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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
Jésus Gonçalves
http://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%A9sus_Gon%C3%A7alves
JÉSUS GONÇALVES
O POETA DAS CHAGAS REDENTORAS
O GRANDE GUERREIRO DA LUZ
(1902 - 1947)
Jésus Gonçalves, nascido em 12/07/1902 em Borebi-SP (próximo à Agudos), ficou órfão de mãe aos 3 anos e seu pai era uma humilde lavrador.
Aos 14 anos empregou-se como trabalhador braçal na Fazenda Boa Vista, de Ângelo Pinheiro Machado. Nesta época começou a aprender música e junto com outros companheiros animavam as quermesses e bailes com a "Bandinha de Borebi".
Aos 17 anos foi para Bauru, onde freqüentou o Colégio São José, mas não chegou ao menos a tirar o diploma do Ginásio.
Casou-se aos 20 anos com Theodomira de Oliveira, que era viúva e já tinha 2 filhas. Mesmo assim ainda tiveram mais 4 filhos. Nesta época empregava-se como Tesoureiro da Prefeitura.
Em 1930 sua esposa desencarna por causa de uma tuberculose. Apesar das enormes dificuldades em criar suas 6 crianças continuava a tocar e fazia parte da Banda da Prefeitura de Bauru como clarinetista.
Atuava também como Diretor e ator de teatro na cidade. Apesar de seu pouco estudo apreciava a poesia e prosa, colaborando ativamente nos jornais "Correio da Noroeste" e "Correio de Bauru".
Casou-se novamente, com Anita Vilela, vizinha que lhe ajudava a cuidar das crianças, mas, aos 27 anos foi acometido pela Hanseníase (Lepra). Anita era estudiosa da doutrina espírita e tentava, em vão, esclarecer a mente materialista do ateu Jésus.
Nestes tempos os doentes eram obrigados a abandonar seus empregos e viverem isolados da sociedade, trancados em suas casas ou então em leprosários. Como faria então para cuidar de sua esposa e das crianças? Aposentado prematuramente passa a viver em uma moradia cedida temporariamente pela Câmara Municipal. Apesar disso continua a escrever para o "Correio da Noroeste".
Seu compadre, João Martins Coube, cedeu-lhe o usufruto de um sítio, onde Jésus passou a cultivar melancias e outras frutas. Mas, em Agosto de 1933, o Serviço Sanitário recolhe-o, afastando-o do convívio de sua família, e internou-o no Asilo-Colônia Aymorés.
Por ter sido um homem resignado foi sempre líder, tolerante e calmo. Fundou o jornal interno "O Momento", a "Jazz Band de Aymorés" e a equipe de futebol. Por não receberem grupos artísticos no asilo, fundou também o grupo teatral interno.
Jésus sofria muito com problemas no fígado, buscava a transferência para o Hospital Padre Bento em Guarulhos. Mas suas cartas paravam nas mãos do Diretor do Sanatório Aymorés, que não queria perder seu mais ativo e dinâmico interno. Em 1937 conseguiu a transferência mas não conseguiu chegar até lá, as dores no fígado o obrigaram a parar em Itú, e ali ficou no Hospital de Pirapitinguí.
Fundou ali além da "Jazz Band", a Rádio Clube de Pirapitinguí (existente até hoje) e um jornal interno, o "Nosso Jornal".
Em 1943 Anita desencarnou, e no velório da mesma aconteceram diversos acontecimentos mediúnicos de clarividência de alguns colegas seus e finalmente Anita passou uma mensagem para ele de uma forma bastante íntima onde Jésus não teve dúvidas da veracidade das informações, um pequeno trecho: "Velho, não duvides mais, Deus existe!".
Por ser extremamente materialista buscou nos livros Espíritas as explicações para o contato.
A conversão de Jésus ocorreu de forma bastante convincente. Um dia, às voltas com suas dores no fígado, resolveu chamar aquele "Deus", e desafiou, tirando um pouco de água e colocando em um copo.
"- Se Deus existe mesmo, dou 5 minutos para que coloque nesta água um remédio que me alivie as dores que sinto". E contou no relógio.
Quando bebeu a água sentiu que estava totalmente amarga. Chamou um companheiro que confirmou a alteração da água. E após 2 minutos nada mais sentia em dores.
Fundou em 1945, após muito estudo, o Centro espírita Pirapitinguí, com dificuldades conseguiu recursos junto às comunidades espíritas para a construção do Centro. Diversas caravanas Espíritas passaram a visitar o sanatório, levando alegria e conforto aos internos.
Passou então a atender as incorporações de familiares e desobsessões severas daqueles considerados "loucos", permitindo a estes que voltasses à vida normal.
Vinte dias antes de desencarnar, com a doença já tendo lhe consumido todo o corpo, e também as cordas vocais, foi à sessão espírita e para a surpresa das 300 pessoas presentes, os mentores da casa devolveram-lhe a voz e aí fez uma preleção de quase 2 horas de elevados ensinamentos evangélicos. Ao término da preleção Jésus simplesmente perdeu novamente a voz.
E sofreu muito nos últimos dias, o seu corpo estava completamente deformado pela doença, seu rosto transfigurado e seus órgãos começaram a parar, e lentamente desligou-se do corpo físico. Mas teve tempo de saber que o sofrimento é o caminho que nos leva à Cristo, e que pôde mudar a mentalidade daqueles que consideravam os doentes internos de asilos, sanatórios e leprosários apenas como animais fedorentos.
Contam alguns, que ele acentuou seu nome (Jésus) por que não se achava em condições de ter o nome de Jesus.
Cronologia
12/07/1902 – Reencarna no pequeno vilarejo de Borebi, São Paulo, o cidadão Jésus Gonçalves.
1905 – Falece em Borebi, Josepha Mendes, mãe de Jésus Gonçalves, vitimada por tumor maligno no intestino.
1912 – Data da única doença de Jésus Gonçalves, na infância: sarampo.
1916 – Transferem-se de Agudos, São Paulo, para Borebi, Antonio Arruda, sua esposa Luiza Trindade, Francisco e Antônio Fráguas (filhos do casal) e Jésus Gonçalves, sobrinho de D. Luiza e tutelado do casal.
1916 – Primeiro emprego de Jésus Gonçalves, na Fazenda Boa Vista, em Borebi, de propriedade de Ângelo Pinheiro Machado, como auxiliar beneficiador de café e algodão.
1917 – Falece em Borebi, João Gonçalves, pai de Jésus Gonçalves, vitimado por um ataque cardíaco.
1919 – Transfere-se Jésus Gonçalves, de Borebi, sub-distrito de Lençóis Paulista, para a cidade de Bauru, São Paulo.
1919 - Segundo emprego de Jésus Gonçalves, em Bauru, na Prefeitura Municipal. Integra-se, nessa época, na Banda da Prefeitura da cidade.
1920 – Contrai núpcias, Jésus Gonçalves, com Theodomira de Oliveira. Ela viúva com duas filhas, Neréia e Lígia.
08/03/1922 – Nasce em Bauru, Jaime Gonçalves, primogênito de Jésus Gonçalves.
22/05/1924 – Nasce Jandira Gonçalves, segunda filha de Jésus Gonçalves, com Theodomira de Oliveira em Bauru.
30/03/1926 – Nasce também em Bauru, Helena Gonçalves, terceira filha de Jésus Gonçalves.
15/08/1929 – Nasce Carlos Gonçalves, quarto filho de Jésus Gonçalves, em Bauru.
1930 – Jésus Gonçalves sabe-se portador do mal de Hansen.
1930 – Falece em Itapetininga, São Paulo, a primeira esposa de Jésus Gonçalves, Theodomira de Oliveira, vitimada pela tuberculose.
1932 – Jésus Gonçalves une-se maritalmente, a Anita Vilela, em Bauru.
16/08/1933 – Interna-se no Asilo-Colônia Aymorés, Bauru, o cidadão Jésus Gonçalves, portador do mal de Hansen. No mesmo ano, seu filho Jaime, também suspeito de ser porta-dor da moléstia, é ali internado.
27/02/1937 – Passa a circular no asilo-Colônia de Aymorés o Jornal interno “O Momento”, fundado por Jésus Gonçalves. Este desejava que, com o tempo, o jornal pudesse expandir-se até outros Sanatórios.
21/09/1937 – Transferem-se o Hospital de Pirapitingui os internos do Asilo Aymorés, Jésus e Jaime Gonçalves, e Anita Vilela; esta não era portadora da moléstia de Hansen.
03/03/1943 – Falece no Hospital-Colônia de Pirapitingui Anita Vilela, segunda companheira de Jésus Gonçalves, vítima de câncer no útero.
03/03/1943 – Dá-se no velório de Anita Vilela o principio da conversão de Jésus Gonçalves, do ateísmo para o Espiritismo.
1943 – Consorciam-se em Pirapitingui, os internos Jésus Gonçalves e Isabel Laureano (Ninita), sendo os dois viúvos.
16/12/1945 – Funda-se no Hospital-Colônia de Pirapitingui a “Sociedade Espírita Santo Agostinho”, que teve como seu primeiro presidente e idealizador Jésus Gonçalves, que conseguiu reunir trinta mil, seiscentos e vinte e seis cruzeiros e dez centavos, para a realização desse projeto.
13/01/1947 – Pedro de Camargo (Vinicius) prefacia a primeira edição do livro “flores de outono”, de autoria de Jésus Gonçalves.
16/02/1947 – Aproximadamente às 11 horas da manhã, regressa à Pátria Espiritual Jésus Gonçalves, o Apóstolo de Pirapitingui.
Alarico, O Grande, general e chefe maior dos Visogodos, esmagou Roma no início do século V. Treinado nas técnicas da guerra dentro do Império Romano, devastou a Trácia, a Grécia e a Itália, marcando o fim de uma Era.
Acreditava ter o mundo aos seus pés.
Após o saque, Alarico ficou pouco tempo em Roma. Seu fascínio pelo poder leva-o a tentar dar o último golpe no Império e ele parte em direção a África. Com essa conquista ele seria confirmado como o mais poderoso imperador da Terra, naquele tempo.
