Escrito por Cristina Sarraf
A expressão reforma íntima ganhou espaço no meio espírita, mas carrega dois equívocos para os quais certamente não foi criada.
O primeiro é de indicar que estamos estragados, deteriorados por dentro, ideia absurda à luz do Espiritismo, porque com ele aprendemos que somos um Espírito que é sempre perfeito na sua estrutura, esteja em que grau evolutivo estiver e tenha a conduta que tiver. São as perfeições relativas às possibilidades, em cada época observada.
O segundo equívoco está no fato de que pensar-se apodrecido, precisando de reforma, cria desgosto, autodesvalorização e desânimo de viver; o que leva a pessoa a negar a si própria, caindo na hipocrisia.
Retomando as bases do Espíritismo, que são os seus Princípios, entendemos que cada Espírito está no seu grau e fase evolutiva, fruto do desenvolvimento feito e do que ainda não aconteceu. Por isso, errar e acertar faz parte natural desse processo progressivo, feito pela ampliação das potencialidades e pelo ganho de conhecimentos e experiencias. Em outras palavras, para não haver erro e descompasso, desvio de rota e ilusões, é preciso sermos Espíritos superiores… e seremos, num futuro distante!
Há um recurso que pode ser usado e que nos ajuda, e bastante, a “acertar o passo”, pelo menos em alguns aspectos, que é a observação serena e respeitosa de si mesmo, de como estamos pensando e conceituando a nós, aos outros e as circunstâncias. Isso porque, do modo com se pensa, assim a nossa vida acontece!
Na medida em que os pensamentos e condutas decorrentes, vão sendo condicionados devido a muita repetição, reagimos e agimos de determinadas formas, automaticamente, ou seja, superveniente ao uso da razão e do bom senso. Lógico que tambem esses pensamentos qualificam nosso perispírito, estabelecendo ligações e associações espirituais, nem sempre percebidas. Nem sempre desejadas…
Brigar consigo, condenar-se e promover um concerto artificial, achando que precisa de reforma e forçando-se a ser o que ainda não dá pra ser, é crer que as aparências são melhores que a essência. Mas aceitar-se como é, respeitando seus limites evolutivos, é a condição básica da possível melhoria ou até mudança, se for o caso.
Ao perceber que algum tipo de pensamento está trazendo prejuizos e destempero, o caminho reto é escolher outro, que seja libertador e que nos fortaleça; e investir nele, trocando o antigo por este, toda vez que for necessário, até que se instale em nosso ser.
Mas aja com respespeito consigo mesmo, dando passos seguros, que implicam em não se condenar e nem ficar lutando consigo. Paz, certeza na sua capacidade de superar-se e persistência, geram sucesso legítimo.
O mesmo tema, vários artigos, para ajudar a alguém que está preparando uma exposição ou estudando um assunto
Estudando o Espiritismo
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sexta-feira, 26 de junho de 2015
A impressionante psicografia de Juvanir Borges, ex-presidente da FEB
PSICOGRAFIA DE JUVANIR BORGES DE SOUZA
16 DE ABRIL DE 2015.
Estar do lado de cá é menos surpreendente do que se pressupõe. Mas, ao mesmo tempo é assustador quando se constata quanto descaminho se percorreu, mesmo estando preparado, avisado, alertado a todo momento, tendo à disposição uma extensa planilha de ação correta, mormente quando se é privilegiado pelo conhecimento da realidade espírita.
Desde aquele instante em 1978 quando me dirigi à Federação, em que junto com minha amada Yola aceitei o convite trazido pelo Agadir, sabia, intimamente, que deveria me superar e surpreender, pois em meu coração palpitava uma intensa chama de gratidão: através da Doutrina Espírita, com a atuação de perspicácia de um médium simples, fui livrado de uma cegueira, que para alguns facultativos consultados era inevitável, num pequeno centro, Olímpia Belém! Meu Desidério é de que muitas pessoas tomassem conhecimento daquilo.
Não do "milagre" em si, mas do extraordinário roteiro de consciência lúcida e de pleno conhecimento da função da vida, que me era apresentado pela prática em mim, não apenas pela teoria a qual me acostumara desde o berço, na minha querida Cataguazes.
De há muito desejo essa comunicação, mas fui pego por armadilhas e bloqueios urdidos por mim ou, pelo menos, estimulados também por minha "instituída autoridade", hipotecando apoio a decisões de antecessores, ou implementando situações que reforçassem o movimento que denominamos "pureza doutrinária".
Minha manifestação não foi possível, em centenas de casas, por conceitos e definições que partiram também de minha condução como presidente da entidade. Fui cerceado e impedido dentro dos centros espíritas, com argumentações infraternas, e com a recusa sistemática e repetida, em centenas (isso mesmo...centenas!) de casas, das maiores e mais conhecidas às mais simples, afastadas, iniciantes. Na grande maioria nem mesmo tive a oportunidade de me explicar, já que, por determinação, as manifestações de espíritos estavam "proibidas".
Em alguns lugares me coloquei na fila para o trabalho doutrinário de desobsessão, mas sempre a espera é muito grande, e os trabalhos são por demais corridos, sem atender a todos, com as justificativas, em sua totalidade provindo das "proibições e impedimentos", contidos nos estatutos, nas apostilas de educação mediúnica, em um monte de "sábias e eficientes" algemas, sobremaneira. Nas reuniões da própria Federação fui barrado, e estupefato, assisti a espetáculos de mistificação grosseira com famosos personagens que agora, penalizados com a destituição da condição receptora como médiuns, encenam recepções falseadas, interpretações teatrais, caricatas, aplaudidas naturalmente por obsessores batinados.
Mas, por Misericórdia Divina, consegui essa abertura, que me é oferecida agora, e agradeço aos que me ajudaram para esse intento, como aos sergipanos Peralva e Ederlindo (sergipano da Bahia), que aqui me dão apoio e auxiliam, como presente de aniversário.
Como antes, ainda permaneço nas sendas da prolixidade, e faço um esforço para sintetizar meu recado, no que conto também com a compreensão e paciência dos que o recebem.
UM RETORNO AO DESERTO!
Há perigoso e crescente desvio no movimento espírita, e diria, sem receio de errar, que estamos indo de Damasco para Jerusalém, voltando da Rua Direita para as frias colunas das sinagogas, devolvendo aos novos sacerdotes as "cartas de punição", de repúdio, de imperiosa obstaculação à manifestação dos espíritos, na religião dos espíritos! Hoje vejo como fomos infantis, (como fomos imprudentes na jactância!), e as escamas que Ananias havia tirado dos olhos do apóstolo estão sendo recolocadas, para uma cegueira e escuridão imensas, em nome da vaidade e da permanência de sentimentos "estruturais" herdados de nosso passado clerical, vaticanizado!
Minha iniciativa de agora é um dever de consciência, uma tentativa de reparação, e agradeço à Providência Divina por esse ensejo. Se não almejo convencimento, satisfaz-me a exposição de uma realidade que só agora detecto, e que imagino poder servir de alerta para recondução aos trilhos corretos.
Desde minha passagem estou numa região de reparação, de recomposição, destilando gota a gota, um sentimento de decepção pelas oportunidades desperdiçadas. E vejo nesse extenso nosocômio em que me encontro, milhares de figuras que admirei e segui, e surpreendentemente, aqui estão, há décadas, na busca de saídas para a sua própria redenção.
São personagens que se destacam pela cultura, pelo conhecimento, pela dedicação à causa da Doutrina Espírita. Foram vinculados diretamente à Federação ou a instituições independentes, como as de São Paulo e Rio de Janeiro, Minas, Rio Grande do Sul e outras. A cobrança é intensa, vultosa, dentro da consequência do "...a quem muito for dado....".
Há tristes casos de demência crônica, onde orações auxiliam muito, como sabemos. Surtos psicóticos, revoltas momentâneas, inaceitação do quadro, infelizmente são comuns. Claro, a presença de luminosas entidades, irmãos esclarecidos, são o socorro, a presença manifesta da Misericórdia Divina, acudindo indistintamente a todos nós. Mas, como "déspotas esclarecidos" muitos dos que reverenciamos como autênticos pilares, se petrificam em inamovíveis conceitos discricionários e absolutistas, e por isso sofrem, e muito!
Podemos situar nos meados de 1977 o marco da construção das barreiras, da instalação dos ferrolhos, do gradeamento da Doutrina Espírita. Editorial incisivo no "Reformador" em Outubro de 77 e "Declaração oficial" no mesmo órgão em janeiro de 78, revestidos de formidáveis intenções protetivas, estabeleceram estacas delimitantes, excluindo mais que conceitos e posições filosóficas, mas comunidades inteiras, de seres humanos necessitados de esclarecimentos.
Sem cerimônia e limites, estabelecia-se ali, de modo impiedoso, a cisão, a discriminação, a separação de irmãos a quem devíamos, obrigatoriamente, estender os braços e acolher, mitigando-lhes a ignorância e informando-lhes (pelo menos) da realidade espiritual. Criamos nossa "cruzada", esquecendo a verdadeira lição da conquista pelo amor, pela tolerância, pela compreensão.
Abraçamos a doutrina, criando um verdadeiro exército de proteção, e viramos as costas aos irmãos. O alvo principal? Os terreiros de umbanda, de camdomblé, os rituais africanos, de mediunidade primária, os adeptos do esoterismo, de crenças orientais, os místicos, os que, -por não conhecerem os fundamentos da vida espiritual e da relação verdadeira do intercâmbio entre os encarnados e não- se utilizavam do epíteto de "espíritas ou espiritualistas" em suas atividades. Exatamente os que deveriam ser esclarecidos, orientados, pela proximidade, semelhança, e por possuírem algumas informações sobre a vida espiritual e contato com o invisível. Exatamente os que em análise primeira são nossos irmãos mais próximos.
Mas...e a fraternidade? E a caridade? Detentores de informações e conhecimentos muito elevados, nós, os espíritas, precisamos ser arautos dessas verdades, levando a todos, denodada e incondicionalmente, os pormenores e racionais relações entre os mundos material e espiritual. Sem necessidade de proselitismo, sem imposição de pontos de vista pessoais ou corporativos. O roteiro indicado por Kardec e por outros luminares, ancorados na Verdade do Nazareno nos compele à interrelação plena com todos os que não conhecem os caminhos da alma, ou deles tenham apenas noções incompletas, rudimentares.
À partir daquele editorial se consolida a instalação do, extremamente comprometedor, movimento de uma hipotética profilaxia do pavilhão espiritista. Refutariam, porém, os arraigados argumentadores dessa "assepsia" que as portas das casas continuam abertas, prontas ao acolhimento. Pura citação teórica, propedêutica negada pela prática, que limita, condena, exclui, separa, cinge! Até mesmo alguns nomes, indicativos de lugares, foram proscritos. Centro espírita?
Nem pensar.... passaram a ser "fraternidades, casas, comunhões, sociedades...etc". Qualquer um que queira resolver uma dificuldade, de indagação interior, de problemas momentâneos, de compreensão da vida, - e que procure uma casa espírita- precisa primeiro se submeter a cursos, intermináveis, exposições doutrinárias, entupir-se de leituras impostas, e aí foge o espiritismo do caminho de espiritualizar primeiro, evangelizar depois. É como se alguém, ao precisar de um analgésico para uma dor de cabeça. tenha que fazer antes um curso de medicina!
"OS ESPÍRITAS AO MUNDO...."!
Ninguém informou tanto à Humanidade acerca do mundo espiritual, suas peculiaridades, feições, resultados e consequências, quanto o extraordinário e iluminado Chico Xavier, através da recepção dos artigos, livros, romances, crônicas de André Luiz, Emmanuel, e muitos outros. Milhões,- mesmo sem se tornarem espíritas- acordam na vida do etéreo, conscientes, e se conduzem ou são conduzidos com mais segurança, sem grandes transtornos, por se recordarem de passagens e situações como as narradas em "Nosso Lar".
Linguagem simples, direta, coloquial, sem mistérios, sem preciosismo, sem restrições. As concepções e revelações do mundo espiritual penetraram em milhões de lares, dos palacetes aos casebres, dos intelectuais aos simples de entendimento. Milhões sabem disso sem ainda serem espíritas! Decepcionante foi a descoberta feita por mim de que os livros que eu escrevi, foram lidos por uma meia dúzia de pessoas, que em nada ajudaram, que ocuparam tempo e espaço, tanto quanto a maior parte das quilométricasas "balaustradas" insertas por mim no "Reformador".
E posso afiançar que meu exemplo não é solitário. Na realidade dos centros de hoje, se um jovem de 17 anos, do interior, pouco letrado, aparecer numa casa espírita receberá uma saraivada de questionamentos, de repreensões, e sairá (se tiver dinheiro) entupido de livros e apostilas teóricas, limitantes, desanimadoras. Ou seja: fora de cogitação novos "Chico Xavier" com a atual estrutura.
Agora, inesperto consciente, percebo que, fosse escrever, usaria a mesma base do Tempo de Transição, e escreveria "Tempo de Revisão". O espiristérico e fantasioso "regeneração" se converte hoje em " degeneração". Fugimos do trilho! Perdemos o fio da meada! Caímos na cilada da vaidade, da arrogância, da presunção de superioridade, da falsa concepção de que "deveríamos proteger a Doutrina". Abandonamos à ignorância os humildes, os analfabetos, os sofredores, os obsidiados, as vítimas das trevas da superstição que deveríamos orientar, conduzir, esclarecer, libertar.
Batemos (com orgulho!) no peito, que "somos espíritas", não para auxiliar, mas para demonstrar pretensa superioridade, numa condenável elitização de conhecimentos que guardamos na redoma de nossa vaidade e arrogância, destilando nossa falta de humildade, nosso ancestral e enquistado egoísmo, ao negarmos o necessário apoio e orientação a quem devemos obrigatoriamente esclarecer.
Kardec, ao compilar de modo irreprochável " O Livro dos Espíritos" nos dá todas as linhas, pontos, vírgulas e intersecções do texto que deveríamos pontificar. Estabelece condições didáticas e pedagógicas sobre nossa convivência, contato e relacionamento com nossos irmãos desencarnados, tanto para recolher destes os ensinamentos e as interpretações para a melhor aplicação da virtude, quanto para aos ignorantes e desencaminhados, a revelação de suas condições de erro e de necessária recomposição e mudança de trajeto, para o Bem.
Mas, transformamos nossas reuniões espíritas em "missazinhas" enfadonhas, com pregações inócuas, com exposições repetitivas, palavrescas, exornando vaidades pueris, e sem a presença ou a manifestação de espíritos desencarnados! A Humanidade precisa conhecer, saber e se comunicar com o mundo além túmulo, de forma contínua, clara, evolutiva, segura, aberta, livre, e cabe ao espiritismo a primazia e obrigação em desvendar os véus. Ao contrário, construímos altas e vigiadas muralhas de isolamento e assistimos a chamada (erroneamente) Casa Máter se verter hoje em casamata!
MEDIUNIDADE É BEM DA HUMANIDADE!
É indispensável, inadiável, urgente que se restabeleçam os cursos de educação mediúnica, as sessões experimentais, as reuniões de desobsessão, de doutrinação e o desenvolvimento das diversas formas de intercâmbio, seja através da psicofonia, da psicografia, da mediunidade curativa, e até mesmo do estudo visando o aprimoramento dos chamados fenômenos físicos. E que isso seja feito de modo accessível ao mundo, de forma que as pessoas do vulgo possam tomar conhecimento, participar, se envolver, se beneficiar disto!
Cada centro, por maior ou mais simples que possa ser, reúne, pelas bases fornecidas pela Codificação, os meios, a orientação e o aparelhamento suficientes para oferecer essa atuação, com segurança, com benéfica ação, tirando a venda da descrença dos cépticos e descrentes empedernidos. Se em algum tempo ou lugar, houve utilização errada, corrijamos, dentro do preceito ciceriano, "abusus non tollit usum"- o abuso não impede o uso.
A consciência universal que deve nortear o encaminhamento do que quer ser espírita e recebe esse maravilhoso legado o obriga a semear em todos os terrenos, a sabedoria desse insubstituível e impostergável intercâmbio. Assim o espiritismo precisa penetrar como óleo balsâmico em todos os poros do tecido social.
Nós precisamos ser o "sal da terra", e oferecer o tempero da convicção plena a todos os assuntos, pessoas, lugares, doutrinas, religiões, grupos! Precisamos dar a oportunidade aos que vieram com a missão mais dilatada do mediunato, para que possam em suas comunidades, em suas seitas e religiões, de gerar a realidade do mundo invisível, falar da perfeita Justiça Divina via Reencarnação, revelar o inexpugnável expediente do Perdão dentro da Lei de Causa e efeito, demonstrar, com lógica e razão, com certeza inequívoca, a eternidade do ser, em nossa caminhada evolutiva.
Nós espíritas, temos as respostas que a Humanidade necessita! Só a bendita Doutrina espírita pode fazer isso, hoje! E não podemos nos furtar em não oferecer à essa mesma gleba o conhecimento e a consciência que recebemos generosamente, por méritos ou por misericódia. É preciso abrir os corações, as mentes e também as portas. É preciso chamar os cultores dos credos africanos, e fraternalmente mostrar-lhes a simplicidade das comunicações interseres encarnados e não, a fim de que, sabedores desses novelos, possam se livrar de práticas desnecessárias, ritualísticas e sem função.
