Estudando o Espiritismo

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sábado, 31 de dezembro de 2011

Loucura, Suicídio e Obsessão





V. — Certas pessoas consideram as idéias espíritas como capazes de perturbar as faculdades mentais, pelo que acham prudente deter-lhes a propagação.

A. K. — Deveis conhecer o provérbio: “Quem quer matar o cão — diz que o cão está danado.”

Não é, portanto, estranhável que os inimigos do Espiritismo procurem agarrar-se a todos os pretextos; como este lhes pareceu próprio para despertar temores e suscetibilidades, empregam-no logo, conquanto não resista ao mais ligeiro exame. Ouvi, pois, a respeito dessa loucura, o raciocínio de um louco.

Todas as grandes preocupações do espírito podem ocasionar a loucura; as ciências, as artes, a religião mesmo, fornecem o seu contingente. A loucura provém de um certo estado patológico do cérebro, instrumento do pensamento; estando o instrumento desorganizado, o pensamento fica alterado.


A loucura é, pois, um efeito consecutivo, cuja causa primária é uma predisposição orgânica, que torna o cérebro mais ou menos acessível a certas impressões; e isto é tão real que encontrareis pessoas que pensam excessivamente e não ficam
loucas, ao passo que outras enlouquecem sob o influxo da menor excitação.




Existindo uma predisposição para a loucura, toma esta o caráter de preocupação principal, que então se torna idéia fixa; esta poderá ser a dos Espíritos, num indivíduo que deles se tenha ocupado, como poderá ser a de Deus, dos anjos, do diabo, da fortuna, do poder, de uma ciência, da maternidade,
de um sistema político ou social. É provável que o louco religioso se tivesse tornado um louco espírita, se o Espiritismo fosse a sua preocupação dominante.



É certo que um jornal disse que se contavam, só em uma localidade da América, de cujo nome não me recordo, 4.000 casos de loucura espírita; mas é também sabido que os nossos adversários têm a idéia fixa de se crerem os únicos dotados de razão; é uma esquisitice como outra qualquer. Para eles, nós somos todos dignos de um hospital de doidos, e, por conseqüência, os 4.000 espíritas da localidade em questão eram considerados como loucos.

Dessa espécie, os Estados Unidos contam centenas de milhares, e todos os países do mundo um número ainda muito maior. Esse gracejo de mau gosto começa a não ter valor, desde que tal moléstia vai invadindo as classes mais elevadas da sociedade.

Falam muito do caso de Vitor Hennequin, mas se esquecem que, antes de se ocupar com os Espíritos, já ele havia dado provas de excentricidade nas suas idéias; se as mesas girantes não tivessem então aparecido (as quais, segundo um trocadilho bem espirituoso dos nossos adversários, lhe fizeram girar a cabeça), sua loucura teria seguido outro rumo.

Eu digo, pois, que o Espiritismo não tem privilégio algum, nesse sentido; mas vou ainda além: afirmo que, bem compreendido, ele é um preservativo contra a loucura e o suicídio.

Entre as causas mais numerosas de excitação cerebral, devemos contar as decepções, os desastres, as afeições contrariadas, as quais são também as mais freqüentes causas dosuicídio. Ora, o verdadeiro espírita vê as coisas deste mundo de um ponto de vista tão elevado, que as tribulações não são para eles senão os incidentes desagradáveis de uma viagem.

Aquilo que em outro qualquer produziria violenta comoção, afeta-o mediocremente. Ele sabe que os dissabores da vida são provas que servirão para o seu adiantamento, se as sofrer sem murmurar, porque sua recompensa será proporcional à coragem com que as houver suportado. Suas convicções dão-lhe, pois, uma resignação que o preserva do desespero e, por conseqüência, de uma causa incessante de loucura e de suicídio.

Ele sabe, além disso, pelo espetáculo que lhe dão as comunicações com os Espíritos, a sorte deplorável dos que abreviam voluntariamente os seus dias, e este quadro é bem de molde a fazê-lo refletir; também é considerável o número dos que por esse meio têm sido detidos nesse funesto declive. É um dos grandes resultados do Espiritismo.

Em o número das causas de loucura, devemos também colocar o medo, principalmente do diabo, que já tem desarranjado mais de um cérebro. Sabe-se o número de vítimas que se tem feito, ferindo as imaginações fracas com esse painel que, por detalhes horrorosos, capricham em tornar mais assustador.

O diabo, dizem, só causa medo às crianças, é um freio para corrigi-las; sim, como o papão e o lobisomem, que as contêm por algum tempo, tornando-se elas piores que antes, quando lhes perdem o medo; mas, em troca desse pequeno resultado, não contam as epilepsias que têm sua origem nesse abalo de cérebros tão delicados.

Não confundamos a loucura patológica com a obsessão; esta não provém de lesão alguma cerebral, mas da subjugação que Espíritos malévolos exercem sobre certos indivíduos, e que, muitas vezes, têm as aparências da loucura propriamente dita. Esta afecção, muito freqüente, é independente de qualquer crença no Espiritismo e existiu em todos os tempos. Neste caso, a medicação comum é impotente e mesmo prejudicial.

Fazendo conhecer esta nova causa de perturbação orgânica, o Espiritismo nos oferece, ao mesmo tempo, o único meio de vencê-la, agindo não sobre o enfermo, mas sobre o Espírito obsessor. O Espiritismo é o remédio e não a causa do mal.


