Estudando o Espiritismo

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domingo, 28 de novembro de 2021

O HOMEM NO MUNDO

 O HOMEM NO MUNDO

Escrito por João Lima em 6 de fevereiro de 2016

 


Todos somos espíritos imortais, temporariamente encarnados.


À luz da ciência Espírita, somos espíritos imortais, temporariamente estamos habitando uma veste carnal (encarnados no corpo físico).


Temos portanto um corpo físico por empréstimo divino, e não o inverso.


Acreditamos na imortalidade do espírito portanto nós não morremos.


O espiritismo veio comprovar de maneira indubitável a continuidade da vida do espírito ora encarnado, no mundo espiritual, quando este se despe da veste física.


Portanto o espiritismo veio “Matar a Morte”. Nós não morremos, o nosso corpo se desfalece mas nós não.


Este tema foi psicografado.


Psicografia recebida de UM ESPÍRITO PROTETOR, na cidade francesa de Bordeaux, 1863, e transcrita para nós pelo Codificador de nossa querida doutrina, Allan Kardec.


A historia humana, segundo os paleontólogos, estudiosos dos resíduos fósseis, remonta a aproximadamente 2 milhões de anos atrás.


Segundo portanto estes cientistas e após comprovações feitas através de datação por carbono, o ser humano, ou hominídeos como são chamados surgiram neste orbe a aproximadamente 2 milhões de anos.


Já o homo sapiens – a nossa espécie surgiu a aproximadamente 200 mil anos atrás.


Com isto entendemos que, a historia humana neste planeta já é longa, e que ela não se resume aos poucos séculos que nossos historiadores conseguem descrever em detalhes.


É necessário que entendamos que no princípio o mundo influenciou muito mais o homem do que o inverso. Naquela época pré-histórica os seres estavam expostos aos intempéries da natureza e eram pequenos grupos. Imaginemos os temores destes primeiros hominídeos diante da selva que os envolvia.


Os temores destes quanto os animais selvagens, e da noite que sempre trazia pavor.


Alguns grupos deixaram inscrições que falavam do céu noturno e dos sonhos.


Certos povos que viveram próximos á baia de Hudson no Canadá, denominados hoje de Inuítes, acreditavam que sua alma iria para outro mundo enquanto sonhavam.


Portanto no principio os homens adotaram como “forças sobrenaturais” tudo que não conseguiam compreender, como o porque do Sol, da lua, das estrelas, dos próprios animais e plantas e as pedras.


Mas o homem evoluiu ao longo da história e passou a desempenhar um importante papel diante do mundo, desta forma influenciando muito mais do que sendo influenciado.


Hoje em dia temos o homem influenciando fortemente o mundo de inúmeras maneiras. Através por exemplo da Economia, da Política, da diversidade dos povos e das crenças diversas.


Com esta introdução podemos então adentrar mais profundamente ao estudo do nosso tema que é praticamente 1 pagina de O Evangelho Segundo o Espiritismo, mas que é de uma profundidade enorme.


Para uma melhor didática, o tema foi subdividido em 6 partes.


1 – Pois bem, nos fala o Espírito Protetor:


“Um sentimento de piedade deve sempre animar o coração daqueles que se reúnem sob o olhar do Senhor, implorando a assistência dos Bons Espíritos. Purificai, portanto, os vossos corações.Não deixeis que pensamentos fúteis ou mundanos os perturbem. Elevai o  vosso espírito para aqueles a quem chamais, a fim de que eles possam, encontrando em vós as necessárias disposições favoráveis, possam lançar em profusão as sementes que devem germinar os vossos corações, para neles produzir os frutos da caridade e da justiça.”


Elevai os vossos corações, o vosso espírito, que em vossa mente não seja povoada por pensamentos mundanos, profanos, fúteis.


Quantas vezes nos temos estes pensamentos ? Talvez possa ser até na maior parte do nosso dia, não é mesmo ?


Pois os pensamentos fúteis, mundanos, as notícias de caráter menos nobre elas circulam sempre em maior quantidade do que as noticias boas.


Desta maneira, torna-se um desafio para nós manter o pensamento elevado.


Mas este é o desafio, educar os nossos instintos, é sair do “homem velho”. O que é o homem novo senão a elevação a renovação dos nossos sentimentos.


Do que adianta nos orarmos, virmos á Casa Espírita, se nos aqui estamos pensando no mundo lá fora. Se ficamos nos preocupando apenas com o que ainda está por ser feito amanhã.


Elevar os vossos corações… Por quantas vezes pedimos, meu anjo de guarda, por favor me ajude….mas nós não nos ajudamos, por mantermos um pensamento, uma posição mental deletéria ou seja extremamente nociva e prejudicial.


Como é que nossos amigos bem feitores irão nos ajudar, se nós mesmos não nos ajudamos ?


Desafio: Educar instintos, impulsos e ações mundanas fúteis.


Evitar os excessos em geral: alimentação, sono, ócio, trabalho.


Evitar exteriorizar tensões e anseios através de instintos grotescos: vícios.


Procurar viver integralmente o presente, elevar os nossos corações, estar completo, estar por inteiro onde nós estivermos. Vivenciar o presente na sua integralidade. Dominar os instintos substituindo tensões por sentimentos elevados.


É claro para nós que instintos nós ainda os temos. São bagagens trazidas de nossas existências pretéritas.


Porem temos que nos trabalhar firmemente para substituí-los por sentimentos nobres e elevados.


2 – Na segunda parte continua nosso Espírito Protetor:


“Não penseis, porém, que queiramos […] vos levar a viver uma vida mística, isolado do mundo, que vos mantenha fora das leis da sociedade em que estais condenados a viver. Não. Vivei com os homens do vosso tempo, da vossa época, como devem viver os homens; sacrificai-vos às necessidades, e até mesmo às futilidades de cada dia, mas fazei-o com um sentimento de pureza que as possa santificar.”


NO Livro dos Espíritos – Parte Terceira– Das leis morais


CAPÍTULO VII


DA LEI DE SOCIEDADE


 


Necessidade da vida social

 


Questão: 766. A vida social está na Natureza?


“Certamente. Deus fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação social.”


Nos temos os 5 sentidos para serem utilizados…


Tudo tem uma razão de ser na obra divina, e deve ser bem utilizado.


Questão: 767. É contrário à lei da Natureza o insulamento absoluto?


“Sem dúvida, pois que por instinto os homens buscam a sociedade e todos devem concorrer para o progresso, auxiliando-se mutuamente.”


 


Nós temos pois um objetivo enquanto homens no mundo, enquanto seres humanos encarnados.


É concorrer para o progresso.


E aí pensamos, mas este mundo é tão grande tenho 7 bilhões de irmãos e irmãs que eu preciso ajudar ?


Mas devemos nos ater principalmente ao “nosso mundo” que é a principio o meio familiar, nossos vizinhos, nossos parentes, colegas de escola, colegas de trabalho, nossa cidade. É neste meio social que nós devemos concorrer para o progresso.


Temos as vezes aquele vizinho ou aquele colega que perde a paciência e aí é que entra o nosso auxilio. Seja ficando em silencio, seja fazendo uma prece, seja auxiliando mais diretamente este nosso irmão.


Pois no âmago todos nos somos irmãs em humanidade.


Nos aqui podemos atuar em papeis como pais, mães, filhos, avós, tios, chefes, subordinados, mas na essência todos nós somos irmãos.


Na 3ª parte continua o Espírito Protetor:


“Fostes chamados ao contato de espíritos de naturezas diversas, de características opostas: não magoeis a nenhum daqueles com quem vos encontrardes. Estai sempre alegres e contentes, joviais e ditosos, mas com a alegria de uma boa consciência e a ventura do herdeiro do céu, que conta os dias que o aproximam de sua herança.”


Aqui o Espírito Protetor nos lembra que no mundo vamos conviver com os mais diversos indivíduos. E que estes na maioria das vezes serão diferentes de nós, pensando diferente, com crenças e ideologias diferentes, posicionamentos e comportamentos distintos dos nossos. Ou seja, em maioria, totalmente diferente de nós.


Aí imaginamos….Mas seria melhor se Deus colocasse junto de mim pessoais iguais, que pensassem como eu penso…..


Mas se todos pensássemos igual não haveria espaço para o progresso, pois o crescimento vem da diversidade. E é justamente na diversidade que vamos encontrar a dificuldade. Vamos enxergar a possibilidade de crescermos mais um pouco e entendermos aquele nosso irmão, que não foi educado como eu fui. Preciso pois entende-lo e respeita-lo.


Sede joviais…sede ditosos…mas que sua jovialidade provenha de uma consciência limpa.


O Espírito Francisco de Paula Victor, na obra “Quem é o Cristo?” Cap. 29 – Psicografia de Raul Teixeira diz: “Em chegando ao mundo terrestre, todo Espírito, desde os mais simplórios até os mais aquinhoados de valores gerais, estará a braços, com as condições do planeta.”


Exemplificando:


Socrates, não teve que sorver o veneno mortal ?


Gandhi, pregador da não violência, não foi assassinado ?


E continua Francisco de Paula… “Os que sonham com uma vida sem problemas, mesmo estando na terra, com certeza se julgam injustiçados por Deus, por tê-los internado nesta e não noutra paragem cósmica.


   Ref.“Quem é o Cristo?” Cap. 29 – Psicografia de Raul Teixeira.


     Precisamos compreender que o crescimento, o nosso papel de cristãos e Espíritas e enquanto seres humanos é sim uma diferença. É entender aquele meu semelhante muitas vezes difícil. É aí que eu vou crescer.


Neste ínterim, analisando o primeiro parágrafo refletimos…. Quantas vezes ao adentrarmos a um colégio, uma academia, a uma doutrina, e por este motivo adotar um posicionamento, uma atitude sombria. Jesus quer que nós sejamos alegres, felizes. Não deve ter nenhuma relação negativa o meu crescimento intelectual e moral por exemplo, com minha postura com relação ao meu semelhante. Por que agora sou Espírita não possa dizer, irmão, que bom que você veio. Que bom que está aqui, vamos dialogar.


Joanna de Angelis nos diz:


Alguém que cultiva a alegria de viver já possui um tesouro. Espalhe-o onde te encontras e oferta-o a quem te acerque, tornando mais belo o dia-a-dia de todos os seres com o sol de tua alegria.


     (Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco)


Muitas vezes algum irmão nosso está triste, depressivo, isolado, passando por determinada situação e a gente chega e dá um bom dia…sorri para ele. Este seu simples ato pode fazer a diferença.


Nós não sabemos quando vamos partir deste plano, temos que refletir, nós estamos aproveitando a nossa vida, deixando de lado as nossas boas marcas. Quais marcas deixarei para que os meus familiares se lembrem de mim? Não importa a idade…


Na figura visualizamos pessoas jovens e pessoas idosas, mais maduras, com alegria de viver.


Uma pessoa velha o que é ? É aquela que não vê o maravilhoso em viver. É aquela pessoa que se isola. E hoje nós temos muitos jovens velhos.


O envelhecimento é uma condição humana. Mas podemos aprender a ser felizes e a sorrir em qualquer fase da nossa vida. Este é o convite que a Joanna de Angelis nos faz. Exteriorizarmos a nossa alegria de viver. E não temos ideia de como isto pode ser importante para o nosso semelhante.