Precisamos agregar em torno de nós os que possuem e praticam a mediunidade de modo equivocado, comercial, mercantil, mostrando-lhes, fraternal e zelosamente, como mudar o proceder, não enxotá-los! Com o coração receptivo, necessitamos convidar os pastores, os padres, os rabinos, os ateus, os muçulmanos, os hinduístas, os orientais, os esotéricos, os chamados evangélicos, todas as vertentes da fé, não para transformá-los em prosélitos, mas para que tomem conhecimento da essência espiritual, dos itens já mencionados, trazidos a lume para a consciência de todos, na Terceira Revelação.
É importante que eles saibam, conheçam, ainda que, de pronto não creiam. Sabendo, oportunamente crerão. O tempo é o senhor da razão, e quando estes que disto tomarem ciência, retornarem ao mundo espiritual terão dentro de si a semente da Verdade já germinada, e a realidade espiritual não lhes será nem sofrida nem surpreendente, como hoje ocorre, aos borbotões, em grande parte, por nossa omissão e ausência.
Cada ser humano tem aptidão e suficiência para a aquisição de conhecimentos superiores, não sendo a evolução vedada a quem quer que seja. Mas, que a iniciativa seja nossa, que o movimento espírita intermedeie isso, com a intenção clara e pura de ouvir e falar, de revelar e também absorver novos conhecimentos, visto que, se o espiritismo é o que de mais evoluído conhecemos, não é o final da linha da sabedoria, disto todos temos convicção.
Quando o abençoado professor lionês judiciosamente compila " O Evangelho Segundo o Espiritismo" deixava para nós, os pósteros, a mensagem de que também é necessária a versão do "O Corão Segundo o Espiritismo", " O Torah na visão Espírita", "O Tao dentro da realidade espiritual", e assim por diante.
Ao delinear a senda de atitude do profitente espiritista, Kardec concita e determina: Amai-vos e instruí-vos! Temos obrigação de seguir essa regra, na ordem proposta de amando sempre primeiro. E a prática do amor não se coaduna com a cisão, o distanciamento, a discriminação de quem quer que seja, sob quaisquer pretextos, pois estes são os irmãos que esperam de nós a orientação e o encaminhamento, como em algum tempo atrás tivemos a oportunidade de recolher também.
Quando me foi ofertada a bênção da visão física, pela manifestação daquele instrumento mediúnico, naquele modesto e singelo centro, deveria ter me preocupado mais com a cegueira da alma, também. A propósito, a entidade que me socorreu naquele tempo era representada por uma carinhosa e iluminada preta velha.
Juvanir Borges de Souza- espírito
Mensagem recebida pelo médium Arael Magnus, em 13 de abril de 2015, no Celac- Formosa- Goiás.
http://www.se-novaera.org.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1538
QUEM TEM MEDO DA MORTE?
"Olhemos para os mortos como para os ausentes;
pensando assim não nos enganaremos." Sêneca
"A morte não é mais do que o regresso à Verdadeira Vida." Scipião
"Nada parece e nada morre, a não ser o revestimento, a forma, o invólucro carnal,
em que o Espírito encarcerado, se debate, luta, sofre, aperfeiçoa-se. Morre a forma
- essa carcaça - mas rebrilha a alma - esse gnomo de luz; e o que é essa existência
do corpo - um sopro - perante a existência da alma - a eternidade? Mortos andamos
nós, os vivos; mortos na vida, para ressurgir vivos na morte." Alberto Veiga
REUNIÃO CONCORRIDA
"Para libertar-se do temor da morte é mister poder encará-la sob o seu verdadeiro aspecto. Isto é, ter penetrado pelo pensamento no mundo espiritual, fazendo dele uma idéia tão exata quanto possível. " (Allan Kardec)
Numa palestra, há alguns anos, no Centro Espírita "Amor e Caridade", de Bauru, falei sobre a morte.
O trabalho estava dividido em duas partes.
Inicialmente o tema foi exposto na forma de uma história ilustrada com "slides" preparados por Mizael Garbin, dedicado companheiro espírita da cidade de Mairinque. Na segunda parte respondi perguntas.
Surpreendeu-me o interesse dos presentes. Dezenas de indagações foram formuladas. O mais incrível é que a palestra tem sido reprisada, anualmente, no mesmo local, com afluência crescente de público. Perto de 750 pessoas compareceram à última apresentação.
O mesmo fenômeno em outras cidades. Muita gente, muitas perguntas. Algumas repetem-se, independente do tamanho da localidade, estado ou região, relacionadas com suicídio, acídentes fatais, desligamento, desencarne de crianças, doação de órgãos, cremação, cemitério, eutanásia, aborto, assassinato, imprudência, vício, premonição ...
Então surgiu a idéia de escrever este livro, onde as questões mais frequentes fossem abordadas. Uma espécie de cartilha de iniciação ao conhecimento da morte, algo que interessasse a toda gente, independente de crença, já que ninguém se eximirá de um contato direto ou indireto com ela, envolvendo seu próprio falecimento ou de um familiar.
Em face de limitações pessoais, mas também para torná-lo acessível a qualquer leitor, evitamos a conceituação eminentemente técnica, bem como a abordagem erudita.
No essencial, entretanto, guardamos fidelidade aos princípios da Doutrina Espírita, a abençoada fonte, onde colhemos a orientação precisa para enfrentar as dificuldades da vida e os enigmas da morte.
Quanto ao mais, ficarei muito feliz se esta cartilha ajudar alguém a "matar" a morte, superando temores e dúvidas com a compreensão de que ela apenas transfere nossa residência para o plano espiritual.
Richard Simonetti
MEDO E MORTE II
MEDO E MORTE II
Entre as várias expressões de medo ressalta o da morte, herança atávica dos arquétipos ancestrais, das religiões castradoras e temerárias, dos cultos bárbaros, das conjunturas do desconhecido, das imagens mitológicas que desenharam no tecido social as impressões do temor, das punições eternas para as consciências culpadas, dos horrores inomináveis que o ser humano não tem condições de digerir...
O pavor da morte, às vezes patológico, afigura-se tão grave, que a criatura se mata a fim de não aguardar a morte...
Compreensívelmente, desde o momento da concepção manifesta-se o fenômeno da transformação celular ou morte biológica. Nesse processo de transformações incessantes, chega o momento da parada final dos equipamentos biológicos, e tal ocorrência é perfeitamente natural, não podendo responder pelos medos e pavores que têm sido cultivados.
Não é a primeira vez que ocorre a morte do corpo, na vilegiatura da evolução dos seres. O esquecimento do fenômeno, de maneira alguma, pode ser considerado como desconhecido pelo Espírito, que já o vivenciou antes.
Um aprofundamento mental demonstra que a morte não dói, não apavora, mas o estado psicológico de cada um, em relação à mesma, transfere as impressões íntimas para o exterior, dando curso às manifestações aparvalhantes.
A Psicologia transpessoal, lidando com o ser psíquico, o ser espiritual, sabe-o em processo de evolução, entrando no corpo — reencarnação — e dele saindo — desencarnação — da mesma forma que o corpo se utiliza de roupas, que lhe são necessárias e dispensáveis, conforme as ocasiões.
O simples hábito de dormir, quando se mergulha na inconsciência relativa, é uma experiência de morte que deve servir de padrão comparativo para o fim do processo biológico.
Conforme o eu profundo considere a morte, povoando-a de incertezas, gênios do mal, regiões punitivas ou aniquilamento, dessa forma a enfrentará. O oposto igualmente se dá. Vestindo a morte de esperança de reencontros felizes, de aspirações enobrecidas, de agradável despertar, ocorrerá o milagre da vida.
O medo da morte decorre da ignorância da realidade espiritual e do apego ao transitório físico.
Freud afirmava que o instinto da morte é superior ao de conservação da vida, o que é perfeitamente natural, tendo-se em vista que o corpo é fenômeno, e este passa, permanecendo a causa, que é a energia, a vida em si mesma.
A psicoterapia preventiva, como curadora para o medo da morte, propõe uma conduta harmônica com os níveis superiores de consciência desperta, lúcida, avançando para a transcendência do eu, até culminar na identificação com a Cósmica.
O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis
Entre as várias expressões de medo ressalta o da morte, herança atávica dos arquétipos ancestrais, das religiões castradoras e temerárias, dos cultos bárbaros, das conjunturas do desconhecido, das imagens mitológicas que desenharam no tecido social as impressões do temor, das punições eternas para as consciências culpadas, dos horrores inomináveis que o ser humano não tem condições de digerir...
O pavor da morte, às vezes patológico, afigura-se tão grave, que a criatura se mata a fim de não aguardar a morte...
Compreensívelmente, desde o momento da concepção manifesta-se o fenômeno da transformação celular ou morte biológica. Nesse processo de transformações incessantes, chega o momento da parada final dos equipamentos biológicos, e tal ocorrência é perfeitamente natural, não podendo responder pelos medos e pavores que têm sido cultivados.
Não é a primeira vez que ocorre a morte do corpo, na vilegiatura da evolução dos seres. O esquecimento do fenômeno, de maneira alguma, pode ser considerado como desconhecido pelo Espírito, que já o vivenciou antes.
Um aprofundamento mental demonstra que a morte não dói, não apavora, mas o estado psicológico de cada um, em relação à mesma, transfere as impressões íntimas para o exterior, dando curso às manifestações aparvalhantes.
A Psicologia transpessoal, lidando com o ser psíquico, o ser espiritual, sabe-o em processo de evolução, entrando no corpo — reencarnação — e dele saindo — desencarnação — da mesma forma que o corpo se utiliza de roupas, que lhe são necessárias e dispensáveis, conforme as ocasiões.
O simples hábito de dormir, quando se mergulha na inconsciência relativa, é uma experiência de morte que deve servir de padrão comparativo para o fim do processo biológico.
Conforme o eu profundo considere a morte, povoando-a de incertezas, gênios do mal, regiões punitivas ou aniquilamento, dessa forma a enfrentará. O oposto igualmente se dá. Vestindo a morte de esperança de reencontros felizes, de aspirações enobrecidas, de agradável despertar, ocorrerá o milagre da vida.
O medo da morte decorre da ignorância da realidade espiritual e do apego ao transitório físico.
Freud afirmava que o instinto da morte é superior ao de conservação da vida, o que é perfeitamente natural, tendo-se em vista que o corpo é fenômeno, e este passa, permanecendo a causa, que é a energia, a vida em si mesma.
A psicoterapia preventiva, como curadora para o medo da morte, propõe uma conduta harmônica com os níveis superiores de consciência desperta, lúcida, avançando para a transcendência do eu, até culminar na identificação com a Cósmica.
O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis
Temor da Morte
Temor da Morte (Estudo 166 de 193)
R E S U M O
a) Para muitas pessoas, o temor da morte é uma causa de perplexidade.
b) Muitas sociedades, nos fazem crer desde crianças que, além da vida presente, nada mais há.
c) A felicidade do homem carnal consiste na satisfação fugaz de todos os seus desejos.
d) A moderação dos desejos do homem moral, lhe dá calma e serenidade.
QUESTÕES PARA ESTUDO E PARTICIPAÇÃO:
1 - Temos diante de nós o futuro, a vida eterna. Por que muitas pessoas tem medo da morte?
2 - Alguns acreditam que existe céu e inferno e que é mais fácil irmos parar no inferno. Em seguida a esta afirmação, falam da crença do fogo eterno. O que é o fogo eterno? Essa crença é contra ou a favor da justiça Divina? Por que?
3 - Por que o justo não teme a morte e o futuro? Que "mecanismos" ele usa para alcançar essa tranquilidade e paz de espírito?
4 - Explique as diferenças entre o homem carnal e o homem moral.
5 - "O segredo para ser feliz consiste em saber cada um suportar a sua desgraça" Essa é uma afirmação que ouvimos de muitas pessoas. Ela está de acordo com a doutrina de amor ensinada por Jesus? E com a Justiça Divina? E com os ensinamentos da Doutrina Espírita? Explique o porquê de cada resposta.
Temor da Morte - Conclusão Voltar ao estudo
1 - Temos diante de nós o futuro, a vida eterna. Por que
muitas pessoas tem medo da morte?
Desde crianças, muitos de nós fomos persuadidos a
acreditar em céu e inferno. E alguns de nós carregam essa
idéia durante toda a vida.... Aqueles que têm consciência
dos seus erros imaginam que por errarem só possuem direito
a irem para o "inferno."
Além do mais há um medo do "desconhecido" agregado ao
medo de ficar longe daqueles a quem ama. Nossa visão,
muito pequena diante da eternidade ainda não consegue
entender a liberdade de não estar preso ao corpo material,
a grandeza de nossa família espiritual e que a nossa "vida
normal" é como espíritos e não como espíritos encarnados.
2 - Alguns acreditam que existe céu e inferno e que é mais
fácil irmos parar no inferno. Em seguida a esta afirmação,
falam da crença do fogo eterno. O que é o fogo eterno?
Essa crença é contra ou a favor da justiça Divina? Por
que?
Fogo eterno seria o destino daqueles que fizerem o
mal. Eles iriam para o inferno e queimaria nesse fogo para
sempre!
É totalmente contra a Justiça Divina, que não estaria
dando outra chance de alguém que fez o mal aprender a
fazer o bem. Além disso, estaria nos privando de evoluir,
uma vez aquele que fez o mal é condenado é sofrer
eternamente, dessa forma cadê as oportunidades de
evolução, de progresso moral e intelectual que fazem parte
da Justiça Divina?
3 - Por que o justo não teme a morte e o futuro? Que
"mecanismos" ele usa para alcançar essa tranqüilidade e
paz de espírito?
O justo não teme porque ele tem a certeza no futuro,
ele tem fé. Seus mecanismos são a esperança, que o faz
acreditar numa vida melhor no futuro; e a caridade, a cuja
lei obedece e por isso tem a segurança de que irá para um
mundo onde não encontrará nenhum olhar para temer.
4 - Explique as diferenças entre o homem carnal e o homem
moral.
O homem carnal é mais preso a vida corpórea do que a
vida espiritual. Sua felicidade consiste na satisfação de
seus desejos fugazes e prazeres terrenos. Sua alma, vive
constantemente angustiada pelas vicissitudes da vida
material. Por duvidar do futuro, a morte o assusta,
principalmente por precisar deixar no mundo suas afeições.
(ver questão 1)
O homem moral já se colocou acima de necessidades
fugazes, dessa forma a moderação de seus desejos o permite
viver em serenidade. Ditoso pelo bem que faz, as decepções
e contrariedades da vida são entendidas e passam pela sua
alma sem deixar impressões dolorosas.
5 - "O segredo para ser feliz consiste em saber cada um
suportar a sua desgraça" Essa é uma afirmação que ouvimos
de muitas pessoas. Ela está de acordo com a doutrina de
amor ensinada por Jesus? E com a Justiça Divina? E com os
ensinamentos da Doutrina Espírita? Explique o porquê de
cada resposta.
Não está de acordo com a doutrina de amor de Jesus,
nem com a Justiça Divina e nem com a D.E.
Jesus ensinou que o segredo para ser feliz é o amor.
Deus é um Pai infinitamente bom e justo e não deixaria
nenhum filho seu, precisar "suportar uma desgraça" para
ser feliz. Ele nos dá lições, oportunidades de aprender;
jamais uma desgraça, algo que não fizemos por merecer.
A D.E nos fala sobre aprendermos a cada encarnação,
sobre livre arbítrio; nos fala que devemos fazer o bem sem
olhar a quem, nos fala sobre reencarnarmos para aprendemos
aquilo que ainda não sabemos ou não adquirimos como
virtudes.
R E S U M O
a) Para muitas pessoas, o temor da morte é uma causa de perplexidade.
b) Muitas sociedades, nos fazem crer desde crianças que, além da vida presente, nada mais há.
c) A felicidade do homem carnal consiste na satisfação fugaz de todos os seus desejos.
d) A moderação dos desejos do homem moral, lhe dá calma e serenidade.
QUESTÕES PARA ESTUDO E PARTICIPAÇÃO:
1 - Temos diante de nós o futuro, a vida eterna. Por que muitas pessoas tem medo da morte?
2 - Alguns acreditam que existe céu e inferno e que é mais fácil irmos parar no inferno. Em seguida a esta afirmação, falam da crença do fogo eterno. O que é o fogo eterno? Essa crença é contra ou a favor da justiça Divina? Por que?
3 - Por que o justo não teme a morte e o futuro? Que "mecanismos" ele usa para alcançar essa tranquilidade e paz de espírito?
4 - Explique as diferenças entre o homem carnal e o homem moral.
5 - "O segredo para ser feliz consiste em saber cada um suportar a sua desgraça" Essa é uma afirmação que ouvimos de muitas pessoas. Ela está de acordo com a doutrina de amor ensinada por Jesus? E com a Justiça Divina? E com os ensinamentos da Doutrina Espírita? Explique o porquê de cada resposta.
Temor da Morte - Conclusão Voltar ao estudo
1 - Temos diante de nós o futuro, a vida eterna. Por que
muitas pessoas tem medo da morte?
Desde crianças, muitos de nós fomos persuadidos a
acreditar em céu e inferno. E alguns de nós carregam essa
idéia durante toda a vida.... Aqueles que têm consciência
dos seus erros imaginam que por errarem só possuem direito
a irem para o "inferno."
Além do mais há um medo do "desconhecido" agregado ao
medo de ficar longe daqueles a quem ama. Nossa visão,
muito pequena diante da eternidade ainda não consegue
entender a liberdade de não estar preso ao corpo material,
a grandeza de nossa família espiritual e que a nossa "vida
normal" é como espíritos e não como espíritos encarnados.