No entanto, uma forte tempestade destrói seu exército e Alarico morre pouco depois, em Cosenza (Itália). Seus soldados, para evitar a profanação de seu túmulo, enterram-no no leito do Rio Basento, matando posteriormente os escravos usados para desviar o rio a fim de que não revelassem o local do sepulcro do guerreiro.
Desencarnado, defronta-se, na Pátria Espiritual, com o horror dos seus crimes. Por pedido seu e com a concórdia das Esferas Espirituais, volta à Terra como Alarico II, novamente no comando e no seio do seu próprio povo. Apesar de todo arrependimento vivenciado no Plano Espiritual, não desvencilha-se de sua ânsia de poder e glória e acaba sucumbindo a esta prova.
Suas tendências inferiores ainda estavam muito arraigadas na essência de sua alma. Investido dos mesmos poderes de sua encarnação pretérita, não consegue, ainda desta vez, refrear as inclinações ambiciosas de seu caráter, sucumbindo as promessas de redenção consignadas no Plano Espiritual. As guerras e conquistas territoriais continuavam sendo seu móvel principal, muito embora não conservasse mais, em grau tão marcante, a crueldade com que na existência anterior escrevera páginas negras na História Universal.
Seus domínios abrangiam a Espanha (exceto a Galiza), a Aquitânia, o Lanquador e a Provença Ocidental.
Alarico II desencarna na batalha de Vouillé (próximo a Potiers, França), travada em 507, contra o então rei dos Francos, Clóvis, pela posse da Aquitânia (sudoeste da Fraça).
A próxima encarnação que se conhece desse Espírito é em terras francesas como o poderoso Cardeal Richelieu. Investido de grande poder, defendeu o absolutismo real e foi, por 18 anos, o homem mais poderoso da França, como primeiro-ministro.
Nacido em 9 de setembro de 1585, estudou os princípios do Cristo na Igreja Católica, onde atingiu alta posição perante o clero, mas se destacou mesmo como político e estadista, se tornando uma das mais notáveis figuras do regime monárquico francês, cujas mãos duras e inteligentes detiveram o poder político da França, acima mesmo do rei Luis XIII.
Homem de ação, militar completo, católico fervoroso e político de extrema habilidade, soube contornar todas as intrigas e se manter no poder, conservando a confiança do Rei até o fim de seus dias. Assim estabeleceu as bases do absolutismo real francês, e suas obras foram posteriormente estudadas por Luis XIV, Napoleão Bonaparte e pelo general de Gaulle. A razão do Estado era sua razão de ser: não teve piedade daqueles que, em sua opinião, enfraqueciam o reino da França.
"O homem é imortal, sua salvação está no outro mundo; o Estado não, sua salvação é agora ou nunca."
"...para mim existem dois deuses: Deus e a França."
Temido e odiado, desencarnou, em 4 de dezembro de 1642, vítima de uma estranha doença: tumores de diagnóstico desconhecido. A chance de uma nova encarnação só aconteceu 350 anos depois...
Início do Século XX, a Pátria do Evangelho recebe este espírito comprometido com a Lei de Deus em busca da sua pacificação através de provas ásperas e redentoras, chagas redentoras...
A Lei Divina dá-lhe nova chance e nascido no Brasil, em 12 de julho de 1902, deixa a todos nós o legado da conversão pela dor e a certeza da misericórdia do Pai de que a travessia para a luz, apesar de todos os nossos crimes de sempre, é inevitável. A Lei de Amor expressa-se no arrependimento e o arrependimento expressa-se na reparação.
Sua conversão definitiva ocorreu certo dia em que suas dores no fígado se apresentavam bem mais fortes que de costume. Os remédios não surtiam efeito e resolveu então chamar por aquele "deus" no qual ainda não acreditava: retirou um copo de água da talha, colocou-o na mesa da cozinha, e desafiou:
– Se Deus existe mesmo, dou cinco minutos para que coloque nesta água um remédio que me alivie a dor!
Quando bebeu a água sentiu que estava totalmente amarga. Chamou um companheiro que confirmou a alteração da água. Após 2 minutos nada mais sentia em dores, e ficou ao mesmo tempo agradecido e espantado. Reexamina então as saus bases materialistas e nos dias seguintes, já com suficientes provas e chamamentos, pôs-se a buscar nos estudos de obras espíritas as respostas que sempre procurou.
JÉSUS GONÇALVES
O POETA DAS CHAGAS REDENTORAS
O GRANDE GUERREIRO DA LUZ
(1902 - 1947)
Jésus Gonçalves, nascido em 12/07/1902 em Borebi-SP (próximo à Agudos), ficou órfão de mãe aos 3 anos e seu pai era uma humilde lavrador.
Aos 14 anos empregou-se como trabalhador braçal na Fazenda Boa Vista, de Ângelo Pinheiro Machado. Nesta época começou a aprender música e junto com outros companheiros animavam as quermesses e bailes com a "Bandinha de Borebi".
Aos 17 anos foi para Bauru, onde freqüentou o Colégio São José, mas não chegou ao menos a tirar o diploma do Ginásio.
Casou-se aos 20 anos com Theodomira de Oliveira, que era viúva e já tinha 2 filhas. Mesmo assim ainda tiveram mais 4 filhos. Nesta época empregava-se como Tesoureiro da Prefeitura.
Em 1930 sua esposa desencarna por causa de uma tuberculose. Apesar das enormes dificuldades em criar suas 6 crianças continuava a tocar e fazia parte da Banda da Prefeitura de Bauru como clarinetista.
Atuava também como Diretor e ator de teatro na cidade. Apesar de seu pouco estudo apreciava a poesia e prosa, colaborando ativamente nos jornais "Correio da Noroeste" e "Correio de Bauru".
Casou-se novamente, com Anita Vilela, vizinha que lhe ajudava a cuidar das crianças, mas, aos 27 anos foi acometido pela Hanseníase (Lepra). Anita era estudiosa da doutrina espírita e tentava, em vão, esclarecer a mente materialista do ateu Jésus.
Nestes tempos os doentes eram obrigados a abandonar seus empregos e viverem isolados da sociedade, trancados em suas casas ou então em leprosários. Como faria então para cuidar de sua esposa e das crianças? Aposentado prematuramente passa a viver em uma moradia cedida temporariamente pela Câmara Municipal. Apesar disso continua a escrever para o "Correio da Noroeste".
Seu compadre, João Martins Coube, cedeu-lhe o usufruto de um sítio, onde Jésus passou a cultivar melancias e outras frutas. Mas, em Agosto de 1933, o Serviço Sanitário recolhe-o, afastando-o do convívio de sua família, e internou-o no Asilo-Colônia Aymorés.
Por ter sido um homem resignado foi sempre líder, tolerante e calmo. Fundou o jornal interno "O Momento", a "Jazz Band de Aymorés" e a equipe de futebol. Por não receberem grupos artísticos no asilo, fundou também o grupo teatral interno.
Jésus sofria muito com problemas no fígado, buscava a transferência para o Hospital Padre Bento em Guarulhos. Mas suas cartas paravam nas mãos do Diretor do Sanatório Aymorés, que não queria perder seu mais ativo e dinâmico interno. Em 1937 conseguiu a transferência mas não conseguiu chegar até lá, as dores no fígado o obrigaram a parar em Itú, e ali ficou no Hospital de Pirapitinguí.
Fundou ali além da "Jazz Band", a Rádio Clube de Pirapitinguí (existente até hoje) e um jornal interno, o "Nosso Jornal".
Em 1943 Anita desencarnou, e no velório da mesma aconteceram diversos acontecimentos mediúnicos de clarividência de alguns colegas seus e finalmente Anita passou uma mensagem para ele de uma forma bastante íntima onde Jésus não teve dúvidas da veracidade das informações, um pequeno trecho: "Velho, não duvides mais, Deus existe!".
Por ser extremamente materialista buscou nos livros Espíritas as explicações para o contato.
A conversão de Jésus ocorreu de forma bastante convincente. Um dia, às voltas com suas dores no fígado, resolveu chamar aquele "Deus", e desafiou, tirando um pouco de água e colocando em um copo.
"- Se Deus existe mesmo, dou 5 minutos para que coloque nesta água um remédio que me alivie as dores que sinto". E contou no relógio.
Quando bebeu a água sentiu que estava totalmente amarga. Chamou um companheiro que confirmou a alteração da água. E após 2 minutos nada mais sentia em dores.
Fundou em 1945, após muito estudo, o Centro espírita Pirapitinguí, com dificuldades conseguiu recursos junto às comunidades espíritas para a construção do Centro. Diversas caravanas Espíritas passaram a visitar o sanatório, levando alegria e conforto aos internos.
Passou então a atender as incorporações de familiares e desobsessões severas daqueles considerados "loucos", permitindo a estes que voltasses à vida normal.
Vinte dias antes de desencarnar, com a doença já tendo lhe consumido todo o corpo, e também as cordas vocais, foi à sessão espírita e para a surpresa das 300 pessoas presentes, os mentores da casa devolveram-lhe a voz e aí fez uma preleção de quase 2 horas de elevados ensinamentos evangélicos. Ao término da preleção Jésus simplesmente perdeu novamente a voz.
E sofreu muito nos últimos dias, o seu corpo estava completamente deformado pela doença, seu rosto transfigurado e seus órgãos começaram a parar, e lentamente desligou-se do corpo físico. Mas teve tempo de saber que o sofrimento é o caminho que nos leva à Cristo, e que pôde mudar a mentalidade daqueles que consideravam os doentes internos de asilos, sanatórios e leprosários apenas como animais fedorentos.
Contam alguns, que ele acentuou seu nome (Jésus) por que não se achava em condições de ter o nome de Jesus.
Cronologia
12/07/1902 – Reencarna no pequeno vilarejo de Borebi, São Paulo, o cidadão Jésus Gonçalves.
1905 – Falece em Borebi, Josepha Mendes, mãe de Jésus Gonçalves, vitimada por tumor maligno no intestino.
1912 – Data da única doença de Jésus Gonçalves, na infância: sarampo.
1916 – Transferem-se de Agudos, São Paulo, para Borebi, Antonio Arruda, sua esposa Luiza Trindade, Francisco e Antônio Fráguas (filhos do casal) e Jésus Gonçalves, sobrinho de D. Luiza e tutelado do casal.