Na 5ª Parte continua o Espírito Protetor:


“A perfeição, como disse o Cristo, encontra-se inteiramente na prática da caridade sem limites, pois os deveres da caridade abrangem todas as posições sociais, desde a mais íntima até a mais elevada. O homem que vivesse isolado não teria como exercer a caridade. Somente no contato com os semelhantes, nas lutas mais penosas, ele encontra a ocasião de praticá-la. Aquele que se isola, portanto, priva-se voluntariamente do mais poderoso meio aperfeiçoamento: só tendo de pensar em si, sua vida é a de um egoísta. “


Nosso papel é muito relevante neste mundo.


Pensamos então naquelas pessoas eremitas, aqueles monges isolados que estão nas montanhas do Tibet….e esquecemos de que nós diariamente nos isolamos de nossos semelhantes. Em casa, eu converso com os meus familiares ? Muitas vezes nos nos isolamos nos meios eletrônicos. E aí observamos familiares que conversam mais através dos meios eletrônicos do que pessoalmente. Isto não seria um isolamento ? O isolamento está em nós….não é necessário subir numa montanha ou fechar-se num claustro. O que estamos fazendo para mudar isto ? Como poderemos praticar a caridade absoluta se nós estivermos isolados ?


O Cristo estava somente com os seus apóstolos, ou com os doutores da lei ? Não, ele estava sempre no meio da multidão passando sua mensagem de amor para a humanidade.


Neste ambiente em que vivemos, com pessoas as vezes de má fé. E é neste ambiente em que devemos atuar, para dar a nossa contribuição, mesmo que seja pequenina, uma parcela mínima, mas que uma palavra que nos digamos ou uma ação que nos tenhamos possa modificar a forma de pensar do nosso semelhante. Independente da posição social. Pois que uma pessoa pode ter muitas posses materiais mas estar necessitando de forma extrema de uma palavra de consolo.


O Homem no mundo.


   “Vós porem que vos retirais do mundo, para lhe evitar as seduções e viver no insulamento, que utilidade tendes na terra.”


   (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 5 – Bem aventurados os aflitos – item 26. Kardec A.)


A 6ª parte:


   “Não imagineis, portanto, que para viver em constante comunicação conosco, para viver sob o olhar do Senhor, seja preciso entregar-se ao cilício (ao martírio) e cobrir-se de cinzas. Não, não, ainda uma vez: não! Sede felizes no quadro das necessidades humanas, mas que na vossa felicidade não entre jamais um pensamento ou um ato que possa ofender a Deus, ou fazer que se envergonhe a face dos que vos amam e vos dirigem.”


Esta é a essência do Capitulo XVII do Evangelho Segundo o Espiritismo. “Sede Perfeitos”


É uma META para todos nós.


Quando gradualmente chegamos ao final do dia e fazemos nossa autoanalise… E pensamos por exemplo….Hoje eu não ofendi a ninguém. Ou então hoje eu perdi a paciência…Hoje eu deixei de sorrir….ou de dar um bom dia….assim começa a auto analise que leva a uma melhoria continua do ser.


Evangelho, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Livro dos Espíritos, Sem categoria

O homem no mundo - um minuto de reflexão

 Hoje vamos refletir um pouco sobre o capítulo XVII, Sede Perfeitos, de O Evangelho Segundo o Espiritismo – mais especificamente o item O homem no mundo.


Em primeiro lugar, essa mensagem é direcionada para seres humanos de ambos os sexos, não é restrita ao sexo masculino; Ela fala sobre a postura que o Espírito encarnado deve ter durante sua passagem pelo plano físico.


Muitos perguntam: como o espírita deve se comportar? O que pode ou não pode fazer? E a resposta é muito simples: ele faz o que quiser e achar certo. A Doutrina Espírita o esclarece quanto a sua origem e o seu destino, qual o objetivo de sua encarnação e as leis divinas que regem o Universo, bem como as consequências positivas ou negativas que certas atitudes acarretam para sua existência atual e também para as futuras. Em momento algum o Espiritismo faz exigências de como se comportar, se vestir, ou uma lista de “certo ou errado”. Contudo, os Espíritos Superiores, que já caminharam mais do que nós e que seguem o caminho indicado por Jesus, orientam a humanidade com seus conselhos e aprendizados, sempre estimando o progresso da mesma. O Espiritismo, então, é uma dádiva de Deus para o despertar da luz no mundo, pois de forma clara e simples revela o mundo espiritual e os meios de interação deste com o plano físico.


Assim, a mensagem ditada por um Espírito protetor é mais uma orientação da Espiritualidade Superior para aqueles que desejam viver de forma mais equilibrada. Começa dizendo:


Não consitais que pensamentos fúteis ou mundanos os perturbem. Elevai o vosso espírito para aquele a quem chamais, a fim de que eles possam, encontrando em vós as disposições favoráveis, lançar em profusão as sementes que devem germinar em vossos corações.


Ora, é a questão da sintonia. Não faz sentido esperar o apoio dos bons Espíritos enquanto estivermos, por exemplo, irritados, contrariados, cultivando paixões inferiores em nossos corações sem a menor preocupação de mudar.


Ninguém precisará se transformar da noite para o dia, mas a vontade sincera de ser uma pessoa melhor abre espaço para que Espíritos benevolentes se aproximem de nós e nos ajudem no que for possível. Então, se esforçar para purificar os sentimentos e os pensamentos é fundamental.


Lembrem-se de que nossa vida exterior reflete o nosso interior, tudo começa com nossa criação mental. Mas se engana quem pensa que para realizar tal tarefa é preciso se isolar ou abandonar compromissos que a vida física nos impõe. Não. Desde que estejamos com o pensamento elevado, buscando manter nosso coração em sintonia com o Amor e o Bem, toda tarefa, por mais corriqueira que seja, será banhada de luz – independente de o ambiente ou as pessoas ao nosso redor estarem nessa sintonia ou não.


Jesus, nosso modelo e guia, não se isolou em um palácio, sentado a espera daqueles que se reconheciam como necessitados da alma ou do corpo. Ele andou no meio da multidão, foi ao encontro de pessoas com todos os tipos de desequilíbrios e que, não raro, tinham uma antipatia gratuita por sua pessoa, foi à festas, à templos, à casa de ricos e pobres, de virtuosos e de viciados, e não deixou de cumprir sua missão de amor, não perdeu sua sintonia com o Pai.


Nós estamos aqui para evoluir e a vida em sociedade é repleta de oportunidades para desenvolver nossas potencialidades divinas. Nos momentos aparentemente insignificantes é que estamos sendo testados e fortalecidos em variados aspectos. Por isso o Espírito Protetor diz:


Vivei com os homens do vosso tempo, como devem viver os homens; sacrificai-vos às necessidades, e até mesmo às frivolidades de cada dia, mas fazei-o com um sentimento de pureza que as possa santificar.


Ao fazer qualquer coisa, voltai vosso pensamento à fonte suprema; nada façais sem que a lembrança de Deus venha purificar e santificar os vossos atos.


Sede felizes no quadro das necessidades humanas, mas que na vossa felicidade não entre jamais um pensamento ou um ato que possa ofender a Deus.


Assim, atendamos aos compromissos que a vida nos traz, seja no trabalho, na família, no grupo de amigos; tenhamos nossos momentos de diversão, que são necessários; estejamos em casa, na rua, no centro espírita, em uma festa ou um show; se nossos pensamentos e sentimentos estiverem harmonizados com as leis divinas, tudo estará bem.

O homem no mundo

 O homem no mundo

Escrito por Dilton Pereira


O homem no mundo


Podemos, por um determinado tempo de nossa vida material, que pode ser de

maior ou menor duração, viver de forma descuidada, indiferente, sem a menor

noção de solidariedade, vivendo somente para nós, esquecidos de tudo e de todos

que nos cercam. Uma vida egoísta, onde tudo que interessa são as satisfações de

nossas vontades, e nada mais.


Mas… existe sempre um mas… na vida de cada um – chega para todos aquele

momento em que se acende uma luzinha vermelha em nossas mentes, e passamos a nos

perguntar: “Afinal, quem realmente sou eu? O que estou fazendo no mundo? De onde

vim? Para onde vou? Qual a minha destinação?”


São perguntas que brotam na mente de todos, uma a uma, em determinado momento

da vida. Essas considerações, essas perguntas que passam a martelar a mente do

ser humano, podem demorar a chegar, mas chegam. Para atingir este estágio, o

homem pode consumir mesmo muitas existências – de forma que, de experiência em

experiência, de luta em luta, de queda em queda, vai moldando seu caráter.


Em um dos muitos diálogos com seus discípulos, Jesus exortou a todos: “Sede

perfeitos, como perfeito é o vosso Pai Celestial”. Evidentemente, o Mestre não

queria, com tal exortação, dizer que todos podem chegar à perfeição do Pai

Celestial. Deus é um só, é único, é onipotente, é a causa primária de todas as

coisas, e a criatura jamais poderá igualar-se ao Criador.


O que certamente Jesus quis dizer é que todos possuímos dentro de nós um

potencial de crescimento espiritual que nós mesmos desconhecemos, e que muito,

muito mesmo, poderemos fazer, dentro daquilo que Ele pregou e exemplificou.


Mas… como chegar a esse estágio de perfeição relativa face à perfeição

absoluta de Deus?


As lutas a que somos compelidos a enfrentar no mundo, as desavenças, as

incompreensões, as atitudes alheias que nos chocam, as pessoas, com grau de

parentesco ou não, que gozam de nossa intimidade, que vivem conosco o dia-a-dia,

e que tantas vezes agem de forma a agredir ou contrariar nosso modo de ser e

pensar, são outros tantos obstáculos a impedir ou retardar nosso esforço no bem.


Como vencer tudo isso, como superar tantos obstáculos, se a vida material nos

oferece tão somente algumas dezenas de anos de existência? Cinqüenta, sessenta,

oitenta ou até mesmo cem anos constituem um espaço de tempo muito pequeno para

que tenhamos condições de atingir um grau tal de tolerância, de paciência,

tamanha capacidade de perdão, para amar os que nos odeiam, perdoar os que nos

ofendem, abraçar os que nos traíram, compreender no irmão faltoso o irmão

necessitado de compreensão e carinho.


Foi para responder tantas perguntas, esclarecer tantas dúvidas, que Allan

Kardec, sob a orientação de Espíritos superiores, codificou a Doutrina Espírita,

interpretando com clareza o pensamento de Jesus. Não resta a menor dúvida que,

baseando-nos no raciocínio simplista de uma só existência, torna-se praticamente

impossível conciliar alguns ensinamentos de Jesus com a realidade da vida, ao

passo que, com a reencarnação, sublime concessão de Deus para com todos os seus

filhos faltosos, tudo se esclarece, tudo se torna de fácil entendimento. Com a

Lei dos Renascimentos, já não somos os condenados ao sofrimento eterno.


Todos nós, Espíritos falíveis, estamos sujeitos a cometer erros, e somente a

certeza da reencarnação nos fortalece para prosseguir a caminhada. O próprio

Apóstolo Paulo, num rasgo de humildade, exclamou: “Sinto que faço o mal que não

quero, mas não faço o bem que desejo”, sintetizando, naquele momento, as

dificuldades que encontramos pelo caminho. Mas, para demonstrar que temos

condições de superar todos os obstáculos da caminhada. afirmou em outra ocasião:

“Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração”.

E exortando os discípulos a atitudes corajosas, afirmou: “Em tudo somos

atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos,

mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos”. E no final da jornada,

afirmou: “Combati o bom combate, terminei minha tarefa, conservei a fé”.


A fidelidade, a coragem e a perseverança do Grande Apóstolo foram a mola

propulsora do Cristianismo no mundo, e poderão ser, também, a mola propulsora do

nosso crescimento espiritual.


