Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A cura do cego de Betsaida - Palestra de Nazareno


O cego de Betsaida - A Gênese

"A Gênese"
Cap XV - O cego de Betsaida

12. Tendo chegado a Betsaida, foi-lhe trazido um cego que lhe pediu que o tocasse.

E tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia; colocou-lhe saliva sobre os olhos, e havendo-lhe imposto as mãos, perguntou-lhe se via alguma coisa.

O homem, olhando, lhe disse: Vejo andarem homens que me parecem árvores. Jesus ainda lhe colocou as mãos sobre os olhos, e começou a ver melhor; e enfim ficou curado de tal forma, que via distintamente todas as coisas.

Ele o mandou em seguida para sua casa, e lhe disse: Ide à vossa casa; e se entrais na aldeia, não dizei a ninguém o que vos sucedeu. (S. Marcos, cap. VIII, vers. 22 a 26).

13. Aqui o efeito magnético é evidente; a cura não foi instantânea, porém gradual e como resultado de uma ação reiterada, embora bem mais rápida que na magnetização comum. A primeira sensação daquele homem é bem aquela que os cegos experimentam quando recobram a luz; por um efeito ótico os objetos lhe pareciam de um tamanho desmedido.


Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/a-genese/cap-xv-o-cego-de-betsaida/#ixzz2gQakSv00

O CEGO DE BETSAIDA

O CEGO DE BETSAIDA

"Então chegaram a Betsaida. E trouxeram-lhe um cego e pediram-lhe que o tocasse. Jesus, tomando o cego pela mão, conduziu-o para fora da aldeia; e cuspindo-lhe nos olhos, pôs as mãos sobre ele, e perguntou-lhe: Vês alguma coisa? Este, elevando os olhos, respondeu: Vejo os homens, porque, como árvores, os percebo andando. Então lhe pôs outra vez as mãos sobre os olhos; e ele olhando atentamente, ficou são; e distinguia tudo com clareza. Depois o mandou para sua casa e disse: Não entres nem na aldeia. " (Marcos, VIII, 22-26)

Betsaida, cidade da Palestina, da tribo de Zabulon, próxima de Cafarnaum e perto da margem ocidental do Lago Genesaré. Betsaida significa literalmente a "região da pesca". Foi a pátria dos discípulos de Jesus - Pedro, André e Filipe. Betsaida foi uma das cidades da Palestina em que Jesus operou os maiores e mais numerosos prodígios, e cuja população foi a mais endurecida e obstinada em não seguir os ditames do Mestre. Parecia uma gente que se limitava a observar "milagres" e a pedir "prodígios".

Pela narração de Marcos vemos que logo que Jesus chegou a Betsaida com seus discípulos, trouxeram-lhe um cego e lhe pediram que o tocasse. Jesus acedeu à solicitação, mas conduziu o paciente para fora da aldeia, longe do contacto com os curiosos que se limitavam a ver novidades. Aliás, o Mestre agia sempre desse modo quando julgava por bem restituir a saúde a um enfermo. O meio tem considerável influência nestas manifestações que requerem ambiente especial para que o sucesso seja como se deseja.

Assim, "fora da aldeia", o Divino Médico, tirando dos seus próprios lábios o remédio que deveria vitalizar as células componentes do aparelho óptico, aplicou-o aos olhos do cego, impôs depois sobre ele suas puríssimas mãos portadoras do veículo magnético do Amor, e perguntou-lhe: "Vês alguma coisa?"

Como sói acontecer a todos os cegos que recuperam repentinamente a vista, os objetos lhe pareceram muito maiores e ele viu os homens andando, mas de tamanho desmesurado; pelo que respondeu: "Vejo os homens como as árvores e os percebo andando".

Jesus então, desta vez, pôs novamente suas mãos nele, mas sobre os olhos e, restabelecido, o oprimido disse distinguir tudo com clareza. Esta cura não foi instantânea, mas precisou de ações reiteradas de fluidos magnéticos, como se nota atualmente no tratamento pelo Magnetismo.

Entretanto, colhemos uma lição de inestimável proveito em tudo isso, e refere-se à passagem do Espírito, da materialidade em que está, para a espiritualidade, da ignorância para a sabedoria, das trevas para a luz. Ele não adquire, como o cego não adquiriu, repentinamente a vidência da Verdade; passa por um estado de confusão, assim como o cego - vendo, mas vendo homens como árvores, até que possa distinguir claramente a realidade.

O materialista, o católico, o protestante, em sua ignorância das coisas espirituais, ao transporem a cegueira da negação ou dos dogmas que os oprimem, não ficam de posse instantânea da Verdade Espírita. E' como um edifício, que não pode ser retirado de momento do lugar que ocupa, e ser substituído por outro edifício novo de mais fortaleza e estética. Tem de ser derribado, e os escombros removidos para que ao novo edifício seja dado um alicerce adequado e sólido.

E enquanto se efetua esse trabalho de transformação, há uma certa confusão de cal, areia, cimento, pedras, tijolos, telhas, madeira, ferro, sem que o arquiteto posso colocar, combinar tudo em seus lugares. Só depois de todo o trabalho, que demora algum tempo, é que o novo edifício aparece, segundo o plano traçado anteriormente.

Finalmente, a lição da cura do cego é a lição do triunfo da Verdade na sua luta contra a falsidade. Ela deixa ver, ao mesmo tempo, que Jesus, seja no plano físico, seja na esfera espiritual, veio tirar o homem do abismo das trevas para a região da luz, e bem-aventurados serão aqueles que, dóceis à ação do Mestre, conseguirem, como o "cego de Betasaída", a visão do mundo com suas aparências enganadoras e a visão das coisas espirituais com suas claridades e esplendores.

Mas é complemento objetivo, condição terminante, tanto ao cego o corpo como ao cego da alma, não voltar mais à aldeia em que estava: "Vai para a tua casa; na aldeia nem entres".

Cairbar Schutel

A CURA DE UM CEGO EM BETSAÍDA

Analisando as curas de Jesus - A cura de um cego em Betsaída

A CURA DE UM CEGO EM BETSAÍDA


Conforme tradução da Bíblia Sagrada de Ferreira de Almeida.

Como actuam os médicos na terra ?Será que os doentes,com diferentes doenças recebem todos o mesmo medicamento?ou cada caso é um caso? Não será o que Jesus fez?

Analisemos as curas de Jesus.

Porquê Jesus não cura os cegos da mesma maneira?

Como actuou o guia e modelo da humanidade.


Jesus jamais encetou qualquer ritual.





A CURA DE UM CEGO EM BETSAÍDA

(Marcos 8, vs. 22-26)

E chegou a Betsaida; e trouxeram um cego,e rogando-lhe que lhe tocasse...

E, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia : e, cuspindo-lhe nos olhos, e impondo-lhe as mãos,perguntou-lhe se via alguma coisa.


E, levantando ele os olhos,disse:-Vejo os homens ;pois os vejo como árvores que andam.

Depois tornou-lhe a pôr-lhe as mãos nos olhos, olhando firmemente, ficou restabelecido , e já via ao longe,e distintamente, a todas. E mandou-o para sua casa , dizendo: não entres na aldeia.


Analisando a cura do cego em Betsaida, concluímos que cada ser é um caso e que cada caso tem que ser tratado da forma adequada, embora lhe pedissem para impor as mãos, ele não o fez no momento, com também o levou para fora da aldeia e aplicando-lhe saliva nos olhos, Jesus impondo-lhe as mãos perguntou-lhe afinal, vê alguma coisa? Vejo homens como árvores, respondeu o cego, jesus desta vez não impôs as mãos, pôs-lhe as mãos nos olhos, e ele passou a ver claramente. Note-se a aplicação das mãos são feitas sobre o orgão doente.

Note-se a riqueza de detalhes nesta cura efectuada por Jesus.

Cura em cinco actos.

1º-Leva-lo para fora da aldeia; situação que era pertinente para a sua cura.

2º-Pôs-lhe a saliva nos olhos.

3º-Como a imposição de mãos não resultou.

4º-Pôs-lhe as mãos nos olhos.

5º-Depois de curado,recomendou-lhe, não entre na aldeia.

Os Espíritos esclarecem: “A prática do bem pode assumir as fórmulas mais diversas. Sua essência, porém, é sempre a mesma diante do Senhor.” (Emmanuel, O Consolador, perg.100).

Nota: Onde se explica que deve-se simplesmente imposição de mãos?

Note: As criaturas que se acercavam de Jesus a pedirem auxilio para os enfermos,não me parecem estar ligados a antigas correntes espiritualistas como a opinião de José Herculano Pires, segundo os relatos bíblicos, o que eles pediam é que Jesus fizesse imposição de mãos, era o que ele na maior parte das vezes não fazia .

O Cego de Betsaida - Slides FEB

http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/08/Mod-4-Rot-2-O-cego-de-Betsaida1.pdf

O Cego de Betsaida - EADE

http://ocaminho.com.br/ocaminho/Tematica/EE/Estudos/EadeP1T2P1M4R2.htm

O cego de Betsaida - slide de palestra

http://www.slideshare.net/aeakonline/a-cura-do-cego-de-betsida

domingo, 29 de setembro de 2013

responsabilidade com sua cura

( responsabilidade com sua cura)

Recorre aos templos e grupos de socorro em busca da orientação e do alívio. Solicite a Deus o apoio de que tanto carece. Utilize os esplendorosos recursos da misericórdia celeste em favor de sua cura. Desabafe, instrua-se, revigore-se na oração, refaça as suas energias.
Todavia, recorde que nenhuma enfermaria foi criada para restituir a saúde. O leito acolhedor é fonte de recomposição nos instantes agudos da dor e da doença.
Peça, alivie-se e cuide para não transferir responsabilidades que a você competem no exercício de cada dia, em favor de sua recuperação definitiva.
Vai e não peques mais é o convite para você assumir o desafio de sua cura, compreendendo claramente que, se necessita de arrimo, chegará o momento no qual será chamado, igualmente, a oferecer a mão amiga e o ouvido atento, a palavra sábia e a atitude fraterna.
A migalha que já podemos ofertar é sem dúvida, o tributo mais valoroso que podemos oferecer à vida na busca da cura pessoal.

Wanderley Oliveira
( pelo Espírito Ermance Dufaux )
(ao repassar a mensagem mantenha os créditos do autor)

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

No Trato Com os Outros


"A origem do mal reside no egoísmo e
no orgulho; os abusos de toda espécie
cessarão quando os homens se regerem
pela lei da caridade."
Alan Kardec

(E.S.E. Cap.XVI ltem X).



Conserve a paciência com aqueles que não aplicam a solicitude no trato com você. Recorde que a enfermidade pode estar a minar-lhes o organismo.

Quando alguém admoestá-lo, mesmo injustamente, silencie e desculpe. Deixe, que a vida se encarregará de colocar os pretensiosos em seus devidos lugares.

Se a intriga dificultar-lhe os bons propósitos, não lhe confira a honra de sua revolta. Quase sempre o intrigante é colhido nas malhas da rede que tece.

Procure entender a explicação deficiente que o amigo lhe dá. Ele não dispõe de melhores recursos de expressão.

Quando convidado a opinar em assunto que desconhece, afirme sua ignorância sobre o caso. Melhor é apresentar-se com simplicidade do que informar erradamente.

