de conversação à pessoa a qual se pergunta;
 Obter informações sem criar defesas nem barreiras;
 Permitir que o interlocutor expresse livremente seu ponto de vista;
 Deixar espaço para a conversa ramificar (e possivelmente revelar fatos ou causas não
expressas ou desconhecidas);
 Ajudar a descobrir o que a outra pessoa vê como importante na situação;
 Obter informações adicionais.
POSTURA DO COMUNICADOR EFICIENTE
1 - O comunicador eficiente deixa o outro ser o que é.
O bom comunicador respeita o “mapa de mundo” do outro. Percebe o outro como digno de
confiança ou consistentemente confiável, e permite que ele se expresse livremente.
Entretanto, cada um deve manter sua própria identidade.
2 - O comunicador eficiente sabe estabelecer “Rapport”.
As pessoas respondem melhor quando estão em “rapport”. O “rapport” cria empatia,
estabelece sintonia, um clima de confiança e harmonia entre os comunicadores.
3 - O comunicador eficiente sabe que aquilo que as pessoas dizem durante a
comunicação não são mentiras, nem verdades.
É apenas aquilo que está consciente em suas mentes, ou aquilo que elas pensam ser
verdade.
4 - O comunicador eficiente não faz pressuposições a respeito do significado ou do
estado interno do outro.
O bom comunicador não interpreta o comportamento do outro, evitando, desta forma, colocar
o seu mapa de mundo no mapa do outro.
5 - O comunicador eficiente, ao prestar ajuda, aceita o aspecto da experiência do outro
tal como é comunicada.
Isso implica em ajudar o outro a obter o resultado que ele deseja, e não aquilo que o
comunicador acha ideal.
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6 - O comunicador eficiente sabe que não deve demolir os argumentos do outro para
conseguir a mudança.
Mostrar novos caminhos ou outros aspectos da experiência é a estratégia mais eficiente.
7 - Na comunicação bem estruturada, cada comunicador permite que o outro mude
sem pressões.
O “RAPPORT”
“Rapport” é uma palavra de origem francesa, que significa “concordância”, “afinidade”,
“analogia”. É usada no mesmo sentido que “empatia” e “sintonia”.
Como criamos sintonia com alguém? Uma resposta prática seria a de descrevermos aquilo
que observamos quando duas pessoas estão em sintonia ou empatia: elas falam num
mesmo tom de voz, seus gestos se completam e uma adota a postura corporal da outra. É
como uma dança na qual um parceiro reage aos movimentos do outro, espelhando-os.
Esses comportamentos são chamados simétricos. Quanto maior a empatia, maior será a
simetria. As crianças, por exemplo, espelham naturalmente os adultos.
O processo para se criar sintonia é o espelhamento. Espelhar consiste em reproduzir a
linguagem corporal e características vocais do outro. Deve-se, no entanto, evitar a imitação,
que é grosseira e ofensiva. Geralmente, espelhamos os comportamentos dos quais o
interlocutor não tem consciência, como por exemplo: o modo de respirar, piscar dos olhos,
cruzamento das pernas, etc.
Existem macrotipos de espelhamento em nossa vida social: vestir-se apropriadamente para
certas ocasiões, modo de se comportar semelhante em certos cerimoniais, etc.
O espelhamento permite estabelecermos sintonia com qualquer pessoa, e manter um
relacionamento harmônico e de confiança. Dá-se a impressão de que pensamos do mesmo
modo que o interlocutor.
FORMAS DE ESPELHAMENTO
1 - Espelhamento verbal
Uso de palavras pertencentes ao mesmo canal sensorial que o outro está usando: se a
pessoa está tendo acesso visual numa experiência, e isso fica explícito nos predicativos que
usa, usamos palavras pertencentes ao canal visual. Não precisam ser, necessariamente, as
mesmas palavras.
2 - Espelhamento não-verbal. Podemos usar dois tipos de espelhamento não verbal:
a) DIRETO:
Espelha-se a respiração, o piscar dos olhos, as posturas, a expressão facial, e os elementos
orais não verbais da fala (usar a mesma tonalidade, velocidade, volume e timbre de voz do
interlocutor).
b) CRUZADO:
Espelha-se um comportamento mudando o canal sensorial. Exemplo: espelhamos a
respiração de um asmático ou cardíaco elevando ou baixando o dedo indicador conforme o
outro respira; piscando na mesma velocidade com que o outro fala; falando na mesma
velocidade com que o outro respira.
Além dos tipos descritos, devemos também espelhar o estado de espírito ou de humor do
interlocutor. É extremamente desagradável, e demonstra uma tremenda falta de
sensibilidade, pessoas que, vendo a outra desanimada dizem: “Larga disso! A vida é bela!
Vamos lá, levanta a cabeça e parta pra vida”. Essa atitude só irrita a outra pessoa. Em
primeiro lugar, devemos espelhar o estado de espírito do outro e, depois, progressivamente,
na medida em que o outro nos acompanha, mudamos nosso comportamento para expressar
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um outro estado de espírito. Para exercitar o hábito de espelhar, observe o que acontece
quando não há espelhamento: num grupo de pessoas, reconhecemos aqueles que estão
fora de sintonia, porque eles ficam de fora da conversa.
A maneira mais sutil de quebrar um espelhamento é usar palavras de outro canal, ou olhar
para um outro lugar, enquanto o interlocutor fala. Finalizar a conversa é “sair da dança”. Para
sair da dança, tínhamos que estar dançando.
Quando o comportamento do outro é muito notório e característico, não devemos espelhar,
pois isso se transformaria numa imitação. Podemos usar, então, o espelhamento cruzado.
Quando estamos em sintonia com alguém, podemos até discordar do outro, sem que se
quebre o “RAPPORT”.
O impacto do espelhamento se dá no subconsciente da pessoa. Quando estamos
preparados para usar essas técnicas de maneira consciente, podemos criar empatia com
quem quer que seja. Não precisamos, no entanto, gostar da outra pessoa para criar
relacionamento de empatia. É uma decisão que depende apenas de nós.
Se o significado de uma comunicação é o resultado que ela obtém, a empatia é a
capacidade de provocar reações positivas.
Três frases que facilitam o “Rapport”:
Eu entendo;
Eu respeito;
Eu aprecio.
Frases que demonstram a intenção de “busca” de entendimento,
um “real” respeito pelo interlocutor e uma “autêntica”
apreciação do seu ponto-de-vista:
Recomendações de Stephen R. Covey – do Livro: Os 7 Hábitos de Pessoas Altamente Eficazes
Se eu estou entendendo, você sente que...
Então, do seu ponto de vista...
Você parece...
Você deve ter se sentido...
O que você diz soa...
O que acho que estou ouvindo é...
Não tenho certeza se estou entendendo, mas...
Seu sentimento agora é...
A palavra “MAS”
Todas as vezes que falamos, escrevemos ou opinamos sobre algo utilizando a palavra
“MAS”, o valor de tudo o que foi dito antes pelo interlocutor é negado, anulado ou tem seu
valor diminuído.
Exemplos:
O que você falou é bom, “MAS”...
O trabalho está interessante, “MAS”...
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Concordo com você, “MAS”...
Realmente melhorou, “MAS”...
Você tem razão, “MAS”...
O mesmo acontece com a utilização de outras palavras que têm a mesma conotação do
“MAS”, por exemplo: porém, contudo, todavia, não obstante, no entanto, embora, apesar
de, etc...
O bom comunicador usa palavras que agregam valor ao que foi dito pelo interlocutor;
comunica o que ele quer a partir do que foi dito, preservando os sentimentos positivos
gerados pela fala do interlocutor.
Exemplos:
 Eu entendo o que você está dizendo, “E” gostaria de acrescentar que...
 Eu aprecio o que você está falando, “E” também acho que...
 Eu concordo, “E” vejo ainda outra coisa...
 Eu respeito seu ponto de vista, “E” existem outros aspectos que quero acrescentar...
 Eu entendo o que você diz, “E” penso que é verdade também que...
 Eu aprecio o que você está ponderando, “E” acrescento...
 Eu respeito o que está sendo argumentado, “E” sugiro que...
Outras palavras equivalentes a “E”: aliás, igualmente, tanto que, assim como, em adição,
tão, etc...
A palavra “MAS” pode ser usada com o mesmo objetivo de estabelecer uma perfeita sintonia
com o interlocutor, invertendo a sua posição na frase. Exemplos:
Ele poderia ter feito melhor este relatório, “MAS” de um modo geral, ele é muito bom no que
faz.
Aqui houve uma falha, “MAS”, fora isso, que podemos resolver, o trabalho está muito bom.
DIAGNOSTIQUE ANTES DE PRESCREVER
Recomendações de Stephen R. Covey – do Livro: Os 7 Hábitos de Pessoas Altamente Eficazes
A maioria das pessoas não dedica tempo e esforços necessários para diagnosticar,
adequadamente, os sintomas antes de prescrever soluções. Elas presumem entender a
situação do outro e oferecem seus conselhos imediatamente.
1- Descreva uma ocasião na qual lhe tenham dado uma resposta, sem antes ouvi-lo.
2 – Como você se sentiu?
3 - Quando geralmente falha ao ouvir os outros?
4 – O que lhe impede de ouvir eficazmente?
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RESPOSTAS AUTOBIOGRÁFICAS
Recomendações de Stephen R. Covey – do Livro: Os 7 Hábitos de Pessoas Altamente Eficazes
Um dos maiores obstáculos à comunicação interpessoal é nossa tendência a
responder autobiograficamente, ou seja, tendo com base nossas próprias
referencias. Nós aconselhamos, investigamos, interpretamos e avaliamos as
mensagens dos outros com base em nossas próprias experiências e motivos.
ACONSELHAR Dar conselhos e sugerir soluções para os
problemas.
INVESTIGAR Fazer perguntas com base em nossas próprias
referências e considerações.
INTERPRETAR Explicar o comportamento e os motivos dos outros
com base em nossa própria experiência. Tentar
interpretar as pessoas.
AVALIAR Julgar, concordando ou discordando.
1 – Escreva frases que ilustrem quando as pessoas estão ouvindo com base
em suas próprias experiências, necessidades, paradigmas ou autobiografia.
2 - Qual a conseqüência de se utilizar respostas autobiográficas inadequadas?
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Exercícios de comunicação: Escuta ativa
C O M U N I C A Ç Ã O
PARA SER UM BOM COMUNICADOR, É NECESSÁRIO SER UM BOM
OUVINTE.
O mecanismo de ouvir é simples, mas, psicologicamente é complexo. Uma pessoa fala
geralmente a uma velocidade de 125 palavras por minuto, mas pode ouvir por volta de 500
palavras. Ouvir o que se está a escutar exige autodisciplina e um rigoroso controle para
refrear a nossa tendência de falar.
Um ouvinte com experiência pode aprender duas vezes mais depressa do que uma
pessoa que não sabe ouvir.
Atitudes essenciais daqueles que ouvem com atenção:
1 - Querem ouvir o que os outros têm a dizer;
2 - Realmente querem ser úteis na solução do problema;
3 - Aceitam as emoções dos outros;
4 - Confiam na habilidade das pessoas de resolverem seus próprios problemas;
5 - Compreendem que as emoções são transitórias.
O esforço real de ouvir constitui uma atitude adulta;
indica a seu interlocutor que você se preocupa com ele e com sua situação; significa está
sendo feito um esforço para compreender seu ponto de vista; significa que não “pré-
julgamos”.
Técnicas da Escuta Ativa
As técnicas da escuta ativa ajudam a demonstrar aos interlocutores que eles foram ouvidos e
compreendidos.
As técnicas básicas da escuta ativa são:
 Reações não verbais de escuta
 Paráfrases
 Refletir sobre as implicações
 Solicitar contribuições
 Refletir sobre os sentimentos subjacentes
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TÉCNICAS DA ESCUTA ATIVA
 Reações não verbais de escuta
Utilize-as em conjunto com as demais técnicas. Evite usá-las se não estiver realmente
prestando atenção no que o interlocutor está dizendo.
Exemplos Vantagens Sugestões de utilização
 Olhar nos olhos do
interlocutor;
 Acenar com a cabeça,
demonstrando aprovação;
 Inclinar-se na direção do
interlocutor.
 Comunica uma
mensagem e a aceitação
da pessoa;
 Demonstra compreensão
e interesse.
 Seja sincero;
 Seja coerente;
 Resista às distrações
externas.
Exercício: Faça a seguinte pergunta:
Qual é a importância de “saber ouvir” para um bom desempenho das tarefas da
“Casa Espírita?
 Paráfrases
Use-as regularmente para evitar a necessidade de esclarecer mais tarde os pontos que
não foram compreendidos.
Exemplos Vantagens Sugestões de utilização
 "Eu entendi que...”.
 “Você está querendo dizer
que...?”
 Demonstra que você está
ouvindo atentamente a
mensagem;
 Ouça atentamente;
 Faça paráfrases com
freqüência;
 "Em resumo..."  Esclarece a "verdadeira"
mensagem do
interlocutor;
 Ajuda a entender a
mensagem.
 É possível interromper
para fazê-la.
Exercício: Faça a seguinte pergunta:
Como que o “saber ouvir” pode colaborar no tratamento espiritual desenvolvido na
“Casa Espírita”?
 Refletir sobre as implicações
Quando você reflete sobre as implicações de uma mensagem, está indo além da mera
compreensão das palavras. Você está raciocinando antecipadamente, demonstrando que
tem pensamento e visão sistêmica.
Exemplos Vantagens Sugestões de utilização
 "Isso significa que..."
 "Você está dizendo que...?”
 “Será que ajudaria se...”.
 Comunica um interesse
"autêntico" pela
mensagem;
 Demonstra a
compreensão da
mensagem ou assunto.
 Permite que o
comunicador
permaneça no controle
do diálogo;
 Evita a intenção de
convencer/ persuadir.
Exercício: Faça a seguinte pergunta:
Você considera o “saber ouvir” um ato de caridade? Se sim, explique por quê?
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 Solicitar contribuições
Essa técnica permite demonstrar interesse e acompanhamento das boas idéias, e
encoraja o interlocutor a continuar explicando seus pontos-de-vista, idéias, sugestões,
etc.
Exemplos Vantagens Sugestões de utilização
 "O que aconteceu
depois...”
 “Você poderia dar um
exemplo...?”
 “Fale-me mais sobre
isso...”
 Comunica a vontade de
ouvir mais sobre o
assunto;
 Concede tempo ao
comunicador e ao seu
interlocutor para
compreender melhor a
mensagem;
 Promove receptividade.
 Não deve ser a única
técnica utilizada;
 Deve seguir a
paráfrase e a reflexão;
 Evitar expor em
demasia o interlocutor.
Exercício: Faça a seguinte pergunta:
O que fazer para desenvolver, aumentar, ampliar a nossa habilidade de ouvir
(escutar)?
 Refletir sobre os sentimentos subjacentes
Refletir sobre os sentimentos subjacentes é uma técnica especialmente eficaz quando o
conteúdo da mensagem é emocional. Ela demonstra que o comunicador é um ouvinte sensível,
capaz de se colocar no lugar da outra pessoa.