2 - Alguns acreditam que existe céu e inferno e que é mais
fácil irmos parar no inferno. Em seguida a esta afirmação,
falam da crença do fogo eterno. O que é o fogo eterno?
Essa crença é contra ou a favor da justiça Divina? Por
que?
Fogo eterno seria o destino daqueles que fizerem o
mal. Eles iriam para o inferno e queimaria nesse fogo para
sempre!
É totalmente contra a Justiça Divina, que não estaria
dando outra chance de alguém que fez o mal aprender a
fazer o bem. Além disso, estaria nos privando de evoluir,
uma vez aquele que fez o mal é condenado é sofrer
eternamente, dessa forma cadê as oportunidades de
evolução, de progresso moral e intelectual que fazem parte
da Justiça Divina?
3 - Por que o justo não teme a morte e o futuro? Que
"mecanismos" ele usa para alcançar essa tranqüilidade e
paz de espírito?
O justo não teme porque ele tem a certeza no futuro,
ele tem fé. Seus mecanismos são a esperança, que o faz
acreditar numa vida melhor no futuro; e a caridade, a cuja
lei obedece e por isso tem a segurança de que irá para um
mundo onde não encontrará nenhum olhar para temer.
4 - Explique as diferenças entre o homem carnal e o homem
moral.
O homem carnal é mais preso a vida corpórea do que a
vida espiritual. Sua felicidade consiste na satisfação de
seus desejos fugazes e prazeres terrenos. Sua alma, vive
constantemente angustiada pelas vicissitudes da vida
material. Por duvidar do futuro, a morte o assusta,
principalmente por precisar deixar no mundo suas afeições.
(ver questão 1)
O homem moral já se colocou acima de necessidades
fugazes, dessa forma a moderação de seus desejos o permite
viver em serenidade. Ditoso pelo bem que faz, as decepções
e contrariedades da vida são entendidas e passam pela sua
alma sem deixar impressões dolorosas.
5 - "O segredo para ser feliz consiste em saber cada um
suportar a sua desgraça" Essa é uma afirmação que ouvimos
de muitas pessoas. Ela está de acordo com a doutrina de
amor ensinada por Jesus? E com a Justiça Divina? E com os
ensinamentos da Doutrina Espírita? Explique o porquê de
cada resposta.
Não está de acordo com a doutrina de amor de Jesus,
nem com a Justiça Divina e nem com a D.E.
Jesus ensinou que o segredo para ser feliz é o amor.
Deus é um Pai infinitamente bom e justo e não deixaria
nenhum filho seu, precisar "suportar uma desgraça" para
ser feliz. Ele nos dá lições, oportunidades de aprender;
jamais uma desgraça, algo que não fizemos por merecer.
A D.E nos fala sobre aprendermos a cada encarnação,
sobre livre arbítrio; nos fala que devemos fazer o bem sem
olhar a quem, nos fala sobre reencarnarmos para aprendemos
aquilo que ainda não sabemos ou não adquirimos como
virtudes.
E QUANDO O ESPÍRITA TEME A MORTE ?
“10. - (...) Já não é só a esperança, mas a certeza que os conforta; sabem [os espíritas] que a vida futura é a continuação da vida terrena em melhores condições e aguardam-na com a mesma confiança com que aguardariam o despontar do Sol após uma noite de tempestade. Os motivos dessa confiança decorrem, outrossim, dos fatos testemunhados e da concordância desses fatos com a lógica, com a justiça e bondade de Deus, correspondendo às íntimas aspirações da Humanidade. ( O Céu e O Inferno, Cap. II TEMOR DA MORTE. Grifos nossos )
Permita-nos o amigo uma pergunta. Não, não precisa responder se não quiser, se der trabalho para pensar. A vida continua, mesmo quando não temos respostas... Mas, arrisquemos: - Acredita você na sua capacidade de avaliar experiências? E na sua capacidade de escolher? Sim? Tem feito boas escolhas? Que bom ! Então Você deve ser alguém de muito sucesso, feliz mesmo... Não ? Bem, então parece que há algo estranho no ar... Vamos " pensar " a respeito juntos ?
Quando Kardec menciona no Cap. II (nosso livro de estudo, item 10) que o espírita não teme a morte, justifica isso dizendo que há uma confiança em torno do que o aguarda após a morte do corpo, na vida futura. Mas, ao que parece, Kardec não era dado a devaneios românticos, tão pouco era prolixo. Assim, podemos acreditar que havia algo de positivo, de concreto nessa confiança mencionada por ele. Segundo suas palavras, seria ela motivada por dois fatores principalmente:
• os fatos testemunhados
• concordância desses fatos com a lógica, com a justiça e bondade de Deus
Então, hoje, poderíamos perguntar (de novo!): que fatos são esses a serem testemu nhados? ( Deixemos o outro item para o próximo mês ).
À época de Kardec, muitos fenômenos espíritas aconteciam. E não era nada difícil observar tais manifestações. Mas a par disso, não era da mesma forma que as testemunhas presenciavam os fatos. Como pode ser?
Ora, em qualquer reunião onde se agrupam várioas pessoas encontramos senhores que calmamente esperam o desenrolar das conversas e acontecimentos. Também encontramos aquelas pessoas de meia idade entretecendo conversas sobre os assuntos que lhes ocupam os projetos do momento. Há aqueles indiferentes, amortecidos, como que presos ali por alguma convenção. Há os jovens, em busca de experiências no relacionamento e, ainda, as crianças que, reparando em tudo, só se detêm no que lhes chama a atenção no momento...
Assim, também àquela época as reuniões eram bastante heterogêneas. Cada um apenas compreendia até o limite da própria percepção. Como pode ser isto? Não concordaria você que ela aumenta com a experiência? Parece que sim... Mas não basta a experiência. Há daquelas experiências que entorpecem, que anestesiam ou que aprisionam. Como quando passamos por momentos tão difíceis que acabam por deixar "sinais" em nós, funcionando como verdadeiros alarmes nos impedindo de agir de outra forma. Ou seja, ficamos na defensiva, mesmo quando o perigo já passou...Elas deixam uma espécie de casca que impede a visão ampla. Lembramo-nos aqui de uma jovem que certa vez insistia no medo que tinha dos Espíritos. Quando, então perguntamos a ela "Mas, para você, o que são os espíritos?" Ela parou, pensou, pensou, e, com um olhar um tanto perdido, disse "Ah...não sei...". Do que ela tinha medo, então? Problema de percepção... Bem, mas e a dificuldade de perceber? Certas coisas parecem tão difíceis! Dizer o que sente, por exemplo. Pôr limites. Relacionar-se com a esposa, o marido, os filhos. Família.
Há pessoas com imensa dificuldade para perceber (entender) a espiritualidade. Mas notemos bem que as coisas difíceis são sempre aquelas que não aprendemos, que não treinamos. É difícil porque falta prática. Problemas difíceis são aqueles que ainda não temos prática em resolver. E cada problema que aparece é uma chance de treinar, de "pegar"a tal prática. Como diz um Espírito: "Não é drama, tragédia... Só vira drama e tragédia quando você emperra, se recusa a encarar o desafio, ou foge, negando-se a usar a instrumentação da sua própria alma se rendendo à dificuldade".
A nossa época, muito diferente da época em que Kardec estava encarnado, exige-nos também que testemunhemos certos fatos dentro da lógica do nosso entendimento para adquirirmos a confiança da qual tratava Kardec no trecho acima. Mas tais fatos não mais se restringem aos fenômenos das manifestações dos Espíritos. Trata-se principalmente de desenvolvermos a capacidade de perceber a nossa própria manifestação espiritual na vida, avaliando quanto à sua qualidade. Por isso falávamos no artigo anterior da clariviência, que é o “olho do Espírito”, levando-nos a ver “vida espiritual” ao nosso redor, a penetrar pelo pensamento na (nosa) vida espiritual.
No século XIX, os fatos a serem testemunhados eram principamente os exteriores. No século XXI, a par daqueles, são os fatos íntimos que devem ser percebidos, aceitos, entendidos e selecionados. Desenvolver a sensibilidade aos fatos do mundo interior. Primeiro, liberdade para sentir, para dizer o que sente e para manifestar-se de acordo com isso. Em seguida, entendimento com relação ao que sente, o que motiva isso, as escolhas que sustentam tal estado, para, só então, sentir com liberdade...
É, então, nesse sentido que todos somos médiuns (ao menos médiuns sensitivos, termo usado por Kardec em O Livro dos Médiuns). Porque temos esta qualidade de sentir, como algo característico da nossa própria individualidade, do nosso jeito de perceber e interpretar, da nossa impressionabilidade com o que nos cerca, traduzindo tudo isso em experiência, em prática.
Agora, mais uma pergunta: Quando é que você tem coragem de dizer a sua verdadeira opinião, ou de assumir o que pensa? Você tem dificuldade em dizer o que sente, de dizer o que quer, de estabelecer limite para os outros e para si mesmo ?
Não exige tudo isso firmeza sobre os próprios sentimentos, sobre os próprios raciocínios? Pensamos uma coisa num dado momento e daqui a pouco... Firmeza no que sabemos, no que sentimos, no que fazemos. Mas atenção, firmeza não é rigidez. É intimidade consigo mesmo, com a sua sensibilidade, com o seu fato espiritual. É entrar em nossas razões mais profundas, perder o medo de ser errado ou inadequado, assumindo a responsabilidade por si, cuidando de si, sem insegurança quanto ao que os outros vão achar ou dizer. É não estar dividido, é ser inteiro. Agindo de acordo com a própria consciência, sem dramas íntimos, sem comparações com as outras pessoas, sem falsas esperanças das reações dos outros. O contrário de tudo isso? É a rigidez, seja ela física, mental ou emocional, é atitude de defesa, de alguém que se mantém na defensiva frente aos desafios. É a própria imagem do cadáver frio e sem expressão. É falta de opção... E como é bom quando percebemos uma opção a mais diante do que nos acontece, não acha o caro leitor? Assim é também que frente a morte o Espiritismo nos oferece uma nova opção, só que positiva.
Mas firmeza não significa ser infalível, perfeito ou "santo". Significa, sim, conviver com a própria falibilidade sem o medo de falhar. Tirar das próprias falhas o melhor delas: a experiência, sem marcas graças a um entendimento do que representa tal experiência para o Espírito.
A necessidade, portanto, é a de amadurecermos frente ao nosso fato espiritual, coisa somente possível bem vivendo, i.e., ganhando experiência com a verdade (realidade) espiritual. E tal maturidade principia quando começamos a observar as diferenças que existem, e a respeitá-las. Por isso mesmo não existem "receitas" para o crescimento espiritual. Cada um é um. O que se pode fazer é comentar os passos alheios, observando-os. Mas cada um constrói a própria caminhada, e caminhando... E isso é melhorar-se: aprender as coisas que ajudam a viver melhor, experimentando atitudes, selecionando pensamentos. Aliás, o processo de evolução é mais ou menos isso mesmo. De início, tomamos conhecimento de uma realidade. Qualquer uma, porque há apenas o que cada um consegue ver das possibilidades do Universo. Então tomamos ciência de uma realidade, e aquilo começa a chamar a nossa atenção. Vamos, então, pensando, comparando, vamos detectando onde aquilo se relaciona com o que já conhecemos, onde é diferente. Quando, então, percebemos que existe uma lei agindo ali. E quando aprendemos a lei, tornamo-nos capazes de usar esta descoberta. Crescemos mais um pouco.
Mas qual seria a relação disso tudo com o medo da morte que alguns espíritas possuem? É que o estágio na Terra, pelos valores transitórios sobre os quais se levanta, ainda permite à criatura viver duas vidas diversas, o que acontece a muita gente. A incoerência do viver leva à constituição de um temor cada vez maior de encontrar o plano em que a mente se despoja de toda a ilusão, encontrando-se com aquilo que de fato sente. Há, então, o estabelecimento de um mecanismo de fuga. Talvez a raiz da questão esteja, então, em não perceber o que se sente, sentindo de acordo com a ação dos outros: se ele me detesta, então eu também detesto. Se ela me ignora, eu também vou ignorar. E como vivemos do que sentimos, a vida fica uma gangorra emocional. Um dia lá encima, outro cá embaixo... Passamos a viver pela fuga: ou no passado, pelo remorso, pelo ressentimento, etc, ou no futuro, pela ansiedade, pelo medo. Tornaram-se impermeáveis ao que receberam como informação nos cursos, encontros, palestras. Esquecendo que o conhecimento da vida após a morte deve servir para alguma coisa aqui e agora: para resolver situações, tomar decisões, reagir bem a tudo. Isso é muito diferente de estar com a cabeça cheia de coisas interessantes mas que, na prática, não ajudam em nada. Saber que o estudo espírita serve para encarar os acontecimentos que se dão conosco de um jeito mais leve, sem apego, sem aflição, pois, no dizer de um Espírito:
“Só quando você faz as coisas segundo o que aprendeu, quando as suas crenças participam da vida prática, é que elas podem realmente passar a fazer parte de você.1
Mas para isso, é preciso:
• vivermos as nossas experiências (não a dos outros, ou pelos outros),
• avaliarmos tais experiências (por nós mesmos) e
• escolhermos por nós mesmos (sem transferir nossa responsabilidade por nós mesmos).
Com isso não usaremos mais o nosso conhecimento para aprisionar a vida naquilo que pensamos, nossas idéias confusas causadoras de sofrimento, temor, mas para compreendê-la melhor... onde, então, a perda causada pela morte, poderá se tornar no ganho propiciador da liberdade, ou nas palavras de Joanna de Ângelis:
-À medida que se está a morrer, e enquanto se vive, conveniente que se esteja também construindo o porvir e liberando-se do passado, como aprendiz que armazena os valores que o deverão acompanhar para sempre.”2
Vanderlei Luiz Daneluz Miranda
Janeiro / 2002
Bibliografia:
FOELKER, Rita, [psicografia de] / Calunga Espírito).“Vamos Ficar Bem”. GIL, 1ª ed. Jundiaí, SP. 2001. FRANCO, Divaldo Pereira., “Luzes do Alvorecer”, O Desafio da Morte. LEAL. 1ª ed. Salvador.2001
POR QUE TEMER A MORTE?
Postado em Editora Vivência
É natural que, pelo instinto de preservação, o homem negue inconscientemente a morte, mas o estudo espírita demonstra que ela é uma "volta para casa".
- Raphael Carneiro - Entrevista realizada pelo canal IRC #Espiritismo
São vários os motivos que levam as criaturas a temer a morte, entretanto, nenhum deles sobrevive ao crivo da razão e do conhecimento que o Espiritismo nos traz. O "instinto de preservação" presente em todos os animais é um recurso da sabedoria divina, permitindo-lhes se afastarem de situações que coloquem suas vidas em perigo. É a "lei de conservação", necessária para assegurar às criaturas o desempenho de suas missões terrenas.
Desde os primitivos estágios do homem, existe um sentimento inato do futuro, uma intuição de que a morte do corpo não é o fim de tudo. Porém, o temor do desencarne é providencial enquanto não se tem um esclarecimento suficiente a respeito da vida futura. À medida que o homem se torna um ser mais complexo, fatores psicológicos contribuem para exacerbar certos temores, muitas vezes de forma inconsciente ou ilógica, baseada em informações incompletas ou falsas convicções.
Crendices seculares, ensinadas geração após geração desde a infância, induzem o indivíduo ao medo do inferno e do sofrimento eterno que ali encontrará se não levar uma vida virtuosa. Como a virtude plena é algo que dificilmente se alcança em uma única existência, a dedução que o fiel faz, para seu desgosto, é que o destino geral de quase todos que morrem é a dor infinita. O amor às coisas terrenas também alimenta o temor da morte, pois representa a perda das fontes mundanas de prazer, como comida, bebida, sensualidade, entre outras. Da mesma forma, o sentimento de perda da estrutura existente na Terra (família, amigos, casa, sustento, proteção etc.) leva ao medo de desencarnar.
Na realidade, todos esses temores são fruto da ignorância e o desconhecido é sempre atemorizante. É muito comum ouvirmos pessoas lastimando a morte de alguém dizendo "coitado, morreu tão jovem", como se o seu tempo de vida na Terra não tivesse sido suficiente e a vida no além não fosse mais agradável. São idéias errôneas preconcebidas por vários e vários séculos. Sem contar que, muitas vezes, no intuito de se livrar das crendices e preconceitos, o homem cai no fosso do materialismo, fazendo com que a morte lhe represente o fim de tudo: da existência, do ego, da individualidade. Ou seja, um destino terrível para um ser pensante.
Através de experiências incontestáveis, a doutrina espírita trouxe a dissipação dessas idéias errôneas que perduraram por tanto tempo. A certeza da continuação da existência, da inteligência, da individualidade, das afinidades, das memórias, do reencontro com entes queridos que o precederam e muito mais construiu um arcabouço de confiança e conscientização sobre o estado de coisas aqui e no além. Para eliminar o temor da morte, o homem necessita adotar a perspectiva espiritual sobre a vida, de maneira a contrapô-la com a material. Somos seres espirituais e estamos temporariamente na vida material, não se podendo inverter essa visão. O espírita não deve temer o desencarne, o Espiritismo "matou" a morte.
Se todos nós temos várias vidas, ou seja, já tivemos muitas "experiências de morte", de onde vem esse pavor que algumas pessoas experimentam?
