Estudando o Espiritismo

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terça-feira, 29 de janeiro de 2019

VELHO PROCESSO

“E congregados eles com os anciãos, e tomando conselho entre si, deram muito dinheiro aos soldados.”   Mateus:- 28-12


Judas não foi o único, no quadro da missão de Jesus, que se deixou fascinar pela perspectiva de ganho e de evidencia pessoal.

-o
Quantos homens puros refletirão na iluminada visão do Mestre, desejando permanecer,
a seu lado, pelo menos durante um minuto?

-o

Entretanto, aqueles soldados, com o galardão de se manterem a dois passos do Senhor,
igualmente o venderam na expectativa de lucros e facilidades na Terra.
-o

Para que os judeus pudessem satisfazer suas velhas ambições de domínio, sacerdotes e
anciãos, à custa de soma vultosa, compraram-nos, capciosamente, transportando-os de uma
situação honrosa para o caminho negro da deslealdade.
-o

O fenômeno não ficou circunscrito à época.
Em todas as fases do cristianismo, a maioria dos trabalhadores recebeu a sugestão do
velho processo e poucos aprendizes se portaram, até o fim, superiores à sedução de “muito
dinheiro”.
-o

Surgiam realizações generosas, grandeza de convicção e caracteres sublimes? Distribuíam-se coroas, títulos, terras e prerrogativas.
-o

E o verdadeiro apelo de Jesus ficava confundido no grande vozerio dos interesses subalternos.
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Hoje, as coroas e as terras são escassas, mas os títulos bancários e os privilégios políticos funcionam muito bem.
-o

E basta que surja o discípulo preparado ao serviço de Cristo e aparecem logo os antigos
anciãos, em outras vestes, com as mesmas propostas.
-o

É justo vigiar, incessantemente, porque muitos continuam adormecendo com a visão de
“muito dinheiro”.

Emmanuel, no livro Levantar e Seguir

domingo, 13 de janeiro de 2019

COMO DEVEMOS AGIR PERANTE OS CRIMINOSOS?

É com imensa tristeza que lemos a notícia sobre alegada morte, no Iêmen, de Rawan (1), uma menina de 8 anos, em decorrência de lesões que sofreu na noite de núpcias com um homem de 40 anos. (2) O caso foi divulgado pelo jornalista Mohammad Radman e o Gulf News. Vários sites espalharam a história, incluindo o Opera Mundi – que se baseou em relatos da agência alemã DPA, do jornal alemão Der Tagesspiegel, do espanhol El País, do Huffington Post (em sua versão britânica) e da agência de notícias Reuters. Os chefes tribais locais estão acobertando a história. O governo do Iêmen nega o fato; entretanto, para Mohammad, as autoridades estão tentando sepultar a história”. (3)

Se é uma questão cultural, isso não absolve o crime de pedofilia. A rigor, é um processo de legalização da pedofilia nalguns países. Casamentos envolvendo menores de idade são corriqueiros no Iêmen. Em 2010 uma menina de 13 anos também morreu com graves lesões nos órgãos internos após ter sido forçada a se casar com um adulto, coforme denuncia uma organização de direitos humanos que atua no Iêmen.

Esse comportamento existe noutras comunidades muçulmanas ortodoxas, tais como ocorre em países como Somália, Nigéria e Afeganistão. Um relatório da Organização das Nações Unidas registra que mais de 50% de todas as jovens iemenitas estão casadas antes de completarem 18 anos e cerca de 14% estão para se casar sem terem ainda 15 anos. (4) A ativista Hooria Mashhour tem lutado para que a prática do casamento infantil seja de uma vez por todas banida do país. (5)

O casamento entre adulto e criança abaixo da idade de consentimento é um crime na legislação de inúmeros países. Contudo, há outro aspecto na discussão: muitas culturas reconhecem pessoas como “adultas” (idade de consentimento) em variadas faixas etárias. Por exemplo, a tradição do Judaismo considera como “adultos” (membros da sociedade) as mulheres aos 12 e os homens aos 13 anos de idade, sendo a cerimônia de transição chamada Bat Mitzvah para as garotas e Bar Mitzvah para os rapazes.

Ao longo da história antiga, no período medieval, na Idade moderna e nos séculos XIX e XX, eram comuns os casamentos de crianças e pré-adolescentes (sobretudo meninas menores de 12 anos de idade) com adultos. Atualmente, tal situação configura-se como ação delitiva que prejudica gravemente o desenvolvimento atual e futuro da criança. Tal aberração, à luz do código penal de diversos países, hoje é classificada como crime de pedofilia. (6)

Em que pese essa criminalização, a situação não se modificou em diversos paises. “Mais de 200 milhões de crianças sofrem violência sexual no mundo e quase metade das vítimas das agressões sexuais são meninas menores de 16 anos. Em nível global, estima-se um número entre 500 milhões e 1,5 bilhão de meninos e meninas que sofrem algum tipo de violência sexual a cada ano, segundo relatórios de organizações internacionais realizados em pelo menos 70 países.” (7)

Ao tratarmos sobre violência infantil que ocorre no Iêmen o assunto que se destaca é a pedofilia. Esse tema nos remete inteiramente aos desvios sexuais e/ou culturais, convidando-nos a embrenhar nos códigos da lei de causa e efeito. Entretanto, na perspectiva da criança não submergiremos nos “porquês”, nem nos rudimentos cáusicos reencarnatórios de espíritos que padecem tamanha crueldade. Não recorreremos à lógica (ação e reação) sobre esses processos expiatórios, enfocaremos tão somente o crime da pedofilia sob a lupa da indulgência. Seria isso possível?

O termo pedofilia (8) significa depravação sexual na qual a fascinação sexual do adulto ou adolescente está conduzida para crianças pré-púberes (antes da puberdade) ou no início da adolescência. A Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, aprovada em 1989 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, define que os países signatários devem tomar “todas as medidas legislativas, administrativas, sociais e educativas” adequadas à proteção da criança, sobretudo no que se refere à violência sexual.

No que tange aos criminosos, inclusive agressores sexuais (pedófilos) que sucumbem diante de crianças para fúria das suas truculências, a Doutrina Espírita recomenda não condenar ninguém, advertindo sempre que tenhamos com todos a prática da caridade. Tais criminosos constituem espíritos que atravessam um momento difícil em que necessitam promover a sua edificação moral, através de uma conduta sexual equilibrada.

O tema é na essência potencialmente complexo, culturalmente polêmico e trágico; não há como ignorá-lo no contexto de nossa situação na terra. O pedófilo, sendo um desnorteado da alma, e ao mesmo tempo um criminoso, logicamente não pode ficar impune. Contudo, precisa, antes, de tratamento psíquico e espiritual.

Sim! Cabe aqui refletir, à luz da Doutrina Espírita, sobre os crimes e sobre a lei. O mandamento maior da lei divina inclui a caridade para com os criminosos, por mais difícil que possa parecer ter este sentimento diante da barbárie da pedofilia. Perante a Lei de Deus, somos todos irmãos, por mais repugnante que seja para alguns tal ideia. O criminoso é alguém que desconhece a Lei Divina, que não reconhece a paternidade divina e, portanto não vê no outro um irmão. Nós, que já temos esses valores, sabemos que ele é também um filho de Deus, por enquanto transviado do bem, que precisa do nosso amor fraterno.

Mas de que maneira amar um criminoso, um inimigo da sociedade? Kardec nos ensina que amar os inimigos não é ter-lhes uma afeição que não está na natureza, visto que o contato de um inimigo nos faz bater o coração de modo muito diverso do seu pulsar ao contato de um amigo. Amar tais inimigos é não lhes guardar ódio, nem rancor, nem desejos de vingança; é perdoar-lhes, sem pensamento oculto e sem condições, o mal que causem; é desejar-lhes o bem e não o mal; é socorrê-los, em se apresentando ocasião; é abster-se, quer por palavras, quer por atos, de tudo o que os possa inutilizar; é, finalmente, retribuir-lhes sempre o mal com o bem, sem a intenção de degradá-los. (9)

Se assim procedermos, preencheremos as condições do preceito do Mestre Jesus: “Amai os vossos inimigos.”(10)

 Jorge Hessen

Referência bibliográficas

(1)            Rawan residia em  Meedi, uma cidade na província norte-ocidental de Hajjah , fronteira com a Arábia Saudita. A  menina foi vendida pelo padrasto para um saudita por cerca de R$ 6 mil, segundo o jornal alemão Der Tagesspiegel

(2)            Segundo os médicos, a Rawan morreu com hemorragia  no útero e alguns órgãos internos decorrente da união carnal

(3)            Disponível no site http://oglobo.globo.com/mundo/policia-do-iemen-nega-morte-de-menina-de-oito-anos-apos-lua-de-mel-com-marido-de-meia-idade-diz-site-9904846#ixzz2fpzsOAFH

(4)            Disponível no site http://www.ionline.pt/artigos/mundo/iemen-luta-banir-casamento-infantil-num-dos-paises-arabes-mais-pobres

(5)            Disponível no site http://www.ionline.pt/artigos/mundo/iemen-luta-banir-casamento-infantil-num-dos-paises-arabes-mais-pobres

(6)            A Classificação Internacional de Doenças (CID-10), da Organização Mundial da Saúde (OMS), item F65.4, define a pedofilia como “Preferência sexual por crianças, quer se trate de meninos, meninas ou de crianças de um ou do outro sexo, geralmente pré-púberes

(7)            Disponível  no site http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias

/27705/mais+de+200+milhoes+de+criancas+sofrem+violencia+sexual+no+mundo+diz+ong.shtml

(8)            Também conhecida como paedophilia erótica ou pedosexualidade

(9)            Mateus 5:44

(10)          Kardec, Allan. O Evangelho Segundo O Espiritismo, Cap. XII, Item 3, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000

Caridade para com os criminosos

Caridade para com os criminosos
Escrito por Jayme Lobato  
Qui, 10 de Fevereiro de 2011 15:52


À noite, Jandira e Ricardo, após o noticiário da TV, conversam na sala em companhia dos dois filhos, Mateus e Roberta. E Jandira comenta:

– Que mundo louco é esse, gente?! O desvario está grande.

– Estamos passando por momentos difíceis. O noticiário de hoje, da TV, constou especialmente de assaltos e seqüestros – acrescenta Ricardo.

– Contudo, Ricardo, acho que dão muito espaço para as coisas ruins. Há coisas boas acontecendo. Só que não têm o mesmo espaço na mídia.

– Mamãe tem razão. Com relação aos jovens, nem se fala. Só divulgam os casos que envolvem violência, drogas, assaltos, etc.

– Há muitos jovens, mana, realizando trabalhos importantes, tanto na área cultural quanto na social.

– Taí, Mateus, uma coisa que precisa ser incentivada: a realização de eventos sociais e culturais que atraiam os jovens – afirma Ricardo.

– O esporte também pode contribuir muito para o engajamento do jovem num processo de auto-estima e valorização da vida.

– Certamente, mamãe!

– O noticiário que acabamos de assistir, filha, divulgou o caso de um rapaz que, não conseguindo roubar o carro de uma moça, acabou dando-lhe três tiros à queimaroupa. Fiquei indignada com o grau de violência do rapaz.

– O problema, mamãe, é que o nosso país ainda vive uma crise social muito grande. Infelizmente, há uma parcela da sociedade que não tem direito a um projeto escolar decente. Da exclusão social eclodem situações de difícil controle – assevera Mateus.

– Isso é verdade, mano! Fui ajudar no reforço escolar, que o centro está promovendo, e fiquei estarrecida. Crianças da terceira e quarta séries são sabiam escrever o próprio nome.

– Nós, no entanto, Roberta, tivemos oportunidade de estudar em bons colégios. Nem precisamos freqüentar cursinho pré-vestibular.

– Os mais simples levam desvantagem em tudo, Mateus. Os colégios que podem freqüentar não têm um programa que lhes permitam o desenvolvimento intelectual exigido na atualidade.

– Além de não terem condições de freqüentar colégios da rede particular, mana, também não podem pagar cursinho preparatório. Como poderão chegar à faculdade?

Aí, Ricardo intervém:

– Mas, meus filhos, há pessoas que conseguiram vencer essas dificuldades e, hoje em dia, desfrutam de boa condição social.

– Não podemos legislar pelas exceções, pai – fala Roberta.

– É isso mesmo! – exclama Mateus. Roberta disse-o bem. Enquanto alguns poucos conseguem se instruir, uma quantidade enorme de jovens brasileiros está marginalizada pelo sistema dominante.

– O ensino público fundamental a cada dia mais se deteriora – observa Jandira.

– Não se esqueça, querida, de que nós estudamos em escolas públicas!

– Que não podem, Ricardo, ser comparadas às atuais. O desleixo do poder público com a instrução das classes mais simples tem um preço muito alto.

– O assunto me faz lembrar do estudo que fizemos, no ESDE, de um caso citado no livro O Céu e o Inferno, de Allan Kardec. O caso do Espírito Jacques Latour.

– Lembro-me desse estudo, Roberta. Ele, na Terra, fora criminoso. No mundo espiritual se arrepende e se beneficia pelas orações que lhe eram endereçadas pelo grupo espírita.