Exemplos Vantagens Sugestões de utilização
 “Eu ficaria feliz se
tivesse acontecido
comigo...”
 “Como você se sentiu?”
 “Imagino que você tenha
ficado motivado”.
 “Você deve ter ficado
satisfeito!”
 Comunica a
compreensão
"autêntica" da
mensagem e de suas
implicações;
 Ajuda o receptor a
sentir empatia pelo
emissor.
 Evita que se diga ao
interlocutor como ele
"deveria” se sentir;
 Evita pressionar em
busca de informações;
 Evita avaliar a pessoa
que está falando.
Exercício: Faça a seguinte pergunta:
Você já passou pela experiência de não ser ouvido?Se sim, e se você quiser
comentar, como foi?
Benefícios da escuta ativa nos processos de comunicação
 Permite que os interlocutores se expressem, concedendo o que eles precisam: “um ouvido”;
 Permite que os interlocutores se sintam valorizados, compreendidos e aceitos;
 Desenvolve a competência; aumenta a habilidade do comunicador para identificar problemas
e encontrar soluções; melhora o raciocínio e a capacidade de julgamento;
 Permite que os interlocutores sejam responsáveis pelo resultado da comunicação;
 Evita a armadilha do "É, mas...”;
 Permite que os interlocutores pensem sozinhos, desenvolvendo a independência;
 Poupa tempo para todos os envolvidos na comunicação;
 Elimina conversas agressivas ou negativas ao utilizar a paráfrase;
 Resulta em melhores relacionamentos entre os interlocutores.
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Resumo do livro "Atitude de amor"


