Estudando o Espiritismo

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sábado, 10 de abril de 2021

BIOGRAFIA DE "CÁRITA" OU "CÁRITAS"

 BIOGRAFIA DE "CÁRITA" OU "CÁRITAS"

Há no meio espírita uma prece que todos apreciam muito – a Prece de Cárita ou Cáritas -, cuja denominação e origem têm sido muito estudadas e pesquisadas, embora poucos se arrisquem a dar um parecer sobre sua origem. “Chamo-me Caridade, sou o caminho principal que conduz a Deus; segui-me eu sou a meta a que vós todos deveis visar”, esse é o trecho de outra mensagem muito bela assinada pelo mesmo Espírito que, segundo alguns, comunicava-se por intermédio de uma das grandes médiuns de seu tempo, Mme. W. Krell, ligada a um círculo espírita de Bordeaux, na França.

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e na Revista Espírita, podemos ler várias mensagens de Cárita, ali inseridas por Allan Kardec. São mensagens muito belas, que estimulam a fraternidade, a solidariedade e a caridade. A prece foi psicografada pela Mme. W. Krell, na véspera do Natal de dezembro de 1873, portanto há quase 150 anos. 

Cárita teria sido Irene, martirizada em Roma. Acredita-se que Cárita foi no passado a jovem Irene, martirizada em Roma no ano 305, quando das perseguições aos cristãos, determinadas pelo imperador Diocleciano. O próprio Allan Kardec dá-nos essa informação, como podemos ver na Revista Espírita de 1862, página 52, na qual a revista noticia uma ajuda financeira enviada pela Sociedade Espírita de Paris aos pobres da cidade de Lyon, transcrevendo em seguida, uma mensagem de Cárita, que teria sido, segundo Kardec, Santa Irene. Na mensagem, Cárita agradece o gesto, sobretudo porque a boa ação foi disfarçada sob a capa do anonimato. “A Caridade é suave e merece que se a pratique”, diz ela, lembrando que “pouca coisa é necessária para transformar lágrimas em alegria, sobretudo em casa do trabalhador que não está habituado à visita da felicidade com freqüência”.

Em poucas palavras, são os seguintes fatos que causaram a perseguição e morte da jovem Irene:

No século IV, época em que governava o imperador romano Diocleciano, considerado o mais sanguinário perseguidor dos cristãos, era proibido que as pessoas portassem ou guardassem escritos que pregassem o Cristianismo. Todos os livros deveriam ser entregues às autoridades para serem queimados. Irene, ainda jovem, e suas irmãs Ágape e Quilônia pertenciam a uma família pagã da Tessalônica, na Grécia, mas se converteram e passaram a pregar os ensinamentos de Jesus. As três irmãs foram denunciadas e em sua casa foram encontrados exemplares da Bíblia, razão pela qual elas foram presas e levadas a interrogatório diante do governador da Macedônia. Deveriam elas, como os demais cristãos, renegar a fé em Jesus e só se salvariam de idolatrassem os falsos deuses dos romanos, oferecendo publicamente comida e incenso a eles, além de queimar os textos evangélicos.

Naquela época, se os cristãos se negassem a renunciar a sua fé, geralmente eram queimados vivos. Foi o que se deu com elas. As suas irmãs foram encontradas antes, presas e interrogadas, negaram-se a adorar os falsos deuses e confirmaram sua fé. Foram por isso, executadas. Irene que havia escondido grande parte dos livros cristãos em sua casa e tinha fugido para as montanhas, foi encontrada e presa no dia do martírio das suas irmãs. Irene foi então submetida a interrogatório, mantendo-se firme em sua profissão de fé. Condenada pelo governador Dulcério, foi entregue aos carrascos, que a violentaram, lhe tiraram a roupa, expuseram-na à vergonha pública e depois a queimaram viva.

O culto a Santa Irene ainda é muito intenso no Oriente e no Ocidente, e se perpetuou até os nossos dias pelo seu exemplo de mártir, bem como pela tradução de seu nome, que em grego significa “paz”, e é muito reverenciado, principalmente entre os povos cristãos.

