Estudando o Espiritismo

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quinta-feira, 28 de abril de 2016

Por que adoecemos?

Wellington Balbo

O poeta romano Juvenal discorria há séculos sobre a importância de corpo e mente saudáveis. A sua frase tornou-se célebre: ”Mens sana in corpore sano”, ou seja, mente sã em corpo são. Com o avançar da ciência a frase de Juvenal é cada vez mais levada em conta.
Muito mais do que apenas cuidar do corpo é imperioso dar atenção à alma. Cultivar pensamentos positivos, dedicar tempo à meditação e reflexão, engajar-se em trabalho voluntário, conservar o bom ânimo, manter o auto controle, ler páginas edificantes e etc., são atitudes positivas que sustentam o equilíbrio, a saúde e o bem estar.
A propósito, a leitura é um poderoso elixir para a conservação ou até o restabelecimento da saúde física e psíquica. Ler obra de boa qualidade ativa a reflexão que por conseqüência proporciona o discernimento e, naturalmente, discernir entre o acerto e o equívoco é fator fundamental para a qualidade de vida em seus mais vastos aspectos.
Abordo o assunto saúde e sua correlação com a leitura porque fui presenteado pelo amigo e escritor Orson Peter Carrara com seu mais novo livro: “Por que adoecemos”, publicado pela Mythos Books. O livro é pequeno, de bolso, mas o conteúdo é grandioso.
Escrito em linguagem didática e elegante, características marcantes nas obras do autor, “Por que adoecemos” trata da influência que as emoções e atitudes exercem no corpo físico.
São os mais variados assuntos abordados com extrema competência: mágoa, ciúme, inveja, medos e tantos outros temas que impedem a felicidade de muita gente. E, convenhamos; felicidade é sinônimo de saúde. Como pensar em ter saúde levando existência sombria, remoendo pequenas coisas, melindrando-se por nada, invejando as conquistas do outro? Impossível! A saúde está, obviamente, relacionada à forma que encaramos a vida e seus inúmeros desafios. A obra, pois, é oportuna para todos porquanto traz sugestões para vivermos com qualidade e livrarmo-nos de aborrecimentos que são, não raro, alimentados por nossa visão estreita dos objetivos da existência humana.
Sinto-me, portanto, entusiasmado a divulgar o livro do amigo de Matão para que mais e mais pessoas sejam beneficiadas pelos frutos de seus esforços.
A propósito vale destacar que Orson vem percorrendo todo território nacional com a palestra homônima ao livro. Já tive, aliás, a oportunidade de ouvi-lo palestrar sobre o palpitante tema que originou o livro e fiquei empolgado com o belo conteúdo apresentado, enriquecido pelos fabulosos recursos da tecnologia. Fica, pois, a sugestão para a palestra e a obra.
Você poderá contatar Orson pelo email: orsonpeter@yahoo.com.br e adquirir o livro “Por que adoecemos” através de nossas distribuidoras pelo país.

POR QUE ADOECEMOS?

Orson Peter Carrara
Matão/SP

Esse questionamento tem chamado muito a atenção nos tempos atuais. Há uma preocupação peculiar com a saúde, que hoje já tem um conceito bastante ampliado e não restrito apenas aos órgãos e células, mas igualmente abrangente para as questões emocionais e psicológicas e de relacionamento.

            Afinal, seria o caso de perguntarmos:

a) De dois homens da mesma idade que sofrem ataques cardíacos, por que o homem solteiro e deprimido tem maior probabilidade de falecer da doença cardíaca do que o homem que é casado e não está deprimido?

b) Se uma mulher sofre de artrite reumatóide, por que o quadro se mantém relativamente estável quando sua vida está tranquila, mas se agrava quando tem conflitos com um filho?

c) Por que pessoas com pouco poder de decisão no emprego sofrem mais ataques cardíacos e desordens intestinais que seus superiores hierárquicos na empresa?

d) E por que o isolamento social é tão prejudicial à saúde quanto o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo?