RESUMO DO LIVRO “ATITUDE DE AMOR” (Cícero Pereira, Psicografado por  Wanderlei Soares de Oliveira)

PRIMEIRA PARTE - PALESTRA DE BEZERRA DE MENEZES, psicografia de Wanderlei Soares de Oliveira)

- Realizada  na cidade de Goiânia em outubro de 1999, na primeira noite após o Congresso Espírita Brasileiro, em comemoração ao Cinquentenário do Acordo de Unificação, “O Pacto Áureo”, na qual participaram 5 mil trabalhadores, comprometidos com os destinos do espiritismo

1 - A MAIORIDADE

- A despeito das conquistas, encontramo-nos na infância de nosso movimento

- Os primeiros 70 anos do espiritismo constituíram o período da consagração das origens e das bases em que se assentam a doutrina. Essa primeira etapa consagrou o espiritismo como ideário do bem, atraindo a simpatia e superando o preconceito

- O segundo período de mais 70 anos, que coincide com o fechamento do século e do milênio, foi o tempo da proliferação. Essa etapa ensejou a difusão

- Penetramos agora o Terceiro Portal de mais setenta anos, etapa na qual pretende-se a maioridade das idéias espíritas. Nesse novo tempo, o velho discurso sem prática deverá ser substituído por afetiva renovação pela educação moral. É a etapa da fraternidade na qual a ética do amor será como meta essencial



2 - O NOSSO MAIOR INIMIGO

- Verificamos no tempo que alguns corações sinceros e leais, entretanto sem larga vivência espiritual, inspirados em nossa fala, elegeram a lentidão em nome da prudência e a acomodação passou a chamar-se zelo

- Em verdade, a tarefa é urgente, não apressada, mas exige ousadia e dinamismo e o hábito de esperar a hora ideal converte-se, muita vez,  em medida emperrante

- O institucionalismo é fruto da ação dos homens. Ele em si não é o nosso adversário maior e sim os excessos que o tornam  nocivo

- Nosso maior inimigo, de fato, é o orgulho em suas expressões inferiores de arrogância, inflexibilidade, perfeccionismo, autoritarismo, intolerância, preconceito e vaidade, seus frutos infelizes que, sem dúvida, insuflam a institucionalização perniciosa e incentivam o dogmatismo e a fé cega, adubando a hierarquização e o sectarismo

- Nossa luta deve ser íntima e não exterior, não contra organizações, mas contra nós mesmos quando em atitudes praticadas sob o manto da mentira que acostumamos a venerar em favor de vantagens pessoais

Carecemos de um movimento espírita forte, marcado por uma cultura de raciocínios lógicos e coerentes, e por atitudes afinadas com a ética do amor

Temos sim um problema, temos um inimigo. Más atitudes, eis nosso problema. Atitudes de orgulho, nosso maior inimigo



3 - ATITUDE PRIMORDIAL

- A meta primordial é aprendermos a amarmo-nos uns aos outros. Imprescindível propalar a idéia do ecumenismo afetivo entre os seareiros, para que a cultura da alteridade seja disseminada e praticada no respeito incondicional a todos os segmentos

- Precisamos todos de muita humildade para construir um terreno neutro e de muito amor para garantir perpetuidade às nossas relações de pluralismo e convivência com as diferenças



4 - DIRETRIZ INSUPERÁVEL

- A renovação de atitude na edificação de uma nova mentalidade solicita uma inevitável mudança cultural em nossos ambientes doutrinários. O repúdio ao debate e a aversão ao confronto de opiniões são expressões do institucionalismo muita vez realimentado por organismo e oradores respeitáveis

- Quando Jesus convocou seus discípulos ao serviço do amor “deu-lhes poder”. Reeditar esse fato é fundamental, a fim de alcançarmos melhores condições morais ao Movimento Espírita

- Conferir poder é proporcionar respostas, caminhos, horizontes, alternativas pedagógicas para instrumentalizar e capacitar alguém para alguma coisa

- É urgente trabalhar por uma cultura de trocas e crescimento grupal, habituando-se a ter nossas certezas abaladas pelo conflito e pela permuta, para que ampliemos a capacidade de enxergar com mais exatidão as questões que supomos terem sido esgotadas

- Essa diretriz conduzirá os homens a uma maior possibilidade de diálogo e intercâmbio, fazendo-os perceber a inconveniência do isolamento em muros de pseudo-sabedoria ou nas masmorras do autoritarismo institucional, ditando normas e idéias em nome de uma verdade exclusivista

- A melhor casa será a que mais implementar o regime de amor. Levantaremos a bandeira da unificação ética em torno da qual ser-nos-à possível atrair pela ação, mais que pelo discurso

- Tomemos como lema a tríade inspirada do codificador : “trabalho, solidariedade e tolerância”



5 - A SOLUÇÃO

- O que fazer já sabemos. A indagação que agora toma-nos a mente é : “como fazer”. A melhor campanha para a instauração de um novo tempo na seara passa pela necessidade de melhoria das condições do Centro Espírita. Para isto, temos que promover as casas de posto de socorro e alívio a núcleo de renovação social e humana, através do incentivo ao desenvolvimento de valores éticos e nobres capazes de gerar a transformação

- O núcleo espiritismo deve sair do patamar de crenças e assumir sua feição de escola capacitadora de virtudes e formação do homem de bem

- Elaboremos um programa educacional centrado em valores humanos para dirigentes, trabalhadores, médiuns, pais, jovens, velhos

- Interagindo com o meio, em permuta incessante de valores e experiências, o Centro Espírita sai da condição de um reduto isolado e passa a delinear a formação de uma de intercâmbio

- Esse processo de interação social reclama posturas novas, dentre elas a de abrir canais de permanente relação inter-institucional, transformando-se em ambiente de diálogo e convivência para dirigentes e trabalhadores de outros grupos afins

- Mais uma vez a visão futurista do codificador, prenunciando esse tempo, levou-o a declarar : “Esses grupos, correspondendo-se entre si, visitando-se, permutando observações, podem, desde já, formar o núcleo da grande família espírita. A criação desses pólos são medidas salutares contra o isolacionismo

- Estamos, portanto, instaurando o período da unificação ética. Assim, todos nós aqui reunidos hoje estamos convocados a cerrar esforços continuados ao programa renovador de nosso abençoado Movimento Espírita. Estamos em campanha pela unificação com amor, em campanha pela renovação das atitudes



SEGUNDA PARTE : DEBATE COM EURÍPEDES BARSANULFO, Pelo espírito Ermance Dufaux

1 - PREFÁCIO : “ NOS RUMOS DA ESPERANÇA” (Cícero Pereira)

- Muitos servidores da causa ocuparam-se, em demasia, com labores que julgavam essenciais, tais como : “proteger o espiritismo”, “zelar pelas tradições de suas casas”, “atender aos estatutos”, “serem fiéis a pureza filosófica”. Tais condutas, mesmo enaltecidas pelas melhores intenções, são similares a daquele servo temeroso que recebeu um talento e aplicou-o como acreditava ser seguro

- Muito será pedido a quem muito for dado. Somos prejudicados não só pelo mal que fazemos, mas também pelo bem o qual podíamos  e deixamos de fazer

- As indagações dos dirigentes nessa entrevista com o benfeitor Eurípedes Barsanulfo manifestam angústias e dúvidas  de vários tarefeiros ainda no plano físico. Organizamos esses apontamentos na tentativa despretensiosa de oferecer aos amigos encarnados uma reflexão e alerta oportunas em torno da dolorosa questão do arrependimento tardio

- Por essa razão, a desilusão de muitos conhecedores do espiritismo quando se aportam na vida do além, têm granjeando-lhes dramas que vão desde a angústia controlada até os mais complexos episódios de dores

- Muita decepção  e arrependimento pavimentam o caminho dos amantes da mensagem do Evangelho na erraticidade, quando não se rendem aos apelos de sua consciência na vida física

- Sem repensar de nossas “casas de amor” e sem renovar as atitudes de cada dia, dificilmente os conteúdos da doutrina libertarão a consciência do jugo das ilusões

- Nessa proposta, nossos grêmios de amor serão ninhos afetivos e celeiros educacionais com uma psicosfera vitalizadora, estimuladora da união legítima de corações, distantes dos climas de animosidade e disputa que abundam em locais onde prevalece o individualismo

- As distrações com os bens e talentos celestes podem levar ao amargo fel da culpa tardia



2 - SEGUNDA PARTE : DEBATE COM EURÍPEDES BARSANULFO (pelo Espírito Ermance Dufaux)

- Realizada no Hospital Esperança após as comemorações do cinquentenário do Acordo de Unificação (Pacto Áureo) em 05 de outubro de 1999 na cidade de Goiânia com dirigentes espíritas recém-desencarnados



2.1 - CINQUENTENÁRIO DO PACTO ÁUREO

2.1.1 - Qual o significado da fala de Bezerra de Menezes na comemoração do Pacto Áureo ?