       Texto publicado no jornal O IMORTAL, ANO 56, Nº 658, ANO 2008.

Cárita - Quem foi?

 https://www.diariodetaubateregiao.com.br/dt/coluna-espirita-um-apelo-de-carita/#:~:text=C%C3%A1rita%20%C3%A9%20o%20pseud%C3%B4nimo%20de,%E2%80%9C%E2%80%A6


 Maroísa Baio – Limeira/SP

No final de 1865, uma epidemia de cólera, em Paris, agravou os rigores do inverno. Em benefício dos pobres da cidade de Lyon e das vítimas dessa doença bacteriana que causa diarreia grave e desidratação, normalmente transmitida pela água, Kardec promoveu uma campanha para arrecadar fundos e distribuir aos necessitados. Ele citou um breve relato das medidas tomadas pelas autoridades:

“Sem dúvida, jamais a solicitude da autoridade se mostrou mais inteligente e mais previdente do que nesta última invasão do flagelo, em relação aos atingidos; prontidão e sábia distribuição dos socorros médicos e outros, nada faltou no caso. É uma justiça que cada um se apraz em lhe render. Assim, graças às medidas tomadas, sua devastação foi rapidamente circunscrita; mas deixa após si traços cruéis de sua passagem nas famílias pobres, e os mais lastimáveis não são os que sucumbem. É aí sobretudo que se faz necessária a caridade particular.”

Nessa mesma ocasião, Kardec recebeu uma correspondência de Lyon na qual seu remetente dizia:

“O Espiritismo, o grande traço de união entre todos os ¬ filhos de Deus, nos abriu um horizonte tão largo, que podemos olhar de um a outro ponto todos os corações esparsos, que as circunstâncias colocaram no oriente e no ocidente, e os ver vibrar a um só apelo de Cárita…”

A carta trazia uma comunicação ditada pelo Espírito Cárita, cuja missão é estimular a beneficência em socorro do infortúnio. Cárita é o pseudônimo de uma mártir cristã, Santa Irene, martirizada em Roma, no ano 300 d.C., por ordem do Imperador Deocleciano. Nessa mensagem, cujo título é “Abri-me”, publicada na RE de dezembro de 1865, ela convida todos a abrir o coração ao sofrimento alheio:

“… Fiz uma longa caminhada através da região da miséria e volto, com o coração semimorto, as espáduas vergadas ao fardo de todas as dores. Abri-me bem depressa, meus amados, vós que sabeis que quando a caridade bate à vossa porta é que encontrou muitos infelizes em seu caminho. Abri o vosso coração para receber minhas confidências; abri a vossa bolsa para enxugar as lágrimas dos meus protegidos e escutai-me com essa emoção que a dor faz subir de vossa alma aos lábios.”

Ela relata os sofredores que foi encontrando pelo caminho: velhos abandonados, mães aflitas com filhos famintos, pais desempregados, corações revoltados e o pior de todos os males, o materialismo.

“… eu vos peço, tende para os meus pobres um pensamento, uma palavra, uma suave lembrança, a fim de que à noite, à hora da prece, eles não adormeçam sem agradecer a Deus, porque vós lhe sorristes de longe. Sabeis que os pobres são a pedra de toque que Deus envia à Terra para experimentar vossos corações. Não os repilais, a ¬ m de que um dia, quando tiverdes transposto o sólio que conduz ao espaço, Deus vos reconheça por corações de sua aliança e vos admita na morada dos eleitos!”

Em 1862, por ocasião de uma campanha efetivada por Kardec em favor dos operários de Lyon, ela se manifestou trazendo palavras enternecedoras aos colaboradores. Essas mensagens foram publicadas na RE de fevereiro daquele ano.

Essa benfeitora espiritual é a autora da conhecida Prece de Cáritas, ditada na véspera do Natal de dezembro de 1873, pela médium francesa, Sra. Watteville Krell, contemporânea a Kardec.

Ouçamos o apelo dessa meiga amiga espiritual, abrindo nossos corações a Jesus, estendendo nosso afeto e nossa atenção aos necessitados que Ele sempre nos envia, não apenas no Natal, mas em todos os momentos de nossa vida!