Texto extraído do Jornal “Macaé Espírita” – maio e junho/98.


(Jornal Mundo Espírita de Agosto de 1998)

O homem no mundo - Links

https://kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/887/o-evangelho-segundooespiritismo/2519/capitulo-xvii-sede-perfeitos/instrucoes-dos-espiritos/o-homem-no-mundo 

https://cebatuira.org.br/estudos_detalhes.asp?estudoid=1055

http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1313&

http://espiritoandre.blogspot.com/2012/03/reflexoes-espiritas-o-homem-no-mundo.html

http://www.caminhosluz.com.br/detalhe.asp?txt=4386



Autoridade

 Autoridade

 

 


 


O que é a autoridade? Existe diferença entre ela e o autoritarismo? Qual foi a lição de Jesus sobre o assunto? A autoridade verdadeiramente nos pertence? Será cobrado de nós, um dia, o uso que fazemos do nosso poder perante os demais?


 


 


Uma das definições de autoridade é: “Direito ou poder de mandar”. [1]


 


Todo agrupamento social – uma nação, cidade, empresa, um grupo familiar, a própria Casa Espírita... – necessita de um líder que exerça o poder com a finalidade de organizá-lo, dirigi-lo e mantê-lo.


 


Porém, não é tão raro que o direito de mandar fascine aquele que o possui, distorcendo sua capacidade de pensar e agir, porque esse deslumbre faz com que o “poderoso”, intimamente, se coloque num pedestal e olhe, de cima para baixo, todos aqueles que dele dependem.


 


Analisando, historicamente, o uso da autoridade, por muito tempo prevaleceu na sociedade humana – salvo algumas exceções atuais – o exercício do poder contra a igualdade e a justiça, para a subordinação de indivíduos e povos. Ocorreram, então, os mais variados desmandos através da tirania e da opressão.  E isso porque as diretrizes sociais eram determinadas pelo indivíduo ou pelo povo mais forte, que estabelecia as regras em função dos próprios interesses. Aos menos fortes, não restava outra alternativa senão obedecer. O que vigorava, portanto, era a autoridade caracterizada pelo comando absoluto e a obediência irrestrita. Quem liderava não prestava contas senão aos seus superiores, se os tivesse, e sempre tinha a razão perante os seus inferiores. Era o autoritarismo, o despotismo ou o absolutismo.


 


O inconveniente, porém, é que, ainda hoje, prevalece esse tipo de comportamento em certas criaturas. Em seu desequilíbrio e “sede” de poder, impõem ordens e regras que, obedecidas passivamente, lhes trazem um enorme prazer e satisfação. Mas, em virtude do medo de perderem o respeito, acreditam que precisam ser temidas. E, para sustentarem o seu status de “poderosa”, costumam adotar uma postura fria, rígida, arrogante, altiva, ameaçadora, intransigente, intimidativa, enfim, de total desrespeito à pessoa do outro.


 


Compreensível se torna, assim, a diferença entre a autoridade e o autoritarismo. A autoridade é a liderança necessária, na qual se exerce o poder com o objetivo de gerenciar – organizar, conduzir – o desenvolvimento e a harmonia do grupo. O autoritarismo se caracteriza pela tirania e opressão, em que se pratica o comando com fins egoísticos.


 


****


 


Na questão 684 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec pergunta:


“Que se deve pensar dos que abusam de sua autoridade, impondo a seus inferiores excessivo trabalho (afazeres, tarefas e exigências)?”


 


Resposta:


“Isso é uma das piores ações. Todo aquele que tem o poder de mandar é responsável pelo excesso de trabalho que imponha a seus inferiores, porquanto, assim fazendo, transgride a lei de Deus.” [2]


 


E essa subordinação da autoridade terrestre perante uma autoridade maior encontra-se enfaticamente ilustrada por uma passagem da vida do Cristo (Jo 19:10-11).


 


Diante de seu julgamento, Pilatos diz a Jesus: "Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para crucificar?". E o Cristo lhe responde: "Nenhuma autoridade teríeis sobre mim, se de cima não te fosse dada.” [3]


 


O próprio conceito de autoridade diverge nos dois casos. Para Pilatos e para o mundo, a autoridade é o Estado, o Chefe, o grupo que detém a força, faz as leis e impõe a ordem social. Mas, para Jesus, esta é uma autoridade secundária, porque a que comanda realmente é a autoridade da Lei de Deus, à qual todos estão igualmente sujeitos e que se serve da autoridade humana como um instrumento. Ou seja, a verdadeira autoridade não pertence aos indivíduos. Elucida o Espírito Emmanuel:


 


É justo, porém, salientar que a fortuna ou a autoridade são bens que detemos provisoriamente na marcha comum e que, nos fundamentos substanciais da vida, não nos pertencem.  [4]


 


A autoridade de Pilatos realmente era grande. O destino dos homens, da região sob sua jurisdição, estava de fato em suas mãos. Ele tinha pleno poder não apenas para governar a Judéia, mas para atuar como um grande pretor, ou seja, um juiz que julgava os homens segundo o direito romano. Para pequenas causas, designava outros pretores, mas as grandes eram julgadas por ele mesmo. No caso em questão, esperava intimidar o condenado com sua autoridade. Porém, Jesus o chocou, afirmando que esta não vinha de Roma, mas do Alto. O Cristo até reconheceu a autoridade terrena de Pilatos, mas não deixou de ressaltar que existe um poder no universo do qual emanam todos os outros poderes.


 


Sendo assim, podemos afirmar que, através de Jesus, Deus estava ensinando aos homens que o poder mundano vale bem pouco diante de Suas determinações, e que o mais simples e humilde dos homens pode ser aquele de que Ele se utiliza como Seu mensageiro.


 


Portanto, perante as leis de Deus, o poder terrestre, seja ele exercido na área que for, é temporariamente permitido. E o que é permitido, um dia, será cobrado. É este o ensinamento que nos traz O Evangelho segundo o Espiritismo:


 


A autoridade, da mesma forma que a fortuna, é uma delegação da qual serão pedidas contas àquele que dela se acha investido; não creiais que lhe ela lhe seja ela dada para lhe proporcionar o vão prazer de comandar; nem, assim como o crêem (nova ortog) falsamente a maioria dos poderosos da Terra, como um direito, uma propriedade. Deus, entretanto, lhes prova suficientemente que não é nem uma nem outra coisa, uma vez que lhas retira quando isso lhe apraz. Se fosse um privilégio ligado à sua pessoa, ela seria inalienável. Ninguém pode, pois, dizer que uma coisa lhe pertence, quando lhe pode ser tirada sem seu consentimento. Deus dá a autoridade a título de missão ou de prova quando isso lhe convém, e a retira da mesma forma.


Todo aquele que é depositário da autoridade, de qualquer extensão que ela seja, desde o senhor sobre seu servo até o soberano sobre seu povo, não deve se dissimular que tem encargo de almas; ele responderá pela boa ou má direção que tiver dados aos seus subordinados, e as faltas que estes poderão cometer, os vícios a que serão arrastados, em consequência dessa direção ou de maus exemplos recairão sobre ele, enquanto que recolherá os frutos da sua solicitude para conduzi-los ao bem..


(...) Ele (Deus) perguntará àquele que possui uma autoridade qualquer: Que uso fizeste dessa autoridade? Que mal detiveste? Que progresso fizeste? Se eu te dei subordinados não foi para fazer deles escravos da tua vontade, nem os instrumentos dóceis de teus caprichos e de tua cupidez; eu te fiz forte e confiei-te, e te confiei os fracos para os sustentar e os ajudar a subir até mim.


O superior, que está compenetrado das palavras do Cristo, não despreza a nenhum daqueles que estão abaixo de si, porque sabe que as distinções sociais nada instituem diante de Deus.  [5]


 


****


 


No entanto, existem muitos tipos de poder: o físico, o político, o financeiro, o intelectual, o pessoal, o espiritual, o moral...


 


Embora algumas pessoas o busquem em muitas de suas formas e expressões, Jesus só estava interessado naquele que não se impõe pelas circunstâncias ou à força, mas conquista-se. Esse é o verdadeiro poder, porque perdura.


 


E o Cristo possuía um poder pessoal bastante intenso, porque influenciava as pessoas pela sua autoridade moral – porque fundamentada no exemplo – e pela sabedoria de que era portador. Detinha a capacidade única de transmitir confiança, sem ser confundido com um homem arrogante com necessidade de exercer controle sobre os demais.


 


O Evangelho segundo o Espiritismo nos traz mais essas considerações sobre aquele que usa de sua autoridade para contribuir com o desenvolvimento alheio:


 


Se a ordem social colocou homens sob a sua dependência, ele os trata com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa de sua autoridade para erguer-lhes o moral e não para os esmagar com o seu orgulho; evita tudo o que poderia tornar a sua posição subalterna mais penosa. [6]


 


Esse é o uso da autoridade de forma produtiva, eficiente e respeitosa, porque firmeza, disciplina e ordem não são sinônimos de ditadura. A pessoa que comanda – ou manda –, necessita construir a sua autoridade e poder de forma a se tornar, pelo seu modo de ser e de agir, uma positiva referência aos demais. Ou, segundo as palavras do próprio O Evangelho segundo o Espiritismo: “O homem não procura se elevar acima do homem, mas acima de si mesmo, aperfeiçoando-se.” [7]


 


É fácil de testar se estamos na presença de uma pessoa com verdadeiro poder pessoal. Diante dela não nos sentimos diminuídos ou intimidados, mas à vontade para nos mostrarmos quem realmente somos, no que acreditamos, que sentimentos alimentamos, na certeza de que não seremos criticados ou menosprezados em seu julgamento. Era isso o ocorria com Jesus! Ele não precisava que os outros se diminuíssem em sua presença; pelo contrário, eram as pessoas que se sentiam agraciadas e agradecidas em seu contato com ele.


 


Com a Doutrina Espírita, podemos aprender que, perante a eternidade, a única força que tem real valor é a autoridade moral do Espírito, caracterizada pelo equilíbrio e elevação conscienciais. 


 


 


Silvia Helena Visnadi Pessenda


sivipessenda@uol.com.br


 


 


 


REFERÊNCIAS  


 


[1] MICHAELIS: moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1998.


 


[2] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentile, revisão de Elias Barbosa. 100. ed. Araras, SP: IDE, 1996.


 


[3] BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Almeida. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.


 


[4] EMMANUEL (espírito); XAVIER, Francisco Cândido (psicografado por). Fonte viva. 12. ed.  Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira. Cap. 60.


 


[5] KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile, revisão de Elias Barbosa. 195. ed. Araras, SP: IDE, 1996. Cap. XVII. Item 9.


 


[6] Idem. Item 3.


 


[7] Idem. Capítulo III. Item 10.


 


NAZARETH, Joamar Zanolini. Um desafio chamado família. 1. ed. Araguari, MG: Minas Editora, 1999.


 


Literatura não-espírita


 


CURY, Augusto Jorge. O Mestre da Vida: análise da inteligência de Cristo. 30. ed. São Paulo: Academia de Inteligência, 2001.

