https://espirito.org.br/artigos/centro-espirita-e-adolescencia-2/
Deixe claro para seu Filho
Luiz Carlos D. Formiga
“Formam famílias os Espíritos que a analogia dos gostos, a identidade do progresso moral e a afeição induzem a reunir-se. Mas, como não lhes cumpre trabalhar apenas para si, permite Deus que Espíritos menos adiantados encarnem entre eles a bem de seu progresso. Esses Espíritos se tornam, por vezes, causa de perturbação, o que constitui para estes a prova e a tarefa a desempenhar” (ESE).
Em 1983 procuramos discutir o ensino na universidade. Na biologia e biomedicina a evasão de alunos incentivou estudos que pudessem identificar as causas (3,4). Será a evasão o reflexo de um estado social, de uma administração mal conduzida, que além de abortiva é também favorecedora de circunstâncias que podem ser consideradas precipitantes? Investigações semelhantes poderiam explicar porque algumas Casas Espíritas possuem jovens conscientes, atuantes, e outras não.
De uma hora para outra ele não quer mais ir ao Centro!
O que fazem os pais diante da resistência religiosa?(1)
Comportamentos Polares
Encontramos comportamentos polares. O autoritarismo estava manifesto na decisão de J. quando avisou que o filho perderia a mesada e o uso do carro nos fins de semana. Ele arranjou um emprego de “auxiliar de serviços gerais” e passou a andar de carona(1).
A aceitação pacífica, sem maiores discussões foi o que encontramos em F. que disse: “mais tarde ele voltará”. O pai desconhecia a necessidade que os jovens têm de lutar. Nessa fase eles precisam “ser do contra”.
“No nosso tempo não havia discussão, os pais mandavam, eles iam e ponto final”. Frase da mãe de R., 16 anos, que vive arranjando desculpas para não ir ao Centro. Este é um fato que aflige aos pais. Embora nascidos em lares espíritas jovens são atraídos por idéias niilistas. Isto faz surgir falsa idéia de que o anjo da guarda nem sempre está de plantão.
Ouvimos uma explicação sobre o respeito que se deve depositar na questão do livre arbítrio: “se estivermos avançando na direção de algo que irá nos ensinar uma lição valiosa, porém difícil, eles poderão nos mostrar maneiras mais alegres de aprender a mesma coisa. Se resolvermos persistir no caminho original, eles não tentarão nos impedir. Cabe a nós escolhermos a alegria, mas caso aprendamos melhor através da dor e do esforço, os guias espirituais não os afastarão de nós”.
O que fazer?
Vacinar a mente infanto-juvenil para prevenir a doença causada pelo micróbio da alienação.(2)
Quais as causas da resistência encontrada na hora de ir ao Posto de Vacinação?
As Causas Naturais
Existem causas naturais e legítimas. Na fase de crescimento existem períodos naturalmente conturbados, como o da “expansão subjetiva”, conhecido como “descobrimento da realidade exterior”. Surge a dor “pela perda dos pais ideais”, quando a imagem idealizada e mágica se choca com a realidade. Em relação à evasão do jovem na casa espírita não podemos esquecer que é natural a rebelião contra a autoridade constituída, neste período da vida. Nessa fase os jovens são constantemente avaliados e aprendem a avaliar a fé da família. Ao encontrarem pais espíritas de fachada sentem-se frustrados. No dia em que a criança percebe que todos os adultos são imperfeitos torna-se adolescente, e, se tornará adulta quando puder perdoá-los.
As Causas Legítimas
Por outro lado, existem outras causas para a evasão:
Eles encontram com muita freqüência discursos que ficam aquém de suas ansiedades e reuniões pouco atraentes.
Quando encontram temas que aguçam a curiosidade, percebem também que esses estudos são mal administrados e ministrados por evangelizadores bem intencionados, mas incompetentes. Alguns são incapazes de formular objetivos e selecionar estratégias adequadas.