Se o interlocutor, magoado com a força de seu argumento, deixa bruscamente o tema da palestra, cale e desculpe-se. É provável que ele não se encontre preparado para a lógica das argumentações seguras.

Insista no auxílio, mesmo que este seja feito com o silêncio de sua intenção superior. O recalcitrante é infeliz pela própria organização nervosa que lhe aciona a vida.

Quando constrangido a arbitrar entre discutidores, a melhor posição é a humildade. Cada antagonista conta com a certeza da vitória para a opinião que defende. Passado o calor do debate, exponha com naturalidade seu pensamento.

Se a informação solicitada demorar em ser atendida, guarde calma e repita o pedido. Talvez seu interpelado seja surdo.

Há comezinhos incidentes no trato com os homens que, evitados, realizam a paz em todos os corações.

Cultive a confiança, na serenidade, e caminhará com segurança, no trato com os outros.


Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Glossário Espírita-Cristão.
Ditado pelo Espírito Marco Prisco.
4a edição. Salvador, BA: LEAL, 1993.

domingo, 22 de setembro de 2013

Informações sobre o suicídio

http://pt.scribd.com/doc/169096647/SUICIDIO

QUANDO VOCÊ NÃO SE COLOCA COMO A PESSOA MAIS IMPORTANTE DA SUA VIDA

QUANDO VOCÊ NÃO SE COLOCA COMO A PESSOA MAIS IMPORTANTE DA SUA VIDA

Wanderley Oliveira   _____________________________________________________

Você vai experimentar a sensação de passar aos outros muitos sentimentos que ainda não consegue para você mesmo, tais como a alegria, o perdão, o otimismo, a fé e outros tantos.
Você vai agir como se fosse possível mudar as pessoas que você ama, esperando delas o que nem você mesmo consegue fazer com você.
Você será escravo da crença do amor prepotente, aquela que leva a crer que por amar alguém existe a obrigação de salvá-lo e de tirá-lo de todos os problemas.
Você se sentirá responsável pelas atitudes das pessoas que ama.
Você confiará de forma ilimitada nas pessoas que acredita amar e será abusado, trocado e passado para trás.

Quando você colocar alguém como a pessoa mais importante da sua vida do que você mesmo, o tempo vai te mostrar que isso é a fonte geradora da maioria das mágoas, decepções, traições, trapaças, acomodações e ódios.
Se você tentar amar alguém mais do que a você mesmo, fará tudo que puder e que não puder por quem ama, e não se sentirá merecedor do bem e das coisas boas que oferece a eles, vivendo de sacrifícios, penúria e carência.

O amor para com o próximo é, sem dúvida, fonte iluminada de saúde, paz e cura, entretanto, quando você se movimenta sem a proteção do autoamor, esse amor ao próximo vai te machucar e está sujeito a dores e sofrimentos evitáveis.
Assuma definitivamente que a pessoa mais importante da sua vida é você. Sabe qual o resultado disso?
O resultado é que dessa forma você será alguém melhor também para todos à sua volta e estará sempre de posse da sua integridade, da sua felicidade e da sua paz.

Não sobrecarregue a ninguém com a ingrata responsabilidade de te fazer feliz. AME-SE.

sábado, 21 de setembro de 2013

As Tristes Consequências do Suicídio

As Tristes Consequências do Suicídio


Volta e meia aparece na mídia alguma reportagem sobre o suicídio, suas causas, consequências, repercussões sociais... Especialistas tecem conjecturas sobre o que leva as pessoas a se suicidarem e o que as impede, e assim vai.

Triste que poucas vezes vejamos os ensinamentos espíritas serem trazidos à tona nessas ocasiões. Desde a Codificação, ou seja, há mais de 150 anos, o Espiritismo nos traz boas respostas sobre causas e consequências do suicídio, valendo-se de métodos que a Ciência tradicional jamais admitiria, como ouvir os próprios suicidas, do lado de lá, a nos revelarem a sua situação "post mortem".

Livro dos Espíritos discorre amplamente sobre o suicídio na visão espírita. Vejamos alguns dos pontos mais relevantes:
944 O homem tem o direito de dispor de sua própria vida?
– Não, apenas Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão dessa lei.

946 O que pensar do suicida que tem por objetivo escapar das misérias e decepções deste mundo?
– Pobres Espíritos, que não têm coragem de suportar as misérias da existência! Deus ajuda aqueles que sofrem, e não aos que não têm força nem coragem. As aflições da vida são provas ou expiações; felizes aqueles que as suportam sem queixas, porque serão recompensados! [...]

950 O que pensar daquele que tira a própria vida na esperança de atingir mais cedo uma vida melhor?
– Outra loucura! Se fizer o bem a atingirá mais cedo. Pelo suicídio retarda sua entrada num mundo melhor, e ele mesmo pedirá para vir terminar essa vida que encurtou por uma falsa idéia. Um erro, seja qual for, nunca abre o santuário dos eleitos.

Livro dos Espíritos, assim, deixa claro que o suicídio nunca é a saída para nenhum tipo de problema. Não resolve nenhuma situação, não afasta nenhum mal. Pelo contrário: sempre piora a situação que o suicida visava resolver por meio do suicídio.

Se pretendia fugir ao sofrimento, se verá com as mesmas antigas dores, no mundo espiritual, e outras mais ainda, aquelas causadas pelo suicídio. Seu sofrimento aumenta ao ver que não pôde pôr fim à sua existência, constatando que terá que continuar sofrendo, e agora com mais severidade, pois cometeu outra grande falta.

Se pretendia reencontrar um ente querido, demorará mais ainda a vê-lo, ficando necessariamente afastado deste ente no plano espiritual. Isto lhe será imposto como castigo, por ter antecipado a própria morte, mostrando desprezo pelo bem sublime que lhe fora dado por Deus, a vida corpórea, meio necessário a tantos aprendizados e tarefas da maior importância.

Temos vários exemplos como esse, contados pelos próprios suicidas, por meio de médiuns, no belíssimo livro O Céu e o Inferno, de Allan Kardec.

Além disso, o Evangelho Segundo o Espiritismo também nos adverte contra as nefastas consequências para os suicidas:
Capítulo 5 - BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS

"O Suicídio e a Loucura"
17 
Para contrapor-se à idéia do suicídio, o espírita tem vários motivos: a certeza de uma vida futura, na qual ele sabe que será muito mais feliz quanto mais confiante e resignado tenha sido na Terra; a certeza de que, ao encurtar sua vida, alcançará um resultado completamente oposto daquele que esperava, porque liberta-se de um mal para entrar num outro pior, mais longo e mais terrível; que se engana ao acreditar que, por se matar, chegará mais rápido ao Céu, e, além de tudo, o suicídio também é um obstáculo para que ele se reúna às pessoas de sua afeição, que esperava reencontrar no outro mundo. Daí a conseqüência de que o suicídio, dando-lhe apenas decepções, está contra os seus interesses.

A reprovação do suicídio decorre de sua essência mesmo. Trata-se de um ato que põe fim antecipado a uma existência que, como todas as outras, estava destinada a provações e expiações, a crescimento e aprendizado, a tentar, errar, aprender, ajudar ao próximo e a si mesmo... Daí a sua essência infeliz.

Mas não percamos as esperanças e a fé nunca! Nem tudo está perdido, jamais, nem mesmo para os suicidas, graças a Deus!

Nosso Pai Celestial, fonte infinita da mais pura Bondade e Amor, sempre dará novas oportunidades aos irmãos suicidas, facilitando a depuração do seu ser, sua evolução e melhoria dos seus sentimentos e da sua fé.

Assim é que a todos sempre se dará nova chance, a seu tempo! O tempo pode ser mais ou menos longo; a jornada até lá, pode ser mais ou menos difícil; mas todos, invariavelmente todos mesmo, conseguirão erguer seus espíritos à categoria de pureza e bondade sublime a que todos aspiramos.

Seja você parente, amigo ou colega de um suicida, ou seja você alguém que um dia já pensou ou pensa em tirar a própria vida, não desanime e não perca sua fé jamais! Confie em Deus, ore sempre, ore com o seu coração, e Ele sempre lhe dará, imediatamente, o amparo e a luz de que você precisar.

Ore livremente, com o seu coração e com suas próprias palavras. O seu sentimento verdadeiro é sempre o mais importante! Se precisar, no entanto, de ajuda para a sua oração, sugiro a prece 72 do Evangelho Segundo o Espiritismo:
Prece Por um suicida

Sabemos, Senhor, meu Deus, o destino reservado àqueles que violam vossas leis ao encurtar voluntariamente seus dias; mas sabemos também que vossa misericórdia é infinita: dignai-vos estendê-la sobre a alma de ... Possam nossas preces e vossa piedade suavizar a amargura dos sofrimentos que suporta por não ter tido a coragem de esperar o fim de suas provas!

Bons Espíritos, cuja missão é ajudar aos infelizes, tomai-o sob vossa proteção, inspirai-lhe o arrependimento por sua falta, e que vossa assistência lhe dê a força para suportar com mais resignação as novas provas que terá de passar para repará-la. Afastai dele os maus Espíritos que poderiam levá-lo novamente para o mal e prolongar seus sofrimentos, fazendo-o perder o fruto de suas futuras provas.

Vós, cuja infelicidade é o motivo das nossas preces, que possa nossa compaixão suavizar a amargura e fazer nascer em vós a esperança de um futuro melhor! Esse futuro está em vossas mãos; confiai-vos à bondade de Deus, cujos braços sempre estão abertos a todos os arrependimentos, e só permanecem fechados aos corações endurecidos.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

PROVÁVEIS EFEITOS DO AMOR AO PRÓXIMO SEM AUTOAMOR

PROVÁVEIS EFEITOS DO AMOR AO PRÓXIMO SEM AUTOAMOR.
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Segue uma pequena lista do que vai junto com nosso amor aos outros, quando não cuidamos de construir o amor a si mesmo: medos frustrações, insegurança, arrogância, carências, angústias, mágoas e muitas dores emocionais.
A forma como você se trata, também será a forma como vai tratar seus amores. Naquele ponto em que você não está bem na relação consigo próprio, isso vai surgir na sua vida de relação de formas variadas e prejudiciais. E o pior é que, quase sempre, por falta de consciência dessa ausência de autoamor, você vai responsabilizar as pessoas que ama pelas coisas que você sente.
A forma como você se trata cria uma vibração, um campo energético, entre você e as pessoas. Se você se trai o tempo todo, sendo infiel com seus gostos, com seu querer e com suas necessidades, isso poderá trazer a traição para seus relacionamentos afetivos com filhos, maridos, esposas e outros. Quem não aprendeu a dizer NÃO será traído de alguma forma. Há várias formas de traição.
Pessoas que não se tratam com autoamor tendem a assumir o papel de tomadores de conta da vida de quem ama, e isso estraga muitas relações que poderiam ser ótimas.
Se você tem medo de ser rejeitado, sua relação de amor será assombrada pela necessidade de agradar para não perder o carinho de alguém.
Se você tem uma frustração na existência, isso vai aparecer no amor como cobrança e rigidez para com a pessoa amada, afim de que ela não tropece no mesmo caminho.
Quando amamos alguém sem vencer nossa solidão e carência, vamos esperar demais da companhia do outro exigindo de modo exagerado mimos, reconhecimento e presença.
Quando você é perfeccionista e espera demais de si, isso vai te levar a um relacionamento amoroso repleto de mágoas porque ninguém vai atender totalmente às suas expectativas superdimensionadas.
Quando você é uma pessoa muito disponível na relação, gosta de ajudar a todos e assume uma postura de excessiva bondade, sua convivência afetiva será atormentada pela mania de controlar.
Se você sente muita culpa vai tentar gerenciar a vida de quem ama para que ele não sinta o mesmo.
Se você é uma pessoa muito agressiva com você, certamente isso vai refletir nos seus relacionamentos, sua forma de amar será cheia de mau humor, rigidez e desrespeito.
Quando você não está bem com você, suas relações de amor vão refletir sua doença, sua dor, suas imperfeições.
Se você não quer ou não da conta de resolver seus tormentos pessoais, corre um risco de transferir a quem ama essa tarefa ingrata de te fazer feliz. É isso é uma mentira. Ninguém tem esse poder todo a não ser você.
Portanto, quando dizemos que amamos alguém sem amor a si mesmo, o amor que damos aos outros será sempre sufocado pelas nossas próprias limitações e trapaças emocionais.
Continue amando do jeito que você da conta, mas procura logo a ajuda profissional se você não está dando conta de se tratar com bondade e carinho, porque senão os afetos da sua vida vão sofrer muito com suas angústias e doenças emocionais.
Em meu trabalho profissional desenvolvi métodos e técnicas especializadas de desenvolvimento do autoamor.