            Claro que o assunto não se restringe apenas às questões propostas. Elas aí estão apenas como exemplos. O assunto é inesgotável e abrange muitos fatores. Entre eles estão o envelhecimento natural, inevitável, as enfermidades trazidas na bagagem e aquelas adquiridas pelos vícios de toda espécie.

            O que se deseja enfatizar aqui é que as emoções influem decisivamente na saúde física. O que pensamos, os sentimentos que alimentamos influem diretamente na saúde ou na eclosão de doenças.

            Daí pensar que não vale a pena alimentar-se de rancor, de ódio, de vingança. Guardar mágoas, ficar sentindo inveja ou ciúme só servem para destruir ou danificar as células, comprometendo o equilíbrio orgânico. A melhor postura para se ter boa saúde é alimentar pensamentos saudáveis, alegrar-se com o
dinamismo da própria vida e trabalhar incessantemente pelo próprio crescimento
e, óbvio, aplicarmo-nos igualmente ao bem coletivo em ações humanitárias e
construtivas.

            Em síntese, podemos resumir sem medo: amar! Amar a si mesmo, amar a Deus, confiar na vida, amar o semelhante, continuar trabalhando. Eis o segredo!

            O assunto é amplo, envolve múltiplas questões. O objetivo aqui é destacar a importância da alegria, do otimismo e citar o mais poderoso antibiótico que se pode usar no tratamento das doenças. Ele não tem custo financeiro, não tem efeitos colaterais e só pede o sacrifício do orgulho e do egoísmo. É o perdão!

            Tenho abordado o assunto em palestras, com ampla repercussão. É que as recomendações de Jesus à humanidade constituem o mais poderoso medicamento para nossas enfermidades, pois afinal somos os próprios autores de nossas doenças, tragédias e sofrimentos. O Evangelho é o maior e melhor compêndio de saúde já
apresentado à Humanidade. Dele derivam ensinos que preservam a saúde e trazem a
felicidade. A conquista dessa sonhada felicidade e da saúde plena é o uso e
prática desse autêntico manual de relacionamento.

            Não tenhamos medo nem receio de adotá-lo em nossa própria vida. A síntese dele é apenas respeitar a vida, respeitar a nós mesmos e entender que o próximo tem os mesmos direitos que tanto reclamamos para nós mesmos!



 Orson Peter Carra é Escritor e orador espírita. Constultor Editorial residente em Matão/SP

Porque Adoecemos

http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2013/08/26/noticia_saudeplena,145091/por-que-adoecemos.shtml

http://www.acasadoespiritismo.com.br/saude/porqueadoecemos1/porque%20adoecemos%20vol%20I.htm


domingo, 17 de abril de 2016

Johann Heinrich Pestalozzi - Biografia

Conheça alguns dados sobre o instrutor pedagógico de Allan kardec

Johann Pestalozzi nasceu em Zurique, Suíça, em 1746 e faleceu em 1827.

Exerceu grande influência no pensamento educacional e foi um grande adepto da educação pública.

Democratizou a educação, proclamando ser o direito absoluto de toda criança ter plenamente desenvolvidos os poderes dados por Deus. Seu entusiasmo obrigou governantes a se interessarem pela educação das crianças das classes desfavorecidas. Podemos dizer que ele psicologizou a educação, pois quando ainda não havia a estruturação de uma ciência psicológica e embora seus conhecimentos da natureza da mente humana fossem vagos, viu claramente que uma teoria e prática corretas de educação deviam ser baseada em tal tipo de conhecimentos.

Em 1782, em seu primeiro livro: Leonardo e Gertrudes, expressa suas idéias educacionais, mas, a obra não foi considerada como um tratado educativo pelas figuras importantes da época.