Outra causa legítima é o encontro de contradições. O que é pregado, não é vivenciado no Centro. O comportamento dos pais é ainda mais fácil de observar. Quando aprendem que devem amar ao próximo, mas os pais não vivem de acordo com esse preceito, eles se sentem traídos.
Examinando as condições sócio-familiares, vamos encontrar luz no fundo do túnel, principalmente quando tentamos compreender o impulso homossexual. Neste caso temos que considerar vários raciocínios e olhar através das várias janelas do edifício do holismo espiritualista.
O homem é um ser de natureza multifacetada. Na sua análise é necessário utilizar diversos raciocínios: o critério estatístico; o biológico; o psicológico; o antropológico (psicanalítico); o familiar; o político e o espiritual, que estão separados apenas didaticamente.
Quando examinamos detidamente as condições sócio-familiares no homossexualismo encontramos uma constelação familiar defeituosa. Há continuidade e severidade de relações patológicas entre pais e filhos. É possível identificar progenitores complicados, ausentes, subservientes, alcoólatras, machistas, violentos, autocratas, dominadores.
Mulheres transexuais sofreram em 22% abuso sexual dos próprios pais e em 37% dos casos a relação entre os pais era turbulenta, doentia, com separação (*). Uma constelação semelhante foi encontrada entre crianças que tentaram o suicídio.(**)
Abandonar as reuniões no Centro pode indicar a necessidade de romper as amarras de um progenitor possessivo.
A Solução
Podemos pedagogicamente sugerir a luta em favor de uma causa justa. Na luta, contra o estigma da lepra; contra o aborto; contra as condições inadequadas do Hospital Psiquiátrico Espírita; contra o uso de drogas, temos tido ajuda valiosa dos estudantes que participam dos grupos espíritas nas universidades.(***)
Dirigentes Espíritas; Pais e Professores Podem Complicar
Professores e pais muitas vezes não compreendem a verdadeira extensão dessas iniciativas acima referidas. Pensam que é um trabalho muito pontual. Acreditam que estamos empregando muita energia numa atividade que deveria ser dos representantes do poder público.
Muitos não percebem que nestas atividades de “luta contra”, em favor de uma causa justa, nossos jovens, na realidade, estão adquirindo proteção contra diversos apelos que poderiam atraí-los, se não estivessem com a atenção concentrada no seu ato de heroísmo, no seu exercício de cidadania. Gastam tempo e energia, é verdade, mas também se imunizam contra a doença causada pelo micróbio da alienação ou da desesperança.
Quando o mais velho participa, com o apoio logístico, o choque de gerações desaparece e todos ganham. A Casa Espírita que vive centrada em si mesma, não possui crianças nem jovens, desestimula colaboradores e, por isso, não tem futuro.
Diversos dirigentes são “desconfiados”, sendo incapazes de delegar responsabilidades. São pessoas responsáveis e acreditam que o jovem ainda não se encontra, como eles, preparado para assumir determinadas missões. A falta de fé no jovem e nos orientadores espirituais e o medo do fracasso fazem com que centralizem tudo e acabam prejudicando a quem tanto gostariam de beneficiar. Isto é uma causa de evasão.
Através de um conto popular, soubemos que um cientista estava interessado em realizar um estudo sobre a vida do maior comandante existente na face da Terra. Após exaustiva investigação foi informado que este já havia morrido. O pesquisador foi até o céu e pediu a São Pedro que lhe possibilitasse uma entrevista com o desencarnado, de modo a obter as informações preciosas. Diante dele o cientista reagiu dizendo que não era a pessoa com quem desejava falar: “esta eu conheci por muitos anos. Foi um simples sapateiro na cidade onde vivi”. São Pedro explicou: “Teria sido o maior de todos, se tivesse tido oportunidades e as condições ambientais adequadas para o seu desenvolvimento”.