– É esse caso mesmo, mano! Jacques Latour, após despertar para a necessidade de transformação, assinala com entusiasmo o bem que lhe fizeram as preces proferidas em seu benefício.

– Há um momento na comunicação de Jacques Latour, mana, que acho muito importante para a nossa reflexão. É quando ele diz que se enganam aqueles que pensam que, com soldado e polícia, se previnem crimes.

– E há um outro alerta dele, Mateus, que é também atualíssimo. É quando adverte que assumem grandes responsabilidades aqueles que negam instrução às classes mais pobres da sociedade. A mãe dos jovens ressalta:

– Acho muito justo tudo o que vocês dois falaram, porém não consigo ainda ver com olhos de caridade esse caso que a TV mostrou.

E Jandira tenta se explicar melhor:

– Quando apareceu a imagem do criminoso na tela, cheguei a sentir uma revolta tão grande que seria capaz de, naquele instante, concordar com a pena de morte.

– Aí está a importância da vida de relação, querida. Alguns fatos externos são capazes de despertar em nós sentimentos dos quais já nos considerávamos libertos. É essa a possibilidade de nos conhecermos realmente, conforme propõem as questões 919 e 919-a, de O Livro dos Espíritos.

– É mesmo, marido! Logo depois de ter-me surgido esse sentimento de revolta, pude refletir com maior segurança e me lembrei da proposição do Pai Nosso, que nos recomenda pedir ao Pai que não nos deixe cair em tentação.

– Bem lembrado, mãe. Precisamos estar atentos para não nos deixar levar pelo arrastamento do mal que ainda trazemos conosco, fruto da nossa imperfeição – confirma Roberta.

– Precisamos, maninha, aprender a domar a fera que ainda se esconde nos escaninhos de nossa alma.

– Gostei do que papai falou antes. Pois, vejo na vida de relação as melhores condições para reconhecermos essa fera escondida em nossa intimidade e podermos, assim, dominá-la – diz Roberta.

– A experiência que tive hoje me valeu bastante. Consegui perceber-me reagindo de modo contrário aos princípios espíritas. Decepcionei-me um pouco comigo. Imaginava-me já liberta do rancor, do revide.

– O bom é que você, querida esposa, após o primeiro impacto causado pela imagem do rapaz, pôde perceber o sentimento rancoroso, avaliá-lo e sustá-lo em tempo.

– Após ter-me pego em estado de rancor, busquei tranqüilizar-me. Aí, desliguei-me do rancor e pude até orar pelo rapaz.

– Devemos atentar para o conceito bíblico de que o Pai não quer a morte do ímpio, mas a sua recuperação – propõe Ricardo.

– Orar é muito importante, pai. E devemos entender que, quando oramos pelos criminosos, não os estamos isentando da responsabilidade que assumiram diante das leis de Deus e dos homens, pelo que fizeram.

– Entendo que a oração, nesse caso, Mateus, se traduz num desejo sincero de que aquela alma se reabilite e se ilumine.

– Também penso assim, mana. Esse negócio, de se revidar a um ato de violência, mostra que ainda estamos dentro do campo violento e sofrendo-lhe as conseqüências.

– Uma coisa que me ocorreu agora: por trás de um criminoso, há sempre um coração de mãe, de pai, ou um afeto qualquer, que sofre pela situação criada por ele.

– Boa lembrança, Jandira. Não nos custa, também, rogar a Deus que fortaleça todos aqueles que estão sofrendo pelo desatino dos companheiros invigilantes.

– Há muita coisa a ser corrigida no comportamento humano para que fatos como o que vimos no noticiário da TV deixem de ocorrer – observa Mateus. – O egoísmo, Mateus, que faz com que as pessoas queiram levar vantagem em tudo, é uma dessas coisas que precisam ser erradicadas. Nenhuma convivência social pode dar bons frutos e resultados promissores se só uma parte leva vantagem.

– Infelizmente, mana, a tese de que “farinha pouca, meu pirão primeiro” ainda está muito vigorosa na relação humana.

– E essa tese nós assistimos ser vivenciada até mesmo na condução, nas filas de bancos e de supermercados – enfatiza Ricardo. Todos querem estar à frente, querem tirar vantagem em tudo, não se importando com o meio utilizado para que isso aconteça.

– Ante a situação atual, querido, chegamos a pensar que, ao invés de avançar, o homem está regredindo, tal a violência que assistimos.

– A questão 784, de O Livro dos Espíritos, Jandira, nos mostra que essa idéia é enganosa e que é preciso, em determinadas ocasiões, haver excesso do mal, para que o homem compreenda a necessidade do bem e das reformas. Urge que reflitamos sobre isso.

Dado o adiantado da hora, Ricardo, Jandira, Mateus e Roberta se recolhem para o sono reparador, todos eles refletindo no conteúdo da questão 784, de O Livro dos Espíritos. O assunto voltaria a ser comentado noutra oportunidade.

Boletim de Novembro/2006

Caridade para com os criminosos

1 - Como fazer a caridade a um criminoso?

2 - A desencarnação seria um bem para o criminoso?

3 - Pode um homem vir a se arrepender de seus atos incorretos, se tiver, diante da morte iminente, a chance de ser salvo?

Caridade para com os criminosos - Conclusão Voltar ao estudo

Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual Evangelho

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EESE070b - Cap. XI - Itens 14 e 15
Tema: Caridade para com os criminosos
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A - Conclusão do Estudo:
A nossa atitude diante de um criminoso deverá ser de benevolência, de amor, de consolação e encorajamento. Se tivermos oportunidade de salvá-lo diante da morte, não deveremos desperdiçá-la. Ele é tanto nosso irmão quanto o melhor dos homens.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Como fazer a caridade a um criminoso?

Não lhe desejando mal, não julgando seus atos, visitando-o no presídio, levando-lhe uma mensagem que poderá conduzi-lo à regeneração.

A violência é fruto do desamor, do egoísmo e da indiferença para com o próximo.

2 - A desencarnação seria um bem para o criminoso?

Só a Deus cabe julgar. Mas, podemos acreditar que, a partir do ato salvacionista, a vida do malfeitor poderia reformular-se para melhor, e conquistaríamos um amigo para a eternidade, disposto a ouvir nossas propostas renovadoras.

Sem a caridade das almas nobres, o malfeitor demoraria muito mais para renovar-se.

3 - Pode um homem vir a se arrepender de seus atos incorretos, se tiver, diante da morte iminente, a chance de ser salvo?


É possível, pois, nesse instante, o homem perdido vê surgir diante de si todo o seu passado, fazendo-se ver a chance de redimir-se vivendo mais algum tempo na recuperação renovadora.

Ao salvar um malfeitor da morte, não devemos indagar se ele vai agradecer ou não: devemos seguir a voz do nosso coração.

Fazendo o que todos fazem


        Há algum tempo, um programa televisivo dramatizou uma das questões que, com certeza, muito preocupa a todos nós: a violência.

        A história girava em torno da vida de uma assistente social devotada à recuperação de jovens delinqüentes.

        Defensora dos direitos de tais criaturas, trazia sempre nos lábios frases de ponderação, mesmo face à descrição de crimes terríveis cometidos pelos jovens.

        Até o dia em que foi surpreendida, em seu próprio lar, pela invasão de um garoto que, armado com um revólver, a subjugou e, durante horas, a manteve prisioneira.

        Nesse período, despejou a sua raiva em gestos e palavras, levando a profissional à exasperação.

        Depois de exaustivas horas de ameaças e agressivas atitudes, ela conseguiu tomar de uma arma e a apontou na direção do seu agressor.

        Nesse instante, o povo opinou e decidiu, ante três alternativas, qual deveria ser o desfecho do drama: perdoar, entregar o delinqüente à lei ou vingar-se.

        De forma maciça, as pessoas optaram pela última alternativa. E então, como é o povo que decide nesse programa, o jovem foi abatido com um tiro no peito.

        Ante o seu conflito, ao perceber o que fizera, a senhora teve amenizado o seu arrependimento por um amigo que afirmou: "Você não fez nada além do que qualquer outro faria, em seu lugar. Afinal, ele não passava de um criminoso."

        O que nos surpreendeu foi justamente a votação das pessoas, optando pela vingança, ou seja, pela sumária execução do delinqüente.

        Será de nos surpreendermos que a violência abunde no Mundo, quando nós mesmos trazemos a informação e a predisposição à agressão, à destruição?

        E se fosse o nosso filho o agressor, teríamos a mesma disposição?

        Compete-nos pensar um tanto mais a respeito das delicadas questões da vida e do que nos prescreve o Evangelho, como salutar medida.

        Recordar que Jesus perdoou os Seus algozes. Ele, cujo poder poderia ter destruído os agressores, rogou ao Pai pelos inconseqüentes.

        Pensar o quanto erramos, dilapidando a Lei Divina e, contudo, nosso Pai não nos extermina.

        Concede-nos a reencarnação, a outra chance, para a emenda.

        Permite-nos retificar os atos e nos recuperarmos.

        Como podemos agir de forma diversa?

        Caridade para com os criminosos é o que dita o Evangelho.

        Segregação do convívio social, pelo grau de periculosidade, reeducação de hábitos, trabalho para o reajustamento, a par das coisas básicas de que necessita o homem, nesta vida: alimento, escola, lar, saúde.

        Eis a fórmula para erradicar a violência da Terra e do coração do homem.

* * *

        O criminoso é um doente, digno de piedade.

        Ele também é nosso próximo, como o melhor dos homens.

        Sua alma, transviada e revoltada, foi criada, como a nossa, para se aperfeiçoar.

        Podemos ajudar a tais criaturas com a oração, rogando a Deus que assista a esses Espíritos pelo tempo que ainda hajam de passar na Terra.

Redação do Momento Espírita com base no item 14,
 do cap. XI de O evangelho segundo o espiritismo,
de Allan Kardec, ed. Feb.
Em 02.01.2008.

Criminalidade à Luz do Espiritismo




criminosos_dentro_capaAtualmente, deparamos com uma epidemia nacional: o alto número de detentos. O Brasil é o segundo país no mundo que mais prendeu em 15 anos, porém continua batendo o recorde mundial de homicídios. Apesar do alto número de encarceramentos, a criminalidade cresce cada vez mais.

O discurso “bandido bom é bandido morto” é apoiado por 50% da população brasileira, segundo dados da pesquisa conduzida pelo Instituto Datafolha. Boa parte acredita que a solução para a diminuição da criminalidade é agir com violência e despejam um discurso bastante raivoso e de ódio.

O livro “Chico Xavier, à Sombra do Abacateiro”, relata o episódio em que Chico foi questionado sobre a grande incidência de crimes na atualidade e sobre a pena de morte.

Chico respondeu: “Emmanuel costuma dizer que o criminoso é sempre um de nós que foi descoberto.”

Este assunto é tremendamente complicado. Você deve estar se perguntando: como ser piedoso com indivíduos sem o mínimo de sensibilidade? E o que pensar das vítimas de assaltados e outras atrocidades? Como compreender e perdoar atitudes de tanta barbárie?

Realmente, é preciso de certa elevação moral para chegar ao perdão absoluto destes casos, mas na conduta Cristã, é preciso buscar compreender ou ao menos tentar. Discursos de ódio são emanações de formas pensamentos, onde o primeiro prejudicado é aquele que diz.

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, mais precisamente no capítulo IV – Caridade Com os Criminosos, remete a um fundamento contido na doutrina de Jesus:

“Devem amar os infelizes, os criminosos, como criaturas de Deus, para as quais, desde que se arrependam, serão concedidos o perdão e a misericórdia, como para vós mesmos, pelas faltas que cometeis contra a sua lei.”

Todos somos filhos de Deus. Sim, até mesmo os criminosos. A todos são dadas oportunidades. Pelo Espiritismo, compreende-se que tirar a vida daquele que cometeu erros graves perante a sociedade não lhe faz progredir. Necessário é que haja punições cabíveis e legais, porém o atual regime prisional brasileiro não agrega uma reeducação adequada. Ao invés disso, por vezes, o detento sai muito pior do que entrou.

A lei do progresso é vigente, porém é necessário trabalhar arduamente. Deste modo, só é auxiliado, de fato, aquele que aceita a ajuda. É preciso estender as mãos, em vez de bater. Violência só gera violência, e está contra os princípios do Cristianismo.

Para finalizar, uma breve reflexão de Léon Denis:

“Todas as almas são perfectíveis e susceptíveis de educação; devem percorrer os mesmos caminhos e chegar da vida inferior à plenitude do conhecimento, da sabedoria e da virtude. Não são todas igualmente adiantadas, mas todas hão de subir, cedo ou tarde, as árduas encostas que levam às radiosas eminências banhadas da eterna luz”.

Ouça ao programa “Espiritismo e Segurança Pública” falando sobre a superlotação dos presídios.

Confira a visão espírita sobre a pena de morte no Boletim Espírita pela TV Mundo Maior.







Mariana Garofalo

Por Mariana Garofalo

Publicitária, Pós-graduanda em Gestão da Comunicação em Mídias Digitais. Apresenta o programa Juventude Maior pela Rádio Boa Nova e TV Mundo Maior.