Conheça meu trabalho em www.wanderleyoliveira.com.br

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Consciência e Evolução

Consciência e Evolução

O despertar da consciência faculta a responsabilidade a respeito dos atos, face ao desabrochar dos códigos divinos que jazem em germe no ser.

Criado simples e ignorante , o espírito tem como fatalidade a perfeição que lhe está destinada. Alcançá-la com rapidez ou demorar-se por consegui-la, depende da sua vontade , do seu livre-arbítrio.

Passando pela fieira da ignorância , adquiriu experiências mediante as quais pode discernir entre o que deve e o que lhe não é lícito realizar, optando pelas ações que lhe proporcionem ventura, bem-estar, sem os efeitos perniciosos, aqueles que se tornam desgastantes, afligentes.

Desse modo, torna-se responsável pelo seu destino, que está a construir, modificar, por meio das decisões e atitudes que se permita.

O bem é-lhe o fanal , e este se constitui de tudo aquilo que é conforme as leis de Deus, que são naturais, vigentes em toda parte.

A herança da ignorância primitiva prende-o no mal, que é contrário à lei de progresso, não , porém, retendo-o indefinidamente e impossibilitando-o de ser feliz.

Cumpre-lhe , portanto envidar esforços e romper os elos com a retaguarda, avançando nas experiências
iluminativas, a principio com dificuldade, face à viciação instalada, para depois acelerar os mecanismos de desenvolvimento, por força mesmo do prazer e alegria fruídos.

Lentamente, em razão da própria consciência, descobre os tesouros preciosos que lhe estão à disposição e dos quais pode utilizar-se com infinitos benefícios.

Saúde e doença , paz e conflito, alegria e tristeza podem ser elegidos através do discernimento que guia as ações. Sem essa claridade, os estados negativos tornam-se-lhe habituais e, mesmo quando estabelecidos, podem alterar-se através do empenho empregado para vence-los.

Nunca te entregues à desesperança, ao abandono. Não és uma pedra solta, no leito do rio do destino, a rolar incessantemente. Tens uma meta, que te aguarda e que alcançarás.

Penetra-te , mediante a reflexão, e descobre as tuas incalculáveis possibilidades de realização. 

Afirma-te o bem , a fim que o seu germe em ti fecunde e cresça. Serás o que penses e planejes, pois que da tua mente e do sentimento procedem os valores que são cultivados.

O teu estado natural é saúde. As enfermidades são os acidentes de trânsito das ações negativas, propiciando-te reabilitação. È indispensável manteres atenção e cuidado na conduta do veículo carnal.

Assim , pensa no bem-estar, anela-o, estimulando-o com realizações corretas.

A tua constituição é harmônica. Os desequilíbrios são ocorrências, na corrente elétrica do teu sistema nervoso, por distorção de carga que as sensações cultivadas proporcionam . Mantém os interruptores da
vigilância ligados, a fim de que impeçam as altas voltagens que os produzem.

Em tua origem és luz avançando para a grande luz. Só há sombras porque ainda não te dispuseste a movimentar os poderosos geradores de energia adormecida no teu interior. Faze claridade, iniciando com a chispa da boa vontade e deixando-a crescer até alcançar toda a potência de que dispõe.

O amor é o teu caminho, porque procede de Deus, que te criou. Desse modo verticaliza as tuas aspirações e agiganta os teus sentimentos na direção da causalidade primeira.

Tudo podes, se quiseres.

Tudo lograrás se te dispuseres.

Buscando penetrar na ordem das divinas leis que propiciam o entendimento da vida, ALLAN KARDEC interrogou as venerandas entidades, conforme registrou na questão 117 de O Livro dos Espíritos : Depende dos espíritos o progredirem mais ou menos rapidamente para a perfeição ?

Certamente. Eles a alcançam mais ou menos rápido conforme o desejo que têm de alcança-la e a submissão que testemunham à vontade de Deus. Uma criança dócil não se instrui mais depressa do que outra recalcitrante?

Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Momentos de Consciência

Saúde e Consciência

A fim de que a pessoa adquira ou preserve a saúde é necessária a conscientização de si mesmo, da sua maneira de ser.

Normalmente, por hábito vicioso, prefere e aceita os estados negativos e alterados de comportamento com os quais a consciência anseia, abrindo espaço para as doenças.

Permite-se, desse modo, a raiva, o ciúme, a queixa, a ansiedade, e tomba em depressões injustificáveis que são as portas de acesso a enfermidades variadas.

Os sinais de alarme em torno da situação surgem quando você deseja:

pedir desculpas por uma reação infeliz e não consegue fazê-lo;

recomeçar uma tarefa que a ira interrompeu e sente dificuldade;

abraçar alguém inamistoso e se vê impedido;

discutir um assunto desagradável e é tomado por um silêncio constrangedor;

quando você deseja iniciar uma conversação e se sente incapaz ou desinteressado.

Há sinais de alarme quando você permanecer acordado remoendo um problema inquietante;

continuar ansioso, mesmo quando não há uma razão plausível;

não conseguir dirigir palavras gentis a uma pessoa querida;

sentir-se trêmulo ou deprimido, diante de alguém que lhe parece superior;

considerar-se diminuído no meio social no qual se movimenta.

Esses estados e outros mais, caracterizam estados predisponentes às doenças.

A aceitação dessas circunstâncias significa que a pessoa prefere a infelicidade à harmonia.

Cultivando esses estados, bloqueia-se a consciência, que se entorpece, voltando a um estágio inferior, à sensação que ainda lhe predomina no processo evolutivo.

Toda pessoa é livre para escolher entre a saúde ou a doença. Cabe à consciência agir com liberdade profunda, isto é, a opção de ser feliz.

Comece por se desfazer dos padrões mentais negativos, condicionados à aceitação dos comportamentos doentios.

O treinamento de novas maneiras de pensar, baseados na ordem, no bem geral, na superação das próprias possibilidades, criará automatismos e reflexos que trabalharão pela sua harmonia e saúde.

É necessário assumir o controle de si mesmo, o que equivale dizer, à conscientização, esse estágio superior no qual a emoção conduz a sensação.

Infinitas mensagens são dirigidas da mente ao corpo, produzindo hábitos que se enraizarão, substituindo aqueles que geram desarmonia e doença.

Pode parecer difícil sair de uma situação desgastante para outra agradável. E é, realmente.

No entanto, toda aprendizagem exige a repetição da experiência até a sua fixação em definitivo.

Do mesmo modo, a aquisição de valores e padrões de felicidade vai além do simples querer, para adentrar os caminhos do conseguir.

*   *   *

A tecnologia deu seu mais expressivo salto quando três jovens cientistas americanos descobriram o transistor, miniaturizando peças e equipamentos que aceleram o progresso da civilização.

Não medir esforços para a aquisição da saúde, mediante a consciência do dever para consigo mesmo, é o desafio a enfrentar e vencer, através das pequenas peças do sacrifício, perseverança e do trabalho.

Com esse esforço você irá desfrutar de consciência, saúde e paz.

Pense nisso!



Redação do Momento Espírita, com base no cap. 5, do livro Momentos de consciência, pelo Espírito  Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 22.08.2011.

O Despertar da Consciência

O Despertar da Consciência

A doutrina espírita, desde o seu advento até os dias atuais, promove no homem uma revolução interior revelando-nos como seres de infinitos potenciais e preparando-nos para a chegada dos novos tempos, no qual o homem conscientiza-se, modifica-se interiormente e ruma à própria auto-iluminação.
Cabe a cada um de nós separar o joio, que se encontra depositado nos celeiros do nosso íntimo na forma de nossas imperfeições e vicissitudes, tais como o orgulho, o egoísmo, etc., para que assim possamos cultivar o trigo, que irá fermentar o amor fraternal latente em toda criatura humana, transformando o ser num homem novo que almeja a Luz Crística. Para tanto, cabe a cada um de nós estarmos vigilantes, pois o Evangelho convida a todos a estarmos adequadamente trajados para o (1)festim de núpcias.
Desde a mais remota antiguidade, as vozes proféticas já anunciavam novos caminhos, os quais Jesus deu cumprimento através de sua lei, completando os preceitos da fé ancestral e iluminando almas adormecidas com o seu amor e com a luz da boa nova. Posteriormente, a doutrina espírita, por sua vez, resplandeceu através das célebres (2)comunicações que despertaram as mais variadas consciências, ecoando desde os simples casebres aos respeitados palácios.
O (3)Mestre Lionês, ao assumir a missão (4)consoladora, daria início, então, à era da consciência, na qual o homem lançar-se-ia a uma jornada épica pelos caminhos da própria conquista interior. Nesse sentido, o espiritismo nos enseja ao auto-descobrimento, sendo este um caminho que iremos extrair do elixir da vida eterna, pois (5)“conhecereis a verdade, e a verdade vos tornará livres”. Assim é Cristo pulsando em nós para retomarmos a estrada de damasco!
O homem aflora para o despertar da consciência, transformando-se no “Homem Integral”, que se verá livre de suas próprias amarras interiores. Sejamos nós candidatos voluntários a esta nova era de luz e testemunhemos a voz do Cristo ecoando em nosso âmago: (6)“quem crê em mim fará as obras que eu faço e fará ainda maiores do que estas”.

*“Essa lei é revelada pelos espíritos do Senhor, hoje que o homem está maduro para compreender”.
*Evangelho Segundo Espiritismo – Cap. XXVII, item 20.

