Estudando o Espiritismo

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sexta-feira, 31 de julho de 2015

AMIZADE E COMPREENSÃO.

AMIZADE E COMPREENSÃO.

Com leite vos criei, e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem ainda agora podeis.

“ Paulo”. (I CORÍNTIOS, 3:2.)

 Muitos companheiros de luta exigem cooperadores esclarecidos para as tarefas que lhes dizem respeito, amigos valiosos que lhes entendam os propósitos e valorizem os trabalhos, esquecidos de que as afeições, quanto às plantas, reclamam cultivo adequado.
 Compreensão não se improvisa.
 É obra de tempo, colaboração, harmonia.
 O próprio Cristo, primeiramente, semeou o ideal divino no coração dos continuadores, antes de recolher lhes o entendimento.
 Sofreu-lhes as negações, tolerou lhes as fraquezas e desculpou-lhes as exigências para formar, por fim, o colégio apostólico.
 Nesse particular, Paulo de Tarso fornece-nos judiciosa lição, declarando aos Coríntios que os criara "com leite".
 Tão pequena afirmativa transborda sabedoria vastíssima.
 O apóstolo generoso, gigante no conhecimento e na fé viva, edificara os companheiros de sua missão evangélica em Corinto, não com o alimento complexo das teses difíceis, mas com os ensinamentos simples da verdade e as puras demonstrações de amor em Cristo Jesus.
 Não lhes conquistara a confiança e a estima exibindo cultura ou impondo princípios, mas, sim, orando e servindo, trabalhando e amando.
 Existe uma ciência de cultivar a amizade e construir o entendimento.
 Como acontece ao trigo, no campo espiritual do amor, não será possível colher sem semear.
 Examina, pois, diariamente, a tua lavoura afetiva.
 Observa se estás exigindo flores prematuras ou frutos antecipados.
 Não te esqueças da atenção, do adubo, do irrigador.
 Coloca-te na posição da planta em jardim alheio e, reparando os cuidados que exiges, não desdenhes resgatar as tuas dívidas de amor para com os outros.
 Imita o lavrador prudente e devotado, se desejas atingir a colheita de grandes e precisos resultados.



Livro: Vinha de Luz - Emmanuel - Psicografia de Chico Xavier

Trabalhando Compreensão

http://www.cvdee.org.br/evangelize/pdf/1_0607.pdf

Razão e compreensão


O relacionamento com aqueles com quem convivemos e nos encontramos é sempre um desafio de alto significado.
O universo que cada um traz consigo, seu mundo particular, suas conquistas e dificuldades são expostas,  gerando, não poucas vezes, conflitos nas relações humanas.
Naturalmente que, quanto mais próximas e frequentes forem essas relações, mais elas exigem de nós.
Assim é que na vida em família, onde o verniz social e as aparências superficiais não se sustentam, os conflitos se mostram às vezes intensos.
Porém, não por acaso, a Providência Divina escolhe, define e, algumas vezes mesmo nos consulta, para estabelecer com quem e entre quem estaremos iniciando uma nova jornada.
Será no meio familiar que enfrentaremos os maiores desafios de relacionamento, e será ali, inúmeras vezes, que teremos as mais significativas lições para a vida.
Além do próprio lar, encontraremos outras oportunidades de aprendizado. Será o vizinho um tanto excêntrico, o chefe pouco tolerante, o colega de trabalho mal-humorado.
Porém, não podemos nos esquecer que será a vida de relação que nos possibilitará o exercício da compreensão, da tolerância, do amor ao próximo.
Ao entendermos cada ser humano como uma alma em evolução, que renasceu, como nós, mais uma vez, com bons desafios para enfrentar, veremos que somos todos mais parecidos do que podemos imaginar.
É claro que cada um traz suas peculiaridades, suas manias, suas falhas. Mas, em essência, somos todos almas buscando a perfeição.
Assim, quando alguma dificuldade acontece, no relacionamento com alguém, talvez seja melhor não buscar o enfrentamento.
Muitas vezes enfrentamos ao outro, discutimos, brigamos, gerando tensão e nervosismo, para deixar claro que estamos com a razão, que merecemos um pedido de desculpas.
E para isso, pagamos o preço de perdas de amizade, dificuldades no emprego, tensões familiares complexas.
Talvez, em nossas dificuldades de relacionamento, devêssemos nos perguntar quem está com a caridade, quem está com a compreensão, quem está com a humildade, e não quem está com a razão.
Afinal, a vida em sociedade, inevitável para nosso progresso, é a oportunidade de desenvolver valores morais de que ainda não dispomos.
Assim, o intolerante será nosso professor de paciência, o arrogante nos ensinará a humildade e o extravagante nos oportunizará o desenvolvimento da compreensão.
Todos aqueles que cruzam nossos caminhos nos trazem lições, de uma ou de outra maneira. Alguns pelo exemplo que oferecem, outros por aquilo que nos exigem para a convivência.
Nesse sentido, Jesus, o pedagogo por excelência, nos convida a, se alguém nos chamar para caminharmos mil passos, oferecermo-nos para andar dois mil. E, se alguém nos pedir a capa, oferecermos a túnica também.
Nessas aparentes perdas que imaginamos ter, aos olhos do mundo, estaremos ganhando, nas questões da alma, os verdadeiros e mais importantes valores que podemos amealhar para nós mesmos.

Redação do Momento Espírita.
Em 24.10.2012.

A Compreensão em Seu Coração

A Compreensão em Seu Coração

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Quando compreendemos nossa vida, nossas dificuldades, nossos problemas,
nossas escolhas, nossas amizades, nossos amigos, nossa família
e até aqueles que achamos ser nossos inimigos, colocamos em pratica
a benevolência e o discernimento, instalamos em nosso coração
um sentimento grandioso que é a Compreensão.
Se tivermos a capacidade de compreender todas as nossas dificuldades
e problemas, estamos colocando em prática a resignação
e quando compreendermos nossas escolhas e todas as pessoas que nos
cercam sem colocar o julgamento de suas ações, é porque realmente
estamos semeando o amor ao próximo
e a Caridade incondicional em nosso coração.
Ainda não somos perfeitos, compreendemos pouco da vida,
temos que nos empenhar diariamente para realmente compreendermos
os designos de Deus em nossa vida.
Compreendemos os seus recados quando não é conosco,
sempre temos uma palavra ao outro, e quando passamos por dificuldades
nos entregamos ao pessimismo e a angustia, não temos a compreensão
e a resignação como nossos amigos.
Sabemos que quando temos a compreensão em nós, nosso coração
fica mais aliviado e pode doar muito mais e principalmente nos dá
a sensação de estarmos caminhando corretamente
e buscando o caminho do bem.
Procuremos então todos juntos, verificar se em nossos corações
temos a Compreensão verdadeira e acima de qualquer julgamento,
desta forma estaremos hoje procurando tirar de nós aqueles
sentimentos que nos levam a incompreensão e as mágoas tão maléficas
para nossa saúde física e espiritual.
Fonte Site Gotas de Paz

A compreensão da vida

 Por Antônio Moris Cury

18 de abril de 1857, sábado de primavera em Paris, França, lançamento público de O Livro dos Espíritos, a obra fundamental do Espiritismo, que registrou por escrito, entre outros fatos, a existência do Mundo Invisível, explicando e comprovando que a Vida tem seu curso regular tanto no plano material quanto no plano espiritual, de tal modo que, além do mundo físico visível, existem seres invisíveis que constituem o Mundo dos Espíritos. Como era de se esperar, causou impacto e verdadeira revolução no campo do conhecimento humano.

Em pálida comparação, algo assemelhado ocorreu por ocasião da invenção do microscópio. Antes desse equipamento, que é um Instrumento óptico que usa uma combinação de lentes para produzir imagens ampliadas de pequenos objetos, especialmente daqueles que não podem ser vistos o olho nu (Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, Academia Brasileira de Letras, 2ª edição, 2008, página 858), quando muito, havia mera suspeita da existência, por exemplo, de micróbios, de microrganismos, visto que até então nada se via, nada se enxergava, mas que nem por isso deixavam de existir.

O mesmo se dá com o ar, que não se vê, mas que ninguém duvida que exista.

Por isso, com o advento da obra fundamental do Espiritismo, ficou demonstrado e claro que todos somos Espíritos, os seres pensantes da Criação, ora encarnados (como nós, agora, aqui na Terra, por exemplo), ora desencarnados (os que saíram do corpo, diante de sua morte física, mas que não saíram da vida, porque passaram a integrar o Mundo dos Espíritos).

A propósito, esclarece o professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, o nosso Allan Kardec: Os Espíritos não são seres à parte, mas as próprias almas daqueles que viveram na Terra ou em outras esferas, e que deixaram seus invólucros materiais. Os Espíritos apresentam todos os graus de desenvolvimento intelectual e moral. Há, por consequência, bons e maus, esclarecidos e ignorantes, levianos, mentirosos, velhacos, hipócritas, que procuram enganar e induzir ao mal, como os há muitos superiores em tudo, e que não procuram senão fazer o bem. Esta distinção é um ponto capital.

E, logo adiante, enfatiza o eminente e culto professor: Os Espíritos não são, pois, seres abstratos, indefinidos, mas seres reais e limitados, tendo sua própria existência, que pensam e agem em virtude de seu livre-arbítrio. Estão por toda parte, ao redor de nós; povoam os espaços e se transportam com a rapidez do pensamento (Revista Espírita de 1859, também conhecida por Jornal de Estudos Psicológicos, 1ª edição do Instituto de Difusão Espírita, 1993, páginas 1 e 2).

Vale a pena ler e estudar as obras basilares que compõem a veneranda e abençoada Doutrina Espírita (O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns ou Guia dos Médiuns e dos Evocadores, O Evangelho segundo o Espiritismo, o Céu e O Inferno ou A Justiça Divina segundo o Espiritismo e A Gênese – Os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo), com ênfase, de modo particularmente especial, para O Livro dos Espíritos, fundamental por todos os títulos.

Tal empreitada tornará clara a compreensão da Vida e certamente retirará os estreitos limites que sobre ela costumamos estabelecer, a começar pelo fato de que todos nós, sem exceção, somos Espíritos, ou seja, imortais e indestrutíveis. Morre o nosso corpo físico, sim, que se decompõe e se transforma ou pode ser cremado, mas o Espírito, o verdadeiro ser, o ser pensante, continua vivo, vivíssimo, e retorna ao Mundo dos Espíritos, de onde proviemos e para onde regressaremos.

Consideramos este dado, por si, de enorme importância, pois, se bem entendido e sobre o qual haja convicção, não restará qualquer dúvida, por mínima que seja, de que realmente somos seres imortais, que viveremos para todo o sempre; seres indestrutíveis, portanto, cada qual com a sua individualidade inteiramente preservada, assim como preservados ficarão o conhecimento adquirido, as virtudes conquistadas e, como o indicam a lógica e o bom senso, os erros, males e equívocos que ainda não tenhamos conseguido corrigir e reparar.

Resta clara também a ampla possibilidade de progresso intelectual e moral, continuamente, com o nosso aperfeiçoamento pessoal permanente, através de outras reencarnações, por exemplo, razão pela qual um dia vivenciaremos a felicidade completa.

Deus, que é a inteligência suprema e a causa primeira ou primária de todas as coisas (questão nº 1 de O Livro do Espíritos), não erra. O Universo está sob o seu comando e controle. E Jesus, Seu filho, modelo e guia da Humanidade, é o governador espiritual do planeta Terra.

Basta que prestemos atenção para percebermos que a Natureza é perfeita, que as Leis Naturais são perfeitas e, exatamente por isso, imutáveis.

Mutável é a lei humana, mutável é o comportamento humano, que incontáveis vezes provoca erros, danos e prejuízos. A Terra é um planeta de expiações e de provas, de categoria inferior no Universo, onde prevalecem o mal e a imperfeição, ainda.

Responsabilidade total nossa, que nos deixamos conduzir por interesses e sentimentos inferiores, saltando aos olhos a presença do orgulho, do egoísmo, da vaidade, da maledicência, da mentira, da arrogância, do desrespeito, da desonestidade etc.

Para dizer o mínimo, no dia em que houver mais seriedade e maior consciência de que, sendo imortais, teremos que nos acertar com a Vida, mais dia menos dia, certamente mudaremos nossa postura e compostura, para melhor, e procuraremos fazer a parte que nos cabe do melhor modo possível, com zelo, qualidade e amor, e principalmente sem hesitar, ainda que por um átimo, em optar pelo Bem, em fazer o Bem sempre, em qualquer circunstância e em qualquer situação.