CRIMINOSOS NUMA ANÁLISE ESPÍRITA

CRIMINOSOS NUMA ANÁLISE ESPÍRITA

“Deveis amar os desgraçados, os criminosos, como criaturas que são de Deus, às quais o perdão e a misericórdia serão concedidos se se arrependerem” “É tanto vosso próximo {o criminoso}, como o melhor dos homens” (Evagelho Segundo o espiritísmo - XI,14.)

Num tempo em que são apresentadas como novidades as doutrinas sociais da inclusão isto é: inserir aqueles, que são excluídos, ou se auto excluíram por motivos vários, importa reflectir à luz da Filosofia Espírita, sobre uma larga faixa daqueles, porque caídos nas malhas do crime, continuam detestados e, quiçá, para a populaça intolerante, melhor seria retirar esses criminosos para sempre do seio da sociedade.

O Espiritismo enquanto bênção dos céus, é a doutrina da modernidade por excelência, ao eleger como seu postulado principal a caridade, deixando o bem expresso no Evagelho Segundo o Espiritísmo Capitulo XI na comunicação de Paulo- Paris 1860 que “FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO, propõe assim, a revolução do amor nos corações, para, que ninguém fique de fora da esperança e do amor do Pai, em que Jesus Cristo resumiu toda a sua doutrina, perpetuando no espaço e no tempo esse canto de beleza traduzido no: “ Vinde a mim vós que sofreis eu vos aliviarei” ou “justiça quero e não violência” a fim de que, os caídos na desgraça não sejam aniquilados, mas conduzidos ao amor e ao perdão e, mesmo no extremo das suas dores, recebam sempre nova oportunidade de educação.

Léon Denis afirma que:

Todas as almas são perfectíveis e susceptíveis de educação; devem percorrer os mesmos caminhos e chegar da vida inferior à plenitude do conhecimento, da sabedoria e da virtude. Não são todas igualmente adiantadas, mas todas hão-de subir , cedo ou tarde, as árduas encostas que levam às radiosas eminências banhadas da eterna luz”.

Acreditando sempre na educação, não duvidemos nós os espíritas do pensamento de Léon Dennis e perseveremos sempre na busca de maiores conhecimentos que, nos permitirão agir no seio da sociedade como colaboradores das almas, que desta ou daquela forma nos foram confiadas, ou connosco se cruzaram nesta reencarnação, tendo para com todos compreensão. Quando as Ciências da Educação e o legislador penal estudarem com profundidade os postulados espíritas, serão confrontados com uma realidade que ignoram, o Espiritismos prevê toda uma política educacional e social, essencialmente preventiva.

São estas palavras de Allan Kardec, nos comentários pessoais, a respeito da “Lei do Trabalho” , questão nº 685 do L.E: Considerando-se o aluvião de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as consequências desastrosas que daí decorrem? Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada (a educação) o homem terá no mundo hábitos de ordem e previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse o ponto de partida, o elemento real do bem estar, o penhor da segurança de todos”.

A Filosofia Espírita, nunca leva a uma visão fatalista, prevê sempre a regeneração do espírito pela reforma moral, pela educação, pelo trabalho, pelo aperfeiçoamento das condições sociais. Daí, que em momento algum os Espíritos apresentaram a violência ou a força como solução para alguma coisa, mas sempre a educação, como fica bem expresso na questão 761.L.E: A lei de conservação dá ao homem o direito de preservar a sua própria vida; não aplica ele esse direito, quando elimina da sociedade um membro perigoso?

- Há outros meios de se preservar o perigo, sem matar. É necessário, aliás, abrir e não fechar ao criminoso a porta do arrependimento. O Espiritismo como corpo doutrinário organizado, propõe em todas as situações soluções modernas e avançadas, ainda não superadas pelas modernas Ciências Criminais, Ciências Sociais e Educacionais, oferecendo a todos os estudiosos sérios, um campo vasto de reflexão, para toda a problemática, que hoje convida à visão holística, ou no dizer do professor José Herculano Pires “cosmovisão”.
Se, os que não estudam o Espiritismo, sabem o, que ele não é, nunca é demais dizer o que ele é, para isso ninguém melhor que o Codificador Allan Kardec-(55) O que é o Espiritismo.

O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os espíritos; compreende todas as consequências morais, que dimanam dessas relações. Porque despida a roupagem carnal, o Eu individual não se extingue, e o espírito leva consigo toda a responsabilidade individual, fruto das suas acções nefastas, pela reencarnação, através das vidas sucessivas, volve ao palco educacional, como único meio de aperfeiçoamento espiritual, reencontrando-se com aqueles a quem prejudicou para reparação dos seus males.

“ Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e as suas consequências. O Arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação”(O Céu e o Inferno, 1ª parte, cap. VII, item 16º).

Então, se com a morte do delinquente, o espírito imortal prossegue, o ódio acompanha o odiado e também não se extingue o sentimento de vingança para o futuro: qualquer extinção da vida do delinquente não passará, apenas de uma perda de tempo e, de uma violência gratuita do estado para criar mais um revoltado na escola futura. Porque o fuzilamento, a cadeira eléctrica, a injecção letal ou, outras formas de eliminação legal, por mais modernas e poderosas, serão incapazes de destruir o espírito imortal, nunca apagarão, com esses métodos os ódios, as vinganças ou as perversidades.

“Para o criminoso, a presença incessante das vítimas e das circunstâncias do crime é um suplício cruel”. (O Céu e o Inferno, 1ª parte, cap.VII, item 24). Aqueles, que eivados de uma visão materialista da vida e que em pleno século XXI, invocam como solução política de paz pública o saneamento dos criminosos, pela pena de morte ou outras formas de violência, apresentam uma solução negativa à Luz do Espiritismo.

As vinganças de ordem espiritual, que se abatem sobre as famílias, os povos ou as nações, tomando a forma de obsessões individuais ou colectivas, são o resultado das violências legais ou ilegais que, não souberam abrir a porta do amor e da regeneração pela educação do delinquente, que um dia também será anjo. A sociedade tem efetivamente de saber defender-se e preservar-se porque essa é uma condição de progresso individual e colectivo dos Espíritos: “ O homem tem que progredir. Isolado não lhe é possível” {LE- Q. 768}“ Quis Deus que por essa forma { os laços sociais e de família} os homens aprendessem a amar-se como irmãos” (LE- Q. 774). Vide ainda {LE-Q.766,767,768}.

A Codificação explica como a organização social se deve defender dos criminosos. –“A Sociedade tem as suas exigências. São-lhe necessárias leis especiais” (LE-Q 794);_ “se { as imperfeições de uma pessoa} podem acarretar prejuízos a terceiros , deve-se atender, de preferência, ao interesse do maior número” (Evagelho Segundo o Espiritísmo Capitulo - X, 21)- “Uma sociedade depravada certamente precisa de leis mais severas {…}” (LE –Q 796)- “A vida social outorga direitos e impõe deveres recíprocos” (LE- Q- 877); “ Confiante na impunidade, o homem retardaria o seu avanço e, consequentemente, a sua felicidade futura” (EE-V,5).

-“ Com o atrativo de recompensas e temor de castigos, procura-se estimular o homem para o bem e desviá-lo do mal” (LE- Q 1009§ 9). “O castigo só tem por fim a reabilitação, a redenção” (LE- Q1009§ 7); - “ as penas por temporárias, constituem concomitantemente castigos e remédios auxiliares à cura do mal” (CI-1º VII, 30) “ Toda a imperfeição, assim como toda a falta que dela promana, traz consigo o próprio castigo, nas consequências naturais e inevitáveis”(CI 1ª, VII, 33, 2ª.)

A proposta penal da Filosofia Espírita, não esgota a sua acção na defesa social, não tem por fim último salvaguardar a colectividade, mas organizar-se esta de tal forma para fins superiores, que corrijam as imperfeições, que conduzem ao crime, tratando o delinquente e não segregando-o ou eliminando-o, mas cuidando dessas almas doentes. - “ Infelizmente essas leis {penais} mais se destinam a punir o mal, do que a lhe secar a fonte” (LE-Q. 796) e em jeito de conclusão e sentença deixa-nos o Mestre de Lyon, discípulo de Pestalozzi. “Só a educação poderá reformar os homens que, então, não precisarão de leis tão rigorosas( LE Q.796”.)

O Espiritismo não nos esclarece somente sobre o transcendente, oferece-nos noções claras a respeito de Deus, a Inteligência Suprema e sobre o Cristo Consolador. Dá-nos a conhecer muitas das leis divinas que já podemos compreender, a evolução contínua, as vidas sucessivas em mundos matérias como o nosso, a lei de causa e efeito, a eternidade do Espírito, leis de esperança que mostram ao ser humano as suas imensas possibilidades de crescimento, na proporção justa do seu esforço, do uso correcto da sua inteligência e vontade e da liberdade que goza. Ensina-nos com clarividência que o homem, espírito encarnado neste mundo atrasado, vem ao longo dos milénios, cumprindo o seu fado, aprendendo as coisas rudimentares da vida, mas sempre aperfeiçoando-se através das reencarnações, não ficando ninguém, excluído das soberanas leis do amor.

E porque somos ainda imperfeitos e precisamos da caridade dos luzeiros espirituais que nos guiam e nos e convidam permanentemente ao perdão, a sermos mais fraternos e solidários uns com os outros, mesmo sabendo das nossas seculares imperfeições, ou porque sabem que somos doentes e para isso precisamos do lar, adequado à nossa condição evolutiva, da escola ou do hospital mais capazes, jamais nós, espíritas, nos permitamos ser descaridosos para com os nossos semelhantes, nomeadamente, os caídos no vício da criminalidade porque, mesmo com esses podemos aprender onde já não estamos, nunca esquecendo o principio fundamental da doutrina espírita. “FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO”  permite Deus que entre vós se achem grandes criminosos, para que vos sirvam de ensinamentos.” (EE-XI, 14,§5.

Que nos Centros Espíritas, escolas fundamentais do Movimento Espírita, contribuamos pela nossa ação activa a divulgar e exercitar esses e outros saberes, que chegaram até nós pela caridade do Amor infinito de Deus, ampliados pelo Espírito da Verdade, para melhor entendimento de Jesus, através das obras de Kardec, porque este sentimento religioso novo, ou Religião Natural do Amor, contribuirá ao maior respeito por todos os semelhantes, contribuindo para a verdadeira paz social.

José Esteves Teiga

Referências bibliográficas:

- Ney Lobo,
- Léon Denis,
- Allan Kardec,
- Céu e Inferno.
- Deolindo Amorim,
- Livro dos Espíritos;
- O Que é o Espiritismo;
- Espiritismo e Criminologia;
- Os Criminosos na visão Espírita;
- Filosofia Espírita da Educação-3.
- Evangelho Segundo O Espiritismo;
- O Porquê do Ser, do Destino e da Dor.
- 2 8 | R e v i s t a d e E s p i r i t i s m o
- R e v i s t a d e E s p i r i t i s m o | 2 9.

Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/o-ceu-e-o-inferno/criminosos-numa-analise-espirita/#ixzz5cVWzx1yP

Caridade com os criminosos

https://evangelhoespirita.wordpress.com/capitulos-1-a-27/cap-11-amar-o-proximo-como-a-si-mesmo/instrucoes-dos-espiritos/iv-caridade-com-os-criminosos/

Verdadeira caridade

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)


Verdadeira caridade

“A Lei de Amor extingue as misérias sociais.” - Lázaro


A cena foi constrangedora... Compungiu-nos o coração ver aquele jovem de apenas vinte e dois anos ser conduzido pela polícia, com as mãos algemadas para trás, causando tumulto e curiosidade dentro da agência bancária...  Aquelas mãos que poderiam estar sendo utilizadas para a semeadura do bem ou compulsando as folhas de um livro nobre estavam imobilizadas como medida preventiva contra a fuga.

Chegam-nos, então, à mente, as palavras registradas em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XI, item 4: “Caridade para com os criminosos”.

Os comentários se atropelaram dentro do nervosismo gerado pelo triste acontecimento: “Tomara que ele tome umas boas borrachadas”; “ladrão devia ter as mãos cortadas”; “não tenho pena de ladrão” etc.  Tais eram as palavras de ordem.  Raros os que se abstiveram de comentários desairosos...

As criaturas estão realmente ainda muito distantes de ver e sentir como Jesus: além das aparências.

Imaginamos, então, o que faríamos se estivéssemos no lugar daquele jovem.  Se tivéssemos reencarnado no mesmo meio, recebido durante os primeiros e mais importantes anos de vida as mesmas desorientações e negligências dos pais que se somam às tendências atávicas do Espírito ancestral, que faríamos?   Teríamos resistido ou cederíamos à tentação do roubo?!...

Como seriam hoje os circunstantes que anatematizavam o jovem infeliz se os seus caminhos fossem os mesmos trilhados por ele? Era de se esperar pelo menos um pouco de indulgência de quem (aparentemente) recebeu boa educação e melhor berço.

Quanta falta faz o Espiritismo na vida das pessoas!...

Quanta falta faz a prática do Espiritismo nas pessoas que o conhecem!...