“Embora devamos caminhar sem medo, não sejamos imprudentes, a pretexto de cultivar o desassombro, uma vez que o arrojo desnecessário é comparado à leviandade perigosa”. Emmanuel, ainda, nos diz que “o equilíbrio é fundamental, pois um coração temerário incendeia qualquer serviço, arrasando-o. Mas, um coração medroso congela o trabalho”.
Nesta questão de congelamento o artigo “Na Universidade – Indiferença ou Medo?” Publicado na Revista Internacional de Espiritismo, ano LXXV (2): 77-79, março de 2000, diz que em algumas universidades, existem espíritas que temem ser identificados como adeptos da Doutrina Consoladora.
Jesus, o Guia e Modelo
Em educação modelos de excelência são de grande valia. No entanto, nos dias de hoje há uma tendência a favor da desmistificação dos heróis. Em conseqüência os jovens carecem de imagens concretas de pessoas admiráveis para ajudá-los no esforço de evolução pessoal. É natural, na juventude, querer ser ou ter um herói. Jesus será seu guia e modelo, quando ele perceber que, na sua proposta pedagógica, existe uma conceituação revolucionária em torno das dores, dos tabus e preconceitos.
Jesus discute uma escala de valores que só os heróis, mesmo os pequenos e anônimos, podem possuir. Haverá identificação com o Evangelho e desaparecerá a crise de identidade, que é freqüente na homossexualidade oriunda de uma constelação familiar defeituosa.
Será que estou exagerando?
Afinal o jovem quer apenas afirmar a sua independência!
Vamos lembrar que a rebelião, quando não encontra a resistência paterna, sem luta, pode ser um fracasso para ele. Aí o jovem pode escolher um novo campo de batalha. A droga pode ser a opção. Afinal, todos os dependentes dizem: – “na hora que eu quiser deixar, eu deixo”. A aceitação pacífica, sem maiores discussões, é um comportamento perigoso.
A aceitação com o empreendimento de algumas “batalhas”, utilizando estratégias bem escolhidas – é a melhor opção.
Não estamos fazendo exercício ilegal da profissão de psicólogo, mas estimulando a troca de experiências, no exercício legal da paternidade responsável.
Como pais e/ou como cônjuges aprendemos com o erro e o acerto. O erro é parte do processo e deve ser transformado em estímulo de crescimento. Foi assim com a mulher adúltera e não atiramos a primeira pedra. Foi assim com o paralítico, quando o Mestre fez o reforço pedagógico: – “vai e não tornes a errar”. (João, 8:11).
Somos espíritos imperfeitos, se erramos devemos reparar o erro e “dar a volta por cima”, demonstrando maturidade emocional e saúde mental.
Informar ao filho que continuamos com a nossa crença, mas que respeitamos o seu direito de decidir por si, é fundamental.
Trabalhar no sentido do amadurecimento e fortalecimento da personalidade dos filhos, sabendo ouvir, num diálogo franco, coerente e seguro é tão importante quanto incentivar o companheirismo, o empenho e a responsabilidade nas suas atividades, que devem ser diversificadas, do trabalho aos esportes, dos estudos aos lazeres.
A Vacina Atraente
A posição do “meio”, adotada pelo pai de S. que decidiu não mais comparecer as reuniões na mocidade, nos pareceu satisfatória, quando informou que ela “era atenciosa com a família e os amigos, se esforçava para ajudar aos outros e era voluntária numa escola para crianças com necessidades especiais”. Na verdade, ela não ia ao centro, mas vivia espiritamente.
Melhorar o homem e a sociedade ainda é o setor que reclama a maior urgência(5), até no Movimento Espírita.
Diante da revolta religiosa, precisamos parar para refletir. A angústia vivida na adolescência é muito grande. A separação do mundo infantil e a incorporação ao dos adultos é um período tão difícil que a experiência clinica permite concluir que as ocorrências são tão intensas, quanto aquelas vividas pelo adulto ante a perda de um ente querido.