O Que é o Espiritismo?
Capítulo I

DESGOSTO DA VIDA? UMA REFLEXÃO SOBRE O SUICÍDIO


Refletindo sobre a questão 945 de "O Livro dos Espíritos" que pensar do suicídio que tem por causa o desgosto da vida? Os Espíritos responderam: "Insensatos! Por que não trabalhavam? A existência não lhes seria uma carga!"
Sabemos que o suicida, além de sofrer no mundo espiritual as dolorosas conseqüências de seu gesto impensado de revolta diante das leis da vida, ainda renascerá com todas as seqüelas físicas daí resultantes, e terá que arrostar novamente a mesma situação provacional que a sua flácida fé e distanciamento de Deus não lhe permitiu o êxito existencial.
É preciso ter calma para viver, até porque não há tormentos e problemas que durem para sempre. Recordemos que Jesus nos assegurou que "O Pai não dá fardos mais pesados que os ombros".
O suicídio é a mais desastrada maneira de fugir das provas ou expiações pelas quais devemos passar. É uma porta falsa em que o indivíduo, julgando libertar-se de seus males, precipita-se em situação muito pior. Arrojado violentamente para o Além-túmulo, em plena vitalidade física, revive, intermitentemente, por muito tempo, os acicates de consciência e sensações dos derradeiros instantes, e fica submerso em regiões de penumbras onde seus tormentos serão importantes, para o sacrossanto aprendizado, flexibilizando-o e credenciando-o a respeitar a vida com mais empenho.
A religião, a moral, todas as filosofias condenam o suicídio, como contrário às leis da Natureza. Todas asseveram, em primeiro, que ninguém tem o direito de abreviar voluntariamente a vida. Entretanto, por que não se tem esse direito? Por que não é livre o homem de pôr termo aos seus sofrimentos? Ao Espiritismo estava reservado demonstrar,pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não é uma falta somente por constituir infração de uma lei moral, consideração de pouco peso para certos indivíduos, mas também um ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica, antes o contrário é o que se dá, como no-lo ensinam, não a teoria, porém os fatos que ele nos põe sob as vistas."
Não há como falar do assunto sem evocarmos o sociólogo Emile Durkheim, que afirma existirem homens capazes de resistir a desgraças horríveis enquanto outros se suicidam depois de aborrecimentos ligeiros. Seria importante investigar a causa desta resistência diversa e o que contribui para essa estrutura maior ou menor.Interessante anotar que é nas épocas em que a vida é menos dura que as pessoas a abandonam com mais facilidade.
Considerada a doença do século, responsável por muitos dos suicídios, a depressão tem preocupado os especialistas. Os psiquiatras estimam que de cada grupo de 100 pessoas, 15 tem a probabilidade de desenvolver a depressão. E um distúrbio que ocorre por causa da alteração de substâncias como a serotonina e a noroadrenalina. O quadro depressivo é gerado por mudanças na produção e utilização dos neurotransmissores cerebrais (noradrenalina, interferona, serotonina e dopamina). Quando sua produção ou forma de produção se altera pode gerar a depressão e daí para o suicídio é uma porta escancarada.
E o suicida é, antes de tudo, o deprimido, e a depressão é a doença da modernidade. O suicida não quer matar a si próprio mas alguma coisa que carrega dentro de si e que sinteticamente pode ser nominado de sentimento de culpa e vontade de querer matar alguém com quem se identifica. Como as restrições morais o impedem, ele acaba se autodestruindo. Assim "o suicida mata uma outra pessoa que vive dentro dele e que o incomoda profundamente".
A obsessão poderia ser definida como um constrangimento que um indivíduo, suicida em potencial ou não, sente, graças à presença perturbadora de um ser espiritual. Vale a pena ler a descrição feita por Allan Kardec, em "O Livro dos Médiuns." (cap. 23, 44º, ed. FEB, RJ, 1981)
Diversas são as obras que comentam o assunto, assim temos como exemplo "O Martírio dos Suicidas", de Almerindo Martins de Castro, e "Memórias de um Suicida", de Yvonne A. Pereira. Por outro lado não podemos esquecer que Allan Kardec, no livro "O Céu e o Inferno" ou "A Justiça divina segundo o Espiritismo", deixa enorme contribuição em exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual e, especificamente, no capítulo V da Segunda parte, onde aborda a questão dos suicidas.
É verdade que após a desencarnação, não há tribunal nem Juízes para condenar o espírito, ainda que seja o mais culpado. Fica ele simplesmente diante da própria consciência, nu perante a si mesmo e todos os demais, pois nada pode ser escondido no mundo espiritual, tendo o indivíduo de enfrentar suas próprias criações mentais.

Jorge Hessen - Distrito Federal
Artigo publicado na Revista "O Espírita"
Dezembro de 2004 - Ano XXVII - Nº 118

Chico Xavier - Pinga Fogo 1971 - Parte 3/10 - Suicídio e doenças congênitas


Suicídio e autocastigo





       Deus  não  castiga o suicida, pois é o próprio suicida quem se castiga.  A noção do castigo divino é profundamente modificada pelo ensino espírita. Considerando-se que o Universo é uma estrutura de leis, uma dinâmica de ações e reações em cadeia, não podemos pensar em punições de tipo mitológico após a morte.   Mergulhado nessa rede de causas e efeitos, mas dotado do livre arbítrio que a razão lhe confere, o homem é semelhante ao nadador que enfrenta o fatalismo das correntes de água, dispondo de meios para dominá-las.
   Ninguém é levado na corrente da vida pela força exclusiva das circunstâncias. A consciência humana é soberana e dispõe da razão e da vontade para controlar-se e dirigir-se. Além disso, o homem está sempre amparado pelas forças espirituais que governam o fluxo das coisas. Daí a recomendação de Jesus: “Orai e vigiai”. A oração é o pensamento elevado aos planos superiores – a ligação do escafandrista da carne com os seus companheiros da superfície – e a vigilância é o controle das circunstâncias que ele deve exercer no mergulho material da existência.

     O suicida é o nadador apavorado que se atira contra o rochedo ou se abandona à voragem das águas, renunciando ao seu dever de vencerias pela força dos seus braços e o poder da sua coragem, sob a proteção espiritual de que todos dispomos.

     A vida material é um exercício para o desenvolvimento dos poderes do espírito. Quem abandona o exercício por vontade própria está renunciando ao seu desenvolvimento e sofre as consequências naturais dessa opção negativa. Nova oportunidade lhe será concedida, mas já então ao peso do fracasso anterior.

     Cornélio Pires, o poeta caipira de Tietê, responde à pergunta do amigo através de exemplos concretos que falam mais do que os argumentos. Cada uma de nossas ações provoca uma real, o da vida. A arte de viver consiste no controle das nossas ações (mentais, emocionais ou físicas) de maneira que nós mesmos nos castigamos ou nos premiamos. Mas mesmo no autocastigo não somos abandonados por Deus que vela por nós em nossa consciência.



(Irmão Saulo)

Texto retirado do livro “Astronautas do Além”,

de Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires - Espíritos diversos.

ANO NOVO - DE NOVO


ANO NOVO - DE NOVO
É difícil estarmos atentos a todas as oportunidades que se sucedem em nossa passagem terrena.
Talvez por isto exista uma data marcada para que tudo seja novo.
Parece mais um símbolo ou um ritual para que nos apercebamos da passagem do tempo, que tem se dado aparentemente cada vez mais rápida - diga-se de passagem.
A sucessão dos dias e noites parece-nos um movimento contínuo ao qual já não damos atenção - no que estamos errados.
Então, nos preparamos com rigor para a entrada do ANO NOVO, alguns literalmente a rigor, outros na sua singeleza usam roupa nova, ambiente novo, presença de amigos... e todos se felicitam e esperam que o ano vindouro seja muito melhor do que o anterior - até porque parece que cada ano tem exigido mais de nós.
Acaba a noite de festa, surge o dia primeiro, que ainda é festa...
E, no dia 2, percebemos que a nossa vida é a mesma e se nos descuidarmos voltamos a não perceber a rapidez do tempo, cometemos os mesmos erros e vamos esperar pelo milagre de um NOVO ANO - DE NOVO.
Não existe uma data milagrosa que reverta ou modifique o processo de nossa existência.
No entanto, existe uma data em nossa vida que pode significar uma NOVA VIDA e conseqüentemente uma sucessão de novos dias e anos-novos.
É a data em que nos armamos de coragem, olhamos dentro de nós, nos encontramos e percebemos a presença de uma vida palpitante e dinâmica em nosso íntimo, precisando apenas de esforço e perseverança para que possa se manifestar em plenitude.
Todavia, precisamos de um companheiro seguro nessa viagem em busca do "EU", e o melhor é Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida, porque o caminho seguro em direção a nós é o que se bifurca também em direção ao próximo e para trilhá-lo é preciso conhecer a Verdade e amar a Vida.
E então, sem nos determos no passado que é imutável e não vale lamentá-lo ou torná-lo uma carga pesada, começarmos a viver o hoje, olharmos para o futuro, sem nos fixarmos nele também, pois que, aquilo que surgirá amanhã não vai surgir antes.
Hoje é o nosso dia de ANO NOVO - DE NOVO.
HOJE é dia de amar, de ser sereno, de ser solidário, de conter e disciplinar as emoções, de se transferir em direção ao outro, de silenciar, de falar, de pensar, de refletir, de ler bons livros, de estudar O Livro dos Espíritos, de recorrer ao Evangelho Segundo o Espiritismo, de sorrir, de ter esperança, de orar e de seguir em frente - amando a vida, vivendo a verdade e trilhando caminhos seguros que convergirão sempre em direção a um só destino - DEUS.
Porque HOJE é dia de ANO NOVO - DE NOVO

