Estudando o Espiritismo

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sexta-feira, 27 de março de 2015

Processo do autoconhecimento não tem fim

http://www2.uol.com.br/vyaestelar/processo_autoconhecimento.htm

Autoconhecimento - Marisa Psi



http://www.marisapsicologa.com.br/autoconhecimento.html

Kardec e o auto conhecimento

Kardec e o auto conhecimento

Autor: Wellington Balbo

Complicado andar por terras estranhas, em uma viagem onde falta conhecimento do caminho a seguir. Quando isso ocorre as chances de erro são grandes. Imprescindível, portanto, se munir de todas as condições para que essa viagem transcorra da melhor forma possível.
A viagem que nos referimos aqui é o retorno do Espírito ao mundo da matéria, pelas portas sagradas da reencarnação.
Mas e o planejamento? Não planejamos essa viagem de retorno ao mundo físico? Se planejamos, não será algo tão estranho, afinal, é como se relembrássemos os caminhos a percorrer, basta seguir o planejado e não nos perderemos.
Sim, é verdade, se seguirmos o planejamento elaborado, procurando cumpri-lo, tudo é mais fácil, contudo, todo planejamento está sujeito à mudança de rumo, porquanto, depende de nossas escolhas.
Podemos seguir o que foi planejado no plano dos Espíritos, como podemos, entorpecidos pelos sentidos da carne, adentrarmos outros caminhos.
Então, como lograr êxito em nossa jornada terrena se não cumprimos o que nos foi traçado outrora, no plano espiritual? Afinal, se optamos por outros caminhos que não os estudados e planejados, nossas chances de sucesso ficam mais difíceis.
Sim, podem até ficar mais difíceis, mas não impossíveis, a saída do que foi planejado não quer dizer fracasso existencial.
Entretanto, há em toda essa história um ingrediente que faz a diferença em nosso favor: o auto conhecimento!
Auto conhecimento que está explícito na codificação da Doutrina Espírita, mais precisamente na questão de nº 919, de “O livro dos Espíritos”, onde os benfeitores indicam o auto conhecimento como condição essencial para o sucesso nos palcos da vida.
Quem exercita o auto conhecimento sabe as virtudes que possui e limitações a superar. E diga-se de passagem, conhecer as virtudes não quer dizer ser prepotente, mas sim saber as conquistas efetuadas, ou alguém duvida que temos muitas conquistas?
Sim, temos muitas virtudes, muitas habilidades que desenvolvemos ao longo de nossas existências. O grande problema é que muitos consideram que saber da existência dessas virtudes é se vangloriar.
Nada disso, isso é se auto conhecer, saber o que já foi conquistado. O que não pode é descambar aos excessos e idolatrar a própria figura, ou utilizar as conquistas efetuadas no campo da cultura, por exemplo, para constranger o semelhante, ai é outra história.
Quem se considera professor da vida, ser efetivamente pronto a ocupar digníssimo lugar ao lado do PAI, entra em marco passo existencial deixando de avançar pela simples razão de se considerar pronto. Somos todos seres em constante construção, inseridos em um incessante processo de aquilatar virtudes e superar limitações, contudo, é necessário conhecer as virtudes que faltam conquistar e as mazelas que se deve depurar.
É ilustrativo o caso do alcoolismo, uma doença que só é vencida quando o alcoólatra toma ciência de sua condição. Precisa o alcoólatra primeiro admitir que está doente, para depois vencer o vício. Enquanto o alcoólatra tenta se enganar, considerando que nada tem, persistirá doente por um simples motivo: ignorância!
Esse exemplo apenas demonstra a necessidade constante que temos de cultivar o auto conhecimento, nos estudando permanentemente para que não fiquemos a mercê de nossas mazelas.
E no quesito auto conhecimento, vale a pela lembrar Kardec, porquanto, se auto conhecia e sabia das virtudes que possuía, como também tinha plena ciência de que não era o único capaz de desempenhar o trabalho de organização da Doutrina Espírita.
E demonstra isso de maneira objetiva e segura, sem ares de superioridade que caracteriza o ser prepotente. Nos diz em “Obras Póstumas”, referindo-se a caridade: (...) “Certamente não me cabe fazer o inventário do bem que pude fazer; mas, num momento em que parece tudo esquecer-se, é-me muito permitido, creio, chamar à minha lembrança que a minha consciência me diz que não fiz mal a ninguém, que fiz todo o bem que pude, e isso o repito sem ostentação; sob esse aspecto, a minha consciência está tranqüila”(...)
E na mesma obra acima citada, extraímos outra prova de auto conhecimento que possuía o codificador, que não se considerava insubstituível, deixando explícito que uma obra gigantesca como o Espiritismo, não fica subordinada à apenas um homem, prova cabal da magnitude divina: (...) “Não tenho a pretensão de ser o único ser indispensável; que Deus é muito sábio para fazer repousar o futuro de uma doutrina, que deve regenerar o mundo, sobre a vida de um homem; que, aliás, sempre me foi dito que a minha tarefa era constituir a Doutrina, e que me será dado o tempo necessário”(...)
Na família, na sociedade, no trabalho e nas atividades voluntárias que desempenhamos, somos todos importantes, contudo, não insubstituíveis. Ter consciência da condição de eternos alunos da vida é o segredo para que não estagnemos na prepotência, nem nos afundemos nas obscuras águas da falta de confiança em nós mesmos. Todos temos virtudes, é importante saber disso. Todos temos limitações, e é mais importante ainda não ignorá-las, para que cumpramos fielmente os desígnios do criador, que almeja a todos um futuro promissor.
Pensemos nisso.




AUTOCONHECIMENTO - Hammed 2


Só tememos o que desconhecemos. O autoconhecimento requer um constante exercício,
no reino do pensamento reflexivo, sobre as sensações externas e internas. Viver uma
vida sem reflexão é como escutar uma música sem melodia.
Aqueles que não conhecem a si mesmos dificilmente terão um bom relacionamento
com os outros. O ser humano deve afastar de sua vida hábitos e crenças que o tornam
inconsciente da própria vida íntima. Só tememos o que desconhecemos. O
autoconhecimento requer um constante exercício, no reino do pensamento reflexivo,
sobre as sensações externas e internas. Viver uma vida sem reflexão é como escutar
uma música sem melodia.
Examinando o Novo Testamento com os olhos da psicologia, chegamos à conclusão de
que Jesus Cristo foi uma criatura extraordinária e fascinante, um psicoterapeuta por
excelência, além de significativamente moderno. As palavras, os atos e a vida do
Mestre possuem, sob muitos aspectos, um significado oculto que é desvendado por
todos aqueles que possuem "olhos de ver e ouvidos de ouvir".
Narra-nos o apóstolo Mateus: "(...) ele dirigiu-se a eles, caminhando sobre o mar. Os
discípulos, porém, vendo que caminhava sobre o mar, ficaram atemorizados e diziam:
É um fantasma! E gritaram de medo. Mas Jesus lhes disse logo: Tende confiança, sou
eu, não tenhais medo. Pedro, interpelando-o, disse: Senhor, se és tu, manda que eu vá
ao teu encontro sobre as águas. E Jesus respondeu: Vem." 1
A água é a imagem da dinâmica da vida, das energias e dos conteúdos desconhecidos
da alma, das motivações secretas e ignoradas. Ela é o simbolismo da "sombra"2
, da
vida inconsciente, ou "além-mar" de nossa existência de Espíritos imortais. A água
representa tudo aquilo que está contido impercepti-velmente na alma, e que o homem
se esforça para trazer à superfície porque pressente que poderá alimentá-lo e sustentá-
lo seguramente.
O Mestre pairava sobre as águas, ou seja, dominava o lado escuro da natureza
humana. Ele entendia o medo e a insegurança em que viviam os homens - efeitos da
sombra pessoal e coletiva - e os motivos da desunião ou segregação da maioria das
pessoas e dos grupos sociais.
Renegamos ou não percebemos de forma lúcida essa área oculta e profundamente
influente que existe em nossa intimidade. Por essa razão, projetamos nossa sombra "lá
fora", nas qualidades ou nas atitudes desagradáveis dos outros. Quando sentimos
grande admiração por uma criatura, ou quando reagimos intensamente contra alguém,
isso talvez seja a manifestação de nossa sombra.
A negação da sombra faz com que abominemos as deficiências alheias, evitando vê-las
em nós. Também atribuímos aos outros nossos potenciais não desenvolvidos, fazendo
deles heróis ou gurus - nutrimos enigmáticas alianças ou paixões desmedidas.
A sombra surge sempre em nosso cotidiano; por exemplo, quando lançamos nossas
emoções ocultas, nossa fragilidade, nossa insegurança e nossos medos em algo ou
alguém.
"Diabo" - do grego diábolos e do latim diabolus - significa literalmente "o que separa", "o
que desune". A "separação" é que nos impede de ver a unidade que há em nós e a
unidade de todos nós, porquanto dificulta a percepção dos diferentes aspectos
evolutivos em nossa intimidade. Ao aceitarmos nossos "opostos" (autoritarismosubserviência,
bajulação-desprezo, futilidade-desleixo, artimanha-credulidade,
possessividade-insensibilidade), aprendemos o ponto de equilíbrio das polaridades - é
admitindo os lados que chegamos ao meio-termo.
Ao aceitarmos a "unidade" ou o "caminho do meio", começamos a dar fim à nossa
rivalidade com nós mesmos e com os outros. Ficamos a favor de nossa realidade, ao
invés de hostilizá-la.
Nossa visão de mundo ainda depende dos lados positivo e negativo; da nossa
ambivalência de seres humanos em evolução; em outras palavras, da coexistência de
atitudes, tendências e sentimentos opostos inerentes à condição humana.
A qualidade mediadora para unir os opostos e que nos leva ao equilíbrio se chama
amor. O amor une as pessoas e, ao mesmo tempo, as interliga com as outras criaturas.
Não podemos projetar nossas atitudes rudes, sombrias, insuportáveis e complicadas
sobre entidades exteriores, como os "demônios". A característica básica daqueles que
acreditam em seres criados especificamente para o mal é buscar constantemente um
"bode expiatório" para tudo na vida. As criaturas que assim crêem precisam, no fundo,
negar seu lado fraco ou impulsos inaceitáveis, culpando o mundo pelo desequilíbrio
que elas não vêem em si mesmas. São consideradas caçadoras crônicas de bodes
expiatórios e quase sempre escapam de suas responsabilidades, atos e conseqüências
com uma projeção do tipo: "O diabo ou os maus espíritos me levaram a fazer ou falar
isso."
O Espiritismo ensina que o desequilíbrio reside na intimidade de cada um de nós.
Quando temos a coragem de ouvir os "demônios" interiores - que simbolizam alguns
aspectos de nossa sombra, isto é, aquelas tendências em nós que mais tememos e das
quais fugimos -, atingimos com mais facilidade a auto-melhoria. "Se houvesse demônios,
eles seriam obra de Deus, e Deus seria justo e bom se houvesse criado seres devotados
eternamente ao mal e infelizes? Se há demônios, eles habitam em teu mundo inferior e em
outros semelhantes. São esses homens hipócritas que fazem de um Deus justo um Deus mau e
vingativo (...)"3
.
"(...) ele dirigiu-se a eles, caminhando sobre o mar. Os discípulos, porém, vendo que
caminhava sobre o mar, ficaram atemorizados (...)." O Mestre de Nazaré nos convida a
andar sobre as águas, a não sentir medo de olhar para dentro de nós mesmos e de
sondar as nossas profundezas. A sombra parece ser um "espectro horrível" que nos
habita o íntimo; no entanto, ao trazermos nosso lado escuro à luz da consciência,
veremos que se trata apenas de nós mesmos, "viajores do Universo", carentes de
aprendizagem e conhecimento acerca da Inteligência Divina que se manifesta dentro e
fora de nós.
7 Mateus, 14:25 a 29
2Nota da Editora Ver a definição de sombra no capítulo "Afetividade" (pág.57).
3 Questão 131 Há demônios, no sentido que se dá a esta palavra?
"Se houvesse demônios, eles seriam obra de Deus, e Deus seria justo e bom se houvesse criado seres devotados
eternamente ao mal e infelizes? Se há demônios, eles habitam em teu mundo inferior e em outros semelhantes.
São esses homens hipócritas que fazem de um Deus justo um Deus mau e vingativo, e crêem lhe serem
agradáveis pelas abominações que cometem em seu nome. "
Nota - A palavra demônio não implica a idéia de Espírito mau senão na sua significação moderna, porque a
palavra grega daimôn, da qual se origina, significa gênio, inteligência e se emprega para designar os seres
incorpóreos, bons ou maus, sem distinção. (...)