M., 15 anos, começou a apresentar os sintomas da revolta religiosa. Os pais pararam para discutir e no final acharam que deveriam avaliar também a Casa Espírita. Fizeram um diagnóstico. A maioria dos freqüentadores era de meia idade ou mais. As atividades para os jovens eram pouco atraentes. Aplicavam vacinas muito dolorosas. Decidiram procurar outra casa mais “jovem”, onde havia um extenso programa de atividades para adolescentes. Rapidamente constataram que o filho não mais faltava.
Com a vacina Sabin imunizamos até crianças, que não compareceram ao posto de saúde, pelo contágio do vírus vacinal. A vacina viva, indolor, é contagiante.
Procuramos também atender ao domínio afetivo na vacina tríplice. Isso é alcançado, quando aplicamos apenas uma injeção intramuscular, mas prevenimos três doenças. Com essa explicação as mães são tocadas nas fibras do coração e aderem mais facilmente à campanha de vacinação, suportando melhor a dor dos filhos na picada da agulha. Evangelização não é apenas para crianças.
Aquele jovem foi contaminado pelo estudo bem elaborado e acabou contagiando os amigos, que passaram a freqüentar as reuniões. Pais atualizados e atuantes são evangelizadores diretos e indiretos na vacinação das mentes em formação. Há contágio do idealismo em família. Ao adotarem a posição firme, sem radicalismos, devem estar preparados para a derrota eventual.
Imortalidade E Reencarnação. Allan Kardec É Base Fundamental
Discutir valores foi proposta do dia mundial de prevenção ao uso de drogas. Quando os jovens possuem e compreendem sua própria escala de valores e são capazes de explicá-la aos outros, torna-se, para eles, mais fácil expressar e justificar sua decisão de abster-se de drogas.
Os pais devem provar aos jovens que a religião para eles não é simples formalidade, apenas um credo, com aparência de espuma flutuante.
Se nos colocarmos em oposição a determinados comportamentos, deveremos estar aptos a explicar as razões do nosso posicionamento. Para isso precisamos ser contemporâneos do nosso tempo e ter, na base dos nossos argumentos, as informações disponíveis nos livros da codificação da Doutrina Espírita. Os pais espíritas devem estudar as obras básicas com o mesmo cuidado com que o codificador estudou os ensinos morais do Cristo.
Os jovens precisam de uma nova ordem de idéias, que possa trazer também uma nova ética comportamental. Imprescindível a noção de Imortalidade, base da doutrina do Cristo que a demonstrou em inúmeras oportunidades.
Sem o seguro conhecimento das diversas evidências científicas sugestivas da imortalidade da alma, não tem sentido falar-se em escala de valores, em regras dirigentes da conduta e em livre arbítrio. No entanto, demonstrada a Imortalidade e examinadas as conseqüências futuras, dela derivadas, a vida ganhará outro sentido.
Sabendo que retornamos com as mesmas almas, mas em diferentes relacionamentos, estaremos atentos para as relações afetivo-emocionais e veremos com maior nitidez que a liberdade tem os seus limites e compromissos. A educação será um processo de formação de valores e de libertação espiritual. Desaparecerão as famílias patogênicas, onde há a educação para o egoísmo e o comodismo, que buscam o conforto antes do dever.
Isso é preconceito!
Na sociedade atual tudo é normal, tudo é permitido e sem culpa. Os pais devem se preparar para ouvir: – ”isso é preconceito!”.
Sabemos que não devemos violentar consciências, mas podemos apontar outros caminhos, alternativas menos dolorosas. Podemos e devemos trabalhar no sentido de aumentar o nível de consciência da sociedade, onde estamos inseridos e a quem devemos servir. Não há dúvida de que deveremos procurar ter vida moralmente sadia, mas lembrando sempre que na pedagogia de Jesus o erro faz parte do processo. Não fiquemos acorrentados aos nossos erros do passado e nem deixemos aprisionados nossos amores que foram surpreendidos pelo engano.
Com “O Livro dos Espíritos” lembremos que os valores internalizados na infância provavelmente ficarão para o resto da vida. O exemplo ainda é o da jovem voluntária numa escola para crianças com necessidades especiais.
