Estudando o Espiritismo

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quarta-feira, 30 de julho de 2014

Egoísmo - 2 Hammed

Kardec, o sistematizador dos ensinos espíritas na Terra, comenta: "... a propriedade que resulta do trabalho é um direito natural, tão sagrado quanto o de trabalhar e de viver." e as Vozes do Céu, sob a direção do Espírito de Verdade, afirmaram: "Não disse Deus: "Não roubarás? ' E Jesus não disse: 'Dai a César o que é de César?"

A avareza não deve ser entendida apenas como um "defeito" ou uma "falha" humana a ser corrigida de modo compulsório, mas precisa, naturalmente, ser compreendida em sua origem mais profunda.

A falta de generosidade e a insensibilidade em relação às necessidades dos outros têm suas raízes numa defesa psicológica que desencadeia nos indivíduos uma ruptura na conexão entre o seu conteúdo emocional e o conteúdo intelectual.

A criatura sovina isola-se em si mesma. Nada tem importância para ela, a não ser a contenção doentia e generalizada em relação à sua própria vida interior, e não só em relação aos outros, como se pensa habitualmente. A mesquinhez pode manifestar-se ou não com a acumulação de posses materiais, como também pode aparecer como um "refreamento de sentimentos" ou um "auto-distanciamento do mundo". Como a matriz interior se fundamenta numa necessidade reprimida da pessoa que não consegue se relacionar com outras, nem mesmo delas se aproximar para permutar experiências e afetividade, ela se sente solitária e, assim, compensa-se, acumulando bens. Constrói torres e muralhas imensas para se proteger do empobrecimento que ela mesma vivencia, inconscientemente, há muito tempo - a escassez e a inibição da aproximação social e afetiva.

Cria toda uma atmosfera de autonomia por possuir valiosos objetos exteriores destinados a suprir a sensação do vácuo interior, existente na intimidade da alma humana, com uma reivindicação do desejo, cada vez maior; de possuir bens materiais. O grande fluxo de indivíduos que buscam os consultórios de psiquiatria e as clínicas das mais diversas especialidades médicas se deve a esse clima de insatisfação e de vazio existencial, que nada mais são que os frutos do egoísmo - incapacidade de se relacionar, repressão dos sentimentos de amor e de fraternidade e a inconsciência de uma vida interna e eterna.

A indiferença e a frieza emocional, a apatia e o apego patológico, bem como o distanciamento das privações dos outros são características marcantes das criaturas que alimentam uma paixão egoística pelos bens materiais. São conhecidas como sovinas, mesquinhas ou usurárias.

O trabalho interior sempre melhora a qualidade de nossa vida, pois passamos a conhecer a nós mesmos e o Universo como um todo, levando-nos ainda a um propósito cuja função é a de aprender a amar incondicionalmente.

Procuremos então viver, não como proprietários definitivos de nossas posses, mas apenas como usufrutuários de delas.

A técnica para aprendermos a amar, usando de generosidade e desprendimento, é empregarmos nossos sentimentos e emoções com equanimidade, o que quer dizer, dar-lhes igual importância ou utilizá-los com imparcialidade. A seguir, faremos breves anotações, cuja observação acurado poderá nos fornecer dados importantes para viverciarmos os sentimentos/emoções com racionalidade:
- caridade sem salvacionismo;
- humildade sem baixa estima;
- determinação sem atrevimento;
- obediência sem submissão;
- bondade sem anulação da personalidade;
- compaixão sem sentimentalismo;
- segurança sem impulsividade;
- perseverança sem obstinação;

A avareza é o produto de uma necessidade que se encontra na intimidade da psique humana. Ela tenta enfeitar ou distrair o conflito com a busca de bens perecíveis, mas nunca consegue suprir a sensação de carência íntima.

Em síntese, o altruísmo é o amor desinteressado, resultado do "enriquecimento da vida interior", acarretando a avareza é filha da "pobreza do mundo interior", acarretando uma desumanização e uma obstrução da capacidade de amar.

Hammed - As dores da alma

Egoismo e Vaidade - Hammed




EGOISMO E VAIDADE

A vaidade é um desejo superlativo de chamar a atenção, ou a presunção de ser aplaudido e reverenciado perante os outros. É a ostentação dos que procuram elogios, ou a ilusão dos que querem ter êxito diante do mundo e não dentro de si mesmo.

Importante não olvidarmos que a vaidade atinge toda e qualquer classe social, desde as paupérrimas até as que atingiram o cume da independência econômica.

Francisco VI, duque de La Rochefoucauld, escritor francês do século XVII, dizia que “ficaríamos envergonhados de nossas melhores ações, se o mundo soubesse o que as motivou”.

A afirmativa é válida porque se refere às criaturas que fàzem filantropia a fim de alimentar sua vaidade pessoal, impressionando o mundo para que os inclua no rol dos generosos e de grandes altruístas.

O orgulho está incluído entre os tradicionais pecados capitais do catolicismo. Como a vaidade é uma ideia justaposta orgulho, ela também se destaca como um dos mais antigos defeitos a serem combatidos na humanidade. No entanto, somente poderemos nos transformar se conseguirmos ver e perceber cm nós mesmos, as raízes da vaidade, visto que negá-la de modo obstinado é ficar estritamente vinculado a ela.

É oportuno dizer que não estamos nos referindo aqui ao esmero na maneira de andar, falar, vestir ou se enfeitar, que, em realidade, são saudáveis e naturais, mas a uma causa mais complexa e profunda. O motivo de nossas análises e observações é o estado íntimo do indivíduo vaidoso, ou seja, o que está por baixo do interesse dessa exibição e dessa necessidade de ser visto, a ponto de falsificar a si mesmo para chamar a atenção.

Na fase infantil, a conduta dos pais e sua filosofia de vida agem sobre as crianças, plasmando-lhes uma nova matriz à sua, já existente, bagagem espiritual. Ao produto de suas vidas passadas é anexada a visão dos adultos, membros de sua família atual.

Portanto, através dos pais, verdadeiros “espelhos vivos”, as crianças assimilam suas primeiras noções de comportamento e modo de viver.

Filhos de pais orgulhosos podem-se tornar crianças exibicionistas, carregando uma grave dependência psíquica de destaque. Comportam-se para ser socialmente aceitas e para aparentar-se pessoas brilhantes.

Os vaidosos colocam máscaras de criaturas impecáveis e, evidentemente, transmitem aos filhos toda uma forma de pensar e agir alicerçada na preocupação com os rótulos e com a escala de valores pela qual foram moldados.

Outra causa do desenvolvimento da vaidade nas criaturas é a importância desmedida que dão às posses e propriedades. Na atualidade, por menor que seja a classe social em que se encontra constituída uma família, ainda é o dinheiro uma fonte absoluta de poder. Quem ganha mais reivindica no lar a autoridade, a atenção e o amor. A riqueza amoedada é conceituada como um dos instrumentos com o qual podemos manipular as pessoas e nos tornar um ponto de atração. Dessa forma, processa-se na criança uma educação do “tipo desintencional”, transmitida pelos adultos de forma involuntária, automática e despercebida, através do somatório dos gestos, das conversas, das atitudes ou dos comportamentos do dia-a-dia.

A presunção leva os indivíduos a se casar não por amor, mas a se unir a alguém que lhes proporcione um melhor “status” social, uma roda de amigos de projeção e um nome importante. Enfim, as uniões matrimoniais acontecem, quase sempre, por interesse pessoal, sem levarem-se em conta os reais sentimentos da alma.

A supervalorização social e econômica de determinada profissão ou emprego influencia as escolhas de conformidade com a realização externa, em detrimento das inclinações e vocações internas. Há profissões tradicionalmente ambicionadas, como medicina, engenharia e outras tantas de mais recente valorização nos dias atuais, que os pais almejam para os filhos, tentando assim solucionar suas próprias frustrações e evidenciar sua própria pessoa com o “brilho profissional” de seus familiares. Condicionando-os a viver uma existência estereotipada, justificam-se com a representação de uma dedicação e proteção ao ambiente doméstico, quando, na realidade, o que cultivam é o “prazer da notoriedade”.

Quando o eminente educador Allan Kardec indagou aos Semeadores da Era Nova qual a maneira de extirpar inteiramente do coração humano o egoísmo, fundado no sentimento interesse pessoal, ele recebeu a seguinte orientação: “(…) o egoísmo é a mais difícil de desenraizar-se porque deriva da influência da matéria, influência de que 0 homem, ainda muito próximo de sua origem, não pôde libertar-se e para cujo entretenimento tudo concorre: suas leis, sua organização social, sua educação. ( …) O egoísmo assenta na importância da personalidade. Ora, o Espiritismo, bem compreendido, repito, mostra as coisas de tão alto que o sentimento da personalidade desaparece, de certo modo, diante da imensidade (…)”¹

A vaidade é filha legítima do egoísmo, pois o vaidoso é um cego” que somente sabe ver a si próprio. Ora, essa importância ao “sentimento de personalidade”, da qual os Espíritos de Escol se reportam, nada mais é do que a vaidade.

Além da educação familiar, os jornais, as revistas, os telejornais — ou seja, a mídia — criam todo um “mercado de personalidades” prósperas, mostrando suas fotos superproduzidas e seu modo de vida na opulência.

Novelas e filmes exibem os padrões a serem atingidos. As criaturas imaturas, que receberam uma educação voltada para esses valores superficiais, tentam se comparar e competir com os modelos da televisão ou com as estrelas e astros do cinema, gastando tempo e energia, porque se esquecem de que são incomparáveis.

As almas não são clichês umas das outras; todos temos características individuais e próprias. Os ingredientes do sucesso do ser humano se encontram em sua intimidade.

Não há razão para nos compararmos com os demais, pois cada indivíduo tem sua razão de ser no Universo. Se a Natureza nos criou para sermos ‘‘mangueiras”, não devemos querer produzir como as “laranjeiras”. Lembremo-nos, contudo, que, tal como a semente, que contém todos os elementos vitais para a formação de uma árvore, também nós possuímos, em essência, todos os componentes de que necessitamos para ser criativos, originais e bem-sucedidos.

Paulo de Tarso assim se reportava aos moradores da Galácia: “Porque se alguém cuida ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo”.²

À medida que os homens tomarem consciência do seu próprio mundo interior, reconhecerem-se filhos do Poder do Universo e instruírem-se sobre as infinitas possibilidades da vida eterna, deixarão a doentia preocupação com as aparências, a frustração crônica que possuem por imitar os outros e a “atitude de camaleão” que cultivam com uma autoimagem para agradar o mundo em seu redor.

¹ Livro dos Espíritos Questão 917 : Qual o meio de destruir-se o egoísmo?
De todas as imperfeições humanas, o egoísmo é a mais difícil de desenraizar-se porque deriva da influência da matéria, influência de que o homem, ainda muito próximo de sua origem, não pôde libertar-se e para cujo entretenimento concorre: suas leis, sua organização social, sua educação. O egoísmo se enfraquecerá à proporção que a vida moral for predominando sobre a vida material e, sobretudo, com a compreensão, que o Espiritismo vos faculta, do vosso estado futuro, real e não desfigurado por ficções alegóricas. Quando, bem compreendido, se houver identificado com os costumes e as crenças, o Espiritismo transformará os hábitos, os usos, as relações sociais. O egoísmo assenta na importância da personalidade. Ora, o Espiritismo, bem compreendido, repito, mostra as coisas de tão alto que o sentimento da personalidade desaparece, de certo modo, diante da imensidade. Destruindo essa importância, ou, pelo menos, reduzindo-a às suas legítimas proporções, ele necessariamente combate o egoismo. (…)

² Gálatas 6:3


Livro As Dores da Alma, item Esgoísmo
Espírito Hammed
Psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto

O Egoísmo

“O egoísmo, esta chaga da humanidade, deve desaparecer da Terra, porque impede o seu progresso moral.

É ao Espiritismo que cabe a tarefa de fazê-la elevar-se na hierarquia dos mundos.

O egoísmo é portanto o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem dirigir suas armas, suas forças e sua coragem.

Digo coragem, porque esta é a qualidade mais necessária para vencer-se a si mesmo do que para vencer aos outros.

Que cada qual, portanto, dedique toda a sua atenção em combatê-lo em si próprio, pois esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho, é a fonte de todas as misérias terrenas.

Ele é a negação da caridade, e por isso mesmo, o maior obstáculo à felicidade dos homens.”

(ESE- EMMANUEL - Paris, 1861)

"Nunca se viu egoísmo que não se queixe de ingratidão." (Emmanuel)

"Se eu estender um lençol entre nós dois, você não poderá me ver, apesar de continuar a seu lado. Da mesma forma, embora Deus nos seja mais próximo do que qualquer outra pessoa, o véu do egoísmo nos impede de Vê-lo. "

"O egoísmo pode tornar-nos felizes durante uma hora ou um dia, mas faz-nos desditosos durante a vida inteira. "

"O egoísta, além de suas peculiaridades negativas, ainda faz com que sua alma se empobreça mais, quando sua satisfação se faz presente, frente à infelicidade de outros."

“e perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam”

(Mateus 6:12)

Altruísmo = Generosidade, Solidariedade, Caridade

„Tudo é amor na Natureza , é o egoísmo que o mata.“

Q980-LE

O Livro dos Espíritos:

Q785- Qual o maior obstáculo ao progresso?

„O Orgulho e o Egoísmo. Quero falar do progresso MORAL…

Mas este estado de coisas é breve e mudará , à medida que

o homem compreenda melhor que há, fora dos prazeres dos

bens terrenos, uma felicidade infinitamente maior e mais

durável.“

O Livro dos Espíritos:

Q916- O egoísmo, longe de diminuir, aumenta com a civilização , que parece ecxitá-lo e entretê-lo; como a causa poderia destruir o efeito?

„Quanto maior o mal, mais ele se torna hediondo. Era preciso que o egoísmo fizesse muito mal para fazer compreender a necessidade de extirpá-lo.

Quando os homens tiverem se despojado do egoísmo que os domina, eles viverão como irmãos, nao se fazendo mal, entreajudando-se reciprocamente, pelo sentimento mútuo da solidariedade. Então, o forte será o apoio e não o opressor do fraco, e não se verá mais homens a quem falta o necessário, porque todos praticarão a lei da justiça. É o reino do bem que os Espíritos estão encarregados de preparar.“

O Livro dos Espíritos:

Q806- A desigualdade das condições sociais é uma lei natural?

„Não, ela é obra do homem e não de Deus.“

Essa desigualdade desaparecerá um dia?

“De eterno não há senão as leis de Deus.

Cada dia não a vedes diminuir pouco a pouco? Essa

desigualdade desaparecerá juntamente com a

predominância do orgulho e do egoísmo…“

O Livro dos Espíritos:

Q937- As decepções que nos fazem experimentar a ingratidão e a fragilidade dos laços da amizade, não são também para o homem de coracão uma fonte de amargura?

„Sim, mas já vos ensinamos a lastimar os ingratos e os amigos infiéis: eles serão mais infelizes que vós.

A ingratidão é filha do egoísmo e o egoísta encontrará mais tarde corações insensíveis , como ele próprio o foi…“

O Livro dos Espíritos:

Q706- Os meios de existência, frequentemente, fazem falta a certos indivíduos, mesmo em meio à abundância que os cerca; a que se deve atribuir isto?

„Ao egoísmo dos homens, que não fazem sempre o que devem; depois, e o mais frequentemente, a eles mesmos.

