Estudando o Espiritismo

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terça-feira, 30 de julho de 2013

O Pastor Jeremiah Steepek



O Pastor Jeremiah Steepek (foto) se fantasiou de morador de rua e foi para a igreja de 10.000 membros onde ele estava para ser apresentado como pastor naquela manhã. Ele caminhou ao redor da sua futura congregação por 30 minutos enquanto as pessoas chegavam para o culto. Apenas 3 pessoas entre as 10.000 disseram Olá para ele. Ele pediu aos fiéis uns trocados para comprar comida e ninguém na igreja lhe deu nada. Ele entrou no santuário para se sentar na frente da igreja, mas os obreiros pediram que sentasse nos fundos. Ele cumprimentou as pessoas, que retrucaram com olhares e reprovação e desprezo.

Quando o culto terminou, os mais velhos subiram ao púlpito animados para apresentar o novo pastor da igreja para sua congregação. "Nós gostaríamos de apresentar-lhes o Pastor Jeremiah Steepek". A congregação olhou em volta aplaudindo com alegria e expectativa. O mendigo sentado nos fundos levantou-se e começou a andar pelo corredor. As palmas cessaram e todos os olhares pairaram sobre ele. Ele caminhou até o altar e pegou o microfone dos anciãos (que já sabiam de tudo), parou por um momento e recitou,

'Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: "Vinde vós, os abençoados por meu Pai. Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo. Pois estava com fome, e destes-Me de comer; estava com sede, e destes-Me de beber; era estrangeiro, e recebestes-Me na vossa casa; estava sem roupa, e vestistes-Me; estava doente, e cuidastes de Mim; estava na prisão, e fostes visitar-Me". Então os justos perguntar-Lhe-ão: "Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso e te fomos visitar?"'

'Então o Rei responder-lhes-á: "Eu vos garanto: todas as vezes que fizestes isto a um dos menores dos meus irmãos, foi a Mim que o fizestes.'

Depois que ele recitou isso, olhou para a congregação e disse-lhes o que havia passado naquela manhã. Muitos começaram a chorar e muitos se curvaram de vergonha. Ele, então, disse: "Hoje eu vejo um grupo de pessoas, e não a igreja de Jesus Cristo. O mundo tem muita gente, mas tem poucos discípulos. Quando VOCÊ vai se tornar um discípulo?"

E assim ele dispensou a congregação até a próxima semana.

Ser cristão não é uma coisa que você diz que é. Você precisa viver e compartilhar com o próximo.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

A maldade infantil

Psiquiatra explica como as crianças podem ser tão ou mais cruéis do que os adultos

por Guilherme Rosa

A maldade não é mais segredo para ciência. Hoje em dia, os pesquisadores já sabem que a crueldade se manifesta de forma biológica, como uma falha nos circuitos cerebrais, e que pode ter fatores sociais e genéticos. O psiquiatra Fábio Barbirato, chefe do setor de Neuropsiquiatria da Infância e da Adolescência da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, explicou à revista GALILEU como essa maldade aparece nas crianças.

GALILEU: Uma criança pode ser tão maldosa quanto um adulto?

Barbirato: Maldade pode ser definida como falta de empatia. Quando você provoca algo mal a alguém, é porque você não está muito preocupado com que essa pessoa venha se machucar fisicamente ou emocionalmente. Isso significa que você não se importa com o outro. A gente sabe que essa falta de empatia está ligada a algumas áreas do cérebro, como o córtex frontal. Ela também está ligada, em seus casos mais extremos, ao que os antigos chamavam de psicopatia e hoje nós chamamos de personalidade antissocial. O termo utilizado para definir essa mesma falta de empatia em uma criança é transtorno de conduta. Esse transtorno começa na infância e pode ser diagnosticado até os 17 anos. Ele se caracteriza justamente pela falta de empatia e remorso. Um paciente meu, por exemplo, foi proibido pela mãe de sair de casa porque tirou notas baixas. Ele pegou o cachorro da mãe e enfiou várias agulhas nele. Outro paciente pegou o cachorro da mãe e colocou dentro do microondas. E eles não se arrependem disso, falam sem nenhum tipo de remorso. A violência dessa criança pode ser física, ele pode ser aquele garoto que junta uma galera pra bater em outro menino porque ele é mais pobre ou negro, ou tem características homossexuais. Mas essa violência pode aparecer de outras formas – ele pode ser aquela criança que rouba a prova do amigo, por exemplo. Essa violência pode ser observada partir dos 5 anos de idade.

Por que só conseguimos perceber esse transtorno a partir dos 5 anos?

Barbirato: A gente só pode fazer o diagnóstico a partir dos 5 anos de idade porque as áreas do cérebro ligadas ao comportamento inibitório só se desenvolvem a partir dessa idade. Depois disso, a criança já sabe o que é errado e certo. Sabe que, se machucar alguém, esse alguém vai sentir dor. Ela já consegue se colocar no lugar do outro e já tem a capacidade de inibir seu comportamento se perceber que vai fazer mal a alguém. Depois do diagnóstico, temos que incentivar a família, para não reforçar esse comportamento agressivo e não ser modelo dele.

Que tipo de características iremos ver em uma criança com transtorno de conduta?

Barbirato: São crianças que têm comportamentos perversos, agressivos. São aquelas que, quando podem roubar um brinquedo de alguém, vão lá e roubam. Aquelas que batem ou mordem os amigos, mas que fazem de modo que ninguém veja. São crianças que manipulam os adultos. Normalmente, elas são muito sedutoras, conseguem transformar a situação a seu favor. São extremamente inteligentes.

Essa criança vai levar essas características para a vida adulta?

Barbirato: De 70% a 90% dessas crianças desenvolvem uma personalidade antissocial.

Temos como prevenir isso?

Barbirato: Quanto mais precoce for a identificação do transtorno, melhor. É importante perceber que seu filho está muito agressivo, não demonstra grandes arrependimentos. E aí procurar ajuda. Não há medicação nenhuma que mostre resultado nesses casos. São quadros que precisam de uma reestruturação familiar. A ideia não é ensinar e educar seu filho, mas mudar a dinâmica da família. Comportamentos positivos trazem benefícios muito maiores do que comportamentos negativos.

Então o papel dos pais é importante no surgimento desses casos?

Barbirato: Não vou falar que eles são causadores, porque está provado que é uma questão orgânica, uma alteração do funcionamento normal do cérebro. Como a criança não tem freio inibitório, acaba tendo comportamentos inadequados. Mas, se o jovem tiver uma família que é mais próxima, que o ajude a perceber que esses atos são danosos aos outros, que o faça notar que o outro se sente incomodado pelas suas atitudes, é possível mudar seu comportamento. Para que, no futuro, esses jovens não tenham que passar por uma intervenção médica ou até mesmo uma internação em uma instituição correcional, como as antigas FEBEM. Porque, provavelmente, muitos dos jovens que estão internados nestas instituições são jovens com transtorno de conduta que não tiveram a facilidade de um diagnóstico precoce e uma ajuda familiar.

A internação nesse tipo de instituição pode ajudar a recuperar a criança?

Barbirato: Os estudos mostram que é muito importante ter a família junto, para reforçar positivamente cada memória que o jovem tenha. É importante ele estar num ambiente que seja estimulante à melhora do comportamento. Nessas instituições, pelo contrário, ele está convivendo com jovens que também são agressivos, também são violentos e não mostram nenhum tipo de arrependimento. Isso só vai reforçar aquela atitude.

Por parte de família, que tipo de comportamento poderia aumentar a empatia da criança?

Barbirato: Não existe uma regra, uma receita de bolo. A família tem que prestar atenção se o filho tem pouca empatia, pouco arrependimento, rouba coisinhas da creche. Eles não devem ter preconceitos e procurar uma ajuda o mais rápido possível. Devem procurar um profissional, psiquiatra ou psicólogo especializado nisso, porque assim podem prevenir que no futuro ele venha a ter problemas graves, desde agressividade até abuso de drogas.

Matéria publicada na Revista Galileu, em 27 de junho de 2011.


Gert Bolten Maizonave* comenta

A Responsabilidade dos Pais na Educação dos Filhos

A maldade nunca foi segredo para nós espíritas. Sabemos que o corpo físico, apesar de ter sua formação gerenciada pela combinação dos cromossomos dos seus genitores, tem sua configuração final largamente influenciada pelo perispírito, que por sua vez mantém registradas todas características psíquicas do indivíduo.

Esse efeito não se limita às predisposições da psique. Segundo pesquisadores atuais, como o canadense Ian Stevenson e o brasileiro Hernani Guimarães Andrade, até mesmo certos ferimentos adquiridos na existência anterior, principalmente quando auto-infligidos, mostram-se de diversas maneiras no veículo material que se forma providencialmente a serviço do encarnado, segundo seu merecimento e suas necessidades.

Os genitores do reencarnante, quando conscientes de que seu filho recém-nascido já possui numerosos séculos de experiências na terra, sabem que cabe a eles, como se fossem jardineiros, buscar podar o quanto seja possível das más tendências que possam detectar nos seus rebentos, no momento em que venham à tona, seja através da imposição de limites, enquanto lhes seja possível representar alguma autoridade, ou através do bom exemplo, que fala alto até mesmo às almas menos sensíveis.

Há um trecho de O Livro dos Espíritos que trata do tema:

"208. O Espírito dos pais não exerce influência sobre o do filho após o nascimento?

"— Exerce, e muito, pois, como já dissemos, os Espíritos devem concorrer para o progresso recíproco. Pois bem: o Espírito dos pais tem a missão de desenvolver o dos filhos pela educação; isso é para ele uma tarefa. Se nela falhar, será culpado.

"209. Por que pais bons e virtuosos têm filhos perversos? Ou seja, por que as boas qualidades dos pais não atraem sempre, por simpatia, bons Espíritos como filhos?

"— Um mau Espírito pode pedir bons pais, na esperança de que seus conselhos o dirijam por uma senda melhor, e muitas vezes Deus o atende.

"210. Os pais poderão, pelos seus pensamentos e as suas preces atrair para o corpo do filho um bom Espírito, em lugar de um Espírito inferior?

"— Não. Mas podem melhorar o Espírito da criança a que deram nascimento e que lhes foi confiada. Esse é o dever; filhos maus são uma prova para os pais."

O mais importante é salientar que a causa do transtorno sócio-emocional patológico está longe de ser biológica, como supõe a ciência médica atual, que aos poucos se aproxima da já secular Ciência Espírita. O diagnóstico realizado através do corpo físico aponta simplesmente uma consequência da raiz do problema que só se pode solucionar através do aprendizado nas encarnações sucessivas, onde o ser que é desenvolvido intelectualmente, mas ainda bruto nos seus sentimentos, vai aprendendo, preferencialmente com a ajuda do seu pai, de sua mãe e dos educadores, a dar valor às necessidades alheias, incorporando em si as leis naturais de amor e caridade.

* Gert Bolten Maizonave é gaúcho de Bento Gonçalves, estudante de eletrônica, trabalhador espírita desde 2000 e participa das atividades do Serviço de Perguntas e Respostas do Espiritismo.net desde 2004.

Peversidade - Teixeira


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Frutos da Crueldade

Quando se observa a enorme diversidade dos animais existentes na Terra, descobre-se como o Pai Celeste foi pródigo em tudo providenciar ao homem.

Os animais o vestem com suas peles, o alimentam com seus ovos, seu leite, sua carne. Aquecem-no com suas penas e lã.

Com alegria, lhe deliciam os ouvidos compondo sinfonias nos ramos das árvores ou aprisionados em gaiolas douradas.

Retribuem as carícias com fidelidade extremada, até o sacrifício da própria vida.

Em uma palavra, servem o homem.

E o que tem feito o homem pelos animais?

Retira de seu habitat as aves, especialmente periquitos e papagaios, corta-lhes as asas para que não alcem vôo.

E para quê? Para servir de brinquedo ao filho? Por quanto tempo?

Para servir de adorno?

Logo, o bichinho está relegado a um canto, triste. Morre cedo, na maioria das vezes, porque longe da liberdade da sua mata, quando não por doenças que contrai pela alimentação inadequada que recebe.

Por vezes, descobre-se nos centros urbanos, junto a piscinas improvisadas ou nos jardins, tartarugas e cágados.

Também retirados pequenos do seu local de origem, fazem a alegria da criançada... Por algum tempo.

Até crescerem tanto que deixam de ser engraçadinhos. Alimentados de forma incorreta, têm os seus cascos amolecidos e acabam sendo entregues, quando o são, a zoológicos da cidade.

Para que tirá-los da condição de liberdade?