Sem pieguismos e sem deixar-nos envolver pelas vibrações malsãs que carregavam o ambiente, conquanto achando que o jovem devia pagar pelo delito, uma onda de ternura e carinho invadiu nosso coração e procuramos canalizar tais vibrações na direção daquele jovem. Quem sabe, aquele infausto acontecimento iria frenar suas atividades infelizes? Era jovem, teria ainda toda uma vida pela frente... Afinal, não ensina a novel Doutrina Espírita que devemos ter caridade para com os criminosos?

Ficamos, então, pensando: quão importante e nobre é a tarefa abençoada das Casas Espíritas que se desdobram na evangelização dos jovens, numa verdadeira profilaxia, cortando no nascedouro as más tendências inatas e direcionando-as para uma vida sadia e plena de bênçãos.

Colocamo-nos no lugar dos pais daquele jovem e imaginamos como deve ser triste ver o filho querido que acalentamos desde a mais tenra infância e para o qual sonhávamos um porvir risonho ser conduzido algemado, cabisbaixo e aterrorizado para as grades de uma prisão!...

É grande a responsabilidade dos pais. E quantos pais (espíritas?!) nem ao menos se preocupam em levar os filhos às aulinhas de evangelização, perdendo assim, preciosa oportunidade de oferecer-lhes subsídios valiosíssimos para a vida de adultos nesses tempos tão difíceis. É uma omissão que pode custar muito caro.   Não convém arriscar...

Sentimos, então, a cada dia, que a honra e a glória de ser espírita é um talento que não podemos enterrar. Temos que multiplicá-lo, a exemplo dos dois servos fiéis da parábola.

É imprescindível divulgar o Espiritismo, vez que, segundo Emmanuel, a maior caridade que podemos fazer-lhe é exatamente a sua propagação.

Estivesse já nas mentes e corações o conhecimento espírita, jamais ouviríamos aqueles comentários descaridosos e o mundo agitado de hoje por múltiplas convulsões sociais teria mais paz, mais harmonia, mais felicidade, mais honestidade, menos corrupção, menos crimes, menos tragédias de variegado matiz...

Sem o conhecimento espírita jamais passaria pela nossa mente que aquele jovem “é tanto nosso próximo, como o melhor dos homens; sua alma transviada, revoltada, foi criada, como a nossa, para se aperfeiçoar e que, orando por ele, quem sabe conseguiria sair do lameiro?” (1)

Desconhecendo o Evangelho de Jesus, desconheceríamos também a portentosa lição do “bom samaritano” que socorreu um estranho quando os que deveriam fazê-lo se omitiram.  A situação era a mesma: os pais se omitiram e ali estava o necessitado de ajuda à mercê da polícia, esperando mão amiga para socorrê-lo no infortúnio que cavara com as próprias mãos.

Com o Espiritismo sabemos que a verdadeira caridade não consiste apenas na esmola que se dá, nem mesmo nas palavras de consolação que lhe aditemos.  Não, não é apenas isso o que Deus espera de nós, que nos proclamamos cristãos.

A caridade sublime, apregoada e exemplificada pelo Mestre, também consiste na benevolência de que usamos sempre e em todas as coisas para com o próximo.             



Referência:

(1) KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 125. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, cap. XI, item 14.

Caridade com os criminosos

https://espirito.org.br/palestras/caridade-para-com-os-criminosos/

Dirigente do Estudo:
Marcio Alves

Mensagem Introdutória:
NEGADORES NECESSITADOS

Verdadeira conspiração. Programa que se transmite de incauto a incauto, propalando cepticismo, negação.

Religiosos em desalinho, combatendo afirmações imortalistas que foram hauridas nas fontes da sobrevivência. Pesquisadores honestos em teimosa dúvida, engendrando teorias fascinantes e complexas, para fugirem à realidade da vida extra-física.

Indiferentes, zombando das respeitáveis conquistas alcançadas no campo da informação espiritual, como se estivessem indenes à desencarnação e conseqüentemente ao prosseguimento da vida…

Pedem provas novas.

Exigem fatos atuais…

Preocupam-se e esperam que os outros lhes ofertem fatos probantes sobre a imortalidade, a comunicabilidade e a reencarnação dos espíritos, enquanto eles apenas negam, somente negam, sem provarem a validade de tal sistemática negação.

Cômodos, cooperam com a desordem que irrompe alarmante.

Apaixonados, açulam os instintos e as paixões da personalidade infeliz.

Neutros, pendem para a indiferença, numa neutralidade de niilistas, dizendo aguardarem resultados…

Continua tu o honesto labor da fé, penetrando cada vez mais as lições valiosas e consoladoras do Espiritismo libertador.

Aqueles espíritos que engendram dificuldades e criam cizânia, sempre os houve.

Alguns estão invariavelmente contra.

As próprias mazelas somente lhes permitem ver o que lhes apraz e convém.

Não evitarão, entretanto, a viagem através da porta do túmulo.

Conhecerão de perto a realidade, e despertarão, como ocorrerá contigo mesmo.

Confia, portanto, e ama, servindo sem cansaço, vinculado ao ideal de fé que te irmana a todos os homens, e ajuda-os. Se outro socorro não lhes puderes oferecer, ora por eles, compreende-os, pois que, embora não te reconheçam, também necessitam de ti.

Se parecer-te difícil essa atitude, repete mentalmente como fez Jesus, perdoando-os, ao clamar: “Eles não sabem o que fazem!” e prossegue tranqüilo.

Joanna de Ângelis
Do Livro: Celeiro de Bênçãos
Psicografia: Divaldo Pereira Franco
Editora: LEAL

Oração Inicial:
<Marcio_Alves> Senhor Jesus, mais uma vez aqui reunidos em Teu nome, rogamos a Tua inspiração para estes momentos de estudos em que juntos ao Teu coração bondoso, iremos estudar a mensagem da Boa Nova. Que nestes momentos de paz, possamos estar juntos aos bons espíritos dirigentes e inspiradores desta tarefa. Que Deus possa nos abençoar agora e sempre.

Que assim Seja!

Exposição:
<Marcio_Alves> Amigos, que Jesus possa nos abençoar na noite de hoje!

Observando as palavras de Jesus, na passagem anotada por Mateus, capítulo VII, versículo 12, que diz: “Fazei aos homens tudo o que desejais que eles vos façam, pois esta é a lei e os profetas”, vemos que Jesus é realmente o maior psicoterapeuta que a humanidade conheceu.

Hoje, na sociedade que vivemos, em que a violência nos envolve todo o tempo, nas ruas, na mídia e muitas vezes dentro de nossos lares, o estudo deste item de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” provoca as mais variadas reações em nossos espíritos.

Quando tratamos o perdão no âmbito das pessoas que conhecemos e/ou convivemos, muitas vezes encontramos barreiras enormes, que muitas vezes, julgamos intransponíveis, para a prática do perdão.

Mas, quando pensamos no perdão e caridade para com os criminosos, nos encontramos muitas vezes a dizer para nós mesmos: perdoar, ser caridoso… nunca. Quando encontramos criaturas assim, ou nós mesmos agimos assim, podemos ter certeza de que o alerta de Jesus ainda não encontrou eco em nossos espíritos. O problema se torna maior em entender estas situações quando a idéia da imortalidade da alma não se encontra fixada em nossos espíritos.

Assim, quando começamos a observar a criatura sob o ponto de vista da reencarnação e da imortalidade da alma, podemos, com um pouco de estudo e boa vontade, começar a entender tais criaturas, e mais, podemos começar a entender o porquê de sermos caridosos para com elas, ensaiando até mesmo os primeiros passos rumo ao perdão.

Observamos, intimamente, que quanto mais o nosso conceito de caridade se amplia, rompendo as barreiras da esmola que damos, alcançando o aperto de mão, o abraço, a palavra amiga, ou mesmo o silêncio, começamos a perceber a caridade praticada por Jesus.

Ele não possuía bens para distribuir, mas possuía a palavra que elevava. Não possuía os recursos materiais, mas possuía os ouvidos do Bom Pastor, que percebe a ovelha perdida ao longe. Conseguia com o olhar, aliviar as dores e entender os sofrimentos mais profundos daquele povo, que ainda assim muitas vezes não o compreendia.

É nesse sentido de caridade, que vê o homem como um ser integral, que precisamos começar a praticar. A caridade que não espera o agradecimento, a compreensão que é invisível para os que passam.

Exemplos de criaturas assim, não nos faltam.

Coloquemos a nossa vontade em ação e veremos como as forças aparecem, a vergonha, o medo e a insegurança em sermos caridosos passarão ao longe.

Como dizíamos no início, a reencarnação nos mostra muitas vezes o porquê de toda a situação que vivenciamos hoje em dia.

Quando, nós, espíritos imortais, compreendermos a reencarnação como oportunidade de avanço e de progresso, deixaremos de presenciar muitas destas cenas que vemos hoje em dia.

E quanto a nós, que já compreendemos e estudamos a reencarnação, comecemos a ajudar com as nossas preces, com a conversa fraterna aos jovens que se encontram nas ruas, na nossa vizinhança. Muitas vezes perdemos oportunidades de auxiliar àquele espírito, que está buscando somente uma palavra amiga e um gesto de carinho.

Como nos alerta o Espírito Elisabeth de França, aproveitemos a oportunidade que Deus nos concede de ter entre nós grandes criminosos, para que, com o exemplo que eles nos dão, podermos compreender o verdadeiro sentido da reencarnação: progresso, iluminação, felicidade!

Auxiliar com a nossa prece, voltamos a repetir, para que um dia não tenhamos mais que precisar destes tristes exemplos e gozar de um mundo mais pacífico.

E, à medida que compreendermos cada vez mais a caridade, a idéia de perdoar se tornará mais fácil ao nosso espírito.

Robin Casarjian, psicoterapeuta americana, em seu livro “O Livro do Perdão”, nos faz ver que na grande maioria das vezes o agressor está, por trás de toda a violência, pedindo socorro! Fica difícil entender e compreender como uma criatura que comete atrocidades com outra pessoa pode estar pedindo socorro.

Analisando somente do ponto de vista material, ao examinarmos a vida da criatura, veremos que ela está refletindo a sua vivência, muitas vezes violenta, da infância. Com a visão do espírito, percebemos que muitas vezes este socorro está sendo pedido a muito tempo.

E o que ela propõe: que nós comecemos a ver a criatura que agride como uma criatura que está pedindo socorro, mas que deve também saber que terá um dia de corrigir estes desacertos.

Não mais a idéia do pecado que gera a idéia de punição, que não permite que eu me veja em condições de reparar o erro e que devo sofrer, mas sim a idéia de responsabilidade, que me faz senhor dos meus créditos e débitos e RESPONSÁVEL em corrigir as faltas, não mais sofrer somente.

Vamos assim, como nos alerta ao longo de sua mensagem, seguir o conselho de Elisabeth de França: Ajudar, da forma que me for possível, estas almas que sofrem e acumulam mais sofrimento, a sair do “lamaçal” que se encontram.

Que Jesus nos abençoe.

Oração Final:
<Marcio_Alves> Jesus! Que Tua paz e harmonia que nos envolveram durante todo o estudo de hoje possa servir sempre de leme seguro em nossas vidas. Ampara a todos nós que estivemos aqui e abençoa-nos para que, compreendendo o Teu evangelho, possamos nos tornar pessoas melhores e felizes. Sendo assim, em Teu nome, mas acima de tudo em nome de Deus, pedimos a permissão para encerrarmos os nossos trabalhos.

Que assim seja!

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A CARIDADE COM OS CRIMINOSOS

http://cebatuira.org.br/estudos_detalhes.asp?estudoid=467

A CARIDADE COM OS CRIMINOSOS PARTE I
Elizabeth de França lembra, nesta mensagem, da caridade em relação aos criminosos, aos infelizes, também filhos de Deus, a quem Ele ama e lhes dará o perdão e a misericórdia, após seu arrependimento, dando-lhes novas oportunidades de reparação e de aperfeiçoamento, como faz para com todos.

O amor de Deus, sempre absoluto, não faz distinção de pessoas, porque Ele é imutável e a parábola da ovelha perdida, narrada por Mateus, 18: 10 a 14, por Lucas, 15:3 a 7, a dos Trabalhadores da Última Hora, Mateus, 20: 1 a 16, dando oportunidades a todos que quiseram trabalhar, a parábola do Filho Pródigo, Lucas, 15:11 a 32, contadas por Jesus, atestam bem o amor do Pai por todos os seus filhos.

Seu amor e misericórdia são imutáveis e sua justiça também, portanto, cada um receberá sempre segundo suas obras.

Lembra a autora que caridade não é só dar esmolas nem mesmo quando acompanhadas de palavras de consolação. É muito mais do que isso.

É ser benevolente, constantemente, e em todas as coisas para com o próximo, e ser benevolente é ter boa vontade para com os outros, tanta quanto a deseja para si.

Assim, ser caridoso com os criminosos não é deixar-lhes livres para continuar cometendo desatinos, mas sim, compreendê-los como pessoas equivocadas.

Considerá-los como doentes, muito necessitados, filhos de Deus, criados como todos os demais, que um dia, graças às leis divinas, tornar-se-ão bons e sábios, exatamente, como todos.