Nesse ponto, importante registrar a notável advertência de Emmanuel, Espírito, através do médium Francisco Cândido Xavier: E outros obstáculos sobrevirão, até que o discípulo aprenda a dominar-se, a educar-se e a vencer, serenamente, com as lições recebidas (Caminho, Verdade e Vida, 28ª edição FEB, 2008, página 96).

Quando tal acontecer, o amor, a lei maior da vida, estará prevalecendo em nosso dia a dia. E, sem a menor sombra de dúvida, seremos mais felizes.

Com estas ligeiras observações, desejamos expressar nossa gratidão, nosso melhor agradecimento, nossa admiração e nosso profundo respeito a todos os que tornaram possível a elaboração e a veiculação desta monumental obra [e de modo muitíssimo especial ao Espírito Verdade e a Allan Kardec, bem como aos seus inúmeros colaboradores], que em 2013 completa 156 anos como verdadeiro farol a propagar luzes de esclarecimento, orientação e consolo.

A força da compreensão


Um brinquedo de Jonas havia desaparecido. Irritado, suspeitando que seu irmão Lucas, de apenas três anos de idade, era o culpado, gritou:

— Lucas, devolva meu carrinho vermelho novo.

— Não sei onde está. Não peguei seu carrinho — respondeu o pequeno.

— Pegou sim. Diga onde você o escondeu, Lucas!

Mas o garotinho repetia, batendo o pé no chão e chorando:

— Não peguei, não peguei, não peguei.

Ao ver a confusão armada e Lucas em prantos, a mãe pega o pequeno no colo e diz ao filho mais velho:

— Jonas, meu filho, você já tem onze anos e não pode ficar brigando com seu irmãozinho. Se Lucas disse que não pegou, acredite. Procure direito e acabará encontrando seu brinquedo.

Bufando de raiva, Jonas sai da sala e começa a procurar o carrinho. Procurou no quarto de dormir, no quintal, na varanda, na sala e até no banheiro. Nada de encontrar seu brinquedo preferido.

Sem saber mais onde buscar, Jonas entrou no escritório e, olhando para a estante de livros do seu pai, pensou: Só pode estar aí!
Retirou todos os livros da estante.
Quando o pai chegou, ao entardecer, levou um susto. Encontrou Jonas perdido no meio dos livros, desanimado.

— O que aconteceu, meu filho? — perguntou, espantado.

— Estava procurando meu carrinho, papai.

— No meio dos meus livros? E você o achou?

— Não, papai.

— Bem. Então, agora coloque os livros no lugar.

— Mas, papai! Estou cansado! — reclamou o garoto, fazendo uma careta.

Com muita paciência, o pai considerou:

— Jonas, foi você que fez essa bagunça. Logo, é você que deve arrumar tudo, colocando os livros no lugar! Pode começar já, caso contrário não terminará até a hora de dormir.

Eles não viram que o pequeno Lucas tinha entrado, se escondido atrás da mesa, e ouvia a conversa.

Assim que o pai saiu da sala, Lucas se prontificou com seu jeitinho:

— Quer ajuda, Jonas?

Com uma grande pilha de livros nos braços, que mal podia carregar, o irmão respondeu mal-humorado:

— Você?! Saia daqui, pirralho! Você não tem força para levar livros tão pesados. Agora me deixe trabalhar!

Não demorou muito, Jonas estava exausto. Resolveu parar um pouco para descansar e tomar um lanche, mas estava tão cansado que se sentou no sofá da sala, diante da televisão, e acabou cochilando.

Ao acordar, levou um susto!

"Meu Deus! Eu adormeci e não acabei de arrumar os livros do papai!"

Correu para o escritório e teve uma grande surpresa.

Parecia um milagre! Apesar de um pouco desalinhados, os livros estavam todos no lugar!

— Quem terá feito isso? — perguntou baixinho, sem poder acreditar.

Uma voz alegre e cristalina respondeu:

— Fui eu!

Era Lucas, satisfeito com seu serviço, carregando o último livro.

— Como você conseguiu fazer isso, Lucas? Eles são muito pesados! Como pôde carregar uma pilha de livros?

— Ora, não carreguei uma pilha de livros. Levei um por um!

Jonas fitou o irmão, admirado do trabalho que ele tinha realizado. Compreendeu que menosprezara a ajuda do pequeno Lucas julgando-o incapaz. No entanto, o irmãozinho provara que podia realizar aquela tarefa. Certamente, não conseguiria levar um peso grande, mas tinha usado a cabecinha e transportado os livros aos poucos.

Jonas aproximou-se do irmão e abraçou-o com carinho.

— Lucas, hoje você me mostrou que sempre podemos realizar aquilo que desejamos. Basta que tenhamos boa vontade e criatividade. Obrigado, irmãozinho.

Os pais, que passavam naquele momento e pararam para observar a cena, também ficaram satisfeitos ao ver os irmãos abraçados e em paz.

Sorridente, a mãe considerou:

— Para que a lição seja completa ainda falta uma coisa, Jonas. Lembra-se do seu carrinho vermelho? Pois eu o encontrei, meu filho. Estava no meio das suas roupas, no armário.

Corando de vergonha, Jonas virou-se para o irmão e disse:

— Lucas, nem sei como me desculpar pela maneira como agi. Por duas vezes hoje eu o julguei mal e errei. Além disso, você mostrou que é pequeno no tamanho, mas que tem um grande coração. Apesar de ter sido maltratado por mim, suportado o meu mau humor, minha irritação, esqueceu tudo e, quando viu que eu estava em apuros, ajudou-me com alegria, realizando uma tarefa que era minha. Você pode me perdoar?

O pequeno abraçou Jonas com um largo sorriso:

— Claro! Você me leva para passear amanhã?

Todos riram, satisfeitos por fazerem parte de uma família que tinha problemas como qualquer outra, mas que acima de tudo era feliz, porque existia compreensão, generosidade e amor entre todos.

                       Celia Xavier de Camargo


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Compreensão


Os 12 Apóstolos de Jesus, foram preparados pelo próprio Cristo, no plano espiritual antes de virem a Terra. Todos possuíam muita sabedoria, muito raciocínio e a grande maioria, muita simplicidade.
Bezerra de Menezes nos diz que, todos carregavam em seus espíritos, defeitos que deveriam ser eliminados e que deveriam aprender a caminhar sob os passos da consciência do Cristo.
Em Betsaída, pequena cidade da Galiléia, Jesus, ficou por várias semanas, junto de seus apóstolos. Todas as noites eles se reuniam no antigo casarão dos pescadores, assim era conhecido, pois durante o dia os pescadores usavam para descansar e trocar experiências. À noite durante as reuniões havia uma verdadeira chuva de luzes...
Foram nessas reuniões que o Evangelho criou raízes nos corações dos Apóstolos.
Foram nessas reuniões que Jesus aperfeiçoou a todos eles.
E foi nessas reuniões que todos conseguiram eliminar de seus espíritos o ódio..., o ciúme..., a inveja..., aprenderam a perdoar..., disciplinaram a língua..., deixaram de julgar... e aprenderam a andar sob os passos da consciência do Cristo.
Felipe um dos Apóstolos, era um homem de muito raciocínio, tinha uma sede muito grande por conhecer as verdades da vida material e da vida espiritual. Sua mente não parava de buscar respostas a todas suas dúvidas. Mas era muito cauteloso, quando encontrava uma doutrina que lhe atraía, não aceitava de pronto; analisava..., colocava sob o crivo da razão e muita vez apresentava a alguém de sua confiança, a fim de conhecer o seu parecer.
Felipe tinha também, uma grande dificuldade; expor seu ponto de vista ao outro. Tudo isso o incomodava bastante.
Um dia passeando nos arredores de Betsaída ele se pôs a pensar: - "Será que minha mente é como o estômago, quando está cheio se sente satisfeito, mas logo depois começa pedir alimento?”.
Quando saio das reuniões com Jesus, me sinto entendedor de todas as verdades, mas quando encontro alguém que não crê na vida espiritual, logo me encho de dúvidas e me questiono se estou buscando o caminho certo!
Nisso... Logo mais à frente havia algumas ovelhas passeando e uma delas veio em sua direção, passando bem rente à sua perna, Felipe com o instinto de uma criança, acariciou a ovelha, e fez menção que iria pegá-la... A ovelha saiu correndo e em seguida volta e passa a cabeça na perna de Felipe, que continua a acarinhar o animal e se pôs a pensar: ... Olha... a ovelha entendeu que não queria lhe fazer mal algum e retribui o carinho!
Nisso chega seu amigo Natanael lhe saudando "A paz esteja contigo" e Felipe, muito sério diz: - Natanael... quando pensamos no Mestre Jesus ele nos atende da maneira que estiver mais próxima de nós...pode ser até um animal!
Natanael não entendeu o amigo, mas ficou curioso! Olhou para o céu, viu que o sol já estava se ponde e disse; - Vamos... vamos! Temos um compromisso. Saíram caminhando apressadamente e com a visão lateral, Felipe percebeu que estavam sendo seguidos pela ovelha narrando o ocorrido ao amigo.
Chegando à reunião com o Mestre, todos os Apóstolos já estavam sentados e muito felizes, pois ser evangelizados pelo próprio Cristo era extasiante!
Jesus passa o olhar sob os Discípulos e para em André, que sente uma forte vontade de fazer uma prece. Levanta-se e roga a Deus as bênçãos daquela noite.
Em seguida Felipe se levanta e com todo o respeito fala a Jesus; - Mestre Jesus, o Senhor poderia explicar a todos nós, mas com especialidade a mim, o que vem a ser a inconstância da Compreensão? Quando saio dessas reuniões, me sinto fortalecido na Fé e me sinto um gigante em virtudes; mas quando encontro alguém que não pensa exatamente com eu, me desequilibro e se não tomar cuidado parto para a agressão verbal. Aí Mestre me encho de dúvidas se é esse mesmo o meu caminho.
Jesus olha para Felipe com Seu doce e meigo olhar e começa a falar: ... Felipe quando vamos construir uma morada, é preciso que ela seja segura! Abrimos uma vala... fazemos o alicerce...erguemos as paredes...e cobrimos com o telhado. Assim ela está pronta para a entrada dos moradores. Todo ser humano deve ter uma casa mental sólida. Devemos limpar as valas eliminando os pensamentos deprimentes... Ruins... Enchemos com pedras que representem os ideais superiores misturados com a argamassa da boa vontade. Erguemos as paredes, onde cada tijolo represente um conceito das Leis de Deus e o telhado... É a vivencia diária, com o conhecimento adquirido. Jesus deu uma pausa para que seus apóstolos pudessem digerir as informações e continuou...
Felipe é através das inconstâncias do dia-a-dia que saberemos se aprendemos a lição da Vida! Todos os aparelhos são testados várias vezes para saber se funcionam... É nós... somos testados diariamente até estarmos aptos a sermos servidores do Pai.
Nisso ouve-se um barulho lá fora... é a ovelha, parecendo estar chamando à Felipe. Ele olha para o amigo Natanael, trocam um leve sorriso e Jesus continua...
Felipe compreender a ovelha foi fácil não! Porque ouve ali, uma troca de entendimento. Agora, compreender o outro que nos ofende, nos calunia e usa da maledicência é difícil. Use sua mente para entender o próximo, pois quando entendemos a forma de pensar do outro... nosso coração, transforma todo sentimento em perdão.
E Jesus, olhando para todos os Apóstolos falou... E todos vós a compreensão deve ser envolvida em muita pureza, pois a luz de entendimento que recebeis, segaria a quaisquer outros olhos, e há quem muito é dado, muito é pedido. Todos nós, sem exceção, viemos para servir sem esperar ser servidos e o maior mal, até daquele que esta despertando para a luz, é ajudar esperando ser ajudado..., é perdoar, esperando ser perdoado..., é sorrir esperando receber um sorriso de volta..., é dar pousada a um viajante esperando que a vida lhe ofereça oportunidade de viajar.
Todos vós conheceis a Deus através de mim.
Assim, todos os Apóstolos ficaram maravilhados e com a mente repleta de ensinamento, terminando a reunião da noite, todos saíram em silêncio com seus pensamentos...




