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Estudando o Espiritismo
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terça-feira, 14 de julho de 2015
Grandeza da compaixão
Algumas das mais lindas histórias da Humanidade podem ser
encontradas na literatura da velha Índia.
A que você vai conhecer agora está no poema épico Mahabharata.
Uma grande batalha estava prestes a ocorrer: os Kurus e seus primos Pandavas se enfrentariam, dentro de poucas horas.
Mas, instantes antes do início da batalha, os olhos do príncipe Krishna pousaram sobre uma avezinha que estremecia diante dos ruídos da guerra. Era uma ventoinha que havia feito seu ninho em meio à grama alta.
Logo, os elefantes e cavalos da guerra esmagariam os ovinhos que abrigavam os filhotes.
Os olhos claros de Krishna se encheram de compaixão.
Desceu da carruagem e aproximou-se.
Viu a avezinha que se recusava a abandonar o ninho indefeso.
Ouviu seus pios desesperados. Observou como ela se debatia, aflita, adivinhando o perigo iminente. Comoveu-se.
Mãezinha – disse Krishna – que bela é a devoção que tens à tua família! Que elevada forma de amor há em teu coração.
Com um pesado sino de bronze, cuidadosamente, cobriu a mãe e o ninho.
Conta a História que a batalha foi terrível, mas, quando terminou,
a família de passarinhos estava a salvo.
Os milênios se passaram e aquele campo de batalha ainda existe na Índia. E nele se pode ouvir os pios das ventoinhas que ali fazem seus ninhos,
a lembrança viva do gentil Krishna e de sua compaixão pelos seres vivos.
Que lição temos nesta história singela!
E como podemos estendê-la às nossas vidas.
Compaixão é enxergar o sofrimento do outro, mesmo quando estamos
em meio aos nossos próprios problemas.
Compaixão é uma doce palavra, que torna o coração sensível e está muito além de somente comover-se com o sofrimento material de alguém.
É claro que fome, pobreza e doença sensibilizam a alma, mas a compaixão também pode ser traduzida pelo sentimento de compreensão perante as pessoas difíceis, pelo perdão a quem nos ofende e maltrata.
Diga-se, a mais difícil forma de compaixão é tolerar aqueles que são desagradáveis ou causam prejuízos.
Como amar os que nos humilham sem nos tornarmos covardes?
A resposta foi dada por Jesus: Seja o teu dizer sim, sim; não, não.
Isto é: sinceridade, transparência sempre.
Mas tudo isso dulcificado pela compaixão.
Não se trata de achar que o outro é um coitado ou um medíocre.
Quem pensa assim está desprezando a outra pessoa.
O estado de compaixão compreende o próximo verdadeiramente.
Não se põe em posição superior a ele. Não o humilha.
A verdadeira compaixão é generosa.
Ela entende o momento e as razões da outra pessoa.
Um exemplo de gesto de compaixão está em Jesus: no alto da cruz, fustigado por fome e sede, traído pelos amigos, torturado pelos homens, ele ergueu os olhos para o Céu.
E pediu simplesmente ao Pai Celeste:
Perdoa-os, Pai, pois não sabem o que fazem.
Não lhes enumerou os erros, mas suplicou para eles o perdão Divino.
Certamente cada um dos que feriram Jesus carregou, durante anos a fio,
o peso do remorso. A Lei Divina não deixou de agir neles.
Mas, enquanto Seus algozes permaneciam na Terra, açoitados pela
própria consciência, o Cristo seguia adiante, em paz consigo mesmo.
Hoje - pelo menos hoje - pense na grandeza desse gesto e imite Jesus.
Redação do Momento Espírita
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