Raphael Carneiro - Em termos gerais, o pavor vem de duas grandes fontes: a ignorância sobre as questões do espírito e o esquecimento parcial e temporário das vivências passadas. A ignorância sobre o mundo espiritual vem sendo dissipada pelos grandes mestres e mensageiros que a Terra tem recebido, em especial, a falange do espírito da verdade, que nos trouxe o Espiritismo. Quanto ao esquecimento das vivências passadas, trata-se de uma providência necessária ao nosso atual estágio de desenvolvimento espiritual, porém, esse esquecimento não será tão acentuado.
O espírita deve temer a morte?
Raphael Carneiro - Como já foi mencionado, o espírita não deve temer a morte, mas isso não significa que devemos relaxar com os cuidados de nossa saúde e a preservação de nossa vida orgânica, pois nosso corpo biológico é uma "ferramenta de trabalho". Entretanto, conforme inúmeros relatos vindos dos amigos espirituais, a experiência de desencarne é mais prazerosa do que a de reencarne, pois nossa verdadeira pátria é a espiritual. Estamos aqui na Terra em missão de progresso e a morte é o nosso retorno para casa! Como espiritistas, não devemos temer a morte, mas cuidar para não desperdiçar a vida aqui.
O medo da morte não teria um limite saudável que nos fizesse procurar a manutenção de nossas vidas, respeitando, assim, a lei de conservação?
Raphael Carneiro - Certamente, é o chamado "instinto de preservação". Como tal, ele existe em todos os animais, é um recurso da providência divina para que a vida não se esvaia inutilmente. O ser humano, dotado de raciocínio e discernimento, jamais deve cair no equívoco de temer excessivamente a perda da vida corporal.
Nos casos de morte gradual, como por doenças, qual seria exatamente a necessidade de enxergar entes queridos? Seria aliviar e preparar o indivíduo para o desencarne?
Raphael Carneiro - No leito terminal, é bastante comum o doente ver parentes que desencarnaram muito antes dele, como um prelúdio da vida no plano espiritual. Nesse estado de esgotamento da energia vital, os laços que prendem o espírito ao corpo já se encontram mais relaxados, de modo que as percepções espirituais ficam mais acentuadas e chegam ao ponto em que o paciente terminal, às vezes, tem dificuldade de distinguir os companheiros desencarnados dos encarnados à sua volta. São preparativos para uma transição mais suave.
Os casos de cristãos que cantavam diante da morte no circo romano são provas da falta de temor à morte. Mas eles não vão contra o instinto de conservação que trazemos para nos mantermos vivos? Raphael Carneiro - Se fosse oferecida aos cristãos a alternativa de não estarem ali, junto aos leões na arena, certamente eles a escolheriam. Entretanto, seu martírio já estava selado pelos imperadores romanos, cabendo-lhes escolher entre morrer desesperadamente, em uma inútil tentativa de lutar contra as feras famintas à sua volta, ou dignamente, com a consciência tranqüila de quem sabe que a vida no além será gloriosa e dando ainda uma lição moral aos seus verdugos. Como espíritas, também escolheríamos a segunda opção.
Algumas vezes, os espíritas se vêem defrontados com situações nas quais são questionados naturalmente sobre a morte e, como seu "trato" com ela é muito mais natural, às vezes choca as pessoas. Qual a postura que o espírita deve ter quando perguntado sobre a morte?
Raphael Carneiro - Uma postura natural. Entretanto, cabe a ele distinguir cada situação, devemos sempre respeitar a dor alheia. A esposa que chora junto ao caixão de seu esposo merece receber atenção e consolo, portanto, mesmo que tenhamos a convicção de que o momento daquele homem já havia chegado e que ele estará muito melhor no plano espiritual do que se permanecesse aqui entre nós, devemos respeitar o momento da esposa chorosa e não chocá-la com uma visão que lhe seja incompreensível. Nem todas as pessoas estão devidamente preparadas para encarar a realidade dos fatos e, assim, há que se ter discernimento para que nossas convicções não causem mais prejuízo do que auxílio.
O temor da morte seria um medo de uma oportunidade desperdiçada que teríamos em nosso intimo?
Raphael Carneiro - Penso que esse receio existe na alma de muitos espíritas. Costumam perguntar: "Será que estou desperdiçando minhas oportunidades? Será que a morte me revelará o fracasso que foi minha passagem terrena"? Para evitarmos esse desapontamento no futuro, após o desencarne, o melhor a fazer é agir desde já. Na questão 919 de O Livro dos Espíritos, Santo Agostinho evoca um mandamento de um filósofo grego: "Conhece-te a ti mesmo". A recomendação é que cada um de nós reserve um momento fixo para meditar sobre tudo que fizemos de certo ou errado em nosso dia. Se monitorarmos nosso progresso, nossas oportunidades aproveitadas ou desperdiçadas diariamente, teremos mais chances de alterar nosso rumo na vida.
"Treinar" seus adeptos para a morte seria uma tarefa das religiões?
Raphael Carneiro - Deveria ser um dos benefícios de uma educação religiosa apropriada, entretanto, infelizmente, muitas religiões não desempenham bem essa tarefa. Entre os aspectos religiosos a serem ensinados ao homem, estão aqueles que afetam as conseqüências dos atos desta vida sobre aquela depois da morte. Uma existência terrena seguida dentro da lei divina é uma infalível receita para se chegar à felicidade após a morte.
Vencendo o medo da morte
Vencendo o medo da morte
O medo é um sentimento natural e necessário para que sejamos prudentes frente a perigos que possam prejudicar nossa vida. Como menciona Joanna de Ângelis em várias de suas obras*, o medo da morte resulta do instinto de conservação que trabalha a favor da manutenção da existência.
Esse sentimento, no entanto, é normal quando moderado; se excessivo, torna-se patológico, passando a nos prejudicar, fazendo com que vivamos mais com medo do que com tranquilidade.
Joanna de Ângelis aponta que existem pessoas que tem tanto medo do instante da morte, que se matam para não esperá-lo. Em outras, o medo da morte é de tal grau que passam a temer o envelhecimento, recorrendo a todas as formas de tratamento para manter uma aparência jovem, tentando mostrar aos outros e a si algo que não são.
Por mais que seja natural, o medo que temos das coisas não nasce conosco. Nós o aprendemos através das experiências que nos trazem alguma consequência ruim ou do juízo que fazemos daquilo que nos é desconhecido.
Sendo que aprendemos o medo, podemos desaprendê-lo, incorporando novas ideias e nos esclarecendo acerca do objeto do nosso temor.
Manoel Philomeno de Miranda, pelo médium Divaldo Franco, assegura: a desinformação e as concepções erradas sobre a vida futura são responsáveis pelo temor da morte.
Os fatores que, geralmente, geram esse medo descontrolado da morte são:
1º – Ninguém pode ter controle em relação a morte. Ela é certa para todos, pois a única coisa que é fatal na vida é o instante da morte. Todos os outros fatos da vida podemos modificar de acordo com nossas atitudes, mas a morte é inevitável.
2º – A falsa visão e informação que muitos possuem da morte, pois acreditam que existe um Céu e um Inferno, tornando apavorante a ideia de que respondemos pelos atos da vida através da condenação ou do descanso eternos.
3º – O Materialismo. Quanto mais nos prendemos aos bens materiais, mais tememos a morte, pois sabemos que não poderemos levar riquezas para o túmulo.
O Espiritismo ilumina os caminhos e faz ver com mais clareza e de forma racional, tanto a vida quanto a morte. Ele mostra que a terra é uma escola e que, por isso, devemos aproveitar as oportunidades que surgem para aprender e evoluir. E, principalmente, lembra que a verdadeira vida não é a material e sim a vida espiritual.
Além disso, a Doutrina Espírita trata a morte com a atenção necessária, já que é um fenômeno natural, ao qual todos estão destinados. Também responde aos nossos questionamentos através da Codificação, e prova a sobrevivência do Espírito através dos relatos de entes queridos que retornam para nos alertar sobre a vida pós-túmulo.
E dentre esses relatos predominam aqueles que nos elucidam que, após o desencarne, encontramo-nos com nossa própria consciência, recapitulando todos os nossos atos, corretos ou não, e suas conseqüências. Aquele que viveu de forma desonesta, conturbada, não terá, com certeza, a mesma tranqüilidade daquele que procurou viver retamente.
Por isso, se trabalharmos por termos sempre a consciência tranqüila, não teremos medo da morte, nem do que nos espera no mundo espiritual. Sabendo que tudo o que nos acontece é conseqüência de nossos atos, obtemos a tranqüilidade de que, agindo retamente, teremos bons resultados no futuro.
Os esclarecimentos da Doutrina Espírita nos proporcionam uma confiança maior em Deus, em suas leis, e em sua Justiça, sabendo e aceitando que nada nos acontece que não merecemos ou que não seja útil para nossa evolução.
Com a certeza da vida futura, passamos a ver a morte não mais como um fim, mas sim como a certeza de um recomeço. Buscando o desprendimento material, praticar a caridade e adotar Jesus por modelo e guia, não teremos o que temer, nem quanto ao futuro, nem quanto à morte.
Carina Streda
* Referências:
FRANCO, Divaldo. O Despertar do Espírito. pelo Espírito Joanna de Ângelis. 6ª ed. LEAL. Salvador – BA. 2004.
______. O Ser Consciente. pelo Espírito Joanna de Ângelis. 10ª edição. LEAL. Salvador – BA. 2002.
______. Autodescobrimento. pelo Espírito Joanna de Ângelis. 14ª edição. LEAL. Salvador – BA. 2006.
O medo é um sentimento natural e necessário para que sejamos prudentes frente a perigos que possam prejudicar nossa vida. Como menciona Joanna de Ângelis em várias de suas obras*, o medo da morte resulta do instinto de conservação que trabalha a favor da manutenção da existência.
Esse sentimento, no entanto, é normal quando moderado; se excessivo, torna-se patológico, passando a nos prejudicar, fazendo com que vivamos mais com medo do que com tranquilidade.
Joanna de Ângelis aponta que existem pessoas que tem tanto medo do instante da morte, que se matam para não esperá-lo. Em outras, o medo da morte é de tal grau que passam a temer o envelhecimento, recorrendo a todas as formas de tratamento para manter uma aparência jovem, tentando mostrar aos outros e a si algo que não são.
Por mais que seja natural, o medo que temos das coisas não nasce conosco. Nós o aprendemos através das experiências que nos trazem alguma consequência ruim ou do juízo que fazemos daquilo que nos é desconhecido.
Sendo que aprendemos o medo, podemos desaprendê-lo, incorporando novas ideias e nos esclarecendo acerca do objeto do nosso temor.
Manoel Philomeno de Miranda, pelo médium Divaldo Franco, assegura: a desinformação e as concepções erradas sobre a vida futura são responsáveis pelo temor da morte.
Os fatores que, geralmente, geram esse medo descontrolado da morte são:
1º – Ninguém pode ter controle em relação a morte. Ela é certa para todos, pois a única coisa que é fatal na vida é o instante da morte. Todos os outros fatos da vida podemos modificar de acordo com nossas atitudes, mas a morte é inevitável.
2º – A falsa visão e informação que muitos possuem da morte, pois acreditam que existe um Céu e um Inferno, tornando apavorante a ideia de que respondemos pelos atos da vida através da condenação ou do descanso eternos.
3º – O Materialismo. Quanto mais nos prendemos aos bens materiais, mais tememos a morte, pois sabemos que não poderemos levar riquezas para o túmulo.
O Espiritismo ilumina os caminhos e faz ver com mais clareza e de forma racional, tanto a vida quanto a morte. Ele mostra que a terra é uma escola e que, por isso, devemos aproveitar as oportunidades que surgem para aprender e evoluir. E, principalmente, lembra que a verdadeira vida não é a material e sim a vida espiritual.
Além disso, a Doutrina Espírita trata a morte com a atenção necessária, já que é um fenômeno natural, ao qual todos estão destinados. Também responde aos nossos questionamentos através da Codificação, e prova a sobrevivência do Espírito através dos relatos de entes queridos que retornam para nos alertar sobre a vida pós-túmulo.
E dentre esses relatos predominam aqueles que nos elucidam que, após o desencarne, encontramo-nos com nossa própria consciência, recapitulando todos os nossos atos, corretos ou não, e suas conseqüências. Aquele que viveu de forma desonesta, conturbada, não terá, com certeza, a mesma tranqüilidade daquele que procurou viver retamente.
Por isso, se trabalharmos por termos sempre a consciência tranqüila, não teremos medo da morte, nem do que nos espera no mundo espiritual. Sabendo que tudo o que nos acontece é conseqüência de nossos atos, obtemos a tranqüilidade de que, agindo retamente, teremos bons resultados no futuro.
Os esclarecimentos da Doutrina Espírita nos proporcionam uma confiança maior em Deus, em suas leis, e em sua Justiça, sabendo e aceitando que nada nos acontece que não merecemos ou que não seja útil para nossa evolução.
Com a certeza da vida futura, passamos a ver a morte não mais como um fim, mas sim como a certeza de um recomeço. Buscando o desprendimento material, praticar a caridade e adotar Jesus por modelo e guia, não teremos o que temer, nem quanto ao futuro, nem quanto à morte.
Carina Streda
* Referências:
FRANCO, Divaldo. O Despertar do Espírito. pelo Espírito Joanna de Ângelis. 6ª ed. LEAL. Salvador – BA. 2004.
______. O Ser Consciente. pelo Espírito Joanna de Ângelis. 10ª edição. LEAL. Salvador – BA. 2002.
______. Autodescobrimento. pelo Espírito Joanna de Ângelis. 14ª edição. LEAL. Salvador – BA. 2006.
Lições Espíritas - Medo da morte
Em continuidade aos estudos da semana sobre espiritismo, o tema escolhido foi o medo da morte. Os livros que compõem a codificação espírita são repletos de ensinamentos a respeito deste assunto, que nos levam à reflexão.
No livro chamado 'O Céu e o Inferno', de Allan Kardec, fica revelado que quanto mais nos tornamos cientes sobre a função da vida, menor é o medo da morte. A certeza de que a vida não cessa com a morte traz em si a mudança da relação com esta. E completa com a seguinte passagem: "A Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese para ser realidade. [...] O mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade prática; não foram os homens que descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever a sua situação. [...] Para os espíritas, a alma não é uma abstração; ela tem um corpo etéreo que a define ao pensamento, o que muito é para fixar as ideias sobre a sua individualidade, aptidões e percepções."
Da mesma forma, no 'Livro dos Espíritos' há explicações interessantes sobre o porquê da relação complicada do homem com sua morte: "O homem carnal, mais preso à vida corporal do que à vida espiritual, tem, na Terra, penas e gozos materiais. Sua felicidade consiste na satisfação fugaz de todos os seus desejos. Sua alma, constantemente preocupada e angustiada pelas vicissitudes da vida, mantém-se num estado de ansiedade e de tortura perpétuas."
O medo é um sentimento natural e necessário para que sejamos prudentes frente a perigos que possam prejudicar nossa vida. O medo, no entanto, é normal quando é moderado. Se for excessivo, torna-se doentio, prejudica a vida e faz com que vivamos mais com medo do que em paz.
Pesquisas sobre o tema revelaram que os motivos pelos quais as pessoas temem a morte são variados, podendo ser enumeradas dentre os seguintes:
1) Falta de informação: somos acostumados a acreditar que existe um céu e um inferno e torna-se apavorante a ideia de que respondemos pelos atos da vida através da condenação ou do descanso eterno.
2) Necessidade de controlar tudo: ninguém pode ter o controle sobre a morte, pois ela é certa para todos. Querer controlar tudo é atitude própria de pessoas inseguras, o que gera mais ansiedade e medo.
3) Materialismo: quanto maior for a prisão aos bens materiais maior é o medo da morte, pois não se leva riquezas após o desencarne.
O Espiritismo ilumina os caminhos e nos faz ver com mais clareza e de forma racional, tanto a vida, quanto a morte. Vem nos mostrar que a Terra é uma escola e que, por isso, devemos aproveitar as oportunidades que surgem. Mas o principal vem nos lembrar que a vida na verdade não é essa e sim a vida espiritual. Estamos aqui de passagem. Deve-se tratar a morte como um fenômeno natural na vida humana, ao qual todos estão destinados.
Após o desencarne nos encontramos com nossa própria consciência, recapitulando todos os nossos atos, corretos ou não, e suas consequências. Aquele que viveu de forma desonesta, conturbada, não terá, com certeza, a mesma tranqüilidade daquele que procurou viver sob os moldes da retidão.
Os estudos da doutrina espírita nos envolvem ao ponto de encarar a morte não mais com a possibilidade de um fim, e sim a certeza de um recomeço. Por meio do nosso desprendimento material, através da pratica da caridade e adotando Jesus e sua mensagem por modelo e guia, não temos o que temer do futuro nem da morte.
No livro chamado 'O Céu e o Inferno', de Allan Kardec, fica revelado que quanto mais nos tornamos cientes sobre a função da vida, menor é o medo da morte. A certeza de que a vida não cessa com a morte traz em si a mudança da relação com esta. E completa com a seguinte passagem: "A Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese para ser realidade. [...] O mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade prática; não foram os homens que descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever a sua situação. [...] Para os espíritas, a alma não é uma abstração; ela tem um corpo etéreo que a define ao pensamento, o que muito é para fixar as ideias sobre a sua individualidade, aptidões e percepções."
Da mesma forma, no 'Livro dos Espíritos' há explicações interessantes sobre o porquê da relação complicada do homem com sua morte: "O homem carnal, mais preso à vida corporal do que à vida espiritual, tem, na Terra, penas e gozos materiais. Sua felicidade consiste na satisfação fugaz de todos os seus desejos. Sua alma, constantemente preocupada e angustiada pelas vicissitudes da vida, mantém-se num estado de ansiedade e de tortura perpétuas."