E a todos nós:Ave Luz...
Que possamos estar sempre atentos aos nossos pensamentos.
Pois,

"Veja você que, no fim das contas, é entre você e Deus... nunca foi entre você e os homens” Madre Tereza de Calcutá.

Elaine Saes
Texto baseado no livro Ave Luz - Compreensão. (João Nunes Maia - Espírito Shaolin)
Palestra I - Casa da Prece Jesus nos Guie - 12 de abril de 2012.

QUANDO A COMPREENSÃO ESTIVER CONOSCO

QUANDO A COMPREENSÃO ESTIVER CONOSCO

Quando a compreensão estiver em nossos olhos, fixaremos na cicatriz do próximo a dificuldade respeitável de um irmão.

Quando a compreensão morar em nossos ouvidos, receberemos a injúria e a maldade, nelas sentindo o incêndio e o infortúnio que ainda lavram no espírito daqueles que nos observam, sem exato conhecimento.

Quando a compreensão se nos aninhar no próprio verbo, o falso julgamento surgirá, junto de nós, por enfermidade lamentável, de quem nos procura, e saberemos fazer o silêncio bendito com que se possa, tanto quanto possível, impedir a extensão do mal.

Quando a compreensão se nos associar ao raciocínio, identificaremos nos pensamentos infelizes a deplorável visitação da sombra, diante da qual acenderemos a luz da fé para a justa resistência.

Quando a compreensão clarear-nos o sentimento, a rigidez espiritual jamais encontrará guarida em nós outros, porque o calor da benevolência irradiar-se-nos-á do espírito, estimulando a alegria dos bons e reduzindo a infelicidade dos companheiros que ainda se confiam à ignorância.

Quando a compreensão brilhar em nossas mãos, a preguiça não nos congelará a boa vontade e aproveitaremos as mínimas oportunidades do caminho para as tarefas do amor que o Mestre nos legou.

“Bem-aventurados os limpos de coração!” — proclamou o Excelso Amigo.

Sim, bem-aventurados os que esposam o bem para sempre, porque semelhantes trabalhadores da luz sabem converter a treva em claridade, os espinhos em flores, as pedras em pães e a própria derrota em vitória, criando invariavelmente o Céu onde se encontram e apagando os variados infernos que a ignorância inflama na Terra para tormento da vida.

(De “Luz e Vida”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)


Compreensão

“Na vida não basta saber, é imprescindível compreender. Os livros ensinam, mas só o esforço próprio aperfeiçoa a alma para a grande a abençoada compreensão”. (Emmanuel).

    A compreensão é a capacidade de entender o significado de algo. É condição, característica ou prédisposição para aceitar e respeitar opiniões ou comportamentos alheios. Nem todos tem a capacidade de compreender os problemas colocados pelas pessoas, isso gera discórdias. A compreensão está diretamente ligada à capacidade intelectual e o conhecimento espiritual de cada um. Por isso, deve-se ter cuidado ao expor as suas opiniões, porque nem todos possuem conhecimento suficiente, ou a evolução espiritual necessária para entender as colocações. Essa situação pode gerar muitos conflitos.
    Vejamos o que nos disse André Luiz sobre esse tema: -“Reclamar compreensão e resultados de criaturas e situações, ainda incapacitadas para no-los dar, constitui exigência mais cruel que a solicitação de recompensas imediatas. Os que auxiliam alguém, interessados no reconhecimento ou na compensação, quase sempre permanecem de olhos cerrados para o concurso divino e invisível que de Mais Alto recebem. Exigem que outros lhes identifiquem a posição de benfeitores, mas nunca se recordam de que amigos sábios e desvelados lhes oferecem a melhor cooperação de planos superiores, sem deles reclamar a mínima nota de gratidão pessoal”.
    O Espiritismo chegou para fazer o homem compreender melhor a sua trajetória aqui na Terra. Seus ensinamentos levam o cidadão a compreender que cada ser humano é diferente do outro, nas aquisições intelectuais e na evolução do Espírito.  Mostra que não se pode tratar todos num mesmo patamar de conhecimento e com isso a compreensão das diferenças são aceitas com naturalidade.
    Queixa-se, amiúde, o homem de não compreender certas coisas e, no entanto, curioso é ver-se como multiplica as dificuldades, quando tem ao seu alcance explicações muito simples e naturais. (João Gonçalves Filho). Para melhorar a humanidade urge que continue a proliferação dos conhecimentos espíritas, somente assim o entendimento entre os homens ficará cada vez melhor.
    Não sejas menino no entendimento, mas sede meninos na malicia e adultos no entendimento. (João Gonçalves Filho).
Fontes:
Romeu Leonilo Wagner, Belém, Pará;
Missionários da Luz, de André Luiz, por Chico Xavier;
www.guia.heu.nom.br.

Filosofia de Compreensão

Filosofia de Compreensão

No transcurso de um dia, não faltam motivos para revides, agressões, quedas morais.

Uma pessoa desatenta choca-se contigo e não se desculpa.

Outra, irreverente, diz-te um doesto e segue, sorrindo.

Mais alguém, em desequilíbrio, não oculta a animosidade que lhe inspiras.

Outrem mais, de quem sabes que te censura, e, mentindo contra ti, acusa- te, levianamente...

Tens vontade de reagir.

"Também sou humano" - costumas pensar.

Somente que reações semelhantes àquelas não resolvem o problema.

Deves nivelar-te às pessoas, pelas suas conquistas e títulos de enobrecimento, numa linha superior, e não pela sua mesquinhez.

Ninguém passa, na Terra, sem provar a taça da incompreensão.

Cada qual julga os outros pelos próprios critérios, mediante a sua forma de ser, como é natural.

O que se não possui, é desconhecido; portanto, difícil de identificado noutrem.

*

Não é necessário que se te despersonalizes evitando apresentar-te conforme és.

Faz-se mister que te superes vencendo a parte negativa do teu caráter, aquela que censuras nos outros.

Lapidando as tuas arestas, tornar-te-ás melhor e mais feliz.

Aqueles que são exigentes, que gostam de aclarar tudo, resolver as situações que lhes surgem, padecem de distúrbios emocionais, sofrem ulcerações gástricas e duodenais, vivem indispostos.

Será que esses perturbadores e insolentes do caminho merecem que te desarmonizes?

Segue em paz, durante todo o teu dia, e arrima-te na filosofia da compreensão e da solidariedade, ajudando-os, sem reagires contra eles.

Isto será melhor para ti e para todos.

FRANCO, Divaldo Pereira. Episódios Diários. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 26.

Não basta Compreender a Doutrina; é Preciso, Sobretudo, Assimilá-la

Não basta Compreender a Doutrina; é Preciso, Sobretudo, Assimilá-la

Autor: J. Herculano Pires

Não basta aceitar os princípios renovadores da Doutrina dos Espíritos. É preciso vivê-los. Todas as doutrinas são sistemas lógicos, acessíveis à compreensão intelectual. Desse ponto de vista, o Espiritismo pode ser compreendido por qualquer pessoa curiosa e de capacidade mental comum. Trata-se de uma doutrina clara, baseada em princípios de fácil assimilação, embora por baixo dessa simplicidade existam problemas complexos, de ordem científica e filosófica. É tão fácil compreendê-lo, desde que se estude criteriosamente as suas obras básicas.





A simples compreensão de uma doutrina, porém, não implica a sua vivência. Além de compreendê-la, temos de senti-la. Somente quando compreendemos e sentimos o Espiritismo, quando o incorporamos à nossa personalidade, quando o assimilamos profundamente em nosso ser, é que podemos vivê-lo. Daí a razão de Allan Kardec ter afirmado a existência de vários tipos de espíritas, concluindo que “o verdadeiro espírita se conhece pela sua transformação moral”. Espiritismo compreendido e vivido transforma moralmente o homem.





Viver o Espiritismo, entretanto, não é viver no meio espírita, fazendo ou freqüentando sessões, lendo obras doutrinárias ou ouvindo conferências. Pode fazer-se tudo isso, e ainda mais, - pode-se até mesmo gastar muito dinheiro e tempo em obras de assistência social, - atendendo apenas à compreensão intelectual da doutrina, sem vivê-la. Porque viver o Espiritismo é pautar todas as ações pelos princípios doutrinários. É moldar a conduta pela doutrina. É agir, em todas as ocasiões, como o verdadeiro espírita de que fala Allan Kardec.





Ainda neste ponto, porém, é necessário lembrar que não basta a conduta externa. Não basta a aparência. Nada mais avesso, aliás, às aparências, do que o Espiritismo. Anti-formal por excelência, contrário aos convencionalismos sociais e religiosos, o Espiritismo, como dizia Kardec: “é uma questão de fundo e não de forma”. Por isso mesmo, não podemos vivê-lo de maneira externa. Antes da conduta exterior, temos de reformar a nossa conduta interna, modificar nossos hábitos mentais e verbais. Pensar, falar e agir de acordo com os princípios renovadores da moral espírita, que é a própria moral evangélica, racionalmente esclarecida pela Doutrina do Consolador.





Surge ainda uma dificuldade, que devemos tentar esclarecer. Chegados a este ponto, muita gente nos perguntará, como sempre acontece, quando falamos a respeito: “O espírita deve então sujeitar-se rigidamente a um molde doutrinário?” Não, pois se assim fizesse estaria impedindo o seu livre desenvolvimento moral. Quando falamos em “moldar a conduta”, fazêmo-lo num sentido de orientação, nunca de esquematização. O espírita deve ser livre, pois, como acentuava o apóstolo Paulo “onde não há liberdade não está o Espírito do Senhor”. Só a liberdade dá responsabilidade, e só a responsabilidade produz a verdadeira moral.





Ao procurar viver o Espiritismo, devemos portanto evitar as atitudes formais que conduzem ao artificialismo, e conseqüentemente à mentira e à hipocrisia. Como se vê, esse é o caminho contrário ao da Doutrina dos Espíritos, é o caminho tortuoso da Doutrina dos Homens, no plano mundano. Devemos ser naturais. E como modificar a nossa natureza inferior, sendo naturais? Primeiro, compreendendo que temos essa natureza inferior e precisamos modificá-la, o que fazemos pela compreensão da doutrina; depois, sentindo a necessidade de modificá-la, o que fazemos pela assimilação emocional da doutrina. Nossa transformação moral deve começar de dentro, e não de fora. Dos pensamentos e sentimentos, e não das atitudes exteriores. Deve ser uma transformação para Deus ver, não para os homens verem.





A falta de compreensão desse problema leva muitos espíritas a posições incômodas dentro da doutrina, e o que é pior, a posições comprometedoras para o movimento doutrinário. E leva também a lamentáveis confusões, principalmente no tocante ao problema religioso. Quando compreendemos, porém, que o Espiritismo não é somente um sistema doutrinário para assimilação intelectual, mas que é sobretudo, vida, norma de vida, e principalmente, seiva renovadora da vida humana na terra, então compreendemos que não é possível separar-se, dos seus aspectos científicos e filosóficos, o seu poderoso aspecto religioso. Lembremos ainda o que dizia Kardec, ou seja, que o Espiritismo é forte justamente por afirmar e esclarecer as mesmas verdades fundamentais da religião.