Texto de Ionilda V. Carvalho
Publicado na Revista Espírita de Campos nº 44

Resolução para o Ano Novo



Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino...

Somos tangidos por fatos e problemas a exigirem a manifestação de nossa vontade em todas as circunstâncias. 

Muito embora disponhamos de recursos infinitos de escolha para assumir gesto determinado ou desenvolver certa ação, invariavelmente, estamos constrangidos a optar por um só caminho, de cada vez, para expressar os desígnios pessoais na construção do destino.

Conquanto possamos caminhar mil léguas, somente progredimos em substância avançando passo a passo.

Daí, a importância da existência terrena, temporária e limitada em muitos ângulos porém rica e promissora quanto aos ensejos que nos faculta para automatizar o bem, no campo de nós mesmos, mediante a possibilidade de sermos bons para os outros.

Decisão é necessidade permanente.

Nossa vontade não pode ser multipartida.

Idéia, verbo e atitude exprimem resoluções de nossas almas, a frutificarem bênçãos de alegria ou lições de reajuste no próprio íntimo.

Vacilação é sintoma de fraqueza moral, tanto quanto desânimo é sinal de doença.

Certeza no bem denuncia felicidade real e confiança de hoje indica serenidade futura.

Progresso é fruto de escolha.

Não há nobre desincumbência com flexibilidade de intenção.

Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino...

Se a eventualidade da sementeira é infinita, a fatalidade da colheita é inalienável.

Guardas contigo tesouros de experiências acumulados em milênios de luta que podem crescer, aqui e agora, a critério do teu alvitre.

Recorda que o berço de teu espírito fulge longe da existência terrestre.

O objetivo da perfeição é inevitável benção de Deus e a perenidade da vida constitui o prazo de nosso burilamento, entretanto, o minuto que vives é o veículo da oportunidade para a seleção de valores, obedecendo a horário certo e revelando condições próprias, no ilimitado caminho da evolução. [Decisão, E - Cap. XXIV - Item 15]

Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino...


Autor: André Luiz
Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Da obra: Opinião Espírita

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Carta de Ano Novo




Ano Novo é também renovação de nossa oportunidade de aprender, trabalhar e servir.

O tempo, como paternal amigo, como que se reencarna no corpo do calendário, descerrando-nos horizontes mais claros para a necessária ascensão.

Lembra-te de que o ano em retorno é novo dia a convocar-te para execução de velhas promessas, que ainda não tiveste a coragem de cumprir.

Se tens inimigo, faze das horas renascer-te o caminho da reconciliação.

Se foste ofendido, perdoa, a fim de que o amor te clareie a estrada para frente.

Se descansaste em demasia, volve ao arado de tuas obrigações e planta o bem com destemor para a colheita do porvir.

Se a tristeza te requisita, esquece-a e procura a alegria serena da consciência feliz no dever bem cumprido.

Novo Ano! Novo Dia!

Sorri para os que te feriram e busca harmonia com aqueles que te não entenderam até agora.

Recorda que há mais ignorância que maldade, em torno de teu destino.

Não maldigas, nem condenes.

Auxilia a acender alguma luz para quem passa ao teu lado, na inquietude da escuridão.

Não te desanimes, nem te desconsoles.

Cultiva o bom ânimo com os que te visitam, dominados pelo frio do desencanto ou da indiferença.

Não te esqueças de que Jesus jamais se desespera conosco e, como que oculto ao nosso lado, paciente e bondoso, repete-nos de hora a hora:

- Ama e auxilia sempre.

Ajuda aos outros, amparando a ti mesmo, porque se o dia volta amanhã, Eu estou contigo, esperando pela doce alegria da porta aberta de teu coração.


Emmanuel
Vida e Caminho - Francisco Cândido Xavier

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A disciplina é ação

Não devemos deixar que o problema que nos aflige nos locuplete, tomando todos os momentos de nossa existência.
Pois se tal acontecer, estaremos perdendo nosso próprio domínio como pessoa, como ser racional, debilitando-nos mental, emotiva, física e, o mais grave, espiritualmente.
O mais poderoso fator para resolução de qualquer problema é ter certeza da existência de Deus, da imortalidade do espírito, bem como saber discernir o certo do errado, não se entregando à ira, aos desejos de vingança, à ingratidão, à inveja, ao ciúme.
Devemos recordar sempre, conscientizando-nos de que a depressão é fruto de nossos atos, que se preenchermos o nosso tempo com funções, com trabalho construtivo, ela praticamente deixará de existir.
A nossa atitude mental é a forma mais poderosa que modela nossas ações – portanto é a responsável pela alegria, pela felicidade ou infelicidade que sentimos.
Disciplinando a mente, confiando em Deus, amando o próximo, trabalhando pelo bem, estaremos equilibrados, estabilizados no mundo em que vivemos.
Disciplina é o exercício da vontade.
A felicidade é o produto de nossas ações.
LEOCÁDIO JOSÉ CORREIA
Mensagem psicografada pelo médium
Maury Rodrigues da Cruz
Extraída da obra:
“NO CENÁRIO DA VIDA”