AFETIVIDADE - Hammed 3


Tudo o que existe tem sua origem no amor - essência fundamental de todas as coisas
que vivem sobre a Terra. A busca do amor é o principal anseio de todo ser humano.
A história da vida de cada criatura é um relato sobre seus antecedentes vivenciais; o
conjunto de suas experiências pretéritas somadas às de sua existência atual. Quando
um indivíduo conta sua história pessoal e única, estamos apenas ouvindo sua própria
interpretação, filtrada por suas crenças, valores, argumentos, pressuposições, cultura,
elementos de que ele se utiliza para nos apresentar seu modo de pensar e de ver o
mundo.
Podemos contar muitos fatos e ocorrências sobre nós, dando maior importância a
alguns aspectos e ignorando outros, ou mesmo selecionando diferentes atos e
comportamentos que tivemos nas mais diversas ocasiões. Somos seletivos por
natureza, e tudo o que falamos, pensamos ou fazemos tem certa relatividade quando
comparado com outros momentos, situações ou fases evolutivas.
Cada um de nós possui uma individualidade original e exclusiva. Utilizando-nos de
uma singela metáfora, podemos dizer: Toda vez que Deus cria um Espírito, Ele quebra
o molde".
A alma passa por um grande número de encarnações no curso dos séculos, sendo
diversificadas suas experiências na área da afetividade. Como resultado disso, adquire
um conjunto peculiar de conhecimentos, pelas inúmeras situações e ocorrências que
vivenciou.
Não somos o que pensamos, somos o que sentimos, busca do amor é o principal anseio
de todo ser humano. Ele legítimo e saudável, e nos incentiva ao despertar da
inteligênc! e dos talentos inatos, a fim de criarmos, renovarmos e crescermos, quer no
campo da religião, da filosofia, quer no campo da ciência, da arte e em outros tantos
setores do conhecimento.
Tudo o que existe tem sua origem no amor - essência fundamental de todas as coisas
que vivem sobre a Terra.
O ponto de partida das ações humanas é a alma - nosso mais profundo centro amoroso
-, que transmite energeticamente a afetuosidade para nossos sentidos físicos
periféricos, para o nível físico-sensitivo.
A aspiração do amor causa em inúmeros indivíduos uma sensação de inadequação ou
medo; por esse motivo, eles a reprimem, de modo inconsciente ou voluntário. No
entanto, apesar de tentarem recalcar ou "apagar" a emoção, eles nunca conseguirão
silenciar por muito tempo o sentimento amoroso que flui da intimidade da própria
alma.
Nosso grande equívoco é acreditar que o desejo de amar é motivo de fraqueza,
vergonha, submissão ou domínio. Esse anseio, quando reprimido, acarreta
conseqüências angustiantes e desastrosas, tanto na área física como na psicológica.
Os Espíritos não têm sexos "(...) como o entendeis, pois os sexos dependem do organismo. Entre
eles há amor e simpatia baseados na identidade de sentimentos." 1
A soma de todos os atos de nossa história de vida poderia ser resumida unicamente no
fato de que não somos nem santos nem vilões, apenas criaturas em busca do amor. Por
certo, po-
deríamos dizer que, apesar dos mais diversificados "pontos de vista" e "modelos de
mundo" que possuímos, o desejo de amar ou a "identidade de sentimentos", repetimos, é
o mais sublime propósito de todo ser humano.
Usamos mecanismos de evasão: por exemplo, a robotiza-ção - serviços automáticos
sem prazer ou criatividade -, para compensar nossa insatisfação no amor, trabalhando
incessante e exaustivamente. Em outras ocasiões, aspiramos à completa aprovação
alheia de tudo que fazemos ou acreditamos, para preencher a sensação de falta e
incompletude que toma conta de nosso universo afetivo.
Queremos ser compreendidos a qualquer preço, parecer perfeitos, importantes,
impressionar as pessoas. A máscara é a vontade de ser aceito plenamente por todos;
em última análise, querer forçar as pessoas a nos aceitarem, custe o que custar. A
atitude de compreender e de amar só é satisfatória quando sincera e espontânea.
A concepção junguiana de sombra representa o modelo de tudo aquilo que não
admitimos ser e que nos esforçamos por ocultar e/ou valores inconscientes e
qualidades em potencial esquecidas nas profundezas de nossa intimidade, os quais
precisamos despertar dentro de nós .
Nesse sentido, disse Lucas: "Pois nada há de oculto que não se torne manifesto, e nada em
segredo que não seja conhecido e venha à luz do dia."2
Quando um indivíduo vai gradativamente tomando contato com os aspectos de sua
sombra, ele se torna cada vez mais consciente de seus impulsos, emoções, sentimentos
e atributos que ignorava ou negava em si mesmo. A partir daí, consegue perceber
claramente nos outros os mesmos conteúdos inconscientes que não via ou não admitia
em si mesmo. Afinal, pensa consigo mesmo: "Não me importo, todos somos iguais.
Possuímos a mesma estrutura humana, só precisamos aprender achar o equilíbrio,
pois a virtude está no caminho do meio".
No amor ou afetividade está incluída a habilidade de ver e reconhecer a relatividade
da vida em toda a sua validade e perfeito equilíbrio. "Entre eles (os Espíritos) há amor e
simpatia baseados na identidade de sentimentos".
A dignidade da pessoa humana não está fundamentada em "parecer amar", e sim em
"amar verdadeiramente". O verniz encobre o mal, mas não o suprime; um sepulcro
pintado de branco parecerá menos lúgubre, todavia continuará sendo um sepulcro.
O hipócrita dissimula ser o que não é, buscando no fingimento uma cobertura para
continuar sendo aquilo que de fato quer parecer aos olhos do mundo.
No lugar em que o amor reina, não há imposição e repressão; onde a imposição e a
repressão prevalecem, o amor está ausente. A autêntica afetividade está associada a
uma ampliação de consciência e a um amadurecimento espiritual. Quem a possui
aprende a ser caridoso, generoso, benevolente, deixando os outros livres não apenas
para errar, para aprender, para discordar, mas também para amar, reconhecendo que
as fragilidades que muitas vezes recriminamos nos outros podem ser as nossas
amanhã.
' Questão 200
Os Espíritos têm sexos?
"Não como o entendeis, pois os sexos dependem do organismo. Entre eles há amor e simpatia
baseados na identidade de sentimentos. "
2 Lucas, 8:17
AUTOCONHECIMENT

Autoconhecimento - Conviver e melhorar

AUTO-CONHECIMENTO
Inúmeros mitos revelam a complexidade da luta íntima vivida pelas criaturas, isto é, a necessidade de enganar a si próprio ou a outras pessoas, por falta de total compreensão de si mesmo.

Os mitos podem significar a análise do conteúdo real dos acontecimentos, ou os sentimentos envolvidos nesses mesmos fatos.

Você só se tornará saudável quando começar a se auto-observar e a certificar-se de que é o agente de seus pensamentos, ações e reações. Quando se tornar um espectador imparcial de tudo o que ocorre dentro e fora de você, chegará à conclusão de que está forjando sua misteriosa doença.

As pessoas não criam intensionalmente um sintoma: sua motivação é inconsciente. Em diversos casos, o paciente escolhe uma determinada moléstia porque ela representa a melhor simbologia para o mal que o golpeia.

As percepções são o portal da alma. É através delas que você se liga ao mundo exterior, e como resultado passa a compreender melhor tudo o que acontece em seu íntimo.

Se quiser findar essa longa crise turbulenta, deve aprender a ficar aberto e receptivo a todas as suas emoções – origem de seu sintoma pungente. Seus sentimentos devem ser expressos, quer dizer, dirigidos para fora, não para dentro.

São considerados inadequados tanto ao ato de conter-se como o de exceder-se na demonstração dos sentimentos. O ideal será aprender a equilibra-los e lidar mais conscientemente com seu mundo interior.

Certas agitações da alma atrapalham a capacidade do ser humano de “ingerir”. Há coisas da vida que não se pode e também não se quer engolir. A ingestão compulsória pode causar uma sensação de estrangulamento e muitas horas de amargura. Existem questões que ficam engasgadas – verdadeiros nós na garganta.

Isso está entalado em mim é uma frase comumente usada na dor oculta; mostra a relação entre os processos orgânicos e os somáticos. É preciso que você aprenda o que deve e pode aceitar em seu reino interno.

O remédio para lhe restaurar as chagas do coração fatigado vem da farmácia da vida – dentro de si mesmo.



Do Livro: CONVIVER E MELHORAR – Como lidar com os encontros,reencontros e desencontros – Francisco do Espírito Santo Neto – Espíritos Lourdes Catherine e Batuíra

Autoconhecimento e Iluminação interior - Palestra de Nazareno



https://vimeo.com/16716468

CONHECE-TE A TI MESMO

CONHECE-TE A TI MESMO

Espiritismo, filosofia

"Nosce te Ipsvm"



A velha máxima proposta por Sócrates na antiguidade, representa até hoje, a fórmula para o progresso moral do homem. Conhecer a si mesmo é o princípio regenerador que deve nortear a busca do nosso desenvolvimento pessoal e por consequência, a transformação do meio em que vivemos.

Espíritos em evolução necessitam estagiar em mundos de provas e expiações, o que nem sempre  constitui tarefa fácil.  Não raro, o retorno a vida física significa para o espírito uma existência dolorosa, carregada de dificuldades e sofrimento.

Contudo, raramente compreendemos que o sofrimento de agora é o reflexo de uma ação negativa no pretérito. Todos estamos sujeitos a lei de causas de efeitos, que é a prova da misericórdia Divina, que nos concede nova oportunidade de regeneração.
Então, se nossas maiores aflições são consequências de nosso atos, a chave para conquista da felicidade e a paz interior que tanto almejamos, está em nossas mãos. O autoconhecimento nos remete a análise de nossas virtudes e principalmente de nossas falhas, proporcionando-nos uma oportunidade para redenção.
Allan Kardec em "O Livro dosEspíritos", indaga Santo Agostinho sobre o assunto:

919 - Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?

"Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo."

(Allan Kardec - O Livro dos Espíritos)

O homem pode não apresentar dificuldades em  destacar suas próprias virtudes, mas o mesmo não acontece ao apontar seus erros, talvez, influenciado pelo amor próprio que é inerente a natureza humana.

 Mas como é possível conhecer a si mesmo?


"Conhece-te a ti mesmo"
Ainda na mesma questão da obra base do espiritismo, Santo Agostinho explica que o autoconhecimento é uma prática diária, onde é possível arguir a própria consciência o que de proveitoso realizamos durante aquele dia e principalmente, quais foram as ações negativas praticadas contra nós e nossos semelhantes. Desta forma, passamos a conhecer nossos erros, permitindo-nos iniciar a reforma íntima tão lembrada pela Doutrina Espírita.

[...]"Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado. "

(Santo Agostinho - O Livro dos Espíritos)

As Leis Divinas estão gravadas em nosso espírito, basta consultar a própria consciência para saber se estamos agindo de acordo com os princípios morais instituídos pelo Criador. Contudo, influenciado pelo orgulho e a vaidade ou simplesmente por ignorância, é possível negligenciar a razão e então, faz-se necessário colocar em prática a recomendação do Cristo:

[...] "Em tudo, faça aos outros o que você quer que eles lhe façam; nisto se resumem a lei e os profetas."

(Mateus 7:12)

Trocar de lugar com o semelhante constitui a melhor forma de avaliar nossa conduta. Será que o que gostaríamos de receber é o mesmo que estamos proporcionando a outrem?


Sócrates
Outro parâmetro de avaliação que pode nos proporcionar autoconhecimento, são as críticas dirigidas a nós. Faz-se necessário aceitá-las com bom ânimo ao invés de encará-las como ofensa. Levemos em conta as advertências de nossos inimigos que muitas vezes nos fornecem o espelho para enxergarmos nossas fraquezas.

Como podemos analisar, conhecer a si mesmo é ferramenta indispensável para o progresso moral. O autoconhecimento é tão importante, que nos fora revelado na antiguidade, antes mesmo da passagem do Cristo na Terra através da filosofia socrática.

Para o Espiritismo, Sócrates é tido como um dos precursores da Doutrina codificada por Allan Kardec, pois cultivou o campo e semeou o princípio do autoconhecimento, construindo toda sua filosofia que está alicerçada sobre este preceito:

 ''Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses''
(Sócrates)

Autoconhecimento e Reforma Íntima

Entrevista realizada por Michel Macedo e Liége Jorgens (Cruz Alta/RS) com Cosme Massi no dia 3/11/07 em Passo Fundo/RS.

-Michel: Qual a importância do autoconhecimento e qual a contribuição da Doutrina Espírita para isso?
-Cosme: Muito boa a sua questão, claro que a gente vai abordar hoje com mais detalhe essa característica do autoconhecimento. Mas pra gente responder rapidamente
esta questão é só você imaginar o seguinte: se você vai fazer uma reforma de uma casa, se você compra uma casa e vai fazer uma reforma, para fazê-la você
tem que conhecer, saber o que precisa mudar.