Ser caridoso com os criminosos é pensar neles, com piedade pelo que fazem orar por eles, pedindo a Deus, que eles possam conhecer a realidade da vida espiritual, eterna e progressiva, a fim de que se arrependam e busquem transformar-se, ao invés de pensar e dizer: “É um miserável; deve ser extirpado da Terra”.

Jesus diria isso?!

Afirma a autora que se deve sempre perdoar os criminosos. Recusando esse perdão, a pessoa está sendo mais repreensível, mais culpada do que eles, porque quase sempre esses criminosos “não conhecem a Deus como o conheceis, e lhes será pedido menos do que a vós”.

Não se deve esquecer nunca de que os homens são julgados pelas leis divinas, exatamente com julgam os outros, e que enquanto Espíritos em desenvolvimento, estamos, todos nós, sujeitos a erros, a enganos e todos precisamos de indulgência.

Menciona ela algo muito importante, nem sempre evidenciado, no viver cotidiano: “Não sabeis que há muitas ações que são crimes aos olhos do Deus de pureza, mas que o mundo não considera sequer como faltas leves?”

No processo evolutivo do Espírito imortal, sua responsabilidade nos seus atos, é sempre de acordo com seu entendimento. Quanto mais inferior, menos se lhe é exigido, pois, ninguém pode dar o que não possui; quanto mais evolui em entendimento, mais responsável é pelo que sente, pensa e faz.

Perdoar aos criminosos, não é, pois, livrá-los das conseqüências dos seus atos, mas amenizá-las tanto quanto possível, na confiança de sua regeneração, na sua perfectibilidade e nas leis de Deus.

Um dia, a lei divina trazida por Jesus reinará no mundo. Para isso é preciso que nos amemos uns aos outros como filhos de um mesmo Pai, com a mesma origem, o mesmo destino, as mesmas potencialidades, as mesmas oportunidades.

Por isso, não devemos desprezar ninguém. A presença de grandes criminosos na Terra é possível, por ser ela um mundo de expiações e de provas, onde estamos todos nos desenvolvendo, nas variadas experiências que este viver nos propicia.

Assim, o bem e o mal se mesclam, para que os homens aprendam e distingui-los, acolhendo um e rejeitando o outro, mas amparando sempre o que faz o mal.

Dessa maneira, o mal na Terra pode se constituir em instrumento de aprendizado para a evolução espiritual do Espírito imortal.

Quando a lei do amor imperar na Terra, não haverá mais necessidade dessa mescla de bem e mal “e todos os Espíritos impuros serão dispersados pelos mundos inferiores, de acordo com as suas tendências” , onde irão continuar seu desenvolvimento moral.

Leda de Almeida Rezende Ebner
Janeiro/ 2010

http://cebatuira.org.br/estudos_detalhes.asp?estudoid=468

A CARIDADE COM OS CRIMINOSOS PARTE II
Robert Felicité de Lamennais, que assina esta mensagem, de 1862, foi um padre, filósofo e escritor francês, nascido em Saint - Malo, França em 1782.
Foi autodidata, tendo sido ordenado sacerdote em 1816, aos 34 anos.Escreveu livros defendendo a autoridade da Igreja contra as tendências de independência da Igreja francesa, de 1825 a 1829.Depois, muda para um catolicismo mais liberal, funda um jornal L’Avenir (O Futuro), defendendo mais justiça social e a separação da Igreja e do Estado.Suas opiniões são condenadas pelo Papa Gregório VI, na encíclica Mirare vos (1832).Em 1834, publica Palavras de Um Crente, obra lírica, onde lança um apelo em favor da liberdade da igreja, que provoca sua ruptura com o Vaticano, pela encíclica Singulari nos (1837).
Continua escrevendo livros, desenvolvendo sua concepção de um cristianismo sem igreja, capaz de reagrupar o povo, conduzindo-o ao progresso pela caridade.
Em 1841, ataca o governo, e foi condenado á prisão por um ano.
Em 1848, foi eleito deputado.Desencarna em Paris, em 1854, sem ter-se reconciliado com a igreja católica.

             Nesta mensagem de 1862, ele responde à questão:

“Um homem está em perigo de vida. Para salvá-lo, deve-se expor a própria vida. Mas sabe-se que é um malvado, e que, se escapar, poderá cometer novos crimes. Deve-se, apesar disso, arriscar-se para o salvar?"

Afirma que responderá segundo o seu “adiantamento moral, desde que se trata de saber se devemos expor a vida, mesmo por um malfeitor.”

“A abnegação é cega. Socorre-se um inimigo; deve-se socorrer também um inimigo da sociedade...”, justificando essa última afirmativa com o argumento de que, provavelmente, com esse gesto está-se arrebatando-o da morte, mas também da sua vida passada.

Nesses momentos em que ele corre o risco de desencarne, toda sua vida se ergue diante dele, em frações de segundos, podendo despertá-lo para o arrependimento, para uma transformação, que o faz merecedor de continuar sua existência.

O Espiritismo, esclarecendo a continuidade da vida do Espírito, demonstra que sempre a caridade deve falar mais alto, independentemente das qualificações das pessoas, pois ninguém pode prever as reações dos homens, diante de um ato de amor.

Assim, mesmo se não acontecer a vontade de transformar-se, ainda assim, a caridade para com o próximo será sempre a melhor solução, tanto para quem dá como para quem recebe.

Como ninguém pode saber o que se passa no interior de qualquer pessoa, não se pode deixar de fazer o bem para evitar supostas conseqüências.

Podemos lembrar também que se houver o desencarne do salvador, provavelmente, ele já estava previsto para ser desta forma, por alguma dívida do passado. Ele fez o que sentiu dever fazer. Mas, mesmo se assim não for, esse desencarne será sempre um ato de amor ao próximo, que o engrandecerá diante da Espiritualidade Maior.

Sempre que houver a possibilidade de auxiliar alguém, deve-se fazê-lo, sem indagar do seu merecimento ou não. “Podeis salvá-lo: salvai-o.”

Leda de Almeida Rezende Ebner
Fevereiro / 2010

Espiritismo, Caridade e Fé

http://arquivoconfidencial.blogspot.com/2009/03/espiritismo-caridade-e-fe.html

A caridade não pratica o mal contra o próximo. Portanto, a caridade é o pleno cumprimento da lei. (Romanos 13:10)

Muitas vezes ouço alguém dizer que o espiritismo "prega" a salvação através da caridade, e que isso não faz sentido, que não foi isso que Jesus nos ensinou.

A caridade vai muito além de buscar uma possível salvação da alma, é através da caridade que o espírita busca seguir os mandamentos de Deus.

Existem 2 tipos de caridade, a material e a moral, mas ao invés de simplesmente explicar as duas, acho que seria interessante exemplificá-las e mostrar passo a passo o que é a caridade para o espírita.


Salvação somente pela fé?

O protestantismo se fundamentou em "Salvação somente pela fé", baseado em "O justo viverá da fé." (Romanos 1:17). Isso quer dizer que, independente de quem você seja ou o que faça, se tiver fé, irá para o reino de Deus. Ou seja, podemos fazer o que quisermos e não nos responsabilizarmos ou nos preocuparmos com o próximo. Depois basta pedir perdão com muita fé e seremos salvos.

Pensar assim, vai contra o princípio de caridade que Jesus exemplificou e ensinou. Jesus ainda disse: "...ninguém chegará ao pai se não por mim", isso é, praticando o que Ele demonstrou em ação.

Baseado em Romanos 1:17, o protestantismo se esqueceu de analisar e refletir em Paulo (I Coríntios, 13:13), que diz: "Agora, pois, permanecem essas três: a fé, a esperança e a caridade, porém a maior destas é a caridade".


Mandamentos e Caridade

O que Jesus respondeu quando perguntado sobre qual seria o maior mandamento? Não foi amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a ti mesmo?

Como eu faço para amar ao meu próximo? Pois bem, chegamos a caridade. É através da caridade, seja ela moral ou material que conseguimos deixar de lado o orgulho e a vaidade e amar ao nosso próximo, indepentende de credo, raça, ou o que quer que seja.

A caridade material, como o próprio nome já diz, é ajudar as pessoas materialmente, com dinheiro, bens que não nos servem mais e damos a quem precisa, com um prato de comida, entre outros.

Já a caridade moral é algo muito mais forte e difícil de colocar em prática. É fácil preparar um sopão e sair distribuindo, não é? Difícil mesmo, é sentar do lado do mendigo sujo e fedido e "bater um papo" com ele enquanto ele come a sopa. "Bater um papo", como assim? Caridade moral.

A caridade moral pode ser feita através do pensamento, palavras ou ações. Por isso, quando sentamos ao lado do mendigo e deixamos que ele fale, colocamos nosso orgulho de lado e damos atenção à ele, por que muitas vezes, um pouco de atenção e carinho fará um bem maior do que um prato de sopa.

Quando oferecemos uma palavra de consolo, de entendimento, de carinho, quando ajudamos alguém que caiu a se levantar, quando damos um sorriso sincero e reconfortante à alguém que tropeçou na rua, quando oferecemos um "bom dia" com amor verdadeiro, desejando mesmo que aquela pessoa tenha um bom dia, quando pensamos e oramos por alguém, isso é caridade moral.

Quando um padre reza por seu rebanho, quando um pastor ora à Deus pedindo saúde para um fiel, quando uma pessoa dá um passe, ela está colocando energias boas, positivas e sinceras naquelas palavras dirigidas à Deus e isso, também é caridade.

Vamos ler Mateus 25:31-46 ou ainda, Lucas 10:25-37 e veremos que toda moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em várias passagens Jesus nos pede para amar os nossos inimigos, perdoar quem nos ofende, fazer o bem sem ostentação, julgar a nós mesmos antes de julgar os outros. Caridade e humildade, sempre.

Por isso o espiritismo procura incentivar a caridade, para que as pessoas ajudando umas as outras, se amem. Pronto, o segundo mandamento buscamos cumprir através da caridade, e o primeiro? "Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso.". Ou seja, aquele que não ama seu irmão, que não respeita, que despreza, também não ama a Deus.

O maior mandamento é amar à Deus sobre todas as coisas, mas só fazemos isso de todo coração quando amamos nossos irmãos, filhos desse mesmo Deus.


Religiões

Muitas pessoas dizem "a minha religião é a verdadeira", ou ainda, "eu sigo o Deus da verdade", e também costumam dizer que os espíritas não seguem a Cristo, dizem que seguimos a Kardec, o "criador" do espiritismo.

Mas, algumas pessoas não sabem, ou se esquecem, de que as igrejas luteranas, evangélicas, protestantes , ortodoxias tem como criador Martinho Lutero. Quem já leu sua história sabe dos motivos escusos pelos quais ele criou uma religião que fazia com que o povo não pensasse, apenas obedecesse. Ao longo do tempo, a igreja luterana se separou da protestante, mas as bases são as mesmas.

Todos aqueles que seguem a Cristo, que acreditam em Jesus SÃO CRISTÃOS. Eu não estou lançando um desafio, mas gostaria de coração que alguém me mostrasse em que parte da Bíblia está escrito qual religião devemos seguir. Eu gostaria que alguém me mostrasse em que parte Jesus diz que quem não pertencer a determinada religião não será salvo.

Jesus era tido como judeu por ser filho de Maria e José, ou seja, os sacerdotes com medo de perder o poder sobre a população, arranjaram um casamento para Maria, para que, casada, ninguém disesse que seu filho era o Messias, afinal, ela não seria mais virgem.

Mas, não adiantou, José nunca tocou em Maria, e ela engravidou conforme o anjo havia anunciado. Mas, para os sacerdotes o filho de Maria não era o Messias e sim, filho de José. Como José era judeu, herdeiro de Davi, Jesus foi considerado judeu também.

Mas Jesus era Essênio, da Seita dos Nazarenos (por isso, o nome Jesus de Nazaré, lembrem-se que ele nasceu em Belém na Galiléia e não em Nazaré): "Temos achado que este homem é uma peste, e promotor de sediações entre todos os judeus, por todo o mundo; e o principal defensor da seita dos nazarenos." (Atos 24:5).

Em alguma parte da Bíblia Jesus diz: "Sejamos judeus!" ou ainda "Sejamos Essênios!!"??

Jesus não mandou que seus apóstolos fossem se batizar e nem a Maria Madalena ele mandou que se batizasse, ele apenas disse: "Vá e não peques mais". Onde está escrito siga está ou aquela?

Algumas pessoas se utilizam da parte em que Jesus diz: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus", para dizer que precisamos ser batizados na água, mas então porque o batismo da igreja católica não serve, se afinal, o padre utiliza água para nos batizar? Ele não emerge o bebê na água, claro, mas se utiliza dela.

Algumas religiões são cheias de supertições, outras nem tanto. Também não concordo com promessas, pois não se pode barganhar com Deus, não concordo com a idolatria, mas não vejo qual o problema de alguém carregar consigo a imagem de Jesus ou de algum "Santo" a quem acredita ser um ser iluminado que possa lhe ajudar. Muitas vezes não conseguimos nos concentrar para fazer uma prece e ter uma imagem de Jesus vai permitir que a pessoa se concentre.