- A inspirada palestra “Atitude de Amor” significa um marco na história do Movimento Espírita dos dois planos. Bezerra de Menezes fez-se o digno portador de novas medidas oriundas de planos mais altos da vida a serviço do Espírito Verdade. É o cumprimento de determinações inadiáveis rumo à etapa de maioridade do espiritismo na terra

2.1.2 - Qual a avaliação fazer na comemoração do referido Pacto ?

- Os méritos do serviço na seara são todos do espiritismo e não pessoais ou institucionais. O Movimento Espírita ainda encontra-se na sua infância



2.1.3 - O conteúdo textual do Pacto Áureo encontra-se adequado às necessidades atuais da Seara ?

- Allan Kardec em seu projeto de 1868, destaca a importância de reciclar as idéias gerais de 25 em 25 anos. Por que não tivemos a coragem de aplicar suas diretrizes

2.1.4 - Como os bons espíritos veem o Movimento Espírita ?

- Como uma abençoada enfermaria na qual os enfermos buscam a recuperação íntima no trabalho do amor. Nessa enfermaria, por falta do sentimento de humildade e reconhecimento das próprias limitações, muitos enfermos imaginam-se médicos com a solução para todos os problemas. São os doentes mais graves

- A principal característica do orgulho é impedir o auto-conhecimento. Por isso, reconhecer asd falhas com o pensamento é muito fácil, mas aceita-las no coração e buscar a corrigenda, tem sido serviço somente para quantos reconhecem sua condição enfermiça

2.1.5 - Que conceito o plano espiritual tem sobre unificação

- Relacionamento é a alma do lídima unificação. Esse é o conceito mais fidedigno e coerente de unificar

- Jamais teremos um programa sólido de fraternidade entre os espíritas, se desconsiderarmos que estamos lidando com sentimentos, tendências e particularidades

2.1.6 - Qual a avaliação sobre unificação na atualidade ?

- As experiências no Hospital Esperança com grandes líderes que sucumbiram ante seus deveres espirituais, têm nos ensinado muito sobre a profundidade das necessidades da alma humana

- Entretanto, a pretexto de garantias, postam-se à frente da obra como guardiões atentos, mantendo portas e janelas cerradas, acreditando-se com a sensação de terem cumprido incomparável missão. A atualidade porém, solicita o arejamento desse “templo de proteção”, abrindo-lhes as janelas do entendimento ao pluralismo filosófico, e as portas do coração para que permitam a passagem de posturas éticas de fraternidade na convivência com as diferenças uns dos outros

- A necessidade de reconhecimento e o sentimento de superioridade pessoal são lutas a vencer. Por isso mesmo, é importante que todos nós, cooperadores da Seara não nos encantemos com méritos que ainda não possuímos e doemo-nos a causa como alunos em aprendizado e não como missionário da hora

2.1.7 - Qual a importância da “ Pureza Doutrinária”?

- A grande função do espiritismo, enquanto doutrina, é moralizar princípios universais que são conhecidos de todos os tempos através das religiões e filosofias humanas. Essa moralização, teoricamente, já foi consolidada por Allan Kardec no trabalho da Codificação, restando agora aos espíritas expressar o valor moral do espiritismo através de seus exemplos de vida

- A sabedoria do Espírito Verdade afiançou que o espiritismo encontraria mais obstáculo em relação ao interesse que à convicção

- Nós que nos dizemos espíritas, cremos piamente nos fundamentos doutrinários. Entretanto, defender a  “Pureza doutrinária”, sem advogar na vivência a essência dessa pureza é uma contradição, uma incoerência que tem como causa os interesses humanos

2.1.8 - As instituições humanas que operam em nome do Consolador estão aptas a promoverem um trabalho unificador afinado com a proposta do amor

- À medida que os homens se instruem acerca das coisas espirituais, menos valor dão as coisas materiais. Depois, necessário é que se reformem as instituições humanas que o entretêm e excitam. Isso depende da educação

- O grande desafio da coletividade unificadora espírita será o de transformar seus modelos institucionais nos cadinhos das chamas do sacrifício, sofrendo as dores intensas das labaredas da abnegação e do desprendimento

- Por outra análise tem constituindo-se em troféu de vaidade e álibes que patrocinam a sensação de vitória e merecimento, que sob hipnose do personalismo de grupo, encantam-se com direito e olvidam os deveres. Engano lamentável que tem levado muitos corações sinceros a vasto campo de decepção além-túmulo

2.1.9 - Qual a instituição unificadora tem atendido com mais fidelidade o programa de Jesus para a expansão de sua mensagem ?

- É o Centro Espírita, a célula-mãe da unificação

- Advertimos aos lidadores espíritas que semelhante depósito de confiança do mais alto apela para algumas transformações no fortalecimento desses núcleos de amor no cumprimento dessa tarefa

- Que os próximos 50 anos de trabalho no Movimento sejam para fortalecer e promover o Centro Espírita à condição de célula-áurea da unificação e casa-mater do amor inaugurando o período da maioridade das idéias espíritas

 2.1.10 - Gostaria de oferecer alguma sugestão oportuna aos trabalhadores da unificação na Terra ?

- Cidadania que deve iniciar-se pelo rompimento de alguns dos direitos que supõem possuírem alguns condutores vinculados ao Movimento unificador, com os quais se arriscam no campo da vaidade e bitolam o discernimento, espoliando de si mesmos a benção da paz





2.2 - UNIFICAÇÃO CENTRADA NO SER HUMANO

2.2.1- Como Considerar a união entre os espíritas

- Estar junto apenas daqueles que pensam como nós ou que aprovam a nossa personalidade, sem restrições, pode ser perigosa armadilha projetada pelo personalismo

- União somente com os simpáticos pode estimular o sectarismo e a exclusão tão combatidos pelo nosso mestre

2.2.2 - O que será prioritário aos seareiros espíritas para que a unificação possa corresponder ao programa do Cristo ?

- Os operários da causa, mesmo os mais devotados, não são almas virtuosas, sendo criaturas comuns e, sobretudo, necessitadas de realizarem em si mesmas as premissas de paz que pregam para a melhoria do Movimento

- A unificação solicita, antes de tudo, que o servidor capte os anseios coletivos, que saiba fazer a leitura da subjetividade humana através :

(1) Ampla visão de trabalho comunitário

(2) Larga sensibilidade para o próximo

(3) Permanente desejo de servir

(4) Inesgotável sede de aprender

(5) Sacrifício para devotar-se

(6) Boa dose de coragem para desafiar as convenções mais aclamadas

- No entanto, se o trabalhador espírita preferir acreditar que já é o que gostaria de ser, então estará demonstrando a visão acanhada que ainda possui

2.2.3 - Podemos inferir então que, em razão do conhecimento que possuímos, esperar-se-ia, mais de todos nós, os aprendizes da mensagem espírita

- Os servidores da unificação situam-se, quase sempre, em evitar o mal e preservar a doutrina. Verificamos nesta atitude um enorme progresso considerando o passado comprometedor da grande maioria de quantos se aderem aos propósitos do bem

- Evitar o mal é dever, fazer o bem é tarefa de amor, mas a pergunta de jesus permanece : “Que fazeis de mais ? “ O bem que deixemos de fazer perturba a marcha. Não basta evitar emoções ruins, necessário conquistar as boas



2.2.4 - Como entender a humanização nos serviços de unificação ?