Então, você precisa saber: será que essa casa precisa de uma reforma elétrica? Você tem que conhecer as instalações elétricas dessa casa. Será que essa
casa está precisando de uma reforma hidráulica? Tem algum cano com vazamento? Será que o problema dessa casa é pintura? Ou será que é de estrutura física?
Tem alguma parede que ta rachando, os alicerces não estão suportando o peso da casa? Ou seja, qualquer reforma, de qualquer coisa, pressupõe o conhecimento
daquilo que se quer reformar. Reformar significa mudar para melhor.

Ora, para que eu possa mudar para melhor, eu preciso saber em que situação eu me encontro. E o mesmo raciocínio vale no que diz respeito à necessidade
do autoconhecimento. Como nosso compromisso como espírita é o aperfeiçoamento moral, a busca da perfeição moral, a primeira coisa que eu tenho que saber
para que eu possa buscar isso é o que eu sou. Eu vou me aperfeiçoar em que? Eu tenho inveja, eu tenho ciúme, eu tenho orgulho? Quais são os vícios que
eu possuo? Quais são as virtudes que de alguma forma conquistei ou, pelo menos, dei os primeiros passos na direção de sua conquista?

Fazer essa tarefa do autoconhecimento significa exatamente saber em que momento eu me encontro, qual é a situação em que estou, as condições... Para, a
partir deste conhecimento traçar um roteiro do que precisa ser mudado, do que precisa ser alterado, de como eu vou avançar no progresso moral.

Daí a importância do autoconhecimento do mesmo jeito que é importante o conhecimento. Eu conheço para a partir do conhecido produzir mudanças, alterações.
Vale a mesma coisa no que diz respeito ao autoconhecimento. Aí está a sua importância. Ninguém evolui, ninguém cresce, sem saber quem é, o que tem de valor,
o que precisa ser mudado, o que precisa ser alterado. Por isso o autoconhecimento é muito importante pra todos nós os espíritas, que acreditamos no progresso
moral.

O individuo que não acredita no progresso moral porque é materialista, porque acha que a vida termina, para ele não faz muito sentido se conhecer: “ah
pra que que eu vou me conhecer? Mais 20, 30 anos eu vou estar debaixo da terra mesmo. Por que eu vou perder tempo nessa tarefa de descobrir quem eu sou,
se eu vou morrer?”.

Para o espírita que tem a certeza da infinitude da alma, de que a alma jamais morre, que a felicidade cresce na medida do aperfeiçoamento moral, para o
espírita é diferente. Se a felicidade cresce na medida do aperfeiçoamento moral, se eu quero cada vez mais ser feliz, eu tenho que buscar o aperfeiçoamento
moral. E só há um caminho para o aperfeiçoamento moral, como só há um caminho pra aperfeiçoar uma casa: conhecer o que a casa tem e precisa ser aperfeiçoado.
Então, eu tenho que conhecer o que eu sou para que eu possa buscar a perfeição moral. Daí a sua importância na doutrina espírita mais do que em qualquer
outra doutrina materialista. Para o Espiritismo é uma obrigação do espírita o autoconhecimento.

Leia Mais em: http://www.bomespirito.com/2007/12/auto-conhecimento-e-reforma-ntima.html#ixzz3Vduncy4s
Obrigado pelo carinho e Paz Contigo

A NECESSIDADE DO AUTOCONHECIMENTO


Claudia Cardamone e Elio Mollo

  http://www.aeradoespirito.net/ArtigosEM/A_NECESSID_DO_AUTOCONHECIMENTO.html

A Doutrina Espírita ensina que é através das reencarnações sucessivas que vamos conquistando o nosso progresso espiritual. Por isso, devemos aproveitar cada uma delas para nos tornamos cada vez melhores em todos os sentidos.

No Espiritismo ouvimos falar muito que FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO. Porém, a caridade deve ser entendida, também, como possibilidade de ser usada em benefício próprio. Não de forma egoísta, mas como uma ferramenta que exige certo esforço, ou seja, vontade própria, para se alcançar uma transformação íntima compatível com a capacidade evolutiva em que estamos. Com isso, ganhamos nós e todos dos que fazem parte do nosso meio de relação.

De nada vale buscarmos melhorar o nosso planeta sem antes melhorarmos a nós mesmos, sem procurar nos educar, que é o conjunto dos hábitos novos e melhores, adquiridos através da vontade e do esforço. Não se trata de esforço físico, mas de firme controle de espírito, de um empenho que não sofra excessiva solução de continuidade. "Excessiva", porque, na verdade, também não podemos estar "continuamente" empenhados na transformação de nós mesmos. Deve haver, isto sim, uma persistência de propósito, que chamamos esforço.

Na verdade nós não nos conhecemos e sofremos com as consequências desse desconhecimento. Podemos observar isso no nosso dia-a-dia. Quando cometemos algum tipo de falta. É desculpa para todo lado, como por exemplo: "Puxa vida eu não sabia disso..."; “Eu não sei como fui fazer isso...”; etc. E assim vamos inventando mil e uma desculpas pelos erros que cometemos! Sofremos muito com isso, ficamos estressados, irritadiços, criamos carrancas e escondemos o sorriso. Num estado mais grave, este auto desconhecimento próprio, destroem amizades, ambientes de trabalho, lares, etc.

Por que tudo isso acontece? O que nos impede de empreendermos o esforço que autoconhecimento exige? Ora, como é que conseguimos ver defeitos mínimos nos outros? Será que não é porque também os temos, e talvez, maiores do que aqueles de quem censuramos? O fator primordial que nos leva para não desejar conhecer e corrigir essas falhas, inclusive, não aceitá-las, provém do nosso orgulho. É o orgulho que nos ilude em pensar que somos melhores do que outros.

Os Espíritos superiores disseram no "O Livro dos Espíritos", obra codificada por Allan Kardec, em respostas as questões 785 e 811a, que o egoísmo e orgulho são as duas chagas que emperram o progresso da humanidade, referindo-se com isso ao progresso moral, pois o intelectual se efetua sempre.

Na questão 919 de "O Livro dos Espíritos", Allan Kardec pergunta aos Espíritos qual seria o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal? Os espíritos responderam: “Um sábio da antigüidade vo-lo disse: "Homem, Conhece-te a ti mesmo.”

Esse sábio da antigüidade era nada mais nada menos do que o filósofo Sócrates, que foi um sábio grego, e morreu em 399 antes de Cristo, aos 71 anos de idade. Assim como o Cristo, Sócrates nada deixou escrito, o que ensinou veio a nós pelas mãos de outros, sobretudo do seu dileto discípulo Platão. Nada pregava propriamente, mas conduzia seu ouvinte espontâneo, por meio de raciocínio, a conhecer a si mesmo, de modo que passasse a se preocupar com o tornar a alma cada vez melhor.

Allan Kardec ainda não contente com a resposta insistiu com uma outra pergunta: "Conhecemos toda a sabedoria desta máxima, porém a dificuldade está precisamente em cada um conhecer-se a si mesmo. Qual o meio de consegui-lo?" – Santo Agostinho, respondendo a questão nos fornece um valioso conselho:

“Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: no fim de cada dia interrogava a minha consciência, passava em revista o que havia feito e me perguntava a mim mesmo se não tinha faltado ao cumprimento de algum dever, se ninguém teria tido motivo para se queixar de mim. Foi assim que cheguei a me conhecer e ver o que em mim necessitava de reforma. Aquele que todas as noites lembrasse todas as suas ações do dia e se perguntasse o que fez de bem ou de mal, pedindo a Deus e ao seu anjo guardião que o esclarecessem, adquiriria uma grande força para se aperfeiçoar, porque, acreditai-me, Deus o assistirá. Formulai, portanto, as vossas perguntas, indagai o que fizeste e com que fito agistes em determinada circunstância, se fizeste alguma coisa que censuraríeis nos outros, se praticastes uma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda isto: Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, ao entrar no mundo dos Espíritos, onde nada é oculto, teria eu de temer o olhar de alguém? Examinai o que pudésseis ter feito contra Deus, depois contra o próximo e por fim contra vós mesmos. As respostas serão motivo de repouso para vossa consciência ou indicarão um mal que deve ser curado. Continuando diz ele, ainda: O conhecimento de si mesmo é portanto a chave do melhoramento individual.”

Ainda no "O Livro dos Espíritos" os Espíritos Superiores disseram: “Amai-vos uns aos outros, eis toda a lei, lei divina, mediante a qual governa Deus os mundos.” E, Jesus, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou, Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós. (Lucas 17: 20 a 21)

Recordemos a palavra dos instrutores de Allan Kardec, na Codificação do Espiritismo quando inquiridos sobre "por que indício se pode reconhecer uma civilização completa", através da questão número 793, constante da obra supra citada, deles recolheu a seguinte resposta:

"Reconhecê-la-eis pelo desenvolvimento moral. Credes que estais muito adiantados, porque tendes feito grandes descobertas e obtidos maravilhosas invenções; porque vos alojais e vestis melhor do que os selvagens. Todavia, não tereis verdadeiramente o direito de dizer-vos civilizados, senão quando de vossa sociedade houverdes banido os vícios que desonram e quando viverdes, como irmãos, praticando a caridade cristã. Até então, sereis apenas povos esclarecidos, que hão percorrido a primeira fase da civilização".

Quando Jesus fala que o Reino de Deus não vem até nós com aparências exteriores, está justamente dizendo que não adianta fingir o que não somos, é necessário, como diz Kardec no capitulo XVII, item4, de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, nos transformar moralmente, nos esforçar para domar nossas inclinações más. Então, estaremos trabalhando no conhecimento de nós mesmos e construindo o Reino de Deus entre nós, Bastando limparmos o caminho para que ele possa surgir.

O equilíbrio, tal como foi estabelecido por Deus no universo, deve ser restabelecido pelo homem em seu mundo psicológico, sob orientação do amor, para que ele compreenda Deus em si.

Tal é a síntese do mistério inscrito na fachada do antigo templo de Delfos: “Homem, conhece a ti mesmo” e “Nada em Demasia”.

Como podemos verificar, não é fugindo de nós mesmos que vamos ter paz, mas procurando a melhor forma de restabelecer esse amor dentro de nós para que sejamos feliz onde nos encontrarmos:

O festejado escritor italiano G. Papini, convertido ao catolicismo, conta a história de um homem que não era feliz, porque achava que ali onde morava não era o seu lugar.

Um dia resolveu sair pelo mundo à procura da felicidade.

Fechou a pobre casa e partiu com a disposição de percorrer todos os caminhos da terra, sem descansar, até encontrar o lugar de ser feliz.

Aonde chegava, reunia um pequeno grupo a quem explicava os planos que tinha para ser feliz.

Afirmava que seus seguidores seriam felizes na posse de regiões gigantescas, onde haveria montes de ouro...

Mas o povo lamentava e ninguém o seguia... No dia seguinte, novamente partia. Assim, foi percorrendo cidades e cidades, de país em país, anos a fio.

Mas, um dia percebeu que estava ficando velho, sem ter encontrado a terra da felicidade. Seus cabelos tingiam-se de branco, suas mãos enrilhadas, roupas esfarrapadas, calçados aos pedaços. Além disso, estava cansado de procurar a felicidade, tão inutilmente.

Enfim, parou frente a uma casa antiga, janelas de vidro já quebrados, o mato cobrindo o canteiro do jardim, poeira invadindo salas e quartos.

Dentro, os pardais haviam construído seus ninhos.

E, de logo, pensou que naquela casa desprezada e sem dono, ele edificaria a sua felicidade: arrumaria o telhado, colocaria novas janelas e vidros novos, cuidaria do jardim, pintaria as paredes, as portas... E cantaria a canção da felicidade.

Tomou uma decisão: vou tratar de ser feliz aqui.

E o homem cansado de tantos caminhos foi andando até chegar ao portão do jardim. Atravessou-o. Empurrou a porta da casa e entrou. Mas, de repente, parou e ficou imóvel, qual estátua de pedra: aquela casa era a sua própria residência que ele abandonara, há tantos anos, à procura da felicidade.

A verdade é que na maioria das vezes procuramos por Deus onde sabemos que não poderemos encontrá-lo, porém, se o procurássemos dentro de nós mesmos, no segredo do nosso coração, no critério de nossa razão, já o teríamos encontrado! Porque Deus está em toda a parte onde a Sua grandeza puder se manifestar, e jamais nos prejuízos que inventamos para infelicitar a nós próprios e ao nosso próximo. Suas leis são claras e simples. Cumpre, no entanto, que o saibamos procurar com atenção e respeito, a fim de poder encontrá-lo! Tal aquisição — a convicção, o respeito pela idéia de Deus — será obra do nosso esforço por nós. É favor que não receberemos de outrem. Quando muito, poderá alguém apontar-nos o caminho a seguir, para encontrá-lo nos acontecimentos de nossa própria vida, e assim nos esclarecermos na sua luz...