sábado, 25 de julho de 2015

EDUCAÇÃO PARA A CORAGEM

EDUCAÇÃO PARA A CORAGEM

            A coragem é a intrepidez que se desenvolve no ser humano, a fim de poder realizar os enfrentamentos com decisão e altruísmo, mantendo a firmeza de espírito em qualquer circunstância, entre outras definições.
            Resultado de uma boa orientação espiritual, a coragem dignifica e eleva o espírito, trabalhando as suas necessidades e desenvolvendo os atributos que necessitam de expansão.
            Difere da impetuosidade que caracteriza a predominância do instinto, demonstrando a grandeza dos sentimentos que não temem, que não recuam diante da dificuldade.
            Essa característica é a marca primorosa dos heróis em todos os campos do comportamento humano.
            O ser de coragem arrosta as conseqüências das suas decisões sem temor da injúria e da perfídia dos outros, confiando nas possibilidades de que dispõe para atingir a meta que estabelece.
            A coragem deve ser desenvolvida no lar, desde os primeiros fenômenos reativos da personalidade infantil, a fim de selecionar dentre os impulsos do primarismo os sentimentos de afirmação, orientando os de elevação ético-moral, de forma a constituírem uma couraça protetora em torno da existência.
            O medo, muitas vezes, propele o indivíduo para determinadas atitudes que podem confundir-se com a coragem, quando são apenas mecanismos de defesa da vida e impulsos destrutivos.
            A coragem alia a razão á emoção e trabalha sem precipitação nem alarde, produzindo fenômenos de alegria e de paz.
            Em face do processo da evolução, o espírito transfere de uma para outra reencarnação as marcas das ocorrências que foram enfrentadas, assinalando-o com culpa, medo e necessidade de fuga, diante de qualquer iminente perigo, real ou imaginário.
            A educação para a coragem fortalece as fibras mais íntimas do ser, estimulando à superação, etapa a etapa, dessas heranças perturbadoras.
            O desenvolvimento da autoconfiança e da determinação em ralação aos compromissos para com a existência, facultam a manifestação da coragem, que se fortalece aos estímulos interiores da oração e da confiança irrestrita em Deus.
            Pelo caminho existencial sempre surgirão ameaças e desafios, que constituem oportunidade de crescimento moral e emocional, devendo ser enfrentados com naturalidade e decisão.
            A coragem nasce de um específico sentimento de amor àquilo em que se crê, que se deseja e pelo qual se luta.
            Mediante a presença do amor a coragem faz-se mais decisiva e, portanto, com melhores possibilidades de alcançar o triunfo na luta a que se entrega.
            É muito comum na educação do lar, cuidar-se da prudência, da humildade, da submissão, poupando-se constrangimentos e decepções, amarguras e dissabores. Embora seja uma conduta correta, não se pode prescindir da coragem para manter-se prudente, quando as circunstâncias favorecerem reações precipitadas. Da mesma forma, a humildade necessita da coragem para preservar-se digna, fugindo da situação do medo que submete o indivíduo àquilo que detesta, exclusivamente porque não deseja experienciar incômodos nem mal-estares.
            A coragem supera essas situações complexas, que impõem decisão firme e ação contínua.
            O medo paralisa, impede o crescimento moral e intelectual, arruinando as possibilidades de elevação que surgem no processo da evolução. Embora decorra de um sentimento humano cauto, deve ser circunscrito numa fronteira em que a prudência recomenda equilíbrio, recuo, recomposição de forças, evitando a afoiteza irresponsável.
            Tudo aquilo quanto é desconhecido gera um certo sentimento de medo, de precaução, por gerar incerteza e produzir desconfiança.
            O excesso, porém, de cuidados, em face das ocorrências não esperadas, daquilo que se constitui novidade e desconhecimento, pode favorecer a estagnação e dar lugar a transtornos de conduta.
             Na educação doméstica para a coragem, torna-se necessário desenvolver as aspirações da beleza, da verdade, da conquista moral, de forma que as intempéries, as vicissitudes que se apresentem sejam devidamente enfrentadas com decisão e disposição para vencê-las.
            Quem receia voar além dos limites não consegue alcançar os próprios limites, definhando e amofinando-se diante do maravilhoso projeto viver.
            A coragem necessita, no ninho doméstico, do combustível dos exemplos que devem ser dados pelos pais diligentes e trabalhadores, que não se queixam, nem se entregam a lamentações, sabendo referir-se aos acontecimentos negativos com naturalidade, como pertencentes ao processo de realizações.
            Nenhuma ascensão pode ser conseguida sem a vitória sobre os percalços da trajetória.
            Os cumes são difíceis de alcançados, mas quando conquistados premiam com a visão deslumbrante da paisagem em volta.
            A existência humana pode ser considerada como uma aventura evolutiva. Enfrentá-la com altivez e coragem é conseguir-se o triunfo em toda a sua generosidade e significação.
            Cada situação vencida retribui com momentos encorajadores e mais belos, dando significados estimulantes para novas lutas.
            Somente com a coragem se pode combater o mal e suas expressões inferiores, que se encontram ínsitos nos sentimentos torpes, que defluem do egoísmo, da presunção e da equivocada visão em torno dos valores nobres que se não têm.
            É indispensável coragem para auto-analisar-se, para descobrir as anfractuosidades morais, as imperfeições em predomínio, as mesquinhezas do caráter e da conduta.
            Foi a coragem que deu oportunidade aos artistas, aos estetas, aos santos, aos cientistas, aos heróis de todo tipo, aos conquistadores, aos pensadores éticos e aos lutadores nobres, de realizarem os seus sonhos, de construírem as suas aspirações, tornando-as realidade no mundo objetivo.
            Jesus-Cristo, com muita justiça, denominado o Herói da cruz, viveu corajosamente, arrostando todas as conseqüências do Seu ministério, sem submeter-se aos dominadores de mentira, aos poderosos de coisa nenhuma, demonstrando que o amor é a força mais grandiosa que existe no Universo, porque nascida em Deus, sustenta a Criação.
            Seu exemplo de  coragem permanece como estímulo e lição viva para todas as criaturas que desejam a iluminação e o encontro com Ele.

Do livro: CONSTELAÇÃO FAMILIAR
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis

Ter coragem de fazer o bem


– Por que, neste mundo, os maus exercem geralmente maior influência sobre os bons? “Pela fraqueza dos bons. Os maus são intrigantes e audaciosos; os bons são tímidos. Estes, quando quiserem, assumirão a predominância.” (Questão 932, de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.)


Carregando no íntimo a condição de mau, o homem que vive à margem dos ensinamentos cristãos não tem medo ou receio de causar danos à sociedade que o acolhe. Pouco se importa com os danos que provoca ou com prejuízos que causa àqueles que cruzam o seu caminho. Segue sua jornada com audácia, sendo inconsequente, nada temendo. Em resumo, é ousado.

Já a criatura de bem, aquela que se preocupa em pautar suas ações sempre de acordo com as valiosas e imprescindíveis lições de Jesus Cristo, muitas vezes é tímida e retraída. Procura viver dentro dos padrões da moralidade, da decência e da dignidade, mas nem sempre aguerrida o suficiente para enfrentar o avanço das ações malévolas que a rodeiam.

Na pauta das suas realizações terrenas procura ajudar, socorrer e amparar os irmãos do caminho, com atitudes descompromissadas, mas, diante de situações em que deve se expor um pouco mais, se retrai assustada, temendo enfrentar o mal que às vezes se levanta barulhento e desafiador.

Tem valor incalculável a doação de uma cesta básica de alimentos a uma família carente, de prole numerosa, mas isso é pouco diante da gravidade da situação reinante.  Será preciso ir além disso, tomando a deliberação de programar ações firmes que possam apontar caminhos, visando a que cada membro do agrupamento familiar tenha oportunidade de ganhar, com o próprio suor, o seu sustento.

Oferecer material escolar para que crianças, adolescentes e jovens pobres permaneçam nos bancos escolares é tarefa das mais nobres, no entanto, só isso não basta para que se tornem homens de bem, imprescindível que atuemos decididamente informando-os sobre os valores da honradez e da dignidade, virtudes básicas para a formação equilibrada do caráter.

Erguer clínicas, hospitais e instituições de socorro àqueles que se embrenharam pelos nefastos e destruidores caminhos do vício tóxico é de capital importância, mas jamais podemos olvidar a necessidade urgente de trabalharmos, com determinação e arrojo, pelo esclarecimento e conscientização, principalmente de adolescentes e jovens, para que saibam enfrentar os arrastamentos sem o terrível mergulho no mundo pestilento da dependência química.

É valioso identificar os males que decorrem da corrupção, dos favorecimentos ilícitos, das coisas arranjadas, mas somente isso não impede que tais desatinos continuem a ocorrer. Indispensável que saiamos a combater, com coragem e determinação, essa cultura imoral, danosa e trágica que tantos prejuízos causam no seio das coletividades.

Em verdade não basta que evitemos o mal, é imprescindível fazer o bem, no limite de nossas forças, pois que seremos responsáveis pelos mal que nascer do bem que não fizermos.

Não é prudente enfrentarmos o mal de forma atabalhoada e irresponsável, mas da mesma forma não é digno que cruzemos os braços, timidamente, e fiquemos a observar o avanço dos maus que são intrigantes, ousados e audaciosos.

Por certo, a Providência Divina não espera de nós nenhum espetáculo de grandeza e excelsitude, no enfrentamento ao mal que campeia à solta ao nosso redor, mas aguarda que cada um tenha a coragem e a audácia de se empenhar ao máximo na construção de uma sociedade mais justa, fraterna e humana, mesmo que para tanto tenha que desprender cotas de sacrifício.

O verdadeiro homem de bem é aquele que não foge ao bom combate, conforme nos ensinou Paulo de Tarso.

Reflitamos.      

WALDENIR APARECIDO CUIN

Coragem

Amigo:

É verdade que em tuas relações com Deus:

– pediste o dom da saúde e a saúde é um dos maiores tesouros da vida;

– rogaste a bênção da paz e a paz é o alicerce de todo equilíbrio;

– suplicastes o apoio do afeto e o afeto é um refúgio sublime;

– deprecaste a luz da compreensão e a compreensão é à base da segurança;

– requestaste o privilégio da liberdade e a liberdade é a força que te mede o aprimoramento;

– imploraste a proteção da simpatia e a simpatia é o estímulo da ação;

Solicitaste o amparo da cultura da inteligência e a cultura é o instrumento que te faz discernir;

Requisitaste o socorro do trabalho e o trabalho é o motor do progresso.

Entretanto, para que obtenhas saúde e paz, afeto e compreensão, liberdade e simpatia, cultura e trabalho, não prescindes de uma alavanca, da qual nem sempre te lembras nas petições à Providência Divina – a alavanca da coragem, a coragem de servir e viver.

É por isso, leitor amigo, que te oferecemos as páginas simples deste livro.

Elas traduzem o nosso apelo, – apelo as nossas melhores forças, – para que jamais esmoreçamos, diante das lutas e provas que nos são necessárias ao burilamento próprio, porque ainda mesmo quando sitiados, em todas as direções, por dificuldade e desarmonia, débito e sofrimento, haverá sempre um caminho de refazimento e libertação que a esperança nos descerra, ante a misericórdia de Deus.

pelo Espírito Emmanuel – Do livro: Coragem, Médium: Francisco Cândido Xavier.