José Antonio da Cruz, Catanduva-SP
02/01/2011

Referências:
(1) E.S.E – Cap. XVIII. Item 1.
(1) Bíblia – São Matheus Cap. XXII, vv. 1 a 14.
(2) Livro dos Espíritos: Introdução e Livro dos Médiuns (Allan Kardec).
(2) História do Espiritismo (Arthur Conan Doyle).
(3) Referência a Allan Kardec.
(4) E. S. E – Cap. VI. Item 3.
(4) Bíblia – João Cap. 14, vv. 15 a 17 e 26.
(5) Bíblia – João Cap. 8, v. 32 .
(6) Bíblia – João Cap. 14, v 12.
Leitura recomendada: E. S. E – Cap. II. Meu Reino Não é Deste Mundo.

O Despertar da Consciência

O Despertar da Consciência


Sônia Theodoro da Silva

O grande pensador da antiguidade, Pitágoras, afirmava que a Terra era a morada da opinião.

Poderíamos asseverar que, se em sua época havia esse reconhecimento, hoje não estamos distante dessa definição. Aproximando-nos dela cada vez mais, distanciamo-nos do processo mais importante e sugestivo que já surgiu entre nós, também trazido por um sábio, que pautava o desenvolvimento do conhecimento a partir do próprio homem. Esse sábio, Sócrates, humilde pela concepção de Jesus pois os verdadeiros  humildes não têm necessidade de agir como “fortes” já  que reconhecem em si mesmos uma parcela  de  divindade  através  do exercício das virtudes latentes, ensinava, ou melhor,  guiava os seus  seguidores  e  ouvintes através dos caminhos ásperos da opinião, até o reconhecimento de que  os  seres  humanos  muito sabiam dos outros, porém, pouco ou nada sabiam de si mesmos.

   O conceito e a ironia socratianos, aplicados no desenvolvimento do verdadeiro e mais profundo de todos os conhecimentos, o saber de si, conduzia o pensamento e o raciocínio, de forma natural, a um outro momento: conheça-se  depois seja sincero com o que descobriu. A humanidade atual parece estar atravessando por esse processo; e é aí que surgem os desvios de rota. O ser humano habituou-se a reduzir a compreensão das coisas às percepções da própria mente, pois é difícil romper com as estruturas de referência e permitir que o Espírito efetue saltos qualitativos para outras dimensões de conhecimento, transcendendo aos limites impostos por vidas  de  pensamento estruturado.

    Foi isso o que o prof. Rivail, futuro Allan Kardec, realizou. Ao ser informado dos fenômenos que ocorriam em todo o mundo, em particular na França, em Paris, mas conhecedor das leis do magnetismo e da inconsequente utilização de seus mecanismos nas mãos de ilusionistas para espetáculos de lazer, transcende a si próprio e às estruturas de saber lineares de sua época, dá um salto de qualidade e vai ao encontro da maior proposta que um ser humano poderia receber: a realização efetiva da própria missão, certamente aceita na vida espiritual, porém passível de alterações oriundas de seu próprio arbítrio, de trazer à consciência humana, de forma despojada de atavismos religiosos, a sua verdadeira e real natureza, a espiritual, com todos os seus desdobramentos.
Isso implicaria em assumir um trabalho de peso, em que o discernimento, a impessoalidade e a renúncia estariam presentes a todo instante, exigindo de si doação plena, trabalho intenso, firmeza e coragem constantes.
   A humildade do grande sábio, aquela que lhe revela que o conhecimento real é vastíssimo e que nunca abarca uma só existência, manifesta-se em Rivail e ele então conclui a fase do trabalho imenso que lhe competia, legando, aos que chamou de “espíritas” (palavra nova no vocabulário de então), uma herança grandiosa, verdadeira e que nunca poderia estar sujeita às opiniões transitórias, muito embora estivessem embasadas em níveis de intelectualidade possivelmente invejáveis, porém sempre circunscritas e condicionadas à evolução temporal de quem as elabora, e, portanto, restritivas, limitantes e limitadoras. Assim, o caminho já estava traçado. Liberto das arestas reducionistas, o processo socrático precursor consolida, assim, a rota firme e segura pela qual o ser humano poderia transitar sem receios.
    O autoconhecimento, através da bússola espírita, revelaria ao ser humano que ele evolui em espiral ascendente, perpetuamente, e que, portanto, se bem compreendido, poderia livrá-lo do medo. Livre do medo, acabaria com o ódio. Livre do ódio, estaria livre da ganância, da inveja, da guerra, do ímpeto de matar, de destruir. Ele, o medo, necessário à conservação da vida, quando patológico medo do fracasso, da dor, da morte, da humilhação, da solidão, do desamor, de si mesmo, e, em última análise, medo do medo é insidioso, manipulado e manipulador, instrumento de forças negativas e destrutivas que se impõe ao que se acovarda diante do convite que o autoconhecimento lhe propõe.
    Mensagem clara e enobrecedora, o Espiritismo postula a maiêutica socrática como método de autoconhecimento seguro ao alcance daquele que não teme conhecer-se para renovar-se, sair da caverna escura de seus erros de percepção de uma suposta realidade, a das aparências, para alcançar degraus mais altos, reabilitando-se junto às leis divinas conscienciais, sendo uno com o Pai tal como na promessa de Jesus.
     Joanna de Ângelis, em seu livro O Homem Integral (um dos livros da série psicológica, psicografado pelo querido irmão, o Professor Divaldo P. Franco) afirma que "o homem é um mamífero biossocial, construído para experiências e iniciativas constantes, renovadoras".  Portanto, pode-se afirmar que os indivíduos estão vivos para poderem interagir uns com os outros de forma positiva, isto é, de acordo com os ensinamentos de Jesus.
      Apesar disso, o homem, indivíduo social que é, geralmente toma decisões as quais não estão baseadas na moral Divina (L.  E., moral absoluta e imutável, a qual, muitas vezes, a moral dos homens na Terra não consegue vislumbrar). Em outras palavras, o homem, ao invés de agir em concordância com a Lei de Amor, passa, consciente, ou inconscientemente, a ser mais vulnerável, no qual as influências dos fatores externos (impostos pela  sociedade) dominam o seu comportamento.
E, dessa forma, as experiências, que deveriam ser renovadoras, passam a gerar transtornos em todos os níveis de sua vida: pessoal, familiar e profissional.
    Concluindo, somente quando o indivíduo passar a buscar ser o Homem no Mundo e deixar de ser o homem do mundo (vide item 10 do Capítulo XVII de O Evangelho Segundo o Espiritismo), ter-se-á uma sociedade melhor, porque cada indivíduo será melhor.  E independentemente dos valores da sociedade na qual se vive, vale lembrar: "todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém" (I Coríntios 6:12).


Sônia Theodoro da Silva é tradutora e graduanda em Filosofia, residente em São Paulo, Brasil, colabora na FEESP, Casas André Luiz  e escreve  para revistas e jornais espíritas.


Jornal de Estudos Psicológicos
Ano II N° 5 Julho e Agosto 2009
The Spiritist Psychological Society

O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA

O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA


                Despertar, acordar, levantar, referem-se à questão do adormecimento característico dos seres humanos. O processo da evolução se faz de inconsciência para a consciência, do estar para o ser, da razão para a intuição, do transitório para o permanente.
                Leon Denis afirmou que o ser dorme no mineral, sonha no vegetal, move-se no animal, desperta no hominal e sublima-se no angelical. Esse pensamento filosófico, relacionado com evolução/eternidade, é de fundamental importância para a compreensão de nosso progresso espiritual. As admoestações de Jesus Cristo, aos que não ouviam nem enxergavam, para que tivessem olhos de ver e ouvidos de ouvir, nada mais eram do que a mensagem do despertamento para a Vida Maior.
                Paulo não conclamava  as criaturas somente ao erguimento do corpo físico, mas também ao da visão interior de todas as almas imortais, com vistas à expansão da consciência de cada uma delas.
                Não podemos exigir que todos tenham a mesma visão, que todos tenham a mesma audição, porque entendemos a diversidade da compreensão humana.
                Somos almas com traços de caráter ainda diminutos em relação à autoconsciência, porém destinadas a uma lucidez interior cada vez maior rumo aos mundos superiores espalhados pelo Universo.
                Não nos esqueçamos de que no homem se encontra o microcosmo que, em síntese, é o retrato do macrocosmo. Tudo está em tudo, e todas as partes unidas fazem o todo.
                Não devemos voltar nossa atenção para modificar as coisas de fora, mas para acordar e aprimorar as coisas de dentro.
                Saiamos do estado de dormência, inconsciência e imobilidade espiritual em que transitamos e despertemos nossos potenciais internos. Quando despertamos nossa consciência, transformaremos o mundo em nós e perceberemos que não eram propriamente nossos conflitos que nos incomodavam, e sim a nossa maneira de vê-los.

UM MODO DE ENTENDER, UMA NOVA FORMA DE VIVER
Francisco do Espírito Santo Neto – Espírito Hammed                    

O despertar da consciência

O despertar da consciência

Richard Simonetti

Pergunta: O arrependimento se dá no estado corporal ou no estado espiritual?

Resposta: No estado espiritual; mas, também pode ocorrer no estado corporal quando bem compreendeis a diferença entre o bem e o mal.

Questão n° 990 do Livro dos Espíritos Podemos definir o arrependimento como a consciência de que fizemos algo errado, de que prejudicamos alguém ou a nós mesmos.

Implica em dor moral, tão profunda quanto a natureza de nossas faltas e o grau de nossa maturidade. Quanto mais evoluído, mais sofre o Espírito, ao avaliar a extensão dos prejuízos que causou a si mesmo ou ao semelhante.

Pode ocorrer na Terra, pelo exercício da razão. Exemplo típico: o indivíduo que parte para a violência em face de determinada contrariedade.

O marido traído, que mata a esposa...

A mãe que fere a criança ao castigá-la...

Depois o lamento:

- Ah! Meu Deus! Por que não me controlei!

Mais freqüentemente o arrependimento eclode no Plano Espiritual, quando o Espírito defronta-se com sofrimentos e desajustes decorrentes de suas iniciativas desatinadas.

No livro "Nosso Lar", psicografia de Francisco Cândido Xavier, o Espírito André Luiz, após reportar-se a dolorosas surpresas, em face de seu comprometimento com a inconseqüência nas lides humanas, faz dramático apelo:

- Oh! Amigos da Terra! Quantos de vós podereis evitar o caminho da amargura com o preparo dos campos interiores do coração? Acendei vossas luzes antes de atravessar a grande sombra. Buscai a verdade antes que a verdade vos surpreenda. Suai agora para não chorardes depois.

O arrependimento não redime. É apenas o primeiro passo na árdua jornada da reabilitação, em favor da qual não bastam penitências, ritos ou rezas. É de fundamental importância que o mal seja reparado.

Por isso, para os Espíritos mais amadurecidos, o arrependimento é sempre marcado por profundas transformações, a caminho de grandiosas realizações.

Paulo de Tarso, perseguidor implacável dos cristãos, articulador do processo que culminou com a morte de Estevão, o primeiro mártir do Cristianismo, experimentou o despertar da consciência no inesquecível encontro com Jesus, às portas de Damasco, e se transformou no grande arauto da mensagem evangélica.