Procurai e encontrareis;estas palavras não querem dizer que basta olhar a terra para encontrar o que se deseja, mas que é preciso procurá-lo com ardor e perseveranca, e não com fraqueza, sem se deixar desencorajar pelos obstáculos que, frequentemente, não são senão meios de pôr à prova vossa constância, vossa paciência e vossa firmeza. “

RECEITA CONTRA O EGOÍSMO

Procure esquecer o lado escuro da personalidade do próximo.

Aprenda a ouvir com calma os longos apontamentos do seu irmão, sem o impulso de interromper-lhe a palavra.

Olvide a ilusão de que seus parentes são as melhores pessoas do mundo e de que a sua casa deve merecer privilégios especiais.

Não dispute a paternidade das idéias proveitosas, ainda mesmo que hajam atravessado o seu pensamento, de vez que a autoria de todos os serviços de elevação pertencem, em seus alicerces, a Jesus, nosso Mestre e Senhor.

Não cultive referências à sua própria pessoa, para que a vaidade não faça ninho em seu coração.

Escute com serenidade e silêncio as observações ásperas ou amargas dos seus superiores hierárquicos e auxilie, com calma e bondade, aos companheiros ou subalternos, quando estiverem tocados pela nuvem da perturbação.

Receba com carinho as pessoas neurastênicas ou desarvoradas, vacinando o seu fígado e a sua cabeça contra a intemperança mental.

Abandone a toda espécie de crítica, compreendendo que você poderia estar no banco da reprovação.

Habitue-se a respeitar as criaturas que adotem pontos de vista diferentes dos seus e que elegeram um gênero de felicidade diversa da sua, para viverem na Terra com o necessário equilíbrio.

Honre a caridade em sua própria casa, ajudando, em primeiro lugar, aos seus próprios familiares, através do rigoroso desempenho de suas obrigações, para que você esteja realmente habilitado a servir ao Mundo e à Humanidade, hoje e sempre.

André Luiz
(Do livro “Marcas do Caminho”, Francisco Cândido Xavier)

DIVALDO FRANCO

-O egoísmo é querer coisas e pessoas para sí mesmo, sem relação

ao mecanismo de evolução

- O egoísta não se ama, gosta das coisas e das pessoas para

atender suas necessidades desequilibradas.

- „O amar e não ser correspondido „

é o próprio egoísmo que barganha o seu amor e cobra o

pagamento do outro; eu te amo então me paga com o teu amor.

-Ver a pessoa que amamos, seja até com outra pessoa, é o oposto

do egoísmo, é o Auto-amor.

O maior mandamento da Lei de Deus:

"Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração,

de toda a tua alma e de todo o teu espírito. “

Eis o segundo, que é semelhante a este:

" Amarás o teu próximo como a ti mesmo. "
Toda a lei e os profetas estão contidas nestes dois mandamentos.

(O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. XI.)

Bibliografia:

• O Livro dos Médiuns – Allan Kardec

• O Livro dos Espíritos – Allan Kardec

• O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec

• Marcas do Caminho – André Luiz – Chico Xavier

• Palestras diversas – Divaldo franco

Palestra proferida por JOAO KULCSAR no dia 10.03.11 na sede do SEELE em Stuttgart.

O egoísmo

O egoísmo

José Argemiro da Silveira

de Ribeirão Preto, SP

“A estes doze enviou Jesus, dando-lhes as seguintes ordens: Não vos desvieis para a estrada das nações, e não entreis em cidade samaritana; mas ide antes continuamente às ovelhas perdidas da casa de Israel” - Mateus, cap. 10, vs. 5 e 6

Chama a atenção o fato de Jesus recomendar aos discípulos “não pegarem a estrada das nações”, em outras versões consta a instrução “para não irem aos gentios”. Acrescenta - “não entreis em cidade samaritana”. Por que a preferência para “as ovelhas perdidas da casa de Israel?” Há quem entenda que Israel era o povo escolhido e por isso tinha a preferência. Mas se Jesus, em outra parte do evangelho afirma que “das ovelhas que o Pai Lhe confiou nenhuma se perderá”, e sabemos que essas “ovelhas” são a humanidade inteira; e ainda Ele prevê que haverá “um só rebanho e um só pastor”, como entender o texto citado de início?

Certamente, no início da tarefa dos apóstolos eles ainda não estavam preparados para divulgar os ensinos em outras nações, onde, por certo, as dificuldades seriam maiores. Era necessário um preparo, um treinamento, e para isso era preciso começar “pelas ovelhas perdidas da casa de Israel”, ou seja, em suas próprias cidades, onde havia melhores possibilidades de êxito. Mais tarde, Jesus chama Paulo de Tarso, na estrada de Damasco. Paulo recebe a tarefa de ir aos gentios, tarefa difícil, mas ele estava preparado. Conhecia bem a Lei, sabia falar vários idiomas, estava preparado para a missão.

Isto nos leva a refletir que, para realizar tarefas importantes, precisamos nos preparar devidamente, Se não estamos em condições de realizar trabalhos de maior vulto, devemos realizar os encargos menores, mais compatíveis com nossas possibilidades, enquanto vamos nos exercitando para, um dia, desenvolver trabalhos de mais significado. Se estou com minha caneca vazia, não consigo dar de beber ao meu próximo. Se ainda não consegui certo equilíbrio, harmonia interior, convicção no que creio e falo, como passar uma mensagem de esperança, de confiança e de bom ânimo ao meu semelhante? As pessoas demonstram dificuldades para os trabalhos pequenos, os chamados “servicinhos”, e que são muito importantes. E todos temos uma tarefa importante, difícil, que é vencer a nós mesmos. Nossas paixões inferiores, o melindre, a dificuldade de relacionamento, o orgulho, o egoísmo. Na verdade, nossa tarefa mais importante, e mais difícil, é nossa própria transformação para melhor. Mudar a nós mesmos, afeiçoando-nos aos ensinos que já aceitamos teoricamente, esse o trabalho difícil. Primeiro requer humildade para reconhecer que precisamos mudar. Se o doente não se reconhece como tal, não procura o médico. Conseqüente, não se trata, e a enfermidade não é debelada. Ensinamento muito claro do Espiritismo é este: Todos necessitamos de evolução espiritual, subir os degraus da escada do progresso. Estamos num mundo pouco evoluído, e somos Espíritos que estamos muito longe dos patamares mais elevados da escala espiritual. Entretanto, mesmo com a clareza dos ensinamentos, muitos, ao que parece, se julgam sábios e bons, senão perfeitos, pelo menos quase. Ouvíamos há poucos dias uma irmã, espírita, que conhece a Doutrina, mas não participa de nenhum grupo de trabalho, não frequenta centro espírita, porque os dirigentes, os expositores, os que militam na Doutrina, no entender dela, não estão em condições de divulgarem os ensinamentos, A pessoa exige perfeição dos outros, mas não reflete que ela também carrega imperfeições. Se quero chegar a um determinado ponto de uma cidade que não conheço, e se peço informação a alguém, por telefone, para que ela possa me orientar, necessito dizer a ela onde me encontro. Se eu não sei onde estou, fica difícil o outro me ensinar o caminho. Se não reconheço minhas necessidades evolutivas, fica difícil realizar mudanças no meu íntimo. A subida da escada evolutiva é difícil porque além de nossas limitações, da bagagem que trazemos do passado (o inconsciente?), recebemos as influências do meio em que atuamos, influências negativas porque a maioria também é pouco espiritualizada. Essa influência, como sabemos, vem não só dos companheiros de jornada terrena, mas também do plano espiritual. Para vencermos os leões do orgulho e do egoísmo temos que travar verdadeira batalha conosco mesmo. Certa feita alguém perguntou ao Francisco C. Xavier se ele temia alguma coisa e ele respondeu que sim. Temia os monstros que temos de vencer e que estão em nós mesmos: são as paixões inferiores. As tentações do mundo existem porque encontram ressonância em nós. Na pergunta 913 de O Livro dos Espíritos, Kardec indaga qual o vício mais radical, isto é, que tem mais raízes, e conseqüentemente mais difícil de ser erradicado. Resposta: o egoísmo. E como combater o egoísmo? Atacando os filhos dele, ou seja, a impaciência, o desejo de privilégios, o melindre, a intolerância, a dificuldade de aceitar as outras pessoas como são. Devemos entrar na fila como todos, sem disputar tratamentos especiais, não nos consideramos melhores, nem mais sábios do que os outros. “Saber que não sabemos”, conforme falou o sábio da antiguidade. Se sabemos um pouquinho, isto é quase nada face ao muito que ainda precisamos saber. Os instrutores espirituais ensinam que, para combater o egoísmo, devemos cultivar as virtudes opostas a ele, ou seja, o altruísmo, o desapego, a humildade, a tolerância. Aprendendo a amar estaremos combatendo o egoísmo. Necessário perseverança, continuidade do esforço, paulatinamente, como uma escada que se sobre degrau a degrau. Façamos como ensina Santo Agostinho: levantamentos diários, para verificar se estamos melhorando. Lembra André Luiz: “O dever do espírita é tornar-se progressivamente melhor. Útil, assim, verificar, de quando em quando, com rigoroso exame pessoal, a nossa verdadeira situação íntima. Espírita que não progride durante três anos sucessivos permanece estacionário” (Opinião Espírita, cap. 1)

(Jornal Verdade e Luz Nº 192 Janeiro de 2002)

Fonte: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/verdade-e-luz/o-egoismo.html

Egoísmo - Frases Espíritas

http://frasesespiritas.net/egoismo/

Egoísmo Guia HEU


http://www.guia.heu.nom.br/egoismo.htm

O ALTRUÍSMO E EGOÍSMO NUMA CONCISA PONDERAÇÃO ESPÍRITA

O ALTRUÍSMO E EGOÍSMO NUMA CONCISA PONDERAÇÃO ESPÍRITA

Jorge Hessen
http://aluznamente.com.br

Novas pesquisas revelam que o princípio da evolução pode ocorrer em termos bem mais caritativos do que habituamos conceber. Contrariando a velha tese de Charles Darwin, que sugeria ser melhor para o homem tomar decisões favorecendo a si mesmo (egoísmo), estudiosos afirmam que o princípio evolucionista só favorece aos altruístas. Tais pesquisas atestaram que se os homens elegessem desempenhar relações egoístas, a raça humana poderia ter sido extinta do planeta. Assim, a abnegação e o espírito cooperativo trazem a conservação da humanidade. (1)
Edward Wilson, da Universidade de Harvard, Estados Unidos, afiança que a evolução do altruísmo é o problema teórico central da sociobiologia (2). A questão já intrigava o Pai da Teoria da Evolução, que em 1871, no livro “A Origem do Homem”, utilizou a seleção de grupo para explicar a evolução da moralidade humana. Darwin defendia que o comportamento moral não traz vantagem para o indivíduo, que lucraria mais desobedecendo as regras para agir de acordo com sua vontade própria, embora reconheça que uma tribo regida por valores que enfatizem “o espírito de patriotismo, fidelidade, obediência, coragem e solidariedade”, certamente será mais coesa e organizada, e assim terá maiores chances de vitória na disputa por recursos naturais ou territórios com tribos menos virtuosas. Destarte, a seleção natural agiria não somente sobre indivíduos, mas também sobre grupos competidores.
Na visão do biólogo Robert Trivers, da Universidade de Rutgers, em Nova Jersey, os seres humanos são menos cooperativos do que os insetos sociais [formigas e abelhas]. Entretanto, os seus colegas Williams Hamilton, considerado um dos maiores teóricos da evolução de todos os tempos, e Richard Dawkins, da Universidade de Oxford, entendem que a natureza não é pródiga e guarda tantos ou mais exemplos de egoísmo quanto de altruísmo. (3)
Alguns teóricos afirmam que entre os humanos há um sistema de altruísmo recíproco com um meio de troca – o dinheiro – que uniu o mundo inteiro em uma economia interligada, mas com muito mais conflito interno e muito menos altruísmo. Afirma-se que quem é altruísta aos “seus” não é generoso – é nepotista. (4) Será que podemos qualificar como altruísmo aquilo que fazemos com vistas a uma retribuição futura? Fica a sensação de que, sob a pele de cordeiro do altruísmo, vamos sempre encontrar um lobo egoísta. Aliás, é exatamente o que afirmou em 1974 o biólogo americano Michael Ghiselin: “arranhe um altruísta, e você verá um egoísta sangrar”. (5)
A palavra "altruísmo" foi cunhada em 1831, por Augusto Comte, Pai do Positivismo, para caracterizar o conjunto das disposições humanas (individuais e coletivas) que inclinam os homens a dedicarem-se aos outros. Esse conceito opõe-se, portanto, ao egoísmo, que são as inclinações específicas e exclusivamente individuais (pessoais ou coletivas).
O pensador Samuel Bowles (6) coloca em dúvida a teoria de Darwin sobre a ideia de que os homens são inteiramente egoístas. O comportamento humano é muito mais complexo do que a teoria da evolução supõe. Para Bowles, a seleção natural pode produzir espécies altruístas e cooperativas. Diversas pesquisas que realizou demonstraram que a seleção natural pode produzir espécies altruístas e cooperativas – em vez de seres humanos inteiramente egoístas. Do ponto de vista de Samuel Bowles, o naturalista Charles Darwin estava errado.
Bowles radicaliza a tese Darwiniana ao afirmar que as pessoas se ajudavam antes de existir a bíblia. Para ele, ajudar é um ato humano, sem necessariamente estar relacionado a aprendizagem de uma religião. A maioria das pessoas não age de maneira egoísta, como se acreditava antigamente à luz da teoria da evolução, até porque menos de um terço das pessoas é egoísta. O mundo está se tornando mais altruísta e menos egoísta segundo a concepção de Bowles. (7)
Será que a tese de Bowles procede? As instruções dos Espíritos não confirmam. “Tendo o Espiritismo a tarefa de colaborar para o desenvolvimento moral da humanidade, o que elevará a Terra na hierarquia dos mundos, o egoísmo é o alvo para o qual os espíritas, principalmente, “devem dirigir suas armas, suas forças e sua coragem”, combatendo-o em si próprio.”. (8) O egoísmo, considerado por Emmanuel como o “filho do orgulho” e o “monstro devorador de todas as inteligências”, porque as domina, direcionando-as para o mal, a dor e o sofrimento, “é a fonte de todas as misérias terrenas”, porque leva o homem a pensar somente em si, impedindo-o de fazer crescer o amor, inerente em si, no ser espiritual, em potencialidade a ser desenvolvida por sua vontade. “A Terra é um planeta surpreendente, um rico educandário, mas o único elemento que aí destoa da Natureza é justamente o homem, avassalado pelo egoísmo. O atual estado de espírito do homem moderno, que tanto se preocupa com o “estar bem na vida”, “ganhar bem” e “trabalhar para enriquecer” constitui forte expressão de ignorância dos valores espirituais na Terra, onde se verifica a inversão de quase todas as conquistas morais. Esse excesso de inquietação, no mais desenfreado egoísmo, tem provocado a crise moral do mundo. Em face disso, os maiores obstáculos que Deus encontra em nós, para que recebamos os seus socorro indireto, afetuoso e eficiente, são oriundos da ausência de humildade sincera nos corações; para o exame da própria situação de egoísmo.”. (9)
As anomalias morais nos procedimentos de desordem e de brutalidade são indícios de atraso moral ou de estacionamento no exclusivismo. “As criaturas, de um modo geral, ainda têm muito da tribo, encontrando-se encarceradas nos instintos propriamente humanos, na luta das posições e das  aquisições, dentro de um egoísmo quase feroz, como se guardassem consigo, indefinidamente, as heranças da vida animal.”. (10)
A Doutrina Espírita expõe que na eclosão dos manifestos egoísticos, inatos no seres humanos, há sempre o sabor amargo da inutilidade no coração dos seres desenganados pela hegemonia do individualismo. Nesse sentimento de frustração, pode degustar a expansão de suas buscas irresistíveis e profundas para o “mais alto”. Nesse ensejo, o altruísmo, a fraternidade e o amor conquistam uma nova expressão no íntimo da criatura, a fim de que o homem possa alçar o grande voo para os mais excelsos destinos.