Educar dá trabalho, mas a criatura humana é o maior investimento divino. Como a essência de qualquer religião é o amor, deixe claro para seu filho rebelde que se ele se afastar da Doutrina Espírita, “a afeição que você tem por ele permanecerá inalterada.”(1)
(*) Dores, Valores, Tabus e Preconceitos. Editora CELD.
(**) Suicídio infantil, artigo disponível na página do NEU – http://zap.to/neurj.
(***) “Campanhas” na página do NEU.
Referências Bibliográficas.
Fleming, A. 1979. Filhos que Rejeitam a Religião dos Pais. Seleções do Reader’s Digest, XVI (97): 57-60. Condensado de “Womans Day. Fawcett Publications, Inc”. Nova York, 1978.
Formiga, LCD.1981. Vacinação – Desafio de Urgência. Reformador (fevereiro). Compara as técnicas de Evangelização e Desobsessão, utilizadas pela Doutrina Espírita, com as de Vacinação e Soroterapia, utilizadas nas Ciências Biomédicas.
Formiga, LCD. 1983. Biologia e Biomedicina – Evasão Escolar. Ciência e Cultura, 35: 474-475.
Formiga, LCD. 1983. Paradoxo – Ensino de Ciências Biomédicas. Ciência e Cultura, 35: 1655-1656.
Formiga, LCD. 1999. Ética, Sociedade e Terceiro Milênio. Elaborado com base na palestra, “Ética: educação para o terceiro milênio”, durante o Primeiro Congresso Interativo Sobre Educação Para o Terceiro Milênio. “A Educação da Alma é a Alma da Educação”. Centro de Convenções do Barrashopping, RJ, RJ, dezembro de 1999. Disponível no NEU-RJ – http://zap.to/neurj
O mesmo tema, vários artigos, para ajudar a alguém que está preparando uma exposição ou estudando um assunto
Estudando o Espiritismo
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domingo, 5 de abril de 2020
Quem é Fenelon?
https://correio.news/quem/quem-e-fenelon
Quem é Fénelon no espiritismo?
Fenelon é um dos espíritos da codificação espírita, pertencente à equipe do Espírito da Verdade, que se comunicou com Allan Kardec para que ele pudesse trazer o espiritismo à humanidade terrena no século 19.
Fenelon é o nome literário de François de Salignac de la Mothe, nascido no castelo de Fénelon, em Périgord, a 6 de agosto de 1651.
Foi prelado e escritor francês, ordenou-se sacerdote em 1675 e passou a dirigir uma instituição que tinha por objetivo reeducar as jovens protestantes convertidas ao catolicismo. Aos 44 anos, tornou-se arcebispo de Cambrai. É autor dos livros Explicação das máximas dos santos, As aventuras de Telêmaco, Fábulas e Diálogos dos mortos, O exame de consciência de um rei e Cartas sobre as ocupações da Academia francesa.
Fénelon aparece nos livros básicos da doutrina espírita, em vários momentos: assina os Prolegômenos do O livro dos espíritos e a resposta à questão 917, onde considera o egoísmo como a mais difícil das imperfeições humanas de se superar. Em O evangelho segundo o espiritismo apresenta-se em vários momentos, discursando acerca da terceira revelação e da revolução moral do homem (cap. 10); o homem de bem e os tormentos voluntários (cap. 5); a lei de amor (cap. 11); o ódio (cap. 12) e emprego da riqueza (cap. 16). Em O livro dos médiuns, está no capítulo das Dissertações Espíritas (cap. 31), onde desenvolve aspectos acerca de reuniões mediúnicas e a multiplicidade dos grupos espíritas.