Pestalozzi decide ser mestre-escola, e vai então, em sua escola, procurar aplicar suas idéias educacionais. Para ele a escola deveria aproximar-se de uma casa bem organizada, pois o lar era a melhor instituição de educação, base para a formação moral, política e religiosa.
Em sua escola, mestres e alunos (meninos e adolescentes ) permaneciam juntos o dia todo, dormindo em quartos comuns.

Vídeo do método de Pestalozzi




Organização da escola:
As turmas eram formadas com os menores de oito anos, com os alunos entre oito e onze anos e outra turma com idades de onze a dezoito anos.
As atividades escolares duravam das 8:00 as 17:00 horas e eram desenvolvidas de modo flexível; os alunos rezavam, tomavam banho, faziam o desjejum, faziam as primeiras lições, havendo um curto intervalo entre elas.
Duas tardes por semana eram livres, e os alunos realizavam excursões.
Os problemas disciplinares eram discutidos à noite; ele condenava a coerção, as recompensas e punições.

Situação educacional vigente enquanto Pestalozzi introduzia suas reformas educacionais:

A igreja controlava praticamente todas as escolas e não havia preocupações com a melhoria da qualidade; as classes privilegiadas desprezavam o povo, os professores não possuíam habilitação, existiam pouquíssimos prédios escolares e a ênfase educacional era dada à memória. A revolução suíça ocorrida em 1799 havia liberado a classe desfavorecida e, segundo Pestalozzi, somente a educação poderia contribuir para que o povo conservasse os direitos conquistados, isto é, a educação poderia mudar a terrível condição de vida do povo.

Princípios Educacionais e Contribuições de Pestalozzi
O desenvolvimento é orgânico, sendo que a criança se desenvolve por leis definidas; a gradação deve ser respeitada; o método deve seguir a natureza; a impressão sensorial é fundamental e os sentidos devem estar em contato direto com os objetos; a mente é ativa; o professor é comparado ao jardineiro que providência as condições propícias para o crescimento das plantas.
Crença na educação como o meio supremo para o aperfeiçoamento individual e social.
Fundamentação da educação no desenvolvimento orgânico mais que na transmissão de idéias memorizáveis.
A educação começa com a percepção de objetos concretos e conseqüentemente com a realização de ações concretas e a experimentação de respostas emocionais reais.
O desenvolvimento é uma aquisição gradativa, cada forma de instrução deve progredir de modo lento e gradativo.
Conceituação de disciplina baseada na boa vontade recíproca e na cooperação entre aluno e professor.
Introdução de novos recursos metodológicos.
Deu impulso à formação de professores e ao estudo da educação como uma ciência.

Pestallozzi e sua equipe elaboram materiais pedagógicos, voltados a linguagem, Matemática, ciências, geografia, história e música. E assim, ele afirma: (Apud: SEE-RJ - http://www.riojaneiro.rj.gov.br/rio.html)


"A Educação se constrói numa tensão permanente entre os desejos do homem natural individual e o desenvolvimento da natureza humana universal. A educação produzirá a universalidade a partir das particularidades e da mesma forma a particularidade a partir da universalidade".

Fonte: www.centrorefeducacional.com.br

domingo, 10 de abril de 2016

Couraças Musculares

http://holisticocromocaio.blogspot.com.br/2016/04/dicas-terapeuticas-bloqueio-de-energia.html

DICAS TERAPÊUTICAS - Bloqueio de energia e de emoções - Couraças Musculares

Falando sobre a energia orgone e sobre as couraças musculares.
Acho importante termos consciência de como nossas emoções, sentimentos reprimidos, afetam nosso corpo, e , para isso, devemos entender como funciona esta energia e cada uma das couraças.