Superiores e Inferiores - Links

https://kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/887/o-evangelho-segundooespiritismo/2517/capitulo-xvii-sede-perfeitos/instrucoes-dos-espiritos/os-superiores-e-os-inferiores 

https://pt.slideshare.net/gespirita/os-superiores-e-os-inferiores


quinta-feira, 25 de novembro de 2021

As Virtudes Essenciais

 As Virtudes Essenciais




A palavra virtude (do latim virtus) designa excelência ou qualidade.  O significado é genérico quando aplicado a tudo o que é considerado correto e desejável em relação à moral, à ética, à vida em sociedade, às práticas educacionais, científicas e tecnológicas, assim como à eficácia na execução de uma atividade.  Em sentido específico o conceito se restringe a duas capacidades humanas:  conduta moral no bem e habilidades para fazer algo corretamente.


Em relação a este assunto, elucidam os orientadores da Codificação Espírita:


“Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda do bem.  Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores.  A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento oculto.  A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade”.


O filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) classificou as virtudes em dois grupos, quanto à natureza, ambos aceitos nos dias atuais:  virtudes éticas ou do caráter – indicam todas as qualidades ético-morais, inclusive o dever, as quais nem sempre são submetidas à razão; virtudes dianoéticas ou do pensamento – abrangem as competências intelectuais (inteligência, discernimento, conhecimento científico, aptidões técnicas), controladas pela razão.


As primeiras são desenvolvidas pela educação e pela prática que conduz ao hábito.  Filósofos, do passado e do presente, defendem a ideia de que as virtudes ético-morais são dons inatos, desenvolvidos por seres humanos especiais.  Diferentes interpretações religiosas pregam que essas virtudes somente ocorrem por graça ou concessão divinas.  As segundas, as virtudes dianoéticas ou do pensamento, podem ser ensinadas por meio da instrução, daí serem muito valorizadas pelas ciências humanas, sobretudo as educacionais.


O Espiritismo considera que as virtudes são aquisições do Espírito imortal, adquiridas e desenvolvidas por meio de trabalho incessante no bem:


[…] a virtude é sempre sublime e imorredoura aquisição do Espírito nas estradas da vida, incorporada eternamente aos seus valores, conquistados pelo trabalho no esforço próprio.


Importa destacar que a classificação aristotélica é, na verdade, uma síntese dos ensinamentos de Sócrates (470-399 a.C.), posteriormente transmitidos por Platão (428/427-347 a.C.) em seu livro A República.  Para Sócrates, a virtude se identifica com o bem (aspecto moral) e representa o fim da atividade humana (aspecto funcional ou operacional).  Pelo aspecto moral sabe o homem virtuoso distinguir o bem e o mal.  Pelo sentido funcional, ou fim da atividade humana, a virtude é capacidade ou habilidade de realizar corretamente uma tarefa.  Contudo, tanto Sócrates como Platão entendiam que as virtudes eram dons inatos, ainda que esses filósofos possuíssem conhecimentos sobre a vida no além-túmulo e sobre as reencarnações sucessivas.


O seguinte texto, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, ilustra o assunto:


Palavras de Sócrates, registradas por Platão:  “A virtude não pode ser ensinada; vem por dom de Deus aos que a possuem”.

Interpretação espírita, fornecida por Allan Kardec:

É quase a doutrina cristã sobre a graça; mas, se a virtude é um dom de Deus, é um favor e, então, pode perguntar-se por que não é concedida a todos.  Por outro lado, se é um dom, carece de mérito para aquele que a possui.  O Espiritismo é mais explícito, dizendo que aquele que possui a virtude a adquiriu por seus esforços, em existências sucessivas, despojando-se pouco a pouco de suas imperfeições.  A graça é a força que Deus faculta ao homem de boa vontade para se expungir do mal e praticar o bem.


Sócrates e Platão, entretanto, desenvolveram notável sistema filosófico sobre as virtudes, denominando-o Virtudes Cardeais.  Essas virtudes, inseridas em seguida, são consideradas essenciais por representarem a chave para a aquisição de todas as demais:


Prudência, também conhecida como sabedoria.  É a virtude que controla a razão.

Fortaleza, entendida como coragem.  É a virtude do entusiasmo (thymoiedés), a que administra os impulsos da sensibilidade, dos sentimentos e do afeto.

Temperança, vista como autodomínio, medida, moderação.  Essa virtude age sobre os impulsos do instinto, colocando freios nos prazeres e nas paixões corporais.

Justiça, estabelece o discernimento entre o bem e o mal.  É a virtude que conduz à equidade; ao saber considerar e respeitar o direito do outro; a valorizar ações e coisas que garantem o funcionamento harmonioso da vida, individual e coletiva.

Essa classificação não só permitiu a Aristóteles elaborar o seu sistema de virtudes éticas e dianoéticas, mas também exerceu forte influência no pensamento teológico dos chamados pais da igreja, durante a Idade Média, sobretudo no desenvolvimento das teses de Agostinho (354-430) e Tomás de Aquino (1225-1274), os quais fizeram acréscimos às virtudes cardeais socráticas, a partir da análise dos textos do Evangelho.  Esses acréscimos foram denominados Virtudes Teologais e se resumem nas seguintes:  fé, esperança e caridade.


As orientações teológicas católicas e protestantes preservaram as ideias socráticas e platônicas, no sentido de que as virtudes são concessões divinas, revestindo-as, porém, de um aspecto sobrenatural, de acordo com este raciocínio:  se as virtudes representam uma graça de Deus só podem ser concedidas aos santos, nunca ao ser humano comum.


Com o Espiritismo, porém, tudo se aclara, felizmente.  Entendemos que somos seres perfectíveis, construtores do próprio destino.  A aquisição e desenvolvimento de virtudes são entendidos como necessidade evolutiva do Espírito, um meio para regular os atos humanos, ordenar as paixões e guiar a conduta humana, segundo os preceitos da razão, da moral e da fé.


As pessoas virtuosas destacam-se das demais, não porque são especialmente marcadas por Deus, mas porque souberam aproveitar as lições da vida e investiram no aprendizado, moral e intelectual, ao longo das reencarnações e das experiências vividas no plano espiritual, após a morte do corpo físico.  Encontram-se muito distantes da santidade, entretanto, revelam-se como Espíritos que “[…] lutaram outrora e triunfaram.  Por isso é que os bons sentimentos nenhum esforço lhe custam e suas ações lhes parecem simplíssimas.  O bem se lhes tornou um hábito […]”.


A forma como a Doutrina Espírita caracteriza a virtude e o homem virtuoso está sintetizada na belíssima mensagem do Espírito François-Nicolas-Madeleine, constante em O Evangelho Segundo o Espiritismo, ditada em Paris, em 1863:


A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem.  Ser bom, caritativo, laborioso, sóbrio, modesto, são qualidades do homem virtuoso.  Infelizmente, quase sempre as acompanham pequenas enfermidades morais que as desornam e atenuam.  Não é virtuoso aquele que faz ostentação da sua virtude, pois que lhe falta a qualidade principal:  a modéstia, e tem o vício que mais se lhe opõe:  o orgulho.  A virtude, verdadeiramente digna desse nome, não gosta de estadear-se.  Adivinham-na; ela, porém, se oculta na obscuridade e foge à admiração das massas.  […] À virtude assim compreendida e praticada é que vos convido, meus filhos; a essa virtude verdadeiramente cristã e verdadeiramente espírita é que vos concito a consagrar-vos.  Afastai, porém, de vossos corações tudo o que seja orgulho, vaidade, amor-próprio, que sempre desadornam as mais belas qualidades.  Não imiteis o homem que se apresenta como modelo e trombeteia, ele próprio, suas qualidades a todos os ouvidos complacentes.  A virtude que assim se ostenta esconde muitas vezes uma imensidade de pequenas torpezas e de odiosas covardias.


Autor:  Marta Antunes Moura


Revista Reformador (Federação Espírita Brasileira)


Revista de Espiritismo Cristão


Ano:  217 – Nº:  2.158 – Janeiro de 2009


Páginas:  24 à 26


Livros (Referências):


KARDEC, Allan – O Livro dos Espíritos – Tradução de Guillon Ribeiro – 91 Edição – 1ª reimpressão – Rio de Janeiro – Federação Espírita Brasileira (FEB) – Questões nº 893 e 894 – 2008.

XAVIER, Francisco Cândido – O Consolador – Pelo Espírito Emmanuel – 28 Edição – Rio de Janeiro – Federação Espírita Brasileira (FEB) – Questão nº 253 – 2008.

KARDEC, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Tradução de Guillon Ribeiro – 127 Edição – Rio de Janeiro – Federação Espírita Brasileira (FEB) – “Introdução IV”, Item XVII – 2007.

KARDEC, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Tradução de Guillon Ribeiro – 127 Edição – Rio de Janeiro – Federação Espírita Brasileira (FEB) – Capítulo XVII, item 08 – 2008.

Qual a maior virtude?

 Qual a maior virtude?


Itair Rodrigues Ferreira



Muitos de nós, imbuídos dos propósitos edificantes tão enfatizados pelo espiritismo, gostaríamos de ajudar as pessoas, atendendo suas necessidades básicas, e, de vez por todas, colocá-las no patamar superior, onde não teriam mais as dificuldades que nos cortam à alma ao vê-las sofrer.


No entanto, sabemos também, estudando essa doutrina iluminada, que todos nós, sem exceção, somos amparados pela Misericórdia Divina. Nem mesmo aqueles que se comprometeram seriamente com a Justiça Divina ficam esquecidos. No mundo espiritual há seres bondosos cuja missão é socorrer as almas infelizes, amparando-as e encaminhando-as à Verdade. “Nem nos cárceres, nem nos hospitais, nem nos lugares de devassidão, nem na solidão, estais separados desses amigos que não podeis ver, mas cujo brando influxo vossa alma sente, ao mesmo tempo que lhe ouve os ponderados conselhos”. (1)


É necessário desenvolvermos a generosidade em nossas atitudes combatendo o egocentrismo, a fim de nos tornarmos altruístas começando nas pequenas coisas que podemos fazer pelo próximo, sem pensamento oculto, sem interesse em levarmos vantagens, isento da ideia de colhermos qualquer benefício.


O homem do século XXI, o século da grande transição da humanidade, que evolui de mundo de expiação e provas para mundo de regeneração, precisa controlar seus desejos e necessidades. Moderar seu interesse nos bens materiais, enaltecendo os valores sutis da alma a fim de se tornar melhor, mais feliz e constituir-se, dessa forma, o modelo das próximas gerações.


Para essa realização, basta querer e traçar um roteiro. Com o forte desejo de servir a humanidade, entraremos em conexão com os altos valores espirituais participando da transformação da Terra.


Jesus enalteceu o óbolo da viúva pobre, que fez o donativo, depositando no gazofilácio, duas pequenas moedas da antiga Grécia, que representavam, cada uma, dez centavos da nossa moeda. O valor era ínfimo, mas era tudo o que ela possuía.


E Jesus disse: “Verdadeiramente vos digo que esta viúva pobre deu mais do que todos. Porque todos estes deram como oferta daquilo que lhes sobrava; esta, porém, da sua pobreza deu tudo o que possuía, todo o seu sustento”. (2)


“O mérito do bem está na dificuldade em praticá-lo. Nenhum merecimento há em fazê-lo sem esforço e quando nada custe. Em melhor conta tem Deus o pobre que divide com outro o seu único pedaço de pão, do que o rico que apenas dá do que lhe sobra, disse-o Jesus, a propósito do óbolo da viúva”. (3)


Além da caridade de ordem material, necessária, mas nem sempre a mais importante, existe a caridade moral, que independe do dinheiro: entretanto, é a mais difícil de ser praticada.


Quantos seres transitam em nosso caminho, necessitados de um ouvido que os ouça com paciência e humildade, na solidão do mundo repleto de pessoas indiferentes às suas dores. Como podemos ajudá-los!