A renovação exige coragem e perseverança

A renovação exige coragem
 e perseverança

          O trabalho de renovação das disposições íntimas vai exigir, de todo aquele que se proponha executá-lo, perseverança e determinação. Perseverança, por causa da necessidade da repetição contínua e sistemática na correção do desvio feito nos caminhos da existência, e determinação, para que não se abandone o comprometimento com essa nova atitude.
          As ideias fantasiosas que temos sobre renovação deixam-nos manietados a outros erros, e iludidos na certeza de que a estamos realizando. Quase sempre, por desconhecimento, apenas trocamos o nome, o rótulo de antigos enganos, que insistimos em manter – nos apraz tal situação –, distorcendo o verdadeiro significado de tal fato. Esse engano, parece-nos, está ligado à noção equivocada de que estamos, realmente, comprometidos com a mudança e que a estamos realizando. Mas a verdade é que, se observarmos nossa conduta, poderemos perceber, muitas vezes, que insistimos em cometer os mesmos erros, fazendo as mesmas escolhas e guardando a certeza de que já havíamos superado essa fase. Todavia, a consciência dessa repetência permitirá que nos coloquemos em alerta, porque nos permitirá saber que, ainda, estamos no início da caminhada e distantes dessa superação.
          As situações, nas quais somos chamados a dar testemunho daquilo que já aprendemos – e quase sempre supomos que já o fizemos –, constituem-se em  excelentes vitrines para essas observações. São armadilhas que surgem para que nos testemos, para que tenhamos um parâmetro da nossa evolução, para que possamos medir o quanto, ainda, a paciência, a tolerância com as diferenças, o entendimento fraterno a quem nos agride, a capacidade de perdoar e esquecer e tantos outros, que imaginávamos já dominar, estão longe do ideal da prática amorosa que Jesus nos ensinou.
          São decepções que infligimos a nós mesmos e que sacodem a nossa acomodação, no pouco que fizemos, mas que supomos ser muito. É importante lembrar aqui que qualquer avanço na senda do progresso é louvável e, às vezes, requer muito esforço de quem o executa. O que não pode ocorrer é a estagnação desse movimento renovador, com a justificativa de que muito já foi feito. Isso nos desequilibra e nos adoece física e emocionalmente, permitindo que, inúmeras vezes, sejamos alvos fáceis de aproximação de outras mentes em desalinho, sejam elas encarnadas ou desencarnadas.
          Por essa razão, a superação de sentimentos inferiores, sob o ponto de vista de Jesus, como os de revide, vingança, vaidade, personalismo, por exemplo – expressões do egoísmo na vida de relação –, é de vital importância para a recuperação e manutenção do equilíbrio e da harmonia no âmbito da vida íntima. É essa condição que nos permitirá não sermos feridos pelas correntes aflitivas e conflitantes que nos cercam, proporcionando um outro olhar sobre essas armadilhas, um olhar com objetividade, dando a cada situação o justo peso de importância.
          Para que isso ocorra, faz-se mister buscar conhecer nossos sentimentos – raiz de nossas escolhas –, dimensioná-los, estabelecendo prioridades para serem trabalhadas, com foco nas suas transformações, partindo do mais simples e, portanto, do mais fácil – aquele mais imediato, mais próximo, que está mais claro para nós – para o mais complexo e mais difícil.
          O mais importante nesse processo, em última análise, é ter a coragem de identificar esses sentimentos malsãos, iniciar a tarefa de renovação e, depois, permanecer nesse caminho. Passeando entre a luz e a sombra, a razão e a emoção, nunca acertaremos a rota se não nos comprometermos com a mudança e perseverar nela, mesmo que se tenha de refazer os passos mil vezes.
          Muitos de nós creem que somente a fé em Deus seja suficiente para que essas mudanças ocorram. Entretanto, a proposta de renovação, que Jesus nos convida a realizar, transcende a simples fé divina. Ela vai além e toca na essência do Espírito, na vontade genuína de realizá-la.  Daí, a presença dessas duas forças transformadoras em nós: a fé humana e a fé divina, porque, ainda que se aceite a soberana presença de Deus em nossa vida; ainda que a fé nos leve a adorá-lO em Espírito e Verdade; ainda que a Natureza O revele através das belezas que nos cercam, se não O sentirmos e mostrarmos ao mundo, através de nossas atitudes, nada terá sentido. Aceitar a Sua presença e não vê-lO no próximo é cegueira mental; adorá-lO em Espírito e Verdade e só colocá-lO em altares terrenos é diminuir-Lhe a majestade; e vê-lO revelado em Suas obras e não entendê-lO é olhar-se no espelho e não reconhecê-lO em si mesmo.
          É na busca dessa identidade com o Criador que reside nossa luta renovadora. “O Pai e eu somos um só”, disse Jesus, mostrando que somente pela superação de nós mesmos e da materialidade na qual insistimos em permanecer, seremos livres e nos reconheceremos, finalmente, como filhos de Deus.

LEDA MARIA FLABOREA
ledaflaborea@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

Para acessar a edição atual do jornal www.oconsolador.com.br
Fonte: Leda Maria Flaborea - O Consolador

A Verdadeira Coragem

Você saberia definir, com exatidão, o que é coragem?

Muitos, talvez, respondam a esta pergunta fazendo referência a atos impulsivos, impensados, e até mesmo violentos que, não raramente, colocam a vida de alguém em risco.

Quase sempre esta palavra está associada à impetuosidade e à agressividade nos atos, o que leva os indivíduos a resvalarem na precipitação, incapazes de conter ímpetos de violência sob a desculpa de serem corajosos.

Mas, então, qual o real significado desta palavra?

Um dicionário renomado da língua brasileira define coragem como a energia moral perante situações difíceis.

A coragem verdadeira traz, em si, o equilíbrio como base de todas as decisões, de todos os sentimentos, de todas as atitudes.

Dá forças para suportar todas as dificuldades sem derrotismo; mas com o entendimento do que está acontecendo, e, consequentemente, com a possibilidade de buscar a melhor maneira de enfrentar qualquer situação.

Quem é corajoso traz em si a serena confiança nas próprias resistências, não se expondo indevidamente, nem se permitindo os sentimentos inferiores de raiva, ou o desejo de vingança.

Ter autodisciplina exige coragem. A autodisciplina desenvolve verdadeiros tesouros morais que enriquecem o ser humano.

Coragem é conquista conseguida na sucessão das experiências evolutivas, entre variadas dificuldades e sofrimentos, mediante os quais se adquire resistência moral e calma.

É a força moral daqueles que, sendo pobres de haveres materiais, perseveram diante das dificuldades com resignação, sem desistir.

É a força que impele os idealistas que, com convicção, defendem aquilo em que acreditam, e não forçam outros a neles acreditar.

É necessário coragem para que o indivíduo mantenha-se humano, comporte-se de maneira adequada, sofra com dignidade, alegre-se sem exageros.

Pais corajosos educam seus filhos com base em valores morais e éticos.

Filhos corajosos respeitam e amam seus pais, e não se deixam guiar por modismos ou frivolidades.

Famílias corajosas mantêm-se unidas, e seus membros apoiam-se mutuamente nas dificuldades, alegrando-se todos com os sucessos de cada um.

O estudante corajoso valoriza o aprendizado; o mestre corajoso não desiste jamais.

O cidadão corajoso ama sua pátria e respeita as leis vigentes.

O ser humano verdadeiramente corajoso não tem medo de amar. Sim, amar a todos como nosso  Mestre Jesus a todos recomendou.

Nada igual à coragem de Jesus que nunca abandonou Suas convicções, mas que, em nenhum momento usou de violência moral ou física para fazer com que Nele acreditassem ou que O seguissem!

Nada igual à coragem de Jesus que a todos amou, entendeu e perdoou, mesmo nos momentos de maior sofrimento!

                         

Redação do Momento Espírita com base nos cap. 6 e 9 do livro
 Iluminação interior, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 29.07.2009.

Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/meditacao-diaria/a-verdadeira-coragem/?PHPSESSID=53cc25d7b926833bcf2bb6d79baeccc5#ixzz3gvrSRjSB

Coragem e responsabilidade

Coragem e responsabilidade


Quando o ser humano descobre o Espiritismo é tomado por especial alegria de viver, passando a compreender as razões lógicas da sua existência, os mecanismos que trabalham em favor da felicidade, experimentando grande euforia emocional.



Quando o Espiritismo penetra na mente e no sentimento do ser humano, opera-se-lhe uma natural transformação intelecto-moral para melhor, propondo-lhe radical alteração no comportamento que enseja a conquista de metas elevadas e libertadoras.



Quando o indivíduo mantém os primeiros contatos com a Doutrina Espírita, vê-se diante de um mundo maravilhoso, rico de bênçãos que pretende fruir, deixando-se fascinar pelas propostas iluminativas de que é objeto.



Quando o Espiritismo encontra guarida no indivíduo, logo se lhe despertam os conceitos de responsabilidade, coragem e fidelidade à nova conquista.



Nem todos, porém, alteram a conduta convencional a que se acostumaram. Ao entusiasmo exagerado sucede o convencionalismo do conhecimento sem a sua vivência diária, aguardando recolher conveniências e soluções para os problemas afligentes, sem maior esforço pela transformação moral. Não se afeiçoando ao estudo correto dos postulados espíritas e neles reflexionando, detêm-se nas exterioridades das informações que recolhem, nem sempre verdadeiras, tornando-se apenas beneficiários dos milagres que esperam lhes aconteçam a partir do momento da sua adesão.



Com o tempo e a frequência às reuniões, acomodam-se ao novo ritualismo da participação sem realizações edificantes, ou entregam-se à parte da assistência social, procurando negociar com Deus o futuro espiritual em razão do bem e da caridade que acreditam estar realizando.



O conhecimento do Espiritismo de forma natural e consciente desperta os valores enobrecidos da responsabilidade e da coragem indispensáveis à existência ditosa.



Todo conhecimento nobre liberta o ser humano da ignorância, apresentando-lhe a realidade desvestida dos formalismos e das ilusões, na sua fase mais bela e significativa, por ensejar a conquista dos valores legítimos que devem ser cultivados.



O homem livre da superstição e dos complexos mecanismos da tradição da fé imposta redescobre-se e exulta por compreender que é o autor de todas as ocorrências que lhe sucedem, exceção ao nascimento e à desencarnação, e mesmo essa, dependendo muito do seu comportamento durante a vilegiatura física, podendo antecipá-la ou postergá-la.



Adquire a responsabilidade moral pelos atos, não mais se apoiando nas bengalas psicológicas de transferir para os outros a razão dos insucessos que lhe ocorrem, dando lugar aos sofrimentos e suas inevitáveis consequências.



Compreende que uma excelente filosofia não basta para proporcionar uma existência feliz, mas sim a vivência dos seus ensinamentos, que se tornam responsáveis pelo que venha a ocorrer-lhe na área do seu comportamento moral.



É comum a esses adeptos precipitados, passado algum tempo, apresentarem-se decepcionados e tristes, informando que esperavam muito mais do Espiritismo e que encontraram pessoas confusas e perversas, insensatas e desequilibradas no seu Movimento.



Da alegria exagerada passam à crítica contumaz, à maledicência, ao azedume.



Afinal, essa responsabilidade não é do Espiritismo, mas daqueles que o visitam levianamente e não incorporam à vida espiritual os ensinamentos excepcionais de que se constitui a sã doutrina.



De igual maneira que esses neófitos não se preocuparam em conseguir a autoiluminação o mesmo sucedeu com outros adeptos que os precederam, acostumados que estavam ao ócio espiritual, à leviandade religiosa, aguardando sempre receber sem a menor preocupação em contribuir.



O Movimento Espírita não é o Espiritismo. O primeiro é constituído pelos indivíduos, bons e maus, conhecedores e ignorantes das verdades do mundo espiritual, ativos ou ociosos, que se deveriam integrar de corpo e alma ao serviço de renovação interior e da divulgação pelo exemplo. No entanto, para esse cometimento é necessária a coragem da fé, essa robustez de ânimo que enfrenta as dificuldades de maneira lúcida e clara, com destemor e espírito de ação, para remover-lhes os obstáculos e alcançar os patamares mais elevados de harmonia e de bem-estar.



Em muitos, que permanecem na irresponsabilidade do comportamento e na falta de coragem para arrostar as consequências da sua conversão ao Espiritismo, demorando-se na dubiedade, nas incertezas que procuram não esclarecer, receando os impositivos da fidelidade pessoal à doutrina, instalam-se as justificativas infantis para prosseguirem sem alteração, esperando que os Espíritos realizem as tarefas que lhes dizem respeito.



Outros ainda, viciados na conduta da inutilidade, esperam ter resolvido todos os problemas de saúde, família, economia, surpreendendo-se, quando convocados aos fenômenos existenciais das enfermidades, dos desafios domésticos e financeiros, sociais e profissionais, que desejavam não lhes ocorressem em decorrência da sua adesão ao Espiritismo...



Só mesmo a mente insensata pode elaborar conceito dessa magnetiude: a adesão a uma doutrina feliz basta para que tudo lhe ocorra a partir de entãso, de maneira especial e magnífica!



O Espiritismo enseja a compreensão dos fatores existenciais, dos compromissos que a cada qual dizem respeito, do esforço que deve ser envidado em favor da construção do próprio futuro. Elucida as situações dolorosas, explicando as suas causas e oferecendo os instrumentos para a sua erradicação, com a consequente construção dos dias felizes do porvir.



Eis por que se impõe, logo após a adesão aos seus postulados, de par com a responsabilidade da conduta, a coragem para as mudanças interiores que devem acontecer ao largo do tempo, com a vigilância indispensável à produção de fatores elevados para o desenvolvimento intelecto-moral que aguarda o candidato às suas fileiras.



Tomando como modelar a conduta de Jesus, o Espiritismo trá-Lo de volta, desmistificado das fábulas com que O envolveram através dos tempos, real e companheiro de todos os momentos, ensinando sempre pelo exemplo de que as Suas palavras se revestem.



O espírita sincero, que se redescobre através do conhecimento doutrinário, transforma-se em verdadeiro cristão, conforme os padrões estabelecidos pelo Mestre galileu.



Não se permite justificativas infantis após os insucessos, levanta-se dos erros e recomeça as atividades tantas vezes quantas ocorram, tem a coragem para o autoenfrentamento libertando-se dos inimigos de fora para vencer aqueles de natureza interna, sempre disposto a servir e a amar.



Evocando os mártires do Cristianismo primitivo, enfrenta hoje valores decadentes da ética e da moral, graves problemas sociais e morais, que lhe exigem sacrifício para uma existência honorável sem os conchavos com a indignidade, a traição e o furto legalizado.