- Entramos no terceiro milênio da era cristã com conquistas apreciáveis no terreno das da inteligência, contudo, não vencemos ainda os espaços que nos separam títulos do maior valor perante a sociedade, entretanto, não estamos preparados o suficiente para pedir desculpa a alguém. Apesar de querer, ainda não sabemos amar

- Quando falamos em humanizar a Seara da Unificação, estamos atraindo a atenção dos amigos reencarnados para lançarem-se ao esforço educativo da tarefa em equipe na arregimentação da confiança, e na ação permanente de estender os braços e corações uns aos outros na expressão da solidariedade

- Por isso, as atitudes de indiferença ou exclusão, crítica ou menosprezo, mesmo que sob pretexto de preservação da gloriosa unidade doutrinária, são graves patologias das quais seus portadores terão que tratarem regimes de dor e arrependimento tardio na vida dos espíritos

-  O amor institucional que despreza o próximo e ironiza os menos experientes não é amor

- Humanizar é ser fiel aos nossos sentimentos superiores e viver o amor acima de quaisquer convenções



2.2.5 - Qual deve ser o foco dessa campanha pela humanização

- Fazer da caridade o centro dos interesses de todos os que militam nas fileiras da união e da harmonia no Movimento Doutrinário

- Esses grupos, correspondendo-se entre si, visitando-se, permutando observações, pode, desde já, formar o núcleo da grande família espírita, que um dia consorciará todas as opiniões e unirá os homens por um único sentimento : o da fraternidade



2.2.6 - Como poderíamos definir com mais clareza esse interesse uns pelos outros ?

- Esse interesse é a criação de todo o bem que pudemos fazer escapando aos constringentes limites impostos pelos padrões e normas cerceantes, permitindo seguir as pegadas do coração



2.2.7 - Como interpretar antagonismos em matéria doutrinária nos Grupos Espíritas ?

- Todo antagonismo exercido com fraternidade é fonte de crescimento. O Movimento Espírita até hoje progrediu pela força dos antagonismos

- Os que sonham com a uniformização como critérios de fraternidade estão soterrados nos escombros psíquicos das velhas estruturas de hegemonia religiosa mesmo nos planos maiores tudo é diversidade no “bom combate”

- Se houvesse um pacifismo inerte a comunidade espírita desede suas raízes, não teríamos muitas conquistas importantes até agora alcançadas. Além do mais, correríamos um risco maior ainda de dogmatização



2.3 - OUTORGAS E MISSÕES

2.3.1 - Como entender a questão da Outorga Espiritual conferida a honrosas instituições da seara por parte dos espíritos superiores ?

- Outorgas são confiadas a homens que se organizam e sustentam aspirações coletivas, muito além do individualismo



2.3.2 - Em se tratando do sistema unificador, como compreender a outorga proclamada a uma única instituição no inspirado livro “Brasil, coração do Mundo, Pátria do Evangelho” ?

- A Outorga foi conferida inicialmente a Bezerra de Menezes, quando ainda na erraticidade, na condição de depositário das esperanças missionárias relativamente à união e harmonia na lavoura do Cristo em solo brasileiro

- Após seu desencarne, a 11 de abril de 1900, o Espírito Verdade confiou-lhe em definitivo os caminhos do espiritismo no Brasil

- O que inicialmente fora conferido ao “médico dos pobres”, transfere-se para um grupo mais amplo na multiplicação das esperanças dos céus em um futuro mais pacífico e fraterno entre os espíritas. A Federação Espírita Brasileira era o grupamento mais apto a receber essa grande oportunidade. Em 1949, os homens assinam o “Pacto Áureo”



2.3.3 - Como analisar a questão de hegemonia em assuntos de união afetiva ?

- A outorga natural de planos maiores existe como incomparável oportunidade de ministrar rumos sem evocar o comando. Essa delegação não encerra em si mesma o ilusório direito de centralização, que assinala perigoso engano da vaidade humana

- Ministrar rumos, mais que expedir normas de controle e coação elaborada nos gabinetes da intelectualidade, significa servir e passar, exemplificar e delegar

- Encontramos no Movimento Espírita o que poderíamos chamar de uma luta improfícua por controle ideológico, que nasce da intransigente necessidade humana de “posse da verdade”, velho hábito cristalizado em milênios de orgulho

- Inspire-nos a idéia de que o poder organizado é uma ala na enfermaria do Movimento Espírita, onde se encontra doentes em estado grave a requisitar muita oração, piedade, e exemplos nobres de humildade no trabalho ativo e transformador

- Afora isso, as próprias circunstâncias decorrentes da excessiva distração das almas viciadas no prestígio e na necessidade de controlar, serão fatores educativos indispensáveis na recuperação do discernimento e da coragem para romperem, pouco a pouco, os elos inferiores que os aprisionam



2.3.4 - Como avaliar o “Pacto Áureo” ao qual os espíritos emprestam enorme valor e respeito para os  destinos da causa ?

- O “Pacto Áureo” representa o conclave em que os irmãos da FEB assumiram livre e conscientemente  a responsabilidade de serem o exemplo a ser seguido nos objetivos da união e da concórdia entre os espíritos

- Tão logo os homens tomavam medidas valiosas de aglutinação de forças em torno do “Pacto”, Bezerra de Menezes prontificou-se, novamente, a rogar ao mais alto a interseção em favor da reencarnação de 80 líderes que renasceriam com funções de instaurar os germes do ciclo de maturidade da causa, os renovadores sociais

- Em sua maioria esses líderes retornaram à carne tão logo se concretizou a assinatura do “Pacto Áureo”, em 1949, esforçando-se para tornar seus dias mais produtivos em favor da coletividade, coincidindo com o fechamento do milênio, e a abertura da terceira etapa de 70 anos do espiritismo na Terra, quando então estarão sendo fincadas as bases para a sua maioridade entre os homens, conforme preconizou Bezerra de Menezes em sua palestra “Atitude de Amor”



2.4 - LÍDERES, ÍCONES E MISSIONÁRIOS

2.4.1 - Os  80 líderes preparados por Bezerra de Menezes seriam missionários na transformação da Seara ?

- A grande maioria é composta por almas sedentas em superarem o orgulho e o prestígio pessoal que ainda carregam, em razão de malfadadas existências no religiosismo estéril. Serão sucedidos se souberem usar a ampla capacidade de visão religiosa que possuem

- Fenômenos sociais de unificação econômica, política e intelectual desenvolver-se-ão em todos os continentes

- esses líderes ampliarão largamente a sensibilidade social e a inteligência afetiva que lhes permitirá a instauração dessa condição de compreensão para com o  outro

- Alguns deles participaram dos primórdios do espiritismo na França e no Brasil, retornando para continuarem o que começaram

- Cooperarão com o progresso da doutrina, através da implantação de modelos de serviço voltados para a sociedade, alavancando vínculos mais afetivo nas responsabilidades comunitárias e no atendimento de necessidades humanas



2.4.2 - E os assinantes do “Pacto Áureo” seriam missionários ?

- Tivemos em Bezerra de Menezes o missionário da unificação pelas idéias e, sobretudo, pelos exemplos de caridade. Os que vieram depois com raras exceções seguiram-lhe apenas as idéias, entretanto, os exemplos e intenções...

- Almas com grande habilidade na arte de dirigir, foram chamadas na condição de discípulos. Seus deveres deveriam concentrar-se em ajudar o movimento espírita a pensar o futuro, e facilitar, pelo exemplo, o clima de convivência autêntica, em relacionamentos leais e amigáveis



2.4.3 - Podemos considerar Francisco Xavier como um missionário ?

- Ele é o Missionário do Evangelho aplicado no Sec XX. Bezerra de Menezes disse que depois de Kardec, ele é o servidor que consolidou com mais legitimidade as aspirações do Espírito Verdade para o futuro do Espiritismo na Humanidade



2.4.4 - Que importância representa os líderes considerados ícones no Movimento

 Espírita ?

