Estudando o Espiritismo

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sexta-feira, 27 de março de 2015

Autoconhecimento - Hammed

Autoconhecimento

O autoconhecimento nos dá a habilidade de saber como e onde agem nossos pontos frágeis e até a quem atribuímos nossas emoções e sentimentos, facilitando-nos compreender melhor os que nos rodeiam. Caminhar no processo do autoconhecimento significa desenvolver gradativamente o respeito aos nossos semelhantes, impedindo que façamos projeções triviais e levianas de nossas deficiências nos outros.


Apenas quando tivermos um considerável conhecimento de nós mesmos é que poderemos ajudar efetivamente alguém. Se desconhecemos nosso mundo interior, como poderemos transmitir segurança e determinação ou dar força aos outros? O autoconhecimento requer constante autorreflexão.

Muitos relacionamentos não dão certo porque as pessoas não olham para dentro de si mesmas, não percebendo, assim, seus pontos vulneráveis e suas limitações. Quando atenuamos ou amenizamos as críticas a nosso respeito e a respeito dos outros, estamos assimilando de forma verdadeira as lições que o autoconhecimento nos proporciona.

Não são os grandes conflitos que tornam nossas relações (de negócios, amizade, família, conjugais) malsucedidas, e sim um conjunto de “insignificantes diferenças”, reunidas através de longo período de tempo. Cobranças, indelicadezas, petulância, insensibilidade, autoritarismo, desinteresse, impaciência, desrespeito – essas pequenas faltas no dia-a-dia podem destruir até mesmo as mais antigas e afetuosas convivências.

Embora não possamos perceber de forma clara e direta, lançamos na vida interpessoal pensamentos e emoções inaceitáveis. Eles formam nosso lado escuro – aquela área do inconsciente que governa e, ao mesmo tempo, dita as normas tantos nos confrontos desagradáveis como nos ímpetos de deboches e gracejos em nossos inúmeros relacionamentos.

Nossa “área sombria” é uma região inexplorada e indomada que atua de forma imperceptível em nossas ações e atitudes. Geralmente, é essa “área” que participa de nossas “supostas brincadeiras” e influencia com precisão o tipo de palavras engraçadas e picantes que deveremos usar nas piadas chulas, nas expressões maliciosas e zombeteiras.

O desconhecimento de nossa vida interior profunda nos conduz ao vale da incompreensão de nossos sentimentos para com nós mesmos e para com os outros.

Projetamos nossa sombra quando “pegamos alguém para Judas”, quando denegrimos e julgamos a sexualidade alheia sem nos dar conta dos próprios conflitos sexuais. Ela não somente se manifesta em um indivíduo, mas pode exprimir-se em um corpo social inteiro: nas perseguições raciais (nazismo, apartheid, Ku Klux Klan e outras tantas) e nas chamadas “guerras santas” ou “religiosas”. Em outras circunstâncias, na repugnância e no ódio visivelmente explícitos e sem controle revelados por meio de palavras e gestos violentos; na aversão ou irritabilidade diante de certas reportagens publicadas pelos veículos de divulgação; nas atitudes de cinismo e nas mais corriqueiras situações e acontecimentos da vida social. Já é tempo de não mais apontarmos o “cisco” no olho alheio.

Lembremo-nos de Jesus Cristo, o Notável Terapeuta de nossas almas, ao analisar os conflitos que atormentavam os seres humanos por não admitirem os diversos aspectos da própria sombra:

“Assume logo uma atitude conciliadora com o teu adversário, enquanto estás com ele no caminho, para não acontecer que o adversário te entregue ao juiz e o juiz ao oficial de justiça e, assim, sejas lançado na prisão”.

Nossos piores inimigos ou adversários estão dentro de nós, não fora. É imprescindível nos reconciliarmos com os opositores íntimos, ou seja, enxergarmos com bastante nitidez nosso “lado escuro”, para atingirmos paz e tranquilidade de espírito.

Não somos necessariamente aquilo que parecemos ser. O autoconhecimento é a capacidade inata que nos permite perceber, de forma gradativa, tudo que necessitamos transformar. Ao mesmo tempo, amplia a consciência sobre nossos potenciais adormecidos, a fim de que possamos vir a ser aquilo que somos em essência.

Fonte: extraído do livro “Os Prazeres da Alma”, de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed.

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