Nos trabalhos de desobsessão vemos muitos espíritos desencarnados sofrendo, pois que se encontram distante da Lei Divina ou Natural, não entendem porque sofrem, e quando alguém tenta ajudá-los não querem enxergar, se revoltam, blasfemam contra tudo e contra todos, até que vencidos no egoísmo e no orgulho resolvem orar a sua maneira. Cansados de fugir de suas mazelas resolvem tirar o que possuem de melhor em si. Olham para o alto e oram com sinceridade. Nesse momento as impurezas que atrapalhavam a visão diminuem, a limpeza se faz automaticamente e vêem o que não viam antes; um mundo diferente, um mundo melhor. Vêem aqueles que estiveram sempre dispostos a ajudá-los – e não enxergavam, pois estavam cegos. Um gesto de agradecimento acontece e, seguem com confiantes com os espíritos instrutores. Têm eles agora a amostra do Reino de Deus. Porém, os mentores lhe dizem que isso é somente uma amostra. É necessário construir esse Reino dentro de cada um através de esforço próprio. Assim, reanimam-lhes as forças, preparam-lhes o futuro, auxiliando-os a planejar uma nova reencarnação. Novas lutas os aguardam, pois não basta só o arrependimento e necessário a reparação dos erros.  É o Amor Divino lhes prestando misericórdia através de nova oportunidade, pois é necessário o esforço, a paciência, a persistência para conhecerem-se a si mesmos e encontrarem o Reino de Deus, e sentirem a plenitude da paz e da felicidade dentro de si.

FONTES:
Allan Kardec - O Livro dos Espíritos  
Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo
Emmanuel - Fonte Viva - Renovemo-nos Dia a Dia      
Emmanuel - Segue-me - Luz em vossas mãos
J. Herculano Pires - O Homem Novo - Desaparece o Sectarismo a Medida que se Desenvolve o Cristianismo

Autoconhecimento - Slides

http://pt.slideshare.net/aliladam/autoconhecimento-20586172

“O Espírito e o Autoconhecimento”

Joanna de Ângelis – “O Espírito e o Autoconhecimento”

Prólogo – Este centro de interesse tratará o ponto de vista do espírito Joanna de Ângelis em seu processo evolutivo no encontro de si mesmo e suas questões mais profundas, amparada pelos conteúdos do psiquiatra Carl Gustav Jung, mais especificamente pelo processo de individuação.
Entendemos que o autor se apresenta em sua obra e não poderia ser diferente para o espírito Joanna de Ângelis diante de suas inquietações e conquistas como nos expressa em suas reencarnações conhecidas. Entende que o substrato religioso promove a base primordial para a leitura de si mesmo e que os processos e etapas terapêuticas devem ser trabalhados no ser como uma estrutura trina: Espírito, perispírito e corpo físico, uma estrutura que apresenta expressões “psicobiofísicas” distintas , porém ligadas e interpenetradas.
Nos postulados do Dr. Jung, onde expressa que a psique é formada por uma parte consciente e uma parte muito maior de inconsciente, ilustrando-a tal como uma ilha no oceano. Dr. Jung trata a psique como campos energéticos e seus comportamentos análogos. A
psique estaria dividida em ego, consciente, inconsciente pessoal e inconsciente coletivo. Entre eles se comunicam e se estruturam nos arquétipos e complexos. E que o processo de individuação é um processo natural, porém para aqueles que estiverem dispostos pode ser conduzido de forma a tratar as expressões dos complexos de forma cada vez mais equilibrada.
1. Será utilizado para esse estudo conteúdos dos livros: O Livro dos Espíritos, O Ser Consciente (Joanna de Ângelis), Triunfo Pessoal (Joanna de Ângelis), Jung, Vida e Obra (Nise Oliveira) e o Ser Quântico, este último da Dra. Dannah Zohar, conteúdos dos estudos do GEDE – Grupo de Estudos da Doutrina Espírita – Estrutura da Psique – http://grupo.gede.vilabol.com.br e conteúdos do site www.ccconti.com Aulas do ICEB – O Ser Quântico - www.ccconti.com/Cursos2009/OSerQuanticotxt.pdf

Texto introdutório:
A ação do tempo no processo evolutivo do ser.
Adams Auni
“O objetivo da evolução, a razão de ser da vida não é a felicidade terrestre como muitos erradamente crêem, mas o aperfeiçoamento de cada um de nós e esse aperfeiçoamento devemos realizá-lo por meio do trabalho, do esforço, de todas as alternativas da alegria e da dor, até que nos tenhamos desenvolvido completamente e elevado ao estado celeste. Se há na Terra menos alegria do que sofrimento, é que este é o instrumento por excelência da educação e do progresso, um estimulante para o ser, que, sem ele, ficaria retardado nas vias da sensualidade. A dor, física e moral, forma a nossa experiência. A sabedoria é o prêmio.” Leon Denis1.
O espírito desde a sua criação segue de forma ascendente por estágios e experiências, acumulando informação. Passando pelo estado de “mineral consciente”, seguindo e evoluindo pelo reino hominal. Em uma abordagem na obra: “O Problema do ser, do destino e da dor” de Leon Denis, entenderíamos que no mineral está adormecido o psiquismo rumo a evolução: “O homem é, pois, ao mesmo tempo, espírito e matéria, alma e corpo; mas talvez espírito e matéria não sejam mais do que simples palavras, exprimindo de maneira imperfeita as duas formas da vida eterna, a qual dormita na matéria bruta, acorda na matéria orgânica, adquire atividade, se expande e se eleva no espírito”2 e “Na planta a inteligência dormita; no animal ela sonha; só no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente...3.

Esclarecendo-nos sobre outra frase amplamente divulgada, que, mesmo apresentando uma visão coerente e elegante, não consta nesta obra como muitos afirmam: “... O Espírito dorme no mineral, sonha no vegetal, agita-se no animal e desperta no homem”. Para esse processo, Leon Denis traz uma visão de que o tempo e seus efeitos, seguiriam como em uma espiral sem fim: “... As subidas a escalar são difíceis; a espiral assustadora a ser percorrida se desenrola sem um término aparente... ”3 , “... Forças igualmente atrativas que reúnem as almas em planos sucessivos na vasta espiral de sua evolução ”5 , “As missões do ser, seu destino e sua ação na evolução geral ir-se-ão definindo cada vez mais no sentido de suas próprias aptidões... Que vão despertar, crescer, acentuar-se à medida que ele for percorrendo a imensa espiral.”6 , “Na espiral infinita das ascensões, a soma dos sofrimentos, divina alquimia, converte-se, lá em cima, em ondas de luz e torrentes de felicidade.”7, “O Ser...Para as necessidades de sua evolução eterna ; é sempre diferente pelas qualidades adquiridas e pelos progressos realizados, cada vez mais conscientes e livres na espiral infinita de suas existências...”8
É possível inferir que no processo de “evolução”, os fatos se repetiriam tanto nas ações quanto nos contextos, na transcendência imanente no ser humano: “As suas numerosas vidas reconstituem-se, não só com os tesouros do seu pensamento, com as reminiscências e aquisições, mas também com todas as sensações, alegrias e dores registradas em seu organismo fluídico. É essa a razão pela qual, no transe, a alma, vibrando as recordações do passado, afirma as suas existências anteriores e reata a cadeia misteriosa das suas transmigrações.4 As menores particularidades da nossa vida registram-se em nós e deixam traços indeléveis. Pensamentos, desejos, paixões, atos bons ou maus, tudo se fixa tudo se grava em nós. Durante o curso normal da vida, essas recordações acumulam-se em camadas sucessivas...4 Mais que uma repetição, ocorreria uma interatividade e progressão de todo esse conjunto. A presença e atuação de uma mola mestre para cada nova etapa são de real necessidade e importância, do contrário teríamos um grande aglomerado de nódulos temporais a entravar todo o processo evolutivo.
Esses nódulos “densos” seriam os conjuntos de “arquétipos e complexos”, termos usados por C.G.Jung, que carregamos de um lado para o outro até a sua completa dissolução. É na transição e na pressão natural das coisas, impelindo tudo à frente, que se forma um conjunto único, unindo passado, presente e futuro. É nesse ambiente interativo que se promoverá a depuração desses nódulos temporais.
No mover das consciências, na busca de seu próprio equilíbrio e muitas vezes, é nas dificuldades envolvidas, no esforço para encontrar a solução é que promoverão a sua própria superação. Na mente está sediado e registrado esse acervo dogmático, onde tudo ainda é visto como um entrave e mal se percebe que muitas das soluções já estão presentes em nós.
Os nódulos que possuímos nem sempre se permitem serem acessados e se comportam em alguns momentos como se desenvolvessem vida própria, agindo e interagindo com a nossa psique a seu bel prazer, exigindo cada vez mais autocontrole e disciplina para sua organização e solução. Podemos imaginar a existência como uma nuvem de eventos, plena de emoções e com enorme conteúdo de informações. A cada existência essa nuvem segue acamando-se sobre as seguintes, formando uma nuvem mais densa de muitas camadas. Essa nossa nuvem, que compõe o inconsciente, interage com as nuvens (inconscientes) de todos os demais seres e de nós mesmos. As camadas individuais interagem entre si.
Nenhuma delas é uma nuvem completamente branca, pois existem intrínsecos em sua formação, elementos mais densos, com organizações psíquicas diferentes. Um detalhe interessante é que cada camada desenvolve-se de forma independente. Processando-se de forma individual e no conjunto, cada camada de existência pessoal apresenta uma independência de desenvolvimento em todas as direções, uma individualidade temporal livre e ao mesmo tempo ligada a tudo.
A cada conflito, a cada bloqueio e em cada fato negativo não resolvido a seu tempo, movimentam-se e desenvolvem-se na medida em que todo o processo elíptico se segue, ganhando em muitos casos forma, força e independência.
Poderíamos declarar que possivelmente desenvolvem uma personalidade atemporal. A tendência é que essas camadas dos inconscientes existenciais se amoldem cada vez mais,
compactando-se, interagindo, sofrendo perturbações mais ou menos graves, seguindo um sentido de purificação, expurgo e limpeza. “As menores particularidades da nossa vida registram-se em nós e deixam traços indeléveis. Pensamentos, desejos, paixões, atos bons ou maus, tudo se fixa, tudo se grava em nós. Durante o curso normal da vida, essas recordações acumulam-se em camadas sucessivas e as mais recentes acabam por apagar, pelo menos aparentemente, as mais antigas. Parece que esquecemos aqueles mil pormenores da nossa existência dissipada. Basta, porém, evocar, nas experiências hipnóticas, os tempos passados e tornar, pela vontade, a colocar o sujet numa época anterior da sua vida, na mocidade ou no estado de infância, para que essas recordações reapareçam em massa. O sujet revive o seu passado, não só com o estado de alma e associação de idéias que lhe eram peculiares nessa época, idéias às vezes bem diversas das que ele professa atualmente, com os seus gostos, hábitos, linguagem, mas também reconstituindo automaticamente toda a série dos fenômenos físicos contemporâneos daquela época. Leva-nos isso a reconhecer que há íntima correlação entre a individualidade psíquica e o estado orgânico. Cada estado mental está associado a um estado fisiológico. A evocação de um na memória dos sujets traz imediatamente a reaparição do outro.”4
Dependerá do desenvolvimento moral a buscar autocontrole em suas opções. Acabamos nos repetindo nas mesmas coisas erradas que já sabemos que são erradas e mesmo não as desejando mais e prometendo que não irão mais ocorrer, não conseguimos ainda desfazer o circulo vicioso.
Existe uma tendência natural a se repetir e a não querer se corrigir. Passado, presente e futuro é uma coisa só, o nosso inconsciente é que julga o momento e nos posiciona no campo de ação.
Tudo muda menos você! Porque não para e pensa para dentro de si mesmo? Você se acha a parte de você mesmo?
Idiossincrasias não ajudam nesta hora. “Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual e sim seres espirituais passando por uma experiência humana...”9

Introdução aos estudos – iniciaremos tendo como primeira referencia ao “conhecimento de si mesmo”, a presença desse entendimento no Livro dos Espíritos.

O Livro dos Espíritos – PERFEIÇÃO MORAL

As virtudes e os vícios – Paixões – Egoísmo – Conhecimento de si mesmo.

898. Uma vez que a vida no corpo é temporária e que nosso futuro deve ser a principal preocupação, é útil o esforço para adquirir conhecimentos científicos referentes apenas às coisas e às necessidades materiais?