E os sagüis, os macaquinhos, então!? Quanta maldade! Para se conseguir retirar o filhote, normalmente sacrificam-se os pais.

O filhote passa a viver dentro de estreitos espaços, preso a correntes. Morre de tristeza ou por descuidos.

Porque, de um modo geral, as pessoas não se esmeram em saber verdadeiramente como deve o bichinho ser tratado.

Ao lado da maldade de se separar o animal da sua família, do seu habitat, de lhe cercear a liberdade, a maldade maior de acabar paulatinamente com sua espécie.

Pensemos: os pais são mortos, o filhote não tem com quem cruzar. A espécie somente pode perecer, com o tempo.

Tudo isto demonstra a crueldade do ser humano. Crueldade que é fruto do seu egoísmo e do pouco valor que dá à vida.

Onde o respeito à vida, à natureza, ao ser inferior?

Conscientizemo-nos de que somente alcançaremos a felicidade, quando não venhamos a distribuir o mal, seja para a Terra que nos agasalha, seja para os seres que a habitam.

Porque em síntese, toda agressão à natureza redunda em prejuízo para quem a pratica.

*   *   *

Carl Sagan, astrônomo americano, disse que se fôssemos visitados por um viajante espacial que examinasse nosso planeta, ele possivelmente concluiria que não há vida inteligente na Terra.

É que o hipotético viajante iria logo descobrir que os organismos dominantes da Terra estão destruindo suas fontes de vida.

A camada de ozônio, as florestas tropicais, o solo fértil, tudo sofrendo constantes ataques.

Redação do Momento Espírita com
base em artigo da Revista Veja,
de 27.03.1996 (pág. 85).
Em 25.01.2008.

Crueldade 1 - Hammed

A auto-crueldade é, sem dúvida, a mais dissimulada de todas as opressões.

De todas as violências que padecemos, as que fazemos contra nós mesmos são as que mais nos fazem sofrer. Nessa crueldade, não se derrama sangue, somente se constroem cercas e cercas, que passam a nos sufocar e a nos afligir por dentro.
Montaigne, célebre filósofo francês do século XVI, escreveu: “A covardia é mãe da crueldade”. Realmente, é assim que se inicia nossa auto-agressão. Em razão de nossa fragilidade interior e de nossos sentimentos de inferioridade, aparece o temor, que nos impede de expressar nossas mais íntimas convicções, dificultando-nos falar, pensar e agir com espontaneidade ou descontração.
A auto-crueldade é, sem dúvida, a mais dissimulada de todas as opressões. Além de vir adornada de fictícias virtudes, recebe também os aplausos e as considerações de muitas pessoas, mas, mesmo assim, continua delimitando e esmagando brutalmente. Essa atmosfera virtuosa que envolve os que buscam ser sempre admirados e aceitos deve-se ao papel que representam incessantemente de satisfazer e de contentar a todos, em quaisquer circunstâncias. Buscam contínuos elogios, colecionando reverências e sorrisos forçados, mas pagam por isso um preço muito alto: vivem distantes de si mesmos.
A causa básica do “auto-tormento” consiste em algo muito simples: viver a própria vida nos termos estabelecidos pela aprovação alheia.
A timidez pode ser considerada uma auto-crueldade. O acanhado vigia-se e, ao mesmo tempo, vigia os outros, vivendo numa auto-prisão. Em razão de ser aceito por todos, ele não defende sua vontade, mas sim a vontade das pessoas. Pensa que há algo de errado com ele, não desenvolve a autoconfiança e, continuamente, se esconde por inibição.
Pensar e agir, defendendo nosso íntimo e nossos direitos inatos e, definindo nossas perspectivas pessoais, sem subtrair os direitos dos outros, é a imunização contra a auto-crueldade.
Para vivermos bem com nós mesmos, é preciso estabelecer padrões de auto-respeito, aprendendo a dizer “não sei”, “não compreendo”, “não concordo” e “não me importo”.
As criaturas que procuram bajulação e exaltação martirizam-se para não cometer erros, pois a censura, a depreciação e a desestima é o que mais as atemorizam. Esquecem-se de que os erros são significativas formas de aprendizagem das coisas. É muito compreensível falarmos à lógica numa tomada de decisão, ou mudarmos de idéia no meio do caminho; no entanto, quando errarmos, será preciso que assumamos a responsabilidade pelos nossos desencontros e desacertos e apreendamos o ensinamento da lição vivenciada.
Quem busca consenso, crédito e popularidade não julgam seus comportamentos por si mesmo, mas procura, ansiosamente, as palmas dos outros, oferecendo inúmeras razões para que suas atitudes sejam totalmente consideradas.
Vivendo e seguindo seus próprios passos, poderá inicialmente encontrar dificuldades momentâneas, mas, com o tempo, será recompensado com um enorme bem-estar e uma integral segurança da alma.
Estar alheio ou sair de si mesmo, na ânsia de ser amado por todos aqueles que consideram modelos importantes, será uma meta alienada e inatingível. O único modo de alcançar a felicidade é viver, particularmente, a própria vida.
A fixação que temos de olhar o que os outros acham ou acreditam, sem possuirmos a real consciência do que queremos, podemos, sentimos, pensamos e almejamos, é o que promove a destruição em nossa vida interior, ou seja, o esfacelamento da própria unidade como seres humanos e, por conseqüência, nossa unidade com a vida que está em tudo e em todos.
Consultam Kardec os Obreiros do Bem: “A obrigação de respeitar os direitos alheios tira ao homem o de pertencer-se a si mesmo?” E eles responderam: “De modo algum, porquanto este é um direito que lhe vem da Natureza”.
“Pertencer-se a si mesmo”, conforme nos asseveram os Espíritos, é exercer a liberdade de não precisar conciliar as opiniões dos homens e de livrar-se das amarras da tirania social, da escravidão do convencionalismo religioso, das vulgaridades do consumismo, da constrição de ser dependente, enfim, do medo do que dirão os outros.
A solução para a auto-crueldade será a nossa tomada de consciência de que temos a liberdade por “direito que vem da Natureza”. Contudo, de quase nada nos servirá a liberdade exterior, se não cultivarmos uma autonomia interior, porque quem está internamente entre grilhões e amarras jamais poderá pensar e agir livremente.


Espírito: HAMMED
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto – As dores da alma.

* * *
“O Espiritismo é toda uma Ciência, toda uma Filosofia. Quem desejar conhece-lo seriamente deve, pois, como primeira condição, submeter-se a um estudo sério e persuadir-se de que, mais do que qualquer outra ciência, não se pode aprendê-lo brincando.” – Allan Kardec

Crueldade 2 - Hammed

Cada ato de agressividade que ocorre neste mundo tem como origem básica uma criatura que ainda não aprendeu a amar.

A crueldade, como pena de morte, já se achava estabelecida em quase todos os povos da Antiguidade. Em Atenas, dava-se ao sentenciado à morte opções de escolha: o estrangulamento, que era considerado por todos humilhante; o corte de cabeça através do cutelo, o que era muito doloroso; e o envenenamento, o preferido pela maioria dos condenados.
Na Roma Antiga, em época anterior a Júlio César, o enforcamento e a decapitação eram as sentenças mais generalizadas. Porém, ao homicida de pais e irmãos era aplicada uma pena invulgar: ser cozido vivo e depois atirado ao mar. A condenação dos incendiários eram as chamas da fogueira. Os hebreus preferiam o apedrejamento, ou a decapitação, pois atribuíam estar na cabeça a localização dos delitos. Na China, havia um processo de deixar cair gotas d’água na testa do condenado, sempre no mesmo lugar, até conduzi-lo à completa loucura. No Japão, os sentenciados à morte tinham a permissão dos juízes para rasgar o próprio ventre com o sabre.
Impossível descrever aqui, nestas rápidas reflexões, os atos terríveis de personalidade da história da humildade, ou analisar sua natureza primitiva e rudimentar, inata nas almas em seus primeiros passos de ascensão espiritual. Nomearemos apenas algumas criaturas que tiveram comportamentos degenerados; como Nero, Calígula, Caracala, Gêngis-Cã, Ivã – o Terrível, Tamerlão, e outras, sem nos determos nas atitudes dessas figuras do passado ou do presente, nem nas incontáveis condutas cruéis de homens que passaram anonimamente pela Terra. Todavia, não poderíamos deixar de registrar o fanatismo e o autoritarismo da “Santa Inquisição” – também conhecida como o “Santo Ofício”, criada em 1233 pelo papa Gregório IX -, que entrou para a História como uma das mais brutais demonstrações de ferocidade e violência contra os direitos humanos.
Não saberemos avaliar com precisão quais os atos mais perversos e sanguinários: os realizados pelos executores, ou os praticados pelos executados. Aliás, pessoas lutam e matam até hoje “em nome de Deus”, para justificar e proteger suas crenças religiosas.
A atrocidade, o sadismo, a perversidade e a desumanidade são características provenientes da insensibilidade ou enrijecimento da psique humana, em processo inicial de desenvolvimento espiritual. A Espiritualidade, na terceira parte, capítulo VI, de “O Livro dos Espíritos”, expõe: “(...) o senso moral existe, como princípio, em todos os homens (...) dos seres cruéis fará mais tarde seres bons e humanos (...)”
As faculdades do homem estão em estado latente, “como o princípio do perfume no germe da flor, que ainda não desabrochou”, assim, também, em essência somos todos unos com a Perfeição Divina que habita em nós.
Todo processo de aprendizagem resulta em uma expansão da consciência, o que nos possibilita, gradativamente, abandonar os gestos bárbaros. Quando a criatura integrar na sua mentalidade o senso moral, que nela reside em estado embrionário, converterá os atos agressivos em atitudes sensatas e humanas.
Um traço comum em toda a Natureza é a evolução. Evoluir é o grande objetivo da Vida, pois, quanto mais progredirmos, mais resolveremos nossos problemas com harmonia e sensatez. A maioria dos indivíduos se comporta como se os problemas existissem por "si sós" ” exige que o mundo exterior os resolva. Mas as dificuldades não existem fora, e sim dentro de nós mesmos. Nesse caso, quanto mais percebemos essa realidade, mais aprenderemos como solucioná-las sem brutalidade.
Cada ato de agressividade que ocorre neste mundo tem como origem básica uma criatura que ainda não aprendeu a amar. Naturalmente, todos nós ficamos indignados com a rudeza ou a maldade, mas devemos entender que isso é um processo natural da humanidade em amadurecimento e crescimento espirituais.
Por trás de todo ato de crueldade, sempre existe um pedido de socorro. Precisamos escutar esse apelo inarticulado e dissolver a violência com nossos gestos de amor.
Os atos e a vida do Cristo apresentam, sob muitos aspectos, sempre algo de novo a ser interpretado em seu significado mais profundo. A História da humanidade nunca registrou nem registrará fato tão cruel e violento na vida de um ser humano com aquele ocorrido há quase dois mil anos.
Os judeus tinham, nas redondezas de Jerusalém, uma colina que se destinava à execução dos condenados da época.
Era um terreno de acentuado declive, aspecto pesado e sombrio, onde crucificavam assassinos e ladrões. Os gregos deram-lhe o nome de Gólgota, do hebraico “gulgoleth” (crânio”, os romanos chamavam de Calvário, do latim “calvarium” (“lugar das caveiras”). Esse sítio tinha uma formação rochosa que se assemelhava a uma caveira, além de nele se encontrarem, por todos os lados, crânios em decomposição, expostos ao tempo.
Nesse tétrico lugar, um ser extraordinário, que queria simplesmente despertar nos homens sua “dimensão esquecida”, ou ligar esse “elo perdido” ao Poder da Vida, foi crucificado penosamente.
“E, quando chegaram a um lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, juntamente com dois malfeitores, um à direita e outro à esquerda. Mesmo diante do sofrimento, Jesus dizia: Pai perdoe-lhes, porque não sabem o que fazem.”
O grande número de pessoas ali presente representava a violência humana; para elas não havia sequer um laivo de maldade em suas ações, e se ofenderiam, certamente, se fossem acusadas de perversas. Jesus, no entanto, as entendia em sua infância espiritual.
Todos nós, na atualidade, preocupados em saber como lidar com a violência, que explode de tempos em tempos no seio da sociedade terrena, devemos sempre fazer uma busca interior para compreender integralmente o significado majestoso dessa atitude de entendimento, perdão e amor que Jesus Cristo legou para toda a humanidade.


Espírito: HAMMED
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto – As dores da alma.