Referências bibliográficas:
(1) Divulgado pela publicação científica Nature Communications e disponível em http://super.abril.com.br/ciencia/evolucao-bondade-443958.shtml acesso em 12/09/2013
(2) Ciência que busca entender em bases biológicas o comportamento social dos seres
(3) Disponível em http://super.abril.com.br/ciencia/evolucao-bondade-443958.shtml acesso em 12/09/2013
(4) Idem
(5) Idem
(6) Conselheiro econômico em Cuba, na Grécia, do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela e dos ex-candidatos à Presidência dos Estados Unidos Robert F. Kennedy e Jesse Jackson. Seus estudos sobre a evolução genética e cultural dos humanos têm repercutido em publicações de prestígio, como as revistas “Nature” e “Science”
(7) disponível em http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/129045_CHARLES+DARWIN+ESTAVA+ERRADO+
(8) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XI: Amar o próximo como a si mesmo, Instruções dos Espíritos: o egoísmo, item 11, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001
(9) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1990, perguntas  68 72 125  183  313  348  410
(10) Idem

Espiritismo: vacina contra o egoísmo!

Espiritismo: vacina contra o egoísmo!

“O espiritismo na vida infantil significa formidável processo de vacinação preventiva, ao mesmo tempo curadora, por tudo quanto ensina, por tudo quanto aclara, por tudo de útil e bom que semeia nessa alma milenária revestida de nova roupa biológica, e sob a nossa responsabilidade.”

A vida moderna proporciona ao homem mais tempo para fazer o que gosta e menos tempo para se dedicar aos filhos ou à família.
Se apenas há um século atrás, a família ainda era um dos agentes educativos mais significativos da criança, actualmente, a educação está consignada, essencialmente, à escola.
Isto levanta de imediato um problema: sendo que a Escola, no uso da pedagogia tradicional, tem como finalidades o desenvolvimento cognitivo e intelectual, o sucesso profissional, a convivência social, quem se responsabilizará pelo desenvolvimento moral e espiritual da criança?

Há uns anos atrás, estava a orientar um grupo de crianças de 5 anos, numa IPSS, e tivemos como tema de projecto de sala: “Respeitar o outro”. Apresentamos, como de costume, numa reunião de pais logo no início do ano, a nossa proposta pedagógica, dando a conhecer os nossos objectivos, bem como algumas actividades relacionadas, sensibilizando a família a colaborar.
No final da reunião, questões surgiram em catadupa: “e aprender a ler? Não estão já na idade?”; “O meu filho já faz fichas em casa, aqui não vai fazer?”
Esclarecemos que não estava nos nossos objectivos transformar o pré-escolar numa escola do ensino básico, e que o ministério da educação traçou um plano curricular, assente numa Lei de Bases do Sistema Educativo, definindo a aquisição de determinados conceitos, em função da maturidade e do desenvolvimento cognitivo da criança.
Reforçamos a ideia do quanto prioritário era a aquisição de valores morais logo desde a infância, mas a nossa proposta não teve nem o entusiasmo, nem a adesão esperada por parte dos pais.

Umas semanas mais tarde, logo pela manhã, a mãe de um dos nossos educandos, entrou alegre na sala, e dirige-se a mim num tom misto de espanto e contentamento:
“_Nem imagina como estou admirada com o meu filho! Ele sempre tão aéreo, e não é que ontem veio ter comigo para lhe apertar os sapatos e disse: “apertas-me os sapatos mãe, se faz favor?” E quando termino, diz-me “obrigado!” e deu-me um beijo. Faz isto agora. Ainda hoje fez o mesmo! Vocês andam a ensinar-lhe isso aqui?”
A surpresa da mãe contagiou-nos, mas por diferentes motivos. Não nos tinha ocorrido que simples normas sociais, vivenciadas e reforçadas na sala de um jardim-de-infância, fossem excepções na vida familiar.

Esta e outras situações similares preocupam-nos. Aliás, preocupa todos os educadores que assumem também a responsabilidade de serem pais.
Para agravar a situação, a cultura niilista do “laisser faire”e da abolição de valores, em que cada um segue a sua própria concepção de vida, leva cada vez mais à incúria dos pais, de relegarem nos filhos a responsabilidade de optarem mais tarde, já adultos por uma educação moral ou religiosa.

Essa desresponsabilização surge muitas vezes como desculpa de nada impor contra a vontade dos seus filhos, dando-lhes assim o livre arbítrio de decidirem as suas escolhas e o seu caminho.
No fundo um contra-senso, pois se Deus coloca nas mãos dos pais a responsabilidade de educá-los e orienta-los, como poderão ignorar as suas próprias escolhas no caminho do Bem?

Se os pais são espíritas porque estudam e vivenciam o espiritismo, e se este lhes dá respostas que os satisfazem, como podem ocultar dos seus filhos a alegria interior de as descobrirem também?
Se o espiritismo na idade adulta lhes modificou os hábitos, lhes trouxe paz e esperança num amanhã mais venturoso, como negar essa felicidade aos filhos?
Não será mais difícil para o homem maduro combater os seus vícios e imperfeições, porque não lhe foi dada a “conhecer” a imortalidade do espírito, do que para a criança que cresce sentindo-se imortal?

Mas porque a Escola, ainda, não está preparada para a educação do espírito, e porque os pais se sentem inseguros nas suas opções, o centro espírita, a verdadeira escola do futuro, proporciona um espaço de reflexão, troca de ideias sobre Deus, a criação, o universo, a imortalidade da alma, a reencarnação, as leis morais, a vida futura, etc.

Estes conceitos discutidos e reflectidos desde a infância proporcionam à criança uma base psicológica, social e espiritual que enfrentará as adversidades sem mácula.
Mesmo que a adolescência surja com as suas dúvidas e preconceitos, mesmo que a juventude lhe traga o desânimo, ela já tem dentro de si as respostas e as soluções para superar-se a si mesma.

O espiritismo torna-se assim numa primorosa fonte de prevenção contra o egoísmo e o orgulho. Privar a criança desse conhecimento, é desejar-lhe a queda!
Por isso apelamos: Pais, vamos partilhar com os nossos filhos as lições do mestre Jesus! Educadores, vamos moralizar o ensino!

R.F. in Jornal de Espiritismo

Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/pedagogia-espirita/espiritismo-vacina-contra-o-egoismo!/#ixzz390WWhuiZ

O Egoísmo

 Bastará examinar os graves conflitos da humanidade, suas guerras e distorções, e será fácil constatar que os Espíritos tinham razão quando apontaram que o mais radical dos vícios é o egoísmo, e que dele "deriva todo o mal" [1] .

     No entanto, convém fazer uma distinção entre "ego" e "egoísmo". O ego é o centro da consciência, parte importante do psiquismo para afirmação da identidade. É através do ego que o Self - a totalidade do ser, a alma - se realiza. O papel do ego deve ser o de "mordomo" da totalidade da qual ele faz parte. O grande problema é quando confundimos essa parte pequena com a totalidade, e a nossa vida passa a ser uma vida de louvor e exaltação do ego. Em termos psicológicos, esse é o "ego inflado", que contém energias preciosas mas que não sabe utilizá-las convenientemente.

     A criança vive uma fase egocêntrica, na qual pensa ser o centro do universo e que todos os seus desejos devem ser atendidos. E é justamente nesse período que a educação do ser tem importância fundamental, devendo ser aproveitada por pais e educadores para estabelecer os limites pelos quais a criança pode transitar, direcionando de forma saudável a construção da personalidade. Não sendo educada convenientemente, o egocentrismo vai se transformando em egoísmo, onde não apenas acredita ser o centro do universo, mas que pode servir-se das pessoas e descartá-las como se fossem objetos.

     Para o egoísta, os verbos "ter", "controlar", "descartar" e seus sinônimos estão sempre por perto. E isso não se refere apenas às coisas, mas também às pessoas, pois como o egoísta precisa de bajuladores para alimentar o seu cortejo de vaidades, encontra naqueles que o invejam a oportunidade de exaltar-se, e ainda faz se passar, muitas vezes, por pessoa generosa. Nesta busca insana de tentar sobrepor-se aos demais, a projeção de imagem é alimentada a cada instante, mesmo que seja algo sem substância para sobreviver por longo tempo. Mas o egoísta não está preocupado com isso, pois busca respostas e resultados imediatos...

     Aspirando por ser reconhecido, e muitas vezes tido em alta estima pelos outros, utiliza-se das artimanhas que tem ao alcance. O egoísta levará uma vida sem sentido até que a existência o convoque para prestação de contas. É que por mais que durem os prazeres e bajulações, chega o momento em que as reflexões batem à porta, e a "alma esquecida" cobra um preço alto aos insanos. Conflitos, crises das mais diversas e o próprio vazio existencial servem como um chamamento da alma para que o ego passe a buscar um significado mais profundo, e passe a direcionar a vida de maneira saudável.

     Há um "infinito em nós" que não nos esquece, e na primeira oportunidade nos alcança. Normalmente o ego imaturo busca fugir dessas crises, solucioná-las de forma mágica, entregando-se aos mecanismos de fuga, às buscas miraculosas, ou recorrerá a formas astuciosas de tentar inflar ainda mais o ego, na tentativa de tentar preencher-se. Mas nenhum vazio interior pode ser preenchido com coisas, e chega o momento em que o embate torna-se inevitável. Nesse momento faz-se a oportunidade de canalizar a energia inconvenientemente abrigada no ego de uma nova forma. Essa é a importância de se ter um sentido existencial, algo em que acreditemos, pautado em valores nobres e construtivos, e que mesmo sendo visto como ilusão e perda de tempo pela maioria (e não poderíamos esperar julgamento diferente numa sociedade egoísta e materialista), nos faz retomar a marcha da vida, e passar do egoísmo ao altruísmo. Certamente não é algo que se dá da noite para o dia, e toda uma jornada deverá ser percorrida. E por incrível que possa parecer, o altruísta não é aquele que direciona sua vida para o outro, mas aquele que, tendo encontrado consigo mesmo, exercita o respeito, a amorosidade, a fraternidade e os valores ético-morais como base para sua existência. Nesse contexto, estabelece Joanna de Ângelis [2] :

     "As ações humanistas são o passo que desvela a consciência ética no indivíduo que já não se contenta com a experiência do prazer pessoal, egoísta, dando-se conta das necessidades que lhe vigem em volta, aguardando a sua contribuição." Através do altruísmo, exercitamos as virtudes para poder libertar-se dessa grande chaga da humanidade.


     [1] O Livro dos Espíritos , questão 913

     [2] O Homem Integral . Editora Leal

Receita Contra o Egoísmo

Procure esquecer o lado escuro da personalidade do próximo.


Aprenda a ouvir com calma os longos apontamentos do seu irmão, sem o impulso de interromper-lhe a palavra.


Olvide a ilusão de que seus parentes são as melhores pessoas do mundo e de que a sua casa deve merecer privilégios especiais.


Não dispute a paternidade das idéias proveitosas, ainda mesmo que hajam atravessado o seu pensamento, de vez que a autoria de todos os serviços de elevação pertencem, em seus alicerces, a Jesus, nosso Mestre e Senhor.


Não cultive referências à sua própria pessoa, para que a vaidade não faça ninho em seu coração.


Escute com serenidade e silêncio as observações ásperas ou amargas dos seus superiores hierárquicos e auxilie, com calma e bondade, aos companheiros ou subalternos, quando estiverem tocados pela nuvem da perturbação.


Receba com carinho as pessoas neurastênicas ou desarvoradas, vacinando o seu fígado e a sua cabeça contra a intemperança mental.


Abandone a toda espécie de crítica, compreendendo que você poderia estar no banco da reprovação.


Habitue-se a respeitar as criaturas que adotem pontos de vista diferentes dos seus e que elegeram um gênero de felicidade diversa da sua, para viverem na Terra com o necessário equilíbrio.


Honre a caridade em sua própria casa, ajudando, em primeiro lugar, aos seus próprios familiares, através do rigoroso desempenho de suas obrigações, para que você esteja realmente habilitado a servir ao Mundo e à Humanidade, hoje e sempre.




André Luiz
(Do livro “Marcas do Caminho”, Francisco Cândido Xavier)

O EGOÍSMO - PARTE I


Emmanuel, o Guia Espiritual de Francisco Cândido Xavier, ao qual aprendemos a admirar, a respeitar e a amar, com quem muito aprendemos, e continuamos a aprender no estudo dos seus livros, assina esta mensagem.

Inicia-a afirmando que “O egoísmo, esta chaga da humanidade, deve desaparecer da Terra, porque impede o seu progresso moral.”

Kardec também cita esse mal, juntamente, com o orgulho, como as duas maiores chagas, da humanidade, impedindo seu progresso moral.

O egoísmo, considerado por Emmanuel, como o “filho do orgulho” e o “monstro devorador de todas as inteligências”, porque as domina, direcionando- as para o mal, a dor e o sofrimento, “é a fonte de todas as misérias terrenas”, porque leva o homem a pensar somente em si, impedindo-o de fazer crescer o amor, inerente em si, no ser espiritual, em potencialidade a ser desenvolvida por sua vontade.

O egoísmo oprime, abafa esse desenvolvimento, e o homem continua cada vez mais centrado nos seus desejos, na sua prepotência, sem perceber as necessidades dos demais, inclusive dos que lhes partilham as experiências. Não consegue amar, nem ser amado.

Tendo o espiritismo, a tarefa de colaborar para o desenvolvimento moral da humanidade, o que elevará a Terra na hierarquia dos mundos, o egoísmo é o alvo, para o qual, os espíritas, principalmente, “devem dirigir suas armas, suas forças e sua coragem”, combatendo-o em si próprio.

As armas são a vontade, vinda da compreensão e da aceitação da necessidade de eliminá-lo de si, para que o amor possa se desenvolver.

As forças são o direcionamento das suas energias, das suas vibrações, da sua inteligência, da sua sensibilidade, no uso da vontade para os dois objetivos: desenvolver o amor e combater o egoísmo.

A coragem é a tenacidade, a bravura, a intrepidez, a firmeza de espírito, a determinação, necessárias para vencer-se a si mesmo.

Isso não se faz com facilidade, nem em pouco tempo, mas, uma vez iniciada a luta, no processo da mesma, surgem os estímulos adequados, nas pequeninas vitórias e na percepção do amparo espiritual.

Emmanuel afirma que a causa do cristianismo não ter ainda conseguido cumprir sua missão na Terra, está no egoísmo, na sua invasão nos corações humanos, no seu antagonismo à caridade, impedindo a ação dessa na mente e nos corações dos homens.

Cita como o exemplo de caridade, Jesus, e como exemplo do egoísmo, Pilatos, que não reconhecendo no acusado, nenhuma das acusações, tendo, pois a chance de libertá-lo, não o fez, lavou suas mãos, entregando à multidão, influenciada pelas autoridades religiosas de Israel, a decisão da condenação à morte na cruz.

E esclarece que cabe, agora, aos espíritas, a tarefa de combater o egoísmo, para fortalecer o Cristianismo, limpando todos os obstáculos que entravam a marcha libertadora dos homens.