Seremos verdadeiramente caridosos ao conseguirmos domar nossas más inclinações, renunciando aos nossos defeitos , freando nossa língua, não passando notícias, mesmo que verdadeiras, mas que podem conspurcar a honra do nosso próximo, seja ele quem seja.


Seremos verdadeiramente caridosos quando tivermos atitude em defesa do fraco, contra a prepotência do forte, mesmo sabendo, de antemão, que essa postura nos prejudicará o interesse pessoal.


Muitos não se interessam pelo próximo. Olham e não os enxergam. Esbarram-se e não se sentem próximos. São indiferentes a tudo o que lhes acontece.


Devemos fazer o bem pelo bem, desinteressadamente. Olhar para as pessoas com os olhos cheios de amor, a fim de que o bem cresça em nós. Auscultar a dor do próximo; entender a sua necessidade para ajudá-lo, evitando o seu constrangimento em nos pedir, porque muitos sofrem de inibição, introspecção, ou mesmo, do orgulho, o pai de todos os vícios.


As Entidades Sublimadas responderam ao Codificador que “não há quem não possa fazer o bem. Somente o egoísta nunca encontra oportunidade de o praticar” (4) e, “que não bastará que o homem não pratique o mal. Cumpre-lhe fazer o bem no limite de suas forças, porquanto responderá por todo o mal que haja resultado de não haver praticado o bem”. (5)


Mas, vale a retidão da nossa intenção, como afirmaram os Espíritos Superiores, em diversas respostas que deram a Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos. (6)


A maior de todas as virtudes, “a sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento oculto. A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade”. (7)


Muita paz!


 


Notas bibliográficas:


1 – O Livro dos Espíritos – Q. 495.


2 – A Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Lucas, 21, 3 e 4.


3 – O Livro dos Espíritos – Q. 646.


4 – Idem – Q. 643.


5 – Idem – Q. 642.


6 – Idem – Questões: 655, 658, 872, 954... etc.


7 – Idem – Questão 893.

Virtude


Jarbas Lima Lemes

A palavra virtude (do latim virtus) designa excelência ou qualidade. O significado é genérico quando aplicado a tudo o que é considerado correto e desejável em relação à moral, à ética, à vida em sociedade, às práticas educacionais, científicas e tecnológicas, assim como à eficácia na execução de uma atividade. Em sentido específico o conceito se restringe a duas capacidades humanas: conduta moral no bem e habilidade para fazer algo corretamente. Em relação a este assunto, elucidam os orientadores da Codificação Espírita:


“Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores. A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento oculto. A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade.”


O filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) classificou as virtudes em dois grupos, quanto à natureza, ambos aceitos nos dias atuais: virtudes éticas ou do caráter – indicam todas as qualidades ético-morais, inclusive o dever, as quais nem sempre são submetidas à razão; virtudes dianoéticas ou do pensamento – abrangem as competências intelectuais (inteligência, discernimento, conhecimento científico, aptidões técnicas), controladas pela razão.


As primeiras são desenvolvidas pela educação e pela prática que conduz ao hábito. Filósofos, do passado e do presente, defendem a idéia de que as virtudes ético-morais são dons inatos, desenvolvidos por seres humanos especiais. Diferentes interpretações religiosas pregam que essas virtudes somente ocorrem por graça ou concessão divinas. As segundas, as virtudes dianoéticas ou do pensamento, podem ser ensinadas por meio da instrução, daí serem muito valorizadas pelas ciências humanas, sobretudo as educacionais.


O Espiritismo considera que as virtudes são aquisições do Espírito imortal, adquiridas e desenvolvidas por meio de trabalho incessante no bem.


Para Sócrates, a virtude se identifica com o bem (aspecto moral) e representa o fim da atividade humana (aspecto funcional ou operacional). Pelo aspecto moral sabe o homem virtuoso distinguir o bem e o mal. Pelo sentido funcional, ou fim da atividade humana, a virtude é capacidade ou habilidade de realizar corretamente uma tarefa. Contudo, tanto Sócrates como Platão entendiam que as virtudes eram dons inatos, ainda que esses filósofos possuíssem conhecimentos sobre a vida no além-túmulo e sobre as reencarnações sucessivas.


O seguinte texto, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, na Introdução IV, item XVII, ilustra o assunto:


• Palavras de Sócrates, registradas por Platão: “A virtude não pode ser ensinada; vem por dom de Deus aos que a possuem”.


• Interpretação espírita, fornecida por Allan Kardec: “É quase a doutrina cristã sobre a graça; mas, se a virtude é um dom de Deus, é um favor e, então, pode perguntar-se por que não é concedida a todos. Por outro lado, se é um dom, carece de mérito para aquele que a possui. O Espiritismo é mais explícito, dizendo que aquele que possui a virtude a adquiriu por seus esforços, em existências sucessivas, despojando-se pouco a pouco de suas imperfeições. A graça é a força que Deus faculta ao homem de boa vontade para se expungir do mal e praticar o bem.”


Com o Espiritismo entendemos que somos seres perfectíveis, construtores do próprio destino. A aquisição e desenvolvimento de virtudes são entendidos como necessidade evolutiva do Espírito, um meio para regular os atos humanos, ordenar as paixões e guiar a conduta humana, segundo os preceitos da razão, da moral e da fé.


As pessoas virtuosas destacam-se das demais, não porque são especialmente marcadas por Deus, mas porque souberam aproveitar as lições da vida e investiram no aprendizado, moral e intelectual, ao longo das reencarnações e das experiências vividas no plano espiritual, após a morte do corpo físico. Encontram-se muito distantes da santidade, entretanto, revelam-se como Espíritos que “lutaram outrora e triunfaram. Por isso é que os bons sentimentos nenhum esforço lhes custam e suas ações lhes parecem simplíssimas. O bem se lhes tornou um hábito”, como disse Kardec na questão 894 de O Livro dos Espíritos. Por Marta Antunes Moura, em Reformador Nº. 2158.

A virtude - Links

https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2013/01/Mod-3-Rot-6-Virtudes-conceito-e-classificacao.pdf 

https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2013/01/Mod-3-Rot-8-As-virtudes-segundo-o-Espiritismo.pdf

https://cebatuira.org.br/estudos_detalhes.asp?estudoid=1043

http://bibliadocaminho.com/ocaminho/Tematica/EE/Estudos/EadeP1T3.3.6.htm

https://www.ceismael.com.br/filosofia/virtude-e-as-virtudes.htm


segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Direitos e deveres - Momento Espírita


 Muito se ouve falar a respeito dos direitos do cidadão. Nunca os direitos foram tão exaltados como nos últimos tempos.


Criam-se códigos e códigos, estabelecendo os mais variados direitos das criaturas. Tanto o consumidor quanto a criança e o adolescente têm seus direitos assegurados por lei.


A imprensa nunca teve tanta liberdade de expressão como na atualidade.


Isso demonstra um grande progresso, não há dúvida.


Todavia, não podemos esquecer que, ao lado de qualquer direito, há também um dever. Ambos devem andar sempre juntos para serem legítimos.


Mas o que, infelizmente, vem ocorrendo, é que cada um só reclama seus direitos, relegando os deveres ao esquecimento.


O fornecedor que é também, sem dúvida, consumidor, será que pensa como tal nos direitos dos outros quando elabora seus produtos?


Ou será que só se lembra dos direitos do consumidor na hora de reclamar os seus direitos?


A criança e o adolescente, será que são alertados de que também têm deveres para com a sociedade em que vivem?


Há cidadãos que gritam alto pelos direitos de protestar, de fazer greve. Alegam que a greve é um instrumento legítimo para quem quer ver seus direitos respeitados.


Todavia, o que não levam em conta tais cidadãos, é o direito das outras pessoas.


A greve será um instrumento legítimo sempre que, com esse ato, não se esteja desrespeitando o direito dos outros.


Se desrespeitar, por mais justa que seja a discussão, a greve já não será legítima.


Poderá até ser legal, mas não será honesta. Não podemos desejar, como pessoas lúcidas que pretendemos ser, que o nosso direito afronte o direito do nosso semelhante.


Quando estamos discutindo com o patrão por causa do salário, por exemplo, é um direito que temos, e é um dever do patrão pagar-nos o que nos seja devido, mas a comunidade à qual servimos não tem que pagar o preço da nossa contenda.


Se o médico deixa de atender aos doentes, não é o patrão que ele está afrontando. Passa a dever à comunidade, porque fez juramento de salvar vidas, e não de salvar vidas quando ganhasse bem.


Se o professor deixa centenas de crianças analfabetas, está faltando com o sentimento de fraternidade e com o dever assumido perante a própria consciência.


O chofer ou o cobrador não devem, em nome do seu direito, deixar toda uma comunidade sem condução, quando sabem que os trabalhadores que dela dependem terão descontados os dias faltados, porque, em tese, o patrão não vai querer saber se há greve ou não.


As pessoas comuns precisam poder ir e vir, já que os mais abastados não viajam nos coletivos.


Assim, se estamos nos sentindo acossados pelos baixos salários, violentados pelos maus tratos profissionais, ou se temos qualquer outra dificuldade a acertar em termos funcionais, a nossa pendência será com o patrão, seja ele o Governo, seja o empresário da iniciativa privada. Jamais o povo, já demasiadamente desrespeitado, humilhado, desconsiderado.


*   *   *


O dever principia sempre, para cada um de nós, do ponto em que ameaçamos a felicidade ou a tranquilidade do nosso próximo e acaba no limite que não desejamos que ninguém transponha com relação a nós.


O homem que cumpre o seu dever ama a Deus mais do que as criaturas e ama as criaturas mais do que a si mesmo.


 


Redação do Momento Espírita com base na pergunta 111 do livro

Ante o vigor do espiritismo, por Espíritos diversos, psicografia de Raul

Teixeira, ed. Fráter, e no item 7 do  cap. XVII do livro O Evangelho segundo

o espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb.

Em 28.11.2011.

O Dever

 O Dever

Em o Evangelho Segundo o Espiritismo, temos no capítulo 17, item 7, as instruções do Espírito Lázaro sobre “o Dever”. Vejamos:


“Na prática, o dever reflete todas as virtudes morais; é uma fortaleza da alma que enfrenta as angústias da luta diária. O dever é severo e dócil. Está sempre pronto a se submeter às mais diversas situações, mas permanece sempre firme perante as tentações. Aquele que cumpre seu dever, ama mais a Deus do que aos homens, e aos homens mais do que a si mesmo. É, ao mesmo tempo, juiz e escravo em causa própria.” (1)


Talvez o leitor lembre-se do caso exposto pela mídia sobre a promotora que recebeu denúncias de estudantes que gazeavam aula para tomar bebida alcoólica e ao chegar ao local encontrou dentre os jovens seu próprio filho. Após escutá-los, liberou todos com termos de responsabilidades aos pais, exceto seu filho. Mesmo com a argumentação do delegado de que não havia cela especial para menores, ela respondeu: “Não tinha, delegado, agora tem, escreve cela especial e pregue na porta e bote ele lá dentro pra ele aprender que ser filho de promotor não dá a ele nenhuma prerrogativa, pra ele aprender que ele é igual a todos os outros, aliás, pior, ele é filho de alguém que tem que fiscalizar o cumprimento da lei.” (2)


A atitude digna dessa promotora e mãe é um exemplo de que o “dever é severo e dócil”; ela foi severa, porém dócil se compararmos com o modo bem mais duro como a vida o teria ensinado. Não deve ter sido nada fácil para ela prender o próprio filho, mas ela cumpriu o seu dever de mãe e de profissional da justiça, logo ela amou mais a Deus e ao seu filho que a si mesma. Ela entendeu a responsabilidade de uma autoridade e de um ser humano que precisa passar valores aos mais jovens.