O medo é um sentimento natural e necessário para que sejamos prudentes frente a perigos que possam prejudicar nossa vida. O medo, no entanto, é normal quando é moderado. Se for excessivo, torna-se doentio, prejudica a vida e faz com que vivamos mais com medo do que em paz.
Pesquisas sobre o tema revelaram que os motivos pelos quais as pessoas temem a morte são variados, podendo ser enumeradas dentre os seguintes:
1) Falta de informação: somos acostumados a acreditar que existe um céu e um inferno e torna-se apavorante a ideia de que respondemos pelos atos da vida através da condenação ou do descanso eterno.
2) Necessidade de controlar tudo: ninguém pode ter o controle sobre a morte, pois ela é certa para todos. Querer controlar tudo é atitude própria de pessoas inseguras, o que gera mais ansiedade e medo.
3) Materialismo: quanto maior for a prisão aos bens materiais maior é o medo da morte, pois não se leva riquezas após o desencarne.
O Espiritismo ilumina os caminhos e nos faz ver com mais clareza e de forma racional, tanto a vida, quanto a morte. Vem nos mostrar que a Terra é uma escola e que, por isso, devemos aproveitar as oportunidades que surgem. Mas o principal vem nos lembrar que a vida na verdade não é essa e sim a vida espiritual. Estamos aqui de passagem. Deve-se tratar a morte como um fenômeno natural na vida humana, ao qual todos estão destinados.
Após o desencarne nos encontramos com nossa própria consciência, recapitulando todos os nossos atos, corretos ou não, e suas consequências. Aquele que viveu de forma desonesta, conturbada, não terá, com certeza, a mesma tranqüilidade daquele que procurou viver sob os moldes da retidão.
Os estudos da doutrina espírita nos envolvem ao ponto de encarar a morte não mais com a possibilidade de um fim, e sim a certeza de um recomeço. Por meio do nosso desprendimento material, através da pratica da caridade e adotando Jesus e sua mensagem por modelo e guia, não temos o que temer do futuro nem da morte.
Quem Tem Medo da Morte?
Embora seja a única certeza da vida o ser humano jamais conseguiu compreender a morte de forma clara e a incerteza do porvir é mais um fator a gerar inquietação, dúvidas, medo. Ora, só se teme aquilo que se desconhece, logo, assim que passamos a conhecer e compreendemos deixamos de temer. Assim acontece com a morte que para maioria das pessoas ainda inspira medo, até mesmo pavor, mas não passa de algo natural. As religiões têm sua parcela de culpa nesse aspecto, pois não preparam seus adeptos para a morte, nem própria nem dos outros, e ainda os amedronta em relação ao que vêm depois dela, nesse aspecto vejamos o que os espíritos nos dizem:
941 – O receio da morte é para muitas pessoas uma causa de perplexidade; de onde vem esse temor, uma vez que elas têm diante de si o futuro?
- É errado que tenham esse temor; todavia, que queres tu! Se procura as persuadir, em sua juventude, de que há um inferno e um paraíso, mas que é mais certo que elas irão para o inferno, porque lhe dizem que, o que está na Natureza, é um pecado mortal para a alma. Então, quando se tornam grandes, se têm um pouco de julgamento, não podem admitir isso e se tornam atéias ou materialistas; é assim que as levam a crer que, fora da vida presente, não há mais nada. Quanto às que persistiram em suas crenças da infância, elas temem esse fogo eterno que as deve queimar, sem as destruir. (...)1
Para o Espírita a morte não é senão mais uma etapa da vida, a passagem do plano material para o plano espiritual que é nossa verdadeira “casa” e que antes deve ser vista com alegria pelo ser que se liberta, que cumpriu sua missão, ao invés de uma tristeza que o atormenta e que não encontra consolo nas outras doutrinas. Como diz Kardec: “a Doutrina Espírita muda completamente a maneira de encarar o mundo. A vida futura não é mais uma hipótese, mas uma realidade”2. O Espírita que enxerga tudo de mais alto sabe que a morte não é um adeus e sim um até breve, pois todos se reencontrarão no outro plano e antes mesmo disso aquele que fez a viagem primeiro estará acompanhando os que ficaram para atrás até o dia do grande reencontro ajudando-os e fortalecendo-os nessa interconexão ininterrupta entre os dois planos como nos diz Kardec:
(...) Depois, em lugar de estarem perdidos nas profundezas do espaço, eles estão ao nosso redor; o mundo corporal e o mundo espiritual estão em perpétuas relações, e se assistem mutuamente. (...)3
Assim vemos o quanto a Doutrina Espírita nos esclarece sobre a morte e a vida após a morte e esse esclarecimento não se baseia em achismos, mas é “um resultado da observação. (...) o mundo espiritual nos aparece em toda a sua realidade prática; não são os homens que o descobrem pelo esforço de uma concepção engenhosa, mas são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever a sua situação”4.
Para os amigos que queiram mais amplos conhecimentos sobre o assunto recomendo a leitura de “O Livro dos Espíritos” e "O Céu e o Inferno" de Allan Kardec e “Quem tem medo da morte?” de Richard Simonetti. Um grande abraço a todos e que Deus nos abençoe sempre.
___________________________________________________________________
Referências:
1. Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. ed. 5. Boa Nova, 2007. Q.941.
2. _____. O Céu e o Inferno. ed. 45. IDE, 2006. Cap. 2. P. 22. Item 10.
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941 – O receio da morte é para muitas pessoas uma causa de perplexidade; de onde vem esse temor, uma vez que elas têm diante de si o futuro?
- É errado que tenham esse temor; todavia, que queres tu! Se procura as persuadir, em sua juventude, de que há um inferno e um paraíso, mas que é mais certo que elas irão para o inferno, porque lhe dizem que, o que está na Natureza, é um pecado mortal para a alma. Então, quando se tornam grandes, se têm um pouco de julgamento, não podem admitir isso e se tornam atéias ou materialistas; é assim que as levam a crer que, fora da vida presente, não há mais nada. Quanto às que persistiram em suas crenças da infância, elas temem esse fogo eterno que as deve queimar, sem as destruir. (...)1
Para o Espírita a morte não é senão mais uma etapa da vida, a passagem do plano material para o plano espiritual que é nossa verdadeira “casa” e que antes deve ser vista com alegria pelo ser que se liberta, que cumpriu sua missão, ao invés de uma tristeza que o atormenta e que não encontra consolo nas outras doutrinas. Como diz Kardec: “a Doutrina Espírita muda completamente a maneira de encarar o mundo. A vida futura não é mais uma hipótese, mas uma realidade”2. O Espírita que enxerga tudo de mais alto sabe que a morte não é um adeus e sim um até breve, pois todos se reencontrarão no outro plano e antes mesmo disso aquele que fez a viagem primeiro estará acompanhando os que ficaram para atrás até o dia do grande reencontro ajudando-os e fortalecendo-os nessa interconexão ininterrupta entre os dois planos como nos diz Kardec:
(...) Depois, em lugar de estarem perdidos nas profundezas do espaço, eles estão ao nosso redor; o mundo corporal e o mundo espiritual estão em perpétuas relações, e se assistem mutuamente. (...)3
Assim vemos o quanto a Doutrina Espírita nos esclarece sobre a morte e a vida após a morte e esse esclarecimento não se baseia em achismos, mas é “um resultado da observação. (...) o mundo espiritual nos aparece em toda a sua realidade prática; não são os homens que o descobrem pelo esforço de uma concepção engenhosa, mas são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever a sua situação”4.
Para os amigos que queiram mais amplos conhecimentos sobre o assunto recomendo a leitura de “O Livro dos Espíritos” e "O Céu e o Inferno" de Allan Kardec e “Quem tem medo da morte?” de Richard Simonetti. Um grande abraço a todos e que Deus nos abençoe sempre.
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Referências:
1. Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. ed. 5. Boa Nova, 2007. Q.941.
2. _____. O Céu e o Inferno. ed. 45. IDE, 2006. Cap. 2. P. 22. Item 10.
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Vencendo o Medo da Morte
Vencendo o Medo da Morte
Embora todos saibam que a finitude do ciclo da vida material seja inevitável e um acontecimento certo para todos, o temor da morte é um sentimento que acompanha o ser humano.
Mas o conhecimento a respeito do que existe além da matéria, pode nos oferecer sem dúvida, maior compreensão e serenidade diante desse momento de passagem pelo qual teremos que vivenciar cedo ou tarde.
Vejamos o que diz Allan Kardec no livro O Céu e o Inferno– Cap. II – item 4: Temor da Morte.
4. Para se livrar do medo da morte, é preciso conseguir encará-la como é realmente, isto é, pelo pensamento, penetrar no mundo espiritual e assim compreendê-lo o mais exatamente possível. Isso dará ao Espírito encarnado certo desenvolvimento e certa aptidão para se separar da matéria.
Para aqueles que não estão suficientemente adiantados, a vida material tem mais importância que a espiritual. O homem que se apega às aparências só vê a vida do corpo, enquanto a vida real está na alma. Por esse ponto de vista, se o corpo morre, tudo está perdido e ele se desespera.
Se, em vez de se concentrar na aparência, ele se colocar diante da real fonte de vida, a alma, que a tudo sobrevive, se preocupará menos com corpo, fonte de tantas misérias e dor. Mas, para essa postura, é preciso uma força que o Espírito só adquire com o amadurecimento.
O medo da morte vem, então, da falta de conhecimento sobre a vida futura, mas é um sinal da necessidade de viver e do receio de que a destruição do corpo seja o fim de tudo. Esse medo é provocado pelo secreto desejo da sobrevivência da alma, ainda que velado pela incerteza.
O medo diminui, à medida que a certeza se forma, e desaparece, quando a certeza se completa.
Eis o lado providencial da questão: não deslumbrar o homem, cuja razão não esteja suficientemente preparada para uma perspectiva muito positiva e muito sedutora no futuro, a ponto de fazê-lo negligenciar o presente, necessário a seu progresso material e intelectual.
Embora todos saibam que a finitude do ciclo da vida material seja inevitável e um acontecimento certo para todos, o temor da morte é um sentimento que acompanha o ser humano.
Mas o conhecimento a respeito do que existe além da matéria, pode nos oferecer sem dúvida, maior compreensão e serenidade diante desse momento de passagem pelo qual teremos que vivenciar cedo ou tarde.
Vejamos o que diz Allan Kardec no livro O Céu e o Inferno– Cap. II – item 4: Temor da Morte.
4. Para se livrar do medo da morte, é preciso conseguir encará-la como é realmente, isto é, pelo pensamento, penetrar no mundo espiritual e assim compreendê-lo o mais exatamente possível. Isso dará ao Espírito encarnado certo desenvolvimento e certa aptidão para se separar da matéria.
Para aqueles que não estão suficientemente adiantados, a vida material tem mais importância que a espiritual. O homem que se apega às aparências só vê a vida do corpo, enquanto a vida real está na alma. Por esse ponto de vista, se o corpo morre, tudo está perdido e ele se desespera.
Se, em vez de se concentrar na aparência, ele se colocar diante da real fonte de vida, a alma, que a tudo sobrevive, se preocupará menos com corpo, fonte de tantas misérias e dor. Mas, para essa postura, é preciso uma força que o Espírito só adquire com o amadurecimento.
O medo da morte vem, então, da falta de conhecimento sobre a vida futura, mas é um sinal da necessidade de viver e do receio de que a destruição do corpo seja o fim de tudo. Esse medo é provocado pelo secreto desejo da sobrevivência da alma, ainda que velado pela incerteza.
O medo diminui, à medida que a certeza se forma, e desaparece, quando a certeza se completa.
Eis o lado providencial da questão: não deslumbrar o homem, cuja razão não esteja suficientemente preparada para uma perspectiva muito positiva e muito sedutora no futuro, a ponto de fazê-lo negligenciar o presente, necessário a seu progresso material e intelectual.
HORROR AO NADA - Miramez
HORROR AO NADA
O homem geralmente tem horror ao nada; certamente é porque ele não existe, nos diz "O Livro dos Espíritos". O medo da morte tem diversas causas que nos induzem a essa ilusão. Não obstante, os milênios de vida que deveremos viver nos educará sobre todos os dramas que nos fazem sofrer.
A maior causa do medo da morte, pelos encarnados, é a mudança de planos, para eles desconhecidos. Perder o corpo quando se encontra na matéria, passa a ser uma violência para os menos avisados, e no caso do suicida que acabamos de falar em mensagens anteriores, eles mesmos destroem seus corpos, procurando se esquecer da vida ou encontrá-la melhor.
A perda da memória para muitos faz surgir temor, entretanto, não se morre todos os dias, quando se cruza o portal do sono? A natureza leva a alma ao exercício para a desencarnação todos os dias sem o perceber; contudo, fica na consciência alguma coisa, dizendo que ninguém morre e que a vida continua em todas as dimensões.
O medo do nada é condição da alma em marcha para o verdadeiro despertamento espiritual, no entanto, a coragem em excesso é muito perigosa para o Espírito, porque é essa coragem sem compreensão que o leva por vezes, ao suicídio. Deves fixar bem na mente e no coração que o nada não existe, e que não deves temer e, sim, aumentar a esperança na vida que é uma realidade.
Jesus veio ao mundo para sanar das mentes em desequilíbrio o medo da morte e o horror ao nada. Fazendo o que fez, nos fenômenos por Ele praticado, deu à humanidade uma certeza de Deus e da continuação da vida do Espírito, cada vez mais sublimado.
E, voltando-se para os seus discípulos, disse-lhes particularmente:
Bem-aventurados os olhos que vêem as cousas que vós vedes. (Lucas, 10:23)
Verdadeiramente, eram bem-aventurados os que assistiram aos fenômenos produzidos pela presença de Jesus, em todas as suas modalidades, porque Jesus fez desaparecer a morte e o nada, infundindo vida em todas as criaturas que o seguiram com fé, confiando em Deus. Deves alegrar-te cada vez mais, porque o nada não existe. Em todo lugar, existe algo de vida, falando sobre a presença do Criador.
Eis que surge a esperança no meio de todas as dúvidas e faz nascer a vida onde se julgava haver mortes; faz nascer o amor, onde o ódio iludia as criaturas. Hoje, é a própria ciência que nos afirma que não existe espaço vazio; sempre existe algo, que por vezes desconhecemos.
A Doutrina dos Espíritos, qualificada como Espiritismo, resplandece no mundo das consciências, mostrando outras dimensões de vida, para que possas ter mais esperança no viver.
O homem geralmente tem horror ao nada; certamente é porque ele não existe, nos diz "O Livro dos Espíritos". O medo da morte tem diversas causas que nos induzem a essa ilusão. Não obstante, os milênios de vida que deveremos viver nos educará sobre todos os dramas que nos fazem sofrer.
A maior causa do medo da morte, pelos encarnados, é a mudança de planos, para eles desconhecidos. Perder o corpo quando se encontra na matéria, passa a ser uma violência para os menos avisados, e no caso do suicida que acabamos de falar em mensagens anteriores, eles mesmos destroem seus corpos, procurando se esquecer da vida ou encontrá-la melhor.
A perda da memória para muitos faz surgir temor, entretanto, não se morre todos os dias, quando se cruza o portal do sono? A natureza leva a alma ao exercício para a desencarnação todos os dias sem o perceber; contudo, fica na consciência alguma coisa, dizendo que ninguém morre e que a vida continua em todas as dimensões.
O medo do nada é condição da alma em marcha para o verdadeiro despertamento espiritual, no entanto, a coragem em excesso é muito perigosa para o Espírito, porque é essa coragem sem compreensão que o leva por vezes, ao suicídio. Deves fixar bem na mente e no coração que o nada não existe, e que não deves temer e, sim, aumentar a esperança na vida que é uma realidade.
Jesus veio ao mundo para sanar das mentes em desequilíbrio o medo da morte e o horror ao nada. Fazendo o que fez, nos fenômenos por Ele praticado, deu à humanidade uma certeza de Deus e da continuação da vida do Espírito, cada vez mais sublimado.
E, voltando-se para os seus discípulos, disse-lhes particularmente:
Bem-aventurados os olhos que vêem as cousas que vós vedes. (Lucas, 10:23)
Verdadeiramente, eram bem-aventurados os que assistiram aos fenômenos produzidos pela presença de Jesus, em todas as suas modalidades, porque Jesus fez desaparecer a morte e o nada, infundindo vida em todas as criaturas que o seguiram com fé, confiando em Deus. Deves alegrar-te cada vez mais, porque o nada não existe. Em todo lugar, existe algo de vida, falando sobre a presença do Criador.
Eis que surge a esperança no meio de todas as dúvidas e faz nascer a vida onde se julgava haver mortes; faz nascer o amor, onde o ódio iludia as criaturas. Hoje, é a própria ciência que nos afirma que não existe espaço vazio; sempre existe algo, que por vezes desconhecemos.
A Doutrina dos Espíritos, qualificada como Espiritismo, resplandece no mundo das consciências, mostrando outras dimensões de vida, para que possas ter mais esperança no viver.
Medo da morte
Medo da morte
Joilson José Gonçalves Mendes
Praticamente todos os seres humanos, possuem um medo que segundo Kay Gilley no livro “A alquimia do medo” é o pior de todos os medos, o medo da morte. Mesmo aqueles que acreditam na vida após a morte, que professam uma crença religiosa em que a pluralidade da existência é senso comum, afirmam ter medo da hora derradeira, o momento em que teremos que fazer a nossa passagem, medo de morrer.