Essa responsabilidade atual dos espíritas está nas palavras de Jesus: “Porque a todo aquele, a quem muito foi dado, muito será pedido, e ao que muito confiaram, mais contas lhe tomarão”. (Lucas, XII : 47e 48).

Assim, aos espíritas, no aceitarem a 3ª revelação, o espiritismo revelado pelos Espíritos, e codificado por Allan Kardec, pelos muitos esclarecimentos recebidos, tendo, por conseqüência, maiores e melhores condições de viverem os ensinos de Jesus, muito será pedido, mas, também, muito será dado aos que souberem aproveitar esses ensinamentos na sua melhoria e na do seus próximos.

A fé raciocinada, a “que pode enfrentar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade”, como escreveu Kardec, neste livro que estudamos, capítulo XIX, item 7, é a fé
Libertadora, que pode levar os espíritas a colaborarem na evolução moral da humanidade da Terra, se – há quase sempre um “se”, já disse um poeta, cujo nome me esqueci – esses espíritas cuidarem de combater os obstáculos desse progresso, a começar do egoísmo, primeiro em si mesmo.

Leda de Almeida Rezende Ebner
Outubro / 2009

O EGOÍSMO - PARTE II
Blaise Pascal, cientista francês e filósofo religioso, nasceu em 19 de junho de 1623, em Clermont. Estudou com seu pai, Pascal d’Etienne, um nobre e funcionário do governo, demonstrando uma genialidade precoce em matemática e ciência, principalmente física.

Aos 16 anos escreveu um Tratado sobre as secções dos cones, que ganhou o respeito dos matemáticos de Paris. Aos 19, construiu uma máquina calculadora, para ajudar seu pai nos cálculos complicados que precisava fazer no seu trabalho na prefeitura.

Desenvolveu estudos em geometria, hidrodinâmica, hidrostática e pressão atmosférica, descobriu a lei, que foi denominada Lei de Pressão Pascal.

A ele é creditado a descoberta da teoria matemática da probabilidade.

Em 1646, seu pai sofreu um acidente e foi cuidado, com muita dedicação por dois enfermeiros jansenistas, até curar-se, deixando a família impressionada com o ideal religioso.

Na noite de 23 de novembro de 1654, Pascal teve uma experiência espiritual, entrando em estase, por duas horas, teve uma visão, que o levou a decidir-se pela religião católica.

Participou do movimento religioso na França, conhecido como Jansenismo, segundo as idéias de Cornelius Otto Jansen (1585-1636), teólogo e bispo católico, holandês. Seus escritos foram publicados dois anos após sua morte, num livro chamado Augustinus, que confrontava a teologia de Santo Agostinho com as tendências do catolicismo de então, principalmente, os jesuítas.

Em defesa do teólogo Antoine Arnauld, jansenista ativo, excluído da Faculdade de Teologia de Paris, onde era professor, Pascal, escreveu 18 cartas, a um provincial e aos jesuítas, mais tarde publicadas em livro “Letres Provinciales”, sendo também condenado pelos professores de Teologia da Sorbonne.

A partir de 1655, viveu de modo ascético e desenvolveu marcantes trabalhos na área da filosofia, sendo, nessa área, sua obra mais importante “Pensamentos”, escritos nos seus últimos anos de vida na Terra, onde apresenta suas idéias sobre a fé em Deus e sobre o sofrimento humano, publicado anos após seu desencarne, em 19 de agosto de 1662, de um tumor cancerígeno no estômago, que chegou ao cérebro. *

“Se os homens se amassem, reciprocamente, a caridade seria mais bem praticada. Mas para isso, seria necessário que vos esforçásseis no sentido de livrar o vosso coração dessa couraça que o envolve a fim de torná-lo mais sensível ao sofrimento do próximo.”

             Assim, inicia Pascal sua mensagem.

A couraça a ser eliminada é a do egoísmo, que impede o homem de sensibilizar-se com as necessidades dos outros, com suas dores e seus sofrimentos, levando-o a ver-se, somente a si, como o centro de tudo e de todos

A rigidez, em relação aos demais, mata os bons sentimentos, impedindo-os de se desenvolver.

Assim, o egoísmo impede o desenvolvimento do amor ao próximo, que deve se desenvolver, segundo determinação divina, nos corações de toda a humanidade.

Pascal também cita Jesus, como O Modelo a ser seguido.

Ensinava, exemplificava, atendia a todos que o procuravam, ouvindo-os, dando-lhes atenção, não se importando com as reações de ninguém, sem receio do que pudessem pensar ou falar, como demonstram diversas passagens dos Evangelhos, tais como: a conversa com a samaritana, que muito surpreendeu seus discípulos (João, IV: 1 a 30), a visita à casa de Zaqueu, mal visto por seus conterrâneos, por ser cobrador de impostos (Lucas: XIX: 1 a 10), curando aos sábados, dia proibido às atividades não religiosas, sendo essas as prescritas pela religião. (Mateus, 12: 1 a 8), comendo com publicanos e pecadores (Mateus, IX: 10 a 12) e muitas mais.

Com serenidade, continuava a dizer coisas novas, contrariando, muitas e muitas vezes, as concepções da época.

Sabia que provocava revolta em uns, medo em outros, mas continuava ensinando, despertando consciências, aliviando dores, curando doenças, esclarecendo dúvidas, estimulando inteligências a pensar, sereno, tranqüilo, consciente da sua tarefa de lançar sementes aos que o ouviam, porque confiava em Deus, nas Suas leis e na perfectibilidade dos homens.

Jesus é o Maior Exemplo de vivência de amor ao próximo, sem qualquer sinal de egoísmo.

Quando grande parte dos homens, ou a sua maioria tiver a preocupação de viver a caridade, uns para com os outros, quando procurarem fazer bem aos seus próximos, sem eximir-se da responsabilidade, que é de todos, do auxilio mútuo, sempre, nas suas necessidades, o mal, envergonhado, se anulará, porque se sentirá deslocado.

Então, os egoístas restantes quererão aprender a amar o próximo como a si mesmo.

Pascal conclama os espíritas a darem esse exemplo, sendo caridosos para com todos, indistintamente.

Lembremo-nos, nós, os espíritas, que a caridade começa em casa, devendo continuar nos Centros Espíritas, nos locais de trabalho, de lazer, expandindo-se por toda parte, onde estivermos.

“O egoísmo é a negação da caridade. Ora, sem a caridade, não há tranqüilidade na vida social, e digo mais, não há segurança. Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, essa vida será sempre uma corrida favorável ao mais esperto, uma luta de interesses, em que as mais santas afeições são calcadas aos pés, em que, nem mesmo os sagrados laços de família são respeitados”.

Essas duas últimas frases de Pascal parecem-me muito apropriadas ainda para os dias de hoje, diante da situação de violência e de insegurança, existentes em quase todas as nações, e da valorização da inteligência, do dinheiro e do poder, usados com esperteza, com malícia, com mentiras em favor de interesses particulares ou públicos, no desprezo aos sofrimentos, necessidades materiais e espirituais de muitos.

Sem o combate individual e coletivo na eliminação do egoísmo e do orgulho, os homens continuarão fazendo sua evolução espiritual de forma muito mais lenta e mais sofrida do que com a caridade, que estimula a solidariedade, a fraternidade entre todos, homens e nações, levando-os ao amor ao próximo como a si mesmo.

 * Dados extraídos da Internet: Jornal Mundo Espírita- setembro de 2001

Leda de Almeida Rezende Ebner
Novembro / 2009

O EGOÍSMO


O EGOÍSMO

Antes de falarmos sobre o egoísmo, vamos reler o que diz o Livro dos Espíritos, no capítulo XII, falando das paixões e do egoísmo: Pergunta 907 de Kardec – Visto que o princípio das paixões está na Natureza, ele é mau em si mesmo? Resposta dos Espíritos Superiores: - Não, a paixão está nos excessos acrescentados à vontade, porque o princípio foi dado ao ser humano para o bem, sendo o abuso que dele se faz é que causa o mal. Pergunta 913 de Kardec – Dentre os vícios, qual o que se pode considerar como radical? Resposta dos Espíritos: - Nós já o dissemos muitas vezes; é o egoísmo; dele deriva todo o mal. Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos está o egoísmo. Todo aquele que quer se aproximar da perfeição moral, deve extirpar de seu coração todo sentimento de egoísmo, porque o egoísmo é incompatível com a justiça, o amor e a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades morais. Pergunta 917 de Kardec – Qual o meio de se destruir o egoísmo? Resposta dos Espíritos: - O egoísmo se enfraquecerá com a predominância da existência moral sobre á material e, com o conhecimento da Doutrina dos Espíritos, que bem compreendida, transformará os hábitos, os costumes, os usos e as relações sociais. O egoísmo se fundamenta sobre a importância da personalidade, do eu, da pessoa, e o Espiritismo, ensinando o princípio da fraternidade e da caridade, faz a pessoa ver as coisas em tal amplitude que o sentimento de personalidade desaparece diante da magnitude da Criação Divina. Que o princípio da fraternidade e da caridade seja á base das instituições sociais, de pessoa a pessoa, de povo a povo. A cura poderá ser demorada porque o egoísmo é a fonte de todos os vícios, assim como o amor é a fonte de todas as virtudes. A educação é a chave do progresso moral. Que se faça pela moral tanto quanto se faz pelo conhecimento. Procurar destruir o egoísmo e desenvolver a caridade deve ser o objetivo de toda pessoa que deseja assegurar sua felicidade neste mundo e na Espiritualidade. À espera dos bens do Céu, o ser humano tem necessidade dos bens da Terra para viver. Jesus somente nos recomenda não dar maior importância aos da Terra que os da Espiritualidade, porque assim fazendo, estaremos nos tornando ambiciosos, egoístas e orgulhosos. O egoísmo se caracteriza na pessoa, pela ausência dos sentimentos de solidariedade, humanidade e caridade. A cobiça pelas coisas e riquezas terrenas, leva o ser humano a se tornar egoísta e insensível ao sofrimento alheio e ingrato até aos que lhe ajudaram a conseguir fortuna. Há ricos e pobres porque Deus sendo justo possibilita aos pobres a prova da resignação e humildade, e aos ricos, a prova da abnegação e da caridade. Às vezes se pergunta se Deus é justo ao dar a riqueza a essas pessoas que fazem da mesma lamentável uso, afrontando, humilhando e esbanjando, qual filho pródigo, sem trazer benefício a ninguém. Se todos tivessem apenas uma existência, nada justificaria essas desigualdades; mas, se considerarmos que tivemos outras existências, vê-se então que tudo se ajusta com justiça. Quem não tem riqueza material hoje, já teve ou a terá em outra existência; e quem a tem hoje, poderá não tê-la amanhã. Sendo assim, o pobre de hoje não tem motivo para acusar a Providência Divina nem para invejar o rico; e o rico não tem do que se vangloriar do que possui, porque na verdade, nada lhe pertence, e pode lhe ser tirado a qualquer momento, conforme aconteceu com o avarento da parábola narrada Jesus e está em Lucas cap. XII, vrs. 16 a 21. A fonte do mal está no apego, na ambição, no egoísmo e no orgulho pelas posses terrenas cuja duração é temporária, de vez que nada trouxemos quando chegamos e nada levaremos quando partirmos da Terra, a não ser o mérito ou o demérito dos nossos pensamentos palavras e ações. O egoísmo, essa chaga da Humanidade, deve desaparecer da face da Terra, cujo progresso moral retarda. O egoísmo é, portanto, o objetivo maior para o qual todos os verdadeiros cristãos devem dirigir suas forças para combatê-lo. O egoísmo é a negação da caridade e sem caridade não haverá tranqüilidade nem segurança na sociedade. Quando a lei do amor e da caridade for á lei da Humanidade, não haverá mais o egoísmo entre as pessoas; o fraco e o pacífico não serão mais explorados nem enganados pelos prepotentes e violentos que não mais existiram. Jesus nos deu o exemplo da caridade e Pôncio Pilatos o do egoísmo; porque, enquanto Jesus sofria a crucificação e pedia ao Pai o perdão para os seus algozes, Pilatos, sabendo que Jesus era justo e inocente, havia lavado as mãos, deixando que o conduzissem ao suplicio. A propósito do egoísmo, conta-se a história de certo homem que, com fé, rogou a Deus e em resposta recebeu a visita de um anjo do Senhor. O homem então perguntou ao anjo: - Mensageiro Divino, que devo fazer para viver ao lado de Jesus? – Faze o bem, respondeu o anjo. – Posso rogar-te recursos para semelhante missão? – retrucou o homem. Disse-lhe então o anjo: - Pedes o que desejas. - Voltou a falar o homem: - Quero muito dinheiro para socorrer o próximo. – O emissário divino estranhou o pedido e considerou: - Nem sempre o dinheiro é o auxiliar mais eficiente para isso. – Retrucou o homem: - Penso que, sem dinheiro, é muito difícil praticar a caridade. – O anjo ainda perguntou: - Não temes as tentações do dinheiro? – Não, - disse o homem. – Então terás o que desejas, mas não esqueças de que onde estiver o tesouro estará também o teu coração, e que as dádivas divinas devem ser usadas em benefícios dos semelhantes para que não te transforme em prisioneiro delas. O homem então prometeu exercer a caridade e servir sempre. Então os anjos da prosperidade começaram a ajudá-lo. Multiplicaram-lhe, de início, os alimentos e as roupas. Porém o devoto já remediado suplicou mais condições. – Deram-lhe então casa e haveres. Longe de praticar o bem, o homem considerava sempre escasso os haveres que já possuía e rogava mais haveres. – Deram-lhe rebanhos e mais haveres, mas o interessado de subir ao paraíso pela senda da caridade, temendo a miséria, pediu mais rebanhos e mais haveres. Não dava um pão nem uma sopa a ninguém, declarando-se sem recursos para auxiliar os necessitados, e pedia cada vez mais e mais, com a promessa de distribuir algum pão aos famintos. De alegre passou a ser desconfiado, carrancudo e solitário. Receando parentes e amigos, escondia grandes soma em caixa forte e assim viveu e passaram os anos, apegados aos bens que lhes tinham sido concedidos, sem fazer nenhuma caridade. Quando envelheceu, veio à morte do corpo, separando-o da imensa fortuna que tinha. Com surpresa, acordou em espírito, deitado ao lado do cofre. Objetos preciosos, pedaços de ouro e prata e muitas pilhas de cédulas, serviam-lhe de leito. Tinha fome e sede, mas não podia servir-se do dinheiro; queria a liberdade, porém os objetos pareciam agarrá-lo. Então gritou em pranto: - Santo anjo vem ajudar-me a partir em direção do Céu! – O mensageiro divino dignou-se a vir até ele e, reparando-lhe o sofrimento, exclamou: - É muito tarde para ti. Estás sufocado pelas facilidades materiais que o Senhor te confiou, porque a fizeste uso tão somente em teu proveito, sem qualquer benefício para com os teus irmãos de lutas, que sofriam necessidades enquanto tu vivias no egoísmo e opulência. – O infeliz homem implorou: - E o que devo fazer para voltar à paz e viver no paraíso? – O anjo pensou e respondeu: - Espalha com os necessitados as moedas que ajuntaste, desfaze-te das terras vastas que retiveste em vão com os sem teto, entrega à circulação do bem, todos os valores que recebeste do Tesouro Divino e que amontoaste sem utilidade, atendendo ao teu egoísmo e avareza, e depois disso, vem a mim para retomarmos o entendimento efetuado há sessenta anos atrás... Reconhecendo, porém, o homem que já não dispunha de um corpo físico para semelhante serviço, ainda implorou ao anjo: - Mensageiro Divino, dê-me a oportunidade de nova existência, com as mesmas condições, e prometo que farei como recomendas. O emissário divino respondeu: - Como não soubeste usar a fortuna que o Senhor te concedeu, em teu proveito e em benefício dos teus semelhantes, por causa da tua avareza e egoísmo, vais voltar à Terra, sem a ajuda do Tesouro Divino ao teu dispor. Sofrerás a falta do dinheiro, passarás privações, dormirás ao relento, tuas vestes serão andrajos e precisarás da caridade dos outros para viveres, e se muitos te faltarem com o auxílio, não estarás senão colhendo o que plantaste de necessidade aos que te suplicavam um pão. Aprenderás a dar o devido valor aos dons de Deus e usar o pouco que conseguires, em benefício dos outros mais necessitados. Só assim, resgatarás o teu débito para com o Tesouro Celestial... O homem voltou então a Terra, em nova existência em condição de extrema miserabilidade. Essa pequena história nos serve de alerta para começarmos hoje mesmo a ser mais caridosos com todos indistintamente, quer na pobreza como na riqueza, no nosso dia a dia, praticando e elevando os sentimentos de fraternidade, caridade e amor para com nossos semelhantes. O progresso intelectual realizado até hoje nas mais vastas proporções é um grande passo, e marca a primeira fase da Humanidade, mas é impotente para regenerá-la; enquanto o ser humano estiver dominado pelo orgulho e pelo egoísmo, ele utilizará a sua inteligência e os seus conhecimentos em proveito de suas paixões e de seus interesses pessoais; e é por isso que os aplicam no aperfeiçoamento dos meios para prejudicar os seus semelhantes. Só o progresso moral pode assegurar a felicidade dos seres humanos na Terra, pondo um freio às más paixões do orgulho e do egoísmo; só ele pode fazer reinar, entre eles, a concórdia, a paz e a fraternidade. Esse estado de coisas supõe uma mudança radical no sentimento das massas, um progresso geral que não poderia se cumprir senão saindo do círculo das idéias estreitas que fomentam o egoísmo. O número dos retardatários, sem dúvida, é ainda muito grande, mas o que podem contra as gerações, senão criar-lhes algumas dificuldades? Eles desaparecerão com as gerações que se vai a cada dia em grande número. Tentarão defender suas posições, mas é uma luta desigual porque é a do passado de vaidade de orgulho de egoísmo, contra o futuro da criatura de progresso, amparada por Deus, com sentimentos de bondade, fraternidade e amor porque os tempos marcados para a renovação do mundo está chegando, e nada poderá detê-la. As gerações que estão desaparecendo levarão consigo os seus preconceitos e os seus erros; as gerações que estão sucedendo, banhada numa fonte mais depurada, imbuídas de idéias mais nobres, imprimirá no mundo o movimento ascensional no sentido do progresso moral, que deve marcar a nova fase da Humanidade. Esta fase já se revela por sinais inequívocos, por tentativas de reformas úteis, por idéias grandes e generosas que nascem e que começam a encontrar ecos. As novas gerações, constituídas de espíritos mais evoluídos, com as idéias humanitárias compatíveis com o grau de adiantamento ao qual chegaram unidas ao sentimento do bem e das crenças espiritualistas, farão reinar na Terra, a justiça, a paz e a fraternidade entre os seres e os povos. . . O egoísmo, a fonte de todos os males, será então varrido da Terra e o amor que é a fonte de todo o bem, passará a reinar... Que a Paz do Senhor se faça presente em nossos corações. Bibliografia: Evangelho Segundo o Espiritismo A Gênese Jc. S. Luís, 23/04/1999 Refeito em l6/9/2012