No mesmo item 7 acima citado do Evangelho, temos o seguinte ensinamento: “O dever íntimo do homem é governado pelo seu livre-arbítrio; a consciência está sempre o advertindo contra as condutas erradas. Ainda assim, ele, muitas vezes, se deixa levar pelos enganos da paixão. O homem se eleva quando observa, fielmente, os deveres do coração, que nada mais são que os seus valores interiores. Mas como esses deveres podem ser determinados? Onde começam? Onde terminam? Os deveres começam, precisamente, no ponto onde se ameaça a felicidade ou a tranquilidade do próximo e terminam no limite em que não se desejaria ver a própria felicidade ou tranquilidade ameaçadas.” (3)


Vemos então que não seremos bons conosco mesmos quando nos impusermos deveres que ameaçam a nossa própria felicidade ou até saúde. Temos assistido nos noticiários da mídia inúmeros casos de mulheres que são covardemente agredidas por seus esposos. Elas estão impossibilitadas de cumprirem o dever de manterem-se no casamento, que é uma instituição sagrada, sob pena de perder a própria vida e dignidade. Nesse caso, a mulher que ama a si mesma haverá de separar-se do homem que não cumpriu com o seu dever de amá-la e protegê-la.


Nesta epidemia do COVID-19 pela qual todos nós passamos, somos convidados ao exercício do dever de escutar as recomendações das autoridades de saúde, tomando as devidas precauções para que o vírus não se alastre. Quando um dever tão importante quanto esse é violado, torna-se uma irresponsabilidade de efeitos muito nocivos ao praticante e aos outros.


Léon Denis nos fala sobre o dever em sua obra Depois da Morte, vejamos este trecho:


“Todos os Espíritos superiores têm profundamente enraizado em si o sentimento do dever; é sem esforço que seguem a própria rota. É por uma tendência natural, resultante dos progressos adquiridos, que se afastam das coisas vis e orientam os impulsos do ser para o bem. O dever torna-se, então, uma obrigação de todos os momentos, a condição imprescindível da existência, um poder ao qual nos sentimos indissoluvelmente ligados para a vida e para a morte.” (4)


Ou seja, quanto mais elevado for o espírito, mais internalizado estará o seu senso de dever, pois está fundido ao amor ao próximo, tudo num pacote só.


No momento em que nós, espíritas, tornamo-nos cientes das Leis Morais estabelecidas por Deus em O Livro dos Espíritos, bem como de todos os ensinamentos de Jesus em Seu Evangelho, sabemos de nossos deveres, então resta-nos pô-los em prática. Já compreendemos que é nosso sagrado dever, por mais difícil que nos pareça. O bom é que temos tempo, que um lindo futuro nos aguarda.


Maria Lúcia Garbini Gonçalves


Referências Bibliográficas:

(1) KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Por Claudio Damasceno Ferreira Junior. Porto Alegre: Besouro Box, 7 ed. 2015, p. 208;

(2) Blog do Cleuber Carlos – link encurtado <https://tinyurl.com/y5xhwnet>;

(3) KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Por Claudio Damasceno Ferreira Junior. Porto Alegre: Besouro Box, 7 ed. 2015, p. 207;

(4) DENIS, Léon. Depois da Morte. Brasília: FEB, 28 ed. 2016, p. 243.

DEVER – COMPILAÇÃO

http://www.acasadoespiritismo.com.br/temas/TEMA%20DEVER.htm 


DEVER – COMPILAÇÃO


6- DEPOIS DA MORTE - LÉON DENIS, PÁG. 254 - CAP. XXLII


O DEVER é o conjunto das prescrições da Lei Moral, a regra pela qual o homem deve conduzir-se nas relações com seus semelhantes e com o Universo inteiro. Figura nobre e santa, o dever paira acima da Humanidade, inspira os grandes sacrifícios, os puros devotamentos, os grandes entusiasmos. Risonho para uns, temível para outros, inflexível sempre, ergue-se perante nós, apontando a escadaria do progresso, cujos degraus se perdem em alturas incomensuráveis.


O DEVER não é idêntico para todos; varia segundo nossa condição e saber. Quanto mais nos elevamos tanto mais a nossos olhos ele adquire grandeza, majestade, extensão. Seu culto é sempre agradável ao virtuoso, e a submissão às suas leis é fértil em alegrias íntimas, inigualáveis. Por mais obscuras que seja a condição do homem, por mais humilde que pareça a sua sorte, o dever domina-lhe e enobrece a vida, esclarece a razão, fortifica a alma.


Ele nos traz essa calma interior, essa serenidade de espírito, mais preciosa que todos os bens da Terra e que podemos experimentar no próprio seio das provações e dos reveses. Não depende de nós desviar os acontecimentos, porque o nosso destino deve seguir os seus trâmites rigorosos; mas sempre podemos, mesmo através de tempestades, firmar essa paz de consciência, esse contentamento íntimo que o cumprimento do dever acarreta.


Todos os Espíritos superiores têm profundamente enraizado em si o sentimento do dever; é sem esforços que seguem a própria rota. É por uma tendência natural, resultante dos progressos adquiridos, que se afastam das coisas vis e orientam os impulsos do ser para o bem. O dever torna-se, então, uma obrigação da existência, um poder ao qual nos sentimos indissoluvelmente ligados para a vida e para a morte. O dever oferece múltiplas formas: há o dever para conosco, que consiste em nos respeitarmos, em nos governarmos com sabedoria, em não querermos, em não realizarmos senão o que for útil, digno e belo; há o dever profissional, que exige o cumprimento consciencioso das obrigações de nossos encargos; há o dever social, que nos convida a amar os homens, a trabalhar por eles, a servir fielmente ao nossos pais e à Humanidade; há o dever para com Deus...


O dever não tem limites. Sempre podemos melhorar. É, aliás, na imolação de si própria que a criatura encontra o mais seguro meio de se engrandecer e de se depurar. A honestidade é a essência do homem moral; é desgraçado aquele que daí se afastar. O homem honesto faz o bem pelo bem, sem procurar aprovação nem recompensa. Desconhecendo o ódio, a vingança, esquece as ofensas e perdoa aos seus inimigos. É benévolo para com todos, protetor para com os humildes.


É benévolo para com todos, protetor para com os humildes. Em cada ser humano vê um irmão, seja qual for seus pais, seja qual for sua fé. Tolerante, ele sabe respeitar as crenças sinceras, desculpa as faltas dos outros, sabe realçar-lhes as qualidades; jamais é maladicente. Usa com moderação dos bens que a vida lhe concede, consagra-os ao melhoramento social e, quando na pobreza, de ninguém tem inveja ou ciúme. A honestidade perante o mundo nem sempre é honestidade de acordo com as leis divinas. A opinião pública, é certo, tem seu valor; torna mais suave a prática do bem, mas não devemos considerá-la infalível.


Sem dúvida que o sábio não a desdenha; mas, quando é injusta ou insuficiente, ele também sabe caminhar avante e calcula o seu dever por uma medida mais exata. O mérito e a virtude são algumas vezes desconhecidos na Terra; as apreciações da sociedade quase sempre são influenciadas por paixões e interesses materiais. Antes de tudo, o homem honesto busca o julgamento e o aplauso da sua própria consciência. Aquele que soube compreender todo o alcance moral do ensino dos Espíritos tem do dever uma concepção ainda mais elevada. Está ciente de que a responsabilidade é correlativa ao saber, que a posse dos segredos de além-túmulo impõe-lhe a obrigação de trabalhar com energia para o seu próprio melhoramento e para o de seus irmãos.


As vozes dos Espíritos têm feito vibrar ecos em si, têm despertado forças que jazem entorpecidas na maior parte dos homens e que o impelem poderosamente na sua marcha ascensional. Torna-se o ludíbrio dos maus, porque um nobre ideal o anima e atormenta ao mesmo tempo; mas, ainda assim, ele não o trocaria por todos os tesouros de um império. A prática da caridade então lhe é fácil; ensina-o a desenvolver sua sensibilidade e suas qualidades afetivas.


Compassivo e bom, ele sente todos os males da Humanidade, quer derramar por seus companheiros de infortúnio as esperanças que o sustêm, desejaria enxugar todas as lágrimas, curar todas as feridas, extinguir todas as dores. A prática constante do dever leva-nos ao aperfeiçoamento. Para apressá-lo, convém que estudemos primeiramente a nós mesmos, com atenção, e submetamos os nossos atos a um exame escrupuloso, porque ninguém pode remediar o mal sem antes o conhecer.


Podemos estudar-nos em outros homens. Se algum vício, algum defeito terrível em outrem nos impressiona, procuraremos ver com cuidado se existe em nós germe idêntico; e, se o descobrirmos, empenhemo-nos pelo arrancar. Consideremos nossa alma pela sua realidade, isto é, como obra admirável, porém imperfeita e que, por isso mesmo, temos o dever de embelezar e ornar incessantemente esse sentimento da nossa imperfeição tornar-nos-á mais modestos, afastará de nós a presunção, a tola vaidade.


Submetamo-nos a uma disciplina rigorosa. Assim como ao arbusto se dá a forma e a direção convenientes, assim também devemos regular as tendências do nosso ser moral. O hábito do bem facilita a sua prática. Só os primeiros esforços são penosos; por isso, e antes de tudo, aprendamos a dominar-nos. As primeiras impressões são fugitivas e volúveis; a vontade é o fundo sólido da alma. Saibamos governar a nossa vontade, assenhorear-nos dessas impressões, e jamais nos deixemos dominar por elas.


O homem não deve isolar-se de seus semelhantes. Convém, entretanto, escolher suas relações, seus amigos, empenhar-se por viver num meio honesto e puro, onde só reinem boas influências. Evitemos as conversas frívolas, os assuntos ociosos, que conduzem à maledicência. Digamos sempre a verdade, quaisquer possam ser os resultados. Retemperemo-nos frequentemente no estudo e no recolhimento, porque assim a alma encontra novas forças e novas luzes. Possamos dizer, ao fim de cada dia: Fiz hoje obra útil, alcancei alguma vantagem sobre mim mesmo, assisti, consolei desgraçados, esclareci meus irmãos, trabalhei por torná-los melhores; tenho cumprido o meu dever!


08 - ESTUDE E VIVA - EMMANUEL E ANDRÉ LUIZ - PÁG. 144


É muito difícil desinteressar-nos dos aspectos menos agradáveis do serviço necessário à preservação da verdade e do bem. Isso acontece, principalmente, quando as consequências não nos digam respeito. Se não temos a obrigação de inspecionar as deficiências da estrada, muito de raro em raro nos incomodamos com a brecha deixada pelo aguaceiro na base de um viaduto. Não sucede, porém, o mesmo com os responsáveis, que dobrarão esforços para remover o perigo. Assim também no cotidiano.


Queremos tranquilidades; no entanto, surgem riscos à frente. Somos pais.. e acordamos junto de filhos carentes de amparo em forma de advertência; orientamos empresas... e verificamos omissões, ante as quais o silêncio seria apoio ao desastre; exercemos funções educativas... e somos defrontados por ocorrências que comprometem a segurança da escola; administramos instituições de interesse geral... e encontramos falhas que não será lícito desdenhar com displicência, sob pena de aprovarmos a influência das trevas...