A INDULGÊNCIA José – Espírito Protetor – fala-nos dessa nobre virtude (...) “sentimento doce e fraternal que todo homem deve alimentar para com seus irmãos, mas do qual bem poucos fazem uso. A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles, divulgá-los.” (1) É claro que quando se visa a prestar um serviço à coletividade, os próprios Espíritos advertem que os maus atos de outrem devem ser apontados, mas mesmo neste caso, ter o cuidado de os atenuar tanto quanto possível, não se esquecendo de ser caridoso... Conta-se que um rapaz procurou Sócrates – sábio da Grécia Antiga – e lhe disse que precisava contar algo sobre alguém. Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou: - O que você vai me contar já passou pelas três peneiras? – Três peneiras? Indagou o jovem assustado. Continuando disse Sócrates: - Sim. A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido falar, a coisa deve morrer por aí mesmo. Suponhamos então, que seja verdade. Deve passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você vai contar é coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo? Se o que você quer me contar é verdade, é coisa boa, deverá passar ainda pela terceira peneira: a NECESSIDADE. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta? E arremata Sócrates: - Se passar pelas três peneiras, conte. Tanto eu, quanto você e seu irmão iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma intriga a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos. Devemos ser sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz. Ainda com relação aos comentários de José – Espírito Protetor – (op. cit.) diz o mesmo: “Sede, pois, severos para convosco, indulgentes para com os outros”. Há ditos populares que nos advertem quanto aos reproches, como por exemplo: “Nunca digas dessa água não beberei”, “Fulano pagou com a língua”... A verdade é que ninguém se encontra indene para bater no peito e dizer: “Isso, eu nunca farei...” Não conhecemos as nossas fraquezas mais íntimas, Jesus, referindo-se a essa questão, disse a Pedro: (...) “Mas vais aprender, ainda hoje, que o homem do mundo é mais frágil do que perverso.” (2) E tão logo se consumou a prisão de Jesus, Pedro ataca com a espada um dos soldados que veio prender o Mestre, cortando-lhe uma das orelhas... Parece, neste momento, ter esquecido as lições de amor do Mestre Jesus. E mais adiante, nega-o por três vezes, lembrando-se de imediato, após a terceira negação, das palavras sábias de Jesus a dizer-lhe o quanto o homem no mundo é frágil. Jesus nos deu mostras em diversas passagens do Evangelho da indulgência para com as imperfeições alheias, como no caso da mulher adúltera, dos soldados que o crucificaram, do próprio Judas que o traiu. E nos advertiu da severidade do julgamento do Pai para conosco, na mesma proporção com que julgarmos os outros. (Mateus, 7:1-2). Óbvio está que a falta de indulgência para com o próximo demonstra o nosso esquecimento dos ensinos de Jesus – prova inequívoca da nossa fraqueza espiritual. Exorta o Espírito Dufêtre: (3) “Caros amigos, sede severos convosco, indulgentes para as fraquezas dos outros. É esta uma prática da santa caridade, que bem poucas pessoas observam. Todos vós tendes maus pendores a vencer, defeitos a corrigir, hábitos a modificar; todos tendes um fardo mais ou mesmos pesado a alijar (...) Por que, então, haveis de mostrar-vos tão clarividentes com relação ao próximo e tão cego com relação a vós mesmos?” Tanto tempo temos estudado a Doutrina Espírita. É preciso, pois, que nós, os espíritas, adotemos os ensinos morais, como este, aplicando-os, sobretudo dentro das nossas Casas Espíritas. Entendendo a individualidade espiritual de cada um, deixando de tentar submeter consciência às “nossas verdades”. Sabendo implementar os conhecimentos doutrinários de acordo com a capacidade de aprendizado de cada um. Acabando com as rusgas, maledicências, comentários infelizes acerca do próximo, que demonstram a nossa falta de indulgência e de evangelho no coração. Busquemos primeiro, acender a nossa luz interior, para depois começarmos a iluminar as trevas que nos cercam. . Reformador set99 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: S 1. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 16. 111. ed. FEB. 2. XAVIER, F. C., Boa Nova. Pelo Espírito Humberto de Campos, cap. 26, pág. 173, 20 ed. FEB. 3. KARDEC, Allan, O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 18. 111. Ed. FEB.
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