Então questionamos: Qual a origem deste medo? Porque pessoas estudiosas dos assuntos espirituais tremem ao saberem que a sua hora está chegando? O que devemos fazer para eliminarmos ou pelo menos minimizarmos este medo? O medo estaria ligado ao como morrer ou a o que virá após o desencarne?
Joana de Angelis afirma que “...o medo da morte, que é herança ancestral, assim como resultado das crenças religiosas e superstições que elaboraram um Deus vingador e punitivo, ou do materialismo que reduz a vida após a disjunção celular ao nada, o fenômeno natural da desencarnação se apresenta como tragédia, ou constitui um término infeliz para a existência humana, que sofre a dolorosa punição de ser extinguida.” Desta forma passamos a compreender um pouco mais sobre este medo visto que somos espíritos milenares que já vivenciamos vários personagens no palco terreno e nem sempre fomos espíritas ou reencarnacionistas.
Nas fases primitivas da existência devido à ignorância, seja nossa ou daqueles que nos impingiram certos conceitos, fomos condicionandos a vários tipos de medo e o medo da morte talvez tenha sido o mais condicionado. Já acreditamos em um “céu” feito apenas para os “puros” e um “inferno” para os “maus”. Citamos como exemplo o caso do Bandeirante – Anhanguera - que colocou fogo no álcool, dizendo para os índios que queimaria os rios. E isto aconteceu aproximadamente há quinhentos anos. Hoje sabemos o que é o álcool e não ficamos aterrorizados com uma situação desta, assim será quando realmente compreendermos sobre o processo do desencarne e a importância das várias existências para a evolução espiritual de cada um.
Segundo Kay Gilley “Apenas expressando em palavras os nossos medos profundos recuperamos o poder para transformar nosso relacionamento com eles de negação para força interior.” Podemos então, em um momento de medo nos perguntarmos: Do que estou com medo? O que este medo pode me ensinar para que eu possa ir ao seu encontro? Afirma, ainda que, “Quando temos medo e o evitamos através da negação, nós nos dividimos, sentimo-nos menos plenos. Quando temos medo, mas o admitimos e aprendemos o que temos que fazer para encará-lo e superá-lo, nós nos tornamos mais plenos.”
Encarar o medo da morte é praticar o que Jesus, nosso mestre maior, nos ensinou “BUSCA A VERDADE E A VERDADE TE LIBERTARÁ.” É enfrentar a verdade sobre nós mesmos, sobre a continuidade da vida e fortalecermos na fé, não a fé cega e sim uma fé raciocinada, uma fé baseada na experiência direta. Convém lembrarmos que “morremos” todos os dias quando nos deitamos para dormir após um dia de trabalho.
Para Richard Simonetti “O espírita, em face das informações amplas e precisas que recebe, certamente aportará com maior segurança no continente invisível, sem grandes problemas para identificar a nova situação, embora tais benefícios não lhe confiram o direito de ingresso em comunidades venturosas. Isso dependerá do que fez e não do que sabe.”
Sócrates ensinava seus discípulos dizendo: “É pois um fato, Símias, (...), que os verdadeiros filósofos se preparam para morrer e que eles são, de todos os homens, aqueles que menos medo têm da morte”. (Platão, Diálogos, Fédon)
Assim como Simonetti e Sócrates nas transcrições acima, devemos nos preparar para o momento da morte, uma vez que, sabemos ser a única certeza em nossa estada no plano terreno e que, um dia, retornaremos ao plano espiritual para um novo estágio de aprendizado. Como afirmam os espiritos, nossa condição no plano espiritual está diretamente subordinada às obras que fizermos ao bem que praticarmos, quanto mais vivenciarmos os ensinamentos do Cristo em nosso dia-a-dia melhor será nossa situação ao chegarmos no plano espiritual.
Bibliografia
- O livro dos espíritos
- Quem tem medo da morte? – Richard Simonetti
- O Despertar do espírito – Joana de Angelis
- Autodescobrimento - Joana de Angelis
- A Alquimia do medo – Kay Gilley
Joilson José Gonçalves Mendes
Praticamente todos os seres humanos, possuem um medo que segundo Kay Gilley no livro “A alquimia do medo” é o pior de todos os medos, o medo da morte. Mesmo aqueles que acreditam na vida após a morte, que professam uma crença religiosa em que a pluralidade da existência é senso comum, afirmam ter medo da hora derradeira, o momento em que teremos que fazer a nossa passagem, medo de morrer.
Então questionamos: Qual a origem deste medo? Porque pessoas estudiosas dos assuntos espirituais tremem ao saberem que a sua hora está chegando? O que devemos fazer para eliminarmos ou pelo menos minimizarmos este medo? O medo estaria ligado ao como morrer ou a o que virá após o desencarne?
Joana de Angelis afirma que “...o medo da morte, que é herança ancestral, assim como resultado das crenças religiosas e superstições que elaboraram um Deus vingador e punitivo, ou do materialismo que reduz a vida após a disjunção celular ao nada, o fenômeno natural da desencarnação se apresenta como tragédia, ou constitui um término infeliz para a existência humana, que sofre a dolorosa punição de ser extinguida.” Desta forma passamos a compreender um pouco mais sobre este medo visto que somos espíritos milenares que já vivenciamos vários personagens no palco terreno e nem sempre fomos espíritas ou reencarnacionistas.
Nas fases primitivas da existência devido à ignorância, seja nossa ou daqueles que nos impingiram certos conceitos, fomos condicionandos a vários tipos de medo e o medo da morte talvez tenha sido o mais condicionado. Já acreditamos em um “céu” feito apenas para os “puros” e um “inferno” para os “maus”. Citamos como exemplo o caso do Bandeirante – Anhanguera - que colocou fogo no álcool, dizendo para os índios que queimaria os rios. E isto aconteceu aproximadamente há quinhentos anos. Hoje sabemos o que é o álcool e não ficamos aterrorizados com uma situação desta, assim será quando realmente compreendermos sobre o processo do desencarne e a importância das várias existências para a evolução espiritual de cada um.
Segundo Kay Gilley “Apenas expressando em palavras os nossos medos profundos recuperamos o poder para transformar nosso relacionamento com eles de negação para força interior.” Podemos então, em um momento de medo nos perguntarmos: Do que estou com medo? O que este medo pode me ensinar para que eu possa ir ao seu encontro? Afirma, ainda que, “Quando temos medo e o evitamos através da negação, nós nos dividimos, sentimo-nos menos plenos. Quando temos medo, mas o admitimos e aprendemos o que temos que fazer para encará-lo e superá-lo, nós nos tornamos mais plenos.”
Encarar o medo da morte é praticar o que Jesus, nosso mestre maior, nos ensinou “BUSCA A VERDADE E A VERDADE TE LIBERTARÁ.” É enfrentar a verdade sobre nós mesmos, sobre a continuidade da vida e fortalecermos na fé, não a fé cega e sim uma fé raciocinada, uma fé baseada na experiência direta. Convém lembrarmos que “morremos” todos os dias quando nos deitamos para dormir após um dia de trabalho.
Para Richard Simonetti “O espírita, em face das informações amplas e precisas que recebe, certamente aportará com maior segurança no continente invisível, sem grandes problemas para identificar a nova situação, embora tais benefícios não lhe confiram o direito de ingresso em comunidades venturosas. Isso dependerá do que fez e não do que sabe.”
Sócrates ensinava seus discípulos dizendo: “É pois um fato, Símias, (...), que os verdadeiros filósofos se preparam para morrer e que eles são, de todos os homens, aqueles que menos medo têm da morte”. (Platão, Diálogos, Fédon)
Assim como Simonetti e Sócrates nas transcrições acima, devemos nos preparar para o momento da morte, uma vez que, sabemos ser a única certeza em nossa estada no plano terreno e que, um dia, retornaremos ao plano espiritual para um novo estágio de aprendizado. Como afirmam os espiritos, nossa condição no plano espiritual está diretamente subordinada às obras que fizermos ao bem que praticarmos, quanto mais vivenciarmos os ensinamentos do Cristo em nosso dia-a-dia melhor será nossa situação ao chegarmos no plano espiritual.
Bibliografia
- O livro dos espíritos
- Quem tem medo da morte? – Richard Simonetti
- O Despertar do espírito – Joana de Angelis
- Autodescobrimento - Joana de Angelis
- A Alquimia do medo – Kay Gilley
TEMOR DA MORTE: Causas do temor da morte - OCI
TEMOR DA MORTE:
Causas do temor da morte
Razão por que não a temem os espíritas
Causas do temor da morte
1 - O homem, seja qual for a escala de sua posição social, desde selvagem tem o sentimento inato do futuro; diz-lhe a intuição que a morte não é a última fase da existência e que aqueles cuja perda lamentamos não estão irremissivelmente perdidos. A crença da imortalidade é intuitiva e muito mais generalizada do que a do nada. Entretanto, a maior parte dos que nele crêem apresentam-se-nos possuídos de grande amor às coisas terrenas e temerosos da morte! Por quê?
2. - Este temor é um efeito da sabedoria da Providência e uma consequência do instinto de conservação comum a todos os viventes. Ele é necessário enquanto não se está suficientemente esclarecido sobre as condições da vida futura, como contrapeso à tendência que, sem esse freio, nos levaria a deixar prematuramente a vida e a negligenciar o trabalho terreno que deve servir ao nosso próprio adiantamento. Assim é que, nos povos primitivos, o futuro é uma vaga intuição, mais tarde tornada simples esperança e, finalmente, uma certeza apenas atenuada por secreto apego à vida corporal.
3 . - A proporção que o homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui; uma vez esclarecida a sua missão terrena, aguarda-lhe o fim calma, resignada e serenamente. A certeza da vida futura dá-lhe outro curso às idéias, outro fito ao trabalho; antes dela nada que se não prenda ao presente; depois dela tudo pelo futuro sem desprezo do presente, porque sabe que aquele depende da boa ou da má direção deste.
A certeza de reencontrar seus amigos depois da morte, de reatar as relações que tivera na Terra, de não perder um só fruto do seu trabalho, de engrandecer-se incessantemente em inteligência, perfeição, dá-lhe paciência para esperar e coragem para suportar as fadigas transitórias da vida terrestre. A solidariedade entre vivos e mortos faz-lhe compreender a que deve existir na Terra, onde a fraternidade e a caridade têm desde então um fim e uma razão de ser, no presente como no futuro.
4. - Para libertar-se do temor da morte é mister poder encará-la sob o seu verdadeiro ponto de vista, isto é, ter penetrado pelo pensamento no mundo espiritual, fazendo dele uma idéia tão exata quanto possível, o que denota da parte do Espírito encarnado um tal ou qual desenvolvimento e aptidão para desprender-se da matéria. No Espírito atrasado a vida material prevalece sobre a espiritual. Apegando-se às aparências, o homem não distingue a vida além do corpo, esteja embora na alma a vida real; aniquilado aquele, tudo se lhe afigura perdido, desesperador. Se, ao contrário, concentrarmos o pensamento, não no corpo, mas na alma, fonte da vida, ser real a tudo sobrevivente, lastimaremos menos a perda do corpo, antes fonte de misérias e dores. Para isso, porém, necessita o Espírito de uma força só adquirível na madureza.
O temor da morte decorre, portanto, da noção insuficiente da vida futura, embora denote também a necessidade de viver e o receio da destruição total; igualmente o estimula secreto anseio pela sobrevivência da alma, velado ainda pela incerteza. Esse temor decresce, à proporção que a certeza aumenta, e desaparece quando esta é completa.
Eis aí o lado providencial da questão. Ao homem não suficientemente esclarecido, cuja razão mal pudesse suportar a perspectiva muito positiva e sedutora de um futuro melhor, prudente seria não o deslumbrar com tal idéia, desde que por ela pudesse negligenciar o presente, necessário ao seu adiantamento material e intelectual.
5. - Este estado de coisas é entretido e prolongado por causas puramente humanas, que o progresso fará desaparecer. A primeira é a feição com que se insinua a vida futura, feição que poderia contentar as inteligências pouco desenvolvidas, mas que não conseguiria satisfazer a razão esclarecida dos pensadores refletidos. Assim, dizem estes: "Desde que nos apresentam como verdades absolutas princípios contestados pela lógica e pelos dados positivos da Ciência, é que eles não são verdades." Daí, a incredulidade de uns e a crença dúbia de um grande número.
A vida futura é-lhes uma idéia vaga, antes uma probabilidade do que certeza absoluta; acreditam, desejariam que assim fosse, mas apesar disso exclamam: "Se todavia assim não for! O presente é positivo, ocupemo-nos dele primeiro, que o futuro
por sua vez virá." E depois, acrescentam, definitivamente que é a alma? Um ponto, um átomo, uma faísca, uma chama? Como se sente, vê ou percebe? E que a alma não lhes parece uma realidade efetiva, mas uma abstração.
Os entes que lhes são caros, reduzidos ao estado de átomos no seu modo de pensar, estão perdidos, e não têm mais a seus olhos as qualidades pelas quais se lhes fizeram amados; não podem compreender o amor de uma faísca nem o que a ela possamos ter. Quanto a si mesmos, ficam mediocremente satisfeitos com a perspectiva de se transformarem em mônadas. Justifica-se assim a preferência ao positivismo da vida terrestre, que algo possui de mais substancial.
É considerável o número dos dominados por este pensamento.
6. - Outra causa de apego às coisas terrenas, mesmo nos que mais firmemente crêem na vida futura, é a impressão do ensino que relativamente a ela se lhes há dado desde a infância. Convenhamos que o quadro pela religião esboçado, sobre o assunto, é nada sedutor e ainda menos consolador.
De um lado, contorções de condenados a expiarem em torturas e chamas eternas os erros de uma vida efêmera e passageira. Os séculos sucedem-se aos séculos e não há para tais desgraçados sequer o lenitivo de uma esperança e, o que mais atroz é, não lhes aproveita o arrependimento. De outro lado, as almas combalidas e aflitas do purgatório aguardam a intercessão dos vivos que orarão ou farão orar por elas, sem nada fazerem de esforço próprio para progredirem.
Estas duas categorias compõem a maioria imensa da população de além-túmulo.
Acima delas, paira a limitada classe dos eleitos, gozando, por toda a eternidade, da beatitude contemplativa. Esta inutilidade eterna, preferível sem dúvida ao nada, não deixa de ser de uma fastidiosa monotonia. É por isso que se vê, nas figuras que retratam os bem-aventurados, figuras angélicas onde mais transparece o tédio que a verdadeira felicidade.
Este estado não satisfaz nem as aspirações nem a instintiva idéia de progresso, única que se afigura compatível com a felicidade absoluta. Custa crer que, só por haver recebido o batismo, o selvagem ignorante - de senso moral obtuso -, esteja ao mesmo nível do homem que atingiu, após longos anos de trabalho, o mais alto grau de ciência e moralidade práticas. Menos concebível ainda é que a criança falecida em tenra idade, antes de ter consciência de seus atos, goze dos mesmos privilégios somente por força de uma cerimônia na qual a sua vontade não teve parte alguma.
Estes raciocínios não deixam de preocupar os mais fervorosos crentes, por pouco que meditem.
7. - Não dependendo a felicidade futura do trabalho progressivo na Terra, a facilidade com que se acredita adquirir essa felicidade, por meio de algumas práticas exteriores, e a possibilidade até de a comprar a dinheiro, sem regeneração de caráter e costumes, dão aos gozos do mundo o melhor valor.
Mais de um crente considera, em seu foro íntimo, que assegurado o seu futuro pelo preenchimento de certas fórmulas ou por dádivas póstumas, que de nada o privam, seria supérfluo impor-se sacrifícios ou quaisquer incômodos por outrem, uma vez que se consegue a salvação trabalhando cada qual por si.
Seguramente, nem todos pensam assim, havendo mesmo muitas e honrosas exceções; mas não se poderia contestar que assim pensa o maior número, sobretudo das massas pouco esclarecidas, e que a idéia que fazem das condições de felicidade no outro mundo não entretenha o apego aos bens deste, acoroçoando o egoísmo.
8. - Acrescentemos ainda a circunstância de tudo nas usanças concorrer para lamentar a perda da vida terrestre e temer a passagem da Terra ao céu. A morte é rodeada de cerimônias lúgubres, mais próprias a infundirem terror do que a provocarem a esperança. Se descrevem a morte, é sempre com aspecto repelente e nunca como sono de transição; todos os seus emblemas lembram a destruição do corpo, mostrando-o hediondo e descarnado; nenhum simboliza a alma desembaraçando-se radiosa dos grilhões terrestres. A partida para esse mundo mais feliz só se faz acompanhar do lamento dos sobreviventes, como se imensa desgraça atingira os que partem; dizem-lhes eternos adeuses como se jamais devessem revê-los.
Lastima-se por eles a perda dos gozos mundanos, como se não fossem encontrar maiores gozos no além-túmulo. Que desgraça, dizem, morrer tão jovem, rico e feliz, tendo a perspectiva de um futuro brilhante! A idéia de um futuro melhor apenas toca de leve o pensamento, porque não tem nele raízes. Tudo concorre, assim, para inspirar o terror da morte, em vez de infundir esperança.
Sem dúvida que muito tempo será preciso para o homem se desfazer desses preconceitos, o que não quer dizer que isto não suceda, à medida que a sua fé se for firmando, a ponto de conceber uma idéia mais sensata da vida espiritual.