Psicopatia e Espiritismo

Psicopatia e Espiritismo

Sérgio Biagi Gregório

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. A Maldade Humana: 4.1. Índice da Maldade Humana; 4.2. Resumo do Índice da Maldade Humana; 4.3. Números sobre a Psicopatia. 5. Consciência e Responsabilidade: 5.1. Falta de Consciência Atinge 1 em cada 25 Pessoas; 5.2. Sintomas dos Distúrbios Mentais; 5.3. Os Psicopatas não Sentem Culpa nem Remorso. 6. Psicopatia e Espiritismo: 6.1. Conhecimento da Lei Natural; 6.2. Ideoplastia; 6.3. Nada Fica Incólume. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

A psicopatia e a sociopatia são distúrbios de comportamento quando comparados com uma média normal da sociedade. Procuramos, neste estudo, anotar algumas informações de revista e livro, comparando-as com os princípios codificados por Allan Kardec.

2. CONCEITO

Psicopatia é uma designação geral, pouco específica e controversa, para uma grande classe de modos anormais de vivência e conduta. Em geral, considera-se a psicopatia como desvio psíquico condicionado pela hereditariedade da norma média no campo da vida impulsiva, emocional e voluntária, que leva a uma adaptação errada.

Schneider distingue os seguintes tipos de psicopata: hipertímicos (intriguistas), depressivos inseguros, fanáticos, egotistas, inconstantes, explosivos, insensíveis abúlicos e astênicos (pouca resistência e capacidade). (Dietrich, 1978)

3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Geralmente pensamos que o psicopata é um serial killer, um homem violento, que procura praticar os mais cruéis dos crimes. É bom notar que nem toda a pessoa que mata é um psicopata e nem todo psicopata mata. Os psicopatas sabem como ninguém dissimular o seu estado emocional, parecendo extremamente frios diante dos piores crimes cometidos. Muitos deles são tão perfeitos que conseguem enganar o mais famoso dos peritos.

A psicopatia deve ser tratada por profissionais da área, ou seja, os psiquiatras. Não é aconselhável, nos Centros Espíritas, interpretá-la como caso comum de obsessão. Podemos aplicar passes e ministrar palestras evangélicas, no sentido de melhorar pensamento dos psicopatas, mas não convém substituir o tratamento médico pela Assistência Espiritual.

A lei da reencarnação, a imortalidade da alma e a lei de causa e efeito muito nos ajudam na compreensão desses distúrbios da mente.  

4. A MALDADE HUMANA

4.1. ÍNDICE DA MALDADE HUMANA

O psiquiatra forense Michael Stone, da Universidade de Colúmbia, nos EUA, criou um índice que mede o grau de maldade em pessoas que cometeram assassinatos. Este índice varia entre 1 e 22 e procura avaliar: o motivo, o método e a crueldade. “A maldade aumenta conforme crescem a futilidade do motivo, o sadismo e a violência do método, e agravantes como perversão sexual, número de vítimas, tempo em atividade e tortura”. (Mundo Estranho, edição 103, p. 24)

4.2. RESUMO DO ÍNDICE DA MALDADE HUMANA

Os 22 itens da maldade humana podem ser assim resumidos: pessoas que matam em defesa própria; parceiros que matam motivados por ciúme; pessoas traumatizadas e desesperadas que matam, mas se arrependem; pessoas extremamente narcisistas que matam movida por ciúme; pessoas que matam pessoas que se encontram no caminho de um objetivo; psicopatas com sede de poder que matam quando se sentem ameaçados; psicopatas frios e egocêntricos que matam em beneficio próprio; assassinos torturadores; assassinos seriais com perversões sexuais; psicopatas que colocam vítimas sob tortura extrema por um longo período e depois matam. (Mundo Estranho, edição 103, p. 24 a 33)

4.3. NÚMEROS SOBRE A PSICOPATIA

86% dos serial killers americanos são psicopatas.

Metade dos crimes hediondos dos EUA é cometida por psicopatas.

2,5 vezes é o risco de psicopatas conseguirem liberdade condicional por causa de sua capacidade de simular, comparados a presos normais.

4 vezes mais crimes violentos são cometidos pelo psicopata, comparado ao criminoso comum.

70% é a taxa de reincidência de um psicopata em liberdade.

1 a cada 3 psicopatas é mulher.

7 vezes é o risco de um psicopata matar um estranho, comparado ao criminoso comum.

20% é a estimativa de psicopatas na população carcerária do Canadá e dos Estados Unidos. (Mundo Estranho, edição 103, p. 27)

5. CONSCIÊNCIA E RESPONSABILIDADE

5.1. FALTA DE CONSCIÊNCIA ATINGE 1 EM CADA 25 PESSOAS

Uma em cada 25 pessoas não sente culpa nem remorso pelo que fazem, pelo mal que possam causar ao seu semelhante. Essas pessoas podem fazer absolutamente qualquer coisa, pois a falta de consciência nada lhes cobra. Segundo Martha Stout, em Meu Vizinho é um Psicopata, a psicopatia pode atingir qualquer pessoa, independentemente de renda, poder ou belo porte físico. Esses distúrbios originam-se na pouca ou falta de consciência, cujo termo técnico é “Transtorno da Personalidade Antissocial”, uma incorrigível deformação do caráter, que se acredita estar em 4% da população mundial. (2010, p. 18)

5.2. SINTOMAS DOS DISTÚRBIOS MENTAIS

Incapacidade de adequação às normas sociais;

Falta de sinceridade e tendência de manipulação;

Impulsividade, incapacidade de planejamento prévio;

Irritabilidade, agressividade;

Permanente negligência com a própria segurança e a dos outros;

Irresponsabilidade persistente;

Ausência de remorso após magoar, maltratar ou roubar outra pessoa. (Stout, 2010, p. 18)

5.3. OS PSICOPATAS NÃO SENTEM CULPA NEM REMORSO

Os psicopatas, para atingir os seus objetivos, são capazes de qualquer coisa. Matam, enganam, torturam, fazem terrorismo. Embora saibam o que é certo e errado não dão ouvido à sua consciência e cometem os maiores delitos. Pode ser o chefe de uma empresa que pisa em seu funcionário, o marido agressivo, o pai de família etc. A gravidade do fato está em fazer tudo isso sem sentir um pingo de culpa ou remorso.

6. PSICOPATIA E ESPIRITISMO

6.1. CONHECIMENTO DA LEI NATURAL

De acordo a Doutrina Espírita, a lei de Deus está escrita na consciência do ser. Essa lei pode ser esquecida, mas há muitos abnegados instrutores encarnados e desencarnados encarregados de nos lembrar dela. São os Espíritos superiores, cuja missão é fazer progredir a Humanidade. Ainda: “A lei de Deus é a única necessária à felicidade do homem; ela lhe indica o que deve fazer ou não fazer, e ele só se torna infeliz porque dela se afasta”. (Kardec, 1995, Livro Terceiro, cap. 1)

6.2. IDEOPLASTIA

O Espírito André Luiz, em Mecanismo da Mediunidade, fala-nos da atuação da mente, em que o pensamento pode materializar-se, criando formas que têm longa duração, conforme a persistência da onda em que se expressam. Ele diz: “Na mediunidade de efeitos intelectuais, a ideoplastia assume papel extremamente importante, porque certa classe de pensamentos, constantemente repetidos sobre a mente mediúnica menos experimentada, pode constrangê-la a tomar certas imagens, mantidas pela onda mental persistente, como situações e personalidades reais, tal qual uma criança que acreditasse estar contemplando essa paisagem ou aquela pessoa, tão só por ver-lhes o retrato animado num filme”. (Xavier, 1977, p. 141)

6.3. NADA FICA INCÓLUME

Para a ciência médica, a falta de consciência permite ao indivíduo cometer qualquer crime. Na visão espírita, tudo tem a sua razão de ser e nenhum agravo à lei de Deus fica sem o reparo necessário. O esquecimento do passado, apregoado pela Doutrina Espírita, é apenas para nos livrar de embaraços maiores à nossa vivência neste mundo. No íntimo de cada um de nós há os germes da perfeição. Podemos, pelo nosso livre-arbítrio, contrariar aquilo que está dentro de nós, mas teremos que reparar em futuro próximo.

7. CONCLUSÃO

Saibamos compreender os atos de nossos semelhantes. Não sejamos coniventes, contudo, com aqueles que contrariam a nossa própria consciência. Embora não saibamos de pronto, cada um se dá por aquilo que procura.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

DIETRICH, Georg e WALTER, Hellmuth. Vocabulário Fundamental de Psicologia. São Paulo: Edições 70, 1978.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.
MUNDO ESTRANHO. São Paulo: Editora Abril, setembro de 2010, edição 103.
STOUT, Martha. Meu Vizinho é um Psicopata. Tradução de Regina Lyra. São Paulo: Sextante, 2010.
XAVIER, F. C. Mecanismos da Mediunidade, pelo Espírito André Luiz. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.
São Paulo, setembro de 2010.

domingo, 28 de julho de 2013

A História do Bambu chinês


Depois de plantada a semente deste incrível arbusto, não se vê nada por aproximadamente 5 anos, exceto um lento desabrochar de um diminuto broto a partir do bulbo. Durante 5 anos, todo crescimento é subterrâneo, invisível a olho nu.

Mas... uma maciça e fibrosa estrutura de raiz que se estende vertical e horizontalmente pela terra está sendo construída. Então, no final do 5º ano, o bambu chinês cresce até atingir a altura de 25 metros.

Um escritor de nome Covey escreveu:

"Muitas coisas na vida pessoal e profissional são iguais ao
bambu chinês. Você trabalha, investe tempo, esforço, faz tudo o que pode para nutrir seu crescimento, e ,às vezes, não vê nada por semanas, meses ou anos. Mas se tiver paciência para continuar trabalhando, persistindo e nutrindo, o seu 5.º ano chegará..., e com ele virão um crescimento e mudanças que você jamais esperava..."

O bambu chinês nos ensina que não devemos facilmente desistir
de nossos projetos e de nossos sonhos...

Em nosso trabalho, especialmente, que é um projeto fabuloso que envolve mudanças de comportamento, de pensamento, de cultura e de sensibilização, devemos sempre lembrar do bambu chinês para não desistirmos facilmente diante das dificuldades que surgirão.

Procure cultivar sempre dois bons hábitos em sua vida:

Persistência e a Paciência, pois você merece alcançar todos os seus sonhos!!!

"É preciso muita fibra para chegar às alturas e, ao mesmo
tempo, muita flexibilidade para se curvar ao chão e não se
deixar quebrar."

terça-feira, 23 de julho de 2013

Vergílio Zoppi


VIRGILIO


Nascido numa Fazenda de café, a Fazenda do Conde, em Santa Gertrudes, então distrito de Rio Claro, São Paulo, o garoto veio ao mundo no dia 01 de agosto de 1929. Na pia batismal recebeu o nome de Vergílio Zoppi, em homenagem a seu avô materno o Sr. Vergílio Carità. De uma família profundamente religiosa, seus pais o Senhor Nazareno Zoppi já falecido e sua mãe Da. Teresa Carità, também já falecida, procuraram encaminhar o filho primogênito pelos caminhos de Deus.

Cursou o primário em várias escolas rurais e conseguiu tirar o diploma na Escola Heitor Penteado de Americana, São Paulo, para onde finalmente a família havia se transferido. Ali foi coroinha, fez parte da Congregação Mariana e foi sempre acompanhado e orientado por seu primo José Zoppi, um cristão praticante.

Começou cedo a trabalhar em fábrica de tecidos, para ajudar nas despesas da casa. Encantando com a atitude e a presença de dois seminaristas, que vinham passar as férias com a família, sentiu despertar dentro de si o desejo de se tornar sacerdote. O primo José o encorajou e o ajudou na preparação para entrar no seminário. Deixando o emprego, foi para o Seminário Santa Cruz em Rio Claro, São Paulo, aonde chegou no dia 23 de abril de 1944. A Congregação escolhida foi a dos Padres Estigmatinos. Na Escola Apostólica Santa Cruz cursou todo o ginásio. Em 1948 foi para o Seminário Gaspar Bertoni de Ribeirão Preto, São Paulo, onde fez o curso do segundo grau, fez o noviciado, no término do qual fez sua primeira profissão religiosa no dia 16 de fevereiro de 1952. Em seguida no mesmo Seminário cursou filosofia. Em setembro de 1953, com vários companheiros, foi para a Itália e na cidade de Verona fez o curso teológico. O primeiro ano foi feito na Casa dos Estigmas e os três anos restantes foram feitos no novo Seminário de São Leonardo. Foi ordenado sacerdote no dia 29 de junho de 1957, na mesma Catedral de Verona, onde fora ordenado sacerdote e nosso Fundador São Gaspar Bertoni. Após a ordenação fez um curso de pastoral, por um ano e na metade de 1958 retornou ao Brasil e celebrou sua primeira missa para seus pais, irmãos, familiares e amigos na igreja matriz Santo Antônio de Americana, São Paulo.