1916 – Primeiro emprego de Jésus Gonçalves, na Fazenda Boa Vista, em Borebi, de propriedade de Ângelo Pinheiro Machado, como auxiliar beneficiador de café e algodão.
1917 – Falece em Borebi, João Gonçalves, pai de Jésus Gonçalves, vitimado por um ataque cardíaco.
1919 – Transfere-se Jésus Gonçalves, de Borebi, sub-distrito de Lençóis Paulista, para a cidade de Bauru, São Paulo.
1919 - Segundo emprego de Jésus Gonçalves, em Bauru, na Prefeitura Municipal. Integra-se, nessa época, na Banda da Prefeitura da cidade.
1920 – Contrai núpcias, Jésus Gonçalves, com Theodomira de Oliveira. Ela viúva com duas filhas, Neréia e Lígia.
08/03/1922 – Nasce em Bauru, Jaime Gonçalves, primogênito de Jésus Gonçalves.
22/05/1924 – Nasce Jandira Gonçalves, segunda filha de Jésus Gonçalves, com Theodomira de Oliveira em Bauru.
30/03/1926 – Nasce também em Bauru, Helena Gonçalves, terceira filha de Jésus Gonçalves.
15/08/1929 – Nasce Carlos Gonçalves, quarto filho de Jésus Gonçalves, em Bauru.
1930 – Jésus Gonçalves sabe-se portador do mal de Hansen.
1930 – Falece em Itapetininga, São Paulo, a primeira esposa de Jésus Gonçalves, Theodomira de Oliveira, vitimada pela tuberculose.
1932 – Jésus Gonçalves une-se maritalmente, a Anita Vilela, em Bauru.
16/08/1933 – Interna-se no Asilo-Colônia Aymorés, Bauru, o cidadão Jésus Gonçalves, portador do mal de Hansen. No mesmo ano, seu filho Jaime, também suspeito de ser porta-dor da moléstia, é ali internado.
27/02/1937 – Passa a circular no asilo-Colônia de Aymorés o Jornal interno “O Momento”, fundado por Jésus Gonçalves. Este desejava que, com o tempo, o jornal pudesse expandir-se até outros Sanatórios.
21/09/1937 – Transferem-se o Hospital de Pirapitingui os internos do Asilo Aymorés, Jésus e Jaime Gonçalves, e Anita Vilela; esta não era portadora da moléstia de Hansen.
03/03/1943 – Falece no Hospital-Colônia de Pirapitingui Anita Vilela, segunda companheira de Jésus Gonçalves, vítima de câncer no útero.
03/03/1943 – Dá-se no velório de Anita Vilela o principio da conversão de Jésus Gonçalves, do ateísmo para o Espiritismo.
1943 – Consorciam-se em Pirapitingui, os internos Jésus Gonçalves e Isabel Laureano (Ninita), sendo os dois viúvos.
16/12/1945 – Funda-se no Hospital-Colônia de Pirapitingui a “Sociedade Espírita Santo Agostinho”, que teve como seu primeiro presidente e idealizador Jésus Gonçalves, que conseguiu reunir trinta mil, seiscentos e vinte e seis cruzeiros e dez centavos, para a realização desse projeto.
13/01/1947 – Pedro de Camargo (Vinicius) prefacia a primeira edição do livro “flores de outono”, de autoria de Jésus Gonçalves.
16/02/1947 – Aproximadamente às 11 horas da manhã, regressa à Pátria Espiritual Jésus Gonçalves, o Apóstolo de Pirapitingui.
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As Vidas de Jésus Gonçalves
Alarico, O Grande, Rei dos Visigodos Século IV |
Acreditava ter o mundo aos seus pés.
Em encontro com Santo Agostinho, então bispo de Hipona, no ano 410 D.C., diz quando este vai pedir humildemente ao cruel general que não seja impiedoso na invasão a Roma, oferecendo em troca a sua própria vida em favor do povo romano: "Eu sou o teu Deus, não me fale em nome de outro Deus..." No entanto, o encontro com o Sacerdote Santificado, suas palavras inspiradas nos ideais cristãos, marcaram de alguma forma a alma do guerreiro, como semente de misericórdia que só viria a amadurecer séculos e vidas mais tarde. Naquele tempo, apesar de todo ódio e sede de poder e de conquista do general, ocorreu que durante a sangrenta invasão a Roma os Templos Cristãos da cidade foram misteriosamente poupados e o povo da cidade, inclusive os pagãos, pôde buscar proteção naqueles Templos. |
No entanto, uma forte tempestade destrói seu exército e Alarico morre pouco depois, em Cosenza (Itália). Seus soldados, para evitar a profanação de seu túmulo, enterram-no no leito do Rio Basento, matando posteriormente os escravos usados para desviar o rio a fim de que não revelassem o local do sepulcro do guerreiro.
Desencarnado, defronta-se, na Pátria Espiritual, com o horror dos seus crimes. Por pedido seu e com a concórdia das Esferas Espirituais, volta à Terra como Alarico II, novamente no comando e no seio do seu próprio povo. Apesar de todo arrependimento vivenciado no Plano Espiritual, não desvencilha-se de sua ânsia de poder e glória e acaba sucumbindo a esta prova.
Alarico II, 8º chefe dos Visigodos Século V - VI |
Seus domínios abrangiam a Espanha (exceto a Galiza), a Aquitânia, o Lanquador e a Provença Ocidental.
Alarico II desencarna na batalha de Vouillé (próximo a Potiers, França), travada em 507, contra o então rei dos Francos, Clóvis, pela posse da Aquitânia (sudoeste da Fraça).
Armand Jean du Plessis Richelieu, o Cardeal Richelieu Século XVI - XVII, França |
Nacido em 9 de setembro de 1585, estudou os princípios do Cristo na Igreja Católica, onde atingiu alta posição perante o clero, mas se destacou mesmo como político e estadista, se tornando uma das mais notáveis figuras do regime monárquico francês, cujas mãos duras e inteligentes detiveram o poder político da França, acima mesmo do rei Luis XIII.
Homem de ação, militar completo, católico fervoroso e político de extrema habilidade, soube contornar todas as intrigas e se manter no poder, conservando a confiança do Rei até o fim de seus dias. Assim estabeleceu as bases do absolutismo real francês, e suas obras foram posteriormente estudadas por Luis XIV, Napoleão Bonaparte e pelo general de Gaulle. A razão do Estado era sua razão de ser: não teve piedade daqueles que, em sua opinião, enfraqueciam o reino da França.
"O homem é imortal, sua salvação está no outro mundo; o Estado não, sua salvação é agora ou nunca."
"...para mim existem dois deuses: Deus e a França."
Em encontro com São Vicente de Paula o Cardeal ouve o pedido amoroso do Santo dos Pobres: "Clementíssimo Senhor, dá-nos Paz, tem compaixão de nós. Dá paz a França!" Mas não se deixa tocar: seu zelo excessivo e terrível pelo seu país e pelo seu governo foi capaz de justificar aos olhos dos homens, que o temiam e o admiravam, as guerras internas e externas pelas quais a França, nação então hegemônica na Europa, enveredou em nome de ideais estadistas fanáticos, colocados acima de todos os ideais humanos, proporcionando espetáculos de sangue e deixando muitos povos na miséria. |
Jésus Gonçalves, o Poeta das Chagas Redentoras 1902 - 1947, Brasil |
A Lei Divina dá-lhe nova chance e nascido no Brasil, em 12 de julho de 1902, deixa a todos nós o legado da conversão pela dor e a certeza da misericórdia do Pai de que a travessia para a luz, apesar de todos os nossos crimes de sempre, é inevitável. A Lei de Amor expressa-se no arrependimento e o arrependimento expressa-se na reparação.