Ser Humilde É Bem Mais Fácil


Rita Foelker

Estava ao mesmo tempo pesquisando para escrever este artigo e agindo por curiosidade pessoal, enquanto procurava relacionar algumas desvantagens do orgulho. Porque se ele é uma espécie de cegueira ou de miopia – O evangelho segundo o espiritismo fala em “catarata” – que distorce as coisas para as quais olhamos e também a nossa própria imagem, é quase certo que o orgulhoso não consiga enxergar claramente as dificuldades que o orgulho lhe acarreta.

Calunga, o querido amigo espiritual, apresentou algumas. Diz ele: "O orgulho vai fazer você perder totalmente a isenção do discernimento. O orgulho vai impedir de pedir desculpas, mesmo quando lá no fundo você sentir que está errado. E vai fazer você viver como um ser diferente daquele que você é".

Discernimento é um instrumento muito importante para nossa orientação e decisões na vida. O filósofo e escritor indiano Jiddu Krishnamurti em Aos pés do mestre, adverte que ele “deve ser exercido entre o bem e o mal, o importante e o não importante, o útil e o inútil, o verdadeiro e o falso, o egoísta e o desinteressado”. Pense nas mentiras que tomamos por verdades, no mal que consideramos como bem, e pense nas possíveis consequências. Fiquei imaginando as coisas desimportantes que ele nos faz considerar importantes, e o esforço inútil que é despendido em obtê-las, quando poderíamos fazer algo útil (mas falta discernimento!). O jornalista Emile Henry Gauvreay observa com perspicácia que: “Construímos um sistema que nos convence a gastar dinheiro que não temos, para comprar coisas de que não precisamos, para criar impressões que não vão durar em pessoas para quem nem ligamos”. Vê-se que o orgulho, além de nos impedir de discernir, ainda nos faz trabalhar e lutar por objetos e satisfações que se mostram vazias e ilusórias.

Bom, até aqui falamos de “coisas externas”...

Mas depois, ao olhar para nós mesmos, segundo Calunga, não apreciaremos ter falhado ou nos termos equivocado, se o orgulho não permitir. Sempre nos daremos razão, porque admitir erros, para o orgulho, equivale a diminuir-se. E como ele, alterando nossa visão, modifica nossa ação segundo o que ele nos permite ver, não conseguiremos ser nós mesmos.

Mas acontece que "quem tem medo dos erros cometidos é o orgulho tagarelando na sua cabeça. O orgulho não gosta de errar e não gosta de ver que errou. Ele vai se doer todo, se tiver que aceitar a verdade. Já a humildade não dói...", afirma o amigo espiritual.

O orgulho, além do mais, já provocou outras confusões sérias, de efeitos terríveis. Lemos no capítulo 7 de A gênese, de Kardec, que o orgulho fez com que o ser humano afirmasse terem sido os animais criados por sua causa e para satisfação de suas necessidades. Um equívoco que ainda convence muitas pessoas atualmente. Um pouco de clareza mental, contudo, leva a um raciocínio: o de que o número dos animais que têm alguma serventia para os seres humanos é ínfimo, perante a quantidade daqueles com os quais ele nunca se relacionou nem vai se relacionar. “Como se pode sustentar semelhante tese, em face das inumeráveis espécies que exclusivamente povoaram a Terra por milhares e milhares de séculos, antes que ele aí surgisse, e que afinal desapareceram? Poder-se-á afirmar que elas foram criadas em seu proveito?”

Bem, continuando com nossa listinha de desvantagens, o orgulho também impede os ganhos da aprendizagem, sendo um fator de manutenção da ignorância. O capítulo 15 também d’A gênese, menciona o orgulho dos fariseus, afirmando que eles consideravam sua inteligência superior à dos demais e não aceitariam uma observação de uma pessoa do povo. Isso nos lembra de uma ideia inteligentemente oposta, a de Cora Coralina, que diz: “O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes”.

O orgulho também, junto com o egoísmo, pode levar a prejudicar os semelhantes. No capítulo 18 d’A gênese, lê-se: “Enquanto o orgulho e o egoísmo o dominarem, o homem se servirá da sua inteligência e dos seus conhecimentos para satisfazer às suas paixões e aos seus interesses pessoais, razão por que os aplica em aperfeiçoar os meios de prejudicar os seus semelhantes e de os destruir.”

Passando para outro livro, chegamos a O céu e o inferno, onde textualmente lemos que “o orgulho é o inimigo da felicidade. É dele que promanam todos os males que acometem a Humanidade e a perseguem até nas regiões celestes". Ou seja, além de não deixar discernir, promover a ignorância, prejudicar o próximo e impedir a felicidade, ele ainda acompanha a criatura até a outra vida!!!

Em O evangelho segundo o espiritismo, capítulo VII, Kardec observa que o orgulho é um ato de revolta contra Deus. Como um dos problemas que acometem nossa visão – falamos de cegueira e miopia –, no mesmo capítulo está escrito que “o orgulho é a catarata que tolda a visão. De que vale apresentar a luz a um cego? Necessário é que, antes, se lhe destrua a causa do mal. Daí vem que, médico hábil, Deus primeiramente corrige o orgulho”.

O que é um fato, pois decorrente do probleminha de visão, é que desde que “o orgulho se mostra indulgente para com tudo o que o lisonjeia”, ele também não lhe permite observar a falsidade e a hipocrisia, alegrando-se com a lisonja e os falsos elogios.

“O orgulho é o terrível adversário da humildade.” “O orgulho, eis a fonte de todos os vossos males.” “O orgulho é sempre castigado, cedo ou tarde, pela decepção e pelos malogros que lhe são infligidos.” São outras afirmações pertencentes às Obras de Kardec sobre o mesmo tema, que nos deveriam deixar de sobreaviso perante suas investidas.

E até o momento ainda não eu nada escrevi sobre as ciladas que o orgulho reserva especificamente aos médiuns. O livro dos médiuns inclui os médiuns orgulhosos entre os médiuns imperfeitos (item 196), definindo-os como aqueles que “se envaidecem das comunicações que lhes são dadas; julgam que nada mais têm que aprender no Espiritismo e não tomam para si as lições que recebem frequentemente dos Espíritos. Não se contentam com as faculdades que possuem, querem tê-las todas”. Como variedade desses, considera os médiuns suscetíveis: aqueles que “suscetibilizam-se com as críticas de que sejam objeto suas comunicações; zangam-se com a menor contradição e, se mostram o que obtêm, é para que seja admirado e não para que se lhes dê um parecer. Geralmente, tomam aversão às pessoas que os não aplaudem sem restrições e fogem das reuniões onde não possam impor-se e dominar”.

Por outro lado, para que as palavras dos espíritos superiores chegue até nós isenta de qualquer alteração, são condições necessárias querer o bem e repelir o orgulho e o egoísmo (item 226). O médium orgulhoso, portanto, dificilmente poderá ser um intermediário confiável de instruções espirituais aos encarnados.

Bom, talvez já esteja suficiente para uma primeira oportunidade. Não desejamos cansar o leitor, apenas esperamos, com apoio nessas referências citadas, ter colocado o orgulho sob uma luz tão forte, que seja muito difícil evitar enxergar...


Egoísmo, doença da alma - Slides

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Orgulho e Egoismo/Humildade e Caridade

Orgulho e Egoismo/Humildade e Caridade

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Dicionário: Sentimento de dignidade pessoal; brio, altivez, amor-próprio demasiado; soberba

Definição da Doutrina Espírita: "Imperfeição espiritual que demonstra ausência de humildade."

EGOLATRIA = Adoração de si mesmo (vaidade)

EGOCENTRISMO =refere-se tudo ao próprio eu, centro de tudo (ambição)

EGOTISMO = sentimento exagerado da própria personalidade, seus direitos (orgulho)



OBRAS PÓSTUMAS /REVISTA ESPÍRITA Julho 1869 ...O egoísmo tem origem no orgulho. A supremacia da própria individualidade arrasta o homem a considerar-se acima dos demais, julgando-se com direitos preferenciais. A importância que, por orgulho, se atribui, o torna naturalmente egoísta.

O egoísmo e o orgulho têm origem num sentimento natural: o instinto de conservação. Todos os instintos têm razão de ser e utilidade, pois que Deus não faz coisa inútil. Deus não criou o mal; é o homem que o produz por abuso dos dons divinos, em virtude do livre-arbítrio.

Deus não criou o homem egoísta e orgulhoso, mas simples e ignorante; foi o homem que, ao apropriar-se do instinto, que Deus lhe deu para a própria conservação, se tornou egoísta e orgulhoso. (LE 115 Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, ou seja, sem conhecimento. Deu a cada um uma missão com o objetivo de esclarecê-los e de fazê-los chegar, progressivamente, à perfeição pelo conhecimento da verdade e para aproximá-los de Si). (Libertação pg.18  Espírito humano lida com a razão 40.000 anos)A Caminho da Luz pg.58) Caminheiros do desconhecido, desarvorados e sem esperança, contando apenas com as próprias forças, em virtude de seu caráter livre e insubmisso.... Suas incursões, entre as tribos selvagens da Europa, datam de mais ou menos 10.000 anos antes da vinda do Cristo...

ESE Cap.11:8 Na sua origem, o homem possui instintos; mais avançado e corrompido, possui sensações; mais instruído e purificado, possui sentimentos.

Destruir o egoísmo e o orgulho é impossível, direis, porque esses vícios são inerentes à espécie humana. Se assim fosse, impossível seria o progresso moral, ao passo que, quando considerarmos o homem em diversas épocas, reconhecemos à evidência um progresso incontestável; logo, se temos sempre progredido, em progresso continuaremos.(melhores que há 100 anos) Demais, não haverá, por ventura, algum homem limpo de orgulho e de egoísmo? Não há exemplos de uma pessoa dotada de natureza generosa, em quem o sentimento do amor ao próximo, da Humildade, do devotamento e da abnegação, parece inato? O número é inferior ao dos egoístas, bem o sabemos, e se assim não fora, estes não fariam a lei; mas não é tão reduzido, como pensam, e se parece menor é porque a virtude, sempre modesta, se oculta na sombra, ao passo que o orgulho se põe em evidência. O essencial portanto é fazer que a exceção passe a ser regra e para isso incumbe destruir as causas produtoras do mal. A principal é, evidentemente, a falsa idéia, que faz o homem da sua natureza, do seu passado e do seu futuro. Não sabe donde vem, julga-se mais do que é; não sabendo para onde vai, concentra todos os pensamentos na vida terrestre. Deseja viver o mais agradavelmente possível, procurando a realização de todas as satisfações, de todos os gozos. É por isso que investe contra o vizinho, se este lhe opõe obstáculo; então entende dever dominar, porque a  igualdade daria aos outros o direito que ele quer só para si,... A causa do orgulho está na crença, que o homem tem, da sua superioridade individual, e aqui se faz ainda sentir a influência da concentração do pensamento nas coisas da vida terrestre. O sentimento de personalidade arrasta o homem que nada vê diante de si, atrás de si ou acima de si; então o seu orgulho não conhece medidas. .... O incrédulo só crê em si; é, portanto, natural que tenha orgulho, não vendo nos contratempos que oferecem senão obra do acaso; ao passo que o crente vê a mão do Senhor naqueles contratempos e curva-se submisso, enquanto o outro se revolta.