São esses os momentos mais dolorosos para os que receberam o encargo de velar por alguém ou por alguma comunidade. Nesses trechos periclitantes do trabalho a fazer, somos frequentemente impelidos à deserção; entretanto, comandante algum é trazido a conduzir um navio a fim de abandoná-lo ao sabor das ondas, em momentos difíceis. Que fazer, todavia, nas crises inevitáveis, quando é preciso apontar e retificar, esclarecer e definir? Nesses duros problemas, uma solução aparece, luminosa e reconfortante: nós podemos orar.


Quando te encontres em obstáculos desse matiz, não censures os companheiros que passam despreocupados, ante as lutas com que arrostas e nem te acomodes com o mal, sob pretexto de lealdade à harmonia. Ora, sempre, fiel ao bem da verdade e à verdade do bem ainda mesmo que todas as circunstâncias te contrariem. Através da prece, dar-te-á o Senhor a força justa com a medida adequada e a palavra precisa no rumo certo. Assim será sempre, porque, se a criatura dirige, Deus guia. Manejamos a vida, mas a vida é de Deus.


SENTENÇAS DA VIDA:


1 - Cumpra os deveres desagradáveis. Buscar apenas o nosso deleite é comodismo crônico.


2 - Vitalize os negócios com a fraternidade pura. O comércio não foge à ação da Providência Divina.


3 - Coloque o bem de todos acima do interesse partidário. A senda cristã nas atividades da vida será sempre "caridade".


4 - Esqueça as narrativas que exaltem indiretamente o erro. A moral da história mal contada é sempre a invigilância.


5 - Liberte-se das frases de efeito. A palavra postiça sufoca o pensamento.


6 - Evite o divertimento nocivo ou claramente desnecessário. Os pés incautos encontram a queda imprevista.


7 - Resista à desonestidade. O critério do amor não se modifica.


8 - Valorize os empréstimos de Deus. Dar não significa abandonar.


9 - Prestigie a sabedoria da Lei, obedecendo-lhe. O auxílio espiritual não surge sem preço.


11 - FONTE VIVA - EMMANUEL - PÁG. 229 - AUSENTES


"Ora, Tomé, um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio" - (João, 20:24).


Tomé, descontente, reclamando provas, por não haver testemunhado a primeira visita de Jesus, depois da morte, criou um símbolo para todos os aprendizes despreocupados das suas obrigações. Ocorreu ao discípulo ausente o que acontece a qualquer trabalhador distante do DEVER que lhe cabe.


A edificação espiritual, com as suas bênçãos de luz, é igualmente um curso educativo. O aluno matriculado na escola, sem assiduidade às lições, apenas abusa do estabelecimento de ensino que o acolheu, porquanto a simples ficha de entrada não soluciona o problema do aproveitamento.


Se o domínio do alfabeto, não alcançará a silabação. Sem a posse das palavras, jamais chegará à ciência da frase. Prevalece idêntico processo no aprimoramento do espírito. Longe dos pequeninos deveres para com os irmãos mais próximos como habilitar-se o homem para a recepção da graça divina? Se evita o contato com as obrigações humildes de cada dia, como dilatar os sentimentos para ajustar -se às glórias eternas?


Tomé não estava com os amigos quando o Mestre veio. Em seguida, formulou reclamações, criando o tipo do aprendiz suspeitoso e exigente. Nos trabalhos espirituais de aperfeiçoamento, a questão é análoga.


Matricula-se o companheiro, na escola da vida superior, entretanto, ao invés de consagrar-se ao serviço das lições de cada dia, revela-se apenas mero candidato a vantagens imediatas. Em geral, nunca se encontra ao lado dos demais servidores, quando Jesus vem; logo após, reclama e desespera.


A lógica, no entanto, jamais abandona o caminho reto. Quem desejar a bênção divina, trabalhe pela merecer. O aprendiz ausente da aula não pode reclamar benefícios decorrentes da lição.


12 - JESUS NO LAR - NÉIO LÚCIO - PÁG. 155 - CAP. 36 O PROBLEMA DIFÍCIL


Entre os comentários da noite, um dos companheiros mostrou-se interessado em conhecer a questão mais difícil de resolver, nos serviços referentes à procura da Luz Divina. Em que setor da luta espiritual se colocaria o mais complicado problema? Depois de assinalar variadas considerações, ao redor do assunto, o Mestre fixou no semblante uma atitude profundamente compreensiva e contou:


- Um grande sábio possuía três filhos jovens inteligente e consagrados à sabedoria. Em certa manhã, eles altercavam a propósito do obstáculo mais difícil de vencer no grande caminho da vida. No auge da discussão, prevendo talvez consequências desagradáveis, o genitor benevolente chamou-os a si e confiou-lhes curiosa tarefa.


Iriam os três ao palácio do príncipe governante, conduzindo algumas dádivas que muito lhes honraria o espírito de cordialidade e gentileza. O primeiro seria o portador de rico vaso de argila preciosa. O segundo levaria uma corça rara. O terceiro transportaria um bolo primoroso da família.


O trio fraterno recebeu a missão com entusiástica promessa de serviço para a pequena viagem de três milhas; no entanto, a meio do caminho, principiaram a discutir. O depositário do vaso não concordou com a maneira pela qual o irmão puxava a corça delicada, e o responsável pelo animal dava instruções ao carregador do bolo, a fim de que não tropeçasse, perdendo o manjar; este último aconselhava o portador do vaso valioso, para que não caísse.


O pequeno séquito seguia, estrada afora, dificilmente, porquanto cada viajor permanecia atento a obrigações que diziam respeito aos outros, através de observações acaloradas e incessantes. Em dado momento, o irmão que conduzia o animalzinho olvida a própria tarefa, a fim de consertar a posição da peça de argila nos braços do companheiro, e o vaso, premido pelas inquietações de ambos, escorrega, de súbito, para espatifar-se no cascalho poeirento.


Com o choque, o distraído orientador da corça perde o governo do animal, que foge espantado, abrigando-se em floresta próxima. O carregador do bolo avança para sustar-lhe a fuga, internando-se pelo mato a dentro, e o conteúdo de prateada bandeja se perde totalmente no chão.


Desapontados e irritadiços, os três rapazes tornam à presença paterna, apresentando cada qual a sua queixa e a sua derrota. O sábio porém, sorriu e explicou-lhes:


-Aproveitem o ensinamento da estrada. Se cada um de vocês estivesse vigilante na própria tarefa, não colheriam as sombras do fracasso. O mais intrincado problema do mundo, meus filhos, é o de cada homem cuidar dos próprios negócios, sem intrometer-se nas atividades alheias. Enquanto cogitamos da responsabilidade que competem aos outros, as nossas viverão esquecidas.


Jesus calou-se, pensativo, e uma prece de amor e reconhecimento completou a lição.


13 - LAMPADÁRIO ESPÍRITA - JOANNA DE ÂNGELIS - PAG. 165 ANTE O DEVER


Não te suponhas inútil na lavoura do bem porque escasseiam em tuas mãos os recursos da Terra. Nem sempre a moeda, aparentemente valiosa, consegue articular a serenidade do coração. Considera que os valores insignificantes, segundo a experiência de muitos, realizam obras reais na construção da vida.


O edifício suntuoso não dispensa a contribuição da pá de cal. O adubo considerado sem valia é a causa da vitalidade do solo. A pedra grosseira, a golpes de buril, transforma-se em estátua valiosa. Assim, podes contribuir com os recursos modestos de que dispões para materializar a obra do Senhor entre as criaturas da jornada humana.


Aprende a discernir e estuda para compreender, a fim de libertar-te da dificuldade no rumo da verdadeira luz. Porque te faltem os atraentes dons da inteligência não te entregues ao desânimo, e porque as tuas mãos não possam realizar imediatamente não descoroçoes no entusiasmo.


Nem sempre a boca falante expressa o "de que está cheio o coração". Recorda que a sinfonia vibrante equilibra-se nas sete notas musicais que lhe servem de base, tanto quanto o discurso brilhante é filho do alfabeto humilde... Ergue-te em busca do Senhor e avança, renovado, pela trilha do bem. Planta a tua árvore; renova o jardim da tua casa; varre o solo que espera limpeza; faze algo. Pensar no trabalho é trabalho em começo.


Movimentar pequenas tarefas é articular tarefas nobres. Não adies os teus DEVERES a pretexto de carência de recursos. Se não podes fazer quanto gostarias de fazer, faze alguma coisa. E, se realmente desejas respeitar o dever de produzir, recorda-te de mil trabalhos esquecidos, essas tarefas que somente poucos gostam de realizar.


Une-te, desse modo, à caravana dos que se batem na terra sáfara do coração e começa desde agora o abençoado labor da tua transformação operosa. Jesus Cristo, necessitando legar-nos o tesouro da sua mensagem de luz, considerou modesto "grão de mostarda", humilde "dracma perdida", toscos ramos de figueira, desvalioso "feixe de varas", como a ensinar-nos que o Reino dos Céus, que deve ser "tomado de assalto", só paulatinamente, após nosso aprimoramento, nos permite ingresso na legião dos selecionados para as glórias da Imortalidade.


19 - OFERENDA - JOANNA DE ÂNGELIS - PÁG. 109


AUTORIDADE E DEVER


"E Jesus repreendeu, dizendo: Cala-te, e sai dele. E o demônio, lançando-o por terra no meio do povo, saiu dele sem lhe fazer mal." Lucas: 4-35


A indiscutível autoridade de Jesus! Todos os problemas solucionavam-se em face da sua interferência. Identificado pelos Espíritos imundos e perturbadores, como sendo o Messias, admoesta-os e os expulsa com bondade e energia, destrinçando as complexas amarras da obsessão. Ao Seu toque, os tecidos enfermos em putrefação renovam-se, atividados pela energia dinâmica que d'Ele se irradia.


Conhecendo a problemática espiritual e cármica de cada um dos que O buscam, sem defraudar a Lei, nem cometer arbitrariedades, apressa o saldamento da dívida, facultando ao liberado completar o pagamento através do amor. Homens, mulheres e crianças sentem-Lhe o poder. Os Espíritos respeitam-nO.


Hidropista, lepra, hemorragia, febres, paralisia, catalepsia, cegueira, surdez, obsessão e subjugação recebem imediata recomposição, e a saúde substitui a doença, inclusive nos mutilados. Todavia, não apenas nos domínios das aflições físicas Seu poder e autoridade se manifestam.


Luxúria, adultério, sensualidade, egoísmo, ódio, revolta, disputas familiares, ciúme, soberba modificam-se nos seus portadores, ante a Sua presença. Junto a Ele dealbam claridades novas, e os que dormem nas paixões despertam para o sacrifício, mediante o qual se redimem. Não deblatera, nem se irrita. Pulcro, contagia de paz e limpa as mazelas dos que O buscam.


Não O percas de vista. Nem te atribuas valores que não possuis, como não te permitas temores que não procedem. A Seu serviço, ativa as possibilidades e multiplica as forças através do bom combate, na iluminação interior e na assistência fraternal aos sofredores. Nota que Ele jamais se recusava.


Abria as mentes à verdade, mas lenia, também as exulcerações do corpo. Incitava à glória divina, todavia, amenizava as provações terrenas. Conduzia ao Reino dos Céus, sem embargo auxiliava na elucidação das dificuldades humanas. Apontava o amor a Deus como a expressão mais alta da existência, e concitava o amor ao próximo como experiência autolibertadora.