O Poeta das Chagas Redentoras
Jésus Gonçalves nasceu no dia 12 de julho do ano de 1902, em Borebi, interior de São Paulo. E logo, aos três anos de idade, sua mãe desencarna por conta de um tumor no intestino. A maior parte de sua infância, ele passa em Agudos - pequena cidade próxima à Borebi -, tutelado pelo tio. |
Seu espírito de liderança e sua personalidade marcante, fazem-no ficar conhecido no vilarejo. Sempre se esforçava para que as quermesses e festas locais obtivessem um grande êxito. Aos 17 anos muda-se para Bauru, onde freqüenta um colégio - Colégio São José - por algum tempo, não o suficiente para conseguir o diploma do ginásio. |
Trabalhando como Tesoureiro da Prefeitura, já com seus 20 anos, Jésus casa-se com Dona Theodomira de Oliveira, viúva com duas filhas. 8 anos depois, em 1930, ela desencarna por causa de uma tuberculose, deixando-o sozinho, cuidando de seis filhos. | |
Theodomira, 1a. esposa, com os fihos de Jésus. |
As ARTES: ferramenta-bálsamo para a redenção | |
Outrora o terror, a apreensão... Hoje a alegria, o riso, a confiança. | |
Jésus, à direita, já com a doença: clarinetista da Jazz-Band de Aymorés. |
"A teu mando, milhões de açoites erguiam-se, abrindo feridas, mutilando membros, promovendo aleijões, desconjuntando corpos. Aniquilaste a alegria de viver de dezenas de cidades levando a apreensão e o terror a simples aproximação de suas tropas. Para o resgate de tais violações receberás as Artes por ferramentas, que te permitirão recompensar o terror de outrora, pela alegria do divertimento sadio que proporcionarás aos povos das cidades em que habitarás. Porém não as receberás de forma facilitada, não, porque não haverão facilidades para ti. A espiritualidade estará assistindo teu reeducar e colocará em teu caminho as oportunidades, mas competirá a ti aproveitá-las ou não." |
Algum tempo após o desencarne de Theodomira, surge uma companheira: Anita Vilela, sua vizinha, que lhe ajudava a cuidar do lar. Eles se envolveram e casaram-se, uma união sincera que duraria 12 anos, até o desencarne de Anita. Vem então a grande provação na sua vida: aos 27 anos é acometido pela Hanseníase, popularmente a lepra. Ele não compreenderia naquele momento, mas era cobrado dele um tributo por reencarnações passadas. Jésus, ateu e inconformado, busca dominar a dor no seu coração e as rudes condições que recaem sobre um leproso: a rejeição e o abandono da sociedade. É obrigado a entregar as filhas do primeiro casamento à tutela de parentes e parar suas atividades profissionais que preenchiam sua alma inquieta e sequiosa de trabalho. Mas ele sofre muito: era muito difícil para ele enfrentar a nova e difícil situação. Naqueles tempos, os doentes eram obrigados a abandonar seus empregos e viverem isolados da sociedade, trancados em suas casas ou então em leprosários. Como bom cidadão, respeitador das normas e leis, Jésus se afasta da sociedade, como era determinado pelas normas médicas em vigor na época. Os filhos mais novos, que ainda continuavam com ele, não entendiam a súbita parada nas atividades. Aposentado prematuramente passa a viver em uma moradia cedida temporariamente pela Câmara Municipal. Apesar disso continua a escrever para o "Correio da Noroeste". João Martins Coub, um amigo que compreendera o sofrimento de Jésus, cede-lhe um espaço de sua fazenda, e lá ele se dedica ao trabalho do lavradio, cultivando melancia e outras frutas, com a mesma fibra de sempre, buscando nesta atividade afogar a mágoa que a doença lhe impunha. Mas foi por pouco tempo: em agosto de 1933, ele é recolhido pelo Serviço Sanitário e é internado no Asilo-Colônia Aymorés, recém inaugurado em Bauru. Por esperar por esse momento, Jésus não apresenta resistência para a internação, o que causa surpresa aos funcionários da Saúde Pública, que normalmente enfrentavam grande resitência dos doentes. E apesar da reação resignada e de conformismo, é nessa época que ele se questiona sobre Deus: "Onde estava o Deus de que tanto se falava?" e entra num momento de revolta íntima. Na Colônia Aymorés, em Bauru, onde fica de 1933 a 1937, Jésus mostrava-se mais resignado com a convivência com os semelhantes e irmãos na dor, e é chamado de "mestre" por sua imensa disposição e capacidade de trabalho. Num curto espaço de tempo, internado no asilo, Jésus consegue várias amizades sinceras. |
Apesar da revolta e das frustrações, ele nunca se deixou levar à ociosidade e ao desânimo. Participa da criação de um pequeno jornal interno do asilo: "O Momento"; escreve e participa de peças teatrais; ajuda na criação do "Jazz Band de Aymorés"; e participa da equipe de futebol. | |
Jazz-Band de Aymorés. Jésus Gonçalves é o clarinetista. |
A inquietude da alma, que outrora foi motor de ódio e guerras em vidas pregressas, hoje movia-o para trabalhos edificantes, construindo obras, levando-o a busca até a conversão... |
Na época, Jésus sofria muito com problemas no fígado e buscava a transferência para o Hospital Padre Bento em Guarulhos, que possuia fama de oferecer melhores serviços médicos. Mas suas cartas paravam nas mãos do Diretor do Sanatório Aymorés, que não queria perder seu mais ativo e dinâmico interno. Em setembro de 1937 consegue driblar todos os empecilhos e obtem a transferência para "Padre Bento". Mas não conseguiu chegar até lá: durante a viajem, as dores no fígado o obrigaram a parar em Itú para receber assistência médica, e alí ficou no Hospital de Pirapitinguí, convencido pelo diretor do hospital, com promessas de melhores cuidados médicos. |
Em Pirapintinguí, Jésus logo se revela o mesmo indivíduo de destaque, um líder natural entre os internos, conquistando logo a admiração e o respeito pelo seu caráter reto e íntegro e palo sua capacidade de realização e trabalho. Fundou ali a "Jazz Band ", a Rádio Clube de Pirapitinguí (existente até hoje) e um jornal interno, o "Nosso Jornal". Mas doença avança lenta e penosamente, tomando-lhe o corpo, e os medicamentos se tornam cada vez mais inoperosos. A dor, a angústia e a solidão levam o indivíduo a buscar Deus. Com Jésus Gonçalves não seria diferente, mas ele O nega ainda, procurando-O somente nas vestimentas do trabalho, da atividade artística, da criação. Ninita, uma amiga do hospital a quem posteriormente se uniria em matrimônio, era estudiosa da Doutrina Espírita e tentava inutilmente esclarecer a mente materialista do ateu Jésus. | |
Jésus com Ninita, última companheira de Jésus. |
Em 1943 Anita desencarnou, e no velório da mesma aconteceram diversos acontecimentos mediúnicos de clarividência de alguns colegas seus e finalmente Anita passou uma mensagem para ele de uma forma bastante íntima onde Jésus não teve dúvidas da veracidade das informações: "Velho, não duvides mais, Deus existe!". Extremamente materialista ainda, mas bastante impressionado, buscou nos livros Espíritas as explicações para o contato. O Céu e o Inferno, de Allan Kardec, foi o marco inicial da grande transformação que ocorreira em seu ser. |
– Se Deus existe mesmo, dou cinco minutos para que coloque nesta água um remédio que me alivie a dor!
Quando bebeu a água sentiu que estava totalmente amarga. Chamou um companheiro que confirmou a alteração da água. Após 2 minutos nada mais sentia em dores, e ficou ao mesmo tempo agradecido e espantado. Reexamina então as saus bases materialistas e nos dias seguintes, já com suficientes provas e chamamentos, pôs-se a buscar nos estudos de obras espíritas as respostas que sempre procurou.
"Dor-auxílio": por duas vezes, suas dores no fígado mudaram totalmente o rumo da sua vida. |
A Doutrina Espírita saciou-lhe a sede de explicações, fez-lhe beber nas fontes da lógica e do bom senso, a água límpida da Verdade. Buscou elucidar seus companheiros e irmãos na dor com a noção de Justiça Divina e submissão a dor, e como sempre, tudo fazia junto aos internos para melhoria da vida comunitária no Hospital. Nesta época, rejeitou o apelido "mestre", pelo qual era chamado desde Aymorés, devido a sua reconhecida superioridade intelectual e temperamento de líder. Dedicou-se então, com o mesmo empenho que lhe era característico da alma, a construção e edificação de um centro espírita em Pirapitinguí. Devido a falta de recursos, buscou ajuda junto às comunidades espíritas para a construção do centro e estabeleceu um elo de ligação sem precedentes entre os leprosos e a sociedade. Sua iniciativa desperta os companheiros de Doutrina em diversas localidades, e as respostas não tardam a chegar, emprestando solidariedade moral e material à Campanha. Diversas caravanas Espíritas passaram a visitar o sanatório, levando alegria e conforto aos internos. Estas caravanas pioneiras abriram novas frentes de trabalho, não só aos praticantes da Doutrina, mas incentivando também outras religiões em iniciativas semelhantes. Fundou em 1945 a "Sociedade Espírita Santo Agostinho", após muito estudo e superação de grandes dificuldades, que também trouxeram amizades e solidariedade de muitos que o apoiaram nesta época. Jésus participou ativamente das atividades do "Santo Agostinho", sempre movimentadas por um espírito de ação e dedicação sinceras: distribuição de sopa aos mais necessitados do Hospital, palestras de estudos e elucidação dos companheiros, orientação espiritual, sessões de desobsessão. A doença, já em estado bastante evoluído, tirava os movimentos de Jésus, tomando-lhe a capacidade de trabalhar e de estar fisicamente nas atividades do "Santo Agostinho", que tanto lhe preencheram a alma nesta fase da sua vida. Porém tudo fez para não se afastar do trabalho, e construiu uma casinha nos fundos do centro. Vinte dias antes de desencarnar, um fato marcou profundamente Pirapitinguí e o coração dos espíritas: com a doença já tendo lhe consumido todo o corpo, e também as cordas vocais, foi à sessão espírita e para a surpresa das 300 pessoas presentes, os Mentores da Casa devolveram-lhe a voz e aí fez uma preleção de quase 2 horas de elevados ensinamentos evangélicos. Ao término da preleção Jésus simplesmente perdeu novamente a voz. Na semana seguinte, o fenômeno se repetiria pela última vez. Ele sofreu muito nos últimos dias, o seu corpo estava completamente deformado pela doença, seu rosto transfigurado e seus órgãos começaram a parar. Apesar das tentativas médicas, e lentamente desligava-se do corpo físico. E sua alma então libertava-se de sua existência árdua e espinhosa, mas sobretudo, purificadora. Pelo sofrimento, pôde encontrar o caminho que nos leva à Cristo, e pelo trabalho pode plantar novas sementes na sua história. Em 16 de fevereiro de 1947 desencarna Jésus Gonçalves, o Apóstolo de Pirapitinguí, o Poeta das Chagas Redentoras. |
Jesus Gonçalves, depois de desencarnado, pediu que lhe chamassem Jésus, pois achava-se indigno de usar o mesmo nome de Jesus. |
45 anos de vida: Linha do Tempo |
1902, 12 de Julho nasce em Borebi, SP 1919: muda-se para Bauru, casa-se com Theodomira de Oliveira, viúva com duas filhas. Tem mais quatro filhos. A esposa falece deixando-o com 6 crianças Clarinetista - Jazz Band de Bauru Escritor, diretor e ator de teatro Colaborador de jornais 1932: casa-se com Anita Vilela Hanseníase - Lepra 1937: Colônia de Pirapitingui, internado e lá produz teatro, jornal e uma rádio, a PCR-2 1943: falece Anita, companheira de 12 anos Conversão... 1945: 16 de agosto, funda a Sociedade Espírita Santo Agostinho 1947: RETORNO A DEUS! |
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Uma biografia mais completa:
Biografia de Jésus Gonçalves
Deste divulgador do espiritismo no Brasil. Jésus veio ao mundo no dia 12 de julho de 1902, nascido na cidade de Borebi (interior de São Paulo). De família de lavradores, ficou órfão de mãe aos 3 anos.
Aos 14 anos empregou-se em uma fazenda. Neste época, começou a aprender música e se apresentar com uma banda em quermesses e bailes. Ao completar 17 anos mudou-se para Bauru (também interior de São Paulo).