Disciplina e Amor - Batuira net


Como unir dois sentimentos que podem ser confundidos nas suas ações ?
A disciplina pode ser deturpada tornando-se tirania na mão naquele que vive no orgulho, enquanto que     o amor pode ser confundido por substituir as obrigações dos entes queridos à pretexto de poupa-lo do       sofrimento.
Jesus ensinou-nos a disciplina para com as nossas atitudes, mas com o amor em nossos sentimentos.
A disciplina deve educar, corrigir as nossas más tendências, direcionar a nossa conduta para o caminho      moral reto. Enquanto que o amor nos preenche de fraternidade para com os nossos irmãos, perdão com as faltas alheias mesmo para com aqueles que insistem em nos prejudicar, caridade sem fim, colocando-nos no lugar de quem recebe.
Tenho notado no caminhar da vida que muitos são aqueles que reclamam do trabalho árduo que a família exige, do relacionamento com a companheira ou o companheiro e principalmente na relação pais e filhos.
Pais intolerantes, cegos pelo estafante trabalho do dia-a-dia que lhes consomem todas as energias, agem para com os filhos com todo o sentimento de revolta reprimido, esquecendo que esse nervosismo foi gerado por não diluir o turbilhão de vibrações de que foi alvo.
Como então diluir essas vibrações que consomem a nossa paciência para não nos arrependermos de atitudes impensadas ? Como não descarregar as nossas frustrações, que muitas das vezes tem origem no nosso próprio egoismo, naqueles que esperam o nosso carinho a nossa atenção ?
Com certeza precisamos de uma válvula de escape, precisamos de algo que nos equilibre, que nos mantenha em perfeito estado mental.
Para tanto mais uma vez apelamos para os ensinamentos do Mestre, que em todas as noites praticava com os seus discípulos o estudo reconfortador e a oração sublime. Algo que buscamos fazer com o evangelho no lar.
As Suas histórias contagiavam o coração de todos os que O ouviam, as Suas eram lições de vidas que faziam todos refletir, mas o divino Mestre não ficou somente nas explanações teóricas, Ele as vivenciou, mostrou na Sua nobreza de conduta o verdadeiro amor, a verdadeira caridade, a fraternidade para com todos sem preconceito ou distinção.
Jesus nos mostrou que a alegria de servir resplandece a alma, que sem a caridade não entraremos no Reino dos Céus e continuaremos reencarnando até a depuração verdadeira do nosso espírito.
Estamos em um mundo de provas e expiações, ainda pela nossa inferioridade moral passaremos por diversas situações dolorosas, mas aí está o ganho espiritual, a felicidade futura que Jesus nos prometeu será alcançada através do nosso próprio esforço, devolvendo o mal recebido com a caridade amorosa e o perdão incondicional para com todas as ofensas.
Para isso nada melhor que a prática dentro do nosso lar, com aqueles que temos maior afinidade, amor e compromisso. Deus é infinitamente bondoso e sabendo que não poderíamos alcançar a plenitude de um instante para o outro, Deu-nos a oportunidade da prática diária das virtudes iluminadoras junto daqueles que nos amam e amamos, tornando muito mais fácil o nosso aprendizado.