Na Província Santa Cruz prestou seus serviços pastorais em vários lugares do Estado de São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais, Bahia e Paraná. Em 1981 foi transferido para a nova Província São José, onde prestou seus serviços em Ituiutaba, Minas Gerais, Goiânia, Goiás, Brasília, Distrito Federal, Luziânia, Goiás, primeiramente como orientador de nossos estudantes e depois como Vigário paroquial. Atualmente reside na Residência Provincial em Goiânia, Goiás e presta sua colaboração na Paróquia Nossa Senhora das Graças, no Jardim América, como Vigário paroquial e presta sua ajuda na Cúria Provincial, como secretário da mesma

Aos 84 anos, morre o padre Vergílio Zoppi

Zoppi atuava como vigário paroquial em Goiânia; ele celebrou sua primeira missa na Matriz de Santo Antônio de Americana, em 1958

Faleceu nesta segunda-feira (22) pela manhã, em Goiânia, o padre Vergílio Zoppi, aos 84 anos. Ele celebrou sua primeira missa na então Matriz de Santo Antônio, em Americana, no ano de 1958.

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Morreu nesta madrugada o Padre Vergílio Zoppi, figura importante no crescimento de Barra da Estiva. O Padre Vergílio Zoppi chegou na cidade no dia 03 de abril de 1968, acompanhado do Bispo D. Hélio Paschoal e de Nercy Antônio Duarte. Além de assumir a paróquia, o Padre Vergílio foi um dos principais envolvidos na evolução da educação de Barra da Estiva, implantando o magistério, visando a  formação de professores. Ele foi um dos primeiros professores da instituição. O Padre ganhou justas homenagens da cidade, que possui uma rua e um colégio municipal com o seu nome.



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Nascido em Santa Gertudes, Zoppi veio para Americana ainda menino e foi aluno da Escola Heitor Penteado. Ele chegou a trabalhar como tecelão, mas logo sentiu o desejo em se tornar sacerdote. Começou sua vida religiosa em 1944, quando foi para o Seminário Santa Cruz em Rio Claro. Foi ordenado sacerdote no dia 29 de junho de 1957 na Catedral de Verona, na Itália, e voltou para o Brasil um ano depois.

Vergílio Zoppi prestou seus serviços pastorais em vários lugares do Estado de São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais, Bahia, Paraná, Goiânia e Goiás. Atualmente ele morava em Goiânia e prestava sua colaboração na Paróquia Nossa Senhora das Graças como vigário paroquial.

O corpo do padre chegará em Americana pela madrugada e o sepultamento está programado para acontecer na terça-feira, às 15h, no Cemitério da Saudade de Americana.

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Menino na nuvem


Sinopse - Menino na nuvem - Vergilio Zoppi

Este opúsculo quer ser uma singela homenagem às pessoas simples e generosas, que dedicam sua vida ao bem do próximo, tentando levar um pouco de luz às mentes e uma chama de amor aos corações. Deseja ainda exautar a figura de uma pessoa bem especial, de um homem sem estudo acadêmico, mas rico de grande sabedoria e perspicácia, que saiba expressar em termos usuais e caseiros nobres sentimentos, ditos gentis e profundos pensamentos.

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Livros:

- Retalhos da Vida Estigmativa, Pe. Vergílio Zoppi

- Os Seroes de Tia Maria, Vergilio Zoppi

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segunda-feira, 22 de julho de 2013

Reencarnação é a lei da causa e efeito


POR ADRIANEDTO
Continuação do Texto – Reencarnação é a lei da causa e efeito

Foi avô.

Foi marido.

Teve amigos.

E como último pensamento antes do seu desencarne recordou Fernando Pessoa:

“Quem passou pela vida em brancas nuvens
e em plácido descanso adormeceu.
Quem nunca bebeu das fontes da alegria,
da paz, do amor, do silêncio e da harmonia.
Quem nunca se deleitou com a meditação.
Quem nunca experimentou o êxtase interior.
Vegetou. Se arrastou do útero à cova…
Foi um espectro de homem, não foi homem.
Só passou pela vida, não viveu.”

E então… “Só passou pela vida… não viveu”.

Para que possamos viver nossas vidas devemos antes de tudo compreendê-la.

O primeiro passo para isso e entender que nós todos estamos, no dia de hoje, recebendo uma herança… herança deixada por nós mesmos.

Ora, umas das leis que regem o Universo é a lei de causa e efeito; aonde tudo o que é feito gera uma conseqüência.

Como somos partes do Universo, esta lei de causa e efeito também atinge nossas vidas, e todos os atos que praticamos (sem exceção; do mais simples ao mais complexo ato… todos).

Com esta informação já podemos compreender um pouco melhor sobre a finalidade da nossa existência atual e afinal “o que estamos fazendo aqui”.

Mensagens espíritas existem que nos contam sobre o proceder da vida do encarnado e suas conseqüências para sua futura vida encarnatória.

Nos contam e nos mostram que tudo aquilo que plantamos, um dia, cedo ou tarde iremos colher.

Mas, será que foi a doutrina espírita que nos trouxe o tema reencarnação?

Não…

A idéia reencarnacionista sempre acompanhou o homem.

Os egípcios, os hindus e os gregos eram comunidades reencarnacionistas.

Inclusive um dos livros mais antigos da humanidade, o livro dos Vedas, escrito à quase 3700 anos, já citava a doutrina da reencarnação.

Sócrates e Platão também eram reencarnacionistas.

Aliás, para quem não sabe, de acordo com uma pesquisa feita pelo canal Discovery Channel, 2/3 da população mundial crê na reencarnação.

Isso corresponde a mais de 4 bilhões de pessoas!

No ocidente, a teoria reencarnacionista vem novamente ganhando força.

Isso porque ocorreu em nossas histórias um período chamado de período inquisitorial.

Período que durou cerca de 1000 anos.

Neste período pessoas eram condenadas por heresia e, normalmente, eram queimadas em fogueiras.

Heresia que significa: Linha de pensamento contrária ao credo religioso.

E no período correspondente à Inquisição, a Igreja já não mais admitia a reencarnação, como veremos ainda nesta noite.

E o que a doutrina espírita nos ensina sobre a reencarnação?

Em linhas gerais, a espiritualidade ensina que:

Todos os espíritos foram criados por Deus e tendem a perfeição.

Deus concede aos espíritos imperfeito vários meios de alcançarem tal perfeição.

Assim, é permitida novas experiências corporais quando o espírito não pode fazer ou concluir alguma prova.

Nos ensinam também que o espírito, como tudo o que nos rodeia, está em constante evolução.

O que derruba a idéia da Metempsicose, aonde se acredita que espíritos humanos possam reencarnar em animais.

O espiritismo também nos ensina que existem limites para a reencarnação.

Quanto mais próximo da perfeição, menor é a necessidade da reencarnação do espírito.

Até chegar um dia aonde a reencarnação será desnecessária.

E o espírito poderá viver apenas sua verdadeira vida, que é a vida espiritual.

Porém, não é só no campo das mensagens mediúnicas que iremos encontrar explicações sobre sermos herdeiros de nós mesmos.

Explicações científicas também existem.

E estas explicações são encontradas principalmente na TVP ou Terapia de Vidas Passadas.
Muitos nomes importantes na medicina e psicologia mundial estudam o tema e aplicam em seus pacientes a TVP, cito alguns nomes de peso no campo médico-científico como os de Ken Page, Bárbara Brennam, John Plowman, Ian Stevenson e o psico-terapeuta Brian Weiss.

Inclusive os estudiosos já descobriram que ao se fazer a TVP a parte do cérebro ativada é a da memória e não da criação!

Ian Stevenson recentemente mostrou à comunidade científica estudos que realizou sobre a TVP.

Ele recolheu dados de mais de 2000 pacientes, quase todas crianças.

E o que surpreendeu os especialistas foi a correspondência existente entre os dados recolhidos dos pacientes e os documentos oficiais/históricos.

Aliás, os cientistas já começaram os estudos do chamado período entre vidas (o que um espírito faz entre as encarnações)…

E os estudos iniciais já nos mostram que a vida continua após a morte, em verdadeiras cidades espirituais.

E isso só vem comprovar a pureza e a grandeza das mensagens mediúnicas, que desde muito tempo nos ensina a respeito.

Um grande exemplo é o livro “Nosso Lar.”, do autor espiritual André Luiz.

Falando um pouquinho mais sobre as explicações científicas sobre a reencarnação citarei agora o Dr.Brian Weiss.

Ele é o autor do livro “Muitas vidas, muitos mestres”, que ajudou a difundir a TVP pelo mundo.

Brian Weiss se envolveu com a Terapia de Vidas Passadas com uma paciente a quem ele chama de Catherine.

Após um ano de terapia convencional, a moça não havia feito grandes progressos em seu tratamento.

Dr. Weiss sugeriu, então, tentar a hipnose.

Foi aí que em vez de regredir à infância, celeiro dos maiores traumas da vida adulta das pessoas, Catherine voltou 4.000 anos no tempo, lembrando com extrema riqueza de detalhes de sua vida no Egito Antigo.

Até o episódio com Catherine, Dr. Brian Weiss não era um homem religioso, e não acreditava que a reencarnação fosse algo real.
Porém ele se curvou diante das provas evidenciadas por sua paciente, passando a usar a TVP como seu principal método de trabalho.

Esta história sobre a paciente Catherine está registrada no livro “Muitas Vidas, Muitos Mestres”.

E além das mensagens espíritas e dos ensinos científicos, a reencarnação pode ser entendida também com uma simples dedução sobre a justiça divina.

Porque sofremos? A lei divina explica ( Causa e Efeito e Reencarnação )

Porque sofremos? A lei divina explica ( Causa e Efeito e Reencarnação )

Espiritismo
“Em Casa...

Ninguem foge a Lei da Reencarnação.

ONTEM, atraiçoamos a confiança de um companheiro, induzindo-o a derrocada moral.
HOJE, guardamo-lo na condição do parente difícil, que nos pede sacrifício incessante.

ONTEM, abandonamos a jovem que nos amava, inclinando-a ao mergulho na lagoa do vicio.
HOJE, temo-la de volta por filha incompreensiva, necessitada do nosso amor.

ONTEM, colocamos o orgulho e a vaidade no peito de um irmão que nos seguia os exemplos menos felizes.
HOJE, partilhamos com ele, a feição de esposo despótico ou de filho-problema, o cálice amargo da redenção.

ONTEM, esquecemos compromissos veneráveis, arrastando alguém ao suicídio.

HOJE, reencontramos esse mesmo alguém na pessoa de um filhinho, portador de moléstia irreversível, tutelando-lhe, a custa de lagrimas, o trabalho de reajuste.

ONTEM, abandonamos a companheira inexperiente, a mingua de todo auxilio, situando-a nas garras da delinqüência.

HOJE, achamo-la ao nosso lado, na presença da esposa conturbada e doente, a exigir-nos a permanência no curso infatigável da tolerância.

ONTEM, dilaceramos a alma sensível de pais afetuosos e devotados, sangrando-lhes o espírito, a punhaladas de ingratidão.

HOJE, moramos no espinheiro, em forma de lar, carregando fardos de angustia, a fim de aprender a plantar carinho e fidelidade.

A frente de toda dificuldade e de toda prova, abençoa sempre e faze o melhor que possas.

Ajuda aos que te partilham a experiência, ora pelos que te perseguem, sorri para os que te ferem e desculpa todos aqueles que te injuriam...

A humildade e a chave de nossa libertação.

E, sejam quais sejam os teus obstáculos na família, e preciso reconhecer que toda construção moral do Reino de Deus, perante o mundo, começa nos alicerces invisíveis da luta em casa.

Francisco Candido Xavier. Da obra: Amor e Vida em Família.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

Lei de causa e efeito e os compromissos cármicos

Todos nós temos os nossos compromissos cármicos. E nascemos com todas as condições necessárias e ajustadas para atendermos aos princípios da Lei de causa e efeito.

Você se considera uma pessoa forte? Nos períodos de turbulência da vida, você consegue dar conta do recado?