Três anos depois casou-se com Theodomira, que era viúva e tinha duas filhas. O casal teve mais quatro filhos. Nesta época já trabalhava como tesoureiro na prefeitura da cidade.
Em 1930, sua esposa desencarnou com tuberculose. Apesar das dificuldades em criar as seis crianças, continuou a tocar clarinete na banda da prefeitura e atuar como diretor e ator de teatro. Mesmo sem ter o ginásio completo, colaborava com poesias e prosas em vários jornais.
Casou-se novamente com Anita Vilela, vizinha que o auxiliava a cuidar dos filhos. Mas aos 27 anos soube que era portador de hanseníase (lepra). Anita conhecia a doutrina espírita e tentava, em vão, esclarecer o ateu Jésus.
Nestes tempos os doentes eram obrigados a abandonar seus empregos e viverem isolados da sociedade, ou em suas casas ou em leprosários. Foi aposentado prematuramente e passou a viver em uma moradia cedida pela Câmara Municipal. Ele continuou a escrever para o “Correio da Noroeste”.
Pouco depois, Jésus muda para um sítio, onde passou a cultivar frutas. Em agosto de 1933, é recolhido pelo Serviço Sanitário que o interna no Asilo-Colônia Aymorés. Líder nato, funda no asilo o jornal interno “O Momento”, a “Jazz Band de Aymorés”, uma equipe de futebol e um grupo teatral interno.
Sofrendo de problemas no fígado, ele buscava a transferência para um hospital de Guarulhos, mas suas cartas eram interceptadas pelo diretor do sanatório, que não queria perder seu dinâmico interno.
Em 1937, consegue a transferência, mas fica no Hospital de Pirapitinguí, em Itú. Sem perder tempo, monta uma banda de jazz, a Rádio Clube de Pirapitinguí (existente até hoje) e o jornal interno “Nosso Jornal”.
Anita desencarnou em 1943. Durante o velório, marcado por fenômenos mediúnicos, a abnegada esposa dá uma mensagem, cuja intimidade do texto deixou Jésus sem, dúvidas de sua veracidade. Este pequeno trecho: “Velho, não duvides mais, Deus existe!”, faz com que ele busque nos livros espíritas as explicações para o contato.
Sua conversão ocorreu de forma bastante convincente. Um dia, às voltas com suas dores no fígado, resolveu chamar aquele Deus que tanto procurava, desafiando-o. Tirou um pouco de água e colocou em um copo dizendo:
“Se Deus existe mesmo, dou 5 minutos para que coloque nesta água um remédio que me alivie as dores que sinto”.
E contou no relógio. Quando começou a beber, sentiu que estava totalmente amarga. Chamou um companheiro que confirmou a alteração da água. Dois minutos depois todas as suas dores desapareceram.
Fundou em 1945, A Sociedade Espírita Santo Agostinho. Com dificuldades, conseguiu recursos junto às comunidades espíritas para a construção da sede. Diversas caravanas espíritas passaram a visitar o sanatório, levando alegria e conforto aos internos. Passou então a atender as incorporações de familiares e desobsessões severas, daqueles considerados “loucos”, permitindo a estes que voltassem a vida normal.
Vinte dias antes de desencarnar, com a doença já tendo lhe consumido todo o corpo e as cordas vocais, Jésus foi à sessão espírita. Para surpresa das 300 pessoas presentes, os mentores da casa devolveram-lhe a voz e ele pode fazer uma preleção de quase duas horas de duração, com elevados ensinamentos evangélicos. Ao término da palestra, a voz de Jésus sumiu novamente.
Seus últimos dias de vida foram muito dolorosos. Seu corpo estava completamente deformado pela doença, o rosto transfigurado e seus órgãos começaram a parar e, lentamente desligou-se do corpo físico.
Mas teve tempo de saber que o sofrimento é o caminho que nos leva a Cristo. Assim, pôde mudar a mentalidade daqueles que consideravam como animais fedorentos os doentes internados em asilos, sanatórios e leprosários.
Fonte: O Trevo — Julho / 02.
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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
Psiquiatra de Botucatu acredita que suicídio tem prevenção
http://www.jcnet.com.br/Regional/2013/12/psiquiatra-de-botucatu-acredita-que-suicidio-tem-prevencao.html
Do JCnet.com.br
Psiquiatra de Botucatu acredita que suicídio tem prevenção
Rita de Cássia Cornélio
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Diante de situações difíceis da vida, já passou pela cabeça de muitas pessoas a ideia de “sair de cena” e deixar que as coisas aconteçam sem a sua presença. Para algumas, infelizmente o pensamento se concretiza. Em momentos de extremo desespero e descontrole, elas se jogam de prédios, viadutos, pontes. Ou ingerem algum tipo de medicamento ou substância que as leva à morte. Para o médico psiquiatra professor da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp/Botucatu) e consultor da Organização Mundial de Saúde (OMS) José Manoel Bertolote, há como prevenir o suicídio.
No “ranking dos suicidas”, os homens são campeões. “Em geral, há três a quatro suicidas homens para cada mulher. Apesar do predomínio estar entre os idosos, cresce entre os jovens por conta da depressão, uso indevido de álcool, esquizofrenia. A maioria das pessoas que se suicida tem diagnóstico de doença psiquiátrica”, afirma.
No Brasil, mais de mil pessoas foram internadas entre janeiro e fevereiro/2013 após tentarem o suicídio. Dados do Ministério da Saúde apontam que no País são 26 casos por dia no mesmo período. O suicídio figura como o quarto motivo entre as mortes por causas externas, perdendo para os homicídios, acidentes de transporte e causas não identificadas.
Para Bertolote, é possível mapear as pessoas que têm comportamentos suicidas, identificá-las e ajudá-las a superar a situação, antes que ela chegue ao intento. Autor do livro “O Suicídio e sua Prevenção”, o psiquiatra é um estudioso do assunto. Recebeu o prêmio Ringel Service Award, da Internacional Association for Suicide Prevention, órgão da OMS.
Grande parte daqueles que pensam em se matar quer apenas chamar a atenção, especialmente nessa época do ano em que as pessoas sentem mais a solidão. Nos sites de autoajuda e de psicologia não é difícil encontrar pessoas desesperadas e pedindo auxílio para isso. Há endereços eletrônicos também que incentivam os interessados a colocar fim em tudo.
Em Botucatu, o assunto é tratado com muita seriedade e profundidade. Uma pesquisa feita em 2009 mostrou que 95,7% das ocorrências de suicídio foram registradas na zona urbana, no período vespertino.
O suicida, em 89,4% dos casos, escolheu a própria casa para se matar. A maioria das vítimas eram donas de casa, com 25,5% das ocorrências, seguidas de estudantes com 17%, vendedores com 6,4% e faxineiras com 5,3%. Em 25,5% dos casos, a pessoa tinha registro na carteira profissional.
O estudo revelou ainda que 31,9% dos suicidas de Botucatu utilizaram o envenenamento para conseguir o seu objetivo. A intoxicação figurou em segundo lugar, com 16%. As vítimas eram solteiras em 26,6% dos casos, enquanto 14,9% eram casadas. Ao contrário do que muitos imaginam, 93,6% delas eram brancas, 3,2% negras e 2,1% eram pardas.
Para Bertolote, a humanidade interpretou o suicídio ao longo da história passando do domínio filosófico (suicídio de honra, ou altruísta), o domínio teológico (pecado) ao domínio da saúde (sobretudo da saúde pública), embora permaneça tema de interesse de filósofos, juristas, sociológos, teológos psicólogos, antropólogos etc.
Taxa de suicídio no Brasil é baixa
Segundo psiquiatra, a maior parte dos casos ocorre entre pessoas com algum transtorno mental, como a depressão
A taxa de suicídio no Brasil é relativamente baixa na avaliação do médico psiquiatra da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu, José Manoel Bertolote. “Menos de oito mortes por 100.000 habitantes por ano. Contudo, devido ao tamanho da população, há cerca de 10.000 casos de suicídio todos os anos no País.”
Bertolote, que é autor do livro “O Suicídio e sua Prevenção”, explica que não há um comportamento padrão que defina se uma pessoa quer chamar a atenção ou realmente quer colocar fim à vida.
“Qualquer ameaça ou anúncio de intenção suicida deve ser levado muito a sério. Antes do desfecho, não há como saber qual resultará em morte e qual não. Atualmente, fala-se em comportamentos suicidas, entendendo-se por isso as tentativas de suicídio e os suicídios consumados. Assim, não há comportamentos que remetam ao suicídio; ele é o próprio comportamento.”
Para o professor, não há como mapear as pessoas que estão passando por comportamentos suicidas para removê-las da ideia. “O suicídio é um processo que tem início com ideias vagas de morte. Se cristalizam em ideias de suicídio, em seguida há uma etapa de planejamento (planos de suicídio), que pode passar a um ato suicida, que poderá resultar em morte (suicídio) ou não (tentativa).”
Na opinião dele, é possível identificar os fatores predisponentes e precipitantes de risco desses comportamentos suicidas. “Porém, nunca se pode ter certeza quando ocorrerá a passagem ao ato. Se pudermos interceptar esse processo o quanto antes, melhor. Estaremos em condição de poder revertê-lo, ou fazer sua prevenção.”
Bertolote ressalta que os principais fatores de risco predisponentes são alguns transtornos mentais. “No Ocidente, de onde provém a maior parte das pesquisas, mais de 95% das pessoas que cometeram suicídio eram portadoras de algum transtorno mental, dos quais os mais frequentes são a depressão, o alcoolismo, certos transtornos de personalidade e a esquizofrenia.”
Além desses, há outros fatores de risco precipitantes. “Em geral, tomados erroneamente pelos leigos como “a causa” do suicídio, dos quais os mais importantes são as perdas (reais ou simbólicas), de bens materiais, de afetos, de pessoas, do emprego, da honra etc. Finalmente, outro importante fator de risco é um “padrão cultural” que facilita o suicídio (como o dos kamikaze japoneses, ou dos homens-bomba).”
Busca por explicações
Quando alguém consegue seu intento e põe fim à vida, de três a 10 pessoas da família e amigos sofrem com o impacto, segundo o psiquiatra José Manoel Bertolote. A partir de então, esses familiares e amigos passam a buscar uma explicação.