Crer em Deus e na vida futura é pois a principal condição para quebrar o orgulho; mas não é a única. Conjuntamente com o futuro, é preciso ter em vista o passado, para poder fazer justa idéia do presente. Para que o orgulhoso cesse de crer em sua superioridade, é preciso provar-lhe que ele não é mais que os outros e que todos lhe são iguais, que a igualdade é um fato e não uma teoria filosófica. São verdades que derivam da preexistência da alma e da reencarnação. Sem a preexistência da alma, o homem, que crê em Deus, é levado a acreditar que lhe deve singulares vantagens, e o que não crê é levado a atribuí-los ao acaso e aos méritos próprios. A preexistência, dando-lhe a noção da vida anterior da alma, ensina-o a distinguir a espiritual, infinita, da corporal, temporária. Ele chega por aí a compreender que as almas saem iguais das mãos do Criador, têm o mesmo ponto de partida e o mesmo fim, que todos atingirão em mais ou menos tempo, segundo os esforços empregados; que ele próprio não chegou ao ponto, em que se acha senão depois de ter longa e penosamente vegetado como os outros, nos planos inferiores; que não há entre os mais e os menos adiantados senão questão de tempo; que as vantagens do nascimento são puramente corporais e não afetam o Espírito; que o proletário pode, noutra existência, nascer em um trono e o mais poderoso vir como proletário.

Se ele não considerar senão a vida corporal, vê as desigualdades sociais e não as pode explicar; mas se lançar a vista para o prolongamento da vida espiritual, para o passado e o futuro, desde o ponto de partida até o terminal, todas aquelas desigualdades se lhe desfazem perante os olhos e reconhecerá que Deus não deu a nenhum de seus filhos vantagens que negasse a outros; que fez a partilha com a mais rigorosa igualdade, não preparando o caminho melhor para uns do que para outros; que o mais atrasado de hoje, dedicando-se à obra do seu aperfeiçoamento, pode ser amanhã mais adiantado; enfim, reconhece que, não se elevando ninguém a não ser pelos esforços pessoais, o princípio da igualdade tem o caráter de um princípio de justiça e de lei natural, diante das quais não prevalece o orgulho dos privilégios.

A reencarnação, provando que os Espíritos podem renascer em diferentes condições sociais, quer como expiação, quer como prova, faz-nos saber que muitas vezes tratamos desdenhosamente uma pessoa, que foi noutra existência nosso superior ou igual, amigo ou parente. Se o soubéssemos, trata-lo-íamos com atenção, mas neste caso não haveria nenhum mérito; e se soubéssemos, que o amigo de hoje fora antes um inimigo, um servo, um escravo, não o repeliríamos? Deus não quis que fosse assim e por isso lançou um véu sobre o passado para que em todos víssemos irmãos e iguais, sabendo que poderemos ser tratados como houvermos tratado os outros, firmaremos o princípio de caridade como dever e necessidade, fundados nas leis da natureza.

Jesus estabeleceu os princípios da caridade, da igualdade e da fraternidade, dos quais fez condições indispensáveis para a salvação; mas ao Espiritismo ficou reservada a terceira manifestação da vontade de Deus, pelo conhecimento da vida espiritual, pelos horizontes novos que descortina e pelas leis, que revela, como sanção daquele princípio, provando que não é somente uma doutrina moral, mas uma lei natural, que está no interesse dos homens cultivar e praticar. Ora, eles hão de praticá-la desde que deixarem de ver no presente o princípio e o fim, desde que compreenderem a solidariedade, que existe entre o presente, o passado e o futuro.

No infinito campo, que o Espiritismo lhes põe aos olhos, a sua importância pessoal anula-se, porque compreendem que, sós nada valem e nada podem, que todos precisamos uns dos outros não sendo nenhum mais que outro; duplo golpe desfechado contra o orgulho e o egoísmo.

Para isso, porém, é preciso terem fé, sem a qual ficarão detidos dentro do círculo do presente, mas não a fé cega, que foge da luz, que acanha as idéias e portanto alimenta o egoísmo, mas sim a fé inteligente, racional, que pede a luz e não as trevas. Essa fé, elemento essencial de todo progresso, é a que o Espiritismo proclama: fé robusta, porque se firma na experiência e nos fatos, dá as provas palpáveis da imortalidade e nos ensina de onde ela vem, para onde vai e porque está na Terra e, finalmente, fixa as nossas idéias a respeito do futuro.

Uma vez encaminhados por esta larga via, não daremos mais ao orgulho e ao egoísmo o pasto, que os alimenta, resultando daí o seu aniquilamento progressivo e a modificação de todos os laços sociais pela caridade e pela fraternidade bem compreendidas. Pode dar-se essa modificação de chofre? Não, isso é impossível, pois nada vai de um salto na natureza; a saúde não volta subitamente; e entre a moléstia e a cura, há sempre a convalescença.

O homem não pode instantaneamente mudar de sentimentos e elevar os olhos da terra ao céu; o infinito deslumbra-o e confunde-o; precisa de tempo para assimilar as novas idéias.

O Espiritismo é, sem contestação, o elemento mais potente de moralização, porque alui os fundamentos do egoísmo e do orgulho, dando sólido fundamento à moral; faz milagres de conversão. Não são ainda, é certo, senão curas individuais e, quase sempre, parciais; mas o que ele produz nos indivíduos é prenúncio do que produzirá um dia nas massas populares. Não pode, de uma vez, arrancar toda a erva daninha; mas dá a fé, que é boa semente e que não precisa senão de tempo para germinar e frutificar. Eis porque nem todos os espíritas já são perfeitos. Ele encontrou o homem no meio da vida, no ardor das paixões, na força dos preconceitos, e se em tais condições tem operado prodígios, como não operará quando o tomar no berço, virgem de todas as impressões maléficas, quando lhe der, com o leite, a caridade, e o acalentar com a fraternidade, quando, enfim, uma geração inteira vier alimentada por idéias que a razão fortificará em vez de debilitar? Sob o império dessas idéias, que serão mandamentos de fé racional para todos, o progresso, limpando a estrada de egoísmo e orgulho, penetrará nas instituições que se reformarão a si mesmas, e a humanidade caminhará rapidamente para os destinos que lhe são prometidos na terra, enquanto não chega a hora de alcançar o céu. Os homens não podem ser felizes enquanto não viverem em paz, isto é, enquanto não forem animados pelos sentimentos de benevolência, indulgência e condescendência recíprocas e enquanto procurarem esmagar uns aos outros. A caridade e a fraternidade resumem todas as condições e deveres sociais, mas reclamam abnegação. Ora, a abnegação é incompatível com o egoísmo e com o orgulho; logo, com estes vícios não pode haver verdadeira fraternidade e, em conseqüência, igualdade e liberdade; porque o egoísta e o orgulhoso tudo querem para si.

ESE cap.7:11 (LACORDAIRE 1863) O orgulho é o terrível adversário da humildade.Se o Cristo prometia o reino dos Céus aos mais pobres,foi porque os grandes da terra imaginam que os títulos e as riquezas são recompensas dadas ao seu mérito, e que sua essência é mais pura que a do pobre; eles creêm que lhe são devidos e,por isso, quando Deus lhos retira, acusam-no de injustiça.Oh! irrisão e cegueira! Deus vos distingue pelos corpos? O envoltório do pobre não é o mesmo que o do rico? O criador fez duas espécies de homens? Tudo o que Deus fez é grande e sábio; não lhe atribuas nunca as idéias que nascem nos vossos cérebros orgulhosos..... Que fostes, antes de serdes nobres e poderosos? Talvez mais humildes que o último de vossos servos. Curvai, portanto, vossas frontes altivas, que Deus as pode rebaixar, no momento mesmo em que as elevais mais alto. Todos os homens são iguais na balança divina; somente as virtudes os distinguem aos olhos de Deus. Todos os Espíritos são da mesma essência, e todos os corpos foram feitos da mesma massa. Vossos títulos e vossos nomes em nada a modificam; ficam no túmulo; não são eles que dão a felicidade prometida aos eleitos; a caridade e a humildade são os seus títulos de nobreza.

ELUCIDAÇÕES EVANGÉLICAS Orgulho é causa de queda, por tornar cega a criatura, com relação a seus deveres.  Constitui uma barreira que se ergue entre o homem e Deus.

PÁGINAS DE LÉON DENIS Este cancro é o maior flagelo da Humanidade. Dele procedem todos os transtornos da vida social, as rivalidades das classes e dos povos, as intrigas, o ódio, a guerra. Inspirador de loucas ambições, o orgulho tem coberto de sangue e de ruínas este mundo e é ainda ele que origina os nossos padecimentos de além-túmulo, pois seus efeitos ultrapassam a morte e alcançam os nossos destinos longínquos.

DO CALVÁRIO AO INFINITO (cap.3) O egoismo é o câncer que desgasta o organismo humano, exaurindo as possibilidades de sobrevivência do ser.

NA SOMBRA E NA LUZ (cap.11) O egoísmo, sem dúvida, é a sórdida masmorra dos orgulhosos, que a preferem até quando a alucinação os vence, e, somente em frangalhos, se deixam retirar dos sítios em que a astúcia pessoal os aprisiona.

LE 913Dentre todos os vícios, o mais radical é o egoísmo , verdadeira chaga da humanidade.

ESE Cap.11:11 Lepra do coração humano, monstro devorador  de todas as inteligências,esse filho do orgulho é a fonte de todas as misérias deste mundo.É a negação da caridade e por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens.



OS QUATRO EVANGELHOS  

O egoísmo e a inveja são inimigos ocultos que todo homem traz dentro de si. São dois sentimentos que o levam a apoderar-se de tudo o que lhe possa convir, quer moralmente, quer fisicamente. São dois sentimentos que o excitam a empregar a astúcia ou a força para conseguir o que deseja.

AS LEIS MORAIS segundo  a filosofia espírita)

Egoismo individual  funda-se num sentimento exagerado de interesse pessoal, no cuidado exclusivo de si mesmo, e no desamor a todos os outros, inclusive os que habitam o mesmo teto, os quais, não raro, são os primeiros a lhe sofrerem os efeitos.

Egoísmo familiar consiste no amor aos pais, irmãos, filhos, enfim, àqueles que estão ligados pelos laços da consangüinidade, com exclusão dos demais. Limitados por esse espírito de família, são muitos, ainda, os que desconhecem que todos somos irmãos (porque filhos de um só Pai celestial), e se furtam a qualquer expressão de solidariedade fora do círculo restrito da própria parentela.

Egoísmo sectário  é aquele que transforma crentes em fanáticos, a cujos olhos só a sua igreja é verdadeira e salvadora, sendo, todas as outras, fontes de erro e de perdição, fanáticos aos quais se proíbe de ouvir ou ler qualquer coisa que contrarie os dogmas de sua organização religiosa, aos quais se interdita auxiliar instituições de assistência social cujos dirigentes tenham princípios religiosos diversos do seu, e aos quais se aponta ser um dever de consciência defender tamanha estreiteza de sentimentos.

Egoísmo nacional  é o que se disfarça ou se esconde sob o rótulo de patriotismo. Habitantes de um país, a pretexto de engrandecer sua pátria, invadem outros países, escravizam-lhes as populações, destroem-lhes a nacionalidade, gerando, assim, ódios insopitáveis que, mais dia menos dia, hão de explodir em novas lutas sanguinolentas.

Provérbios 16:18  A soberba precede a destruição, e a altivez do espírito precede a queda ...

Provérbios 29:23  A soberba do homem o abaterá; mas o humilde de espírito obterá honra ...

Mateus 23: 12  Pois todo aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado, e todo aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.

MEREÇA SER FELIZ (Ermance Dufaux ) pg.45  A vaidade e a indiferença, o preconceito e a presunção, o desprezo e o melindre, a pretensão e a inveja são alguns reflexos inevitáveis desse “estado orgulhoso de ser” nas ações de cada dia.E o conjunto dos hábitos derivados desses reflexos formam o que chamamos de personalismo, o estado de supervalorização do eu.

LM Cap.20 ítem 228  “Todas as imperfeições morais são outras tantas portas abertas ao acesso dos maus Espíritos. A que, porém eles exploram com mais habilidade é o orgulho, porque é a que a criatura menos confessa a si mesma”.

REFORMA ÍNTIMA SEM MARTÍRIO  (Ermance Dufaux)cap.15 Diálogo sobre Ilusão

ESE Cap.2:8 “Rainha fui entre os  homens, como rainha  julguei que penetrasse no reino dos céus! Que desilusão! Que humilhação, quando, em vez de ser recebida aqui qual soberana, vi acima de mim, mas muito acima, homens que eu julgava insignificantes e aos quais desprezava, por não terem sangue nobre!

O que são as ilusões? Definamos ilusão como sendo aquilo que pensamos, mas que não corresponde à realidade. São percepções que nos distanciam da Verdade. Existem em relação a muitas questões da vida, tais como metas, cultura, comportamento, pessoas, fatos. A pior das ilusões é a que temos em relação a nós: a auto-ilusão.

Qual a causa das ilusões?As ilusões decorrem das nossas limitações em perceber a natureza  dos sentimentos que criam ou determinam nossos raciocínios. Na matriz das ilusões encontramos carências, desejos, culpas, traumas, frustrações e todo um conjunto de inclinações e tendências que formam o subjetivo campo das emoções humanas.

Por que a senhora citou que auto ilusão é a pior das ilusões? O iludido pensa muito o mundo “negando” senti-lo, um mecanismo natural de defesa face às dificuldades que encontra em lidar com suas emoções. Esconde-se atrás de uma imagem que criou de si mesmo para resguardar autoridade social ou outro valor qualquer que deseje manter. O objetivo da reencarnação consiste em desiludir-nos sobre nós mesmos através da criação de uma relação libertadora com o mundo material.  O iludido esconde-se de quê?De si mesmo. Criando um “eu ideal” para atenuar o sofrimento que lhe causa a angústia de ser o que é – a criatura foge de si e vive em “esconderijos psíquicos”.

Mas, por que se esconde de si mesmo?Devido ao sentimento de inferioridade que ainda assinala a caminhada da maioria dos habitantes da Terra. Iludimo-nos através de um mecanismo defensivo contra nossa própria fragilidade que, pouco a pouco, vamos extinguindo......

Então, iludimo-nos para sentirmos um pouco melhores, seria isso?  Auto ilusão é aquilo que queremos acreditar sobre nós mesmos, mas que não corresponde à realidade do que verdadeiramente somos, é a miragem de nós próprios ou aquilo que imaginamos que somos. Uma vivência psíquica resultante da desconexão entre razão e sentimento. É a crença na imagem idealizada que criamos no campo mental.

Nós espíritas, temos ilusão?Responderei com clareza e fraternidade: sim, muitas ilusões. O iludido, quando ambicioso, atinge sem perceber as raias da usura; quando dominador, chega aos cumes da manipulação; quando vaidoso, guinda-se aos pântanos da supremacia pessoal; quando cruel, atola-se ao lamaçal do crime; quando astuto, atira-se às vivências da intransigência; quando presunçoso, escala os cumes da arrogância; e, mesmo quando esclarecido espiritualmente, lança-se aos píncaros do exclusivismo ostentando qualidades que, muita vez, são adornos frágeis com os quais esnobam superioridade que supõem possuir.

Poderia dizer a nós, espíritas, algo sobre nossas ilusões?Existe uma tendência à auto suficiência entre os depositários do conhecimento espírita. Discursam sobre a condição precária em que se encontram assumindo a condição de almas carentes e necessitadas, todavia, diametralmente oposta a isso agem como se fossem “salvadores do mundo” com todas as respostas para a humanidade. Essa incoerência na conduta é provocada pela ilusão que criaram do papel do espírita no mundo… O Espiritismo é excelente, nós espíritas nem tanto… Nossa condição real, para quem deseja assumir uma posição ideal perante si mesmo, é a de almas que apenas começamos a sair do primitivismo moral. Alegremo-nos por isso!