DISCIPLINA DOS DESEJOS


DISCIPLINA DOS DESEJOS

"QUANTOS SE ARRUINAM POR FALTA DE ORDEM, DE PERSEVERANÇA,
PELO MAU PROCEDER, OU POR NÃO TEREM SABIDO LIMITAR SEUS
DESEJOS !" - E.S.E. CAPÍTULO 5, ÍTEM 4
Quando desejamos o bem, sentimos o amor, a compaixão e a fraternidade pelo outro.
Quando desejamos o mal, sentimos o ódio, a raiva e a indiferença ao outro.
Quando desejamos estagnar, sentimos a preguiça, o pessimismo e a descrença.
Quando desejamos o progresso, sentimos o idealismo, o otimismo e a fé.
Entre nós é muito conhecido o enunciado "desejando sentes. Sentindo, mentalizas. Mentalizando, ages" (Pensamento e vida, Emmanuel), que estabelece uma realidade quase geral sobre a rotina da mente.
Desejo, fenômeno da vida mental inconsciente conquista evolutiva de valor na formação da consciência. Podemos classificá-lo como uma "inteligência instintiva, ampliando o espectro das pesquisas modernas sobre multiplicidade das inteligências.
Temos o desejo de viver, desejo dos sentidos, desejo de amar, desejo de pensar, desejo de raciocinar, desejo de gratificação, todos consolidados no que vamos nomear como "Inteligência primária automatizada", guardamos vínculos estreitos com as memórias estratificadas do psiquismo na evolução hominal. É dessa "inteligência" que são determinados o impulso do sentir conforme o desejo central desejo esse que mais não é senão o reflexo indutor da rotina mental na vida do homem.
Intensificando ainda mais essas "forças impulsivas" do desejo central, encontramos os estímulos sociais, atualidade delineando novos hábitos e atitudes, fortalecimento de velhas bagagens morais da alma através do instinto de posse, degenerando em apego lamentável no rumo das apropriações desrespeitosas entre os homens.
Na convivência, a intromissão desse hábito de posse estabelece o ciúme, a inveja, a dependência e a dor em complexas relações. Façamos uma análise mais atenta.
O afeto, como expressão do sentimento humano, carreia, em muitos lances da experiência relacional, um conglomerado de desejos. Entre eles encontram-se aqueles que nos mantém na retaguarda espiritual, carecendo de educação a fim de não fazer da vida interpessoal um colapso de energias, em circuitos delicados de conflitos e atitudes desajustadas do bem, provenientes de ligações malsucedidas e possessivas.
Devemos trabalhar para que todos os nossos consórcios de afeto, com quem seja, progridam sempre para a desvinculação, abstraindo-se de elos de idolatria e intimidade ou desprezo e mágoa - posturas extremas no terreno dos sentimentos que conduzem aos excessos.
O afeto que temos é somente aquele que damos, porque o experimentamos nas nascentes do coração, irradiando de nós. E porque é nosso podemos dar, gratificando mais plenamente em cedê-la ao outro que criar vínculos doentios por exigi-lo de outrem, em aprisionamentos velados ou declarados. Em verdade, esse "possuir afetivo" é a nossa busca de completude, entretanto a verdadeira complementaridade gera autonomia, liberdade e crescimento, enquanto essa possessividade gera escravidão, desrespeito e desequilíbrio.
A afeição deve ser administrada na medida exata.
Nem frieza, nem excessos. Isso solicita a disciplina sobre os desejos que são, em boa parte, forças de propulsão nas fibras sensíveis da afetividade.
Quando se trata do tema transformação íntima na vitória sobre nós mesmos, estamos referindo, sobretudo, a esses "impulsos-matrizes" de sentimento que são originados nas pulsões dos desejos. Graças aos desejos centrais que, costumeiramente, assenhoreiam nossa rotina mental, constata-se uma dicotomia entre pensar, sentir e fazer. Exemplo comum disso é o ideal de espiritualização que esposamos. Temos consciência da urgência de unirmos, amarmos, somar esforços, crescer e melhorar, porém, nem sempre é assim que sentimos sobre aquilo que já conhecemos. Fortes interferências no sentir causam solavancos e acidentes nos percursos da mudança interior. Falamos, pensamos e até agimos no bem em muitas ocasiões, mas nem sempre sentimos o bem que advogamos, estabelecendo "hiatos de afeto" no comprometimento com a causa, atraindo desmotivação, dúvida, preguiça, perturbação e ausência de identificação com as responsabilidades assumidas. Tudo isso coadjuvado por interferências de adversários espirituais, nos quadros da obsessão em variados níveis.
É assim que nossos sentimentos sofrem a "carga psico-afetiva" milenar dos desejos exclusivistas e inferiores, que ainda caracterizam a rotina induzida nos campos da mentalização.
E como instaurar matrizes novas no psiquismo de profundidade em favor da renovação de nossos sentimentos? Como renovar esse "coração milenar' pulsando independente da vontade?
Eis um empreendimento desafiante e progressivo. A solução está na aplicação de intenso regime disciplinar dos desejos, deixando de fazer o que gostaríamos e não devemos, e fazendo o que não gostaríamos, mas é o dever.
Em outras palavras, saber desejar afinando impulsos com os alvitres conscienciais.
A disciplina dos desejos tem duas operações mentais principais, que são a contenção e a repetição, para que essa disciplina alcance o patamar de fator de educação emocional.
Na contenção é utilizado todo o potencial da vontade ativa e esclarecida, com finalidade de assumir o controle sobre as fontes energéticas de teores primários e suscetíveis de causar "danos" aos novéis propósitos que acalentamos.
Já a repetição é a força que coopera na dinamização dos exercícios formadores de hábitos novos, com os quais desenvolvemos os valores divinos depositados na intimidade do ser desde a criação.
Contenção e repetição são movimentos mentais neutros, que adquirirão natureza e qualidade na dependência das cargas afetivas com as quais serão impregnadas, e nisso encontra-se a verdadeira transformação interior.
A contenção com revolta torna-se repressão e neurose.
A repetição com descrença torna-se desmotivação e rotina vazia.
A contenção com compreensão é vigilância e domínio.
A repetição com idealismo é hábito novo e crescimento.
A contenção amplia a vontade no controle sobre si mesmo.
A repetição plenifica pela vivência o desenvolvimento de habilidades e competências sobre as potências do "ser".
Ambas, contenção e repetição, consolidam a disciplina como instrumento educacional dos desejos.
Como vemos, é sobremaneira decisiva a influência do desejar na vilegiatura evolutiva de todos nós.
Muitos corações encontram-se guindados a estreitas formas de expressão afetiva em razão de suas compulsões, adquiridas na satisfação egocêntrica dos desejos ao longo de eras e mais eras, limitados por não se encontrarem aptos a conduzir os sentimentos com elevação moral, quase sempre atrelados à erotização e irresponsabilidade nas emoções.
Outras vezes, os fatores complicadores surgem na infância, com os desejos não gratificados gerando carências de variada ordem na estrutura psico-emocional da criança. A necessidade infantil de afeto e atenção é um desejo natural e Divino para impulsionar o crescimento, contudo, quando não é convenientemente compensada, cria efeitos lamentáveis no seu desenvolvimento.
Vemos assim que significado tem os grupos solidificados nos valores evangélicos, notáveis pela sua força moralizante, seja no lar ou na vida social, instigando novos desejos na nossa caminhada de aperfeiçoamento individual.
Grupos amigos, sinceros, autênticos e fraternos são buris disciplinadores das tendências menos felizes, arrimo psíquico para superação das más emoções, estímulo ao elastecimento de novos hábitos e cooperação ante as lutas de contenção, para quantos respiram ainda sob o regime doloroso desses limites provacionais nas leiras do sentimento sobrecarregados de reflexos milenares a vencer.
Em ambientes assim, a contenção é menos penosa a repetição tem o reforço contagiante dos propósitos maiores nutridos coletivamente.
E quanto aos grupamentos espíritas, que papel reservam perante tal realidade?
Precisamos muito de condições especiais para que tais dinâmicas da vida mental sejam dirigidas para aquisições consistentes e de bons resultados. As tarefas de amor e instrução das quais fazemos parte são ricos contributos nesse sentido. Enquanto estamos no trabalho espiritual, absorvemos do grupo de tarefeiros o somatário energético dos desejos elevados, o qual nos inspira nas diligências de amor conjugado às sublimes "pulsões" que vertem de tutores de além-túmulo, sensibilizando as "fôrmas da psico-afetividade" em direção a uma transcendência. Razão pela qual o amor ao próximo é reeducativo e tão modificador de nossos padrões de sentimento em relação à vida.
A propósito, alguns companheiros da lide sentem-se invadidos por um estado de hipocrisia, quando em outros locais fora das tarefas de paz, por não conseguirem efetivar a manutenção de tais experiências envolventes da alma a píncaros de sensibilidade pelos outros. Isso ocorre, exatamente, porque as realizações espirituais são cercadas de condições especiais, quais fossem benfazejas enfermarias do espírito, na ministração de doses e tratamentos apropriados às imperiosas necessidades morais e emocionais que carreamos. Nessa faina dos grupos formadores do caráter e de nossa espiritualização, estaremos sempre em contato com o "ser luz" que almejamos para as realidades novas da existência, em contraposição às sombras acalentadas durante milênios. Essa fonte estimuladora é acréscimo de paz e serenidade ante as fortes reações cerceadoras do mundo íntimo, na busca de impedir-nos a caminhada de erguimento moral e espiritual.
Os grupos conscientes, portanto, são verdadeiras escolas de novos sentimentos.
Através dos reflexos que assimilamos da conduta alheia, passamos a esculpir uma nova ordem de hábitos, renovando desejos e sublimando a sombra das tendências inferiores em propósitos dignificantes.
Mesmo que em tais ambiências venhamos a sentir e desejar o que não devemos, teremos arrimo psíquico e amizade sincera para compartilhar nossas necessidades, e só isso, muita vez, bastar-nos-á para ativar a vontade firme no domínio sobre nossos impulsos. Semelhante treinamento será nossa base de sustentação, quando aferidos na rotina dos dias nos ambientes de provação, à qual todos nos encontramos guindados.
A vida afetiva é uma experiência que inclui desejos; burilemo-los sem fugas, nem supervalorização, compreendendo as escolhas da evolução moralmente tortuosa que empreendemos, em milênios de loucuras emocionais .
Nosso passado é também nosso patrimônio; jamais o destruiremos, apenas o transformaremos.
A primeira condição de transformação, porém, é entendê-lo e aceitá-lo, por isso mergulhemos na vida interior e descubramos, através de nossos sentimentos, aquilo que desejamos, trabalhando pelo autodescobrimento.
Conhecendo-nos melhor, laboraremos com mais acerto pelo auto-aperfeiçoamento. Enquanto isso, até decifrarmos com maior lucidez os "códigos dos desejos" empenhemos na contenção com amor a nós mesmos e na repetição perseverante dos anseios de libertação que nutrimos no dia a dia.
Espírito Ermance Dufaux