Simão Pedro teve seu momento decisivo ao ver cumprida a previsão de Jesus, que lhe afirmou que o negaria três vezes antes que o galo cantasse, na fatídica madrugada que antecedeu o drama do calvário. A partir desse momento dedicou sua existência à causa cristã, sem jamais experimentar novas vacilações. E no grande testemunho a que foi convocado em Roma, condenado à cruz, enfrentou com serenidade seus algozes, pedindo para ser crucificado de cabeça para baixo, porquanto não se sentia digno de morrer como seu mestre.

Em Maria de Magdala temos o exemplo do missionário confundido pelas ilusões do Mundo, sob o domínio de cruéis perseguidores espirituais, até que o Cristo lhe descortinasse as excelências do Evangelho. Renovada, converteu-se em ardorosa seguidora dos princípios novos, acumulando méritos suficientes para ser ela própria a mensageira da ressurreição, aquela que primeiro viu Jesus, em gloriosa aparição, após a crucificação.

Forçoso reconhecer, entretanto, que o arrependimento sincero, de quem se conscientiza dos próprios enganos e se dispõe a uma guinada existencial, modificando seus rumos, não é fácil. O homem comum distrai-se de suas responsabilidades, sempre pronto a justificar seus desvios com intermináveis sofismas:

- Roubei, sim, e até matei, porque tinha fome - alega o criminoso esquecido das bênçãos do trabalho.

- Enriqueci, sim, mas com meu esforço, com o trabalho digno, sem prejudicar ninguém - proclama o industrial que explorou seus empregados e usou de especulações nos domínios de seus negócios.

- Bebo sim, mas para enfrentar os problemas da existência - explica o alcoólatra, sem atinar para o fato de que se transformou, ele próprio, num grande problema.

- Traí meu marido, sim, envolvi-me em aventuras extraconjugais, porque ele não me dava atenção - afirma a mulher displicente, a justificar sua irresponsabilidade.

Pessoas assim transitam pela vida de consciência anestesiada pela indiferença em relação aos valores morais, para somente despertarem no Plano Espiritual, quando se habilitam a longas e penosas jornadas de retificação.

Mostrando-nos por antecipação as realidades espirituais, a Doutrina Espírita representa o mais vigoroso apelo da Espiritualidade em favor da criatura humana, demonstrando ser imperioso que cogitemos dos valores mais nobres da existência, nos domínios da Verdade e do Bem.

No entanto, a mesma displicência moral que faz o delinqüente, o explorador, o viciado, o adúltero, induz o espírita a justificar suas omissões:

- O Espiritismo ensina que é preciso praticar a caridade, ajudar o próximo, participar de serviços assistenciais, mas não tenho tempo. Há a família, a profissão, os compromissos financeiros...

- O Espiritismo adverte que devo conter meus impulsos inferiores, mas não consigo. Sou um fraco...

- O Espiritismo orienta que devo harmonizar-me com os familiares. Impossível. São muito difíceis...

Há quem informe:

- Não posso proclamar-me espírita, porquanto tenho muitas mazelas...

Companheiros assim esperam pela virtude para serem espíritas. Ignoram deliberadamente que o espírita não é, necessariamente, um virtuoso. Apenas alguém disposto a assumir compromisso com a virtude.

Acomodados na superficialidade de suas convicções e na rotina de pálida participação em atividades espíritas, verificam, um dia, quando a morte impõe o balanço de sua existência, que tiveram tudo para caminhar mais depressa, para superar suas imperfeições e, no entanto, fizeram do conhecimento veiculado pelo Espiritismo um mero acréscimo de responsabilidade.

No livro "Voltei", psicografia de Francisco Cândido Xavier, o autor, Irmão Jacob, pseudônimo adotado por Frederico Figner, que durante muitos anos foi diretor da Federação Espírita Brasileira, adverte, dirigindo-se aos espíritas:

- Oh! Meus amigos do Espiritismo, que amamos tanto!

É para vocês - membros da grande família que tanto desejei servir - que grafei estas páginas, sem a presunção de convencer! Não se acreditem quitados com a Lei, por haverem atendido a pequeninos deveres de solidariedade humana, nem se suponham habilitados ao paraíso, por receberem a manifesta proteção de um amigo espiritual! Ajudem a si mesmos, no desempenho de suas obrigações evangélicas! Espiritismo não é somente a graça recebida, é também a necessidade de nos espiritualizarmos para as esferas superiores.

Falo-lhes hoje com experiência mais dilatada. Depois de muitos anos, nas lides da Doutrina Espírita, estou recompondo a aprendizagem, a fim de não ser o companheiro inadequado ou o servo inútil. Guardem a certeza de que o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo não é apenas um conjunto brilhante de ensinamentos sublimes para ser comentado em nossas doutrinações - é Código da Sabedoria Celestial, cujos dispositivos não podemos confundir.

O conhecimento espírita implica no compromisso de vivermos segundo seus princípios. De outra forma, o arrependimento mais tarde será apenas o inicio de inevitáveis e penosas jornadas de retificação, em busca do tempo perdido.

06-09-2001

NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA

NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA

De acordo com a visão da Psicologia Transpessoal, os seres hu­manos transitam na Terra em variados níveis de consci­ência. Simbolicamente, é como se todos nós estivéssemos vivos, fisiologicamente falando, mas poucos seriam os que se encontram despertos para a vida.

A percepção dos estados alterados da consciência ganhou campo através dos experimentos de Stanislav Grof e outros pesquisadores com a Dietilamida do Ácido Lisérgico, mais conhecida como LSD. Posteriormente, verificou-se que não era necessário o uso de drogas alucinógenas para produzir tais efeitos, mesmo porque havia o risco de gerar dependência, além dos danos irreversíveis no campo físico.

Vários sistemas foram elaborados para explicar os níveis de consciência, que variam desde o “sono” completo, até a consciência cósmica. Não se trata aqui do sono fisiológico, somente, mas do sono em relação às questões e possibilidades existenciais, muitas vezes adormecidas em nosso mundo inconsciente.

Dentre as formulações transpessoais, Joanna de Ângelis (em O Ser Consciente) faz uma análise a respeito dos estudos do bioquímico Robert De Ropp, que a partir das suas experiências com a indução de estados alterados de consciência, e tendo como base os paradigmas formulados por Gurdjieff, resumiu os níveis de consciência em cinco, que são:



1 – Consciência de sono sem sonhos

 Nesse estágio a pessoa vive basicamente para cumprir os fenômenos fisiológicos: comer, dormir, reproduzir-se e atender aos prazeres sensoriais vinculados ao ego. Na análise de Joanna de Ângelis, nesta fase “apenas os fenômenos orgânicos automáticos se exteriorizam, assim mesmo sem o conhecimento da consciência”.

 

2 – Consciência de sono com sonhos  

Nesse nível de consciência a elaboração onírica intensifica-se, demonstrando um maior diálogo entre consciência e inconsciente, proporcionando a liberação de inúmeros clichês. Ainda há preponderância dos desejos e pulsões controlando as ações do indivíduo, embora um suave despertar.

Atingindo esse patamar, estabelece a Benfeitora que “a realidade apresenta-se ainda difusa, cujos contornos perdem-se em vagos delineamentos que não lhe correspondem à exatidão”.



3 – Consciência de sono acordado – Identificação

Avalia Joanna de Ângelis que “a determinação pessoal, aliada à vontade, conduz o ser aos ideais de enobrecimento, à descoberta da finalidade da sua existência, às aspirações do que lhe é essencial.” À medida que amadurece as reflexões em torno desses postulados, avança para a próxima etapa.



4 – Transcendência do eu

O ser desidentifica-se da persona, do coletivo, e deixa-se conduzir pelo SELF, a personalidade maior. Quantos homens e mulheres entregaram suas vidas – a vida do ego – por ideais que vieram a beneficiar toda a humanidade? Dentre vários recordamos de Gandhi, que abdicando dos honorários rentáveis que a advocacia poderia lhe proporcionar, resolveu advogar por uma causa maior, muito além do ego. Suportou prisões, greves de fome e todo tipo de violência, e sem pegar em armas conseguiu promover um dos maiores exemplos de libertação de uma nação de que se tem notícia. Demonstrou que, além do ego, existem forças poderosas que podem mobilizar toda uma massa humana.



5 – Consciência Cósmica

Nesse nível o ser atinge a perfeita identificação com a consciência cósmica, com os ideais superiores da vida, da qual Jesus é o exemplo perfeito. Disse o Mestre (João 10: 30) - “Eu e o Pai somos Um” - o que não quer dizer que Jesus era Deus, como equivocadamente interpretaram algumas tradições religiosas. A sua consciência vinculava-se à consciência cósmica, por já haver cumprido todas as etapas evolutivas.

            Não será tão importante descobrir em qual estágio nos encontramos, nem mesmo utilizar-se de mecanismos artificiais para alcançar a plenitude. Necessário é prosseguir no processo de autoconhecimento, de forma ética e consciente, avançando a cada dia ao encontro da perfeição relativa que nos aguarda, até que finalmente possamos nos tornar unos com o Pai, seguindo os passos do nosso Mestre maior.



Obs.: O presente artigo é um resumo do capítulo escrito pelo próprio autor, que se encontra na obra Refletindo a alma: a psicologia espírita de Joanna de Ângelis – lançado pela LEAL Editora.

Uma tomada de consciência

Uma tomada de consciência
J. Herculano Pires


O apego ao contingente, ao imediato, apaga na consciência dos nossos dias o senso da responsabilidade espiritual. Nem mesmo a ronda constante da morte consegue arrancar o homem atual da embriaguez do presente. O problema do espírito e da imortalidade só se aviva quando ligado diretamente a questões de interesse pessoal. O católico, o protestante, o espírita se equivalem nesse sentido. Todos buscam os caminhos do espírito para a solução de questões imediatistas ou para garantirem a si mesmos uma situação melhor depois da morte.

A maioria absoluta dos espiritualistas está sempre disposta a investir (este é o termo exato) em obras assistenciais, mas revela o maior desinteresse pelas obras culturais. Apegam-se os religiosos de todos os matizes à tábua de salvação da caridade material, aplicando grandes doações em hospitais, orfanatos e creches, mas esquecendo-se dos interesses básicos da cultura. Garantem os juros da caridade no após-morte, mas contraem pesadas dívidas no tocante à divulgação, sustentação e defesa de princípios fundamentais da renovação da cultura planetária.

A imprensa, a literatura, o ensaio, o estudo, a fixação das linhas mestras da nova cultura terrena ficam ao deus-dará. Falta uma tomada de consciência, particularmente no meio espírita, da responsabilidade de todos na construção e na elaboração da Nova Era, que é trabalho dos homens na Terra. Ninguém ou quase ninguém compreende que sem uma estruturação cultural elevada, sem estudos aprofundados no plano cultural, que revelem as novas dimensões do mundo e do homem na perspectiva espírita, o espiritismo não passará de uma seita religiosa de fundo egoísta, buscando a salvação pessoal de seus adeptos, precisamente aquilo que Kardec lutou para evitar.