Quando vou ao centro espírita, no momento do passe os trabalhadores sempre dizem: "Pensamento em Jesus". Talvez algumas pessoas precisem dessa "fotinho", para elevar seus pensamentos. E daí?

O espírita não diz que o espiritismo é a única religião verdadeira, muito pelo contrário, nós costumamos respeitar todas as religiões e absorver o que há de bom em cada uma delas. A fé, a caridade, a humildade podem fazer parte de qualquer pessoa e isso independe de religião.

Vamos tomar como exemplo, Francisco de Assis que foi um exemplo vivo de Jesus e de suas obras caridosas, ele era católico. Temos outras figuras de bondade e amor como Madre Teresa, Bezerra de Menezes e Chico Xavier. Depois de tudo o que eles fizeram, acham mesmo que Deus os mandou para o inferno?


"Ser católico ou protestante, espírita ou mulçumano, não importa. Antes de qualquer coisa, devemos nos preocupar em sermos CRISTÃOS nas pequenas práticas diárias e no amor dispensado, incondicionalmente, a qualquer irmão, até em pensamento. A religião não faz do homem um grande espírito, mas Deus nos faz todos irmãos. Não considerar um irmão, não respeitá-lo, é desrespeitar ao Pai Celeste porque nem Ele o faz."

(O Retorno – Eliana Machado Coelho/Schellida)



Hoje, quando andamos pelas ruas vemos vários templos, e cada um leva um nome mais pretensioso do que o outro, como "A Casa do Deus Verdadeiro" ou "Templo do Deus Vivo". Será que isso não é vaidade pura? Dizer que só quem pertence àquela determinada religião é que será salvo?

Porque quem tem outra religião ou até quem não tem religião nenhuma, não pode seguir a Cristo e ter fé em Deus?

Uma vez ouvi uma pessoa dizer que os monges não servem para nada, que eles ficam lá enclausurados sem ajudar aos outros. Será mesmo que é assim que funciona? Quem será que está em melhor situação: alguém que diz frequentar a Igreja do "deus sei lá o que", eu com minha caridade parca e superficial ou um monge, que sentado em silêncio, quietinho no seu canto, faz com a força de seu pensamento, orações e vibrações positivas, mais do que qualquer um de nós?


Comunicação com os Desencarnados

Muitas pessoas adoram falar que os espíritas não seguem a Cristo, que são cheios de supertições. Que engano! E, quanta falta de vontade em tentar entender o que é o espiritismo e como ele funciona.

Não adianta dizer à essas pessoas que seguimos a Cristo, mas não tem problema, elas querendo ou não aceitar, é isso o que acontece: o espiritismo é totalmente fundamentado nos ensinamentos de Jesus.

Existem diversas religiões denominadas espiritualistas e existe o espiritismo que muitas vezes chamamos de espiritismo kardecista para que as pessoas não confundam com outras religiões espiritualistas. Não fazemos mandingas, "trabalhos", não lemos cartas, tarô ou borra de café. Um médium sério e competente, não se deixa levar por adivinhações, por espíritos brincalhões que se comprazem em dizer besteiras para o médium passar vergonha ou manchar a imagem do espiritismo.

De todas as coisas que falam sobre o espiritismo, a que menos tem fundamentos, é dizer que os espíritas praticam a necromancia ou nigromancia. O que é isso? Necromancia é a prática de despertar alguém da morte para obter informações do futuro, tendo a sua origem na crença de uma viagem para um outro mundo após a morte, supondo que os recém-mortos, cujos corpos ainda estejam intactos, mantêm ainda relações com a vida, estando mais sensíveis à prática de contatá-los e questioná-los.

Alguns relatos situam o começo dessa prática na América, onde uma tribo indígena teria furtado o corpo de um chefe de outra tribo algumas horas depois de morto. Colocaram o corpo em um círculo desenhado na terra (conhecida como Tábua Ouija) e começaram a fazer perguntas sobre o futuro e as possibilidades de caça. Mas, essa prática é muito mais antiga, registrando-se, por exemplo, na Bíblia, no Antigo Testamento, a proibição da comunicação com os mortos.

De verdade, se eu vir alguém entrando no centro espírita carregando um corpo "fresquinho" a fim de fazer perguntas a ele, eu saio correndo!! Não por ter medo de espírito (o que seria cômico), mas porque furtar cadáver é crime!!

Eu acho uma coisa muito engraçada, sabe o que é? Porque algumas religiões admitem que existem espíritos ruins, malignos, falsos e enganadores que se comunicam com os encarnados, mas não acreditam em espíritos de luz que possam se comunicar??

Se comunicar com os desencarnados, mediunidade, nada tem a ver com necromancia. A comunicação entre encarnados e desencarnados é a mesma que fazemos entre encarnados e encarnados. Assim como espíritos com baixa evolução podem nos passar, digamos, sugestões, espíritos de luz também podem. Lembrando sempre, que o que fazemos é nossa responsabilidade, é nosso livre-arbítrio, nada de jogar a culpa nos desencarnados.

Para nós espíritas, a nossa evolução, que acreditamos buscar dia a dia, reencarnação após reencarnação, nos tornará seres melhores, seres de luz, mais evoluídos. A estes seres evoluídos algumas pessoas dão o nome de anjos.

E um anjo, um ser que evoluiu e se tornou um ser de luz conversou com Maria, não foi? "E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres". Vai querer dizer que Maria era Médium? Sim, inclusive antes de sua morte, ela recebeu a "visita" de seu filho, Jesus.

Ah, daqui a pouco vão dizer que os apóstolos eram médiuns!? Na verdade, todos somos, uns com maior grau de entendimento, outros nem tanto, mas todos somos. E sim, os apóstolos eram médiuns.

Existem pessoas que se dizem médiuns espíritas e ficam dando "consultas", dizem adivinhar o futuro e coisas do tipo. Isso é um erro, e esse tipo de médium vai responder, mais tarde, o que fez de sua mediuinidade, principalmente, aqueles que cobram por ela. Lembre-se: Dar de graça aquilo que de graça recebemos.

Ah, mais uma coisa, alguém pode dizer: "Essa mulher não leu a Biblía, lá está escrito que o diabo pode se fazer de ser de luz para enganar!". Sim, os irmãos menos evoluídos podem se passar por seres de luz, dar nome de espíritos importantes, para passar mensagens erradas ao médium por muitos motivos como brincadeira, vingança, etc. Cabe ao médium estudar, aprofundar seus conhecimentos, manter sempre o pensamento limpo, com vibrações positivas e não se deixar enganar. A isso damos o nome de Educação Mediúnica.

E, por favor, não me digam o que ouvi uma vez: "Os anjos não são espíritos, são seres criados por Deus." Ora, façam-me o favor!! E os espíritos foram criados por quem??


O Consolador

Fomos questionados sobre a Doutrina Espírita ser o Consolador prometido por Jesus. Não vou ficar explicando tudo detalhadamente, mas quem tiver interesse, por favor leia o cap. VI de O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Algumas pessoas dizem que a Doutrina Espírita não traz revelação nenhuma, e que por isso, não seria o Consolador, a terceira revelação, prometida por Jesus. Mas, vejamos o que Jesus nos prometeu:


"Se vós me amais, guardai meus mandamentos; e eu pedirei a meu Pai, e ele vos enviará outro consolador, a fim de que permaneça eternamente convosco: o Espírito de Verdade que o mundo não pode receber, porque não o vê e não o conhece. Mas quanto a vós, conhecê-lo-eis porque permanecerá convosco e estará em vós. Mas o consolador, que é o Santo-Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará relembrar tudo aquilo que eu vos tenha dito."

(João 14:15-17 e 26)


Jesus prometeu um outro consolador: O Espírito de Verdade, que o mundo não conhece ainda, porque não está maduro para compreênde-lo, que o Pai enviará para ensinar todas as coisas, e para fazer recordar aquilo que o Cristo disse. Se, pois, o Espírito de Verdade deve vir mais tarde ensinar todas as coisas, é que o Cristo não disse tudo; se ele vem fazer recordar aquilo que Cristo disse, é porque isso foi esquecido ou mal compreendido.

Sim, a Doutrina Espírita é de fácil entendimento e leitura, exatamente porque se fosse para continuar complicado, era melhor não ter escrito nada. Alguns povos da antiguidade, tinham um certo conhecimento sobre a vida após a morte, sabiam algo sobre a vida eterna e reencarnação, entre outras coisas, mas tudo isso era cercado de misticismo, medo dos mortos, cultos e outros. O Espiritismo veio simplificar, tirar o véu da ignorância e do misticismo, mostrar que o que Jesus nos disse é simples. Agora, se ainda hoje tem pessoas que não acreditam, que não entendem e que se recusam a procurar entender, porque a 2.000 anos atrás as pessoas entenderiam? Levando em consideração que alguns nem acreditavam em Jesus?

Acreditamos que por meio de parábolas Jesus nos mostrou a existência da reencarnação (muitas delas explicadas em alguns posts deste mesmo blog) e que, a Doutrina Espírita veio nos ensinar o que as parábolas estavam querendo dizer. Por tanto, o Espiritismo não só nos lembra do que Jesus nos ensinou, como também nos ensina aquilo que ainda teimamos em não aprender.

Como já dissemos existem várias passagens Bíblicas sobre a reencarnação, Jesus nunca se utilizou dessa palavra em específico, mas disse de outras formas. A mais simples e completa, eu agredito que seja esta: "Elias há de vir para reestabelecer todas as coisas. Mas eu digo que Elias já veio e não o reconheceram, mas fizeram com ele o que quiseram. Do mesmo modo, também o filho do homem está para sofrer da parte deles. Então os discípulos compreenderam que Jesus lhes tinha falado a respeito de João Batista". (Mateus 17:11-13).

A confirmação de que João era Elias está em Mateus 11:14,15: "E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.".

Muitas pessoas se utilizam de Hebreus 9:27 para afirmar que a reencarnação não existe, vejamos: "E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo,...". Está certo, nessa vida, com esse corpo, vamos morrer uma única vez, e logo após o desencarne seremos questionados sobre o que fizemos e o que deixamos de fazer. Para cada reencarnação, um corpo.


O tal inferno

A princípio falar de inferno não era o propósito deste texto, mas como eu não gosto de fazer nada pela metade, também quero explicar o que é o inferno para nós espíritas e por que não acreditamos no diabo ou seja lá o nome que ele tem.

Sim, nós chamamos o que os outros chamam de inferno de Umbral. Não, esta palavra não está na Bíblia.

Muitas palavras não estão na Bíblia, muitas palavras foram inventadas ao longo dos anos, por exemplo, espírita ou espiritista foram palavras criadas por Kardec para dar nome à algo que estava surgindo, assim como inventaram as palavras computador, telefone, internet, etc, conforme essas coisas foram surgindo. Não há nada de errado em criar palavras para dar nome as coisas.

Por que não acreditamos nesse inferno onde um ser diabólico reina e pega as almas que "não aceitaram Jesus", as lança no fogo do inferno e as deixa lá por toda a eternidade sofrendo?

Simples, se existir o mal eterno, Deus deixaria de ser bom e justo. Se houvesse um demônio para tomar conta desse mal eterno, que seria o inferno, teríamos um outro ser tão poderoso quanto Deus. Isso é inadmissível porque, se foi Deus quem criou tudo, Ele não criaria algo tão poderoso quanto Ele e ao mesmo tempo tão destrutivo. Se Ele é bom, se Ele é justo, não condenaria sua criação, ou seja, seus filhos a penas eternas no fogo do inferno.

Pelo raciocínio lógico, nós temos a criação do inferno e do purgatório, feita pelo próprio homem para amedrontar o seu semelhante a fim de algum lucro.

Para nós o Umbral nada mais é do que um faixa vibratória para onde vão os espíritos que se identificam com essa faixa. É uma faixa de baixa vibração, carregada de ódio, rancor, mágoa, vingança e que atrai os espíritos que desencarnam carregando em seus corações esses mesmo sentimentos.

Assim como o céu para nós recebe o nome de Plano Espiritual que também é uma faixa vibratória, só que de vibrações de amor, paz, mansitude, entendimento e outros sentimentos, que é o lugar que se afina com os espíritos que desencarnam resignados e com boas vibrações.

Deus é onipresente, certo? Isso significa dizer que ele está em TODOS os lugares. O que inclui o tal inferno. Blasfêmia? Não. Na visão do espiritismo, os irmãos que ao desencarnar vão para o Umbral, são irmãos em sofrimento, que precisam de ajuda. Mas, só conseguimos ajudar aqueles que querem ser ajudados (isso também vale para os encarnados). Então, no Umbral existes postos de socorro, onde trabalhadores elevados buscam ajudar os irmãos que após o desencarne se arrependem e pedem perdão a Deus pelos seus erros.

Sim, Deus está no Umbral, através de irmãos de bondade, trabalhadores de Cristo que procuram amenizar o sofriemento daqueles que precisaram passar pelo Umbral para entender seus erros e pedir perdão.