Reich, foi quem, no ocidente, identificou a topologia energética do ser humano.
Da mesma natureza do "c´hi" chinês e do prana indiano, esta energia denominada orgone, percorre o corpo no sentido longitudinal.
A energia orgone flui através da musculatura organizando nossas emoções afetivas.
O bloqueio desta energia, inscreve-se no corpo pela contração muscular que inibe sua expressão legítima.
Tais tensões se estabelecem no corpo em sentido transversal, formando anéis de couraça.
A couraça impede de sentir e de se expressar livremente. O homem torna-se semelhante a uma pedra (fria, imóvel). Reich identificou 7 anéis, conforme descrito abaixo:

1. OCULAR: complexo, compreende cérebro, audição e visão.
Os olhos como espelho da alma, traduzem o que ocorre no nosso interior e servem para estabelecer o primeiro contato que se inicia com a mãe durante a amamentação. Têm a função de contato, impressividade e expressividade.
O encouraçamento deste segmento pode se expressar como desatenção, cefaléias, fotofobia, falta de contato, disfunções do movimento ocular. Principal emoção contida: MEDO.

2. ORAL: A boca é o sistema equilibrador de todo nosso sistema energético, possibilitando o segundo ato vital do ser humano que é a sucção. Na fase oral, o contato com o seio materno serve como matriz emocional que vai se refletir em toda a vida do indivíduo. No adulto, a boca tem função nutritiva, expressiva e de vocalização.
Couraças neste segmento podem se expressar pela contração e tensão excessiva dos músculos mastigatórios como bruxismo noturno (ranger os dentes dormindo) e distúrbios da ATM (articulação têmporo-mandibular). Principal emoção contida: RAIVA

3. CERVICAL: O segmento cervical serve de ponte e ligação entre a cabeça - pensamento e consciente e o corpo -desejos e vontades - inconsciente. Inclui músculos da fala, deglutição, sustentação e movimentos da cabeça, glândula tireóide. A postura da cabeça e pescoço expressam a forma em que a pessoa se coloca no mundo: orgulho, submissão, ameaça, etc. A vocalização indica como a pessoa expressa suas emoções, relacionando-se com o ambiente. Principal emoção contida: NARCISISMO.
Sintomas e encouraçamento englobam: alteração do timbre da voz, sensação de "bolo" na garganta, tosse nervosa, dificuldade de chorar e gritar, distúrbios posturais, torcicolos, cefaléias de origem cervical, artrose cervical.Choros e gritos contidos, bem como "nãos" não ditos contribuem para o encouraçamento deste segmento.

4. TORÁCICO: Ligado à vitalidade da pessoa, ao importante processo da respiração e a órgão vitais de troca energética entre o meio interno e externo (caixa torácica e pulmões). Representa a forma em que a pessoa entra em contato com o meio externo e sociedade e sua capacidade de amar.
A respiração alterada por encouraçamento neste segmento pode ser expressa através da dificuldade para expirar (botar o ar para fora) e conseqüentes deformidades torácicas como o peito inflado, doenças respiratórias como asma. Nestes casos, o indivíduo se defende do contato com o meio externo e têm medo ou pânico de sair de sua segurança ilusória.
No caso da dificuldade de inspirar (botar o ar para dentro), o indivíduo por pena de si mesmo, tristeza ou insegurança, tem medo do contato com o meio externo, estando sujeito a distúrbios pulmonares como pneumonias e atelectasias.
Musculatura do ombro (trapézio, escaleno e ECOM) excessivamente tensa e contraída pode estar relacionada ao excesso de medo ou de pressões do cotidiano, associado geralmente a anteriorização da cabeça, pois se tem que se seguir em frente. Principal emoção contida: CHORO.
Uma pessoa com a parte anterior do tórax fechada e encurtada associada a um arqueamento exagerado das costas (hipercifose torácica ou corcunda) se relaciona, segundo Lowen, ao excesso de medo do contato e à raiva contida.
Através da respiração, exercícios visando alongar a musculatura encurtada e reequlibrar a alongada, propiciamos o desbloqueio desta couraça, abrindo seu coração e sua autoconfiança e a capacidade de amar.

5. DIAFRAGMÁTICO: Está diretamente relacionado à respiração e às emoções. Órgãos: diafragma, fígado, vesícula, estômago e duodeno.