A finalidade do espiritismo, como Kardec acentuou, não é a salvação individual, mas a transformação total do mundo, num vasto processo de redenção coletiva. Proporcionar aos jovens uma formação cultural apoiada na mais positiva e completa base espiritual, que mostre a insensatez das concepções materialistas e pragmatistas, dando-lhes a firmeza necessária na sustentação e defesa dos princípios doutrinários, não é só caridade, mas também realização efetiva dos objetivos superiores do espiritismo nesta fase de transição. Sem esse trabalho não poderemos avançar com segurança e eficácia na direção da Era do Espírito. Temos de dar às novas gerações a possibilidade de afirmarem, diante do desenvolvimento das ciências e do avanço geral da cultura, como disse Denis Bradley: “Eu não creio, eu sei!” Porque é pelo saber, e não pela crença, pela fé racional e não pela fé cega, pelo conhecimento e não pelas teorias indemonstráveis, que o espiritismo, como revelação espiritual, terá de modelar a nova realidade terrena, apoiado na confirmação científica, pela pesquisa, dos seus postulados fundamentais. A revelação humana confirma e comprova a revelação divina.

Esse é o problema que ninguém parece compreender. Todos sonham com o momento em que a ciência deverá proclamar a realidade do espírito. Mas essa proclamação jamais será feita, se a ciência espírita não atingir a maioridade, não se confirmar por si mesma, podendo enfrentar virilmente, no plano da inteligência e da cultura, a visão materialista do mundo e a concepção materialista do homem. Por isso precisamos de universidades espíritas, de institutos de cultura espírita dotados de recursos para uma produção cultural digna de respeito, de laboratórios de pesquisa psíquica estruturados com aparelhagem eficiente e orientados por metodologia segura, planejada e testada por especialistas de verdade, capazes de dominar o seu campo de trabalho e de enfrentar com provas irrefutáveis os sofismas dos negadores sistemáticos. É uma batalha que se trava, o bom combate de que falava o apóstolo Paulo, agora desenvolvido com todos os recursos da tecnologia.

Chega de pieguice religiosa, de palestras sem fim sobre a fraternidade impossível no meio de lobos vestidos de ovelhas. Chega de caridade interesseira, de imprensa condicionada à crença simplória, de falações emotivas que não passam de formas de chantagem emocional. Precisamos da Religião viril que remodela o homem e o mundo na base da verdade comprovada. Da caridade real que não se traduz em esmolas, mas na efetivação da fraternidade humana oriunda do conhecimento de nossa constituição orgânica e espiritual comuns, ou seja, da inelutável igualdade humana. De exposições sábias e profundas dos problemas do espírito, nascidas da reflexão madura e do estudo metódico e profundo. Temos de acordar os dorminhocos da preguiça mental e convocar a todos para as trincheiras da guerra incruenta da sabedoria contra a ignorância, da realidade contra a ilusão, da verdade contra a mentira. Sem essa revolução em nossos processos não chegaremos ao mundo melhor que já está batendo, impaciente, às nossas portas.

Não façamos do espiritismo uma ciência de gigantes em mãos de pigmeus. Ele nos oferece uma concepção realista do mundo e uma visão viril do homem. Arquivemos para sempre as pregações de sacristão, os cursinhos de miniaturas de anjos, à semelhança das miniaturas japonesas de árvores. Enfrentemos os problemas doutrinários na perspectiva exata da liberdade e da responsabilidade de seres imortais. Reconheçamos a fragilidade humana, mas não nos esqueçamos da força e do poder do espírito encerrado no corpo. Não encaremos a vida cobertos de cinzas medievais. Não façamos da existência um muro de lamentações. Somos artesãos, artistas, operários, construtores do mundo e temos de construí-lo segundo o modelo dos mundos superiores que explendem nas constelações.

Estudemos a doutrina aprofundando-lhe os princípios. Remontemos o nosso pensamento às lições viris do Cristo, restabelecendo na Terra as dimensões perdidas do seu Evangelho. Essa é a nossa tarefa.

A voz da consciência


Geraldo Campetti Sobrinho

Espiritismo é uma doutrina que abrange os aspectos religioso, filosófico e científico. Ficamos admirados com as respostas esclarecedoras que esta Doutrina fornece a qualquer questão formulada pelo ser humano, na busca do entendimento sobre a vida, a dor, o destino. Nenhuma dúvida fica sem explicação à luz do Espiritismo.
Basta percorrermos a leitura de O Livro dos Espíritos para confirmar que a principal obra espírita trata de todos os assuntos de interesse do homem.
Uma dúvida comum é quanto ao bem e ao mal. Como sabemos se estamos fazendo a coisa certa ou se estamos nos equivocando?
Vamos conferir a resposta.
Uma das perguntas mais conhecidas da obra basilar é a de número 621: Onde está escrita a lei de Deus?
E a resposta é decisiva: “Na consciência”.
A lei divina, sinônimo das leis naturais, está escrita na consciência.
Aprendemos nas lições espíritas que agimos no bem quando nossas ações estão em conformidade
com a lei de Deus, e praticamos o mal quando dela nos distanciamos.
Se há incerteza quanto à prática do bem ou do mal, basta consultarmos nossa consciência para saber se estamos agindo num sentido ou em outro.
Daí a necessidade de nos conhecermos para agirmos de forma integrada com o meio ambiente, com Deus, com o próximo e conosco mesmos.
Esse dispositivo íntimo chamado voz da consciência apontará o melhor caminho a ser seguido e a melhor escolha a ser realizada.
É necessário que nos preparemos para ouvir essa voz interna.
Se assim fizermos, estaremos sintonizados com nossa intuição e certamente passaremos a errar menos e a acertar mais nas ações cotidianas de nossa existência.

Referências:

KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 130. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Cap. 17, it. 3 e 4.
______. O livro dos espíritos. Trad. Evandro Noleto. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Q. 621.

Consciência


Ana Cecília Rosa
                                                                                             
A consciência tem sido discutida de forma sistemática pela    Medicina e Psicologia a consciência pode ser definida como um estado de alerta, onde podemos perceber nossa realidade interna e externa, ou seja, é a forma que interagimos conosco mesmo e socialmente. Freud acreditava que a maioria dos nossos pensamentos, atitudes e sentimentos teriam origem no inconsciente e, portanto, se expressariam sem que o indivíduo as percebesse, causando uma infinidade de repercussões negativas, como fobias e psicoses.
Para as religiões e ética, a consciência se refere a um “senso interior do certo e do errado quando de uma escolha moral”, que pode ser entendido como o sentido moral. Na Bíblia a consciência se confunde com o coração. Jesus ao nos convidar a “amar-nos uns aos outros” nos deixou a “regra áurea” do bom proceder e a garantia de felicidade possível apenas com a conquista da “paz na consciência”.
O Espiritismo, no livro dos Espíritos, nos traz a consciência como “um pensamento íntimo”. Isto implica que a consciência seria a forma pela qual o indivíduo se relacionaria com os outros. Por um outro lado, ao afirmar que “o homemtraz em sua consciência a lei de Deus”, o Espiritismo sugere que essa consciência é preexistente ao homem encarnado, e, portanto, faculdade do espírito. Assim, o móvel de todas as nossas ações é mediado pelo espírito onde as leis divinas se assentam, conferindo responsabilidade a cada infração destas leis, submetendo-nos irrevogavelmente a Lei de causa e efeito.
Mas, por infinita misericórdia divina, a consciência, também, tem o papel de juiz de nossos atos, fazendo-nos, em muitas situações, optarmos pelo bem; porque só a “consciência tranqüila”, possível apenas a um espírito purificado por ações nobilitantes, nos fará alçar à categoria dos espíritos perfeitos, condição de felicidade plena.

Ana Cecília Rosa é Médica Pediátrica, residente no Brasil. É membra do Instituto de Divulgação Espírita - Araras/SP.

Jornal de Estudos Psicológicos
Ano II  N° 2  Janeiro e Fevereiro 2009
The Spiritist Psychological Society 

Consciência e Conhecimento

Consciência e Conhecimento

Sérgio Biagi Gregório
1) O que significa a palavra conhecimento?

Conhecer é uma atividade mental por meio da qual o ser humano se apropria do mundo ao seu redor.

2) Qual o significado de consciência?

Consciência é um saber concomitante. É o saber de uma coisa que acompanha outra sendo esta principal que se produz ao mesmo tempo; simultâneo. Por analogia, dualidade ou multiplicidade de saberes ou de aspectos num mesmo e único ato de conhecimento.

3) Relacione consciência e conhecimento

A consciência pressupõe conhecimento e conhecimento pressupõe consciência. Conhecer é ter consciência de alguma coisa. "Ter consciência de qualquer coisa, ser dela consciente e conhecê-la é identicamente a mesma coisa". Em todo ato de conhecimento, por mais simples e elementar, está presente, ao menos implicitamente, a reflexão (consciência do eu), que opõe um sujeito a um objeto. O sujeito deve transcender no objeto, mas não se perder a si mesmo.

4) Há diferenças substanciais entre consciência mítica e consciência racional?

De acordo com os estudos filosóficos, na antiguidade, os homens procuravam explicar a origem e fim do mundo através de um mito. A filosofia surgiu como um despertar do logos, mas não deixou imediatamente o mito. Procurou dar ao mito uma explicação racional. Daí, a consciência racional. No mito, há um conhecimento sagrado; no logos, o sagrado pode ser explicado pela razão humana.

5) Por que o ser humano deseja conhecer?

O desejo de conhecer pertence à Lei Natural. A lei do progresso é inexorável. Quer queiramos ou não, somos obrigados a progredir. Nesse caso, não viemos a este mundo para estacionar, mas para incrementar novos conhecimentos aos já adquiridos no passado.

6) Como o Espírito André Luiz situa a consciência?

O Espírito André Luiz, no Mundo Maior, analisa o cérebro como se fosse um edifício de três andares: no primeiro andar está localizado o subconsciente; no segundo, o consciente; no terceiro, o superconsciente. O subconsciente é a "residência de nossos impulsos automáticos". O consciente é o "domínio das conquistas atuais". O superconsciente é a "casa das noções superiores". Para que nossa mente prossiga na direção do alto, é indispensável o equilíbrio destas três zonas de nosso cérebro.

7) O que é o conhecimento espírita?

O conhecimento espírita é o conhecimento transmitido pelos Espíritos, principalmente aqueles que estão arrolados nas obras básicas. A evolução é lei para todas as criaturas, mas o Espiritismo intervém no plano da consciência, ditando normas de conduta que servem para toda a vida. O Espiritismo dá ao conhecimento um verniz especial, aquele verniz trazido pelo mestre Jesus.

8) O conhecimento é exposto como uma relação entre sujeito e objeto. Explique.

O conhecimento é a relação que existe entre o "observador" e a "coisa observada". A realidade é o que é. Ela não é falsa nem verdadeira. Verdadeiros ou falsos são os nossos juízos acerca da mesma. Se a imagem que fazemos de um objeto coincide com o que ele é, estamos de posse da verdade; se, ao contrário, houve um viés, estamos em erro. Assim sendo, é muito mais importante a imagem que fazemos do objeto do que ele próprio.

9) Conhecimento de si é sinônimo de autoconsciência?

Autoconsciência é a consciência que tem de si um princípio infinito, condição de toda realidade. Não tem nada a ver com o conhecimento de si, que designa o conhecimento mediato que o homem tem de si como um ente finito entre os outros.

10) Quais são as penas e as satisfações da consciência?