Vou narrar agora, a conversa que tive a anos atrás com uma amiga evangélica (conversa essa que me fez desistir do batismo e procurar outros ensinamentos):

Fulana, sua mãe não é batizada, né?
Não.
Isso significa que ela vai para o Inferno?
É.
E aí, você não liga??!!
Não, se ela não se arrepender em vida, quando morrer vai para o inferno. Eu tento convercer ela de ir para a igreja, mas ela não quer...
E você? Vai ficar feliz no céu sabendo que ela está no inferno?
Sim, eu tentei ajudar...
Me desculpem, mas isso não entra na minha cabeça. Onde estão os princípios de amor ao próximo que Jesus nos ensinou?! Eu amo em vida, depois sinto muito?!

Algumas pessoas dizem que após todas as coisas da Bíblia acontecerem, os "escolhidos" serem levados ao céu, haverá uma grande festa.

Se eu estiver entre eles, não vou estar alegre e nem feliz se souber que minha mãe, meu pai, meu irmão ou as pessoas que eu amo, estão no inferno. E olha que estou sendo egoísta, pois deveria dizer que não vou estar alegre e nem feliz sabendo que um irmão, mesmo que eu não o conheça, está sofrendo por toda a eternidade.

Isso chamo de orgulho, egoísmo e vaidade.
Não foi isso o que Jesus nos ensinou.


Autora:
Fabiana F. M.
Para reprodução de qualquer parte do texto, pedir permissão para a autora no e-mail: fabianaf.munhoz@gmail.com

Referências:
O Evangelho Segundo o Espiritismo
O Retorno – Eliana Machado Coelho / Schellida

A fé ilumina.

A fé ilumina.
A caridade socorre.
A Fé clareia o caminho.
A caridade auxilia a percorre-lo.
Não basta confiar,
É indispensável servir.
A fé é o anjo que conduz as almas enobrecidas da Terra para o Céu.
A caridade é o anjo que desce do Céu para a Terra, ensinando os homens a transformar o mundo em Paraíso.

Texto extraído do Livro "Tocando o Barco" – Emmanuel
Psicografia de Francisco Candido Xavier


Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/mensagens-de-animo/a-fe-e-a-caridade/#ixzz5cVU9MKYk

A FÉ E A CARIDADE NÃO SÃO SUFICIENTES -

http://consciencial.org/apometria-espiritismo/a-fe-e-a-caridade-nao-sao-suficientes/


Precisamos antes analisar a visão popular da fé e da caridade. Vamos iniciar com a fé. Segundo a Wikipédia, que é um excelente termômetro do ponto de vista popular: Fé (do Latim fide) é a adesão de forma incondicional a uma hipótese que a pessoa passa a considerar como sendo uma verdade sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que se deposita nesta ideia ou fonte de transmissão. A fé acompanha absoluta abstinência de dúvida pelo antagonismo inerente à natureza destes fenômenos psicológicos e da lógica conceitual. Ou seja, é impossível duvidar e ter fé ao mesmo tempo. A expressão se relaciona semanticamente com os verbos crer, acreditar, confiar e apostar, embora estes três últimos não necessariamente exprimam o sentimento de fé, posto que podem embutir dúvida parcial como reconhecimento de um possível engano. A relação da fé com os outros verbos, consiste em nutrir um sentimento de afeição, ou até mesmo amor, por uma hipótese a qual se acredita, ou confia, ou aposta ser verdade. Portanto, se uma pessoa acredita, confia ou aposta em algo, não significa necessariamente que ela tenha fé. Diante dessas considerações, embora não se observe oposição entre crença e racionalidade, como muitos parecem pensar, deve-se atentar para o fato de que tal oposição é real no caso da fé, principalmente no que diz respeito às suas implicações no processo de aquisição de conhecimento, que pode ser resumida à oposição direta à dúvida e ao importante papel que essa última desempenha na aprendizagem. É possível nutrir um sentimento de fé em relação a uma pessoa, um objeto inanimado, uma ideologia, um pensamento filosófico, um sistema qualquer, um conjunto de regras, um paradigma popular social e historicamente instituído, uma base de propostas ou dogmas de uma determinada religião. Tal sentimento não se sustenta em evidências, provas ou entendimento racional (ainda que este último critério seja amplamente discutido dentro da epistemologia e possa se refletir em sofismas ou falácias que o justifiquem de modo ilusório) e, portanto, alegações baseadas em fé não são reconhecidas pela comunidade científica como parâmetro legítimo de reconhecimento ou avaliação da verdade de um postulado. É geralmente associada a experiências pessoais e herança cultural podendo ser compartilhada com outros através de relatos, principalmente (mas não exclusivamente) no contexto religioso, e usada frequentemente como justificativa para a própria crença em que se tem fé, o que caracteriza raciocínio circular. A fé se manifesta de várias maneiras e pode estar vinculada a questões emocionais (tais como reconforto em momentos de aflição desprovidos de sinais de futura melhora, relacionando-se com esperança) e a motivos considerados moralmente nobres ou estritamente pessoais e egoístas. Pode estar direcionada a alguma razão específica (que a justifique) ou mesmo existir sem razão definida. E, como mencionado anteriormente, também não carece absolutamente de qualquer tipo de argumento racional. Ainda é possível encontrar na internet outras opiniões populares. Segundo o site www.significados.com.br/fe: Fé é uma palavra que significa “confiança”, “crença”, “credibilidade”. A fé é um sentimento de total de crença em algo ou alguém, ainda que não haja nenhum tipo de evidência que comprove a veracidade da proposição em causa. Ter fé implica uma atitude contrária à dúvida e está intimamente ligada à confiança. Em algumas situações, como problemas emocionais ou físicos, ter fé significa ter esperança de algo vai mudar de forma positiva, para melhor. De acordo com a etimologia, a palavra fé tem origem no Grego “pistia” que indica a noção de acreditar e no Latim “fides”, que remete para uma atitude de fidelidade. E segundo o site religioso http://www.gotquestions.org/Portugues/Biblia-fe.html: Hebreus 11:1 nos diz que a fé é “a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem.” Talvez nenhum outro componente da vida cristã seja mais importante do que a fé. Não podemos comprá-la, vendê-la ou dá-la aos nossos amigos. Então, o que é a fé e qual é o seu papel na vida cristã? O dicionário define a fé como “crença, devoção ou confiança em alguém ou alguma coisa, especialmente sem prova lógica.” Ele também define a fé como “crença e devoção a Deus.” A Bíblia tem muito mais a dizer sobre a fé e sua grande importância. Na verdade, ela é tão importante que sem fé não temos lugar com Deus, e é impossível agradá-lo (Hebreus 11:6). A fé é a crença no único e verdadeiro Deus, sem realmente vê-Lo. A FÉ Então, por minha própria opinião, vivência pessoal, percepção, sentimentos, intuição e parapercepções a fé é mesmo algo um pouco vago. Sugere um leque de conceitos convergentes ou divergentes conforme religião, linha de pensamento, opção evolutiva ou opinião pessoal que a analisa. E algumas pessoas ainda criam distinção onde outras usam como sinônimos: fé, crença, convicção íntima, vivência pessoal, experiência pessoal, etc. Ainda definem basicamente em dois tipos: fé racional e fé irracional. Para mim a fé é algo que se aproxima disso: É algo natural do ser e não pode ser imposta de fora para dentro. Ela nasce dentro e se extrapola para fora; Tem uma parcela de racional, lógica e de irracional, ilógica relativos e misturados em cada ser que a vivencia em proporção a seu discernimento consciencial e nível de consciência; A fé evolui, cresce, amplia-se com as percepções, parapercepções, intuição, parapsiquismo, intelectualidade, racionalidade e paradigmas humanos, ou seja, não é estática e absoluta, é relativa, crescente, expandida e dinâmica; A fé não basta para modificar, melhorar, aperfeiçoar e burilar o caráter, a moral, a virtude, a ética e a cosmoética humanas, até pelo contrário, pode ser um argumento fundamentalista; A fé é um sentimento, algo de foro íntimo e todos a possuem em algum nível, intensidade ou condição, e mesmo assim, ela pode ser anestesiada e negada; A fé é uma condição fisiológica da vida, independe da vontade racional, intelectual e cognitiva e não precisa de crenças, doutrinas ou religiões, ela é uma percepção cósmica, um sentimento inerente, único, em essência incognoscível. Enfim, a fé é um meio e não um fim, é uma ferramenta – o cinzel e não a escultura ou obra do escultor, é um recurso motivador evolutivo distorcido pelas religiões e doutrinas manipuladoras para controlar seus rebanhos. Conforme eu já escrevi no artigo O RACIONAL, O IRRACIONAL E O TRANSRACIONAL – http://consciencial.org/ciencia-espiritualidade/o-irracional-o-racional-e-o-transracional/ – o “racional” não é sempre melhor e mais evoluído que o “irracional”, e isto depende dos conceitos e definições humanas.   A CARIDADE A caridade pode ser dividida em duas categorias: a que consola (tarefa da consolação ou caridade material) e a que instrui e ensina (tarefa do esclarecimento ou caridade educativa). Estas duas vertentes se multiplicam em todas as demais que possam existir na humanidade. Ainda citam a “caridade moral” como sendo tratar a outrem com perdão e benevolência e meu foco é justamente este no presente texto. A caridade moral se mistura com a tarefa do esclarecimento ou caridade educativa, pois para ensinar, educar, evangelizar, doutrinar, esclarecer, o agente tem que ser antes um exemplo, ou seja, estar praticando o que ensina dentro de sua mente e coração. Isto não é moralismo piegas, é decorrente de uma lei energética ou leis dos semelhantes e explicarei mais a frente.   Nestes artigos A IMPORTÂNCIA DO ESCLARECIMENTO – http://consciencial.org/apometria-espiritismo/importancia-esclarecimento/ – eu discorro mais profundamente sobre este ponto exato, e se estiver mesmo com vontade de aprender veja este outro: ASSISTENCIALIDADE x ASSISTENCIALISMO – http://consciencial.org/mensagens-reflexoes/amor-e-assistencialialidade/ –  por favor leia tudo. A caridade segundo o Livro dos Espíritos em – http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/07/135.pdf: Capítulo DA LEI DE JUSTIÇA, DE AMOR E DE CARIDADE CARIDADE E AMOR DO PRÓXIMO Questão 886. Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus? “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.” O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos. A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulgência, porque de indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer. Apresente-se uma pessoa rica e todas as atenções e deferências lhe são dispensadas. Se for pobre, toda gente como que entende que não precisa preocupar-se com ela. No entanto, quanto mais lastimosa seja a sua posição, tanto maior cuidado devemos pôr em lhe não aumentarmos o infortúnio pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura elevar, aos seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os separa. *** Uma vez bem entendidos o presente texto e os dois outros sugeridos nos links acima, podemos prosseguir com mais objetividade. Qual o objetivo máximo e último da caridade para você? E evolução consciencial (espiritual) não é intima e intransferível? Poderei evoluir apenas fazendo a caridade e mantendo meus defeitos, egos e vícios? Eu deixo você à vontade para responder por sua própria conta e risco, mas eu tenho a minha opinião, que modesta, é apenas minha.   CONCLUSÃO Vejo a caridade também como uma ferramenta, como um meio para se buscar um fim. A caridade deve ser praticada para nos melhorarmos intimamente, para nos ajudar na reforma íntima, para nos iluminar consciencialmente. Até porque indo mais fundo no entendimento do processo há a caridade que se faz “fora” e a caridade que se faz “dentro”. Sim, uma é para os outros e se não nos transformar não valerá muito. Ela tem o seu valor com certeza, mas não será o máximo. A caridade moral obriga o agente interessado em se modificar por dentro, pois nada mais difícil que lidar com as pessoas, isto é algo que exige virtude, então a caridade moral é um excelente jeito de praticar a reforma íntima. Acaba que vai ajudando “por fora” e “arrumando a casa por dentro”. O agente caridoso serve aos corações das pessoas de forma afetuosa, perdoadora e amável, enquanto treina seu ego arredio “a força” a aprender a ser perdoador, paciente, afetuoso e amável. O máximo só poderá ser atingido quando for efetuada a caridade “dentro”, ou seja, dentro do próprio coração que é aprendendo a amar, aprendendo a aprender, aprendo a perdoar, aprendendo a não se magoar, aprendendo a transcender, aprendendo a superar… e com estas autotransformações, mudar não apenas algumas pessoas, mas atuar de forma energética / bioenergética / pensênica no mundo todo. Inclusive a imagem do tema deste artigo retrata exatamente isto. Sim, por reverberação vibracional e energética (ressonância) quem se melhora por dentro – reforma íntima – acaba melhorando os outros por consequência por causa de suas energias que percorrem o espaço em todo o planeta. E você sabe que é mais fácil construir obras faraônicas do que abrir mão de um sentimento negativo como o rancor, a mágoa e perdoar, certo? Assim, as vezes a caridade e a fé são meras fugas para podermos fugirmos de nós mesmos e da intransferível autotransformação e auto aperfeiçoamento obrigatórios frente as leis da evolução consciencial. Dessa forma, saiba que a maior caridade a fazer no mundo, a melhor, a maior, a que dá maior e mais velocidade evolutiva é a reforma interior, a reciclagem intraconsciencial mais conhecidas como reforma íntima. Se você acha que este texto pode auxiliar alguém espiritualmente compartilhe e divulgue, obrigado! - Obrigatório citar o site e os autores: \\\\\\\"Retirado de www.consciencial.org - Dalton Campos Roque\\\\\\\".

