Andrei Moreira
O remorso antecede o arrependimento na maioria das vezes, mas são bastante distintos. O remorso é uma forma de autopunição. As neurociências nos explicam que ao relembrarmos algo vivamente, estamos de fato revivendo o acontecimento, em termos neuroquímicos. Isso significa que o corpo reproduz em descargas hormonais e de outras substâncias a mesma descaga ocorrida no momento evocado pela memória. A psiconeuroimunologia nos explica os mecanismos de interação entre os diversos sistemas do corpo e suas substâncias. Dra Candence Pert chama a isso de moléculas da emoção, que são de complexa interação e profunda repercussão no organismo. Portanto, ficar preso nos acontecimentos dolorosos, no remorso, é autopunir-se. Talvez por isso Shakespeare teria dito que guardar mágoa (e remoê-las!) é "beber veneno desejando que o outro morra". Podemos concluir que a sabedoria do Evangelho, expresso nas falas e atitudes de Jesus, prescrevendo-nos perdão, amorosidade e compaixão, conosco mesmos e com nosso próximo, expressa não só uma verdade religiosa, mas um tratado científico do bem viver e da saúde integral.
Nenhum comentário:
Postar um comentário