9. - Demais, a crença vulgar coloca as almas em regiões apenas acessíveis ao pensamento, onde se tornam de alguma sorte estranhas aos vivos; a própria Igreja põe entre umas e outras uma barreira insuperável, declarando rotas todas as relações e impossível qualquer comunicação. Se as almas estão no inferno, perdida é toda a esperança de as rever, a menos que lá se vá ter também; se estão entre os eleitos, vivem completamente absortas em contemplativa beatitude. Tudo isso interpõe entre mortos e vivos uma distância tal que faz supor eterna a separação, e é por isso que muitos preferem ter junto de si, embora sofrendo, os entes caros, antes que vê-los partir, ainda mesmo que para o céu. E a alma que estiver no céu será realmente feliz vendo, por exemplo, arder eternamente seu filho, seu pai, sua mãe ou seus amigos?
Por que os espíritas não temem a morte
10. - A Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese para ser realidade. O estado das almas depois da morte não é mais um sistema, porém o resultado da observação. Ergueu-se o véu; o mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade prática; não foram os homens que o descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever a sua situação; aí os vemos em todos os graus da escala espiritual, em todas as rases da felicidade e da desgraça, assistindo, enfim, a todas as peripécias da vida de além-túmulo. Eis aí por que os espíritas encaram a morte calmamente e se revestem de serenidade nos seus últimos momentos sobre a Terra. Já não é só a esperança, mas a certeza que os conforta; sabem que a vida futura é a continuação da vida terrena em melhores condições e aguardam-na com a mesma confiança com que aguardariam o despontar do Sol após uma noite de tempestade. Os motivos dessa confiança decorrem, outrossim, dos fatos testemunhados e da concordância desses fatos com a lógica, com a justiça e bondade de Deus, correspondendo às íntimas aspirações da Humanidade.
Para os espíritas, a alma não é uma abstração; ela tem um corpo etéreo que a define ao pensamento, o que muito é para fixar as idéias sobre a sua individualidade, aptidões e percepções. A lembrança dos que nos são caros repousa sobre alguma coisa de real. Não se nos apresentam mais como chamas fugitivas que nada falam ao pensamento, porém sob uma forma concreta que antes no-los mostra como seres viventes. Além disso, em vez de perdidos nas profundezas do Espaço, estão ao redor de nós; o mundo corporal e o mundo espiritual identificam-se em perpétuas relações, assistindo-se mutuamente.
Não mais permissível sendo a dúvida sobre o futuro, desaparece o temor da morte; encara-se a sua aproximação a sangue-frio, como quem aguarda a libertação pela porta da vida e não do nada.
ALLAN KARDEC, de O Céu e o Inferno, 1ª PARTE - CAPÍTULO II
Causas do temor da morte
Razão por que não a temem os espíritas
Causas do temor da morte
1 - O homem, seja qual for a escala de sua posição social, desde selvagem tem o sentimento inato do futuro; diz-lhe a intuição que a morte não é a última fase da existência e que aqueles cuja perda lamentamos não estão irremissivelmente perdidos. A crença da imortalidade é intuitiva e muito mais generalizada do que a do nada. Entretanto, a maior parte dos que nele crêem apresentam-se-nos possuídos de grande amor às coisas terrenas e temerosos da morte! Por quê?
2. - Este temor é um efeito da sabedoria da Providência e uma consequência do instinto de conservação comum a todos os viventes. Ele é necessário enquanto não se está suficientemente esclarecido sobre as condições da vida futura, como contrapeso à tendência que, sem esse freio, nos levaria a deixar prematuramente a vida e a negligenciar o trabalho terreno que deve servir ao nosso próprio adiantamento. Assim é que, nos povos primitivos, o futuro é uma vaga intuição, mais tarde tornada simples esperança e, finalmente, uma certeza apenas atenuada por secreto apego à vida corporal.
3 . - A proporção que o homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui; uma vez esclarecida a sua missão terrena, aguarda-lhe o fim calma, resignada e serenamente. A certeza da vida futura dá-lhe outro curso às idéias, outro fito ao trabalho; antes dela nada que se não prenda ao presente; depois dela tudo pelo futuro sem desprezo do presente, porque sabe que aquele depende da boa ou da má direção deste.
A certeza de reencontrar seus amigos depois da morte, de reatar as relações que tivera na Terra, de não perder um só fruto do seu trabalho, de engrandecer-se incessantemente em inteligência, perfeição, dá-lhe paciência para esperar e coragem para suportar as fadigas transitórias da vida terrestre. A solidariedade entre vivos e mortos faz-lhe compreender a que deve existir na Terra, onde a fraternidade e a caridade têm desde então um fim e uma razão de ser, no presente como no futuro.
4. - Para libertar-se do temor da morte é mister poder encará-la sob o seu verdadeiro ponto de vista, isto é, ter penetrado pelo pensamento no mundo espiritual, fazendo dele uma idéia tão exata quanto possível, o que denota da parte do Espírito encarnado um tal ou qual desenvolvimento e aptidão para desprender-se da matéria. No Espírito atrasado a vida material prevalece sobre a espiritual. Apegando-se às aparências, o homem não distingue a vida além do corpo, esteja embora na alma a vida real; aniquilado aquele, tudo se lhe afigura perdido, desesperador. Se, ao contrário, concentrarmos o pensamento, não no corpo, mas na alma, fonte da vida, ser real a tudo sobrevivente, lastimaremos menos a perda do corpo, antes fonte de misérias e dores. Para isso, porém, necessita o Espírito de uma força só adquirível na madureza.
O temor da morte decorre, portanto, da noção insuficiente da vida futura, embora denote também a necessidade de viver e o receio da destruição total; igualmente o estimula secreto anseio pela sobrevivência da alma, velado ainda pela incerteza. Esse temor decresce, à proporção que a certeza aumenta, e desaparece quando esta é completa.
Eis aí o lado providencial da questão. Ao homem não suficientemente esclarecido, cuja razão mal pudesse suportar a perspectiva muito positiva e sedutora de um futuro melhor, prudente seria não o deslumbrar com tal idéia, desde que por ela pudesse negligenciar o presente, necessário ao seu adiantamento material e intelectual.
5. - Este estado de coisas é entretido e prolongado por causas puramente humanas, que o progresso fará desaparecer. A primeira é a feição com que se insinua a vida futura, feição que poderia contentar as inteligências pouco desenvolvidas, mas que não conseguiria satisfazer a razão esclarecida dos pensadores refletidos. Assim, dizem estes: "Desde que nos apresentam como verdades absolutas princípios contestados pela lógica e pelos dados positivos da Ciência, é que eles não são verdades." Daí, a incredulidade de uns e a crença dúbia de um grande número.
A vida futura é-lhes uma idéia vaga, antes uma probabilidade do que certeza absoluta; acreditam, desejariam que assim fosse, mas apesar disso exclamam: "Se todavia assim não for! O presente é positivo, ocupemo-nos dele primeiro, que o futuro
por sua vez virá." E depois, acrescentam, definitivamente que é a alma? Um ponto, um átomo, uma faísca, uma chama? Como se sente, vê ou percebe? E que a alma não lhes parece uma realidade efetiva, mas uma abstração.
Os entes que lhes são caros, reduzidos ao estado de átomos no seu modo de pensar, estão perdidos, e não têm mais a seus olhos as qualidades pelas quais se lhes fizeram amados; não podem compreender o amor de uma faísca nem o que a ela possamos ter. Quanto a si mesmos, ficam mediocremente satisfeitos com a perspectiva de se transformarem em mônadas. Justifica-se assim a preferência ao positivismo da vida terrestre, que algo possui de mais substancial.
É considerável o número dos dominados por este pensamento.
6. - Outra causa de apego às coisas terrenas, mesmo nos que mais firmemente crêem na vida futura, é a impressão do ensino que relativamente a ela se lhes há dado desde a infância. Convenhamos que o quadro pela religião esboçado, sobre o assunto, é nada sedutor e ainda menos consolador.
De um lado, contorções de condenados a expiarem em torturas e chamas eternas os erros de uma vida efêmera e passageira. Os séculos sucedem-se aos séculos e não há para tais desgraçados sequer o lenitivo de uma esperança e, o que mais atroz é, não lhes aproveita o arrependimento. De outro lado, as almas combalidas e aflitas do purgatório aguardam a intercessão dos vivos que orarão ou farão orar por elas, sem nada fazerem de esforço próprio para progredirem.
Estas duas categorias compõem a maioria imensa da população de além-túmulo.
Acima delas, paira a limitada classe dos eleitos, gozando, por toda a eternidade, da beatitude contemplativa. Esta inutilidade eterna, preferível sem dúvida ao nada, não deixa de ser de uma fastidiosa monotonia. É por isso que se vê, nas figuras que retratam os bem-aventurados, figuras angélicas onde mais transparece o tédio que a verdadeira felicidade.
Este estado não satisfaz nem as aspirações nem a instintiva idéia de progresso, única que se afigura compatível com a felicidade absoluta. Custa crer que, só por haver recebido o batismo, o selvagem ignorante - de senso moral obtuso -, esteja ao mesmo nível do homem que atingiu, após longos anos de trabalho, o mais alto grau de ciência e moralidade práticas. Menos concebível ainda é que a criança falecida em tenra idade, antes de ter consciência de seus atos, goze dos mesmos privilégios somente por força de uma cerimônia na qual a sua vontade não teve parte alguma.
Estes raciocínios não deixam de preocupar os mais fervorosos crentes, por pouco que meditem.
7. - Não dependendo a felicidade futura do trabalho progressivo na Terra, a facilidade com que se acredita adquirir essa felicidade, por meio de algumas práticas exteriores, e a possibilidade até de a comprar a dinheiro, sem regeneração de caráter e costumes, dão aos gozos do mundo o melhor valor.
Mais de um crente considera, em seu foro íntimo, que assegurado o seu futuro pelo preenchimento de certas fórmulas ou por dádivas póstumas, que de nada o privam, seria supérfluo impor-se sacrifícios ou quaisquer incômodos por outrem, uma vez que se consegue a salvação trabalhando cada qual por si.
Seguramente, nem todos pensam assim, havendo mesmo muitas e honrosas exceções; mas não se poderia contestar que assim pensa o maior número, sobretudo das massas pouco esclarecidas, e que a idéia que fazem das condições de felicidade no outro mundo não entretenha o apego aos bens deste, acoroçoando o egoísmo.
8. - Acrescentemos ainda a circunstância de tudo nas usanças concorrer para lamentar a perda da vida terrestre e temer a passagem da Terra ao céu. A morte é rodeada de cerimônias lúgubres, mais próprias a infundirem terror do que a provocarem a esperança. Se descrevem a morte, é sempre com aspecto repelente e nunca como sono de transição; todos os seus emblemas lembram a destruição do corpo, mostrando-o hediondo e descarnado; nenhum simboliza a alma desembaraçando-se radiosa dos grilhões terrestres. A partida para esse mundo mais feliz só se faz acompanhar do lamento dos sobreviventes, como se imensa desgraça atingira os que partem; dizem-lhes eternos adeuses como se jamais devessem revê-los.
Lastima-se por eles a perda dos gozos mundanos, como se não fossem encontrar maiores gozos no além-túmulo. Que desgraça, dizem, morrer tão jovem, rico e feliz, tendo a perspectiva de um futuro brilhante! A idéia de um futuro melhor apenas toca de leve o pensamento, porque não tem nele raízes. Tudo concorre, assim, para inspirar o terror da morte, em vez de infundir esperança.
Sem dúvida que muito tempo será preciso para o homem se desfazer desses preconceitos, o que não quer dizer que isto não suceda, à medida que a sua fé se for firmando, a ponto de conceber uma idéia mais sensata da vida espiritual.
9. - Demais, a crença vulgar coloca as almas em regiões apenas acessíveis ao pensamento, onde se tornam de alguma sorte estranhas aos vivos; a própria Igreja põe entre umas e outras uma barreira insuperável, declarando rotas todas as relações e impossível qualquer comunicação. Se as almas estão no inferno, perdida é toda a esperança de as rever, a menos que lá se vá ter também; se estão entre os eleitos, vivem completamente absortas em contemplativa beatitude. Tudo isso interpõe entre mortos e vivos uma distância tal que faz supor eterna a separação, e é por isso que muitos preferem ter junto de si, embora sofrendo, os entes caros, antes que vê-los partir, ainda mesmo que para o céu. E a alma que estiver no céu será realmente feliz vendo, por exemplo, arder eternamente seu filho, seu pai, sua mãe ou seus amigos?
Por que os espíritas não temem a morte
10. - A Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese para ser realidade. O estado das almas depois da morte não é mais um sistema, porém o resultado da observação. Ergueu-se o véu; o mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade prática; não foram os homens que o descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever a sua situação; aí os vemos em todos os graus da escala espiritual, em todas as rases da felicidade e da desgraça, assistindo, enfim, a todas as peripécias da vida de além-túmulo. Eis aí por que os espíritas encaram a morte calmamente e se revestem de serenidade nos seus últimos momentos sobre a Terra. Já não é só a esperança, mas a certeza que os conforta; sabem que a vida futura é a continuação da vida terrena em melhores condições e aguardam-na com a mesma confiança com que aguardariam o despontar do Sol após uma noite de tempestade. Os motivos dessa confiança decorrem, outrossim, dos fatos testemunhados e da concordância desses fatos com a lógica, com a justiça e bondade de Deus, correspondendo às íntimas aspirações da Humanidade.
Para os espíritas, a alma não é uma abstração; ela tem um corpo etéreo que a define ao pensamento, o que muito é para fixar as idéias sobre a sua individualidade, aptidões e percepções. A lembrança dos que nos são caros repousa sobre alguma coisa de real. Não se nos apresentam mais como chamas fugitivas que nada falam ao pensamento, porém sob uma forma concreta que antes no-los mostra como seres viventes. Além disso, em vez de perdidos nas profundezas do Espaço, estão ao redor de nós; o mundo corporal e o mundo espiritual identificam-se em perpétuas relações, assistindo-se mutuamente.
Não mais permissível sendo a dúvida sobre o futuro, desaparece o temor da morte; encara-se a sua aproximação a sangue-frio, como quem aguarda a libertação pela porta da vida e não do nada.
ALLAN KARDEC, de O Céu e o Inferno, 1ª PARTE - CAPÍTULO II
A fatalidade da morte
Joanna de Ângelis
Dor alguma é comparável àquela que surge após a desencarnação de um ser querido.
Ceifando a alegria de viver de quem fica no corpo, assinala profundamente os sentimentos de amor, deixando vigorosas marcas no campo emocional.
A morte, no entanto, é uma fatalidade inevitável, e todos aqueles que se encontram vivos no corpo, em momento próprio dele serão arrebatados.
Nada obstante esse conhecimento, as criaturas transitam na matéria como se esta devesse durar para sempre, não se interrompendo o fluxo da energia, não se decompondo, não sofrendo modificações através do tempo, não sucumbindo à inevitável desconexão celular.
Impregnando-se da matéria orgânica, o espírito adormece relativamente, olvidando o Grande Lar de onde procede, e intoxicando-se, de alguma forma, nos fluidos que sustentam o corpo.
A cultura e a convivência social, caracterizadas pelo utilitarismo, desde cedo infundem no ser necessidades que não são legítimas, criando condicionamentos que dizem respeito apenas ao prazer, em grave equivoco em torno dos objetivos da existência terrestre.
Por outro lado, as religiões tradicionais e muitas outras denominações evangélicas, preocupadas com o mundo, descuidam-se do lado espiritual da jornada terrestre, estimulando os seus fiéis à conquista dos valores enganosos do mundo, distantes dos compromissos libertadores da imortalidade.
Anteriormente, sem compreenderem o significado da renúncia e da abnegação, os religiosos, dominados por doentio fanatismo, propunham o ódio ao mundo, favorecendo terríveis cilícios e mortificações desnecessárias, mediante os quais se pretendia castigar o corpo, libertando o espírito.
A ignorância e a soberba de muitos teólogos e pastores religiosos desrespeitavam o amor, para afirmarem as determinações em nome do Deus terror, punitivo e cruel, que se impunha mediante as vergastadas da aflição desmedida nas criaturas que O buscavam.
Suplícios injustificáveis eram impostos àqueles que desejavam a plenitude, a perfeita integração no Seu amor, tornando-os amargos, distantes, indiferentes, alienados...
Imposições perversas eram apresentadas como salutares para a purificação, para a libertação do pecado, que se encontrava mais na imaginação doentia desses líderes religiosos do que propriamente na conduta infeliz e sofredora dos candidatos ao aperfeiçoamento.
À medida, porém, que a cultura substituiu a superstição e o conhecimento abriu campo para as investigações em torno do ser psicológico, essas práticas absurdas caíram em descrédito, tornando-se detestáveis e dignas de abominação.
Surgiram então novas propostas salvacionistas organizadas de maneira a seduzir os ambiciosos, que pretendem o reino dos Céus, mediante a conquista dos tesouros da Terra, permitindo-se a lavagem cerebral que lhes proporciona a fuga da realidade para as fantasias de ocasião, vestidas de fortuna, poder, destaque na comunidade, sem nenhuma estruturação emocional para a vida depois da morte.
Essa é tida como algo muito remoto de acontecer, ficando para posterior análise quando o tempo permitir.
Simultaneamente, a indiferença pela vida espiritual vem tomando corpo na sociedade, com exceções, naturalmente, dando margem a vivências religiosas perfeitamente integradas no contexto da conduta materialista de ocasião.