“O suicídio de um ente querido pode deixar marcas por toda a vida nos que ficam. De início, há uma busca desesperada por uma explicação, uma mistura de culpa (“onde foi que falhei?”) e de raiva (“por que fez isso comigo?”), que aos poucos é substituída por um sentimento de vazio e de falta da pessoa que se foi”, descreve.
Casos são mais comuns entre esquizofrênicos
A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica. Um dos principais sintomas são as alucinações e delírios. A pessoa ouve vozes que ninguém escuta e imagina estar sendo vítima de um complô diabólico, e não há bom senso que a convença do contrário. Antigamente, esses indivíduos eram colocados em sanatórios, porque pouco se sabia a respeito da doença.
Segundo o médico José Manoel Bertolote, o suicídio mais comum entre pessoas com esquizofrenia (sobretudo jovens) é o que ocorre logo após a alta de uma internação psiquiátrica ou a melhora de uma recaída, quando a pessoa percebe que esse padrão (de recaídas graves) é um perspectiva muito provável para o restante de sua vida.
26 suicídios/dia
De acordo com dados do Ministério da Saúde, nos primeiros meses de 2013 foram registrados 26 casos por dia de suicídio no Brasil. Nos últimos 25 anos, segundo dados da Datasus (banco de dados único de Saúde), o aumento no número de suicídios no País foi de 30%. Outro dado alarmante é que a quase totalidade dos suicídios ocorre na zona urbana.
O suicídio predomina entre as pessoas do sexo masculino, jovens e idosos por conta da depressão, uso indevido de álcool e a esquizofrenia - são fatores que determinam ou que influenciam a pessoa ao ato suicida.
Por outro lado, há os fatores de proteção, que até certo ponto, contrabalançam ou anulam os efeitos de fatores de risco. Entre os fatores de proteção, os mais importantes são vínculos afetivos e religiosidade, ressalta Bertolote.
Para ele, não há uma explicação única para a predominância do suicídio entre homens idosos, mas certamente a alta prevalência de depressão e o relativo isolamento social e afetivo (há mais viúvas - solidárias entre si - do que viúvos - solitários, no mais das vezes) têm um peso importante.
“A presença de uma série de outras doenças físicas, em geral crônicas, incuráveis e/ou incapacitantes, como doenças cardíacas, neurológicas, neoplásicas ou dolorosas, agrava a situação dos idosos”, diz o psiquiatra.
Problema de saúde pública
Segundo a OMS, 90% dos casos podem ser evitados com rede de apoio
O suicídio é um problema de saúde pública, segundo o consultor da Organização Mundial da Saúde (OMS) José Manoel Bertolote. “Sobretudo, por ser uma forma de óbito, por ser muito frequente - cerca de 900.000 por ano, segundo a OMS -, mais do que todas as mortes devidas a guerras e homicídios em todo o mundo, e por ser previsível”, diz.
Para a OMS, 90% dos casos de suicídio podem ser prevenidos, desde que existam condições mínimas para a oferta de ajuda voluntária ou profissional. O Centro de Valorização da Vida (CVV) é um grupo de voluntariado que oferece serviços gratuitos de prevenção ao suicídio.
De acordo com eles, pelo menos 25 pessoas tiram a própria vida diariamente no Brasil e pelo menos outras 50 tentam o suicídio. Por isso, o Ministério da Saúde considera o problema como de saúde pública. No site cvv.org.br há indicação das cidades, em todo o País, onde há atendimento e seus respectivos telefones. Para a entidade, chama a atenção o crescimento dos casos de suicídio entre jovens, ocupando a terceira causa de morte na faixa etária de 15 a 35 anos no Brasil.
Segundo Bertolote, nos países bálticos (Lituânia, Estônia e Letônia) e seus vizinhos, antigas repúblicas soviéticas (Rússia, Bielorrússia e Ucrânia), o número de suicídios é maior. “A presença de um ‘padrão cultural’ facilitador do suicídio e o altíssimo consumo de bebidas alcoólicas já foram identificados por diversos pesquisadores como fatores de peso para essas altas taxas.”
Mas como prevenir o suicídio? Esta é a pergunta que não se cala, especialmente para aqueles que já tiveram amigos ou parentes que colocaram fim à vida sem ao menos deixar uma justificativa, uma explicação para o ato extremo. Bertolote enfatiza que é difícil responder suscintamente a uma pergunta que pode ter muitas respostas. Ele diz que em sua biblioteca tem diversos livros (alguns com cerca de mil páginas) exclusivamente sobre a prevenção ao suicídio. “Entretanto, a Organização Mundial da Saúde preconiza quatro medidas básicas de prevenção do suicídio”.
A primeira delas é o tratamento adequado dos transtornos mentais, controle de substâncias tóxicas (pesticidas, medicamentos etc), controle de armas de fogo, comportamento adequado da mídia, evitando o sensacionalismo e a glorificação do suicídio.
sábado, 14 de dezembro de 2013
IDENTIDADE CULTURAL ESPÍRITA
IDENTIDADE CULTURAL ESPÍRITA
FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO ESTADO DA BAHIA
DIRETORIA DE ORIENTAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
IDENTIDADE CULTURAL ESPÍRITA
*Ruth Brasil Mesquita
1. Introdução
A compreensão da Identidade Cultural, de modo geral, do Povo Brasileiro e Espírita,em especial, é relevante porque traduz as possibilidades evolutivas da alma no processo sócio-cultural de civilização. Por esse motivo Allan Kardec destaca: “Em suma, o que caracteriza a revelação espírita é o fato de ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem.” (A Gênese, item l3 – ed. FEB 2009).
O prof. Herculano Pires, prefaciando a obra de Humberto Mariotti, “O Homem e a Sociedade Numa Nova Civilização,” adverte: (...) “o Homem e a Sociedade numa Nova Civilização que não surgirá por acaso, mas através, da vontade consciente do homem atual, que é o único possível construtor do futuro,” considerando-se que “os valores existenciais projetam-se além da existência” (...) portanto, “as injustiças sociais, geradas pela brutalidade egocêntrica, não podem ser sanadas por uma brutalidade sociocêntrica.”
Autores, desencarnados e encarnados, tem demonstrado o processo histórico e espiritual no desenvolvimento da Identidade Cultural dos Povos, como uma construção; os Espíritos Superiores revelam os propósitos divinos executados pela ação de Missionários, oriundas do Mundo Espiritual, como por exemplo:
Emmanuel – “A Caminho da Luz;” Humberto de Campos –“ Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho” (F. C. Xavier); Duílio Lena Bérni –“ Brasil, Mais Além.”
A veneranda Joanna de Ângelis faz uma síntese dos desafios da atualidade, com base no processo de fragmentação da Identidade Cultural na sua mensagem “Vazio Existencial,” psicografada por Divaldo Franco (Presença Espírita, 2009, n. 270), da qual destacamos os seguintes trechos:
“A alucinação midiática, a serviço do mercantilismo de tudo, vem, a pouco e pouco dessacralizando o ser humano, que perde o sentido existencial, tombando no vazio agônico de si mesmo.
Numa cultura eminentemente utilitarista e imediatista, o tempo-sem-tempo favorece a fuga da autoconsciência do indivíduo para o consumismo tão arbitrário quão perverso, no qual o culto da personalidade tem primazia (...).
Nessa volúpia hedonista, o egotismo governa as mentes e condutas, produzindo o isolamento na multidão e a solidão nos escaninhos da alma.
É inevitável, nessa cultura pagã e perversa, a presença do vazio existencial nas criaturas humanas, suas grandes vítimas.”
2. Significado
“Identidade é igualdade completa; cultural é adjetivo de saber, logo a junção das duas palavras produz o sentido de saber se reconhecer (...). identidade cultural é o sentimento de um grupo ou cultura, ou de um indivíduo, na medida em que é influenciado pela sua pertença a um grupo ou cultura; é um sistema de representação das relações entre indivíduos e grupos, que envolve compartilhamento de patrimônios comuns como à língua, a religião, as artes, o trabalho, os esportes, as festas entre outros. (Lúcia Ribeiro, pesquisadora da USP/ Google – Identidade Cultural, 7.10.09). Nesse texto destaca-se a opinião do Prof. Milton Santos, sobre a dinâmica do “conhecimento e o saber que se renovam do choque de culturas, sendo a produção de novos conhecimentos e técnicas, produto direto da interposição de culturas diferenciadas - como o somatório daquilo que anteriormente existia,” para ele, “a globalização tendia a uniformizar grupos culturais e logicamente uma das conseqüências seria o fim da produção cultural, enquanto geradora de novas técnicas ; (...) isto se refleteria na perda de identidade, primeiro das coletividades, podendo ir até o plano individual.”
Vale a pena considerar a perda de identidade como um problema tão sério que é motivo de preocupação da ONU - Organização das Nações Unidas, por essa razão fez publicar em “O Correio da UNESCO”, edição de outubro, 1982, um artigo do antropólogo e físico senegalês, Cheikh Anta Diop, intitulado: “Identidade Cultural – Os três Pilares da Cultura”, no qual declara: “reduzido a sua dimensão econômica o desenvolvimento tende a destruir o talento específico dos povos, que se manifesta através de sua capacidade criadora (...) É a cultura – síntese de todas as atividades criadoras de um povo – que confere ao desenvolvimento sua verdadeira feição”
3. Nos três Pilares, a Esperança
Para Cheikh Diop o fato da Identidade Cultural ser construída com base nos três pilares da cultura representa uma possibilidade significativa na preservação das conquistas evolutivas do ser humano: “A identidade cultural de um povo está ligada a três grandes fatores - histórico, lingüístico e psicológico, este último, em sentido lato, podendo englobar as particularidades religiosas - cuja importância varia segundo as circunstâncias históricas e sociais de cada sociedade.”
Isto porque o fator Histórico é a base do exercício consciente da cidadania e da soberania de um povo; o Psicológico é o que permite, no processo das mutações evolutivas temporárias e de impermanências, a referência do Si mesmo, o reconhecimento da individualidade e identidade, nossa e do outro, ou seja, uma melhor compreensão do próximo, com a real possibilidade de interações harmônicas e relações dialógicas com povos de diferentes etnias e culturas.