- O que será infrutífero para a causa que abraçarmos, é o cultivo dos mitos através da idolatria, postura incompatível com a fé racional

- Os tempos novos que se avizinham trazem, como paradigma de realizações, o serviço em equipe, ao mesmo tempo, constituirá medida defensiva contra as arremetidas imprevistas do personalismo e do orgulho

2.4.5 - Em que condições chegam os dirigentes espíritas no Mundo Espiritual ?

- Como aquele que mais receberam para obterem o êxito em suas reencarnações

- Se o proveito foi bom, avançaram no progresso em apenas uma existência, o que muitos deles não avançaram em séculos ou milênios

- Será surpreendente e incômodo a nossos irmãos dirigentes espíritas na carne, suporem que antes do berço, muito deles foram resgatados de regiões inferiores na erraticidade. Mais doloroso ainda será admitir que muitos companheiros espíritas das linhas de frente, foram doutrinados verbalmente nas sessões mediúnicas a exemplo dos chamados “obsessores” nas nossas tarefas de intercâmbio em razões de suas cristalizações religiosas de adorno

- Retomando a oportunidade reencarnatória, muitos impulsos reaparecem na forma de hábitos que os inclinam a repetição. Notoriedade, ritualismo, menos esforço, expectativas de proteção especial por parte dos espíritos, cultivo de tradições, adoção de posturas pudicas apresentam-se novamente em sua conduta



2.5 - PRÁTICAS ESPÍRITAS E INSTITUCIONALIZAÇÃO

 2.5.1 - O espiritismo tem sido institucionalizado

- Toda doutrina necessita da institucionalização, entretanto, o problema é o excesso, quando as convenções são mais importantes que o amor

- Toda idéia moral permanece por tempo demasiadamente prolongada no cérebro sem provocar afetivas renovações no sentir e no agir tende a ser foco de convencionalismo excessivo

2.5.2 -  Como entender a institucionalização das práticas Espíritas

- Onde existem dogmas proliferam aos formalismos, muito natural que em mentes recém desvinculadas dos arquétipos religiosos exteriores, haja fortes reflexos do ritualismo e do misticismo nas atitudes

- Preferimos as ilusórias senseções do prazer de discriminar, excluir e difamar com intuitos de supremacia pessoal

- As práticas espíritas, a exemplo de modelos institucionais do cristianismo primitivo, deveriam ser livres, espontâneas e simples. Os padrões e a disciplina, o preparo e o estudo são úteis até o ponto em que não cerceia a capacidade grupal de criar seus próprios métodos e caminhos

- O critério de unidade doutrinária precisa ser revisado pelos amantes da causa, para não cercear o que há de mais enriquecedor no espírito cristão : a criatividade e o bem-estar de conviver





2.5.3 - Allan Kardec destacou a importância da Unidade para o futuro da Doutrina. Como entender essa Unidade ?

- Em se tratando do espiritismo, a unidade deve assentar-se em valores morais em detrimento dos institucionais. Elegemos esses valores como sendo a lógica e o amor e teremos um movimento forte capaz de encarar a razão em qualquer época da humanidade



2.5.4 - Por onde estariam os velhos trabalhadores da Unificação ? Por que não oferecem notícias e orientações ao Plano físico, guardando-se em incompreensível silêncio perante os encarnados ?

- Estão na serviço ativo, aqueles que souberam conquistar o poder interior de negar a si mesmo. Porém, muitos médiuns têm se tornado reféns do silêncio, sequestrados pelo medo do novo. A questão do silêncio dos espíritos tem muito a ver com a perniciosa omissão. Vários medianeiros preferem o aplauso dos homens a serem alvo de chacotas ou críticas que não gostariam de ouvir a seu respeito

- A tarefa dos médiuns é crivarem suas comunicações, oferecendo-se para servirem onde e como forem chamados, sem direito a escolherem a natureza dos chamados, conquanto devam ser conscientes e seletivos à natureza de suas produções mediúnicas. O personalismo tem sido, quase sempre, o grande obstáculo

- Uma nova “proibição de falar com os mortos” parece ter dominado certa parcela dos ambientes de trabalho cristão. É a institucionalização nas práticas gerando obstáculos ao diálogo entre mundos, retardando a verdade

- Não podemos deixar de mencionar que os escrúpulos de muitos médiuns são compreensíveis, pela falta de apoio e condição de seus próprios orientadores no Plano Físico que, igualmente se encontram escravizados pelo dogmatismo



2.5.5 - Os bons espíritos oferecem amparo especial aos trabalhadores da unificação ?

- Os trabalhadores da unificação que receberam a concessão de servirem à coletividade em nome de Jesus são dignos de auxílios especiais, para que tenham resistência no cumprimento de seus  árduos deveres

- Não há parcialidade, há justiça. Os bons espíritos se interessam pelos que usam criteriosamente da faculdade de discernir e trabalhar seriamente por melhorar-se





2.5.6 - Que relações encontramos entre o dogma e a institucionalização ?

- O receio e a acomodação para enfrentar as exigências dos novos tempos, poderão manter por longos séculos o cultivo da institucionalização

- O efeito mais nocivo da institucionalização chama-se dogmatização, ou seja, a adoção de idéias, métodos, padrões e convenções considerados verdades concluídas, inquestionáveis e definitivas

- O efeito do dogmatismo é conduzir a fé humana ao misticismo, idolatria, puritanismo, fanatismo e submissão ao autoritarismo

- As práticas sem dogmatização faculta a utilização da criatividade e a expansão da afetividade nas relações no trabalho espírita

- A cautela excessiva conduz à prudência desnecessária, causando lentidão e medo . Medo de experimentar e lentidão para escolher e construir novos caminhos



2.5.7 - Como reeducar nossos ímpetos institucionais arquivados na bagagem mental ?

- Com a adoção de medidas que desenvolvam a abnegação no trabalho espírita, aprendendo a produzir em equipe, trabalhando por idéias renovadoras e estabelecendo parcerias

- Com as equipes, dilataremos a motivação pela solidariedade e despretensão, laborando por idéias que promovam o crescimento humano não ficaremos apegados à obra que criamos

- Ao longo dos séculos, os sistemas hierárquicos têm operado como ninhos acolhedores do personalismo no qual adormecem muitos líderes, sob o doce encanto dos cargos, para despertarem somente depois da morte nos braços da revolta e da decepção



2.6 - HOSPITAL ESPERANÇA

2.6.1 - Como surgiu a idéia da construção do Hospital Esperança ?

- No romance “Lírios de Esperança”, da autora espiritual Ermance Dufaux, encontramos maiores detalhes sobre essa obra de amor erguida por Eurípedes Barsanulfo no Mundo Espiritual

- Antes de nossa última existência carnal no ano de 1880, deixamos na erraticidade um instituto de educação e, em 1918, depois de materializarmos um pálido reflexo desse instituto no Plano Físico, na cidade de Sacramento, regressamos ao Mundo espiritual para dar maior expansão ao labor

- Foi por volta de 1930 que recebemos a autorização para iniciarmos nosso abrigo de paz para as almas que conheceram o Evangelho. A esse tempo. Dona Maria Modesto Cravo já cultivava a semente que funcionaria como posto de alimentação e intercâmbio intermundos, fundando em 1933, o Sanatório Espírita de Uberaba

- Em 1964, Maria Modesto Cravo retorna ao Mundo Espiritual e assume, a pedido de Bezerra de Menezes, a função de educadora dos espíritas junto ao Hospital



2.6.2 - Por que os Espíritas receberam uma cota de espaço em maior amplitude junto ao Hospital, com dois pavilhões inteiros ocupados ?

- Depois do retorno de Dona Modesta, em 1064, Bezerra de Menezes, que orientava os pavilhões onde recolhíamos os cristãos espiritas, em dores lamentáveis, passa-lhe o laurel do labor em razão de outros compromissos mais graves

- Os irmãos de ideal muito receberam e, se não honram suas concessões, amargam, após a desilusão da morte , uma profunda expiação em seu mundo íntimo

- Aos Espíritas-Cristãos é destinado maior espaço no Hospital porque seus dramas são dignos de piedade e complexas operações de salvamento



2.6.3 - Os dois pavilhões estão aos cuidados de nossa irmã ?

-  Somente um deles, o dos Dirigentes Espíritas. Nesse pavilhão encontramos alas inteiras destinadas à recuperação de condutores da unificação que elegeram para si o troféu de supremacia



2.6.4 - Qual o principal drama que acomete os Dirigentes Espíritas atendidos no Hospital Esperança ?