Torna-se alguém intitulado como portador de comportamento excêntrico, porque tem a coragem de manter a vida saudável, mantendo-se digno em todas as circunstâncias, responsável pelos pensamentos, palavras e atos, incompreendido e, não poucas vezes, perseguido, mesmo nos locais em que labora doutrinariamente, em face da conduta doentia dos acostumados à leviandade e ao ócio.



Sem qualquer dúvida, a adesão ao Espiritismo impõe a consciência de responsabilidade e de coragem, para tornar-se verdadeiramente espírita todo aquele que lhe sinta a sublime atração.


Vianna de Carvalho
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 10 de agosto de 2009, na cidade do Rio de Janeiro, RJ.
Retirado do site http://www.divaldofranco.com/

Força e coragem

Você se considera uma pessoa de coragem?

E, se tem coragem, também tem força o bastante para suportar os desafios da caminhada?

Em muitas ocasiões da vida, não sabemos avaliar o que realmente necessitamos: se de força ou de coragem.

E há momentos em que precisamos das duas virtudes conjugadas.

Há situações que nos exigem muita força, mas existem horas em que a coragem se faz mais necessária.

Eis aqui alguns exemplos.

É preciso ter força para ser firme, mas é preciso coragem para ser gentil.

É preciso ter força para se defender, mas é preciso coragem para não revidar.

É preciso ter força para ganhar uma guerra, mas é preciso coragem para se render.

É preciso ter força para estar certo, mas é preciso coragem para admitir a dúvida ou o erro.

É preciso ter força para manter-se em forma, mas é preciso coragem para ficar de pé.

É preciso ter força para sentir a dor de um amigo, mas é preciso coragem para sentir as próprias dores.

É preciso ter força para esconder os próprios males, mas é preciso coragem para demonstrá-los.

É preciso ter força para suportar o abuso, mas é preciso coragem para fazê-lo parar.

É preciso ter força para fazer tudo sozinho, mas é preciso coragem para pedir apoio.

É preciso força para enfrentar os desafios que a vida oferece, mas é preciso coragem para admitir as próprias fraquezas.

É preciso força para buscar o conhecimento, mas é preciso coragem para reconhecer a própria ignorância.

É preciso força para lutar contra a desonestidade, mas é preciso coragem para resistir às suas investidas.

É preciso força para enfrentar as tentações, e é preciso coragem para não cair nas suas armadilhas.

É preciso ter força para gritar contra a injustiça, mas é preciso muita coragem para ser justo.

É preciso força para pregar a verdade, mas é preciso coragem para ser verdadeiro.

É preciso força para levantar a bandeira da paz, mas é preciso coragem para construí-la na própria intimidade.

É preciso ter força para falar, mas é preciso coragem para se calar.

É preciso força para lutar contra a insensatez, mas é preciso coragem para ser sensato.

É preciso ter força para defender os bens materiais, mas é preciso coragem para preservar o patrimônio moral.

É preciso ter força para amar, mas é preciso coragem para ser amado.

É preciso ter força para sobreviver, mas é preciso coragem para aprender a viver.

Enfim, é preciso ter muita força para enfrentar as batalhas do dia-a-dia, mas é preciso muita coragem moral, para vencer a si mesmo.

Força e coragem: duas virtudes com as quais podemos conquistar grandes vitórias. E a maior delas é a vitória sobre as próprias imperfeições.

*   *   *

A coragem de vencer-se antes que pretender vencer o próximo, de desculpar antes que esperar ser desculpado e de amar, apesar das decepções e desencantos, revela o verdadeiro cristão, o legítimo homem de valor.

Por essa razão a coragem é calma, segura, fonte geradora de equilíbrio que alimenta a vida e eleva o ser aos altos cumes da glória e da felicidade total.



Redação do Momento Espírita
Em 18.10.2010.

A Coragem da Fé - ESE

https://evangelhoespirita.wordpress.com/capitulos-1-a-27/cap-24-nao-por-a-candeia-debaixo-do-alqueire/a-coragem-da-fe/

Tem Coragem

Tem Coragem

Nas contingências afligentes do cotidiano e ao largo das horas que parecem estacionadas sob a injunção de dores íntimas, extenuantes, que se prolongam, não te deixes estremunhar, nem te arrebentes em blasfêmias alucinadas, com que mais complicarás a situação.
Tempestade alguma, devastadora quão demorada, que não cesse.
Alegria nenhuma, repletada de bênçãos e glórias, que se não acabe.
A saúde perfeita passa; a juventude louçã desaparece; o sorriso largo termina; a algaravia de festa silencia...

Da mesma forma, o aguilhão do infortúnio se arrebenta; a enfermidade se extingue; a miséria muda de lugar; a morte abre as portas da vida em triunfo...

Tudo quanto sucede ao homem constitui-lhe precioso acervo, que o acompanhará na condição de tesouro que poderá investir, conforme as circunstâncias que lhe cumpre enfrentar, ao processo da evolução.
Os que aspiram a fortunas alegam, intimamente, que se as possuíssem mudariam a situação dos que sofrem escassez. No entanto, os grandes magnatas que açambarcam o poder e usufruem da abundância, alucinam-se com os bens, enregelando os sentimentos em relação ao próximo...
Quantos anelam pela saúde, afirmam, no silêncio do coração, as disposições de aplicá-la a benefício geral. Não obstante, os que a desfrutam, quase sempre malbaratam-na nos excessos e leviandades com que a comprometem, desastrados...

O bem deve ser feito como e onde cada qual se encontre.
Em razão disso, as situações e acontecimentos de que se não é responsável, no momento, devem ser enfrentados com serenidade e moderação de atos, por fazerem parte do contexto da vida, a que cada criatura se vincula.

A vida são o conteúdo superior que dela se deve extrair e a forma levada com que se pode retirar-lhe os benefícios.
Um dia sucede o outro, conduzindo as experiências de que se reveste, formando um todo de valores, que programam as futuras injunções para o ser.

Recorre, as situações diversas, aos recursos positivos de que dispões, e aguarda os resultados desse atitude.

Jesus é sempre o exemplo.
Poderia haver liberado todos os enfermos que encontrou pela senda; mas não o fez.
Se quisesse, teria modificado as ocorrências infelizes, que o levaram às supremas humilhações e à cruz; todavia, sequer o intentou.
Conferiria fortuna à pobreza, à mole esfaimada que O buscava, continuamente; todavia, não se preocupou com essa alternativa.
Elegeria para o Seu labor somente homens que O compreendessem e Lhe fossem fiéis, sem temores, nem fraquezas; porém optou pelo grupo de que se cercou.
Modificaria as estruturas sociais e culturais da Sua época; sem embargo, viveu-a em toda a plenitude, demonstrando a importância primacial da experiência interior e não dos valores externos, transitórios.
Apresentar-se-ia em triunfo social, submetendo o reizete que Lhe decidiu a sorte; apesar disso, facultou-se viver sob as condições do momento em plena aridez de sentimentos e escassez de amor entre as criaturas...

Jesus, no entanto, conhecia as razões fundamentais de todos os problemas humanos e a metodologia lenta da evolução; identificava que a emulação pela dor é mais significativa e escutada do que a do amor, sempre preterido; sabia do valor das conquistas superiores do Espírito, em detrimentos das falazes aquisições que se deterioram no túmulo e dissociam os tesouros da alma.
Tem, portanto, coragem e faze como Ele, ante dificuldades e problemas que passarão, armando-te hoje de esperança para o teu amanhã venturoso.




Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Alerta

CORAGEM - A FORÇA DO BEM

CORAGEM - A FORÇA DO BEM


Itair Ferreira

Muitas vezes interpretada como valentia, agressividade ou violência, devido à predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual, a coragem é uma energia moral que, disciplinada, transforma-se em força de vontade. Quando somos impulsionados pela coragem, reagimos às dificuldades e às dores inevitáveis do mundo e controlamos o medo nos instantes mais assustadores, desobstruindo nosso caminho.

Ter coragem não é estar isento de medo, porque o medo é uma das maiores emoções da alma. Ser corajoso é não nos deixarmos comandar por ele; é idealizar nosso sonho e não desanimar até que ele se concretize, sem nos importarmos com os obstáculos. Corajoso é ser feliz neste mundo de expiações e provas, que nos pede a evolução por meio do reajuste e a erosão de nossas mazelas.

Ao nascermos, trazemos esta inscrição na consciência: para frente e para o alto. É a lei do progresso. Com dificuldade para entender essa diretriz divina, acabamos nos perdendo nos desvãos do caminho, como a Alice, personagem de Lewis Carroll, em Alice no País das Maravilhas, que indaga ao gato de Cheshire qual o caminho a seguir em uma bifurcação. Ao que ele lhe responde com outra pergunta: Para onde você quer ir? Ela diz: Não sei! Então o gato retruca: Se você não sabe aonde quer ir, qualquer caminho serve.

Assim somos nós: ficamos perdidos, sem coragem e sem saber para onde ir. Idealizar, planejar e realizar é o roteiro do sucesso. Querer, saber e amar são as palavras-chave para a nossa felicidade. Mas nessa ordem. Em primeiro lugar, o querer, pois ele determina nossa escolha; o saber é muito importante, porque sem ele não podemos construir nossos passos, e o amor é o mandamento maior, que nos conduz ao caminho do bem.

A coragem, ao ser estruturada pela disciplina em vontade, adquire o poder de decisão, que é o querer. Coragem também é fé, pois a fé é a vontade de querer. São três palavras importantes em uma só.

Coragem têm os cientistas, que repetem centenas, milhares de vezes, uma experiência, na certeza de que chegarão à descoberta benéfica para a humanidade. Thomas Edison tentou mais de mil vezes a invenção da lâmpada incandescente. Quantas noites sem dormir e quantos dias sem comer, até iluminar a Terra e nos legar 1.093 inventos patenteados, e tornar-se o maior inventor de todos os tempos!

Louis Pasteur, que revolucionou a ciência com a descoberta das doenças microbianas, trabalhava para identificar as bactérias causadoras de doenças, quando sua querida filha Raquel adoeceu. Deixou-a no leito e foi para o laboratório continuar as pesquisas. Ao receber a notícia de sua morte, respondeu: Se ela morreu, que posso fazer? Preciso continuar trabalhando para aqueles que estão vivos.

Coragem tiveram os grandes vultos da ciência, da filosofia, da religião e de todas as áreas do conhecimento humano, para trazer-nos o progresso. Seria dispendioso e até impossível identificá-los, porque muitos ficaram anônimos, passaram despercebidos pela história da humanidade.

Exemplo disso é Joana de Cusa, velha discípula de Jesus, a respeito de quem o Espírito Humberto de Campos nos fala, no livro Boa Nova, psicografado por Francisco Cândido Xavier. Por ser cristã, foi amarrada ao poste do martírio no circo romano, no ano 68 d.C., para ser queimada viva, juntamente com seu filho, que, desesperado, lhe dizia, entre lágrimas: “Repudia a Jesus, minha mãe!... Não vês que nos perdemos?! Abjura!... por mim, que sou teu filho!...” Possuída de força sobre-humana, a viúva de Cusa contemplou o filho ensanguentado e, fixando no jovem um olhar profundo e inexprimível, na sua dor e na sua ternura, exclamou firmemente: “Cala-te meu filho! Jesus era puro e não desdenhou o sacrifício...” Em poucos instantes, as labaredas lamberam-lhe o corpo envelhecido e o de seu filho.

Joana de Cusa hoje é o Espírito Joanna de Ângelis, que tem a sublime missão no Espiritismo como mentora de Divaldo Pereira Franco, esse grande apóstolo de Jesus. Juntos, divulgam o Espiritismo em todos os continentes do nosso planeta, em um trabalho de amor e de coragem.

Emmanuel relata, no livro Ave, Cristo!, vários casos de coragem de Espíritos que, apesar de passarem anonimamente pela Terra, contribuíram para a implantação do cristianismo. O escravo cristão de nome Rufo servia em uma chácara cujo senhor, Taciano, era adepto da deusa Cíbele, mãe dos deuses romanos, e por isso foi obrigado a renegar Jesus e a render graças à Divina Cíbele. Rufo não aceitou. Foi açoitado, preso e, amarrado no rabo de um potro selvagem, teve seu corpo despedaçado, diante da mulher e das filhas, que imploravam para que ele se salvasse. Posteriormente, no dia 1º de maio de 1880, reencarnava em Sacramento, Minas Gerais, como Eurípedes Barsanulfo, o Apóstolo da Caridade.