De acordo com os pressupostos espíritas, Deus nos deu o livre-arbítrio para regular as nossas ações. Quando enveredamos para o mal, a consciência nos acusa. Ela nos mostra que, continuando nessa direção, sofreremos mais adiante. Nesse caso, o remorso é um estado de alma que nos mostra o quanto devemos nos humilhar junto àqueles que fizermos sofrer. Mas, uma vez praticado o bem, sentimos uma imensa satisfação interior, um júbilo do Espírito que nenhuma fortuna pode pagar.

11) O que você tem a falar sobre a consciência desperta?

O ser, criado simples e inocente, procede a uma lenta e laboriosa caminhada evolutiva. Chega um momento em sua existência que percebe que os seus gestos e atitudes, para com os outros, criam nos outros atitudes e gestos semelhantes para com ele.

"Incorporando a responsabilidade, a consciência vibra desperta e, pela consciência desperta, os princípios de ação e reação funcionam, exatos, dentro do próprio ser, assegurando-lhe a liberdade de escolha e impondo-lhe, mecanicamente, os resultados respectivos, tanto na esfera física quanto no mundo espiritual". (Capitulo XI, de Evolução em Dois Mundos, de André Luiz)

5/1/2010

Consciência Espírita - vídeo de Simonetti

http://www.youtube.com/watch?v=BiYvFfBanvU



CONSCIÊNCIA

CONSCIÊNCIA

Leda de Almeida Rezende Ebner


O Espiritismo nos ensina que para podermos fazer nosso desenvolvimento espiritual (intelectual e moral) precisamos conhecer a nós próprios.

Como trabalhar conosco, com nossos sentimentos, emoções, pensamentos, com nossa inteligência, razão, sem esse conhecimento de quem realmente somos, do que sentimos enfim, da nossa individualidade, do nosso eu interior.

Geralmente, julgamo-nos melhores do que somos, porque nos baseamos em nossas intenções. Todavia, não somos intenções e objetivos, quase sempre ficamos muito aquém deles: há uma distância imensa entre desejar, aspirar a ser e ser.

Para que nossa existência atual seja produtiva em nosso desenvolvimento interior, necessário conhecermo-nos, internamente, o mais e melhor possível, conseguirmos a consciência de quem somos.

Segundo o dicionário Caldas Aulete, consciência é “sentimento do que em nós se passa”; “o testemunho ou julgamento secreto da alma, que aprova as ações boas ou rejeita as más”.

Consciência é pois, algo que existe em nós, que nos leva a reconhecermo-nos, a perceber com clareza, o que e como sentimos, pensamos, agimos e reagimos, em nosso viver cotidiano.

Quando Allan Kardec perguntou aos Espíritos: “Onde está escrita a lei de Deus?”, eles não responderam: “Na Bíblia” e sim “Na consciência” 1 Por isso, todos os seres humanos, quando tomam consciência da sua individualidade, fazem as mesmas perguntas e encontram as respostas que seu desenvolvimento intelectual e moral indicam: “Quem somos?”, “De onde viemos?” e “Para onde vamos?”

Essa consciência, inerente ao Espírito, vai se desenvolvendo no conhecimento das leis naturais, na medida do desenvolvimento espiritual de cada um.

Quanto mais se desenvolve o homem, intelectual e moralmente, quanto mais ele se educa no conhecimento e na vivência das leis de Deus, mais essa consciência se amplia e mais ele percebe quem é, como é, o que pode ser e, quanto mais claramente, ele ouve a voz da sua consciência, mais percebe os outros, tornando-se melhor pessoa. Possui mais e melhores condições de viver melhor, de ajudar mais e melhor seu próximo e de colaborar, com mais eficiência, na melhoria da comunidade onde vive.

No reino animal, o princípio inteligente, até então, alma - grupo na expressão de Jorge Andréa 2, torna-se um indivíduo, um ser particular só que ele não sabe disso, sua consciência continua “em germe”, em potencial.

É no reino hominal, como Espírito, que inicia a consciência de si mesmo, como um indivíduo semelhante a outros. Adquire a consciência de que é alguém, de que existe e vive.

Esse despertar da consciência, leva o homem a satisfazer suas necessidades físicas, desenvolvendo então, o egocentrismo, tão necessário à sua sobrevivência e manutenção, onde ele e suas necessidades são o centro: “primeiro eu, depois o outro”.

Infelizmente, esta idéia ainda persiste hoje, entre pessoas que não perceberam que atualmente, a necessidade maior é a da solidariedade, em favor de “nós” e não do “eu”.

Todavia, a progressão espiritual se faz também, através das lutas materiais e, chega um momento, na vida de cada Espírito, na qual ele percebe, adquire a consciência da sua realidade espiritual e das suas “novas” necessidades.

Geralmente, cansado de repetir experiências reencarnatórias, guiado pelo orgulho e egoísmo, percebe a luz do amor de Deus e o quanto dela se distanciou.

Vem, então, o arrependimento, a vontade de mudar tudo, de transformar-se, de recomeçar de novo, por que tem dentro de si, gravado na sua consciência, a lei da reencarnação, que leva à evolução.

É então, que ele se dispõe a esse trabalho de regeneração, que lhe parece gigantesco, e ele o é, quando outras lutas surgem, muitas vezes mais difíceis das vividas antes, lutas internas, consigo próprio, procurando ouvir a voz de sua consciência. Todas as tarefas que empreende, a partir de então, lhe parecem plenas de dificuldades, tanto maiores quanto mais egoísmo e orgulho carrega dentro de si.

Todavia, graças ao amor e à misericórdia de Deus, que nos criou para a perfeição e felicidade, a mesma vontade que ele (o homem) usou para satisfazer seus instintos e sensações primitivos e grosseiros, é a mesma que ele agora pode e deve usar na edificação da sua regeneração, do seu autoburilamento.

Por isso, Joanna de Ângelis escreveu: “Quando alguém se volta para o Evangelho, tentando a sua auto-iluminação, sofre as constritoras amarras dos hábitos até então mantidos, assim como a injunção vigorosa que a proposta libertadora estabelece. A luta íntima que trava, faz-se mais rude, porquanto todo um sistema de acomodação deve ser mudado, gerando novos condicionamentos” 3

Difícil não é conhecer e aprender coisas novas, difícil é desaprender hábitos arraigados!

Quando a vontade de modificar-se está no homem, esta disposição propicia à consciência, condições de melhor análise de si mesmo, tornando-se cada vez mais severa à medida que suas determinações vão sendo seguidas.

Vamos dar um exemplo. Em qualquer relacionamento difícil, entre duas pessoas, geralmente, o alvo ideal a ser conquistado é a tolerância. Quando, porém, já se conseguiu esta virtude em muitas situações, estando o relacionamento mais fácil, eis que a consciência, mais desenvolvida por esse esforço lhe diz: “Tolerar só não basta. A lei de Deus é a harmonização, que leva o homem a amar o próximo”.

E “nova” luta começa, processando-se assim, lentamente e sempre o autodesenvolvimento; cada vez que se atinge determinado alvo, que antes parecia quase inatingível, outro aparece, a fim de levar o filho e herdeiro de Deus à redenção.

Mas assim, vamos lutar sempre?

Sim, viver é lutar, crescer, desenvolver-se, vencendo os desafios internos e externos, Fomos feitos para mudanças, transformações. Os bibelôs, as estátuas são feitos para ficarem estáticos, a fim de serem admirados. O homem não. Vive, progride sempre, sendo, em qualquer idade, desafiado por dificuldades e obstáculos.

Por isso, a vida é sempre bonita! Tanto no viver da criança, do jovem, como no adulto, do velho, do Espírito desencarnado, a vida é sempre dinâmica, desafiadora, compensatória e pode ser prazerosa!

E a renovação interior é um “empreendimento de alto e nobre porte, que não deve ser postergado” 3



Bibliografia:
1. O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - q. 621

2. Impulsos Criativos da Evolução - Jorge Andréa - cap. 11, pág. 128

3. Fonte de Luz - Joanna de Ângelis: “Consciência e Testemunhas”




Fonte: Jornal Verdade e Luz Nº 187 – Agosto/2001

Lei e Consciência

Lei e Consciência

Sérgio Biagi Gregório

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Histórico. 3. Lei e Lei Natural: 3.1. Definição de Lei; 3.2. Considerações sobre a Lei: 3.2.1. Lei Física; 3.2.2. Lei Moral; 3.2.3. Lei Natural; 3.3. Conhecimento da Lei Natural; 3.4. Divisão da Lei Natural. 4. Consciência: 4.1. Definição de Consciência; 4.2. Graus da Consciência; 4.3. Consciência e Inconsciência; 4.4. A Casa Mental. 5. Bíblia, Jesus e Espiritismo: 5.1. Bíblia; 5.2. Jesus Cristo; 5.3. Espiritismo. 6. Conclusão. 7. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é mostrar a relevância da Lei Natural em todos os nossos comportamentos: em casa, no escritório ou na sociedade. Os tópicos para o desenvolvimento do tema são: pequeno escorço histórico, análise da Lei em seus vários aspectos, a consciência (moral): o bem e o mal, o Velho e o Novo Testamento, a aplicação prática da Lei e o Espiritismo.

2. HISTÓRICO

As Leis Naturais existem desde sempre: elas são tão velhas quanto o próprio Deus. Na Antigüidade, embora os grandes filósofos não a expressassem textualmente, podemos lê-las nas entrelinhas dos seus discursos. Sócrates e Platão falavam que o homem devia agir de acordo com a sua consciência, ou seja, praticar as virtudes que nada mais é do que escolher com justiça o bem e se apartar do mal. No campo político, Platão falava de um estado ideal, em que os mais sábios deviam governar por serem os mais conhecedores dessas leis da natureza.

A defesa textual desta lei natural começa a tomar corpo, principalmente no campo político, a partir de 1500. Commins no livro The Political Philosophers faz uma síntese das obras políticas de vários autores. Entre tais pensadores, citamos:

Thomas Hobbes (1588-1679) — A República, de acordo o próprio autor, nada mais é do que a aplicação da lei natural, conhecida como lei áurea: "Não fazermos aos outros o que não gostaríamos que fosse feito a nós". Em essência é o contrato celebrado por todos os participantes, em que uns delegam poderes aos outros, considerados mais sábios, a fim de poderem administrar a coisa pública. As pessoas investidas de poder devem visar não os seus interesses particulares, mas os da maioria, ou seja, da república constituída.

John Locke (1632-1704) — Sobre o Governo Civil. Começa o seu discurso reportando-se ao estado natural, em que viviam Adão e Eva. Naquela época, a Lei Natural e a Razão eram os elementos necessários para direcionar os atos de cada um. É, pois, sobre a hipótese da existência de uma lei natural, que traça o roteiro do seu livro. Significa dizer que o objetivo central do ser humano é conhecer melhor a Lei Divina, a qual o norteará no relacionamento consigo mesmo e com os demais. A função do um governo civil é por em prática essa lei, auxiliando cada membro a compreendê-la melhor.

John Stuart Mill (1806-1873) — O mais eminente do grupo de filósofos britânicos do século XIX, propôs e desenvolveu a doutrina do utilitarismo. Ele foi um reformador social, um defensor da liberdade tanto política quanto pessoal e um filósofo e lógico de considerável importância. Seu trabalho On Liberty, publicado em 1859, discute os sistemas legais e governamentais. Na introdução do seu ensaio dizia que a única liberdade que merece o nome de liberdade é aquela em que cada um procurando o seu próprio interesse não prejudica o próximo a conquistar o dele. Acha ele que as pessoas devem ser livres, mas muitas vezes acontece que os governos são constituídos de forma arbitrária. É a partir daí que discute todo o problema envolvido entre a autoridade e a liberdade.