- É o fato de não terem feito todo o bem que podiam, mas não quiseram fazer para aqueles que desertaram e atolaram-se no desculpismo e no descuido com seus deveres à luz do Evangelho. É a dor do remorso desesperado

- A condição das almas que conheceram o espiritismo e galgaram a responsabilidade de formadores de opinião, detendo influência e poder de decisão inteligente e visão ampliada, é daquele servo da” Parábola dos Talentos”, que enterraram o tesouro generoso, concedido pelo senhor, com medo das lutas que enfrentaria na ingente batalha consigo mesmo

- Porisso, aqueles que guardam responsabilidades coletivas junto à comunidade doutrinária, são almas inseridas no que chamaremos de “sublime expiação”, ou seja, a condição irreversível de doarem-se ao bem alheio acima de seus interesses pessoais

2.6.5 - Qual tem sido o estado espiritual dos Dirigentes da Unificação junto ao Hospital ?

- Embora detentoras de gravíssimas responsabilidades e compromissos, não são almas especiais temos recebido alguns deles, como portadores de relativa tranquilidade pelas realizações a que se entregaram com boa vontade e desejo de ser útil.

 - A maioria, no entanto, apesar das alegrias amealhadas pelo bem que fizeram ao espiritismo, carregam um doloroso vazio no coração, por não terem se aproximado, quanto podiam, das necessidades humanas ao longo da jornada, quando se dão conta que passaram de modo retilíneo nas sendas da devoção institucional, quando muitas vezes lhes era suplicado contornar por atalhos desafiantes e ficaram estacionados perante os tropeços da viagem

- Outras vezes, adotaram posturas intransigentes. Ainda outros por não terem rompido com convenções e estendido a mão e a palavra aos que lhes apresentavam modo diverso de entendimento. Temos, também, aqueles que se encantaram demasiadamente com a tarefa, julgando-se missionários de largo pórtico, deixando a família consanguínea a mingua de afeto e deveres no lar

- Outros tantos por atitudes de rigorosa vigília sobre a ação do movimento espírita, caindo na velha cilada da hegemonia e do policiamento  ideológico. Ainda existem casos mais dolorosos nos quais, depois de muita perturbação e maledicência, alguns corações distraídos caem nas garras dos adversários ferrenhos do espiritismo, passando expiações em regiões inferiores na erraticidade sob hipnose e exploração obsessiva

- Conquanto seja de muito valor tudo que fizeram pelo espiritismo, infelizmente é preciso constatar que muitos deles, em verdade, serviram a si próprios e não a causa. Adornam-se com títulos e cargos, cerimônias e pequenos sacrifícios que lhe asseguravam nítida sensação do dever cumprido



2.6.6 - Qual o perfil espiritual dos dirigentes da unificação ?

- Quase todos foram expressivos líderes junto ao tronco Judaico-cristão em sucessivas reencarnações no religiosismo sem amor. Essa condição lhes rendeu lamentáveis quadros expiatórios na erraticidade

- Com o surgimento das reuniões socorristas no Movimento Espírita Brasileiro no findar do Sec XIX, muitas dessas almas foram carinhosamente doutrinadas, depois de retiradas dos charcos do remorso em zonas purgatoriais, e aceitaram novas responsabilidades junto aos esforços de fé coletiva

- Trata-se de uma geração de espíritos muito aferrados ainda às necessidades institucionais das quais vão, paulatinamente, desvencilhando-se





2.6.7 - Que diretrizes práticas poderíamos adotar para a aquisição da condição de bons dirigentes à luz do Evangelho ?

- A condição de homem que queiram aprender a dialogar, que saibam pedir perdão e assumam definitivamente o próximo como sendo mais importante que a instituição

- Homens que tenham coragem para assumir os riscos de dirigir com o coração, amando incondicionalmente e abdicando de formalidades que muitas vezes causam a sensação de segurança e grandeza



2.6.8 - Por que os espíritas enfrentam tantos problemas com a morte, quando seria de esperar melhores colheitas no processo de libertação ?

- Porque não souberam viver bem, em função das ilusões das quais deveriam se despir. Entre elas, a que mais amargura tem causado, é a da superioridade que  julgam possuir em razão do conhecimento e das práticas que realizam

- Por aqui temos recebidos médiuns equivocados que se supuseram grandiosos demais, tão somente em razão das boas companhias espirituais que lhes assistiam; Oradores que cultivaram uma imagem de enaltecimento de si próprio, quando apenas conseguiram iluminar a sua boca; dirigentes que se encantaram com a suposta condição de missionário, devido a respeitabilidade doutrinária auferida, que, no entanto, eram expoentes da indiferença junto a seus filhos



2.6.9 - Seria justo considerarmos, nesse caso, que o bem semeado pelos nossos companheiros, junto à lide espírita não determina credibilidade espiritual ?

- Seria incoerência negar o valor das sementes do bem que plantaram. O que se torna imprescindível rever é a adesão mecânica, nas quais muitos corações estagiam prolongadamente sem aperceberem-se do bem que aquela semeadura traz para si mesmo

- O labor doutrinário de amor ao próximo é fonte de equilíbrio. Resta agora auxiliar ao homem que bondosamente tem se tornado um dispensador de Bênçãos para o próximo, aprender como amar a si mesmo em favor de sua melhora individual

- Quem se ama sabe consolar e incentivar, atrai naturalmente os aflitos e sofridos do caminho que mendigam paz e esperança. Irradia espiritualidade e ilumina por onde passa

- Dessa forma, a caridade deixa de ser um treino de afeto nos momentos da assistência formalizada e promove-se à condição de força espontânea que brota da criatura feliz consigo mesma



2.7 - MENSAGEM FINAL

2.7.1 - Qual mensagem deixaria aos nossos irmãos espiritas na vida corporal ?

- Gostaríamos de relembrar o excelente programa de unificação traçado pelo “Espírito Verdade” aos homens, quando disse no “Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap 05 :  “Espírita! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; Instrui-vos, este o segundo”

- O que vos possa parecer uma série de insucessos na história do Movimento Espírita, nada mais é do que o reflexo inevitável de um canteiro de esforços contínuos, cujos operários são homens comuns aspirando por sua melhoria, sob o calor causticante da transformação interior

- Lamentável, todavia, são os cadinhos de remorso que muitos lidadores bafejados com a luz do Consolador, têm carreado a si mesmos para depois da morte

- Entramos em nova etapa nos destinos da causa, as certezas dogmáticas que estabeleceram padrões de segurança durante décadas na Seara, serão abaladas com rigor pela força natural dos acontecimentos

- Temos pela frente uma crise de identidade que levará os corações habituados ao religiosismo a profundos desafios renovadores da inteligência e das concepções. Uma crise de referência doutrinária que levará companheiros queridos da faina espiritual a revisão de seus métodos e práticas na aquisição de melhores resultados nos labores espíritas

- Avizinha-se um tempo que conclamará todos os seareiros à vivência autêntica do espiritismo por dentro, o Evangelho no coração, sem os aparatos do superficialismo moral

- Trabalhemos juntos, com afinco, pela extirpação da praga do dogmatismo febril e ostensivo em nossa coletividade. O dogmatismo é :

 (1) A crença das multidões

(2) Aquilo que preferimos porque a maioria aceitou.

(3) O aval de suposta segurança que muitos almas aderem para não terem que enfrentar a verdade sobre si mesmo

(4) São idéias prontas e definitivas sobre alguém ou alguma prática

- O homem espírita encontra, quase sempre, na “Revelação Espírita”, o seu conceito pessoal de eternidade, vangloriando-se com o saber sob hipnose da soberba, supondo-se com resposta para tudo. Desiludamo-nos amigos da caminhada!