Quando tiramos os olhos de cima do nosso próprio umbigo, podemos perceber que há pessoas com muito mais atribuições que outras, e podemos ver que as que mais fazem não são as que mais se queixam. Acho que foi Paulo, numa epístola aos Coríntios (epístola quer dizer carta, que é o nosso e-mail hoje… dá pra imaginar Paulo mandando um e-mail pros Coríntios? E Coríntios é um pessoal lá da Grécia, não tem nada a ver com o time…), Pois parece que foi o Paulo que disse que Deus não nos dá um fardo que nossos ombros não possam carregar.

E é por aí. Cada um com suas atribuições, cada um com seus compromissos cármicos. Esses compromissos que trazemos de outras existências foram gerados por nós mesmos, são pequenos ou grandes equívocos que cometemos e que agora devem ser reparados. O hoje é o momento mais propício para reparar erros do passado. Nascemos com todas as condições necessárias e ajustadas para atendermos aos princípios da Lei de causa e efeito. Dificuldades financeiras, problemas familiares, possíveis enfermidades, tudo o que trazemos na bagagem foi colocado em nossa mala existencial por nós mesmos, então não adianta esperneio e choradeira.

Que coisa ridícula viver se lamuriando! É claro que não usamos esses termos na frente dos chorões, eles precisam de outra abordagem, precisam se fortalecer para perder a pena que sentem de si mesmos. Mas não podemos nos deixar contagiar. Pena é um sentimento inútil, não resolve nada. Podemos fazer algo? Façamos esse algo, então! Mas ter pena não adianta, é um sentimento que gera energias pesadas, densas.

Você deve se sentir um privilegiado pelo fato de a vida exigir muito de você! Esteja certo de que a vida não lhe exigiria esse esforço se não pudesse contar com você. A vida só exige muito daqueles que têm a capacidade de vencer, de dar conta do recado. Nos processos que regem a reencarnação, só nos é proposto/exigido/sugerido fazer aquilo que está de acordo com nossa capacidade, de acordo com nossas forças.

A dramatização dos problemas é responsável por grande parte do peso do fardo que carregamos. Muito desses “fardos” já poderiam ter sido deixados em qualquer lugar, mas às vezes insistimos em carregá-los conosco. São as dores de estimação, as antigas ofensas, as contrariedades que não foram superadas. É preciso perdoar, relaxar, ser feliz.

Mesmo pessoas caridosas, humildes, de princípios morais sólidos, cometem erros banais como esses, de passar a vida carregando pesos inúteis. Quando não são reencarnacionistas, não entendem a simplicidade e implacabilidade da Lei de causa e efeito, e chegam a duvidar da Justiça Divina. Realmente, sem compreender a reencarnação, tudo parece injusto.

Não estou querendo dizer que somos melhores ou mais certos por compreendermos a reencarnação. Mas se não fosse por esse entendimento, eu, de minha parte, seria ateu, e convicto. Não há Justiça se desconsiderarmos a pluralidade das existências. Mas isso é pessoal; há ateus e religiosos de todos os tipos que carregam seus fardos com alegria, sem lamúrias e lamentações. E é isso o que importa, né? Alegria e responsabilidade.

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REENCARNAÇÃO: O FIM E O RECOMEÇO

REENCARNAÇÃO: O FIM E O RECOMEÇO

Causa e efeito

Sempre que se fala em leis superiores, vontades divinas ou força maior, está se falando também de um outro conceito bastante utilizado no espiritismo: a lei de causa e efeito. Assim como na física, esse princípio apresenta-se de forma lógica e precisa. “Devemos entender que Deus não castiga. Mas tudo aquilo que você desarmoniza, você vai ter que harmonizar novamente”, acredita Maria de Cássia.

Esse “acerto de contas” não será necessariamente em uma próxima encarnação. Ele vai depender de sua condição espiritual. Mas, de toda a forma, foi deixada aberta uma lacuna que, um dia, vai ter que ser fechada. “O espírito é criado de forma simples e sem conhecimento sobre suas experiências reencarnatórias. Paulatinamente, vai adquirindo experiências, boas e negativas, surgindo aí eventuais necessidades de ajustes perante a lei divina, e o conseqüente progresso espiritual”, descreve o diretor da FEB.

De acordo com a lei de causa e efeito, quando se tem uma atitude mais amorosa, mais branda e mais pacífica diante do mundo, esse ajuste de contas pode ser revisto. “Se eu tivesse que harmonizar uma situação futura, mas começasse desde já a ter outro comportamento, certamente seriam feitos reajustes espirituais em minha trajetória, modificando o cenário final”, explica a diretora da FEESP.


Lei de Causa e Efeito - Parte 1


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Lei de Causa e Efeito - Jorge Andréa - vídeo parte 2


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Reencarnação e Lei de Causa e Efeito - Palestra


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Reflexões sobre a reencarnação e a Lei de Causa e Efeito

Reflexões sobre a reencarnação, parte 1

Esta série de artigos sobre reencarnação não irá se preocupar em demonstrar evidências de que a reencarnação é uma lei da natureza. Ao invés disso, irei falar sobre aspectos da reencarnação, e da crença na reencarnação, que geralmente não são muito abordados, embora mereçam - na minha opinião - uma reflexão mais cuidadosa. Se você procura por evidências da reencarnação, irá encontrar outros posts neste blog que tratam do assunto. Vale dizer, é claro, que esta série de artigos tampouco se propõe a convencer ninguém acerca da realidade ou irrealidade da reencarnação.

Potencialidade e personalidade

O reencarnacionismo é uma crença que data dos primórdios das civilizações egípcia e orientais, estando entre nós a bastante tempo. Não é muito complicado compreender o princípio básico da reencarnação: somos espíritos que habitam corpos durante o período em que estão aptos a receber um espírito; Quando as leis naturais fazem com que o corpo humano não consiga mais sustentar a vida orgância, o espírito então se desliga, pois de nada lhe adiantaria continuar habitando um cadáver. Por analogia, é simples compreender se pensarmos em um distinto senhor que troca de roupas toda a vez que elas estão gastas e puídas - não lhe convém comparecer ao trabalho, ou a alguma festa, com uma roupa inapropriada. Da mesma forma, espíritos trocam de corpos como este senhor troca de roupas. Porém, lembremos que isso é apenas uma analogia. Importante é, entretanto, lembrar que não há nada de sombrio na morte do corpo: é exatamente ela que permite a vida. Sem morte física não existiria vida física, pois no universo tudo está em constante mudança, e o sistema da natureza é todo encadeado em sutis e elegantes leis de causa e efeito. O que não tinha vida, no entanto, continuará não tendo: o espírito sopra onde é chamado, e habita os corpos e orbes que o seu nível de evolução, a sua potencialidade espiritual, lhes permite.

Há muitos espiritualistas que creem que o espírito é imaterial, mas isso não parece ser a verdade, ou pelo menos não é o que os espíritos dizem. Através da codificação do célebre Livro dos Espíritos, na pergunta #82 formulada por Kardec, temos a resposta de que os espíritos são incorpóreos (não possuem um corpo fisico), mas não imateriais, pois que tudo é formado por matéria; Muito embora a matéria que forme o espírito seja fluida, e ainda não detectada pela ciência (talvez porque não interaja com a luz, à semelhança de aproximadamente 96% da matéria do universo, segundo postula a teoria da Matéria Escura).

Também há muitos desinformados que atribuem a reencarnação crenças anedóticas como, por exemplo, a possibilidade de reencarnarmos em um porco, ou uma vaca, ou um inseto, etc. É verdade que a metempsicose postula sobre essa possibilidade, mas não a rencarnação. A reencarnação está associada a evolução, e também a simetria das leis da natureza, que são as mesmas por todo o Cosmos. Nesse sentido, a teoria de Darwin-Wallace é de vital importância para o reencarnacionismo. Assim como faz todo sentido dizer que ramos científicos como a biologia perderiam todo o sentido sem a teoria da evolução das espécies, o mesmo pode ser dito em relação ao reencarnacionismo. De fato, não é à toa que um dos criadores desta teoria era reencarnacionista e espiritualista. Ora, isso porque os espíritos não reencarnam somente entre o homo sapiens, mas vem necessariamente reencarnando desde a formação da vida na Terra, por milhões e milhões de anos e encarnando em milhares de espécies. Ocorre que, apenas no estágio em que os espíritos adquirem a capacidade de se reconhecerem como indivíduos, é que estarão aptos a habitar corpos de espécies onde o cérebro lhes permitirá ter um processo de consciência mais elaborado. Porém, segundo o espiritualismo, não é o cérebro quem gera a consciência, mas o espírito quem comanda o cérebro, e o corpo, através do processo de consciência.

A reencarnação não trata, portanto, apenas do homem, e apenas da Terra, mas sim de todos os seres vivos da natureza, na Terra e em outros planetas onde haja vida. Ou seja: o que tem vida, o que vivifica os corpos orgânicos, terá sempre vida. E o que não tinha vida, o que era só o corpo, continuará em seu ciclo natural. Como dizia Lavoisier, "na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma" - Ora, a vida é o que evolui, o que se tranforma de forma não-entrópica, o que organiza a matéria. Aquilo que não tinha vida é o que continua a ser jogado para cá e para lá pelo turbilhão da natureza em seu movimento eterno, como a poeira estelar que possibilitou o surgimento da vida orgânica em nosso planeta.

Há que saber diferenciar, no entanto, potencialidade de personalidade.

Personalidade é tudo aquilo que distingue um indivíduo de outros indivíduos, ou seja, o conjunto de características psicológicas que determinam a sua individualidade pessoal e social. A formação da personalidade é um processo gradual, complexo e único para cada indivíduo. O termo deriva do grego persona, com significado de máscara, que designava a "personagem" representada pelos atores teatrais no palco. Todos somos chamados a construir nossas personalidades, a vida em sociedade pede isso. A questão está em saber diferenciar nossa essência espiritual da máscara construída por nossa mente - a máscara para a alma. Não é culpa da mente que tenhamos que usar essas máscaras, isso também é algo que faz parte da evolução naturtal dos seres. Ora, todo ser que se reconhece como indivíduo passa a ter a necessidade de construir este indivíudo, de saber como diferencia-lo, como representa-lo e apresenta-lo para os outros. Ocorre que muitos de nós não estão à altura do desafio, não conseguem suportar a angústia de encarar a si próprios, de elaborar da melhor forma possível os seus próprios medos, incertezas, sua moral, etc. Então torna-se mais simples apenas seguir um padrão social, e ao invés de elaborar nossa personalidade por nós mesmos, copiar aquelas que são mais aceitas no mercado da sociedade.

O problema é que nossa essência é única, diz algo somente a nós próprios, necessita de aprendizagem que outros não necessitam, e é capaz de fazer o que outros não fazem. Copiando a máscara alheia, é capaz de termos sérios problemas. O nariz pode apertar e não permitir que respiremos direito, o material pode incomodar a pele e fazer coçar até ferir, o elástico pode arrebentar e nos deixar expostos sem uma máscara para nos proteger... Ora, máscaras são necessárias, mas somente até que compreendamos que tudo o que somos realmente é nossa essência espiritual - aí então não precisaremos mais delas, e saberemos viver a vida em paz, enxergando em todos que cruzam a nossa frente a fagulha divina de espíritos antigos, arqueados em exaustão de tanto rodar pelas trilhas das encarnações terrenas.

As personalidades são como máscaras que usamos de encarnação em encarnação, são mais caras para nós do que nosso corpo, porém tão dispensáveis e passageiras quanto ele. Eis que trocamos de máscaras como trocamos de roupa. Já a potencialidade é diferente: ela está sempre caminhando à frente, é ela o sentido de termos de viver por tanto tempo, através de tantas vidas e tantas histórias que nos parecem ainda absolutamente disconexas. Amala e Kamala foram duas crianças selvagens achadas a oeste de Calcutá, na India, em 1920. Elas foram aparentemente abandonadas na floresta ainda bebês e foram criadas por lobos. Enquanto estiveram entre os homens, não se comportaram de forma muito diversa dos lobos - andavam com as mãos no chão, comiam carne crua, não sabiam pronunciar as palavras mais simples, etc. O cético irá pular de alegria e ver aí, sem muita reflexão, a prova de que o espírito sequer existe... Mas, analisando de forma mais profunda, alguns talvez compreendam que se tratam de potencialidades não despertas.