– Sem dúvida... Vosso Espírito se elevará mais rápido se já progrediu em inteligência; no intervalo das encarnações, aprendereis em uma hora o que levaria anos na Terra. Todo conhecimento é útil; todos contribuem para o progresso, porque o Espírito para chegar à perfeição deve saber de tudo. Como o progresso tem de se realizar em todos os sentidos, todas as idéias adquiridas contribuem para o desenvolvimento do Espírito. (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos)

907. O princípio das paixões, sendo natural, é mau em si mesmo?
– Não. A paixão está no excesso acrescentado à vontade, já que o princípio foi dado ao homem para o bem, e as paixões podem levá-lo a realizar grandes coisas. É no seu abuso que está a causa do mal. (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos)

Dicionário Aurélio:
Paixão. [do latim passione.] S.f. 1. Sentimento ou emoção levados a um alto grau de intensidade, sobrepondo-se lucidez e razão. 2. Amor ardente; inclinação afetiva e sensual intensa. 3. Afeto dominador e cego; obsessão. 4. Entusiasmo muito vivo por alguma coisa. 5. Atividade, hábito ou vício dominador. 6. Objeto da paixão. 7. Desgosto, mágoa, sofrimento. 8. Arrebatamento, cólera. 9. Disposição contrária ou favorável a alguma coisa e que ultrapassa os limites da lógica; parcialidade marcante; fanatismo; cegueira.

Paixões = Complexos – Logo podemos inferir, primariamente que as paixões ora expressadas correspondem aos complexos, termo desenvolvido por Carl Gustav Jung.
Os “complexos” são agrupamentos de conteúdos psíquicos carregados de afetividade. Compõem-se primariamente de um núcleo possuidor de intensa carga afetiva. Secundariamente estabelecem-se associações com outros elementos afins cuja coesão em torno do núcleo é mantida pelo afeto comum a seus elementos. Formam-se assim verdadeiras unidades vivas, capazes de existência autônoma. Segundo a força de sua carga energética, o complexo torna- se, um imã para todo fenômeno psíquico que ocorra ao alcance de seu campo de atração.
A autonomia do “complexo” dependerá das conexões maiores ou menores que mantenha com a totalidade da organização psíquica. Por isso verifica-se em seu comportamento graus muito variados de independência. "Alguns repousam tranqüilamente mergulhados na profundeza do inconsciente e mal se fazem notar; outros agem como verdadeiros perturbadores da economia psíquica; outros já romperam caminho até o consciente, mas resistem a deixarem-se assimilar e permanecem mais ou menos independentes, funcionando segundo suas leis próprias".

908. Como definir o limite em que as paixões deixam de ser boas ou más?
– As paixões são semelhantes a um cavalo, que é útil quando é dominado e perigoso quando domina. Reconhecei que uma paixão torna-se perigosa no momento em que deixais de governá-la e resultar qualquer prejuízo para vós ou para os outros.
– As paixões são como alavancas que aumentam dez vezes mais as forças do homem e o ajudam na realização dos objetivos da Providência; mas se ao invés de dirigi-las o homem se deixa dirigir por elas, cai no excesso e até mesmo a força que em sua mão poderia fazer o bem volta-se sobre ele e o esmaga. Todas as paixões têm seu princípio num sentimento ou necessidade natural. O princípio das paixões não é, portanto, um mal, uma vez que repousa sobre uma das condições providenciais de nossa existência. A paixão, propriamente dita, conforme habitualmente se entende, é o exagero de uma necessidade ou de um sentimento. Está no excesso e não na causa; e esse excesso torna-se mau quando tem por conseqüência um mal qualquer. Toda paixão que aproxima a pessoa da natureza primitiva a afasta de sua natureza espiritual. Todo sentimento que eleva a pessoa acima da natureza primitiva revela a predominância do Espírito sobre a matéria e a aproxima da perfeição. (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos)
911. Não existem paixões tão vivas e irresistíveis que a vontade não tenha o poder de superá-las?
– Há muitas pessoas que dizem: Eu quero, mas a vontade está apenas nos lábios. Querem, mas estão bem satisfeitas que assim não seja. Quando o homem não acredita poder vencer suas paixões... Aquele que procura reprimi-las compreende sua natureza espiritual; vencê-las é, para ele, uma vitória do Espírito sobre a matéria. (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos)

909. O homem poderia sempre vencer suas más tendências pelos seus esforços?
– Sim, e algumas vezes com pouco esforço; é a vontade que lhe falta. Como são poucos dentre vós os que se esforçam! (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos)

912. Qual o meio mais eficaz de combater a predominância da natureza corporal?
– Praticar o desprendimento. (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos)

913. Entre os vícios, qual se pode considerar o pior?
– Já dissemos várias vezes: é o egoísmo; dele deriva todo mal. Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos existe egoísmo. Vós os combatereis inutilmente e não conseguireis arrancá-los enquanto não tiverdes atacado o mal pela raiz, enquanto não tiverdes destruído a causa. Que todos os vossos esforços tendam para esse objetivo... Aquele que deseja se aproximar, já nesta vida, da perfeição moral, deve arrancar de seu coração todo sentimento de egoísmo... (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos)

917. Qual o meio de destruir o egoísmo?
– De todas as imperfeições humanas, a mais difícil de extinguir é o egoísmo, porque se liga à influência da matéria da qual o homem, ainda muito próximo de sua origem, não se pode libertar... O egoísmo se enfraquecerá com a predominância da vida moral sobre a material O egoísmo está fundado sobre a importância da personalidade... (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos)

918. Por que sinais pode-se reconhecer num homem o progresso real que deve elevar seu Espírito na hierarquia espírita?
– O Espírito prova sua elevação quando todos os atos de sua vida são a prática da lei de Deus e quando compreende por antecipação a vida espiritual... Se interrogar sua consciência sobre os atos realizados... (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos)

919. Qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir aos arrastamentos do mal?
– Um sábio da Antiguidade vos disse: “Conhece-te a ti mesmo”. (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos)

919a. Concebemos toda sabedoria desse ensinamento, mas a dificuldade está precisamente em conhecer-se a si mesmo; qual é o meio de conseguir isso?
– Fazei o que eu fazia quando estava na Terra: no fim do dia, interrogava minha consciência, passava em revista o que havia feito... Foi assim que consegui me conhecer e ver o que havia reformado em mim... Interrogai-vos sobre essas questões e perguntai o que fizestes e com que objetivo agistes em determinada circunstância, se fizestes qualquer coisa que censuraríeis em outras pessoas, se fizestes uma ação que não ousaríeis confessar... As respostas serão um repouso para vossa consciência ou a indicação de um mal que é preciso curar. O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do melhoramento individual... Santo Agostinho (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos)

• Conhece-te a ti mesmo = Autoconhecimento = Processo de Individuação.
O Processo de Individuação na Psicoterapia Junguiana – Jung entendia a individuação como um processo que significava tornar-se um ser único, alcançar uma singularidade profunda, tornando-nos o nosso próprio Si - mesmo. Este processo ocorreria a partir do meio da vida, quando o homem, já tendo construído sua vida de relações de modo satisfatório, volta-se mais para seu mundo interno, em busca de resgatar aquilo que foi abandonado...



gradativamente a diversidade de conteúdos (inconscientes complexos e arquétipos).
• A individuação é o processo arquetípico que representa a jornada do ego em busca do Self.
• Os principais arquétipos do inconsciente coletivo como elementos que estruturam o crescimento psíquico e guiam a individuação.
• Persona, Sombra, Anima, Animus e Self

Inconsciente pessoal – Eventos pessoais do cotidiano, essa encarnação.
Inconsciente Coletivo – Constituído de conteúdos herdados, pretéritos.
Arquétipos – são princípios, formas sem conteúdo, para serem preenchidos
Complexos – Conteúdos reprimidos de alta carga emocional, a ignorância sobre eles os potencializa, podendo ser “energizado” ao ponto de assumir o controle psíquico.
Individuação – Processo arquetípico que representa a jornada do ego em busca do Self. A individuação é o deslocamento do centro de nossa consciência do ego para níveis mais profundos do Self.

• Arquétipos

Persona - mascaras.
Sombra – Impulsos negativos ou positivos em nós mesmos que negamos. Aceitar a sombra é aceitar a incerteza, aceitar que falhamos, que muitas vezes não conseguimos, não nos realizamos, nos frustramos, temos defeito, não ajudamos ou compreendemos os outros, somos maus.
Anima – representa, expressa as tendências femininas na psique masculina.
Animus – aspectos masculinos na psique feminina.
Self – Si - mesmo, arquétipo central, regulador do psiquismo. É a totalidade psíquica, integrando todos os arquétipos e características ao seu redor. Superior ao ego foi chamado de Deus, daimon, Voz Interior,... Impulso ético para a individuação. A jornada de “individuação” não é o individualismo, mas nos põem em contato com nossos aspectos internos e a medida que aprofundamos esse e nesse contato percebemos a profunda integração existente entre o individuo e o contexto.
• Complexos
• Os Complexos são agrupamentos de conteúdos psíquicos carregados de “afetividade”. Compõem-se de um núcleo de intensa carga afetiva.
• Cria associações no meio, são unidades “vivas”, capazes de existência autônoma.
• Não somos nós que temos “um” complexo, o complexo é que nos tem, isto ocorre nos momentos em que o complexo é energizado e toma o controle
• O complexo interfere na vida consciente.
• Segundo a sua carga energética, o complexo torna-se um imã para todo fenômeno psíquico que ocorra ao alcance do seu campo de atração.
• Assimilação dos complexos – Um passo dos mais importantes para o conhecimento de si próprio, bem como, para o tratamento das neuroses, será trazer à consciência os complexos inconscientes.
• Para que se dê a assimilação de um complexo será necessário, justo a sua compreensão em termos intelectuais, que os afetos neles condensados sejam “ab-reagidos”, isto é, exteriorizem-se por meio de descargas emocionais.
• Complexos, nódulos emocionais com alta carga emocional, constituem acesso ainda indelével ao consciente, que mesmo transubstanciado-se em processos intelectuais e reflexivos, “não é suficiente a exaurir e a apagar, descarregar toda carga emocional”.

O Livro dos Espíritos

780. O progresso moral é sempre acompanhado do intelectual?
– É sua conseqüência, mas nem sempre o segue imediatamente...

780a. Como o avanço intelectual pode gerar o progresso moral?
– Ao fazer compreender o bem e o mal; o homem, então, pode escolher. O desenvolvimento do livre-arbítrio segue o da inteligência e aumenta a responsabilidade dos seus atos.
“A psicologia Jungiana afirma que existem conteúdos que, por serem menos energéticos que a faixa tratada pelo consciente, não podem ser conscientizados e, portanto, estão fora do escopo de nossa atuação consciente. Da mesma forma, existem os conteúdos que possuem nível energético acima do limite máximo tratado pelo consciente, e na impossibilidade de uma racionalização e organização adequada, a eles resta emergir na consciência através de símbolos. Tal fenômeno explica a enorme quantidade de simbologia utilizada pela espécie humana no atual grau de evolução.” Estudo do GEDE – Grupo de Estudos da Doutrina Espírita – Estrutura da Psique – http://grupo.gede.vilabol.com.br – A Individuação – Processo de Individuação durante a Evolução do Espírito

O Ser Consciente – pág. 9 – O homem pode ser considerado a própria mente. Aquilo que cultiva no campo intimo, ou que o propele com insistência a realizações, constitui a sua essência e legitimidade, que devem ser estudadas pacientemente, a fim de poder enfrentar os paradoxos existenciais que o comandam, estabelecendo os paradigmas, corretos para a jornada, liberado, dos choques interiores em relação ao comportamento externo.

O Ser consciente – pág. 10 - O ser consciente deve trabalhar-se sempre, partindo do ponto inicial da sua realidade psicológica, aceitando-se como é e aprimorando-se sem cessar. Somente consegue essa lucidez aquele que se auto-analise, disposto a encontrar-se sem mascara, sem deterioração. Para isso, não se julga, nem se justifica, não se acusa e nem se culpa. Apenas descobre-se. A identificação segue-se o trabalho da transformação interior para melhorar, utilizando-se dos instrumentos do auto-amor, da auto-estima, da oração que estimula a capacidade de discernimento, da relaxação que libera das tensões, da meditação que faculta o crescimento interior. O autoconhecimento se torna uma necessidade prioritária na programática existencial da criatura.

O Ser consciente – pág. 13 – O ser consciente já é austero, mas sem carranca; é jovial, porem sem vulgaridade; é complacente, no entanto sem conivência, é bondoso, todavia sem anuência com erro. Ajuda e promove aquele que lhe recebe o socorro, seguindo adiante sem cobrar retribuição. Só amadurecimento psicológico, através das experiências vividas, libera a consciência do ser e ao consegui-la ei-lo feliz..

O ser consciente – pág.16 – Era necessário revisar o potencial humano em toda a sua complexidade, sem preconceitos nem receios... As teorias apressadas, que pretendiam reduzir a alma a um epifenomeno de vida efêmera... Que não havia outra alternativa senão ampliar o esquema de interpretação do psiquismo, criando-se o que se convencionou denominar como a Quarta Força... Alem do comportamentalismo... Que é a psicologia Transpessoal ou profunda.