Necessidade da rígida disciplina dos hábitos mentais



Jorge Luiz Hessen *
          A ciência acadêmica, materialista por excelência, estabelece que o pensamento é um fenômeno meramente fisiológico, decorrente da incessante atividade neuronial. A rigor, a matéria mental é criação da energia que se exterioriza do Espírito e se difunde por um fluxo de partículas e ondas, como qualquer outra forma de propagação de energia do Universo. Tanto quanto no campo físico, o pensamento, em graus variados de excitação, gera ondas de comprimento e freqüência correspondentes ao teor do impulso criador da vontade ou do objetivo desejado. Pensar é um processo de projeção de matéria mental. Nesse aspecto, o pensamento deixa de ter uma dimensão intangível para se consubstanciar na condição de matéria em movimento.
          Expressando qualquer pensamento com muita determinação, estamos induzindo os outros a pensarem como pensamos. A anuência que os outros fazem de nossas ideações passa a ser questão de sintonia. Até porque, nossos pensamentos geram nossas atitudes e nossas atitudes geram pensamentos nos outros. Destarte, nossas idéias e convicções nos ligam, forçosamente, a todas as mentes que pensam como nós e, quanto maior nossa obstinação em sustentar uma idéia ou uma opinião, mais nos fixamos às correntes mentais das pessoas que se sentem quais nos sentimos e que abraçam as mesmas opiniões.
          “Nossa mente projeta fora de nós as formas, as figuras e os personagens de todos os nossos desejos, inclusive com todo o conteúdo dinâmico do cenário elaborado. Com essa constelação de adornos mentais, atraímos ou repelimos as mentes que conosco assimilam ou desaprovam nosso modo de pensar,” (1) porque a nossa atividade mental, através do discernimento e do raciocínio, nos dá a prerrogativa de escolhermos nossos próprios objetivos.
          Pensar ou conversar, continuadamente, significa projetar nos outros e atrair para si as mesmas imagens que criamos, suportando em nós mesmos a conseqüência decorrente dessa influência recíproca. Na persistência das idéias fixas, em comportamentos obsessivos ou tensões emocionais deliberadamente violentas, nos escravizamos a um ambiente psiquicamente denso, com imagens que nós forjamos e que nos mantêm num circuito de reflexos condicionais viciosos.
          Esses reflexos dos sentimentos e pensamentos negativos que alimentamos se voltam sobre nós mesmos, depois de transformados em ondas mentais, tumultuando nossas funções neurológicas, e essas respostas condicionadas inconseqüentes, derramando- se sobre o tecido cerebral, criam alucinações que podem variar do medo manifesto ao estado neurótico, situação em que os desencarnados e encarnados perturbados nos atingem com sugestões destruidoras, diretas ou indiretas, conduzindo- nos a deploráveis fenômenos de descontrole emocional.
          O pensamento, como uma modalidade de energia sutil, atuando em uma forma de onda, com velocidade muito superior à da luz, quando de passagem pelos lugares e criaturas, situações e coisas que nos afetam a memória, age e reage sobre si mesmo, em circuito fechado, trazendo-nos, assim, de volta às sensações desagradáveis, contato de qualquer ação desequilibrante. “Isso tudo acontece porque, quando nos rendemos ao desequilíbrio ou estabelecemos perturbações em prejuízo dos outros, plasmamos nos tecidos fisiopsicossomáticos determinados campos de ruptura na harmonia celular, criando predisposições mórbidas para essa ou aquela enfermidade e, conseqüentemente, toda a zona atingida torna-se passível de invasão microbiana.” (2)
          Consciência desarmonizada, revestida de remorso, completa de ambições desvairadas ou denegrida de aflições, não pode senão atrair forças semelhantes que a encadeiam a torvelinhos dolorosos. Pelo pensamento de medo, angústia exacerbada, dissabor, escravizamo-nos nos troncos de suplício doloroso, sentenciando-nos, por vezes, a anos e anos de peregrinação nos trilhos da intranqüilidade espiritual. E, para abreviar o tormento que nos flagela de vários modos a consciência, é imprescindível atender à renovação mental, único meio de recuperação da harmonia espiritual.
          “Satisfazer-se alguém com o rótulo, em matéria religiosa, sem qualquer esforço de sublimação interior, é tão perigoso para a alma quanto deter uma designação honorífica entre os homens com menosprezo pela responsabilidade que ela impõe. Títulos de fé não constituem meras palavras acobertando-nos deficiências e fraquezas. Expressam deveres de melhoria a que não nos será lícito fugir, sem agravo de obrigações. Em nossos círculos de trabalho, desse modo, não nos bastará o ato de crer e convencer.”(3)
          É fato que todos nos encontramos em processo de burilamento moral e espiritual, carregando úlceras ou cicatrizes, daquelas mais recentes ou remotas, que nos dilaceraram a alma. A presença da imperfeição moral, em nós, significa um convite para que percebamos o muito que ainda necessitamos realizar, a fim de nos libertarmos das heranças primárias que insistem em nos atormentar. Até porque, quando nos dispomos a servir em nome do Cristo, igualmente, nos renovamos e alcançamos níveis de consciência mais elevados, desde que apoiados nos bons propósitos, reconhecendo o erro em que estagiamos, mas não lhe dando trégua.
          “Nosso remédio é e será sempre Jesus. Ajustemo-nos ao Evangelho Redentor, pois o Cristo é a meta de nossa renovação. Regenerando a nossa existência pelos padrões dEle, reestruturaremos a vida íntima daqueles que nos rodeiam. O Evangelho do Senhor nos esclarece que o pensamento puro e operante é a força que nos arroja das trevas para a luz, do ódio ao amor, da dor à alegria.” (4)
          Procuremos adotar rígida disciplina de hábitos mentais e morais, estabelecendo como metas colocar os deveres que nos dizem respeito acima dos prazeres mundanos e mantenhamo-nos serenos com a oportunidade ímpar da atual experiência física, que nos favorece com a informação espírita. Afastemo-nos da irritação contumaz, não cultivando pessimismo, desculpando-nos quando nos equivocamos e procedendo da mesma maneira em relação ao próximo.
          Nessa linha de ação, não nos permitamos desgastes psicológicos, quando acusados, nem euforias estonteantes, quando elogiados. Busquemos, acima de tudo, os hábitos salutares da oração, da meditação e do trabalho, procurando enriquecer-nos de esperança e de alegria, para nunca desanimarmos diante dos desafios do cotidiano. 
          Em resumo, “Procuremos a consciência de Jesus, para que a nossa consciência lhe retrate a perfeição e a beleza!... Saibamos refletir-lhe a glória e o amor, a fim de que a luz celeste se espelhe sobre as almas, como o esplendor solar se estende sobre o mundo.”(5) O Espiritismo derruba os muros invisíveis da ansiedade e da fobia, alargando os horizontes da felicidade, que vão além dos condicionamentos ilusórios das paixões, pois desta forma encontraremos consolação e paz, adquirindo ânimo e entusiasmo para prosseguir. Comecemos nosso esforço de soerguimento espiritual desde hoje e, amanhã, teremos avançado, consideravelmente, no grande caminho à conquista da luz.
Fontes de Consulta:
(1) Cf. Nubor Orlando Facure, artigo publicado no Jornal Mundo Espírita em Abril/998
(2) Artigo Uma Visão Integral do Homem, Grupo Espírita Socorrista Eurípides Barsanulfo disponível no site <http://www.geocities.com/Athens/9319/chacras.htm> acessado em 25/04/2006
(3) Xavier, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade, ditada pelo espírito André Luiz, 14ª edição, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001, páginas: 118 a 125"
(4) Idem
(5) Idem
* Jorge Luiz Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. É Servidor Público Federal lotado no INMETRO de Brasília; Formação acadêmica: Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História, Escritor (dois livros publicados) Jornalista e articulista com vários artigos publicados na Revista O médium de Juiz de Fora, Reformador da FEB, O Espírita de Brasília (pertence ao conselho editor), do Jornal da Federação de Mato Grosso e do Jornal da FEDERAÇÃO DO DF. Artigo gentilmente oferecido para publicação no site do Instituto Espírita Batuíra de Saúde Mental. Mais artigos podem ser acessado no site http://meuwebsite.com.br/jorgehessen.