6. ABDOMINAL: Órgãos: músculos abdominais, intestinos e rins.
Relaciona-se às emoções e sensações mais primitivas. Sintomas de encouraçamento incluem: musculatura abdominal flácida ou hipertônica, gerando quadros de dores lombares e/ou hiperlordose lombar (excesso da curvatura da coluna lombar), prisão de ventre ou diarréia, bloqueio da passagem de energia da pelve para o coração.

7. PÉLVICO: Tem a ver com a sexualidade humana e com a maneira em que se relaciona e transforma essa energia. A energia sobe pelos pés, pernas, chegando à pelve. A forma de contato dos pés e pernas com o chão indicam o grau de estabilidade, segurança e independência do indivíduo. Joelhos levemente dobrados (fletidos) e dedos em garra indicam pessoas muito terra e com dificuldades de abstrair, ousar ou criar. O contrário, ombros como se fossem ombreiras, altos, e dificuldade de colocar o calcanhar no chão refletiriam dificuldades de encarar o aqui e agora, de "aterrar".
A pelve constantemente contraída (em retroversão) estaria relacionada com a perda constante de energia sexual, implicando na falta de energia para realizações.
Já o famoso "bumbum empinado" (com a pelve em anteroversão) seria um indicativo de excesso de energia sexual não canalizada por frustrações, medo ou raiva.



"O ideal é sempre o equilíbrio".

sexta-feira, 8 de abril de 2016

O Casulo -

O Casulo - 
de: Nikos Kazantzadis

O grande escritor grego Nikos Kazantzakis conta que, quando criança, reparou num casulo preso a uma árvore, onde uma borboleta preparava-se para nascer. Esperou algum tempo, mas - como estava demorando muito - resolveu esquentar o casulo com seu hálito; a borboleta terminou saindo, mas suas asas ainda estavam presas, e morreu pouco tempo depois. "Era necessária uma paciente maturação feita pelo sol, e eu não soube esperar", diz Kazantzakis. "Aquele pequeno cadáver é, até hoje, um dos maiores pesos que tenho na consciência. Mas foi ele que me fez entender o que é um verdadeiro pecado mortal: forçar as grandes leis do universo. É preciso paciência, aguardar a hora certa, e seguir com confiança o ritmo que Deus escolheu para nossa vida".

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Roteiro do ESE - 27 a 39

28 - O que se deve entender por pobres de espírito

Bem aventurados os pobres de espírito

Bem-aventurados os pobres de espírito, porque
deles é o reino dos céus (Mateus, 5:3) - Rodolfo Calligaris

Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus, disse Jesus, iniciando o Sermão da Montanha. Situou assim, a humildade espiritual em primeiro lugar entre as virtudes que precisamos adquirir para merecermos a glória das almas redimidas.

Exegetas do Evangelho, adulterando por completo o sentido dessa máxima, pretendem que ela proclame bem-aventurados os apoucados de inteligência, os retardados mentais, os idiotas e imbecis.

Tal interpretação, todavia, é insustentável, pois, a ser verdadeira, não haveria lugar nos céus para os ricos de espírito, e o próprio Mestre, o expoente máximo da riqueza espiritual que a Terra já conheceu, ficaria de fora.

Por "pobres de espírito", na acepção em que Jesus empregou essas palavras, devem-se entender aqueles que, aspirando à perfeição e, comparando com o ideal a ser atingido e o pequenino grau de adiantamento a que chegaram, reconhecem quanto ainda são carentes de espiritualidade.

São bem-aventurados porque a noção que têm de suas fraquezas e mazelas fá-los lutar por aquilo que lhes falta, e esse redobrar de esforços leva-os realmente a conseguirem maior progresso espiritual.

Já aqueles que se acomodam a ínfimos padrões de moralidade, ou se mostram satisfeitos com seu estado, considerando-se suficientemente bons, ao contrário dos primeiros, não se incluem entre os bem-aventurados porque, seja por ignorância, seja por orgulho, permanecem estacionários, quando a vida espiritual, assim como tudo na Natureza, rege-se por um impulso constante para a frente e para o alto.