“O indivíduo pertence a uma espécie da qual herda suas características instintivas, tanto biológicas quanto psíquicas –, para em seguida se deter nos aspectos da psicologia do coletivo. Na psicologia junguiana a consciência é uma superfície sobre uma vasta área de proporções desconhecidas. A área do inconsciente é enorme e sempre contínua, enquanto a área da consciência é a visão momentânea de um campo restrito. Segundo Jung, a consciência procede de uma condição inconsciente. Nada pode tornar-se consciente sem um ego. A consciência é definida como uma relação de fatos psíquicos com o ego. E o ego, como uma instância complexa constituída, a princípio, pela percepção geral do próprio corpo e da própria existência, e, em seguida, pelos nossos dados de memória. Ao ego pode ser dado o nome de um complexo de fatos psíquicos. Este complexo, com poderes como os de um imã, atrai conteúdos do inconsciente, desse mundo obscuro do qual nada sabemos. Atrai também impressões do lado externo, as quais se tornam conscientes ao entrar em contato com o ego.”
JUNG E CULTURA Suzanne Robell – Psicóloga - www.rubedo.psc.br | Artigos | © Suzanne Robell - Pesquisa na Internet )



O Ser Consciente –pág. 26 – “... Cada pessoa é a soma de suas experiências transatas e sua mente é o veiculo formador de quanto se lhe torna necessário para o progresso iluminativo... Os velhos paradigmas e modelos sobre o homem cedem passo a introdução do conceito do ser ancestral, com toda a historiografia das suas reencarnações, que se tornam responsáveis pelo desenvolvimento do eu profundo. A enunciada cisão entre o “eu”e o “si”, atávica, desaparece quando a analise do perispírito demonstra que a personalidade resulta de experiência de cada etapa, mas a individualização é a soma de todas as realizações nas sucessivas reencarnações... A maturidade psicológica tem um curso acidentado, feito de sucessos e repetições, por formar um quadro muito complexo na individualidade humana...”

O Ser consciente – pág. 26 – “... A afetividade é o campo central para a batalha entre as diversas paixões de posse e de renuncia, de domínio e abnegação, ensejando a predominância da doação plena. No amadurecimento afetivo, o ser esplende e supera-se. O próximo passo é o amadurecimento mental, graças à compreensão de que a vida é rica de significados e o seu sentido é a imortalidade... O amadurecimento mental que se adquire pela emoção e pelo conhecimento que discerne os valores constitutivos da filosofia existencial, amplia as perspectivas da realização completadora... Para que ocorra o amadurecimento se torna indispensável pensar, exercitando a mente e ampliando-lhe a capacidade de discernir.”

O Ser Consciente – pág. 33 – A Psicologia Transpessoal tem como meta ampliar a sua área de pesquisa levando em conta as experiências do ser... (pág.38) Sediando o Espírito, conforme a visão espírita assevera, a Lei de Deus está escrita na consciência (LE 621), detentora da realidade, que a pouco a pouco se desvela, conforme a evolução do próprio ser,

no processo de lapidação de valores e despertamento das leis que nela dormem latentes. Nos alicerces do inconsciente se encontram todas essas bênçãos que, lentamente, assomam, a consciência e se tornam patrimônio da lucidez, fazendo o ser compreender que nem tudo quanto pode fazer deve-o , da mesma forma que nem tudo quanto deve , pode, conseguindo a sabedoria de fazer somente o que deve e pode como membro consciente que age de acordo com a harmonia cósmica, esse grande desafio para a psicologia profunda.

O Ser Consciente – cap. 2 – Ser e Pessoa – Do ponto de vista psicológico, a pessoa é um ser que se expressa em múltiplas dimensões, desde os seus conteúdos humanistas, comportamentalista e existencial, a novos potenciais que estruturam o ser pleno... Os estudos transpessoais, incorporados as teses orientais, consideram a pessoa um ser integral, cujas dimensões podem expressar-se em varias manifestações, quais a consciência, o comportamento, a personalidade, a identificação, a individualidade, num ser complexo de expressão trinaria...Jung definiu a consciência como a relação dos conteúdos psíquicos com o ego... A pessoa acima de tudo, a sua mente...Somente o autoconhecimento favorece o comportamento com as possibilidades de desenvolvimento pessoal, estruturador profundo do ser imortal.

O Ser Quântico
Segundo o dicionário, a palavra “ser” significa: ente, ente humano, existência, coisa que tem realidade no mundo dos sentidos; a palavra “quântico” significa: relativo à hipótese dos quanta; a palavra “quanta”, por sua vez, significa: quantidades elementares, nas quais, devem considerar divididas certas grandezas tradicionalmente dadas como contínuas. Por “ser quântico” entende-se como uma nova abordagem de entendimento sobre o indivíduo, abandonando a idéia da existência individual independentemente dos outros e do mundo que o cerca, para enxergar a si próprio e os que o rodeiam, inclusive o mundo, como interligados. Traduz a necessidade de uma mudança de paradigma, decorrente dos avanços e interpretações da Física Moderna, para uma cosmovisão em que o próprio ser vivo seja parte integrante do sistema. Expoentes da ciência atual, tais como Danah Zohar, Amit Goswami, Fritjof Capra, etc. expressam esta idéia através de seus trabalhos. Ser Quântico, visa melhorar a compreensão do indivíduo como espírito imortal distinto da forma como se expressa no meio, incluindo perispírito e corpo físico. Desta forma, o espírito seria o "ser", enquanto que "quântico" seria a forma como este ser se expressa no meio.

O Ser Quântico
Segundo o dicionário, a palavra “ser” significa: ente, ente humano, existência, coisa que tem realidade no mundo dos sentidos; a palavra “quântico” significa: relativo à hipótese dos quanta; a palavra “quanta”, por sua vez, significa: quantidades elementares, nas quais, devem considerar divididas certas grandezas tradicionalmente dadas como contínuas. Por “ser quântico” entende-se como uma nova abordagem de entendimento sobre o indivíduo, abandonando a idéia da existência individual independentemente dos outros e do mundo que o cerca, para enxergar a si próprio e os que o rodeiam, inclusive o mundo, como interligados. Traduz a necessidade de uma mudança de paradigma, decorrente dos avanços e interpretações da Física Moderna, para uma cosmovisão em que o próprio ser vivo seja parte integrante do sistema. Expoentes da ciência atual, tais como Danah Zohar2, Amit Goswami3, Fritjof Capra4, etc. expressam esta idéia através de seus trabalhos. Ser Quântico, visa melhorar a compreensão do indivíduo como espírito imortal distinto da forma como se expressa no meio, incluindo perispírito e corpo físico. Desta forma, o espírito seria o "ser", enquanto que "quântico" seria a forma como este ser se expressa no meio. (Claudio Conti – www.ccconti.com – Aulas do ICEB – O Ser Quântico - Claudio C. Conti; O Ser Quântico; www.ccconti.com/Cursos2009/OSerQuanticotxt.pdf)

Potencialidades do Ser
Na condição de espíritos encarnados, isto é, ligados a um corpo ainda muito denso, encontramos dificuldades para compreender as nossas potencialidades como espíritos como obra da Criação. Tentamos compreender o mundo e a nós mesmos como uma relação causal,
com um evento dependendo ou decorrente de eventos anteriores que, por sua vez, causarão eventos futuros.
Nesta premissa, nos mantemos em uma posição muitos mais de meros observadores do que participantes. Todavia, nossa participação é de grande importância para a sustentação saudável da personalidade, tanto física quanto mentalmente. Esta possibilidade de ação é decorrente do livre-arbítrio que devemos exercer ao máximo, obviamente que sempre em acordo com as possibilidades individuais.
O conhecimento trazido por espíritos em condição “privilegiada”, decorrente de seu grau evolutivo, cuja percepção da realidade é muito mais ampla, é de grande importância para o aprimoramento pessoal, auxiliando a nos tornarmos partícipes atuantes em nossa própria existência.
No livro O Ser Consciente, Joanna de Ângelis amplia a idéia das potencialidades do espírito.
Na Primeira Parte, Capítulo 5, consta que:
“Reconhecida a nova estrutura do ser humano - espírito, perispírito e matéria - a Psicologia pode melhor penetrar nos arcanos do inconsciente, que possui todo o conhecimento de tempo - passado, presente e futuro - como a dimensão de espaço - o infinito no finito”. (Claudio Conti – www.ccconti.com - Claudio C. Conti; O Ser Quântico; www.ccconti.com/Cursos2009/OSerQuanticotxt.pdf)



Triunfo Pessoal – pág. 155 – Cap. 9 – o significado existencial encontro com
o Self.
“... Jung definiu o Self como sendo: “A totalidade da psique consciente e inconsciente” acrescentando “essa totalidade transcende a nossa visão porque, na medida em que o inconsciente existe, não é definível; sua existência é um mero postulado e não se pode dizer absolutamente nada a respeito de seus possíveis conteúdos.” Toda a atividade consciente ou não do ser humano deve dirigir-se para a perfeita identificação do Si - mesmo, integrando os conteúdos psíquicos remanescentes das memórias pretéritas – extratos das reencarnações ínsitos nos inconsciente pessoal... (pág. 158) inevitavelmente percebe-se que o adversário é interno, são as paixões dissolventes que aturdem o ser, e que, em desalinho, encarceram a consciência nos conflitos...”
Triunfo Pessoal – pág. 178 – Cap. 11 – A individuação – O ser humano e o Self.
“... Sob o ângulo psicológico, o princípio da individuação enseja o desenvolvimento de uma pessoa para conquistar a sua realidade própria com as suas caracterizas... Jung considera a individuação como sendo todo um processo intrapsiquico duradouro e autônomo, através do qual a psique consciente assimila os conteúdos que permaneciam inconscientes na imensa área do inconsciente pessoal e coletivo. É formado da conquista da consciência, do discernimento claro, da conscientização do Si - mesmo.” “Esse processo pode ser naturalmente ou através de cuidadosa psicoterapia”

Terapeuta
“O terapeuta é um ser que sabe orar pela saúde, isto é, chamar sobre ele a presença e a energia do espírito (Self), pois só ele pode curar toda a doença e com o qual ele coopera. O terapeuta não cura, ele cuida, é o espírito (Self) que trata a cura. O terapeuta está lá apenas para por o doente nas melhores condições possíveis para que o espírito (Self) atue e venha a cura”.

Roteiro para o estudo individual:
Após a leitura do texto introdutório, baseado no livro O problema do Ser do Destino e da Dor de Leon Denis nos ocorre o despertamento para como ocorre em nós o processo de evolução psíquica, denominado pela psicanálise do ilustre Carl Gustav Jung, como processo de individuação. Nesse processo, rumo à plena conscientização do ser.
Trabalhamos de forma hercúlea com nossos conteúdos atávicos e registros pretéritos de outras vivencias. A mentora iluminada Joanna de Ângelis promove elaborada caminhada explanatória trazendo-nos abordagens quanto a esses conteúdos, suas estruturas, o processo em si mesmo e o objetivo da plenificação do espírito. Ela própria nos parece compartilhar de suas experiências através de inúmeros conteúdos psicológicos.
A Doutrina Espirita já nos trazia esses indicadores quanto ao: “... conhece-te a ti mesmo...”, ”... consulta a tua consciência...” e quando trata das “paixões”. Ponto base do ego, a paixão nos serviu e nos serve ainda hoje, porem, carece de controle e purificação, de instintos a emoções e sentimentos. As paixões são comparadas a “nós” na psique. Nesse estudo aos “complexos” pela relação de alta carga energética emocional que carregam e seguimos a partir daí, baseado em Carl Gustav Jung e Joanna de Ângelis em suas obras psicológicas, direcionamos o raciocínio ao entendimento do processo de individuação do “espírito”, já o considerando um ser perfeito em si mesmo, mas que a partir de seu despertamento para sua intimidade, na busca de sua totalidade psíquica, requer a elaboração de seus conteúdos “energéticos” psíquicos.
Joanna nos coloca que somos espírito, perispírito e corpo físico e com base nos estudos da física quântica, podemos compreender como isso se expressa e como nos relacionamos com nos mesmos e com as outras mentes, outras psiques, encarnadas e desencarnadas. E que há necessidade em muitas etapas desse processo o auxilio do terapeuta, do psicoterapeuta e a sua psicoterapia, que também é abordado em outro centro de interesse do 10o Encontro de Joanna de Angelis, como “Jesus o psicoterapeuta”.
A medida que nos conhecermos, nos estruturarmos em equilíbrio, nossos horizontes psíquicos se ampliarão e o mundo de plenitude celeste nos será cada vez mais próximo.
Referências do Texto Introdutório: A Ação do tempo no processo evolutivo do ser. (1) Cap. IX- Evolução e a finalidade da Alma - O Problema do Ser do Destino e da Dor – Léon Denis
(2) Cap. III – O problema do ser - O Problema do Ser do Destino e da Dor – Léon Denis
(3) Cap. IX – Evolução e finalidade da alma – O Problema do Ser do Destino e da Dor – Léon Denis
(4) Cap. VIII – Estado Vibratório da Alma – A memória – O Problema do Ser do Destino e da Dor – Léon Denis
(5) Cap. XV – As vidas sucessivas – O Problema do Ser do Destino e da Dor – Léon Denis
(6) Cap.XIX – A lei dos destinos – O Problema do Ser do Destino e da Dor – Léon Denis
(7) Cap.XVII – Revelação pela dor – O Problema do Ser do Destino e da Dor – Léon Denis (8) Cap. Profissão de Fé do Século XX – O Problema do Ser do Destino e da Dor – Léon Denis (9) Theilhard de Chardin (1881-1955) – O fenômeno Humano – Editora Cultrix.