Ora, um homo sapiens criado por lobos talvez nunca seja muito mais do que um lobo, mas será, cognitivamente, pelo menos um ser do mesmo nível de um lobo. Já o inverso seria impossível: um lobo jamais chegaria ao nível de cognição dos homo sapiens, mesmo que seja educado e treinado pelos melhores adestradores de animais... Isto porque a potencialidade do espírito do lobo não se compara a potencialidade do espírito de um homem. Potencialidade cognitiva, ética, de nível de consciência e raciocínio, etc. Não sejamos ingênuos, mesmo Mozart nunca teria sido gênio se não houvesse sido apresentado a um piano ainda quando criança, imaginem então se houvesse sido também criado por lobos. As leis da natureza valem para todos, se o cérebro em nossa infância não é estimulado da maneira correta, há muito pouco que possamos fazer depois. O espírito necessita despertar suas potencialidades através da interação simbólica, intuitiva, interpretativa e amorosa com o mundo que o cerca. Se isso não ocorre, o cérebro físico não se desenvolve, a personalidade defeituosa não possibilita que a individualidade se manifeste, e a potencialidade da alma permanece adormecida, esperando uma nova oportunidade.

Não existem atalhos neste caminho: todos temos, invariávelmente, que trilha-lo, passo a passo, vida a vida; Sempre em busca do maior desenvolvimento dessas potencialidades da alma, que se manifestam através do corpo mas não fazem parte do corpo, e que não estão em DNA algum. Entretanto, Deus não nos criou princípios inteligentes e nos largou a esmo no Cosmos, ora encarnando na secura das tribos nômades do Quênia, ora no aconchego de uma distinta família burguesa da Suécia, ora perfeitamente saudáveis, ora com doenças que limitam nossas vidas a poucos dias de vida... Não, a reencarnação não é algo que se opera de forma aleatória, ela obedece a leis bastante específicas. Sem seu correto entendimento, é talvez impossível compreender a profundidade e a lógica da justiça do reencarnacionismo.

Por isso, à seguir vamos refletir sobre a Lei de Causa e Efeito.

A Lei de Causa e Efeito, em filosofia, parte da definição de que "nenhum efeito é quantitativamente maior e/ou qualitativamente superior à causa". Segundo as doutrinas espiritualistas, é um conceito que determina que todo ato moral ocasiona uma resposta da natureza, que mais cedo ou mais tarde "retornará" a quem o efetuou - ou, em outras palavras, "cada um colhe o que plantou".

Pela dor ou pelo amor

Eu dizia que a reencarnação não opera a esmo, e de fato a compreensão da Lei de Causa e Efeito é a essência da compreensão da reencarnação. Primeiramente, é preciso diferenciar a Lei de Causa e Efeito do conceito de Karma: enquanto que normalmente o conceito de Karma sugere uma dívida a ser resgatada, a Lei de Causa e Efeito nos apresenta a idéia de que o futuro depende das ações e decisões do presente. Uma causa positiva gera uma efeito positivo, enquanto que uma causa negativa gera um efeito igualmente negativo. Ou seja, a compreensão do Karma vem muitas vezes associada a conceitos como "punição divina" ou "destino", como se só houvesse uma forma de purificar nosso espírito: pelo sofrimento e pela quitação de dívidas morais pregressas. Já a Lei de Causa e Efeito é mais abrangente e, principalmente, mais fluida: somos nós, e somente nós, os construtores de nosso próprio destino. Nada está escrito em pedra, nenhum evento infortuno é absolutamente inevitável, pois pela mesma via com que contraimos débitos para com a harmonia de nossa própria consciência, poderemos saldar com créditos. Evolui-se pela dor, isso é certo; Mas também evolui-se pelo amor, e isso depende de nossa vontade.

Acredito que seja mais simples ilustrar tal conceito com uma alegoria. Não cabe a nós julgar o porque do sofrimento alheio, disso só mesmo sabe o próprio ser que sofre, e o Deus onisciente, mas como se trata de uma alegoria, queiram desculpar-me.

Imaginemos um padre inquisidor na época medieval que, por sua crença cega, tenha enviado inúmeras pessoas inocentes para a morte na fogueira, por acusações de "bruxaria"... Certamente este espírito que acreditava ser "extremamente religioso" há de ter tido uma inesquecível desilusão quando compreendeu o resultado de seus atos com a consciência plena, seja ainda antes de desencarnar, seja após a morte. Ignoremos o tempo que tal espírito tenha passado em confusão mental ante a própria nebulosidade de sua consciência; Passemos os séculos adiante e imaginemos que tal espírito, após muito vagar a esmo pela escuridão de sua alma, tenha refletido e compreendido a extensão macabra de seus atos pregressos, e neste momento esteja por decidir (certamente com o auxílio de espíritos superiores em moral) quais eventos deseja vivenciar em sua próxima encarnação, com o objetivo de se depurar, de purificar as chagas de sua alma o mais breve possível...

Eis que os espíritos superiores lhe oferecem duas opções (lembremos que isto é tão somente uma alegoria): morrer em um incêndio, da mesma forma que matou tantos inocentes nos séculos passados, ou ser um médico da Cruz Vermelha, passando a vida a atender queimados em guerras e nas regiões mais inóspitas e pobres do planeta, sem no entanto padecer de uma queimadura sequer durante toda uma vida... O que você escolheria? Morrer queimado, porém sem muito esforço ou responsabilidade pela própria melhora, ou passar toda uma vida praticando caridade, convivendo com o sofrimento alheio e auxiliando da melhor forma possível?

Obviamente que qualquer homem são escolheria a segunda opção. O problema, no entanto, é que não basta escolher simplesmente, é preciso arregaçar as mangas e efetivamente praticar a caridade. Oh, e quantos, quantos de nós temos falhados miseravelmente em cumprir aquilo que prometemos aos seres de luz. Em tão somente amar e tomar as rédeas de nossa vida, enquanto tantos outros se limitam a passar pela vida como um barco de papel a flutuar pelo mar. Mas eis que, quando somos postos à prova, preferimos a acomodação, o fascínio de nosso próprio ego, as promessas vãs da matéria que nada mais é do que fumaça condensada, a transformar-se eternamente.

Os estóicos diziam que devíamos nos preocupar somente com aquilo que podemos modificar. Não podemos mudar as leis naturais nem o ânimo dos homens cegos, mas podemos compreender as leis naturais e agir à seu favor - e podemos servir de auxílio para todos aqueles que seguem ainda cegos pelas estradas milenares. Mas os estóicos sabiam: nosso problema é com nós mesmos, é com nossa própria consciência. Nós somos nosso próprio mal, e não poderia ser de outra forma...

Certamente a linguagem poética e alegórica não irá agradar aqueles que desejam, meticulosamente, avaliar a Lei de Causa e Efeito como quem calcula a velocidade de um objeto arremessado pelo ar. Mas não é pela razão pura que a compreenderemos: necessitamos do auxílio da intuição... Será que podemos perceber, em nossa consciência, quando tomamos atitudes que vão contra a harmonia da natureza? Pratiquem! Será que podemos aprender, tal qual a criança no jardim de infância, a fazer caridade, talvez simplesmente por dar o primeiro passo, e visitar algum asilo ou pediatria? Pratiquem! Será que podemos olhar para trás e, analisando as escolhas de nossa própria vida, refletir sobre aquelas que nos trouxeram as recompenças realmente profundas, a sabedoria verdadeira? Pratiquem!

Já foi dito que não há lei além de faz o que tu queres, e que sob a vontade, o amor é a lei... Nada poderia resumir melhor, talvez, a Lei de Causa e Efeito. Não se trata de ajustar as contas com um deus-que-pune-pecados, nem tampouco sofrer egoisticamente circundando a própria culpa, mas sim ter a coragem, o ânimo e a vontade para se colocar novamente de pé e encarar, frente a frente, as próprias faltas. E tomar o remédio amargo para a melhora. Amargo, sim, mas que não deixa de ser remédio. Escolher, na medida em que conquista cada vez mais sabedoria, o caminho do amor e da caridade, e não o da dor e da tragédia. Mas sobretudo compreender que, por bem ou por mal, pela dor ou pelo amor, caminha-se sempre a frente!

À seguir, irei discorrer sobre algumas peculiaridades da crença na reencarnação, como por exemplo "não acreditar em idade"... Será que somos realmente reencarnacionistas?

http://textosparareflexao.blogspot.com/2009/07/reflexoes-sobre-reencarnacao-parte-2.html

Karma, Reencarnação; Causa-Efeito, Resíduos; Cessação

Karma, Reencarnação; Causa-Efeito, Resíduos; Cessação

Pergunta: Ao responderdes à pergunta sobre a maneira de resolver permanentemente um problema psicológico, falastes das três fases consecutivas da solução de tal problema (…)

Krishnamurti: Não sei se já observastes por vós mesmo as três fases sugeridas, ao tentardes resolver um problema psicológico. (…) Referi-me a três estados ou fases apenas por conveniência de linguagem: elas se confundem (…) Há inter-relação entre causa e efeito, o conflito dualista, e a constatação de serem pensador e pensamento um só todo. (O Egoísmo e o Problema da Paz, pág. 144-146)

Causa e efeito são inseparáveis; na causa está contido o efeito. O estar cônscio da causa-efeito de um problema, depende de certa flexibilidade e agilidade da mente-coração, porquanto a causa-efeito modifica-se constantemente. O que antes era causa-efeito, pode estar agora modificado, e (…) necessita-se certamente da verdadeira compreensão. (…) (Idem, pág. 145)

Atém-se a mente a conclusões, condicionando-se dessa forma ao passado. É mister vigilância desse condicionamento resultante da causa-efeito. Não é estática a causa-efeito, mas o é a mente quando se prende a uma causa-efeito do passado imediato. “Karma” chama-se esse aprisionamento à causa-efeito. Como o próprio pensamento é resultado de múltiplas causas-efeitos, deve ele soltar-se desses vínculos com que se prendeu. (Idem, pág. 145-146)

O problema da causa-efeito não é para ser observado superficialmente e ser deixado para trás. É a cadeia contínua da memória, com sua atividade condicionadora, que deve ser observada e compreendida; ficar cônscio de que essa cadeia foi criada, e acompanhá-la através de todos os estratos da consciência, é difícil; cumpre, entretanto, investigá-la profundamente e compreendê-la. (Idem, pág. 146)

Pergunta: Julgais que “karma” é a ação recíproca entre o ambiente falso e o falso “eu”?

Resposta: “Karma” é uma palavra sânscrita, que significa praticar, fazer, obrar, implicando também causa e efeito. Ora, karma é escravidão, é reação nascida do ambiente que a mente não compreendeu. (…) (A Luta do Homem, pág. 48)

Torna-se, pois, necessário descobrir o que gera essa falta de compreensão, o que impede o indivíduo de perceber o exato significado do ambiente, quer se trate de ambiente passado, quer(…) do atual. (…) (Idem, pág. 48)

A maioria dos espíritos está sob a influência da vaidade, do desejo de causar impressão em outros, com ser alguém; (…) ou fugir do ambiente, ou expandir a própria consciência (…), ou está sob a influência de preconceitos nacionalistas. Esses desejos todos impedem a mente de perceber diretamente o verdadeiro valor do ambiente; (…) (Idem, pág. 49)

Quando verificamos que somos, com efeito, (…) orgulhosos e presunçosos, começa a presunção, pela própria consciência que dela temos, a dissipar-se (…) Mas, se tentardes, encobri-la, ela criará novos males, novas reações falsas. (A Luta do Homem, pág. 49)

Dessarte, para vivermos cada momento num eterno presente, sem o fardo do passado nem do presente, sem essa lembrança deformadora gerada pela falta de compreensão, deve a mente enfrentar as coisas de maneira original, i.e., prescindindo da tradição. (…) Assim, pois, (…) sabereis o que é viver sem conflito (…) (Idem, pág. 49-50)

Pergunta: Pratiquei uma ação iníqua e pecaminosa, que me deixou com verdadeiro sentimento de culpa. Como poderei superar esse sentimento?

Krishnamurti: Senhor, que entendeis por “pecado”? Os cristãos têm um conceito de pecado que vós não tendes, mas vós vos sentis “culpado” ao possuirdes mais dinheiro, ao terdes uma casa maior (…) Quando passeais num carro confortável e avistais uma interminável fila de ônibus (…) (O Homem Livre, pág. 139)

Por que deveis sentir-vos “culpado”? Se estais vivendo intensamente, com todo o vosso ser, se percebeis plenamente tudo o que se passa ao redor de vós e dentro de vós, tanto consciente como inconscientemente, onde há lugar para a “culpa”? O homem que vive fragmentariamente, que está interiormente dividido, esse, sim, sente “culpa”.