Igualmente, os que entendem não ser preciso cultivar um caráter nobre e reto, porque (segundo julgam) "o sangue do Cristo foi derramado para remir os pecados da Humanidade",também não são incluídos entre aqueles cuja atitude de espírito foi exaltada pelo Nazareno.

Malgrado a respeitabilidade de seus princípios religiosos, só vislumbrarão o reino celestial quando venham a reconhecer a pobreza de suas virtudes, e se empenhem com afinco pelas conquistas, pois todo aquele a quem o Cristo haja redimido, de fato, terá de deixar as más obras, para "apresentar-se santo e imaculado e irrepreensível diante dele". (Colossenses, 1:22)

A colocação da humildade de espírito, como a primeira das beatitudes, parece-nos, pois, não ser meramente fortuita, mas sim proposital, visto que a felicidade futura de cada indivíduo depende muito do conceito que ele faça de si mesmo.

Quem se imagina com perfeita saúde não se preocupa com ela, nem procura um médico para tratá-la. Também aquele que se presume sem defeitos, ou já se considera salvo, descuida da higidez de sua alma, e, quando menos espera, a morte o surpreenderá sem que tenha avançado um passo sequer no sentido da realização espiritual.

 NECESSITADOS DIFÍCEIS

E - Cap. XII - Item 1

 Em muitas circunstâncias na Terra, interpretamos as horas escuras como sendo
unicamente aquelas em que a aflição nos atenaza a existência, em forma de tristeza,
abandono, enfermidade, privação...
O espírita, porém, sabe que subsistem outras, piores talvez... Não ignora que aparecem
dias mascarados de felicidade aparente, em que o sentimento anestesiado pela ilusão se
rende à sombra.
Tempos em que os companheiros enganados se julgam certos...
Ocasiões em que os irmãos saciados de reconforto sentem fome de luz e não sabem
disso...
Nem sempre estarão eles na berlinda, guindados, à evidência pública ou social, sob
sentenças exprobatórias ou incenso louvaminheiro da multidão...
Às vezes, renteiam conosco em casa ou na vizinhança, no trabalho ou no estudo, no
roteiro ou no ideal... O espírita consciente reconhece que são eles os necessitados
difíceis das horas escuras. Em muitos lances da estrada vê-se obrigado a comungar-lhes
a presença, a partilhar-lhes atividade, a ouvi-los e a obedecê-los, até o ponto doméstico
lhe preceituem determinadas obrigações.
Entretanto, observa que para lhes ser útil, não lhe será lícito efetivamente aplaudi-los, à
maneira do caçador que finge ternura à frente da presa, afim de esmagá-la com mais
segurança.

°°°
Como, porém, exercer a solidariedade, diante deles? - perguntarás. Como menosprezá-
los se carecem de apoio?
Precisamos, no entanto, verificar que, em muitos requisitos do concurso real, socorrer não
será sorrir.
Todos conseguimos doar cooperação fraternal aos necessitados difíceis das horas
escuras, seja silenciando ou clareando situações, nas medidas do entendimento
evangélico, sem destruir-lhes a possibilidade de aprender, crescer, melhorar e servir,
aproveitando os talentos da vida , no encargo que desempenham e na tarefa que o
Mestre lhes confiou. Mesmo quando se nos façam adversários gratuitos, podemos auxiliá-
los...
Jesus não recomendou festejar os que nos apedrejem a consciência tranqüila e nem nos
ensinou a arrasá-los. Mas, ciente de que não nos é possível concordar com eles e nem
tampouco odiá-los, exortou-nos claramente: "amai os vossos inimigos, orai pelos que vos
perseguem e caluniam!..."

É assim que a todos os necessitados difíceis das horas escuras, aos quais não nos é
facultado estender os braços de pronto, podemos amar em espírito, amparando-lhes o
caminho, através da oração.