Fé e Caridade - links

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Fé, Esperança e Caridade


Sérgio Biagi Gregório 

SUMARIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. Fé: 4.1. Fé Cega ou Raciocinada, Divina ou Humana; 4.2. Tópicos sobre a Fé; 4.3. Fé e Incerteza. 5. Esperança: 5.1. Niilismo; 5.2. Desespero e Presunção; 5.3. Paulo e a Esperança. 6. Caridade: 6.1. Noção de Caridade; 6.2. Tópicos acerca da caridade; 6.3. Caridade Teórica versus Caridade Prática. 7. Fé, Esperança e Caridade: 7.1. Por que Juntar Fé, Esperança e Caridade? 7.2. Revisando as Noções de Fé, Esperança e Caridade; 7.3. Fé: Mãe da Esperança e da Caridade. 8. Conclusão. 9. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

Podemos praticar atos de caridade sem sermos caridosos? Que relação há entre fé, esperança e caridade? Qual dos termos tem mais importância? Por que é aconselhável estudá-los conjuntamente? Com essas perguntas, damos início ao nosso trabalho, que se desenvolverá em cima dos tópicos – fé, esperança e caridade -, no sentido de unificá-los.

2. CONCEITO

Fé – É atitude própria, convicção ou crença que relaciona o homem ao Deus Supremo na expectativa da salvação da alma.

Esperança – É, genericamente falando, toda a tendência para com o bem futuro e possível, mas incerto.

Caridade – É a virtude que, com a justiça, regula o procedimento moral dos homens para com os outros seres e, especialmente para com os outros homens. Baseia-se na frase: "Fazermos aos outros o que gostaríamos que nos fosse feito".

3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Para uma compreensão mais ampla do tema, convém buscarmos alguns esclarecimentos acerca da virtude, principalmente no que diz respeito às virtudes morais. As virtudes morais são potências racionais que inclinam o homem para o bem, quer como indivíduo, quer como espécie, quer pessoalmente, quer coletivamente. Há duas ordens de moralidade, a natural e a infusa. Por isso, temos duas espécies de virtudes: adquiridas e infusas. Entre as virtudes adquiridas, distinguem-se principalmente quatro: prudência, justiça, fortaleza e temperança. Cognominadas de cardeais (de cardo, gonzo), por ser em redor delas que giram todas as outras, tais como a paciência, a tolerância, a brandura etc. Entre as virtudes infusas estão a fé, a esperança e a caridade, cognominadas de teologais, porque não são o produto de uma prática, mas um dom infuso de Deus nos seus filhos.

4. FÉ

4.1. FÉ CEGA OU RACIOCINADA, DIVINA OU HUMANA

A Fé é um sentimento inato no indivíduo. A direção desse sentimento pode ser cego ou raciocinado. A Fé cega, não examinando nada, aceita sem controle o falso como o verdadeiro, e se choca, a cada passo, contra a evidência e a razão; levado ao excesso produz o fanatismo. A Fé raciocinada, a que se apóia sobre os fatos e a lógica, não deixa atrás de si nenhuma obscuridade; crê-se porque se está certo, e não se está certo senão quando se compreendeu; eis porque ela não se dobra; porque não há Fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade (Kardec, 1984, cap. XIX, item 6).

A Fé é humana e divina. É o sentimento inato, no homem, de sua destinação futura, cujo germe foi depositado nele, primeiro em estado latente, o qual deve crescer por sua vontade ativa. Assim, unindo sua força humana à Vontade Divina poderá realizar os "prodígios" e que não é senão o desenvolvimento das faculdades humanas (Kardec, 1984, cap. XIX, item 12).

4.2. TÓPICOS SOBRE A FÉ

Folheando O Evangelho Segundo o Espiritismo, encontraremos diversos temas relacionados com a fé. Entre eles, encontram-se: "A fé que transporta montanhas", "A tua fé te curou", "O poder da fé", "A fé religiosa", "A fé e a caridade" etc. Para cada um desses tópicos, tanto Allan Kardec como os Espíritos superiores, dão-nos informações valiosas. No caso da montanha, por exemplo, sabemos que não é a montanha física, mas os nossos erros, os nossos defeitos. Na cura pela fé, Allan Kardec faz menção do uso do fluido vital (magnetismo), que se encontra em todos os seres humanos e que, se bem manipulado, pode provocar curas, que muitos chamam de "milagres".

4.3. FÉ E INCERTEZA

A dificuldade maior na questão da fé é esperar algo que é incerto. Temos a intuição de que este é o caminho, mas a demora na obtenção do necessário incrusta-nos o desespero. A intuição afirma que devemos perseverar, contudo a espera é difícil. De qualquer forma, temos de continuar, pois desistir no meio do combate, é ficar sem ponto de apoio e sem perspectiva de um futuro mais promissor.

A fé é o nosso grande sustentáculo. Que seria de nossa incerteza, de nossas tribulações sem esse ponto de apoio para sermos reconfortados? Aquele que tem fé vigorosa aceita de bom grado qualquer extremo, pois, embora esteja no meio da incerteza momentânea, espera que o tempo, o grande arquiteto do universo, possa oferecer as oportunidades para que os seus ideais sejam concretizados.

5. ESPERANÇA

5.1. NIILISMO

Na Filosofia Moderna, as injunções dos pensamentos, a busca pela racionalidade e a supremacia da razão levam os indivíduos a decretar a morte de Deus. É a doutrina do nada além desta miserável vida. Esse sistema mata toda a Esperança. Como esperar algo se nada há o que se esperar? É por isso que Paul Sartre falava da náusea e do desespero, antíteses da esperança.

5.2. DESESPERO E PRESUNÇÃO

Santo Tomás de Aquino classifica o desespero e a presunção como pecado, e por isso, o oposto da esperança. O desespero é a pouca confiança em Deus, o amor próprio, o orgulho pessoal. A presunção é achar-se alguém digno de uma posição religiosa vantajosa, sem de fato o ser. Tanto um quanto o outro é contrário ou opõem-se à esperança. Acrescenta ainda que as causas do desespero são os nossos vícios, os quais nos obnubilam. A presunção, por outro lado, está ligada à vaidade. Por fim, diz que a esperança não é uma atitude passiva, mas cheia de vitalidade e de amor. (Lain Entralgo, 1984)

5.3. PAULO E A ESPERANÇA

Nas Epístolas de Paulo encontramos diversas frases sobre a esperança. Eis algumas delas: "Porque tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança". (Romanos, 15, 4); "Ora o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança pela virtude do Espírito Santo". (Romanos, 15, 13); "Tendo por capacete a esperança na salvação". (I Tessalonicenses, 5, 8); "E assim, esperando com paciência, alcançou a promessa." (Hebreus, 6, 15); Em I Coríntios 13, Paulo discorre sobre a suprema excelência da caridade. Depois de tecer comentários sobre a parte e o todo, ele diz: "Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três, mas a maior destas é a caridade." (I Coríntios, 13, 13)

6. CARIDADE

6.1. NOÇÃO DE CARIDADE

A noção de caridade está posta na parábola do bom samaritano. (Lucas cap. 10, 25 a 37)

Nela narra-se que "Um homem, que descia de Jerusalém para Jericó, caiu nas mãos de ladrões que o despojaram, cobriram-no de feridas e se foram, deixando-o semimorto. Aconteceu, em seguida, que um sacerdote descia pelo mesmo caminho e tendo-o percebido passou do outro lado. Um levita, que veio também para o mesmo lugar, tendo-o considerado, passou ainda do outro lado. Mas um Samaritano que viajava, chegando ao lugar onde estava esse homem, e tendo-o visto, foi tocado de compaixão por ele. Aproximou-se, pois, dele, derramou óleo e vinho em suas feridas e as enfaixou; e tendo-o colocado sobre seu cavalo, conduziu-o a uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, tirou duas moedas e as deu ao hospedeiro, dizendo: Tende bastante cuidado com este homem, e tudo o que despenderdes a mais, eu vos restituirei no meu regresso".

A caridade está simbolizada na ação do samaritano que, embora menos esclarecido que os outros, quanto à lei de Deus, concretiza o auxílio.

6.2. TÓPICOS ACERCA DA CARIDADE

No Evangelho segundo o Espiritismo encontramos diversos assuntos sobre a caridade. Eis alguns deles: "Fora da caridade não há salvação", "Necessidade de caridade segundo Paulo", "Caridade moral e caridade material", "Caridade para com os criminosos", "Fazer o bem sem ostentação", "As práticas da caridade" e "O óbolo da viúva". Nessas e em outras passagens encontramos os subsídios necessários para bem praticarmos a caridade. Elas espelham a orientação dos Espíritos superiores, que sempre pugnam pela verdade das coisas, independentemente do ser humano gostar ou não.

6.3. CARIDADE TEÓRICA VERSUS CARIDADE PRÁTICA

O Espírito Irmão X, no capítulo 28 de Contos e Apólogos, narra o caso do conferencista que estava preparando a sua palestra. Os seus escritos exaltavam o amor ao próximo, dando a entender que o caluniador é um teste de paciência, os vitimados pela ofensa estavam recebendo de Jesus o bendito ensejo de auxiliar, a desesperação é chuva de veneno invisível etc. No meio dessa preparação, a velha criada veio trazer-lhe o chocolate que, sem o perceber, deixara cair uma mosca. O conferencista, tão logo toma consciência fato, fica deveras irritado com a serviçal. Depois, um condutor de caminhão arrojara o veículo sobre um dos muros da residência. O dono da casa foi à rua como que atingido por um raio, chamando o motorista de criminoso. O condutor se prontificou a pagar todas as despesas, mas assim mesmo quis chamar a polícia. Enquanto estava ao telefone, algumas crianças entraram no terreno e pisaram os cravos que tinha cuidado no dia anterior. Exasperado, falou para as crianças: vagabundos, larápios, já para a rua. Voltando para a sua escrivaninha, leu o seguinte texto, grafado por ele mesmo: - "Quando Jesus domina o coração, a vida está em paz". Reconheceu quão fácil é ensinar com as palavras e quão difícil é instruir com os exemplos e, envergonhado, passou a refletir... (Xavier, 1974)

7. FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE

7.1. POR QUE JUNTAR FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE?

De acordo com a religião, esses tópicos fazem parte das virtudes teologais. Sendo assim, eles estão relacionados, ou seja, um depende do outro para que o ser humano possa se expressar no mundo. A separação didática é apenas para estudar com mais detalhes um dos tópicos. Mas, na prática, não temos condições de os separar, porque estão unidos pelos laços da razão e do sentimento.

7.2. REVISANDO AS NOÇÕES DE FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE

A fé é o assentimento do intelecto que crê, com constância e certeza em alguma coisa. Isso nos dá confiança de que seremos capazes de realizar alguma ação, seja ela qual for. É o tipo de confiança que tem o médico de que irá terminar a sua operação.

A esperança – é a expectação de algo superior e perfeito. A esperança diz respeito à nossa transcendência, à nossa comunhão com o Ser supremo. Por que, mesmo nas situações mais difíceis, há sempre a expectativa de possuir o bem desejado? Alguns mesmos chegam a dizer que "a esperança é a última que morre".

Caridade – está mais ligada a uma ação concreta. Ela é presente, é uma prática. Enquanto as duas primeiras dizem respeito ao futuro, esta diz respeito ao presente, à ação. Nesse sentido, podemos diferenciar os atos de caridade da caridade propriamente dita, ou seja, podemos perfeitamente auxiliar o próximo, sem que esse sentimento faça parte de nosso passivo espiritual.

7.3. FÉ: MÃE DA ESPERANÇA E DA CARIDADE

A fé, mãe da esperança e da caridade, é filha do sentimento e da razão. Quer dizer, a fé, ao ser movida pelo livre-arbítrio, tem o suporte do sentimento e da razão, que lhe dão garantia de obter o esperado, desde que aja caritativamente. Nesse sentido, o Espírito Emmanuel diz-nos: "A fé é guardar no coração a certeza iluminada de Deus, com todos os valores da razão tocados pelo perfume do sentimento".

A esperança e a caridade, como vimos, são filhas da fé. Esta deve velar pelas filhas que tem. Para isso, convém construir a base do edifício em fundações sólidas. A nossa fé tem de ser mais forte do que os sofismas e as zombarias dos incrédulos, porque a fé que não afronta o ridículo dos homens não é a verdadeira fé. Além disso, para que a fé seja proveitosa, deve ser ativa, ou seja, não se deve entorpecer.

8. CONCLUSÃO

O relacionamento entre fé, esperança e caridade abre a nossa mente para as profundas reflexões sobre a vida religiosa. Essas três virtudes descortinam horizontes vastíssimos. É aconselhável, contudo, que sejamos humildes e simples de coração a fim de absorver todo o seu conteúdo doutrinal.

9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.

LAIN ENTRALGO, P. La Espera y la Esperanza: Historia y Teoría del Esperar Humano. 2. ed., Alianza Editorial Madrid, 1984.

XAVIER, F. C. Contos e Apólogos, pelo Espírito Irmão X. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1974.

São Paulo, abril de 2000