Jesus, o Maior Intérprete da Coragem, nosso guia e modelo, que, sem precisar e sem merecer, deixou-se imolar na cruz do sofrimento, ao ser interrogado por Anás, foi esbofeteado por um dos guardas e reagiu dizendo: “Se falei mal, dá testemunho do mal; mas, se falei bem, por que me feres?” Em outro momento, convidando-nos à coragem, disse: “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo: eu venci o mundo.”

Muita paz!

Coragem para Mudar - Joanna

Muitos dos conflitos que afligem o ser humano decorrem dos padrões de comportamento que ele próprio adota em sua jornada terrestre.

É comum que se copiem modelos do mundo, que entusiasmam por pouco tempo, sem que se analisem as conseqüências que esses modos comportamentais podem acarretar.

Não se tem dado a devida importância ao crescimento e ao progresso individual dos seres.

Alguns crêem que os próprios equívocos são menores do que os erros dos outros.

Outros supõem que, embora o tempo passe para todos, não passará do mesmo modo para eles.

Iludem-se no sentido de que a severidade das leis da consciência atingirá somente os outros.

Embriagados pelo orgulho e pelo egoísmo deixam-se levar pelos desvarios da multidão sem refletir a respeito do que é necessário realmente buscar-se.

É chegado o momento em que nós, espíritos em estágio de progresso na Terra, devemos procurar superar, de forma verdadeira, o disfarçado egoísmo, em busca da inadiável renovação.

Provocados pela perversidade que campeia, ajamos em silêncio, por meio da oração que nos resguarda a tranqüilidade.

Gastemos nossas energias excedentes na atividade fraternal e voltada à verdadeira caridade.

Cultivemos a paciência e aguardemos a benção do tempo que tudo vence.

Prossigamos no compromisso abraçado, sem desânimo, sem vãs ilusões, confiando sempre no valor do bem.

É muito fácil desistir do esforço nobre, comprazer-se por um momento, tornar-se igual aos demais, nas suas manifestações inferiores.

Todavia, os estímulos e gozos de hoje, no campo das paixões desgovernadas, caracterizam-se pelo sabor dos temperos que se convertem em ácido e fel, passados os primeiros momentos.

Aprendamos a controlar nossas más inclinações e lograremos vencer se perseverarmos no bom combate.

Convertamos sombras em luz.

Modifiquemos hábitos danosos, em qualquer área da existência, começando por aqueles que pareçam mais fáceis de serem derrotados.

Sempre que surgir a oportunidade, façamos o bem, por mais insignificante que nosso ato possa parecer.

Geremos o momento útil e aproveitemo-lo.

Não nos cabe aguardar pelas realizações grandiosas, e tampouco podemos esperar glorificação pelos nossos acertos.

O maior reconhecimento que se pode ter por fazer o que é certo é a consciência tranqüila.

Toda ascensão exige esforço, adaptação e sacrifício, enquanto toda queda resulta em prejuízo, desencanto e recomeço.

Trabalhemos nossa própria intimidade, vencendo limites e obstáculos impostos, muitas vezes, por nó mesmos.

Valorizemos nossas conquistas, sem nos deixarmos embevecer e iludir por essas vitórias.

Há muitas paisagens, ainda, a percorrer e muitos caminhos a trilhar.
Somente a reforma íntima nos concederá a paz e a felicidade que almejamos.

A mudança para melhor é urgente, mas compete a cada um de nós, corajosa e individualmente, decidir a partir de quando e como ela se dará..

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Filme despretensioso e útil nos debates em torno da prevenção do suicídio e das doenças mentais

https://www.youtube.com/watch?v=8si1VwXjNnM

Aprender a lidar com a culpa: um aprendizado fundamental para sua paz

http://wanderleyoliveira.com.br/aprender-a-lidar-com-a-culpa-um-aprendizado-fundamental-para-sua-paz/#prettyPhoto

Wanderley Oliveira

A culpa é um sentimento que pode ser útil e ter uma função libertadora, mas para que isso aconteça é necessária uma orientação emocional e, em alguns casos, acompanhada de ajuda terapêutica em consultório. É uma ginástica para os “músculos afetivos” que exige algumas etapas para que os resultados não lesem o paciente, que ainda não está com seu condicionamento mental e emocional em dia. Enquanto não se aprende qual a função luminosa e terapêutica da culpa, é só sofrimento mesmo. O nome disso é remorso.

Culpa não é um sentimento apenas para indicar que fizemos algo errado ou transgredimos alguma regra. Ela é, também, uma indicadora de crenças, valores e princípios de vida que não te servem mais e estão pedindo reciclagem.

Em meu trabalho, quando alguém chega e diz estar sofrendo muito com a culpa, eu digo: que ótimo! Você está sendo chamado a um novo caminho que vai lhe fazer muito feliz. O que essa culpa quer lhe mostrar pode ser muito bom para você. Vou lhe ajudar a perceber isso.

A partir é construída uma radiografia da anatomia emocional do paciente, para entender a respeito de que é essa culpa e que revisão ela está sinalizando. Em seguida é só traçar os exercícios para renovação de conduta e modo de entender o que ela quer mostrar. O alívio é imediato.

A culpa se transforma em mudança e a pessoa quase não acredita que ela pudesse promover algo tão transformador em sua vida. Isso se chama educação emocional, parte integrante de um processo terapêutico libertador e formador de qualidade de vida.

Além da estrutura emocional, é necessário examinar também os efeitos energéticos desse sentimento que costuma causar muitas doenças e problemas orgânicos, quando perdura muito tempo na vida psíquica.

A culpa tóxica é uma das maiores produtoras de matéria astral adoecida. Chamo de culpa tóxica, aquela que é seguida de autopunição, de uma profunda sensação de mau estar consigo mesmo, o remorso.

Essa matéria mental bloqueia alguns chacras por onde deveria circular livremente os campos de energia da saúde, criando uma pane na aura e no duplo etérico (corpo energético). O chacra frontal (no meio da testa) e esplênico (localizado no baço) são profundamente agredidos em suas funções por essa matéria astral pegajosa, de cor verde musgo.

Essa pane energética, com o tempo, pode ser sentida através da angústia, o sintoma claro da desorganização interior, afetando, por fim, o chacra cardíaco (no coração). A rotação desse chacra é diminuída e cria a sensação de opressão e angústia, dor no peito.

Em nível físico, os reflexos mais identificáveis desse quadro de desequilíbrio energéticos é: desvitalização cujos efeitos são fadiga, preguiça e indisposição para movimentar-se; prisão de ventre; problemas respiratórios; enxaqueca, tristeza persistente sem aparente causa; dores cervicais e lombares; alergias; entre outras dores físicas e emocionais.

Aprender a lidar com a culpa é conquistar uma parte essencial de sua sombra e caminho para uma vida mais leve e feliz.

Minha Culpa

https://pt.wikipedia.org/wiki/Mea_culpa

terça-feira, 21 de julho de 2015

AS NOVAS CONSTITUIÇÕES FAMILIARES E SEUS DESAFIOS

http://claudiagelernter.blogspot.com.br/

"É de notar-se que, em todas as épocas da história, as grandes crises sociais foram seguidas de uma era de progresso". (Allan Kardec, 1868).


Antes de iniciarmos uma abordagem sobre a complexa e instigante questão da família, cabe-nos dizer que ela, mais que qualquer outra instituição, participa da ambiguidade inerente à condição humana, que nos faz simultaneamente bons e maus, dentro do atual estagio evolutivo no qual transitamos.

O psicologo Ken Wilber, famoso pensador e criador da Psicologia Integral, em seu livro Éden, Queda ou Ascenção, esforça-se por esboçar a curva da história humana, para embasar sua teoria de que viemos das feras, mas tendemos aos deuses. Wilber afirma que o futuro do gênero humano é a consciência de Deus. Porém, devido ao fato de estarmos acima dos animais e ainda a caminho do divino, somos ‘figuras trágicas’, pois estamos equilibrados entre dois extremos, sujeitos aos mais variados conflitos, justamente por não sermos mais os ‘completos ignorantes’, e, por outro lado, por não conseguirmos atingir, no momento, a tão almejada sabedoria, que nos colocaria em situação de paz, mesmo em meio às tormentas. (WILBER, 2010).

Vivemos a dificuldade do mal que habita em nós enquanto a consciencia se amplia, dia-a-dia, para o bem que precisamos aprender a realizar.

Com isso, obviamente [e tragicamente] corremos sérios riscos de errarmos o ponto da receita, experimentando situações e vivências que nos levam a uma possivel piora social [e familiar] antes de atingirmos um estado de equilíbrio, efetivamente.

Já sabemos que seguimos rumo a uma perfeição relativa, porém o tempo que levaremos para atingir nosso principal objetivo, assim como a intensidade e quantidade de dor e sofrimento que experimentaremos durante este processo, dependerá principalmente do esforço que fizermos na realização daquilo que os grandes mestres já nos ensinaram, ao longo dos séculos. Até lá, e enquanto tais ensinamentos não fazem total sentido em nossas almas, seguiremos pelo mundo, caindo e nos reerguendo, lutando e aprendendo [talvez por mais tempo que o necessário] o que os sábios já compreendem tão bem.

Dentro deste cenário, a família, célula principal da sociedade humana, coexiste com dilemas fundamentais que a envolvem, fruto do atual momento histórico. Vem sofrendo aceleradas mudanças tanto em sua forma como em seu modo de existir e dialogar com o mundo, devido às alterações sociais, pós-globalização. Mudanças estas que são impulsionadas pelo sistema capitalista, que dita regras em prol do consumo e da alienação como parte do processo, rumo à lucratiividade de alguns. A este respeito,
Leonardo Boff explica que:

“A família padece pesadamente das influências da cultura dominante, hoje mundializada. Esta se caracteriza por processos sociais que colocam a economia como eixo estruturador de tudo. Esta economia e seu maior instrumento, o mercado, se regem por uma feroz competição deixando totalmente à margem a cooperação e os valores da solidariedade, fundamentais para a vida humana e para a família.” (BOFF, pg. 02, 2014).

Sendo ela parte de um meio maior, é altamente influenciada por esta cultura, em tempos de pós-modernidade. Atualmente, os laços estão frágeis, os dias estão curtos, a angústia se faz presente em mil situações. E então, e até por conta do próprio sistema, surgem ofertas tentadoras de psicotrópicos, no sentido de minimizar tais angustias sem que se possa refletir sobre elas.

A medicalização da vida - processo no qual um problema não médico começa a ser definido e tratado como uma questão médica, geralmente através de doenças, transtornos e síndromes - surge para enquadrar, moldar as personalidades que estão se desviando das exigências do sistema. É, em ultima instancia, um processo pelo qual a medicina se apropria do modo de viver da sociedade e que aparece neste momento como recurso eficaz, pois de um lado proporciona lucros exorbitantes à indústria farmacêutica e, de outro, dopa o individuo, negando a ele a possibilidade de aprofundar-se nas questões subjetivas e também objetivas .

Dentro deste cenário, temos as famílias - pequenos agrupamentos de pessoas unidas pelos laços sanguíneos ou de simpatia (ou ambos) - tentando se adequar às novas situações e, ao mesmo tempo, buscando sobreviver aos dilemas que aparecem diuturnamente dentro de seu ambiente.

Dora Incontri, educadora, jornalista e escritora, em seu texto Educação, Espiritualidade e Transformação Social, também comenta sobre as dificuldades do nosso tempo:
“A complexidade do mundo contemporâneo mergulha os mais conscientes em perplexidade e empurra os mais alienados às distrações para se esquecerem dos graves problemas que atormentam o ser humano, nesses tempos líquidos, para usar uma expressão cara ao sociólogo polonês Zygmunt Bauman.” (INCONTRI, p. 01, 2014)

Reconhecemos que, mais que dopar a sociedade, busca-se distraí-la das mais variadas formas, principalmente através da mídia massificante, além de enquadrá-la nos moldes apropriados, usando, para isso, das escolas e de outras tantas instituições. Até mesmo a ciência passa a servir ao deus chamado mercado, trabalhando em prol de suas necessidades e dos sujeitos dito “privilegiados”. Isso pode ser percebido [para citar apenas um exemplo] no empenho gigantesco que existe dentro do meio cientifico para se descobrir a cura da aids ou mesmo do câncer, uma vez que tais doenças podem acometer pessoas de alto poder aquisitivo, enquanto que estudos em prol de vacinas simples, como a que viria para erradicar a tuberculose do mundo, são deixadas de lado, por tratar-se de um mal que atinge muito mais os pobres, em situação de vulnerabilidade social.