O fator Lingüístico é tão importante que no seu artigo Diop cita Montesquieu:enquanto um povo vencido não tiver perdido sua língua, pode ter esperança.”
4. No Aspecto Tríplice, a Certeza
Na sua transdisciplinaridade, o ESPIRITISMO é a ciência das leis que regem o princípio espiritual; como filosofia é a síntese capaz de “enfrentar a razão face a face em todas as épocas da humanidade’, além de solucionar “o problema do Ser, do destino e da dor;” e, como religião oferece-nos as bases sólidas da moral do Cristo – nosso Modelo e Guia, para a realização maior a que todos estamos destinados: “gravitar para unidade divina, tal é o objetivo da Humanidade,” através do trabalho, porque, “o homem quintessencia o espírito pelo trabalho (...) é somente pelo trabalho no corpo que o espírito adquire conhecimento” (Allan Kardec) .
Vale considerar que a teoria que fundamenta o saber espírita, sobre as questões relevantes da vida (reencarnação, evolução, desencarnação, mediunidade, etc.) foi estruturada a partir de fatos comprovados e, depois, ratificados por cientistas: primeiro, os Metapsiquistas; depois, os Parapsicólogos, Psicotrônicos, Psicobiofísicos que só a confirmaram.
5. A Identidade Cultural Espírita
A História do Espiritismo integra o programa divino de REGENERAÇÃO MORAL DA HUMANIDADE, conduzido por Jesus Cristo, cujo objetivo principal é resgatar os ensinamentos morais do Evangelho, na sua integridade e como fonte de água pura, dessedenta a humanidade carente e fragmentada que necessita de elementos mais verdadeiros e significativos na construção de sua identidade como sujeito co-criador que necessita desenvolver uma cidadania planetária de evolução, capaz de lhe oferecer um novo e significativo sentido de vida. É importante considerar que o Cristianismo e o Espiritismo surgiram num momento histórico da HORA ESTELAR dos povos Judeu,Romano e Francês, num cenário sócio-cultural marcado pelo apogeu material e, ao mesmo tempo, pelo declínio da ESPIRITUALIDADE cujas conseqüências, para essas civilizações, foram crises de valores éticos, morais e perda de referencial significativo de identidade.
Cabe ao BRASIL, também na sua HORA ESTELAR, como “CORAÇÃO DO MUNDO E PÁTRIA DO EVANGELHO,” a missão planetária de estabelecer um relacionamento internacional marcado pelo respeito, fraternidade, solidariedade e convivência pacífica além de compartilhar suas riquezas, nas relações de troca, sem subtrair ou colonizar outros povos, tornando-se referência mundial na solução dos desafios que afetam a Humanidade.
Compete ao Movimento Espírita Brasileiro a DIFUSÃO DA MENSAGEM DO ESPIRITISMO no mundo, na sua INTEGRALIDADE, sem omissões ou adulterações, legitimada pela prática da CARIDADE e respaldada pelo TRABALHO, SOLIDARIEDADE e TOLERÂNCIA, unidos, uns aos outros, pelo Amor de Deus e vinculados pela Paz do Cristo.
O desenvolvimento da Identidade Cultural Espírita constitui-se, verdadeiramente, na IDENTIDADE CRISTÃ ESPÍRITA, pela vivência desafiadora, gradual e contínua, de OHOMEM DE BEM, para se chegar aos BONS ESPÍRITAS, num verdadeiro processo de vir-a-ser, exatamente como a Identidade do Brasileiro: POVO NOVO!
“No cenário das Américas, não somos Povos Transplantados que representam nas Américas tão-só a reprodução de humanidades e de paisagens européias; nem somosPovos Testemunhos (...) oriundos de altas civilizações que vivem o drama de sua dualidade cultural e o desafio da fusão de uma nova civilização. Cabe aos POVOS NOVOS a tarefa infinitamente mais complexa, porque uma coisa é reproduzir no além-mar o mundo insosso europeu, outra é o drama de refundir altas civilizações; um terceiro desafio, muito diferente, é o nosso, de REINVENTAR O HUMANO, criando um novo gênero de gentes, diferentes de quantas haja. (Prof. Darcy Ribeiro in “O Povo Brasileiro, a Formação e o Sentido do Brasil,” 1995, Companhia das Letras)
Compreendemos a reinvenção do humano como a essência da Identidade Crístã Espírita que se desenvolve Cristíca na sua evolução e transcendência. A presença de Paulo se faz atual, no tempo além dos milênios, porque Kardec e os Espíritos Missionários nos remete à palavra bendita: Não sou eu que vivo, é o Cristo que vive em mim, conscientes de que o Reino dos Céus está dentro de nós...
É a Boa Nova que se faz canção de esperança para os tempos atuais!
6. Conclusão
Nos Planos de Deus, nada é obra do acaso. Tudo se realiza conforme propósitos superiores, num encadeamento evolutivo, sempre com o concurso de Benfeitores na “fraternidade de homens e Anjos” na tarefa de ESPIRITIZAR, QUALIFICAR eHUMANIZAR, como nos propõe a Benfeitora Joanna de Angelis.
A nós, Dirigentes Espíritas compete-nos realizar, com gratidão, as diversas tarefas-meio da nossa redenção, conscientes que estamos evoluindo “desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou pelo átomo.”
*Ruth Brasil Mesquita
(Psicóloga, Pedagoga e atual Diretora de Orientação e Qualificação da Federação Espírita do Estado da Bahia – ruthbrasil.pe@gmail.com.)
FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO ESTADO DA BAHIA
DIRETORIA DE ORIENTAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
IDENTIDADE CULTURAL ESPÍRITA
*Ruth Brasil Mesquita
1. Introdução
A compreensão da Identidade Cultural, de modo geral, do Povo Brasileiro e Espírita,em especial, é relevante porque traduz as possibilidades evolutivas da alma no processo sócio-cultural de civilização. Por esse motivo Allan Kardec destaca: “Em suma, o que caracteriza a revelação espírita é o fato de ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem.” (A Gênese, item l3 – ed. FEB 2009).
O prof. Herculano Pires, prefaciando a obra de Humberto Mariotti, “O Homem e a Sociedade Numa Nova Civilização,” adverte: (...) “o Homem e a Sociedade numa Nova Civilização que não surgirá por acaso, mas através, da vontade consciente do homem atual, que é o único possível construtor do futuro,” considerando-se que “os valores existenciais projetam-se além da existência” (...) portanto, “as injustiças sociais, geradas pela brutalidade egocêntrica, não podem ser sanadas por uma brutalidade sociocêntrica.”
Autores, desencarnados e encarnados, tem demonstrado o processo histórico e espiritual no desenvolvimento da Identidade Cultural dos Povos, como uma construção; os Espíritos Superiores revelam os propósitos divinos executados pela ação de Missionários, oriundas do Mundo Espiritual, como por exemplo:
Emmanuel – “A Caminho da Luz;” Humberto de Campos –“ Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho” (F. C. Xavier); Duílio Lena Bérni –“ Brasil, Mais Além.”
A veneranda Joanna de Ângelis faz uma síntese dos desafios da atualidade, com base no processo de fragmentação da Identidade Cultural na sua mensagem “Vazio Existencial,” psicografada por Divaldo Franco (Presença Espírita, 2009, n. 270), da qual destacamos os seguintes trechos:
“A alucinação midiática, a serviço do mercantilismo de tudo, vem, a pouco e pouco dessacralizando o ser humano, que perde o sentido existencial, tombando no vazio agônico de si mesmo.
Numa cultura eminentemente utilitarista e imediatista, o tempo-sem-tempo favorece a fuga da autoconsciência do indivíduo para o consumismo tão arbitrário quão perverso, no qual o culto da personalidade tem primazia (...).
Nessa volúpia hedonista, o egotismo governa as mentes e condutas, produzindo o isolamento na multidão e a solidão nos escaninhos da alma.
É inevitável, nessa cultura pagã e perversa, a presença do vazio existencial nas criaturas humanas, suas grandes vítimas.”
2. Significado
“Identidade é igualdade completa; cultural é adjetivo de saber, logo a junção das duas palavras produz o sentido de saber se reconhecer (...). identidade cultural é o sentimento de um grupo ou cultura, ou de um indivíduo, na medida em que é influenciado pela sua pertença a um grupo ou cultura; é um sistema de representação das relações entre indivíduos e grupos, que envolve compartilhamento de patrimônios comuns como à língua, a religião, as artes, o trabalho, os esportes, as festas entre outros. (Lúcia Ribeiro, pesquisadora da USP/ Google – Identidade Cultural, 7.10.09). Nesse texto destaca-se a opinião do Prof. Milton Santos, sobre a dinâmica do “conhecimento e o saber que se renovam do choque de culturas, sendo a produção de novos conhecimentos e técnicas, produto direto da interposição de culturas diferenciadas - como o somatório daquilo que anteriormente existia,” para ele, “a globalização tendia a uniformizar grupos culturais e logicamente uma das conseqüências seria o fim da produção cultural, enquanto geradora de novas técnicas ; (...) isto se refleteria na perda de identidade, primeiro das coletividades, podendo ir até o plano individual.”
Vale a pena considerar a perda de identidade como um problema tão sério que é motivo de preocupação da ONU - Organização das Nações Unidas, por essa razão fez publicar em “O Correio da UNESCO”, edição de outubro, 1982, um artigo do antropólogo e físico senegalês, Cheikh Anta Diop, intitulado: “Identidade Cultural – Os três Pilares da Cultura”, no qual declara: “reduzido a sua dimensão econômica o desenvolvimento tende a destruir o talento específico dos povos, que se manifesta através de sua capacidade criadora (...) É a cultura – síntese de todas as atividades criadoras de um povo – que confere ao desenvolvimento sua verdadeira feição”
3. Nos três Pilares, a Esperança
Para Cheikh Diop o fato da Identidade Cultural ser construída com base nos três pilares da cultura representa uma possibilidade significativa na preservação das conquistas evolutivas do ser humano: “A identidade cultural de um povo está ligada a três grandes fatores - histórico, lingüístico e psicológico, este último, em sentido lato, podendo englobar as particularidades religiosas - cuja importância varia segundo as circunstâncias históricas e sociais de cada sociedade.”