Bibliografia:

ÂNGELIS, Joanna de, (Espírito), (Psicografia de Divaldo Franco). O Ser
Consciente; 13 ed., Salvador, BA, Livraria Espírita Alvorada Editora, 2006ÂNGELIS, Joanna de, (Espírito),(Psicografia de Divaldo Franco). Triunfo
Pessoal; 6 ed., Salvador, BA, Livraria Espirita Alvorada Editora, 2007
ÂNGELIS, Joanna de, (Espírito), (Psicografia de Divaldo Franco). Vida Desafios e Soluções; 10 ed., Salvador, BA, Livraria Espirita Alvorada Editora, 2009
JUNG, C.G.. A Natureza da Psique, 2 ed., Petrópolis, RJ, Editora Vozes, 1984
GOSWAMI, Amit. O Universo Autoconsciente, 2 ed., São Paulo, Editora Aleph, 2007
DANNAH, Zohar. O Ser Quântico – 2 ed., São Paulo,Editora Best Seller, 1991
DANNAH, Zohar. QS – Inteligência Espiritual – 2 ed., São Paulo, Editora Record, 2002
CAPRA, Fritjof. O Tao da Física . 11 ed. , São Paulo, Editora Cultrix, 1990
CAPRA, Fritoj. As Conexões Ocultas – 1 ed. São Paulo , Editora Cultrix, 2002
DENIS, Leon. O Problema do Ser do destino e da dor. 2 ed., Rio de Janeiro, Editora CELD, 2003
CHARDIN, Theilhard de. O Fenômeno Humano, 7 ed., São Paulo, Editora Cultrix, 1995
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução: Guillon Ribeiro. 76 ed. Rio de Janeiro, RJ: Federação Espírita Brasileira, 1995.
BETO, Frei. Sinfonia Universal, 5 ed.,São Paulo, Editora Ática, 2003

Um novo olhar sobre o autoconhecimento - Samuel


http://editoradufaux.com.br/artigo-voce-criador/

Autoconhecimento - Hammed

Autoconhecimento

O autoconhecimento nos dá a habilidade de saber como e onde agem nossos pontos frágeis e até a quem atribuímos nossas emoções e sentimentos, facilitando-nos compreender melhor os que nos rodeiam. Caminhar no processo do autoconhecimento significa desenvolver gradativamente o respeito aos nossos semelhantes, impedindo que façamos projeções triviais e levianas de nossas deficiências nos outros.


Apenas quando tivermos um considerável conhecimento de nós mesmos é que poderemos ajudar efetivamente alguém. Se desconhecemos nosso mundo interior, como poderemos transmitir segurança e determinação ou dar força aos outros? O autoconhecimento requer constante autorreflexão.

Muitos relacionamentos não dão certo porque as pessoas não olham para dentro de si mesmas, não percebendo, assim, seus pontos vulneráveis e suas limitações. Quando atenuamos ou amenizamos as críticas a nosso respeito e a respeito dos outros, estamos assimilando de forma verdadeira as lições que o autoconhecimento nos proporciona.

Não são os grandes conflitos que tornam nossas relações (de negócios, amizade, família, conjugais) malsucedidas, e sim um conjunto de “insignificantes diferenças”, reunidas através de longo período de tempo. Cobranças, indelicadezas, petulância, insensibilidade, autoritarismo, desinteresse, impaciência, desrespeito – essas pequenas faltas no dia-a-dia podem destruir até mesmo as mais antigas e afetuosas convivências.

Embora não possamos perceber de forma clara e direta, lançamos na vida interpessoal pensamentos e emoções inaceitáveis. Eles formam nosso lado escuro – aquela área do inconsciente que governa e, ao mesmo tempo, dita as normas tantos nos confrontos desagradáveis como nos ímpetos de deboches e gracejos em nossos inúmeros relacionamentos.

Nossa “área sombria” é uma região inexplorada e indomada que atua de forma imperceptível em nossas ações e atitudes. Geralmente, é essa “área” que participa de nossas “supostas brincadeiras” e influencia com precisão o tipo de palavras engraçadas e picantes que deveremos usar nas piadas chulas, nas expressões maliciosas e zombeteiras.

O desconhecimento de nossa vida interior profunda nos conduz ao vale da incompreensão de nossos sentimentos para com nós mesmos e para com os outros.

Projetamos nossa sombra quando “pegamos alguém para Judas”, quando denegrimos e julgamos a sexualidade alheia sem nos dar conta dos próprios conflitos sexuais. Ela não somente se manifesta em um indivíduo, mas pode exprimir-se em um corpo social inteiro: nas perseguições raciais (nazismo, apartheid, Ku Klux Klan e outras tantas) e nas chamadas “guerras santas” ou “religiosas”. Em outras circunstâncias, na repugnância e no ódio visivelmente explícitos e sem controle revelados por meio de palavras e gestos violentos; na aversão ou irritabilidade diante de certas reportagens publicadas pelos veículos de divulgação; nas atitudes de cinismo e nas mais corriqueiras situações e acontecimentos da vida social. Já é tempo de não mais apontarmos o “cisco” no olho alheio.

Lembremo-nos de Jesus Cristo, o Notável Terapeuta de nossas almas, ao analisar os conflitos que atormentavam os seres humanos por não admitirem os diversos aspectos da própria sombra:

“Assume logo uma atitude conciliadora com o teu adversário, enquanto estás com ele no caminho, para não acontecer que o adversário te entregue ao juiz e o juiz ao oficial de justiça e, assim, sejas lançado na prisão”.

Nossos piores inimigos ou adversários estão dentro de nós, não fora. É imprescindível nos reconciliarmos com os opositores íntimos, ou seja, enxergarmos com bastante nitidez nosso “lado escuro”, para atingirmos paz e tranquilidade de espírito.

Não somos necessariamente aquilo que parecemos ser. O autoconhecimento é a capacidade inata que nos permite perceber, de forma gradativa, tudo que necessitamos transformar. Ao mesmo tempo, amplia a consciência sobre nossos potenciais adormecidos, a fim de que possamos vir a ser aquilo que somos em essência.

Fonte: extraído do livro “Os Prazeres da Alma”, de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed.

O autoconhecimento - RME



Allan Kardec, Codificador do Espiritismo, perguntou aos Espíritos:

Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?

Os Benfeitores da Humanidade responderam:

Um sábio da Antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.

A Doutrina Espírita mostra-nos o caminho que devemos percorrer para conseguirmos esse intento: o autoconhecimento.

A caminhada, portanto, é em sentido contrário ao que temos buscado até agora. É para dentro de nós mesmos, e não no exterior.

Alguns de nós não nos conhecemos, não fazemos idéia de quem somos, de qual será o nosso comportamento diante de determinada situação. Enfim, somos um ilustre desconhecido de nós mesmos.

Pelo desconhecimento dos nossos sentimentos, às vezes tomamos atitudes equivocadas, que nos causam desagrado tão logo nos damos conta do ocorrido.

Uma senhora afirmava sempre que, se um dia fosse assaltada, ficaria imobilizada, petrificada; que certamente não teria forças para reagir.

A sua amiga, por sua vez, dizia que reagiria, que se fosse preciso lutaria, mas não deixaria barato não.

Um dia, ambas estavam conversando na calçada. Um garoto passou e levou a bolsa daquela que disse que reagiria. Ela ficou paralisada.

A outra, que afirmara que ficaria imobilizada, saiu correndo atrás do menino, dando-lhe com a sua bolsa nas costas e gritando para que devolvesse a bolsa da amiga.

O menino, que não esperava tal reação, jogou a bolsa no chão e se foi, pois achou melhor salvar a própria vida.

Isso prova que ambas desconheciam suas tendências, pois diante do inesperado tiveram reações contrárias às que afirmavam que teriam.

Muitos de nós também nos desconhecemos, não costumamos fazer uma análise profunda da nossa intimidade.

Assim, facilmente nos surpreendemos conosco mesmo diante de situações inusitadas.

Para sabermos quanto de orgulho e egoísmo, piores chagas da sociedade, ainda carregamos em nós, basta que nos observemos com sinceridade, nos pequenos atos do quotidiano, que perceberemos com clareza.

Observando a nossa reação diante da indiferença de um amigo, do pouco caso que fazem de um trabalho que executamos, do penteado ou da roupa que vestimos, ou quando alguém nos chama à atenção.

Cada pessoa é um Universo que precisa ser descoberto, para que possa fazer brilhar a luz que jaz latente no seu íntimo.

Todos somos lucigênitos, filhos da luz, pois o Criador, que é a Luz Suprema, assim nos fez a todos.

Se perscrutarmos com atenção nossa intimidade, perceberemos que já temos muitas conquistas, mas que ainda nos falta dar alguns passos para que brilhe de fato a nossa luz. É só uma questão de tempo e de disposição.    

*  *  *

Santo Agostinho, um dos Pais da Igreja, colaborou na Codificação da Doutrina Espírita.

A resposta a que nos referimos no início foi dada por ele. Recomenda que cada um de nós faça como ele fizera quando viveu na Terra.

A cada noite ele fazia uma análise de como fora o seu dia. Questionava-se se fizera alguma coisa contra Deus, contra seu próximo e contra ele próprio.

E sempre buscava corrigir o que precisava ser corrigido, buscando ser a cada dia melhor que no dia anterior.

Redação do Momento Espírita, com base no item 919 de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 1, ed. Fep.
Em 11.01.2010.

A RECEITA DE SANTO AGOSTINHO

A RECEITA DE SANTO AGOSTINHO

Ana Cristina Vargas

É raro, no meio espírita, comentar-se sobre autoconhecimento sem fazer referência ao pensamento de Santo Agostinho, exposto na questão 919 de O Livro dos Espíritos. Nela o tema foi tratado diretamente em preciosos quatro parágrafos, encerrando uma receita.

O conhecimento espírita desperta um anseio pelo progresso que nos faz pedir que nos apontem caminhos. O Codificador pediu aos espíritos superiores a fórmula da melhoria pessoal, e não pediu para as próximas encarnações, pediu para esta vida e ousou mais: tinha que ser prática e eficaz.

Respondeu-lhe o Espírito Santo Agostinho, dizendo: “Um sábio da Antigüidade vos disse: Conhece-te a ti mesmo.”

Referia-se a Sócrates e apontou a necessidade de focarmos os interesses na busca por e em nós mesmos. Ouve-se muito: “Conheço fulano como a palma da minha mão, ele não me engana.” Ou seja, conheço o outro, conheço para fora, mas quando perguntam “Quem é você?”, dizemos um nome que nem ao menos foi de nossa livre escolha e completamos informando profissão, estado civil e endereço. Pronto, qualquer um nos encontra, o que não significa um encontro pessoal.

O Codificador retruca reconhecendo a sabedoria da resposta, mas alegando dificuldades para se atingir o conhecimento interior e insiste no pedido de uma receita. Disse Jesus: “Pedi e obtereis.” Ele obteve a fórmula e a legou àqueles que em si descobrem esse anseio.

Ensinou o interrogado: “Fazei o que eu fazia de minha vida sobre a Terra: ao fim da jornada, eu interrogava minha consciência, passava em revista o que fizera, e me perguntava se não faltara algum dever, se ninguém tinha nada a lamentar de mim.”

Estava dada a receita da espiritualidade prática e eficaz para melhorar já nesta vida: conhecer a si mesmo examinando a consciência.

Mas como se faz um exame de consciência? Será que basta rememorar os acontecimentos do dia e verificar como nos comportamos, se fomos gentis, cordiais, caridosos, se cumprimos nossos deveres profissionais, familiares, se fizemos prece etc.? Talvez temeroso de que caíssemos nesta simplificação, ele especificou que o modo de fazer é realizar um interrogatório preciso e diário a si mesmo sob o amparo de Deus e do anjo guardião. Ele sugeriu que colocássemos para nossa reflexão ao menos cinco questões, a saber:

1) “Perguntai-vos o que fizeste e com qual objetivo agistes em tal circunstância”.