Uma parte dele é boa, outra parte corrupta; uma parte procura ser nobre, e a outra é ignóbil; uma parte é ambiciosa, cruel, e a outra fala de paz e de amor. Essas pessoas sentem-se “culpadas” porque se acham ainda dentro do padrão que elas próprias fabricaram. Enquanto houver atividade egocêntrica, não podereis superar o sentimento de culpa. (…) (O Homem Livre, pág. 139)

Pergunta: Pratiquei más ações no passado. Como agora alcançar a paz de espírito?

Krishnamurti: Todos nós cometemos erros (…) Todos temos ofendido outras pessoas e cometido erros graves. E eles deixaram uma marca, um pesar, um arrependimento. E, como pode uma pessoa ficar livre do erro que cometeu? (…) (Poder e Realização, pág. 46)

(…) Nessas condições, a própria ocupação da mente com um erro já cometido torna-se outro erro. (…) Portanto, se me preocupo constantemente com aquela falta, aquele erro (…); se minha mente se mantém ocupada com o caso - ele se torna uma idéia fixa, uma nova barreira (…) (Idem, pág. 47)

Mas, se, ao contrário, eu souber enfrentar os erros, as faltas que cometi, haverá então liberdade (…) Não posso, depois de cometer um erro, reconhecê-lo e, em seguida, largá-lo, i.e, não me ocupar mais com ele? Porque com isso se dá liberdade à mente: estar cônscio do erro cometido, reconhecê-lo, fazer o que tem de ser feito e soltá-lo, não mais ocupar-se com ele. (Idem, pág. 47-48)

Pergunta: Está (…) claro (…) que a consciência do “eu” é resultado do ambiente. Mas (…) não surgiu pela primeira vez na vida presente?

Krishnamurti: Sugere isso a idéia de “karma”. Sabeis o que ela significa: que arcais com um fardo, o fardo do passado, no presente. Isto é, trazeis para o presente o ambiente do passado, e, porque levais esse fardo, influenciais também o futuro, moldais também o futuro. (A Luta do Homem, pág. 34)

Se refletirdes sobre isso, vereis que tem de ser assim, porque, se vossa mente está pervertida pelo passado, o futuro forçosamente será também desfigurado: porque, se não compreendestes o ambiente de ontem, ele se estende necessariamente ao dia de hoje; e, conseqüentemente, como não compreendeis o dia de hoje, é claro que não compreendeis, tampouco, o de amanhã. Vê-se, assim, o indivíduo, colhido num círculo vicioso e daí a idéia de contínuo renascimento, (…) da memória, (…) da mente continuada pelo ambiente. (A Luta do Homem, pág. 34-35)

Mas, afirmo que a mente pode ficar livre do passado, do ambiente passado, dos obstáculos do passado, e que, conseqüentemente, podeis ficar livres do futuro, porque vivereis, então, no presente, dinamicamente, intensamente, supremamente. (Idem, pág. 35)

No presente está a eternidade, e, para tal compreender, deve estar a mente liberta da carga do passado; e para alcançar essa libertação, requer-se intensa investigação do presente, não a preocupação sobre como subsistirá o “eu” no futuro. (Idem, pág. 35)

Pergunta: Aceitais a lei da reencarnação e do karma como válida (…)?

Krishnamurti: Como provavelmente a maioria de vós crê na reencarnação e no karma, peço-vos que não oponhais resistência ao que vou dizer. (…) Em primeiro lugar, a crença, de qualquer espécie, é a negação da verdade. A mente que crê não é uma mente que perscruta (…) nunca pode achar-se em estado de “experimentação”. (Que Estamos Buscando?, 1ª ed., pág. 201-202)

Ora, que se entende por reencarnação? Que é que se reencarna? De duas, uma: ou é um entidade espiritual, ou é uma coisa que representa apenas uma acumulação de experiência, de conhecimentos, de memória, não só individual, mas também coletiva, a qual toma forma de novo, numa outra vida. (Que Estamos Buscando?, 1ª ed., pág. 202-203)

(…) Existirá em vós uma entidade espiritual, algo que não é da mente, que está além da sensação, algo que não é do tempo (…) imortal? (…) Se dizeis que há em vós uma entidade espiritual, esta, sem dúvida, é produto do pensamento (…) (Idem, pág. 203)

Falaram-vos a respeito dela; não é uma “experiência” vossa. Assim (…) também estais condicionado pela idéia de uma entidade espiritual (…) Ainda que vós mesmo tenhais descoberto (…), ela por certo está ainda compreendida no domínio do pensamento; e o pensamento é resultado do passado, (…) é acumulação, memória. (…) (Idem, pág. 203)

Ora, se não existe entidade espiritual, que é então que se reencarna? E se existe entidade espiritual, pode ela reencarnar-se? (…) Se ela nasce, se é um “processo” no tempo, se progride, então, de certo, não é nenhuma entidade espiritual; se não é do tempo, então não pode reencarnar, tomar uma nova vida. (Que Estamos Buscando?, 1ª ed., pág. 203-204)

Nessas condições, se não existe entidade espiritual, então o “vós” é apenas um feixe de lembranças acumuladas; (…) A acumulação das experiências do passado, em conjunção com o presente, constitui o “vós”, tanto o consciente como o inconsciente, tanto o coletivo como o individual - esse feixe todo é o “vós”; e o feixe pergunta: “Reencarnar-me-ei, terei continuidade?” Que acontecerá depois da morte? (…) (Idem, pág. 204)

(…) Ora, perguntais se o “vós” tem continuidade - o “vós” que é o nome, a propriedade (…) as lembranças, as idiossincrasias, as experiências, os conhecimentos acumulados. Tem isso continuidade? Isto é, o pensamento condicionado tem continuidade? O pensamento, é claro, tem continuidade; (…) Tendes continuidade em vossos filhos, vossa propriedade, em vosso nome; (…) isso sem dúvida continua (…) (Idem, pág. 204)

Mas essa continuidade não vos satisfaz (…) Desejais continuar como entidade espiritual, e não apenas como pensamento, como um feixe de reações (…) Mas, sois alguma coisa mais do que isso? Sois mais do que vossa religião, vossa crenças (…) divisões de casta (…) superstições, tradições e esperanças do futuro? (…) (Que Estamos Buscando?, 1ª ed., pág. 204-205)

(…) Assim, quando investigais o problema da reencarnação, estais interessado, não no que está além, mas na continuidade do pensamento identificado como “vós”; e isso, de certo, tem continuidade. (Idem, pág. 205)

A morte é sempre o desconhecido; mas o conhecido teme o desconhecido (…) A continuidade é criadora? Aquilo que é contínuo pode descobrir alguma coisa fora de si mesmo? (…) O que continua nunca pode ser criador. É só no findar que se encontra o novo. Só quando o conhecido deixa de existir, há criação, há o novo, o desconhecido; (…) (Que Estamos Buscando?, pág. 205)

Mas, enquanto estivermos apegados ao desejo de continuidade, que é pensamento identificado como “eu”, esse pensamento continuará, e tudo o que continua tem em si a semente da morte e da deterioração, e não é criador. Só o que termina pode ver o que é novo, fresco, o todo, o desconhecido. (…) (Idem, pág. 205-206)

(…) Mas não ousais largar o velho, porque temeis o novo; porque temeis a morte é que tendes tantos meios de fuga. (…) Mas não vos caberia averiguar se aquilo que continua pode, em algum tempo, conhecer o atemporal? O que continua implica um processo de tempo - o passado gerando, (…) com o presente, o amanhã, o futuro (…) (Que Estamos Buscando?, 1ª ed., pág. 206)

(…) Só quando a mente findar, quando não estiver identificada como “eu”, conhecereis o que está além do tempo; mas o mero especular é desperdício de energia (…) Assim, aquilo que tem continuidade nunca pode conhecer o real, mas o que finda conhecerá o real. Só a morte pode mostrar o caminho para a realidade - não a morte da velhice, nem a morte da doença, mas a morte de cada dia, o morrermos a cada minuto, para vermos o novo. (Idem, pág. 207)

Compreendestes o que eu disse acerca da reencarnação? (…) Mas, se pensardes deveras no que acaba de ser dito, percebereis a extraordinária profundeza do findar, do morrer. (…) Morrer significa apenas o findar do passado, que é memória (…); refiro-me ao findar da acumulação psicológica que constitui o “eu” e o “meu”. E nesse findar do pensamento identificado, encontra-se o novo. (Que Estamos Buscando?, 1ª ed., pág. 207-208)

Desejais agora que eu responda à pergunta relativa ao karma. (…) Evidentemente, existe causa e efeito. A mente é o resultado de uma causa, vós sois o produto de ontem e de muitos milhares de dias passados (…) A planta contém em si (…) causa e efeito. É especializada; uma determinada semente não pode tornar-se algo diferente. O que se especializa pode ser destruído, qualquer coisa que se especialize tem de perecer, biológica e psicologicamente; (…) (Idem, pág. 208)

Vemos que a causa se torna efeito, e o que foi efeito se torna uma nova causa (…) Hoje é o resultado de ontem, e amanhã será o resultado de hoje; ontem foi a causa de hoje, e hoje é a causa de amanhã. (…) Não há causa separada do efeito (…), porque a causa e o efeito se entrelaçam; e, logo que o indivíduo percebe o processo da causa e efeito, como ele realmente opera, pode ficar livre dele. (Idem, pág. 208)

(…) Assim, enquanto o pensamento estiver preso no processo de causa e efeito, a mente só é capaz de operar dentro de sua própria clausura e, portanto, não há liberdade. Só há liberdade quando percebemos que o processo de causa e efeito não é estacionário, estático, mas está sempre em movimento; uma vez compreendido, esse movimento cessa - e dá-se, então, a possibilidade de passarmos além. (Que Estamos Buscando?, 1ª ed., pág. 209)

(…) A verdade não é um resultado, uma causa; é algo sem causa. Tudo o que tem causa é produto da mente, tudo o que tem efeito é produto da mente; e para se conhecer o incausado, o eterno, o que está fora do tempo, cumpre que a mente, que é efeito do tempo, deixe de operar. O pensamento, que é efeito e causa, deve deixar de funcionar, pois só então é possível conhecer aquilo que está além do tempo. (Idem, pág. 209)

Pergunta: Credes na reencarnação e no karma?

Krishnamurti: Vejamos (…) Pois bem, que entendeis por reencarnação? Que é que nasce de novo? (…) Vamos averiguar o que é que volta ou reencarna. (…) Ao dizerdes “eu renascerei”, deveis saber o que é esse “eu”. (…) (Nosso Único Problema, pág. 52-53)

(…) Que é esse “eu” que deverá renascer? (…) Ou o “eu” é uma entidade espiritual, ou é apenas um processo de pensamento. Ou ele é uma coisa atemporal, a que chamamos espiritual (…) ou está compreendido na esfera do tempo (…) da memória (…) (Idem, pág. 53-54)

(…) Ora, por espiritual entendemos uma coisa que não está sujeita a condicionamento (…) não é projeção da mente humana, (…) não está encerrada na esfera do pensamento, (…) não está sujeita à morte. Pois bem, será o “eu” uma entidade espiritual dessa ordem? (Idem, pág. 54)

(…) Se é uma entidade espiritual, tem de estar fora do tempo e, por conseguinte, não pode renascer ou continuar. O pensamento não pode_pensá-lo; (…) Se o pensamento é capaz de pensar o “eu”, então este faz parte do tempo; (…) esse “eu” não é livre do tempo; logo, não é espiritual. (…) (Nosso Único Problema, pág. 54)

Pergunta: Acreditais no karma e na reencarnação?

Krishnamurti: (…) Abordaremos primeiro a idéia do karma (…) Se o pensamento está agrilhoado, limitado, então toda ação nascida dele está também agrilhoada, limitada. (…) Se odiais, o resultado disso é futuro ódio e violência (…) Se o pensamento é acanhado, pessoal, deve sempre criar (…) futura limitação (…) (Palestras em Ojai e Saróbia, 1940, pág. 92-93)

(…) O resultado pode ser sempre alterado ou modificado, de acordo com a nossa compreensão (…) O pensamento não pode escapar de sua ação e reação limitadas, até compreender o processo de sua própria servidão. (Idem, pág. 93)

Considerando, por exemplo, um hindu; o pensamento que ele expressa é limitado pelas crenças e tradições de um hindu. A idéia da reencarnação envolve o renascimento do “eu”. (…) A esse “eu” é atribuída a faculdade de continuar a nascer várias vezes até alcançar a perfeição, a realidade, a libertação. (Palestras em Ojai e Saróbia, 1940, pág. 94-95)

Se pensais que sois uma entidade espiritual ou realidade, o que significa isso? Não implica um estado imortal, fora do tempo, um estado eterno? Se ele é eterno, então não tem crescimento; pois aquilo que é capaz de crescimento não é eterno. (…) (Idem, pág. 95)

Se essa essência espiritual é supostamente amor, inteligência, verdade, então como pode ser cercada por essas trevas que confundem, (…) violência e ódios, (…) febril busca das exigências do “eu”? (…) (Palestras em Ojai e Saróbia, 1940, pág. 95)

Como expliquei, o pensamento condicionado deve continuar a criar futuras limitações para si próprio. O “eu” não é somente uma forma particular, física, mas, além de sua aparência externa, há o eu psicológico. (…) (Idem, pág. 96)

Causa das misérias humanas

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A Lei de Causa e Efeito e a Reencarnação


 A Lei de Causa e Efeito e a Reencarnação
 

         No episódio ocorrido próximo ao tanque de Betesda, descrito pelo evangelista João (Capítulo 5, versículos 1-14), Jesus cura um homem paralitico cuja enfermidade o afligira por 38 anos.  Mas tarde reencontrando-o adverte: “Vês que já estás curado; não pequeis mais, para que não te aconteça coisa pior.”