Adam Smith (1723-1790) — A Riqueza das Nações não foi uma obra original na acepção da palavra. Na verdade é o esforço que Adam Smith empreendera para juntar num todo as teorias que os outros seus contemporâneos pinçavam aqui e ali. Queria dar uma resposta mais coerente às indagações levantadas na sua Teoria sobre os Sentimentos Morais, ou seja, como o interesse próprio pode gerar o bem-estar da sociedade. Tenta, também, partindo de uma confusão inicial visualizar o todo harmônico.

O nosso propósito é tratar mais especificamente da Lei e da consciência e não do conteúdo político social.

3. LEI E LEI NATURAL

3.1. DEFINIÇÃO DE LEI

Lei — Aurélio, no seu Dicionário, anota vários sentidos, entre os quais: norma, preceito, princípio, regra; obrigação imposta pela consciência e pela sociedade.

3.2. CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI

3.2.1. LEI FÍSICA

Há vários fenômenos que a ciência deve buscar respostas, pois tudo gira em torno de pressupostos que emanam da mente humana. Assim, ao longo do tempo, muitas ciências apareceram para dar respostas às mais diversas indagações. Aos fenômenos físicos surgiu a física, aos astronômicos, a astronomia, aos psicológicos, a psicologia e assim por diante.

Alguns pensadores, como Hume, mostraram que essa lei surge com o COSTUME. Pergunta-se: Por que a construção da ponte de um jeito fica de pé e de outro cai?

3.2.2. LEI MORAL

Paralelamente à lei física, que cabe às ciências particulares buscar as explicações, temos as leis morais. Estas pertencem à alma e concernem às noções do bem e do mal. Cabe ao Espiritismo desvendá-las.

3.2.3. LEI NATURAL

Refere-se tanto à lei física quanto à lei moral. Ela regula todos os acontecimentos no universo. São leis eternas, imutáveis, não estão sujeitas ao tempo, nem à circunstância, embora tenham em si o elemento do progresso.

Mas como o homem faz para conhecê-la? Há dois elementos básicos: unidade e universalidade. A lei matemática em que dois mais dois são quatro existe em todo o lugar do universo. Independe de tempo e espaço.

3.3. CONHECIMENTO DA LEI NATURAL

Na pergunta 621 de O Livro dos Espíritos - Onde está escrita a lei de Deus? Os Espíritos respondem que está escrita na consciência do ser. E em seguida dizem que há necessidade de sermos lembrados porque havíamos esquecidos.

Como entender que a lei está escrita em nossa consciência? De acordo com os princípios doutrinários, codificados por Allan Kardec, fomos criados simples e ignorantes, sujeitos ao progresso. Nesse sentido, o Espírito André Luiz, no livro Evolução em Dois Mundos, explica-nos que no reino mineral recebemos a atração; no reino vegetal a sensação; no reino animal o instinto; no reino hominal o pensamento contínuo, o livre-arbítrio e a razão. São os pródomos da lei moral, cujo objetivo é transformar os homens em "anjos", "arcanjos" e "querubins". É a potencialização das virtualidades de cada ser.

3.4. DIVISÃO DA LEI NATURAL

PILASTRA_DC — Sigla para lembrarmos das dez Leis Naturais. P da Lei do Progresso, I da Lei de Igualdade, L da Lei de Liberdade, A da Lei de Adoração, S da Lei de Sociedade, T da Lei do Trabalho, R da Lei de Reprodução, A da Lei de Justiça, Amor e Caridade, D da Lei de Destruição e C da Lei de Conservação.

Na pergunta 648 de O Livro dos Espíritos — Que pensais da divisão da lei natural em dez partes? — "Essa divisão da lei de Deus em dez partes é a de Moisés e pode abranger todas as circunstâncias da vida, o que é essencial. Podes segui-la, sem que ela tenha entretanto nada de absoluto, como não o têm os demais sistemas de classificação, que dependem sempre do ponto de vista sob o qual se considera um assunto. A Lei de Justiça, Amor e Caridade é a mais importante; é por ela que o homem pode avançar mais na vida espiritual, porque resume todas as outras".

4. CONSCIÊNCIA

4.1. DEFINIÇÃO DE CONSCIÊNCIA

Consciência - do lat. conscientia significa etimologicamente um saber testemunhado ou concomitante. Por analogia, dualidade ou multiplicidade de saberes ou de aspectos num mesmo e único ato de conhecimento.

Em sentido amplo, entende-se por "consciência" a capacidade de perceber as realidades internas e externas.

Na teologia e ética, o termo refere-se ao senso interior do certo e do errado quando de uma escolha moral. É o seu sentido moral.

Escreve A. Montalvão: "Em qualquer ato de conhecimento há sempre um indivíduo que pretende conhecer, que é o "sujeito do conhecimento", e um assunto que deve ficar conhecido, que é o "objeto do conhecimento".

O sentido de "consciência" não é o mesmo que o de "lei". A lei sempre expressa as normas gerais de conduta. A consciência, ao contrário, é a luz concreta que ilumina o homem em seu "aqui e agora" sobre o que há de bom ou de mal em uma ação. (Santos, 1965)

4.2. GRAUS DA CONSCIÊNCIA

Na psicologia clássica, distinguem-se dois modos ou graus de consciência:

Consciência espontânea - é a consciência direta, imediata, primitiva, isto é, não separada do objeto.

Consciência reflexiva (do latim reflexu + ivo = voltado para trás) - é a consciência mediata, é o retorno do espírito sobre as idéias. Ela é dirigida para as idéias.

As pessoas emotivas têm o campo da consciência mais estreito do que as não emotivas. (Santos, 1965)

4.3. CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA

Apesar de sua base etimológica precisa e clara, enquanto negação da consciência, torna-se contudo extremamente difícil definir o inconsciente. Pode-se, também, definir a inconsciência com relação ao ser: que não possui qualquer consciência (átomo); que é pouco ou nada capaz de debruçar sobre si próprio, e (relativamente) que não tem consciência de tal fato particular: "uma alma inconsciente das suas verdadeiras crenças".

Muitos são os psicólogos que negam a existência de fenômenos psicológicos inconscientes, pois alegam que, sendo a consciência própria do pensamento, o que não é consciência, deixa de ser psicológico.

Crítica - Uma análise dos fatos da vida mostra-nos, patentemente, o quanto o inconsciente penetra e intervém no que fazemos. O pianista, ao executar um trecho da música não é consciente de todos os seus movimentos; o mesmo acontece com o operário ou o artista. Mozart declara ter ouvido todo um acorde, antes de compor uma melodia — o consciente, nesse caso, estaria ligado ao trabalho de coordenação. (Santos, 1965)

4.4. A CASA MENTAL

O Espírito André Luiz, no livro No Mundo Maior, explica-nos que não podemos dizer que possuímos três cérebros simultaneamente. Temos apenas um que se divide em três regiões distintas. Tomemo-lo como se fosse um castelo de três andares:

subconsciente: 1º andar, onde situamos a residência de nossos impulsos automáticos, simbolizando o sumário vivo dos serviços realizados - hábitos e automatismos;

consciente: 2º andar, localizamos o "domínio das conquistas atuais", onde se erguem e se consolidam as qualidades nobres que estamos edificando - esforço e vontade;

superconsciente: 3º andar, temos a "casa das noções superiores", indicando as iminências que nos cumpre atingir - ideal e meta superiores. (Xavier, No Mundo Maior, 1977, p. 47)

5. BÍBLIA, JESUS E ESPIRITISMO

5.1. BÍBLIA

Na Bíblia, a consciência costuma ser designada como "coração". Ou seja, trata-se da dimensão interior do homem, em contraposição com a dimensão exterior da lei ou das realizações externas. No mito do paraíso já se revela o drama da consciência humana, através da qual se realiza a liberdade. Adão e Eva deliberam sobre a sua conduta futura. Por um lado, sentem o peso da ordem divina, mas, por outro lado, sentem a atração da fruta e o anseio da autonomia que lhes é sugerido pela serpente. E agem livremente, mesmo contra aquilo que sua consciência lhes aponta como justo.

Os profetas constituem uma consciência social viva na história de Israel. Diante da falta de desenvolvimento de consciência interior do povo, a Lei se havia tornado a expressão primeira da vontade de Deus, à qual todos tinham de se adaptar em cada situação concreta. Mas a Lei era letra morta e, além disso, exterior. Assim, com a sua palavra ardorosa e eficaz, os profetas despertam a consciência dos homens, ricos e pobres, sacerdotes e leigos, tendo em vista uma justa conduta aos olhos de Deus. (Idígoras, 1983)

5.2. JESUS CRISTO

Antes da vinda de Cristo, os fariseus procuraram realizar a santidade da Lei através de uma exatidão escrupulosa. Desprezando a voz interior da consciência, o resultado foi a desumanização da santidade e o abandono dos bens supremos do amor pelas insignificâncias mais meticulosas da antiga Lei.

Já Cristo combate a moral exterior (codificada nos preceitos), e revela o valor íntimo da consciência aberta para o olhar de Deus. É Deus quem julga as intenções ocultas. Para Cristo, a lâmpada do corpo é o olho da intenção. Se esse olho for puro, o será também todo o corpo. Mas, se a luz do homem tornar-se trevas, ele só poderá caminhar rumo à perdição Paulo, o apóstolo dos gentios, desenvolveu grandemente a doutrina sobre a consciência. A moralidade não pode estar ligada à Lei, que é exterior e não é conhecida pelos gentios. Dentro do homem está a sua consciência, que lhe serve como lei. Quer dizer, se os gentios desconhecem a Lei, mas agem de acordo com a lei, eles mesmos são a Lei. (Idígoras, 1983)

5.3. ESPIRITISMO

Lembremo-nos de que Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, nada inventou. Apenas que, com a ajuda dos Espíritos superiores, fornece-nos subsídios para melhor entender essa lei, que segundo os próprios Espíritos, está escrita em nossa consciência. É meditando sobre as questões de número 614 até 892 de O Livro dos Espíritos, que realmente alicerçaremos a nossa mente nos verdadeiros preceitos divinos sobre a nossa conduta interior e exterior. Em síntese: a Lei está no livro da natureza.

6. CONCLUSÃO

Tomar consciência da Lei Natural é o melhor caminho que devemos seguir na vida. Saber ouvir, saber falar e principalmente saber refletir, a fim de não desprezarmos os deveres da consciência impostos por nós mesmos no íntimo de nosso coração.

7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

COMMINS, S. e LINSCOTT, R. N. The World’s Great Thinkers - Man and the State: the Political Philosophers. New York, EUA, Random House, 1947.
IDÍGORAS, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo, Edições Paulinas, 1983.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. São Paulo, FEESP, 1972.
SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed., São Paulo, Matese, 1965.
XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz, 4. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.
XAVIER, F. C. No Mundo Maior, pelo Espírito André Luiz. 7. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.

São Paulo, setembro de 1997.