Disciplina Fraterna


Autor: J. Herculano Pires

O problema da disciplina no Centro Espírita é dos mais melindrosos e deve ser encarado entre as coordenadas da ordem e da tolerância. Não se pode estabelecer e manter no Centro uma disciplina rígida, de tipo militar. 

O Centro é, além de tudo o que já vimos, um instrumento coordenador das atividades espirituais. No esquema das suas sessões teóricas e práticas a questão do horário é imperiosa, mas não deve sobrepor-se às exigências do amor fraterno. 


Não é justo deixarmos fora da sessão companheiros dedicados ou necessitados, porque chegaram dois ou três minutos atrasados. Vivemos num mundo material e não espiritual, em que as pessoas lutam com dificuldades várias no tocante à locomoção, aos embaraços de compromissos diversos, e é justo que se dê uma pequena margem de tolerância no horário. 

Essa margem não deve também ser estabelecida com rigor, mas deixada ao critério do dirigente dos trabalhos, que saberá dosar as coisas de acordo com as conveniências. 

O rigor exagerado na questão de horário, mormente nas cidades mais populosas, causa aborrecimentos e mágoas a pessoas sensíveis que, depois de aflição e correria para chegar na hora certa, viram-se impedidas de participar da reunião por alguns segundos ou minutos, Temperando-se as exigências da ordem cronológica com o dever da atenção aos companheiros podemos evitar aborrecimentos perfeitamente superáveis. 

Claro que esse é um problema a ser sempre esclarecido nas reuniões, para que todos possam ter conhecimento da flexibilidade possível no horário. O simples fato de haver essa flexibilidade, já tira à disciplina o seu aspecto opressivo.

Essa mesma dosagem de ordem e tolerância deve ser aplicada a outros problemas, de maneira a assegurar-se, o mais possível, um ambiente geral sem prevenções, que muito ajudará na realização dos trabalhos.

Tratamos das almas frágeis no capítulo anterior. Devemos agora tratar das almas fortes, as mais apegadas ao problema disciplinar. As almas fortes são aquelas que procedem de linhas evolutivas em que os espíritos se aperfeiçoam no uso da independência e da coragem . 

Por isso mesmo trazem consigo um condicionamento disciplinar que não aceita facilmente as concessões a que aludimos. Uma palavra rude de uma alma forte, embora não intencional, pode ferir a susceptibilidade de uma alma frágil, prejudicando-a no seu equilíbrio por uma insignificância. 

Ora, segundo a regra geral das relações humanas, o forte deve proteger e amparar o fraco, para ajudá-lo a se fortalecer. Os dirigentes de trabalhos devem cuidar de evitar esses pequenos atritos que não raro têm conseqüências muito maiores do que se pensa. Por outro lado, as almas fortes precisam controlar os seus impulsos pelo pedido consciencial da fraternidade. 

Há pessoas que, por se sentirem mais fortes, decisivas e poderosas que as outras, embriagam-se com a ilusão do poder, desrespeitando os direitos alheios e sobrepondo-se, com rompança às opiniões dos outros. 

Atitudes dessa natureza, no meio espírita e no Centro, causam má impressão e constrangimento no ambiente, fomentado malquerenças desnecessárias. Em se tratando de Espiritismo, tudo se deve fazer para manter-se um ambiente de compreensão e fraternidade, sem exageros, tocado o quanto possível de alegria e camaradagem. 

Num ambiente assim arejado, desprovido de tensões, a espiritualidade flui com facilidade e os Espíritos orientadores encontram mais oportunidades de tocar os corações e iluminar as mentes.

Por menor que seja, o Centro dispõe sempre de mais de um setor de atividades. Deve-se fazer o possível para que em todos eles reine um ambiente fraterno, que é o mais poderoso antídoto dos desentendimentos. 

A disciplina desses trabalhos, mesmo quando exija maior severidade, como no caso das sessões de desobsessão, deve ser tocada pela boa-vontade e a compreensão fraterna. Sem isso, particularmente conseguiríamos resultados satisfatórios. 

Mas a franqueza também é elemento importante na boa solução dos problemas, Quando necessário, o dirigente deve chamar o obsedado em particular e expor-lhe com clareza o que observou a seu respeito, aconselhando-o a mudar de comportamento par poder melhorar. 

A verdade deve estar presente em todos os momentos das atividades espirituais, mas a verdade nunca pode ser agressiva, sob pena de produzir o contrário do que se deseja.

Não queremos esmiuçar todos os problemas e todas as situações no funcionamento de um Centro, pois isso seria cansativo e desnecessário. Tocamos apenas em alguns pontos para abrir diretrizes aproveitáveis, segundo a experiência de longos anos nas lides doutrinárias. 

Outros, com mais capacidade e mais penetração, poderão complementar o nosso trabalho com suas contribuições. Nosso desejo é apenas ajudar os companheiros que tantas vezes se aturdem com as dificuldades encontradas. 

Não propomos regras como possível autoridade, que não somos e ninguém o é, num campo de experiências em que quanto mais se aprofunda mais se tem a aprender.

A disciplina de um Centro Espírita é principalmente moral e espiritual, abrangendo todos os seus aspectos, mas tendo por constante e invariável a orientação e a pureza de intenções. 

Os que mais contribuem para o Centro são os que trabalham, freqüentam, estudam e procuram seguir um roteiro de fidelidade à Codificação Kardeciana. Muito estardalhaço, propaganda, agitação só pode prejudicar as atividades básicas e essenciais do Centro, humanitárias e espirituais, portanto recatadas e silenciosas. 

Os problemas do Centro são de ordem profunda no campo do espírito. Mas apesar disso não se pode desprezar as oportunidades de divulgação e principalmente de orientação doutrinária para o povo em geral. Não precisamos de aumentar forçadamente os nossos grupos, somos contrários ao proselitismo, sabemos que nem todos podem aceitar os nossos princípios, mas sabemos também que a Verdade deve sempre ser posta ao alcance de todos. 

Quem quiser encontrá-la não precisará procurar lugares especiais, deve encontrá-la em qualquer parte em que um jornal, um programa de rádio, um livro, um folheto estiver ao seu alcance. Não convertemos nem devemos tentar converter ninguém, pois, como ensinava Kardec, nem todos estão em condições de afinar-se espiritualmente na compreensão dos problemas novos que o Espiritismo apresenta ao mundo em renovação. Mas aqueles que amadureceram na idade espiritual serão úteis na batalha para o amadurecimento de outros.

A disciplina autoritária e rígida teve a sua função na disciplina dos povos bárbaros após a queda do Império romano. Essa coerção prosseguiu pelos tempos sombrios do Medievalismo. Mas a era da Razão, que surgiu da noite medieval, reivindicou os direitos individuais do homem, na linha ateniense do esclarecimento cultural. 