Com a severidade que reprochava a hipocrisia dos fariseus, utilizava da meiguice e piedade para auxiliar os que sofriam. Mácula nenhuma em Sua vida, deslize algum na Sua conduta. Toma-O por guia e segue-O sem recalcitrar. O que não conseguires agora, realizarás depois.


O que ora te falta, amanhã será abundância nas tuas mãos, a serviço do bem. Não aguardes triunfos imerecidos, nem te fixes às idéias de que lograrás resultados vantajosos nos teus empreendimento com Ele. À semelhança d'Ele, provarás o ácido da malquerença e o vinagre da ingratidão, o torpor da indiferença e a pedrada do despeito. Sempre defrontarás acusadores e censores severos. Não te perturbes ante a crueldade deles. Prossegue, apesar de tudo.


Quando a tua alma estiver atônita no torvelinho das lutas, quando provares a soledade e a amargura, quando os teus melhores esforços parecerem inúteis e as tuas boas palavras forem confundidas, voltadas contra ti, conhecerás a perfeita independência, voando na direção d'Ele, com as asas da desencarnação, após o dever cumprido, com a autoridade n'Ele adquirida, de que fizeste o máximo ao teu alcance, portanto, tudo que pudeste fazer.


23 - JÓIA - EMMANUEL - PÁG. 57


DEVER E LIBERDADE: A disciplina é alicerce da vida. A ordem é fundamental da Lei. Quanto maior o primitivismo dos seres enfaixados no berço da evolução, com mais força registramos semelhante princípio. O minério, da gleba a que se acolhe, é transportado sem qualquer resistência para atender às lides do progresso.


O verme arrasta-se no solo, cadaverizando-se nele de modo a fecundá-lo para que a semente germine. A árvore sofre o insulto da tempestade, produzindo sem exigência, em favor dos outros, os frutos que não consome. A ovelha cede a lã que lhe é própria ao reconforto alheio, tremendo ante o assalto do frio.


Os elementos mais simples obedecem e auxiliam sem reclamar e todos eles, colados ainda à Terra, para ela se voltam, humildes e submissos, representando crisálidas de consciência em sua expressão fetal, no colo da natureza. Todavia, o dever é diferente no homem, cuja cabeça se ergue dominadora na direção do Infinito.


De braços livres, não obstante chumbado à senda que perlustra, pode sentir e raciocinar, mentalizar e escolher, calcular e decidir. E porque o Supremo Senhor não gerou os filhos de Sua Sabedoria e de Seu Amor para escravos de Sua Casa, concede-lhes a razão, com que se lhes agiganta o livre-arbítrio na formação do próprio merecimento.


É por isso que, quanto mais elevado o degrau da criatura, mais ampla se lhe torna a responsabilidade na plantação e na defesa do Bem. Estejamos alertas no mundo de nós mesmos, procurando aprender e servir, nas bases do amor puro e da humanidade, de vez que todos nós, à luz do discernimento, dispomos de liberdade para cumprir as obrigações que nos cabem perante a Lei, plasmando o direito ao Céu, a começar de nós, ou para cultivar a rebeldia sistemática, pela qual arrasamos os talentos divinos, gerando em nossas almas os agentes do desequilíbrio que equivale na vida ao martírio infernal.


24 - MÃOS UNIDAS - EMMANUEL - PÁG. 107


DEVER E COMPROMISSO: Cedeste ao equilíbrio do lar as melhores forças da vida e tudo indica que os teus deveres surgem plenamente cumpridos, diante da própria casa. Todavia, enquanto a consciência te dói ao pensar em te desfazeres dos laços domésticos, isso significa que as tuas dívidas para com a equipe familiar ainda não atingiram resgate justo.


Suportaste os piores agravos da parte de determinada pessoa e tudo indica que os teus compromissos para com ela se mostram perfeitamente sanados. Mas enquanto a consciência te dói ao pensar em te afastares dos aborrecimentos que essa criatura te impõe, isso significa que ainda lhe deves excepcional consideração e mais amplo carinho.


Toleraste humilhações e insultos, dificuldades e empeços, na sustentação do cargo que exerces, da profissão que abraças, da obra a que te afeiçoas ou do empreendimento que realizas, e tudo indica que as tuas obrigações para com eles se acham claramente executadas. Contudo, enquanto a consciência te dói ao pensar no desligamento das contrariedades e problemas em que te envolvem, isso significa que as tuas vinculações com semelhantes tarefas não alcançaram o fim.


A lei de causa e efeito funciona notadamente dentro de nós. Em qualquer dúvida, acerca de teu comportamento no bem perante o mal, ouve a mensagem da própria consciência.


Possivelmente, para muitos daqueles que te rodeiam, a tua humildade e abnegação, paciência e amor na desincumbência das responsabilidades que assumiste já te haverão outorgado passaporte na direção de empresas outras de liberdade e renovação, mas enquanto te dói a consciência ao pensar no afastamento de teus sacrifícios pessoais, nos setores de trabalho em que te encontras, isso significa que teu débito para com eles ainda não terminou.


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DEVER é a série de lições a que fomos chamados pela Eterna Sabedoria no livro da vida, de cujo aprendizado dependerá sempre o nosso avanço para a infinita luz.

Superficialmente, é sempre uma coleção de serviços desagradáveis e constringentes, induzindo-nos, muita vez, ao sofrimento e ao cansaço, contudo, esses serviços são vínculos espirituais que nos imantam à Paternidade de Deus que, através da Lei que nos rege, no-los traça como obrigações beneméritas e providenciais ao nosso próprio aperfeiçoamento.

Repara, medita e aceita-os com amor para que não te deplores mais tarde...



Aqui, é o lar convertido em ninho de aflição e desespero...

Ali, é a casa de trabalho, onde escuras imposições nos aguardam cada dia...

Além, é o esposo intratável, à maneira do diamante no cascalho agressivo, confiado pelo Céu à nossa abnegação...

Acolá, é a companheira rude e incompreensível, qual fonte poluída de trevas e ilusões, que a Bondade do Senhor nos concede para a tarefa difícil da purificação...


Mais além, é o filho que nos trai as melhores esperanças...

Mais adiante, é o amigo que nos prejudica o trabalho, valendo por dolorosa negação de nossos sonhos e ideais...

Hoje, é a humilhação que nos compete suportar com denodo e paciência, amanhã é o fel da incompreensão alheia que nos cabe sofrer...

E, com Jesus, o dever de ajudar e perdoar, de servir e aprender é sempre nosso...

O cristão é uma consciência na luminosa cruz dos deveres de cada dia, entretanto, é por esse madeiro disciplinar que desferirá o vôo de sublimação para a glória imperecível.


Amemos, assim, as obrigações santificantes que o mundo nos designa, por mais inquietantes e contundentes, porque, por trás delas, vive a mão amorosa do Senhor a guiar-nos das sombras do mundo para os deslumbramentos da Vida Celestial.

EMMANUEL


DEVERES ESPÍRITAS

O GRANDE MANDAMENTO


DEVERES ESPÍRITAS, 0 GRANDE MANDAMENTO


"Chegou um dos escribas, e tendo ouvido a discussão e vendo que Jesus lhes havia respondido bem, fez-lhe esta pergunta: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? Respondeu Jesus: O primeiro é: Ouve, ó Israel: O Senhor é nosso Deus, o Senhor é um só; e amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes. Disse-lhe o escriba: Na verdade, Mestre, disseste bem que Ele é um; e não há outro senão Ele; e que o amá-lo de todo o coração, de todo entendimento e de toda a força, e amar ao próximo como a si mesmo, excede a todos os holocaustos e sacrifícios. Vendo Jesus que ele havia falado sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do Reino de Deus. "E ninguém mais ousava interrogá-lo." (Marcos, XII, 28-34.)


Três são os deveres indispensáveis à criatura humana:


1º para com Deus;


2º para consigo mesmo;


3º para com seu próximo.


Nisto resumiu Jesus a lei e os profetas.


Sendo Deus o autor de nossa existência, o nosso verdadeiro Pai, devemos dedicar, primeiramente a Deus, todos os nossos haveres, a nossa própria vida.


Os deveres do homem estão em relação com o seu grau de adiantamento, com as suas aptidões físicas, intelectuais e psíquicas.


Ninguém pode dar senão o que tem, mas é fora de dúvida que devemos dar a Deus tudo o que temos. E como os haveres que dedicamos a Deus são retribuídos com centuplicados juros, cumpre-nos aproveitar todas essas dádivas para proveito próprio e em proveito do próximo.


É do cumprimento desses deveres que começa a felicidade.


Satisfeitos os deveres que temos para com Deus, ocorre-nos tratar daqueles que se relacionam com a nossa própria individualidade. É claro que essas obrigações são de natureza material, intelectual e espiritual.


O homem veio à Terra para progredir e esse progresso depende do bom emprego que faça do tempo para zelar do seu corpo, proporcionando-lhe a natural manutenção, e cultivar o Espírito, oferecendo-lhe luzes; luzes de vida eterna; luzes de sabedoria verdadeira; luzes de moral perfeita.


O corpo é um intermediário para as recepções e manifestações exteriores; é preciso que o tratemos e nos utilizemos dele como quem trata e se utiliza de uma máquina para executar o trabalho de que está encarregado.


O Espiritismo abrange a parte material e a parte psíquica do indivíduo; exige tratamento do corpo e cultivo do Espírito, sem detrimento um do outro.


Pela mesma maneira nos cumpre fazer para com o nosso próximo.


Próximo é aquele que se aproxima de nós, seja em corpo, seja em Espírito:


Há próximos que estão longe de nós e próximos que estão perto.


Na esfera do Espírito prevalece a lei de similaridade. No terreno da matéria, a lei da atração.


Os principais próximos são os que nos estão ligados pela lei da afinidade psíquica.


Os próximos secundários são os que se valem de nós para suprir a sua necessidade; necessidade de ordem material ou de ordem espiritual, porque os nossos deveres para com o próximo, para conosco e para com Deus são de ordem material e espiritual.


O homem que cumpre o seu dever, a nada mais fica obrigado. Quando o homem faz o que pode, Deus faz por ele o que ele por si mesmo não pode fazer.


Feliz daquele que faz tudo o que pode e deve fazer, pois esse é o bom emprego do talento para a aquisição de outros lantos talentos.


Três são os deveres indispensáveis do homem: para com Deus, para consigo mesmo, para com o seu próximo.


O preceito é este: ama a Deus; ama a ti mesmo; ama ao teu próximo; instrui-te e procura instruir o teu próximo. Faze tudo isso de todo o teu entendimento, de todo o teu coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças.


Não há outro mandamento.


CAIRBAR SCHUTEL


LEMBRETE:


1° - O dever cumprido é uma porta que atravessamos no Infinito, rumo ao continente sagrado da união com o Senhor. É natural, portanto, que o homem esquivo á obrigação justa, tenha essa bênção indefinidamente adiada. André Luiz


2° - A noção do dever bem cumprido, ainda que todos os homens permaneçam contra nós, é uma luz firme para o dia e abençoado travesseiro para a noite. Emmanuel


3° - Cumpra o seu dever cada dia, por mais desagradável ou constrangedor lhe pareça, reconhecendo que a educação não surge sem disciplina. André Luiz


4° - É inútil transmitir a outrem o dever que nos compete, porque o tempo inflexível nos aguarda, exigindo-nos o tributo da experiência, sem o qual não nos será possível avançar no progresso justo. Batuíra


5° - A profissão, honestamente exercida, embora em regime de retribuição, inclina os semelhantes para o culto ao dever.


Edivaldo