Essa auto suficiência seria o orgulho?O orgulho promove essa condição, é a mais enraizada manifestação da ilusão, é a ilusão de querer ser o que imaginamos que somos. Essa é a pior ilusão, auto imagem falsa e superdimensionada de nós mesmos. Essa auto ilusão é sustentada por uma “cultura de convenções” acerca do que seja ser espírita, um resquício do velho hábito religioso de criar “estampas” pelas quais serão reconhecidos os seguidores de alguma doutrina. Nesse caso, a ilusão desenvolvida chama-se “ideia de grandeza” Muitas pessoas desejariam sair prontas para testemunho após pequenos exercícios de espiritualização no centro espírita, entretanto por ignorarem sua real condição espiritual, fazem da casa doutrinária um templo de aquisição da angelitude imediata. Querem sair prontos e perfeitos das tarefas e estudos, quando o objetivo de tais iniciativas é capacitar de valores intelecto-morais para repensar caminhos e encontrar respostas para as encruzilhadas da alma, nas refregas da existência.

O que é essa auto imagem falsa?Uma construção mental que se torna referência para nossas movimentações perante a vida. É uma cristalização mental, uma irradiação que cria uma rotina escravizante nos sentimentos permitindo-nos viver somente as emoções em “uma faixa de segurança”, a fim de não perdermos o status da criatura que suponhamos ser e queremos que os outros acreditem que somos. O que pensamos sobre nós,  portanto, determina a imagem mental indutora dos valores íntimos. Se o raciocínio sofre distorções da ilusão, então viveremos sem saber quem somos.

Como é construída essa auto imagem?Através das vivências intelecto afetivas de todos os tempos desde a criação. Onde ela permanece? No corpo mental. Sua maior expressão é conhecida pelas operações do departamento da imaginação no reino da mente.

Quer dizer que além da auto imagem temos um “eu real” diferente do “eu crítico”, que ainda não conhecemos?Sim. Temos um “eu real” que estamos tentando ignorar há milênios. Essa “parcela” de nós é a “sombra” da qual queremos fugir. Todavia, o contato com essa “zona inconsciente” revela-nos não só motivos de dor e angústia mas, igualmente, a luz que ignoramos estar em nossa intimidade à espera de nossa vontade para utilizá-la.

Aqui chamamos a atenção dos nossos parceiros de ideal para o cuidado com o processo da reforma interior. Existe muita idealização confundindo aprendizes que ignoram estar dando “saltos evolutivos” em direção a esse “eu real”, entretanto, em verdade, estão se movimentando na esfera do “eu idealizado”…

Poderia explicar mais profundamente essa questão dos “saltos evolutivos”?É um tipo de ilusão que normalmente assalta os religiosos de todos os tempos. Imaginam-se muito melhorados a partir do contato com alguma diretriz ou prática religiosa e, então,  passam a viver uma vida idealizada, um projeto de “vir-a-ser”. É uma ilusão de que se está fazendo a renovação. Uma forma de comportar desconectada do sentimento, um adorno moral para nossas atitudes; é o discurso sem a vivência. O nome mais conhecido desse comportamento é puritanismo.(pessoa íntegra,boa conduta,pura,boazinha)

Como distinguir idealização de mudança verdadeira?Na idealização pensamos o que somos e, como consequência, vivemos o que gostaríamos de ser, mas ainda não somos. É o hábito das aparências. Na reforma íntima sentimos o que somos, e como consequência vivemos a realidade do que somos com harmonia, ainda que nos cause muitos desconfortos. É o processo da educação paulatina. ...

Como vencer nossas ilusões? Desapegando da falsa auto imagem que fazemos de nós mesmos. Desapaixonando-se do “eu”. Para isso somente o auto-conhecimento. Havendo esse desapego, conseguiremos libertar os sentimentos para novas experiências com o mundo e consequentemente com nosso “eu profundo”. Isso desencadeará um processo de resgate de nós mesmos, venceremos a condição de reféns de nosso passado escravizante, saindo da “roda viciosa da emoções” perturbadoras, quais sejam o medo, a culpa e a insegurança.... Independente do quão doloroso seja, é preferível experimentá-lo no corpo a ter que purgá-la na vida espiritual. Assinalemos alguns exercícios de desapego dessa paixão que nutrimos pela imagem irreal que criamos de nós mesmos.

*Fazer as pazes com as imperfeições. *Abandonar os estereótipos e aprender a se valorizar com respeito.  *Descobrir sua singularidade e vivê-la com gratidão. *Coragem para descobrir seus desejos, tendências e sentimentos.*Munir-se de informações sobre a natureza de suas provas.  *Aprender a ouvir com atenção o que se passa à sua volta.*Dominar o perfeccionismo nutrindo a certeza de que ser falível não nos torna mais inferiores.*Valorizar afetivamente as suas vitórias.*Descobrir qualidades, acreditar nelas e colocá-las a serviço das metas de crescimento.

(Exemplo )= O primeiro Imperador da China que matou milhões de pessoas e criou seu imenso país e viveu a mais de 2000 anosse chamava Kin Huan Li e morreu aos 50 anos.  No ano 220 a.C. começou a construir a Grande Muralha da China, o projeto de engenharia mais grandioso da Antigüidade, concebida como uma barreira para isolar o Império.Com quase 5000 quilometros.Ele se achava um Deus, desejando encontrar a imortalidade, mandou construir mais de 5000 estatuas de 1,80 m de seus soldados nos mínimos detalhes para acompanhá-lo no além e não deixarem que os que ele matou lhe perseguissem. Tudo estava escrito num livro antigo e pensava-se que fosse lenda, mas por volta dos anos 90 descobriram seu tumulo e tudo se confirmou.  O lugar dizem os arqueólogos ocupa mais de 500 campos de futebol !

Até o ano 215 a.C., a enorme tumba que ele mesmo idealizou para se proteger depois da morte também ficou pronta. Foi precisamente nesta época, quando o imperador, estimulado pela desconfiança e pela paranóia, começou a tomar repetidas doses de mercúrio para prolongar sua vida (naquela época, acreditava-se que o mercúrio favorecia a longevidade). Sete anos depois, o mercúrio envenenou seu corpo e sua mente. Seus rins começaram a falhar,e o Primeiro Imperador da China deixou de existir. No dia de seu enterro centenas de pessoas entre construtores, arquitetos, trabalhadores e mais de 300 concubinas, foram emparedadas no imenso túmulo e morreram com ele.

MEREÇA SER FELIZ (Ermance Dufaux) pg.46 Algumas manifestações do orgulho....Melindre é o orgulho na mágoa. Cultivemos a coragem de ser criticados.Pretensão é o orgulho nas aspirações. Aprendamos a contentar com a alegria de trabalhar, sem expectativas pessoais.Presunção é o orgulho no saber. Tomemos por divisa que toda opinião deve ser escutada com o desejo de aprender.Preconceito é o orgulho nas concepções. Habituemos a manter análises imparciais e flexíveis. Indiferença é o orgulho na sensibilidade. Adotemos a aceitação e respeito em todas ocasiões de êxitos e insucessos alheios.Desprezo é o orgulho no entendimento. Acostumemos a pensar que para Deus tudo tem valor, mesmo que por agora não o compreendamos. Personalismo é o orgulho centrado no eu. Eduquemos a abnegação nas atitudes.Vaidade é o orgulho do que se imagina ser. Procuremos conhecer a nós mesmos e ter coragem para aceitarmo-nos tais quais somos, fazendo o melhor que pudermos na melhoria pessoal. Inveja é o orgulho perante as vitórias alheias. Admitamos que temos esse sentimento e o enfrentemos com dignidade e humildade. A falsa modéstia é orgulho da “humildade artificial”. Esforcemos pela simplicidade que vem da alma sem querer impressionar.A prepotência é o orgulho de poder. Aprendamos o poder interior conosco mesmo, transformando a prepotência em autoridade. Dissimulação é o orgulho nas aparências. Esforcemos por ser quem somos, sem receios, amando-nos como somos.A reeducação moral através das reencarnações nos levará a renovar esse quadro de penúria espiritual da Terra, sob a escravização das sombrias manifestações orgulhosas.Estamos todos, encarnados e desencarnados, nessa busca de superação e enfrentamento com as nossas “imperfeições milenares, e não será num salto que venceremos a grande e demorada luta”. Apliquemo-nos nas preciosas e universais lições de Jesus, iluminadas pelos raios da lógica espírita, e esforcemo-nos sem desistir da longa caminhada na conquista da humildade...Precisaremos de muita coragem para ser humildes, ser o que somos...Ser humilde é tirar as capas que colocamos com o orgulho ao longo dessa caminhada...

Marcos 14:38 Vigiem e Orem para que não sejam tentados.”O Espírito está pronto para resistir à tentação, mas o corpo é fraco”

ESE cap.17:4 Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para domar suas más inclinações.

( Exemplo) SOB AS CINZAS DO TEMPO (Dr. Inácio Ferreira)

Um dos inquisidores que mais castigou hereges no século XV foi o espanhol Tomás de Torquemada. Ele ficou conhecido como o "Grande Inquisidor" e atuou na perseguição e punição de muçulmanos e judeus convertidos que moravam na Espanha. Renasceu no Brasil em Minas Gerais, cego, pernas e braços menores do que o  normal,massa de carne disforme,como um pequeno monstro,cheirava queimado(o padre recusou a batizá-lo). Viveu alguns meses e foi engolido por uma sucuri.

(Exemplo) Sob a doutrina racista do III Reich, cerca de 7,5 milhões de pessoas perderam a dignidade e a vida em campos de concentração, especialmente preparados para matar em escala industrial. Para os nazistas, aqueles que não possuíam sangue ariano não deveriam ser tratados como seres humanos. A política anti-semita do nazismo visou especialmente os judeus, mas não poupou também ciganos, negros, homossexuais, comunistas e doentes mentais.

VIVENDO O EVANGELHO 1 pg.174 – (André Luiz)Fé com orgulho resulta em combinação desastrosa, porque os orgulhosos que acreditam em Deus imaginam que Deus só acredita neles.



Parte 2 – HUMILDADE E CARIDADE

Ao vermos uma pessoa mal vestida, de semblante sofrido e modo simples de se vestir,julgamos logo ser uma pessoa humilde. Contudo, o exterior nem sempre revela com segurança o interior de um indivíduo. É preciso verificar a essência de sua alma. Quando Jesus falava dos pobres de espírito, Ele se referia à humildade, pois há muitos pobres que invejam os ricos, de modo que eles são mais orgulhosos do que aqueles que possuem recursos financeiros em abundância.

CONSOLADOR(313)Como entender a bem-aventurança conferida por Jesus aos “pobres de espírito”? O ensinamento do Divino Mestre ,referia-se às almas simples e singelas,despidas do “espírito de ambição e de egoísmo”,que costumam triunfar nas lutas do mundo.

Ser humilde é ser corajoso durante os reveses da vida, é perseverar no combate às próprias más tendências, é, portanto, vencer os obstáculos naturais, mas sem revolta, sem violência, perdoando a quem nos ofenda,

trabalhando, servindo abnegada e incessantemente – isto é ser humilde conforme Jesus

(Mateus V:3) Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus ”

(ESE Cap.7:11)A humildade e caridade, segundo o Espírito Lacordaire, é uma virtude muito desprezada entre os homens.Em sua opinião, apresentar-se com uma, e sem a outra, é o mesmo que vestir belo traje de talhe perfeito para ocultar uma deformidade física.Disse:”Sem humildade,apenas vos adornais de virtudes que não possuis”.
Sócrates, filósofo grego, há 500 A.C, declarou não saber absolutamente de tudo. Ele, o modelo dos sábios, disse: “Sei que nada sei”. Jesus, símbolo da humildade e bondade, tampouco alimentou a vaidade de se considerar chefe de uma religião ou do que quer que seja. No pretório, questionado por Pilatos:“és rei?”, respondeu-lhe tranquilamente sem nenhuma insolência: “tu dizes que sou”... (João, 19:37.)
O humilde não se deixa lisonjear pelos elogios ou pela situação de destaque em que se encontre. Todo sábio é humilde, porque sabe que só sabe pouco do muito que deveria saber.

O verdadeiro humilde geralmente não sabe que o é. São as pessoas ao seu redor que acabam por descobri-lo. Para ele essa condição é tão natural que nem o percebe.

O humilde coloca-se objetivamente dentro de sua capacidade, observando criteriosamente as suas limitações. Ele não importa saber quem é contra ou a favor, mas simplesmente atende a um chamado de ordem superior e segue o seu caminho com uma fé inquebrantável.

Jesus Cristo, quando esteve encarnado, deu-nos o exemplo da virtude, dizendo que  amássemos os próprios inimigos. Compara o Reino de Deus a uma criança, evoca com firmeza o símbolo da humildade e da simplicidade.  Se não nos fizermos humildes como as crianças, que são ingênuas e sem preconceitos, não entraremos no reino da verdade.

ESE Cap.8:2Deixai vir a mim as criancinhas,porque o Reino dos Céus é para aqueles que se lhe assemelham

ESE Cap.7:2 O Reino dos Céus é para os humildes e não para os orgulhosos.

(Jesus ensinou-nos  a humildade de tal forma que o Homem ainda não descobriu que nos mais longínquos recantos do Universo a Humildade é Lei)

Emmanuel “A humildade é a chave de nossa libertação”

VIVENDO O EVANGELHO 1 pg.175(André Luiz) É muito difícil ser humilde o tempo todo, mas se você consegue,pelos menos,algumas vezes,contrariar seu orgulho, já é um bom começo.

Pg.77 A humildade é companheira da caridade na conquista do crescimento espiritual, razão pela qual é importante vencer a arrogância, para não te atrasares no caminho da evolução. Não é fácil ser humilde, mas ser orgulhoso é mais complicado.

Você sabe por que o mar é tão grande? Tão imenso? Tão poderoso?

É porque foi humilde o bastante para colocar-se alguns centímetros abaixo de todos os rios.
Sabendo receber, tornou-se grande. Se quisesse ser o primeiro, se quisesse ficar acima de todos os rios, não seria mar, seria uma ilha. E certamente estaria isolado.

(exemplo) EXERCÍCIO DIÁRIO DA HUMILDADE

No tempo em que não havia automóveis, na cocheira de um famoso palácio real, um burro de carga curtia imensa amargura, em vista das pilhérias dos companheiros de apartamento.

Reparando-lhe o pêlo maltratado, as fundas cicatrizes do lombo e a cabeça tristonha e humilde, aproximou-se formoso cavalo árabe que se fizera detentor de muitos prêmios, e disse, orgulhoso:

Triste sina a que recebeste! Não invejas minha posição em corridas? Sou acariciado por mãos de princesas e elogiado pela palavra dos reis!  Pudera! - exclamou um potro de fina origem inglesa:

 como conseguirá um burro entender o brilho das apostas e o gosto da caça? O infortunado animal recebia os sarcasmos, resignadamente. Outro soberbo cavalo, de procedência húngara, entrou no assunto e comentou:  Há dez anos, quando me ausentei de pastagem vizinha, vi este miserável sofrendo rudemente nas mãos do bruto amansador. É tão covarde que não chegava a reagir, nem mesmo com um coice. Não nasceu senão para carga e pancadas. É vergonhoso suportar-lhe a companhia. Nisto, admirável jumento espanhol acercou-se do grupo, e acentuou sem piedade: Lastimo reconhecer neste burro um parente próximo. É animal desonrado, fraco, inútil, não sabe viver senão sob pesadas disciplinas. Ignora o aprumo da dignidade pessoal e desconhece o amor-próprio. Aceito os deveres que me competem até o justo limite, mas, se me constrangem a ultrapassar as obrigações, recuso-me à obediência, pinoteio e sou capaz de matar.  As observações insultuosas não haviam terminado, quando o rei penetrou o recinto, em companhia do chefe das cavalariças.  Preciso de um animal para serviço de grande responsabilidade, informou o monarca, um animal dócil e educado, que mereça absoluta confiança. O empregado perguntou: Não prefere o árabe, Majestade?  Não, não - falou o soberano, é muito altivo e só serve para corridas em festejos oficiais sem maior importância. Não quer o potro inglês? - De modo algum. É muito irrequieto e não vai além das extravagâncias da caça. - Não deseja o húngaro?  Não, não. É bravio, sem qualquer educação. É apenas um pastor de rebanho.