O domínio natural da Igreja esgotou-se nos albores do Renascimento, mas o domínio artificial, fundado nos poderes políticos e econômico-financeiros da organização clerical estenderam-se aos tempos modernos e ainda se exerce, embora enfraquecidos e estropiado, no mundo contemporâneo, em pleno alvorecer da Era Cósmica. 

Essa anomalia histórica, nos entrechoques contraditórios da fase de transição, resolve-se aos nossos olhos num desvio violento provocado pelas forças conjugadas dos interesses em jogo, voltando-se para a tradição de Esparta. 

A força e a violência se sobrepuseram aos ideais atenienses e o indivíduo esmagado pelo peso das massas acarneiradas refugiou-se na servidão medieval, nas aposições inócuas e na revolta do desespero insensato. 

As leis históricas seguem o seu curso regular, mas quando as acumulações dos fatores a-históricos, como os lastros esmagadores dos instintos primitivos, acumulados nos socavãos do inconsciente coletivo, as obrigam a sair dos canais naturais, elas se desviam à procura dos pontos de retorno. A volta a Esparta, que marcou a fase instintiva das explosões totalitárias, mergulhou o mundo no delírio do arbítrio e da violência. 

Um terremoto a-histórico rompeu o chão rompeu em que florescia a Belle-Epoque, a fase lírica e romântica que Stephan Zweig descreveu em O Mundo que eu Vi, precipitando no abismo todos os valores culturais e humanistas dos séculos XVII e XIX. 

O próprio Zweig imolou-se, a seguir, no desespero do suicídio. Os abismos da Terra lacerada impediram-nos o acesso a Atenas. Mas restou um passagem secreta, um ponte sobre o abismo, sustentada pelas rochas inabaláveis do Evangelho, orientada pelos sinaleiros subjetivos dos arquétipos de Jung nos rumos da transcendência. 

Essa ponte era a do Novo Renascimento do homem e do mundo pelas mãos do Cristo. Era o Espiritismo, que das ruínas da catástrofe histórica fazia ressurgir, ainda cambaleante, a figura fantasmal de Lázaro.

O Mundo Contemporâneo é Lázaro redivivo, ainda envolto em mortalha, com a boca amarrada, os braços e os pés atados, mas atendendo ao chamado do Cristo para reintegrar-se no processo histórico interrompido. 

Marta e Maria o restabelecem na paz de Betânia, cercada pelas guerras furiosas e as atrocidades produzidas na Terra, no Céu e no Mar pela inconformação e a revolta dos homens. Nessa hora trágica, dantesca (não apenas na imagem do Inferno de Dante, mas na sua própria essência real) a consciência humana desperta para a busca de si mesma. 

O Centro Espírita, na sua singeleza, na sua humildade e na sua pobreza – pequenina semente que os abismos ameaçam tragar – sustenta a chama da esperança cristã-humanista e trabalha em silêncio na restauração da verdade. 

Solitário, desprezado pela ignorância arrogante é o Centro – o ponto ótico ou visual para o qual convergem todas as possibilidades da Ressurreição do Planeta assassinado. Temos necessidade urgente de compreender esse momento histórico, decifrar os seus signos para que a Esfinge não os devore. 

A rotina dos trabalhos do Centro, a monotonia das doutrinações exaustivas, a repetição dos ensinos que chegam a parecer inúteis, a insistência das obsessões agressivas, a inquietação dos que se afastam em busca do socorro ilusório de ciências psíquicas ainda informes e retornam desiludidos e cansados – todo esse ritornelo atordoante pode desanimar os que lutam contra a voragem das trevas. Mas é preciso resistir e continuar, é necessário enfrentar a ignorância petulante dos sábios que ainda não aprenderam a lição socrática da humildade intelectual, do sábio que só é sábio quando sabe que nada sabe.

A hora espírita do Mundo é de agonia e desespero. Mas foi agonizando na cruz, injustiçado pelos sábios do seu tempo, que Jesus nos ensinou a lição da ressurreição e da imortalidade espiritual. 


O Centro Espírita é a cruz da paciência que Jesus nos deixou como herança do seu martírio. Ele nos livra da cruz que o Mestre enfrentou entre ladrões, salvando, morrendo com eles para salvá-los – um através da conformação difícil da dor, outro através da revolta e da indignação que levam ao arrependimento e à reparação.

Por isso a disciplina do Centro não pode ser a dos homens, mas a dos anjos que servem ao Senhor tatalando no Céu as asas simbólicas da Esperança. Deixemos de lado a disciplina exigente, para podermos manter no Centro a disciplina do amor e da tolerância.

Não lidamos com soldados e guerreiros, mas com doentes da alma. Nossa disciplina não deve ser exógena, imposta de fora pela violência, mas a do coração. Tem de ser a disciplina endógena, que nasce da consciência lentamente esclarecida aos chamados de Deus em nossa acústica da alma.

A evolução humana se processa no concreto em direção ao abstrato, o que vale dizer da matéria para o espírito ou do corpo para a alma. Na linguagem platônica diríamos: do sensível para o inteligível. Na era cósmica que se inicia com as façanhas da Astronáutica essa evolução se define em termos de ciência e tecnologia. 

O homem das cavernas saiu de sua toca de bicho para dominar a Terra, edificar casas, palácios e torres, templos que apontam para as estrelas, e agora, depois de se librar na atmosfera com asas e hélices, projeta-se além da estratosfera, mergulha no Cosmos, pousa na Lua e regressa à Terra, servindo-se de propulsores terrenos e das forças da gravidade, como se tivesse nascido nos espaços siderais e não do barro do planeta.

Quem não vê nesse esquema gigantesco e dinâmico o roteiro da evolução humana? De outro lado, rompemos os véus misteriosos de Ísis nas pesquisas da Física, em que a matéria nos revela as estruturas atômicas da realidade aparentemente compacta e opaca, que se mostra fluída e transparente, e nas pesquisas psíquicas descobrimos que a nossa natureza não é concreta, mas abstrata, pois não somos corpos, mas espíritos.

Sobre os escombros do passado em ruínas, das civilizações mortas, das certeza materiais e sólidas transformadas em pó e ante a ameaça dos cogumelos atômicos desintegrantes, vemos de maneira inegável que a essência de toda a realidade tangível é na verdade intangível. 

Reconhecemos os enganos produzidos pela ilusão dos sentidos materiais em nosso senso abstrato e somos obrigados a compreender que malbaratamos o tempo nas encarnações desvairadas. As fachadas suntuosas das catedrais, os gigantescos edifícios da Instituições científicas, os Edifícios do Saber em todos os campos – todo esse acervo de grandiosidade efêmera se reduz a esboços de uma verdade simples que se escondia por milênios na humildade de um casebre de arrabalde ou de uma choupana da roça – O CENTRO ESPÍRITA. 

Só ali encontramos, entre criaturas anônima, na intuição dos simples, a Verdade que buscávamos. Assim também aconteceu nas gr4andes civilizações do passado, que renegaram os ensinos de um carpinteiro galileu. 

Na penumbra do Centro Espírita, suspeita para os sábios e os poderosos, Deus escondera a chave do mistério. 

Livro: O Centro Espírita