- Todas as letras enviadas do céu para a Terra pelos portais Sagrados da mediunidade, apenas representam, mesmo com toda a sua riqueza, um pequeno grão de areia ante o mar da imortalidade

- Precisamos de ousadia para incrementar os desafios práticos e íntimos que nos aguardam. Essa ousadia, no entanto, só nascerá nas almas que estejam conseguindo corresponder ao mínimo dos apelos para a transformação interior

- O projeto de vida dos novos cristãos espíritas deve ser fazer todo o bem possível. Ao tratarmo-nos como irmãos, perguntemos se realmente sentimos o outro como nosso irmão, porque a caridade é a alma da unificação



3 - TERCEIRA PARTE : MOVIMENTO ATITUDE DE AMOR - A ERA DA MAIORIDADE DO PENSAMENTO   ESPÍRITA

- OS TEMPOS SÃO CHEGADOS

- Nada do que está sendo anunciado nestes novos tempos por uma diversidade de espíritos, e tendo como porta-voz Bezerra de Menezes, falando em nome do “Espírito Verdade”, já não houvera sido dito outrora

- Allan Kardec no último Cap da Gênese assim se referiu em “Os tempos são chegados” : “ O tempo novo surge porque a humanidade já se encontra amadurecida par vivenciá-la e segue a um rigoroso planejamento divino”.

-“ O progresso da humanidade se cumpre, pois, em virtude de uma lei. Ora, como todas as leis da Natureza são obra eterna da sabedoria e da presciência divina, tudo o que é feito dessas leis resulta da vontade de Deus, não de uma vontade acidental e caprichosa, mas de uma vontade imutável”

- “Quando, por conseguinte, a humanidade está madura para subir um degrau. Pode dizer-se que são são chegados os tempos marcados por Deus, como se pode dizer, também que, em tal  estação, eles chegam para a maturação dos frutos e sua colheita. Os tempos que são chegados, nós Espíritas denominamos, há muito, de fase de regeneração”

- O nível de avanço intelectual que já atingiu a humanidade é incontestável, no entanto, não se pode fazer a mesma afirmativa no campo moral. Bezerra de Menezes é enfático em identificar o orgulho como o principal inimigo a ser combatido nas hostes espíritas.

- Nossos vícios atávicos, diz bezerra, fez-se presente entre nós através da arrogância, da inflexibilidade, do perfeccionismo, do autoritarismo, da intolerância, do preconceito e da vaidade, fomentando o dogmatismo e a fé cega, ao mesmo tempo em que semeava a hierarquização e o sectarismo

- Todos são convidados a participar desse novo tempo semelhantemente ao festim de bodas. A regeneração da humanidade, portanto, não exige absolutamente a renovação integral dos espíritos : basta uma modificação em suas disposições morais

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A casa mental e a reforma íntima sem martírio

A casa mental e a reforma íntima sem martírio


“Não podemos dizer que possuímos três cérebros simultaneamente. Temos apenas um que, porém, se divide em três regiões distintas. Tomemo-lo como se fora um castelo de três andares: no primeiro situamos a residência de nossos impulsos automáticos, simbolizando o sumário vivo dos serviços realizados.No segundo localizamos o domicílio das conquistas atuais, onde se erguem e se consolidam as qualidades nobres que estamos edificando; no terceiro, temos a casa das noções superiores, indicando as eminências que nos cumpre atingir. Num deles moram o hábito e o automatismo; no outro residem o esforço e a vontade; e no último demoram o ideal e a meta superior a ser alcançada. Distribuímos, deste modo, nos três andares, o subconsciente, o consciente e o superconsciente. Como vemos, possuímos, em nós mesmos, o passado, o presente e o futuro.” – André Luiz, capítulo 3, No Mundo Maior, FEB.

Entendendo a casa mental

O estudo deste tema é fundamental em quaisquer assuntos da reforma íntima. É um tema de fácil entendimento e usaremos da ilustração para ajudar a compreensão.

André Luiz fez uma comparação dos níveis mentais com uma casa. O porão é onde guardamos tudo aquilo que poderá nos servir em algum momento. É o armazém ou depósito da mente, denominado pelo autor espiritual como subconsciente, no qual se encontram todas as experiências boas ou infelizes, representando todo o nosso passado desde que fomos criados por Deus. Tudo que nós fazemos é registrado nessa parte da mente.

A parte social da residência é o local no qual mais movimentamos, assim como a cozinha, quarto, sala e demais cômodos mais usados em uma casa. É o nível chamado de consciente e corresponde a todas as operações relativas ao momento presente, constituindo a personalidade atual desde o renascimento na matéria até o momento atual.

O sótão é a parte da casa que mais raramente utilizamos no intuito de relaxar, descansar ou refletir. Representa o superconsciente ou região nobre da mente onde se encontram todos os germens divinos da perfeição, em estado latente. É o nosso futuro.

Na ilustração você pode ver uma relação entre as cores amarelo, branco e preto como sendo superconsciente, consciente e subconsciente e os respectivos andares da casa.

Os três níveis mentais têm correspondência com três áreas da vida cerebral no corpo físico, mas não vamos aqui aprofundar esse aspecto que poderá ser estudado no livro de André Luiz.





Os moradores dos três níveis

Segundo o autor espiritual André Luiz, no subsconsciente mora o automatismo e o hábito. No consciente reside o esforço e a vontade e no superconscienteencontramos o ideal e a meta.
A compreensão dos mecanismos de interação entre estes moradores auxilia-nos imensamente entender como se opera o grande objetivo espiritual da reforma íntima.

Conceituando reforma íntima

Essas três partes da vida mental estão em constante interatividade. Do subsconsciente partem apelos automatizados que foram consolidados ao longo de várias reencarnações e que podem dominar nossas ações, pensamentos e sentimentos. Por exemplo: quem já tenha fumado em outras reencarnações ou tenha desenvolvido o talento de tocar piano terá impulsos para fumar novamente e grande facilidade para aprender piano na presente existência corporal.
Na reforma íntima, como temos que superar muitos impulsos ou tendências do passado é necessário que os moradores do consciente, ou seja, o esforço e a vontade, sejam manejados decididamente para tomar conta da vida mental e escolher com sabedoria o que queremos fazer, pensar e sentir, diante dos ideais de transformação moral. Aqui temos um primeiro conceito de reforma íntima: a ascendência da vontade e do esforço sobre nossos milenares hábitos cristalizados no subconsciente.
O conflito interior nasce dessa luta entre consciente e subconsciente. É preciso muita disciplina para conter os impulsos, nem sempre nobres, dessa parte subconsciente da vida mental. 
Outro conceito importante de reforma íntima é o aprendizado de despertar os valores divinos que se encontram adormecidos no superconsciente. Educação é exatamente esse ato de extrair ou colocar para fora os tesouros de nossa divindade que se encontram adormecidos nesse nível.
Todos nós os temos guardado nesse campo da vida mental superior. Por exemplo: quando buscamos a calma, a alegria, a fé e tantos outros patrimônios espirituais, em verdade todos eles já se encontram no superconsciente. 
A meditação, a oração, o desenvolvimento da honestidade em relação aos nossos sentimentos, o hábito do auto-amor através do cuidado conosco e o serviço do bem são algumas das muitas formas de acessar essa zona mental nobre, e recolher o conteúdo energético que nos fará sentir o bem-estar de uma vida saudável e plena. 

A casa mental e a reforma íntima sem martírio

O estudo da casa mental lança uma luz sobre o tema reforma íntima, porque auxilia-nos a entender que não destruímos nada daquilo que fomos, apenas transformamos para melhor.
O subconsciente não morre, não acaba. Ele faz parte do processo de ascensão do Espírito. Ali estão gravadas as experiências felizes e infelizes e, ambas, serão importantes para seu progresso.
Portanto, focar o conceito da melhoria espiritual ou reforma íntima apenas na ótica de “matar o homem velho” ou exterminar o passado (subconsciente), pode conduzir-nos a um esforço de contenção e disciplina muito acentuado ao ponto de criarmos o martírio.
Mais do que contenção ou repressão, precisamos de educação, isto é, aprender a trabalhar o desenvolvimento das potencialidades que estão no superconsciente. Ninguém faz reforma íntima legítima apenas disciplinando o subconsciente. 
É sobre esse ponto que quero refletir com os leitores e amigos no próximo número da revista, quando desenvolverei a parte 2 deste artigo.
Procure fazer um estudo da obra “No Mundo Maior”, de André Luiz e conjugue-a com a obra “Reforma Íntima sem Martírio”, de Ermance Dufaux. Você verá o quanto aprenderá sobre seu mundo mental em favor da construção de uma pessoa nova e melhor a partir de você mesmo.

Fonte: Wanderley S. de Oliveira