       Como aquele homem entenderia as palavras de Jesus se não como um aviso de que a sua enfermidade era uma punição e se não melhorasse de conduta e reformasse o seu íntimo, poderia receber outra punição ainda mais rigorosa que a primeira.

         Por punição não entendemos castigo, mas retorno, como conseqüência de uma ação. É a Lei de Causa e Efeito, no qual cada um recebe de volta o resultado de suas ações. Essa Lei é comumente conhecida como Carma.

         No Espiritismo compreendemos que Deus não castiga. Cada individuo é responsável pelos atos que cometeu e essa ação seja boa ou má retorna na atual existência ou reflete-se nos acontecimentos físicos ou morais das futuras encarnações.

         Essa Lei de Causa e Efeito pode ser observada em todos os momentos da nossa vida cotidiana:



Maus hábitos higiênicos podem desencadear como conseqüência doenças as vezes incuráveis;

 A falta de atenção pode resultar em acidentes desagradáveis no trabalho;

 Determinadas atitudes inconseqüentes ao volante geram desastres rodoviários imprevisíveis.



         Outras ocorrências fogem totalmente a nossa responsabilidade na atual existência, tendo sua origem nos refolhos da alma, reflexos de vivências do pretérito:



Doenças de origem genética, que desencadeiam enfermidades de nascença ou surgem muitos anos depois a feição de moléstias incuráveis;

 Cataclismos e acidentes em que a vitima se encontrava no lugar e na hora “erradas”;

 Traumas e distúrbios psicológicos, cujas explicações não se encontram nos vestígios do inconsciente atual.



         A Lei de Causa e Efeito e a Reencarnação são os mecanismos divinos para o nosso aprendizado. O segredo para não passarmos mais pelos efeitos da dor e do sofrimento está nas palavras de Jesus ao ex-paralitico de Betesda: “não pequeis mais, para que não te aconteça coisa pior”.

 Ver o post: Doenças Carmicas



Jefferson Moura de Lemos

Reencarnação e lei de causa e efeito:

Reencarnação e lei de causa e efeito:

São aparentemente duas leis, que se fundem numa só lei. Ou se quisermos a reencarnação, é uma componente da lei de causa e efeito. O espirito na sua ingenuidade, ignorância, acumulou karma, cometeu erros, causas que tem efeitos, um desses efeitos são voltar a reencarnar, para pagar, anular, os erros cometidos.

A compreensão destas leis ou lei, que nos determina a evolução de espirito, é fundamental, para percebermos os caminhos do espirito. Com a divulgação, generalização destas leis, aliadas ao conhecimento das energias que nos movem, e unem através de planos vibratórios, temos os conhecimentos necessários, para estabelecer o roteiro dos percursos do espirito.

A definição das energias, já estabelecidas e classificadas, dizem-nos quais as adoptar ou repelir.

Quando retirarmos da mente a ideia de um Deus paternalista, interesseiro, carrancudo e mau, que originou uma historia terrível, que atende os nossos pedidos através de terceiros, a que devemos temer. E pensarmos numa força poderosa a que podemos chamar, de Deus Uno e Único dos Universos, de incomensurável amor e sabedoria, que não perdoa nem castiga, a quem estamos ligados através de energias provenientes da nossa mente. E tivermos o cuidado de reformular toda a nossa maneira de ser, agir e pensar, procurando produzir permanentemente energias positivas. Caminharemos com naturalidade nos domínios do bem, amor e verdade, recebendo intuições, através dessas energias. Estas intuições não enganam, com elas vem a serenidade, paz, tranquilidade. Mesmo nos momentos mais difíceis, uma vez que sabemos, que o que nos esta acontecer, é fruto de erros por nós cometidos. Esta consciencialização, onde não há castigos de Deus, é a nosso ver o caminho correcto em direcção ao Deus Uno e Único dos Universos.

Com a compreensão destas leis, seguindo estes caminhos, não podem haver medos ou temores. Quando se cumpre esta ou aquela lei, por medo, significa que não há compreensão, sem compreensão não há renovação. So com a renovação interior, vinda de dentro para fora, não de fora para dentro, encontramos o que ambicionamos, a felicidade nesta e noutras dimensões.


Se semeares amor, colhes amor, se semeares ventos, colhes tempestades.


Cada um colhe aquilo que semeia.

Lei de Causa e efeito - Wiki

A Lei de causa e efeito é um dos princípios fundamentais preconizados pela Doutrina Espírita para explicar as contingências ligadas à vida humana. Também é conhecida na literatura espírita como Lei da Causalidade.
Segundo ela, a todo ato da vida moral do homem corresponderia uma reação semelhante dirigida a ele, criando-se, assim, algo similar ao "cosmos ininterrupto de retribuição ética", a que alude Max Weber em Economia e Sociedade.
Esta lei procura explicar os acontecimentos da vida atribuindo um "motivo justo", e uma "finalidade proveitosa" para todos os acontecimentos com que se depara o homem, inclusive o sofrimento.

Reencarnação e Livre-arbítrio

Reencarnação e Livre-arbítrio

Deus nos criou a todos como Seus filhos, Espíritos Simples e Ignorantes – infantis, sem experiência – com oportunidades idênticas para que caminhássemos para a perfeição por nossa própria vontade, esforço e conduta. Do contrário, se nos criasse com a inteligência desenvolvida, bons e perfeitos não teríamos mérito algum. Sem a participação de nossa vontade e entendimento, se a tudo recebêssemos como presente, não seríamos mais que meros robôs. Por isto nos presenteou sim, mas com o livre arbítrio, que nos faz a cada um responsável pelo próprio crescimento.

A reencarnação faz parte e propicia a evolução espiritual dos seres, de vez que sendo múltiplas as experiências e variados os conhecimentos, uma só vida material pouco representa na eternidade do espírito que é imortal. Se tivesse uma só vida, poucas seriam as chances de aprender e evoluir com erros e acertos, e os que persistissem no erro não teriam como reaprender, ressarcir e corrigir.

As escolas espiritualistas, particularmente a espírita, têm a evolução espiritual não somente como lógica, mas como algo que a ciência já de algum tempo vem comprovando por estudos mais aprofundados. É o caso do perispírito, corpo semimaterial que reveste o Espírito, que por sua vez é um corpo sutil, laço fluídico intermediário, que une o Espírito à matéria. Para melhor entendimento vejamos a comparação que nos faz Divaldo Pereira Franco: “Tomemos como exemplo a laranja; temos a polpa, sua parte mais íntima, revestida de uma pele branca, ou perisperma – daí a palavra perispírito – que lhe serve de envoltório e que por sua vez a liga à casca, que seria o corpo, formando um todo: O Espírito seria a polpa, o Perispírito seria a pele branca e a casca seria o Corpo”.

Cientistas russos comprovam ser o perispírito – psicossoma, na linguagem deles – um órgão imortal que registra os progressos realizados pelo ser e transfere-os para a vida seguinte.

A reencarnação, ou vidas sucessivas, que também hoje começa a ser comprovada pela ciência, é uma necessidade. Em inúmeras vidas terrenas o Espírito comete erros e violações, adquirindo dívidas perante a Lei de Deus cuja justiça é infalível. Sem a reencarnação como reparar erros, aumentar conhecimentos e aprimorar qualidades? Pelo livre arbítrio somos responsáveis pelos caminhos que seguimos, ainda que influenciados pelo meio em que estivermos. E isto explica o porque de sermos tão diferentes uns dos outros, mesmo vivendo numa mesma família.

A evolução espiritual se processa pelo modo como reagimos ante as experiências que vivemos, e dos conhecimentos adquiridos. Quando deixamos o corpo e vamos para a erraticidade – mundo espiritual – levamos impressos no perispírito tudo o que somos e que fizemos de bom ou ruim. E lá, orientados pelos amigos espirituais, nos damos conta de nossos erros, nos arrependemos, e na maioria das vezes pedimos a oportunidade de uma nova encarnação onde queremos ressarcir os erros cometidos e melhorar nossa forma de agir. Daí a necessidade da Lei de Causa e Efeito, ou de Ação e Reação que os orientais denominam “Carma”. Daí que...

“O resultado do que fazemos nos espera mais adiante.”
Kardec nos ensina que a reencarnação obedece a Lei de Causa e Efeito. Recebemos na medida exata do que fazemos, não há como mudar nada. O espiritismo ensina que precisando evoluir, quando erramos teremos sempre a chance de Aprender... Corrigir...e Ressarcir. Parece igual, mas não é. Deus, em sua bondade e misericórdia infinita, nos oferece pela Reencarnação duas possibilidades, das quais, imbuídos do Livre Arbítrio, escolhemos uma: Evoluir pela Dor ou pelo Amor. É como diz o ditado: “Quem não chega pelo amor, chega pela dor”.

O que isto significa na verdade? ... Significa que podemos Ressarcir, ou “Pagar” nossos erros, agindo no amor, sempre por influencia de nosso livre arbítrio, obviamente neste caso, nos envolvendo com o próximo em dedicações e renúncias que mergulham no cálice do sacrifício: Se fizemos o mal, agora faremos o bem, seja qual for a dificuldade que tenhamos que enfrentar. Por outro lado, se recebendo a dádiva da reencarnação continuamos numa vida de inconseqüências e desajustes, então vem a dor que nos açoita até que, aprendendo, mudamos o rumo da caminhada. Como diz Divaldo, não estamos aqui para pagar, mas para aprender, da forma que consciente ou inconscientemente escolhermos.
Jesus, nosso Mestre Maior, nos deixou inúmeras provas da reencarnação, dentre outras, quando disse claramente que João Batista era a reencarnação de Elias.

A reencarnação oferece a única explicação lógica acerca das desigualdades, que, pretensiosos e querendo “achar um culpado”, que em absoluto não sejamos NÓS quase sempre consideramos injustiças de Deus!

Para cada reencarnante é preparado um roteiro, um programa de vida, que deverá vivenciar, sempre lembrando que o livre arbítrio pode mudar ou desviar parte dessa caminhada. Nada é sem um motivo justo... ninguém casa, tem filhos ou é médico por acaso ... Cônjuges, filhos, profissão, doenças, hora da morte, dentre outros, são previstos pela espiritualidade em íntimo relacionamento com suas vidas anteriores. Por exemplo: um casamento pode ser uma união expiatória ou de amor; um médico pode ter estudado por necessidade de reparar erros, ou para dar continuidade à sua vocação. E assim tantas outras coisas.

A cada um é designado um mentor espiritual – anjo da guarda – que o acompanhará ajudando-o, intuindo-o em suas decisões e nos momentos de maior perigo. Isto quer dizer que Deus não deixa nenhum de seus filhos a mercê de Sua misericórdia. Se falhamos é porque em nossas fraquezas nos entregamos a impulsos e nos ofuscamos com as ilusões terrenas, não por falta de condições ou ajuda de nossos Amigos Espirituais.

A Terra é uma Grande Escola aonde a gente vem para aprender e evoluir. Se formos bons alunos e nos esforçamos, aprendemos a lição, passamos de ano, mudamos de curso, até que... terminando os estudos nesta escola, estejamos maduros para cursar a universidade em outras moradas.

Este assunto maravilhoso é imenso e muito teríamos a discorrer, pelo que convidamos aos mais interessados que o façam através do livro que ora consultamos para elaboração deste assunto, lembrando que: No educandário da vida, a lição se repete até que o aluno aprenda a lição.
Doracy Mércia Azevedo Mota

Bibliografia: Missionários da Luz – André Luiz