A primeira parte da questão é tranqüila, basta recordar as atitudes do dia. A segunda aprofunda- se pedindo para identificarmos os objetivos de nossas ações, os interesses e propósitos que as motivaram, os quais podem estar escondidos muito fundo, num canto sombrio do nosso ser, e ainda se apresentarem mascarados.

2) “Se fizeste alguma coisa que censurais em outrem”.

A nossa capacidade de olhar para fora é bem desenvolvida, então vamos aproveitar e conhecer o que estamos projetando. É sempre fácil apontar erros, condenar e exigir dos outros esquecendo que só conseguimos reconhecer aquilo que também possuímos. Esse é um procedimento importante da receita que se repetirá.

3) “Se fizeste alguma coisa que não ousaríeis confessar”.

Um questionamento ético em relação à minha conduta com o próximo e também pessoal, na medida em que devemos responder se tudo o que pensei, senti e fiz pode ficar exposto à luz? Ou falta coragem para assumir opiniões, atitudes, vontades, o “eu” e as motivações reais e profundas das minhas ações, que somente eu e Deus podemos saber quais são.

4) “Se aprouvesse a Deus me chamar neste momento (em que estou lendo está página), reentrando no mundo dos Espíritos, onde nada é oculto, eu teria o que temer diante de alguém?”.

Queremos distância da morte. Não é agradável pensar nela ou falar sobre ela. Aceitá-la não é fácil, trabalhar as perdas é um processo doloroso e delicado. Imagine pensar na própria morte, diariamente. Frente a cada decisão, refletir como ficaria a situação se morrêssemos naquele momento. Brigamos com um filho, ou com o marido, ou com um amigo, ficamos magoados, com raiva e morremos num ataque fulminante do coração. Que situação! Essa questão nos põe em xeque com um mundo onde as máscaras não enganam senão quem as usa. Se pensarmos sob esse enfoque, mudaremos muitas atitudes.

5) “Examinai o que podeis ter feito contra Deus, contra vosso próximo, e enfim, contra vós mesmos”.

Discutimos muito as nossas relações amorosas, profissionais e familiares, mais ou menos nessa ordem de prioridade. Mas a relação com Deus vai entre tapas e beijos e não paramos para discuti-Ia. Começa que Dele nem sempre fazemos um juízo claro, a nossa resposta pessoal é em geral vaga ou politicamente correta. Confundimos repetição mecânica de palavras com falar com Ele. Nós o bendizemos quando a vida corre como desejamos, mas é sobre Ele que lançamos nossas incompreensões e ingratidões quando as coisas não são como queríamos. Por fim, Ele é o cangaceiro das nossas vinganças, cada vez que vencidos pela ira desejamos o mal ao próximo e não o realizamos com as próprias mãos. Mas, ironicamente, embora O contratemos para nossas desforras, ainda O tememos. E uma relação complicada: nós a vivemos com uma grande dose de irreflexão misturada ao medo, à ira, à ingratidão. Temos um comportamento mimado e não apto ao diálogo.

Desta tríade, a relação com o outro é a mais debatida, só que em geral sob a ótica de vítima: “O que eles fizeram comigo”. O convite é para largarmos essa postura e assumirmos nossas responsabilidades.

A relação conosco é outra e apenas em circunstâncias limites começamos a discutír. Falamos muito sobre reencarnação, obsessão, lei de amor, depressão, sentimentos mal resolvidos, doenças, mas pouco nos perguntamos: “Por que sou e estou assim?” Como lido com as alegrias e as tristezas?”, “Cuido bem de mim, como corpo e alma?”

O autor da receita mostra conhecimento e compreensão da alma humana antecipando-se ao propor: “Mas, direis, corno se julgar? Não se tem a ilusão do amor próprio que ameniza as faltas e as desculpas?”.

Ilusões e justificativas podem comprometer o resultado e para evitar que algo saía errado na execução da receita, ele deixou também os segredinhos. Para evitar auto-enganos, façamos o seguinte:

1) “Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, perguntai-vos como a qualificaríeis se fosse feita por outra pessoa; se a censurais em outrem, ela não pode ser mais legítima em vós, porque Deus não tem duas medidas para a justiça.”

2) “Não negligencieis a opinião dos vossos inimigos, porque estes não têm nenhum interesse em dissimular a verdade e, freqüentemente, Deus os coloca ao vosso lado como um espelho para vos advertir com mais franqueza que o faria um amigo.” É o verdadeiro “te enxerga”. É uma proposta valiosa para reformularmos comportamento sobre críticas e inimizades, vendo nelas auxiliares divinos para nosso crescimento. Assim, esvazia-se a raiva e a indignação. A humildade é o caminho que acaba com a falsa superioridade que nos faz preferir ignorar as críticas e inimizades a aprender com elas.

3) “Aquele que tem vontade séria de se melhorar explore, pois, sua consciência, a fim de arrancar dela as más tendências.”

O produto da fórmula ê uma visão clara de quem somos e do que precisamos reformar.

A promessa final é excelente, nada menos que uma felicidade eterna. Vale a pena conferir.
Fonte: Revista Literária Espírita Delfos . Catanduva, SP: BOA NOVA. Ano V. Ed. 03. Nº 21. 2005. p. 10-13

O autoconhecimento

O autoconhecimento

Paulo Henrique D. Vieira

de Uberlândia, MG

A busca do ser humano por respostas sobre a natureza e as coisas, a vida e si mesmo, já remonta de muitos e muitos séculos.

No século V a.C. o filósofo grego Sócrates, já se preocupava com isso e dizia que antes do homem se preocupar em querer conhecer a origem da natureza ou das coisas, deveria primeiro procurar conhecer-se a si mesmo.

No pórtico do templo de Apolo, estava gravada a expressão “conhece-te a ti mesmo”, que se tornou a bandeira do filósofo grego.

Sócrates andava pelas ruas e praças de Atenas; pelo mercado e pela assembléia, indagando as pessoas: “Você sabe o que você diz?”, “Você realmente tem certeza em que você acredita?”, “Você está realmente conhecendo aquilo em que acredita, aquilo em que pensa, ou em aquilo que você diz?”

Fazendo estas perguntas as pessoas, Sócrates deixava seus interlocutores embaraçados, curiosos, irritados e na maioria das vezes surpresos, pois quando estas pessoas tentavam responder ao filósofo suas indagações, percebiam que na maioria das vezes não sabiam responder e que nunca tinham verdadeiramente parado para refletir em suas crenças, valores e ideais. Logo em seguida as pessoas esperavam que Sócrates respondesse à elas o objeto de suas indagações, no que o filósofo respondia: “Eu também não sei, e é por isso que estou perguntando.”  De onde surgiu a célebre frase atribuída a ele: “Tudo o que sei é que nada sei”.

Sócrates dava uma prova de humildade e sabedoria, afirmando a consciência da própria ignorância.

Por questionar as idéias, os valores e os comportamentos que os atenienses julgavam corretos e verdadeiros, estimular o povo e principalmente a juventude ateniense a pensar e refletir se todos aqueles valores da época eram verdadeiros, Sócrates foi considerado um perigo pelos poderosos de Atenas.

Acusado de desrespeitar os deuses, corromper a juventude e violar as leis, como todo mártir, Sócrates foi condenado a morte.

Negou-se a defender-se perante a assembléia, e quando interrogado pelos discípulos pelo porquê de sua decisão, disse: “ se eu me defender, estarei aceitando as acusações, e eu não as aceito. (...)”.

A filosofia de Sócrates deixou marcas tão profundas no pensamento humano, que ele foi considerado pela maioria dos filósofos o pai da filosofia; Kardec colocou na introdução do Evangelho segundo o Espiritismo o resumo de sua doutrina e do seu principal discípulo – Platão - e Emmanuel afirma no livro A Caminho da Luz que: “Sua existência, em algumas circunstâncias, aproxima-se da exemplificação do próprio Cristo.(...)” 1

Mas transportando a essência do pensamento de Sócrates para os nossos dias, será que atualmente o homem e principalmente nós espíritas, conhecedores de tantas verdades do mundo espiritual, conhecemos à nós mesmos?

Qual será o móvel de nossas ações perante a Doutrina Espírita, nossa família, a sociedade e mesmo perante à nós mesmos?

Sabemos que somos imortais, mas será que nas horas de crise ou nas situações difíceis, temos sabido manter a calma daquele que sabe que toda tempestade chega e passa e que por mais que a noite seja densa, não há nada que possa impedir o nascer de um novo dia?

Temos consciência que reencarnamos para o resgate dos débitos do passado e o conseqüente desenvolvimento intelecto-moral que todo espírito carece, mas temos sido capazes de manter as esperanças diante da debilidade orgânica crônica, das pessoas que estão ligadas a nós e que não mantemos afinidade, da situação econômica difícil, da insatisfação de sonhos que gostaríamos de realizar, mas que as circunstâncias nos impossibilitaram de faze-lo?

Hoje compreendemos que em nossa jornada evolutiva não fizemos apenas amigos, antes mesmo prejudicamos e perseguimos muitas pessoas, mas diante das criaturas que hoje demonstram aversão por nós, temos demonstrado a humildade e o amor exemplificados por Jesus visando a reconciliação necessária, ou estamos acalentando animosidades que apenas dificultarão nossa situação no futuro?

Kardec deixou claro que fora da caridade não há salvação, mas temos nos esforçado em doar algo de nós em favor do nosso semelhante, ou temos exercitado a falsa bonomia, achando que alguns trabalhos assistenciais realizados uma vez por semana nos descortinarão as portas do paraíso?

É por tudo isto, por todas estas grandes verdades que os espíritos trouxeram para os homens através de Allan Kardec, e posteriormente em nosso século, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier - com obras tão elucidativas como as de André Luiz e Emmanuel - cujas deste último expressando um alto teor evangélico, apresentando o Espiritismo como o próprio cristianismo redivivo, que constatamos que nós espíritas temos uma responsabilidade muito grande perante a vida, pois nenhuma outra religião explica os mecanismos da existência tão claramente quanto a nossa, em nenhuma outra existe um evangelho tão claro, onde são elucidadas até as mais alegóricas parábolas de Jesus.

Daí a necessidade do autoconhecimento pregado por Sócrates, que foi também abordado no Livro dos Espíritos 2 por Santo Agostinho, como a maneira mais eficaz de se melhorar nesta vida e se resistir ao mal.

Na subdivisão da pergunta 919 do Livro dos Espíritos, Kardec pergunta aos espíritos qual é o meio para se chegar ao autoconhecimento e na resposta que se segue a formulação da pergunta, se aconselha a interrogarmos a consciência ao final de cada dia, passando em revista o que fizemos e perguntar a nós mesmos se não faltamos com o cumprimento de algum dever e se ninguém tem motivos para se queixar de nós. Aconselha ainda a indagarmos de nós mesmos o que estamos fazendo e qual o móvel de nossas ações, se estamos praticando ações que censuraríamos nos outros e que não teríamos coragem de confessar. Se ao entrarmos no mundo dos espíritos – onde nada é oculto – teríamos medo do olhar de alguém. Que devemos analisar nossos atos e examinar o que podemos estar fazendo contra Deus, depois contra o próximo, e por fim contra nós mesmos.

E o espírito comunicante finaliza categórico:

“O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do melhoramento individual.”

Todos nós somos criaturas humanas, passíveis de erro e por isso mesmo tudo isto aqui exposto sensibiliza antes a nós mesmos. Mas precisamos compreender que o Criador nos atribuiu apenas a imortalidade, nos concedendo todas as possibilidades para o progresso intelecto-moral, mas que este só pode ser efetuado por nós mesmos, visto sermos dotados de livre-arbítrio, que é a faculdade de fazer ou não fazer, o poder de decidir entre o bem e o mal. Sem o estudo do Evangelho e o conhecimento das verdades espirituais; sem o trabalho que aprimora a alma e sem o conhecimento de nós mesmos, fica muito difícil palmilharmos o caminho da luz. Talvez daí todos os erros  cometidos nestes dois mil anos por aqueles que sucederam a vinda do Cristo, pois se não conhecemos a nós mesmos, mais complexas se tornam as palavras do Mestre:

— “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” 3

1 A Caminho da Luz, pág. 93 - Sócrates - 22.ª edição FEB

2 O Livro dos Espíritos, cap. XII - Perfeição Moral, item V - “Conhecimento de Si Mesmo”, perg. 919 e 919-a - Edição             EME

3 João, VIII - 32

Bibliografia:

1.   ANGLO, Coleção. Período Socrático ou Antropológico – Vários Autores.
(Jornal Verdade e Luz Nº 168 de Janeiro de 2000)