Diante disso tudo surgem algumas questões: Qual o formato, o objetivo e o caráter essencial [e ideal] da família, nos dias atuais?

Segundo dados do IBGE (2012), a formação clássica ‘casal com filhos’ já deixou de ser maioria no Brasil. Ela representa 49,9% dos domicílios, enquanto outros tipos de famílias já somam 50,1%. Por outro lado, os recasamentos, com o aumento dos divórcios, fizeram surgir as famílias recompostas. “Os teus, os meus, os nossos” - frase que serviu como titulo de um filme, retratando uma das novas conformações familiares, passou a ser algo bastante comum. Os lares mosaicos, com casais que se separaram e filhos que passam a ter novos parentes, nascidos de novas escolhas dos progenitores, têm crescido de forma considerável, na atualidade.

As Famílias Unipessoais, idem. A busca por privacidade e a maior longevidade fazem com que 12,2% dos lares brasileiros sejam habitados por apenas uma pessoa. Além disso, o IBGE também já detectou 60 mil famílias homoafetivas pelo Brasil. A maioria, 53,8%, é formada por mulheres, mas o órgão governamental admite que tais números provavelmente são maiores, pois nem todos declaram viver neste formato, devido ao preconceito que ainda existe, apesar das constantes discussões a respeito.
Temos também as mães e pais que valem por dois em cerca de 10 milhões de lares pelo Brasil afora. Seja por opção — no caso da adoção - por divórcio e até por instinto, crescem os casos de filhos sob a guarda de só um.

O que nos causa maior espanto é que, segundo o IBGE, crianças e adolescentes já são chefes de família em 130 mil lares brasileiros! Eis um reflexo da problemática enfrentada nos dias atuais em nosso país, com uma riqueza pessimamente distribuída, além de uma educação deficiente e desigual.

Sob posse destes dados, cabe-nos, antes de alguma crítica, uma busca por entendimento, por compreensão dos fenômenos que emergem.

A verdade é que, seja como for sua nova configuração, a família continua sendo um local de proteção, de socialização, de estabelecimento de vínculos.

Independentemente da forma e do tempo de duração, deverá ser o local ideal para a educação de almas – um núcleo voltado ao crescimento, quando verificadas as bases saudáveis de relação entre seus pares.

Entretanto, se a velocidade das mudanças vem aumentando assustadoramente, não é menos verdadeiro que a sensação de desamparo, de despreparo, de desconforto tem aumentado, na mesma proporção.

O ambiente da clinica psicológica tem-nos oferecido dados consistentes a este respeito, pois vemos surgir no setting terapêutico, pais, mães e filhos deslocados de seus papéis, confusos e adoentados, perplexos com os dramas que passam a experimentar, não conseguindo explicar, tampouco compreender, em qual momento tudo deixou de fazer sentido.

Após breve entrevista, seguida de alguns poucos atendimentos, percebemos o despreparo de muitos para darem conta do estado atual das coisas. Pais saem de seus lares em busca de um sustento que já não visa apenas o essencial, mas principalmente o supérfluo, que se tornou, através dos meios acima citados, a meta existencial de seus componentes. Porém, e até mesmo devido a própria natureza humana, tal meta é inconsistente, pois parte de uma premissa falsa: a de que a felicidade está nas coisas que possuímos ou que desejamos possuir.

Dentro desta busca frenética, pais e mães gastam suas horas, dias e anos tentando amealhar recursos e passam a acreditar que os filhos precisam se formar para a tal vitória econômica, colocando-os, quando possível, em escolas que oferecem aquilo que pensam ser primordial para a formação destes, com “conteúdos essenciais”, visando a aprovação no vestibular das melhores universidades.

Estes filhos, por sua vez, quando dentro do obsoleto e alienante sistema educacional, vão sendo arrastados para o que o sistema maior exige, tendo decepadas suas tendências, suas possibilidades íntimas. Assim como fazia Procusto, o verdugo cruel da mitologia grega, com seu leito deformante e criminoso, a escola segue os dias podando as potencialidades e possibilidades dos indivíduos e também enxertando nas crianças e adolescentes aquilo que melhor lhe convém. Sobre isso, buscamos novamente as lúcidas palavras de Dora Incontri:

As crianças adentram o mundo escolar com intenso brilho nos olhos, cheias de perguntas, curiosidades, sensíveis ao ambiente, capazes de observar uma formiga ou admirar-se com uma estrela, capazes de se revoltar com uma injustiça e de se interessar pela dor do outro. E saem da escola, anos depois, esvaziadas, de olhar vago, desinteressadas, entediadas, em sua maioria, detestando o aprender. Sem nenhum preparo para a vida de verdade, sem nenhuma crítica ao mundo em que vão habitar, sem nenhum ideal à vista… Elas devem estar prontas para um mercado de trabalho desumano, em que elas serão peças descartáveis. (INCONTRI, p. 02, 2014).

Cabe-nos ainda dizer que o pai que chega ao consultório por vezes sequer reconhece que papel deve desempenhar no ambiente familiar. O mesmo se dá com as esposas e, consequentemente, com seus filhos. Todos estão sendo levados pela ideologia vigente, aparentemente sem forças para alterar os rumos.

O casal, que deveria estar à frente da educação de seus filhos, auxiliando-os, com seu amor e presença, têm terceirizado sua missão essencial, usando do serviço de babás, professores e cuidadores, muita vez negligentes e despreparados, enquanto que os filhos, que deveriam ser amados e bem direcionados, cientes de sua posição nesta configuração, ampliando os próprios horizontes psíquicos e espirituais através das orientações lúcidas e pontuais dos responsáveis, encontram-se perdidos, por vezes tomando a posição de ‘amigos’ dos pais, e, em outros momentos, transitando para o comando nas situações de cotidiano, sem condições emocionais e mesmo morais para isso.

Afirma Leonardo Boff que os “Estudos transculturais revelaram que a quantidade e a qualidade de tempo em que os membros da família passam juntos vivendo relações de afeto e de pertença são determinantes para os comportamentos individuais e para as opções sociais que serão tomadas.” (BOFF, p. 06, 2014).

Porém, não é o que se vê nos dias atuais. Sendo a mulher importante peça neste sistema, com sua força de trabalho para maior consumo, seu filho passa a ser um impedimento, um problema que deve ser resolvido rapidamente, de preferência logo aos seis meses de vida, devendo ser depositado em creche ou escolinha de período integral, muita vez vivendo experiências de privação, devido o despreparo dos profissionais e mesmo pelo fato destes não darem conta da demanda, que excede suas possibilidades, precisando cuidar de muitas crianças, por longo espaço de tempo, contando apenas com uma ou duas auxiliares.

As mães e pais que conhecem todas as necessidades de um filho, sabem que esta conta não se fecha, se levamos em conta tais números.

Mas, e as novas constituições familiares, afinal? Seriam elas melhores ou piores, sob o ponto de vista social ou mesmo espiritual?

A verdade é que estamos exatamente no olho do furacão. Compreender tudo o que está acontecendo com total clareza, sendo nós os atores desta peça atualíssima, é tarefa hercúlea, ou melhor, impossível.

O que podemos inferir é que as famílias estão se reconfigurando de acordo com a
facilidade nos processos do divórcio, devido a um afrouxamento das cordas sociais que antes pressionavam aqueles que gostariam de sair de casa, para formar uma nova família, de acordo com seus desejos, suas aspirações e formas de ver o mundo.  Os homossexuais já lutam pelo reconhecimento de seus sentimentos, de sua opção sexual, com certa representatividade, podendo inclusive oficializar as uniões perante a sociedade civil. As mulheres, antes confinadas somente no espaço doméstico, buscam mostrar seu valor em uma sociedade predominantemente machista, saindo de seus lares para as universidades e mercado de trabalho, etc.

Neste caldeirão de situações variadas e complexas, estamos todos nós, personagens pós-modernos em plena praça de experimentações.

Tomando a lente espirita como instrumento de análise, podemos afirmar que as “regras” existentes na Lei Divina, pautada e vivenciada no amor, justiça e caridade, são as mesmas para todos os seres, em todas as situações.

Então, o que vale para os heterossexuais, cabe também para os homossexuais, para os casados, amasiados, solteiros, etc.

O lar não é apenas a casa que protege os seres das intempéries, mas os laços que unem as pessoas que decidem viver neste ambiente, a dinâmica que constroem juntos, com seus dilemas, suas alegrias, lutas e desilusões.

Apesar das enormes dificuldades enfrentadas nos dias atuais, com a erotização dos meios midiáticos, com a expansão do darwinismo social, com os apelos de consumo desenfreado, deve o sujeito buscar refletir sobre o mundo, a vida, tentando entender qual o verdadeiro sentido existencial, para além do proposto pela cultura vigente.

Entender qual a forma de existir do circulo familiar, para formular as devidas e intransferíveis intervenções.

Famílias nucleares, famílias mosaico, famílias estendidas, compostas ou homoafetivas devem manter relações interpessoais de qualidade superior, orientando e apoiando crianças, sob a égide do respeito, do amor, da segurança, do cuidado suficientemente bom, como já teorizava Winicott, promovendo sua autonomia, com pleno desenvolvimento de suas capacidades físicas, psíquicas, sociais e espirituais.

Os parceiros de jornada, sejam eles de qualquer gênero, idade ou condição social, devem construir uma relação de cumplicidade, de entendimento e perseverança, mantendo o foco no SER e não no TER.

Dentro desta busca, imperioso repensar, discutir e trabalhar pela causa social, sustentada nos pilares da educação.

É ainda Dora Incontri, quem nos alerta que “Se a educação não incorporar em suas práticas um horizonte de transformação do mundo e ao mesmo tempo uma volta a valores imanentes na consciência humana, dificilmente poderemos sair do niilismo paralisante em que estamos estacionados.” (INCONTRI, p. 03, 2014).

Entendemos, então, que a questão é de extrema urgência, pedindo-nos muito mais que reflexões, mas empenho, com ações lúcidas e repetidas,

Através de novos e constantes esforços, buscar uma melhor compreensão sobre os fenômenos que nos atingem e nos constituem enquanto seres reencarnados em um planeta que passa pelo delicado momento de transição. Momento este caracterizado por grandes crises de ordem mundial, como nos explica Allan Kardec, na obra "A Gênese":

"Nesse tempo não se tratará mais de uma mudança parcial, de uma revolução limitada a uma região, a um povo, a uma raça; mas um movimento universal que se opera no sentido do progresso moral." (KARDEC, p. 355, 1992).

O codificador da Doutrina dos Espíritos, após levantar os dados enviados pelos Benfeitores da Espiritualidade, concluiu que, para que ocorra a transformação planetária preciso será que uma nova ordem de Espíritos surja no cenário ou mesmo que os que aqui estão amadureçam no sentido moral. Neste processo, cabe-nos contribuir positivamente, para que tal transição aconteça com menor sofrimento.

Ademais, tais crises, que nos parecem caóticas e insolúveis, são, em verdade, janelas para novas perspectivas que surgem para todos.
Já sabemos que quando um novo paradigma [melhor, mais justo e espiritualizado] quer surgir no mundo, o antigo luta com forças para se manter em vigência.

Portanto, e a partir do que construímos até aqui, tendo em vista um futuro mais harmonioso, mais feliz, trabalhemos!

Claudia Gelernter
claudiagelernter@uol.com.br



REFERÊNCIAS:


BOFF, L.; A família entre utopia e realidade: uma reflexão teológica, artigo disponível no site http://leonardoboff.wordpress.com/2014/03/14/a-familia-entre-utopia-e-realidadeuma-reflexao-teologica/, acessado em 05 de abril de 2014.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico: resultados preliminares - São Paulo. Rio de Janeiro, 2012.
INCONTRI, D; Educação, Espiritualidade e Transformação Social; São Paulo, SP, Comenius, 2014.
KARDEC, A.; A Gênese, os milagres e as predições segundo o Espiritismo; Os Tempos São Chegados, cap. XVIII, FEB, Rio de Janeiro, 1 edição; 1992.
WILBER, K; Éden, Queda ou Ascenção?: uma visão transpessoal da evolução humana, Campinas, SP, Verus, 2010
WINNICOTT, D. W. O ambiente e os processos de maturação: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1983.


POR CLAUDIA GELERNTER