Reflexiona em torno da vida e da morte.
Não serás exceção ante o inexorável fenômeno da desencarnação.
Dedica alguns minutos diários para pensar na transitoriedade da vida física.
Aqueles com os quais convives são bênçãos para o teu crescimento espiritual: familiares e amigos, adversários e perseguidores são companheiros da imortalidade, momentaneamente vestidos de carne, com os quais tens compromissos de fraternidade e de amor.
Cuida de viver com eles em clima de saúde espiritual e de paz, aproveitando cada instante para aprimorar os sentimentos fraternos, promovendo-os e promovendo-te, afeiçoando-te e liberando-te, porque chegará o momento em que te separarás do seu convívio físico.
Assim agindo, enfrentarás melhor o momento da desencarnação, quando algum deles antecipar-te na viagem de retorno à Pátria espiritual.
Saberás envolvê-lo em lembranças felizes, de forma que se sinta amado e agradecido pelo tempo em que esteve contigo na vilegiatura carnal.
Por tua vez, se fores aquele que deverá despojar-se da matéria em primeiro lugar, estarás em paz de consciência e em condições de avançar no rumo da imortalidade, rico de alegria pelos deveres que foram cumpridos, pelos labores executados, pelo conhecimento adquirido, que insculpirás no âmago do ser.
Nunca te rebeles com a presença da morte no teu caminho evolutivo.
Trata-se de benfeitora nobre que contribui eficazmente para o desenvolvimento espiritual de todas as criaturas.
Ela interrompe o curso longo do sofrimento, concedendo libertação àquele que se encontrava agrilhoado à dor.
Às vezes conduz alguém saudável, deixando outrem enfermo, no entanto, há razoes ponderáveis para que assim aconteça.
Num momento, arrebata um ancião querido, que vem experimentando terríveis angústias e acerbas dores, o que representa grande misericórdia. Noutro, porém, tomará pelas mãos alguém na infância ou na juventude louçã, produzindo frustração e angústia no grupo familiar. Todavia, cumpre com o dever de renovar a sociedade e as criaturas, ensejando a todos as mesmas oportunidades de aprendizado e de evolução.
Desfruta, então da convivência com os seres queridos, vivendo cada momento, como se fosse o último no corpo, destituído da visão dolorosa da separação.
Voltarás a relacionar-te com aqueles que fazem parte da tua agenda de afetividade. Eles não desaparecerão do teu currículo, porquanto estarão inscritos como membros da tua família espiritual. Por isso, não se encontram ao teu lado, por acaso, por circunstância não prevista pela Divindade.
Quando se adquire a consciência perfeita dos valores terrenos e daqueles espirituais, pode-se viver com mais alegria e intensidade, em face da certeza de que nada se destrói, nem os amores deixam de existir, somente porque se romperam os laços materiais.
A fim de que possas fruir do verdadeiro amor daqueles aos quais te afeiçoas, cuida de crescer interiormente, acendendo a luz da sabedoria no imo e permitindo que ela derrame claridade em tua volta.
Quanto mais estejas iluminado, melhor poderás ajudar e libertar os seus afetos que, por qualquer razão, permaneçam na escuridão de si mesmos, na perturbação defluente das paixões e dos enganos que se permitiram
Desse modo, tem em mente que a morte é instrumento de vida e jamais de extermínio, como alguns infelizmente a consideram.
Toda a Doutrina de Jesus, rica de amor e de sabedoria, perderia o seu sentido e o seu profundo significado psicológico, se, tendo ocorrido a Sua morte, não houvesse, logo depois, a Sua gloriosa ressurreição.
Assim também acontecerá contigo e com todos aqueles que fazem parte dos teus relacionamentos, bons ou maus, porquanto eles ressuscitarão.
Vive, pois, confiante em Deus, e cresce espiritualmente, a fim de que, no momento da tua morte, logo comece a tua ressurreição em triunfo.
(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na tarde de 15 de agosto de 2007, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador,Bahia.)
Dor alguma é comparável àquela que surge após a desencarnação de um ser querido.
Ceifando a alegria de viver de quem fica no corpo, assinala profundamente os sentimentos de amor, deixando vigorosas marcas no campo emocional.
A morte, no entanto, é uma fatalidade inevitável, e todos aqueles que se encontram vivos no corpo, em momento próprio dele serão arrebatados.
Nada obstante esse conhecimento, as criaturas transitam na matéria como se esta devesse durar para sempre, não se interrompendo o fluxo da energia, não se decompondo, não sofrendo modificações através do tempo, não sucumbindo à inevitável desconexão celular.
Impregnando-se da matéria orgânica, o espírito adormece relativamente, olvidando o Grande Lar de onde procede, e intoxicando-se, de alguma forma, nos fluidos que sustentam o corpo.
A cultura e a convivência social, caracterizadas pelo utilitarismo, desde cedo infundem no ser necessidades que não são legítimas, criando condicionamentos que dizem respeito apenas ao prazer, em grave equivoco em torno dos objetivos da existência terrestre.
Por outro lado, as religiões tradicionais e muitas outras denominações evangélicas, preocupadas com o mundo, descuidam-se do lado espiritual da jornada terrestre, estimulando os seus fiéis à conquista dos valores enganosos do mundo, distantes dos compromissos libertadores da imortalidade.
Anteriormente, sem compreenderem o significado da renúncia e da abnegação, os religiosos, dominados por doentio fanatismo, propunham o ódio ao mundo, favorecendo terríveis cilícios e mortificações desnecessárias, mediante os quais se pretendia castigar o corpo, libertando o espírito.
A ignorância e a soberba de muitos teólogos e pastores religiosos desrespeitavam o amor, para afirmarem as determinações em nome do Deus terror, punitivo e cruel, que se impunha mediante as vergastadas da aflição desmedida nas criaturas que O buscavam.
Suplícios injustificáveis eram impostos àqueles que desejavam a plenitude, a perfeita integração no Seu amor, tornando-os amargos, distantes, indiferentes, alienados...
Imposições perversas eram apresentadas como salutares para a purificação, para a libertação do pecado, que se encontrava mais na imaginação doentia desses líderes religiosos do que propriamente na conduta infeliz e sofredora dos candidatos ao aperfeiçoamento.
À medida, porém, que a cultura substituiu a superstição e o conhecimento abriu campo para as investigações em torno do ser psicológico, essas práticas absurdas caíram em descrédito, tornando-se detestáveis e dignas de abominação.
Surgiram então novas propostas salvacionistas organizadas de maneira a seduzir os ambiciosos, que pretendem o reino dos Céus, mediante a conquista dos tesouros da Terra, permitindo-se a lavagem cerebral que lhes proporciona a fuga da realidade para as fantasias de ocasião, vestidas de fortuna, poder, destaque na comunidade, sem nenhuma estruturação emocional para a vida depois da morte.
Essa é tida como algo muito remoto de acontecer, ficando para posterior análise quando o tempo permitir.
Simultaneamente, a indiferença pela vida espiritual vem tomando corpo na sociedade, com exceções, naturalmente, dando margem a vivências religiosas perfeitamente integradas no contexto da conduta materialista de ocasião.
Reflexiona em torno da vida e da morte.
Não serás exceção ante o inexorável fenômeno da desencarnação.
Dedica alguns minutos diários para pensar na transitoriedade da vida física.
Aqueles com os quais convives são bênçãos para o teu crescimento espiritual: familiares e amigos, adversários e perseguidores são companheiros da imortalidade, momentaneamente vestidos de carne, com os quais tens compromissos de fraternidade e de amor.
Cuida de viver com eles em clima de saúde espiritual e de paz, aproveitando cada instante para aprimorar os sentimentos fraternos, promovendo-os e promovendo-te, afeiçoando-te e liberando-te, porque chegará o momento em que te separarás do seu convívio físico.
Assim agindo, enfrentarás melhor o momento da desencarnação, quando algum deles antecipar-te na viagem de retorno à Pátria espiritual.
Saberás envolvê-lo em lembranças felizes, de forma que se sinta amado e agradecido pelo tempo em que esteve contigo na vilegiatura carnal.
Por tua vez, se fores aquele que deverá despojar-se da matéria em primeiro lugar, estarás em paz de consciência e em condições de avançar no rumo da imortalidade, rico de alegria pelos deveres que foram cumpridos, pelos labores executados, pelo conhecimento adquirido, que insculpirás no âmago do ser.
Nunca te rebeles com a presença da morte no teu caminho evolutivo.
Trata-se de benfeitora nobre que contribui eficazmente para o desenvolvimento espiritual de todas as criaturas.
Ela interrompe o curso longo do sofrimento, concedendo libertação àquele que se encontrava agrilhoado à dor.
Às vezes conduz alguém saudável, deixando outrem enfermo, no entanto, há razoes ponderáveis para que assim aconteça.
Num momento, arrebata um ancião querido, que vem experimentando terríveis angústias e acerbas dores, o que representa grande misericórdia. Noutro, porém, tomará pelas mãos alguém na infância ou na juventude louçã, produzindo frustração e angústia no grupo familiar. Todavia, cumpre com o dever de renovar a sociedade e as criaturas, ensejando a todos as mesmas oportunidades de aprendizado e de evolução.
Desfruta, então da convivência com os seres queridos, vivendo cada momento, como se fosse o último no corpo, destituído da visão dolorosa da separação.
Voltarás a relacionar-te com aqueles que fazem parte da tua agenda de afetividade. Eles não desaparecerão do teu currículo, porquanto estarão inscritos como membros da tua família espiritual. Por isso, não se encontram ao teu lado, por acaso, por circunstância não prevista pela Divindade.
Quando se adquire a consciência perfeita dos valores terrenos e daqueles espirituais, pode-se viver com mais alegria e intensidade, em face da certeza de que nada se destrói, nem os amores deixam de existir, somente porque se romperam os laços materiais.
A fim de que possas fruir do verdadeiro amor daqueles aos quais te afeiçoas, cuida de crescer interiormente, acendendo a luz da sabedoria no imo e permitindo que ela derrame claridade em tua volta.
Quanto mais estejas iluminado, melhor poderás ajudar e libertar os seus afetos que, por qualquer razão, permaneçam na escuridão de si mesmos, na perturbação defluente das paixões e dos enganos que se permitiram
Desse modo, tem em mente que a morte é instrumento de vida e jamais de extermínio, como alguns infelizmente a consideram.
Toda a Doutrina de Jesus, rica de amor e de sabedoria, perderia o seu sentido e o seu profundo significado psicológico, se, tendo ocorrido a Sua morte, não houvesse, logo depois, a Sua gloriosa ressurreição.
Assim também acontecerá contigo e com todos aqueles que fazem parte dos teus relacionamentos, bons ou maus, porquanto eles ressuscitarão.
Vive, pois, confiante em Deus, e cresce espiritualmente, a fim de que, no momento da tua morte, logo comece a tua ressurreição em triunfo.
(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na tarde de 15 de agosto de 2007, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador,Bahia.)
quinta-feira, 25 de junho de 2015
Personalidade, comportamento e reforma íntima
http://www.leondeniz.com/2015/06/19/personalidade-comportamento-e-reforma-intima/
Jean-Jacques Rousseau afirma que os homens nascem bons, todavia em contato com a sociedade, que é má, tornam-se maus. Thomas Hobbes, por sua vez, defendeu que o homem nasce mau, com instintos de sobrevivência, e que devido a tais instintos é capaz de fazer qualquer coisa. A sociedade então o educa, lapidando seu comportamento, tornando-o sociável e bom.
Uma terceira idéia a esse respeito é a de que o homem não nasce nem bom nem mau. Nascemos em uma sociedade construída em um contexto histórico que define o que é bom ou ruim. Nessa perspectiva, a teoria de Jean-Paul Sartre, que afirma que a essência do homem é construída por ele mesmo na história, me parece adequada, principalmente em uma sociedade tão dinâmica como a que vivemos hoje.
Nenhum ser humano nasce essencialmente pronto. O homem é, então, produto do meio em que vive, construído a partir de suas relações sociais. Vale dizer, assim, que o ambiente pode transformar o homem e retransformá-lo ao longo de sua vida, por meio dos grupos por onde passa. Isso pode construir uma personalidade mais ou menos boa ou ruim, à partir de determinadas escolhas.
É impossível, noentanto, prever quanto e de que forma o meio pode influenciar as pessoas no mundo atual. Com tantas mídias e vias de comunicação e interação, essa relação homem sociedade está cada vez mais complexa e, consequentemente, a construção constante de uma personalidade tornou-se igualmente complexa.
A personalidade é a junção de uma diversidade de fatores que partem desde a fisiologia à psicologia. É a combinação da constituição temporal e fruto da construção do caráter e temperamento individual, tão latentes em cada um de nós. Em outras palavras, a personalidade é construída por meio de dois conjuntos de características: inatas e sociais. O primeiro conjunto envolve fatores físicos, químicos e genéticos; enquanto que o segundo compreende o caráter e a consistência de valores e princípios adquiridos ao longo do tempo e principalmente de acordo com o meio onde o indivíduo interage.
à partir dessa compreensão, as nossas escolhas passam a ter muito mais sentido e relevância, uma vez que sabemos que por menos influenciáveis que somos ou pensamos ser, o ambiente do qual decidimos participar terá um papel importantíssimo na construção da nossa personalidade e na lapidação do comportamento.
O problema é que até que venhamos a compreender isso, muitas escolhas já foram feitas sem a devida atenção e valoração. Nesse sentido, o autoconhecimento é o que pode nos auxiliar a determinar quem somos e o quão próximos estamos daquilo que queremos ser. Em alguns casos, uma reforma íntima pode ser muito bem vinda.
A reforma íntima é a busca da elevação moral do indivíduo promovida por ele mesmo. À partir do momento em que alguém decide promover uma reforma íntima, necessita, com muita determinação, proceder um estudo sobre si e sobre o próprio caráter, realizar uma renovação de valores, utilizar ferramentas de luz e amor em cada gesto, compreender de maneira aprofundada o que significa o próximo, além de outras ações no sentido de construir boas atitudes.
Muito mais difícil do que simplesmente abandonar ou modificar um hábito, é mexer nos próprios valores e gerar, nisso, consequência para todos os hábitos e comportamentos. Enquanto estamos vivos, todavia, nossa personalidade está sendo construída e sempre cabe melhorá-la.
Jean-Jacques Rousseau afirma que os homens nascem bons, todavia em contato com a sociedade, que é má, tornam-se maus. Thomas Hobbes, por sua vez, defendeu que o homem nasce mau, com instintos de sobrevivência, e que devido a tais instintos é capaz de fazer qualquer coisa. A sociedade então o educa, lapidando seu comportamento, tornando-o sociável e bom.
Uma terceira idéia a esse respeito é a de que o homem não nasce nem bom nem mau. Nascemos em uma sociedade construída em um contexto histórico que define o que é bom ou ruim. Nessa perspectiva, a teoria de Jean-Paul Sartre, que afirma que a essência do homem é construída por ele mesmo na história, me parece adequada, principalmente em uma sociedade tão dinâmica como a que vivemos hoje.
Nenhum ser humano nasce essencialmente pronto. O homem é, então, produto do meio em que vive, construído a partir de suas relações sociais. Vale dizer, assim, que o ambiente pode transformar o homem e retransformá-lo ao longo de sua vida, por meio dos grupos por onde passa. Isso pode construir uma personalidade mais ou menos boa ou ruim, à partir de determinadas escolhas.
É impossível, noentanto, prever quanto e de que forma o meio pode influenciar as pessoas no mundo atual. Com tantas mídias e vias de comunicação e interação, essa relação homem sociedade está cada vez mais complexa e, consequentemente, a construção constante de uma personalidade tornou-se igualmente complexa.
A personalidade é a junção de uma diversidade de fatores que partem desde a fisiologia à psicologia. É a combinação da constituição temporal e fruto da construção do caráter e temperamento individual, tão latentes em cada um de nós. Em outras palavras, a personalidade é construída por meio de dois conjuntos de características: inatas e sociais. O primeiro conjunto envolve fatores físicos, químicos e genéticos; enquanto que o segundo compreende o caráter e a consistência de valores e princípios adquiridos ao longo do tempo e principalmente de acordo com o meio onde o indivíduo interage.
à partir dessa compreensão, as nossas escolhas passam a ter muito mais sentido e relevância, uma vez que sabemos que por menos influenciáveis que somos ou pensamos ser, o ambiente do qual decidimos participar terá um papel importantíssimo na construção da nossa personalidade e na lapidação do comportamento.
O problema é que até que venhamos a compreender isso, muitas escolhas já foram feitas sem a devida atenção e valoração. Nesse sentido, o autoconhecimento é o que pode nos auxiliar a determinar quem somos e o quão próximos estamos daquilo que queremos ser. Em alguns casos, uma reforma íntima pode ser muito bem vinda.
A reforma íntima é a busca da elevação moral do indivíduo promovida por ele mesmo. À partir do momento em que alguém decide promover uma reforma íntima, necessita, com muita determinação, proceder um estudo sobre si e sobre o próprio caráter, realizar uma renovação de valores, utilizar ferramentas de luz e amor em cada gesto, compreender de maneira aprofundada o que significa o próximo, além de outras ações no sentido de construir boas atitudes.
Muito mais difícil do que simplesmente abandonar ou modificar um hábito, é mexer nos próprios valores e gerar, nisso, consequência para todos os hábitos e comportamentos. Enquanto estamos vivos, todavia, nossa personalidade está sendo construída e sempre cabe melhorá-la.
sexta-feira, 19 de junho de 2015
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