O jumento espanhol serviria? - insistiu o servidor atencioso. - De maneira nenhuma. É manhoso e não merece confiança. Decorridos alguns instantes de silêncio, o soberano indagou:

 Onde está meu burro de carga? O chefe das cocheiras indicou-o, entre os demais. O próprio rei puxou-o carinhosamente para fora, mandou ajaezá-lo com as armas resplandecentes de sua Casa e confiou-lhe o filho ainda criança, para longa viajem. E ficou tranqüilo, sabendo que poderia colocar toda a sua confiança naquele animal...  Assim também acontece na vida. Em todas as ocasiões, temos sempre grande número de amigos, de conhecidos e companheiros, mas somente nos prestam serviços de utilidade real aqueles que já aprenderam a servir, sem pensar em si mesmos....e nós será que já aprendemos servir? Pense nisto...

CONTOS DESTA E DOUTRA VIDA – Cap.7  SERVIR MAIS  – IRMÃO X

Efraim bem Assef, caudilho de Israel contra o poderio romano, viera a Jerusalém para levantar as forças da resistência, e, informado de que Jesus, o profeta, fora recebido festivamente na cidade, resolveu procurá-lo, na casa de Obede, o guardador de cabras, a fim de ouvi-lo.
Mestre, falou o guerreiro, não te procuro como quem desconhece a justiça de Deus, que corrige os erros do mundo, todos os dias...Tenho necessidade de instrução para a minha conduta pessoal no auxílio do povo.
Como agir, quando o orgulho dos outros se agiganta e nos entrava o caminho?...

Quando a vaidade ostenta o poder e multiplica as lágrimas de quem chora?
É preciso ser mais humilde e servir mais - respondeu o Senhor, fixando nele o olhar translúcido.Mas... e quando a maldade se ergue, espreitando-nos a porta? Que fazer, quando os ímpios nos caluniam à feição de verdugos? E Jesus:- É preciso mais amor e servir mais.
Senhor, e a palavra feroz? Que medidas tomar para coibi-la? Como proceder, quando a boca do ofensor cospe fogo de violência, qual nuvem de tempestade, arremessando raios de morte?

É preciso mais brandura e servir mais.
E diante dos golpes?  Há criaturas que se esmeram na crueldade, ferindo-nos até o sangue...
De que modo conduzir nosso passo, à frente dos que nos perseguem sem motivo e odeiam sem razão?
É preciso mais paciência e servir mais. E a pilhagem Senhor? Que diretrizes buscar, perante aqueles que furtam, desapiedados e poderosos, assegurando a própria impunidade à custa do ouro que ajuntam sobre o pranto dos semelhantes? É preciso mais renúncia e servir mais.  E os assassinos? Que comportamento adotar, junto daqueles que incendeiam campos e lares, exterminando mulheres e crianças?
É preciso mais perdão e servir mais.
Exasperado, por não encontrar alicerces ao revide político que aspirava a empreender em mais larga escala, indagou Efraim: Mestre, que pretendes dizer por servir mais?
Jesus afagou uma das crianças que o procuravam e replicou, sem afetação:
Convencidos de que a justiça de Deus está regendo a vida, a nossa obrigação, no mundo íntimo, é viver retamente na prática do bem, com a certeza de que a lei cuidará de todos.
Não temos, desse modo, outro caminho mais alto se não servir ao bem dos semelhantes, sempre mais...
O chefe israelita, manifestando imenso desprezo, abandonou a pequena sala, sem despedir-se.
Decorridos dois dias, quando os esbirros do Sinédrio chegaram, em companhia de Judas, para deter o Messias, Efraim bem Assef estava à frente.
E, sorrindo, ao algemar-lhe o pulso, qual se prendesse temível salteador, perguntou, sarcástico:
Não reages, galileu? Mas o Cristo pousou nele, de novo, o olhar tranquilo e disse apenas:
É preciso compreender e servir mais.

LE 886 A CARIDADE SEGUNDO JESUS

“Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas.” [...] A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulgência, porque de indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer

As Leis Morais segundo a filosofia espírita)

Caridade é essencialmente amor, não amor a nós mesmos (egoísmo), mas amor ao próximo (altruísmo). (Lampadário Espírita - Joanna De Ângelis)

Caridade é a  Virtude por excelência, constitui a mais alta expressão do sentimento humano, sobre cuja base as construções elevadas do espírito encontram firmeza para desdobrarem atividades enobrecidas em prol de todas as criaturas.

(Loucura e Obsessão – Manoel P. Miranda)

Caridade é um esporte da alma, pouco utilizado pelos candidatos à musculação moral e inteireza espiritual.

(Do país da luz – Espíritos Diversos)

A caridade é o bálsamo que consola todas as dores; o manto que tapa toda a nudez; o auxílio que socorre toda a miséria; o pão que sacia toda a fome; a água que sacia toda a sede; a luz que ilumina toda a treva; a força que anima toda a fraqueza; o sentimento que penetra todos os corações; a riqueza ao alcance de todos os mendigos. Caridade é fazer justiça, é corrigir o defeito, é animar o tímido, é proteger o ousado, é exaltar a verdade, é enobrecer o humilde, é semear a paz,  é estabelecer a concórdia, é servir o amor, é esquecer agravos, é desculpar as faltas alheias, e é, acima de tudo, adorar a Deus.

(Mediunidade e evolução)

Caridade material é representada pelo alimento, o vestuário, o remédio e outros bens que dependem do recurso financeiro. Caridade espiritual independe dos valores terrenos: perdão, tolerância, entendimento, indulgência, preces e vibrações em favor de outrem não têm preço na moeda terrena

Caridade Moral (ESE Cap.13:9 Irmã Rosália) Desejo compreendais bem o que seja a caridade moral, que todos podem praticar, que nada custa, materialmente falando, porém, que é a mais difícil de exercer-se. A caridade moral consiste em se suportarem uns aos outros, e é o que menos fazeis nesse mundo inferior, onde vos achais, por agora, encarnados. Grande mérito há, crede-me, em um homem saber calar-se, deixando fale outro mais tolo do que ele. É um gênero de caridade isso. Saber ser surdo quando uma palavra zombeteira se escapa de uma boca habituada a escarnecer; não ver o sorriso de desdém com que vos recebem pessoas que, muitas vezes erradamente, se supõe, acima de vós, quando na vida espírita, a única real, estão, não raro, muito abaixo, constitui merecimento, não do ponto de vista da humildade, mas do da caridade, porquanto não dar atenção ao mau proceder de outrem é caridade moral.

(Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita cap. 23)

Caridade Benevolente é a caridade prática, sem a qual a caridade é palavra vã; é a caridade do verdadeiro espírita, como o verdadeiro cristão; aquela sem a qual aquele que diz: Fora da caridade não há salvação, pronuncia sua própria condenação, tanto neste quanto no outro mundo

VIVENDO O EVANGELHO 1 pg.286 É louvável que você se junte aos companheiros para fazer o bem ao próximo.Contudo,nesses grupos, a prática da indulgência, uns para com os outros, é quase sempre a caridade esquecida.

CONSOLADOR (125) Reconhecendo que os nossos amigos do plano espiritual estão sempre ao nosso lado, em todos os trabalhos e dificuldades, a fim de nos inspirar, quais os maiores obstáculos que a sua bondade encontra em nós, para que recebamos os seus socorros indireto, afetuoso e eficiente?

Os maiores obstáculos psíquicos, antepostos pelo homem terrestre aos seus amigos e mentores da espiritualidade, são oriundos da ausência de humildade sincera nos corações; para o exame da própria situação de egoísmo, rebeldia e necessidade de sofrimento.

(LE PROLEGÔMENOS) Lembra-te de que os bons Espíritos não assistem senão àqueles que servem a Deus com humildade e desinteresse, e repudiam a qualquer que procure no caminho do céu,um degrau para as coisas da terra.Eles se distanciam do orgulhoso e do ambicioso.O orgulho e a ambição serão sempre uma barreira entre o homem e Deus;é um véu atirado sobre as claridades celestes e Deus não pode se servir do cego para fazer compreender a luz.



FINAL

PAULO E ESTEVÃO = Exemplo  Orgulho/Humildade

Paulo de Tarso, o convertido de Damasco, despojou-se do homem velho, renunciando a vida passada, e  revestiu-se em um homem novo, como ele mesmo relata em sua carta aos Efesíos (4:22) Sua libertação foi  instantânea, Jesus o tocou, a luz do Mestre que lhe cegou por três dias permitiu-lhe que iniciasse ali na estrada de Damasco sua reforma íntima. Fechando os olhos materiais Jesus fez com que Saulo olhasse para o seu interior e começasse a enxergar sua condição espiritual. Ainda cheia de orgulho e egoísmo, mágoas e rancores, trazia sua alma conturbada, equivocada quanto à verdadeira fé em Deus.

Saulo era um orgulhoso romano, Doutor da Lei, graduado nas escolas de Atenas e Alexandria, apresentava toda  vivacidade de seus trinta anos. Na fisionomia cheia de virilidade e máscula beleza, ...(Pág.84)...Era acostumado ao esporte, aos jogos da época, seguido sempre de muitos companheiros em desvario....

Saulo de Tarso experimentava todos os anseios da mocidade impetuosa de seu tempo. Ilustre orador das Leis Mosaicas, as defendia com todo seu rigor, mas quando é chamado ao Evangelho do Cristo vê que a Letra simplesmente mata mas é o espírito que vivifica. Que seremos justificamos na fé em Jesus Cristo. Com suas dificuldades, lutas e vitórias, ele mesmo narra que para não ser levado ao orgulho novamente foi-lhe dado um espinho na carne,um anjo de Satanás para lhe esbofetear(2Corintios 12:7)... Após seu despertar de consciência, para que eliminasse o orgulho de seu espírito “amargou a fraqueza orgânica, o cansaço, o abandono dos amigos e familiares, as desilusões mais acerbas”... (pág. 345) sofreu a humilhação em público, apedrejamentos, naufrágios, fome e principalmente o desprezo e ironia dos que amava. Mas iniciou sua reforma procurando o recolhimento, a meditação e o estudo do evangelho de Jesus. Retirou-se ao deserto,buscou no trabalho simples e honesto do tear, o  aprendizado da humildade e paciência.  A fim de eliminar o remorso e o sentimento de culpa pela morte de Estevão estabeleceu sua meta no esforço ardente da reparação e buscou conciliar-se com todos a quem havia ofendido no seu rigorismo sectário... Trabalharia para Jesus enquanto lhe restassem energias. (Pág. 299). E foi amando, trabalhando, sabendo esperar e perdoando que o verdugo transformou-se em apóstolo fiel de Jesus. Depois de muitos esforços Paulo eliminou de seu espírito o orgulho e egoísmo, duas chagas da humanidade.

PSICOGRAFIA 05/12/11 - Boa noite,meus filhos. Que a luz do Mestre Jesus vos ilumine a todos, fortalecendo seus corações e mentes nesta cruzada contra o mal que existe em cada um de nós. Irmãos amados ,vos dizeis estudiosos, vos dizeis aplicados no conhecimento da Doutrina, e até o são de fato. No entanto, ser estudioso da Doutrina não garante nada a ninguém... estudar as palavras, reconhecer os conceitos... tudo isso tem alguma importância, mas não a principal.

E a principal, qual seria, irmãos? A principal seria ter um nível hierárquico nas leituras que fazeis? Primeiro Evangelho, depois Livro dos Espíritos e assim por diante... Antigo Testamento depois o Novo...Seria essa a importância principal? Seria dedicar horas e horas do dia ao contato com outros irmãos doando atenção, oração e passe? Seria essa a importância principal? Seria a importância Maior, o diálogo com os irmãos inferiores para o esclarecimento da Verdade? De tudo isso, irmãos, o que é mais importante? O que é o objetivo principal da Doutrina, ou do evangelho? Ou da reunião de cura ou de desobsessão? Não sabem o que nisso tudo é mais importante .

Meus filhos, as letras escritas em todos os livros da Doutrina, do Evangelho de Jesus, todas as ações que possam vir a ter dentro desta escola deve ter como objetivo principal o encontro e conhecimento de si mesmos. Tudo, filhos meus, o mundo existe para confrontar vossa existência a vós mesmos. Vossa consciência de existir, em contato com tudo o que existe.

O Evangelho, meus filhos, a Doutrina, não existe para saberem a resposta correta a dar, mas para confrontarem vossos pensamentos e emoções com a referência moral vinda de Deus como exemplo e auxílio nesta árdua tarefa.

Mas, por isso mesmo, meus irmãos, de nada adianta ler, saber, conversar com espíritos, mas não vasculhar vossas emoções e procurar educar vossas ações pautadas pelo cumprimento da Lei. É relativamente fácil identificar o que é falso e o que é verdadeiro, aceitar que existe alguma coisa de Verdade na Doutrina, mas isso  no máximo é o primeiro passo de uma longa caminhada.

Portanto, quando acharem que sabem alguma coisa, perguntem a si mesmos o quanto sabem sobre si, para começar:

Reconhecem quais são vossas tendências mais atuantes?Identificam a parcela de instinto que ainda move vossas ações?Percebem a atuação da lembrança de vidas passadas conduzindo vossos preconceitos e armazenando ódio, vingança, egoísmo,orgulho, preguiça, passividade exagerada, nervosismo exagerado... Conhecem o móvel de cada uma de vossas ações? Reconhecem quanto de Evangelho já faz parte de vossa vida, e quanto tem por fazer? Identificam, irmãos, quais pensamentos vos mantém estagnados e qual vos conduz para adiante? Pois é irmãos... difícil responder a tudo isso, não é... Então lhes digo que de fato sois estudiosos da Doutrina, mas não conhecedores! Estudam, mas ainda não conhecem! E lhes peço, com toda a dedicação e boa vontade de meu coração, lhes peço: a cada dia ao acordar, a cada noite ao se deitar, a cada momento ao olharem o céu, o sol, os pássaros, questionem a si mesmos sobre quem são vocês mesmos, filhos de Deus Altíssimo, Pai soberanamente bom e justo!

Peçam a Deus e Ele lhes dará a cada dia, condição de conhecerem a si mesmos,  e nunca esqueçam que todas as coisas, até a prática do Bem e o conhecimento da Verdade, de nada valerão se não conhecerem a si mesmos e tomarem em suas mãos o móvel de vossas ações, o domínio sobre seus próprios pensamentos e emoções.  Amém Pe. Sávio

LE 919 Conhece-te a ti mesmo –Sto Agostinho

LE 909 O homem poderia sempre vencer suas más tendências pelos seus esforços?

Sim, e algumas vezes com poucos esforços; é a vontade que lhe falta. Ah! Como são poucos dentre vós  que fazem esforços!



Pesquisa realizada por Sueli Padilha - Centro Espírita Dr. Leocádio Correa Bauru, 25/janeiro/2012