Isto porque o fator Histórico é a base do exercício consciente da cidadania e da soberania de um povo; o Psicológico é o que permite, no processo das mutações evolutivas temporárias e de impermanências, a referência do Si mesmo, o reconhecimento da individualidade e identidade, nossa e do outro, ou seja, uma melhor compreensão do próximo, com a real possibilidade de interações harmônicas e relações dialógicas com povos de diferentes etnias e culturas.
O fator Lingüístico é tão importante que no seu artigo Diop cita Montesquieu:enquanto um povo vencido não tiver perdido sua língua, pode ter esperança.”
4. No Aspecto Tríplice, a Certeza
Na sua transdisciplinaridade, o ESPIRITISMO é a ciência das leis que regem o princípio espiritual; como filosofia é a síntese capaz de “enfrentar a razão face a face em todas as épocas da humanidade’, além de solucionar “o problema do Ser, do destino e da dor;” e, como religião oferece-nos as bases sólidas da moral do Cristo – nosso Modelo e Guia, para a realização maior a que todos estamos destinados: “gravitar para unidade divina, tal é o objetivo da Humanidade,” através do trabalho, porque, “o homem quintessencia o espírito pelo trabalho (...) é somente pelo trabalho no corpo que o espírito adquire conhecimento” (Allan Kardec) .
Vale considerar que a teoria que fundamenta o saber espírita, sobre as questões relevantes da vida (reencarnação, evolução, desencarnação, mediunidade, etc.) foi estruturada a partir de fatos comprovados e, depois, ratificados por cientistas: primeiro, os Metapsiquistas; depois, os Parapsicólogos, Psicotrônicos, Psicobiofísicos que só a confirmaram.
5. A Identidade Cultural Espírita
A História do Espiritismo integra o programa divino de REGENERAÇÃO MORAL DA HUMANIDADE, conduzido por Jesus Cristo, cujo objetivo principal é resgatar os ensinamentos morais do Evangelho, na sua integridade e como fonte de água pura, dessedenta a humanidade carente e fragmentada que necessita de elementos mais verdadeiros e significativos na construção de sua identidade como sujeito co-criador que necessita desenvolver uma cidadania planetária de evolução, capaz de lhe oferecer um novo e significativo sentido de vida. É importante considerar que o Cristianismo e o Espiritismo surgiram num momento histórico da HORA ESTELAR dos povos Judeu,Romano e Francês, num cenário sócio-cultural marcado pelo apogeu material e, ao mesmo tempo, pelo declínio da ESPIRITUALIDADE cujas conseqüências, para essas civilizações, foram crises de valores éticos, morais e perda de referencial significativo de identidade.
Cabe ao BRASIL, também na sua HORA ESTELAR, como “CORAÇÃO DO MUNDO E PÁTRIA DO EVANGELHO,” a missão planetária de estabelecer um relacionamento internacional marcado pelo respeito, fraternidade, solidariedade e convivência pacífica além de compartilhar suas riquezas, nas relações de troca, sem subtrair ou colonizar outros povos, tornando-se referência mundial na solução dos desafios que afetam a Humanidade.
Compete ao Movimento Espírita Brasileiro a DIFUSÃO DA MENSAGEM DO ESPIRITISMO no mundo, na sua INTEGRALIDADE, sem omissões ou adulterações, legitimada pela prática da CARIDADE e respaldada pelo TRABALHO, SOLIDARIEDADE e TOLERÂNCIA, unidos, uns aos outros, pelo Amor de Deus e vinculados pela Paz do Cristo.
O desenvolvimento da Identidade Cultural Espírita constitui-se, verdadeiramente, na IDENTIDADE CRISTÃ ESPÍRITA, pela vivência desafiadora, gradual e contínua, de OHOMEM DE BEM, para se chegar aos BONS ESPÍRITAS, num verdadeiro processo de vir-a-ser, exatamente como a Identidade do Brasileiro: POVO NOVO!
“No cenário das Américas, não somos Povos Transplantados que representam nas Américas tão-só a reprodução de humanidades e de paisagens européias; nem somosPovos Testemunhos (...) oriundos de altas civilizações que vivem o drama de sua dualidade cultural e o desafio da fusão de uma nova civilização. Cabe aos POVOS NOVOS a tarefa infinitamente mais complexa, porque uma coisa é reproduzir no além-mar o mundo insosso europeu, outra é o drama de refundir altas civilizações; um terceiro desafio, muito diferente, é o nosso, de REINVENTAR O HUMANO, criando um novo gênero de gentes, diferentes de quantas haja. (Prof. Darcy Ribeiro in “O Povo Brasileiro, a Formação e o Sentido do Brasil,” 1995, Companhia das Letras)
Compreendemos a reinvenção do humano como a essência da Identidade Crístã Espírita que se desenvolve Cristíca na sua evolução e transcendência. A presença de Paulo se faz atual, no tempo além dos milênios, porque Kardec e os Espíritos Missionários nos remete à palavra bendita: Não sou eu que vivo, é o Cristo que vive em mim, conscientes de que o Reino dos Céus está dentro de nós...
É a Boa Nova que se faz canção de esperança para os tempos atuais!
6. Conclusão
Nos Planos de Deus, nada é obra do acaso. Tudo se realiza conforme propósitos superiores, num encadeamento evolutivo, sempre com o concurso de Benfeitores na “fraternidade de homens e Anjos” na tarefa de ESPIRITIZAR, QUALIFICAR eHUMANIZAR, como nos propõe a Benfeitora Joanna de Angelis.
A nós, Dirigentes Espíritas compete-nos realizar, com gratidão, as diversas tarefas-meio da nossa redenção, conscientes que estamos evoluindo “desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou pelo átomo.”
*Ruth Brasil Mesquita
(Psicóloga, Pedagoga e atual Diretora de Orientação e Qualificação da Federação Espírita do Estado da Bahia – ruthbrasil.pe@gmail.com.)
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
A Fantasia Espírita
Por Riviane Damásio
Vejo que alguns espíritas vivem num mundo de realismo fantástico. Além de seus mentores lhe enviarem até ajuda para trocar o pneu furado, costumam travar diálogos cotidianos com os espíritos, de modo muito informal e freqüente, eu diria que "desrespeitoso" até... enxotando-os de perto de si com gracejos, quando estão atrapalhando o sono ou chegaram em momentos inadequados...
A relação "amigo-invisível" lembra em muito os relatos infantis, quando a criança com seu amiguinho invisível, conversa, brinca, ri e divide seu lanche.
A questão é que este convívio tão fácil, vulgar e estreito não está relatado desta forma nem na Doutrina Espírita nem mesmo na quase-doutrina (espiritismo à moda da casa). Ouve-se isto nos diálogos, nos causos, nas biografias de médiuns "famosos", etc...ou seja, nos "offs" da vida.
Somado a isto, vem aquela idéia de que tudo é fenômeno espiritual, não no sentido do fenômeno espírita sério, mas TUDO mesmo.
A luz que apaga de repente foi detonada por energias carregadas do pobre coitado que passou sob o poste. O cão ameaçador que voltou e estancou de repente foi parado pelo mentor que deu um “stop” espiritual (embora diariamente milhares de pessoas sejam vitimadas por assaltos, balas perdidas, mordeduras de cães - e tudo sem a ajudinha básica de espíritos de plantão). O despertar súbito às 3 da madrugada... nossa, uma hora bem significativa, que deve ter um sentido oculto! A dor de cabeça é coisa do obsessor... Se bocejar no Centro Espírita, a coisa está brava.
Se a pressão cair então, fica logo internado no Pronto Socorro espiritual.
Caiu a panela, foi espírito; o telefone tocou e parou, foi espírito; tinha uma manchinha na foto, era um espírito; briga na família, é espiritual, no trabalho, idem; sensação de “deja vu”, não pode ser estresse, são vidas passadas.
O acidente foi reajuste, o vendaval também, até o bolo que murchou no forno foi a lei da "ação e reação".
Cheiro de flores? Não foi o vento que trouxe, foram os espíritos, a página abriu justamente naquele capítulo do Evangelho Segundo o Espiritismo que se encaixa... com o que, mesmo? Ufa!
A água do Evangelho no Lar deu bolinhas, então os espíritos intervieram. Foram eles também que induziram aquele sonho esquisito que deve ter sido uma visita assistencial ao Umbral (quem sonha com o lendário Umbral, está sempre fazendo trabalho solidário, nunca vai visitar amigos), ou então uma colônia desenvolvidíssima que fica às margens de Saturno (deu até para ouvir a música que vinha da casa daquele compositor famoso).
Nada disso isolado, me soa surpreendente, mas tudo junto me parece mais uma viagem de Dorothy ou de Alice ao país das maravilhas espirituais... e o pior, a maioria nem médium "ostensivo" é, e vive nestas fantasias encarnatórias (plagiando as fantasias da erraticidade que nos brindou Iso Jorge).
É tanto fenômeno junto cercando algumas pessoas, que não dá para entender o porque de terem encarnado, pois nesta altura, o véu do esquecimento já foi arrancado há muito tempo e vivem numa verdadeira nudez espiritual que se mescla com a vida terrena.
Eu confesso, tenho muito medo de fantasia espiritual. Dizem que pega e a vacina se chama Kardec, mas aqui no Brasil, deixaram de utilizar...
Vejo que alguns espíritas vivem num mundo de realismo fantástico. Além de seus mentores lhe enviarem até ajuda para trocar o pneu furado, costumam travar diálogos cotidianos com os espíritos, de modo muito informal e freqüente, eu diria que "desrespeitoso" até... enxotando-os de perto de si com gracejos, quando estão atrapalhando o sono ou chegaram em momentos inadequados...
A relação "amigo-invisível" lembra em muito os relatos infantis, quando a criança com seu amiguinho invisível, conversa, brinca, ri e divide seu lanche.
A questão é que este convívio tão fácil, vulgar e estreito não está relatado desta forma nem na Doutrina Espírita nem mesmo na quase-doutrina (espiritismo à moda da casa). Ouve-se isto nos diálogos, nos causos, nas biografias de médiuns "famosos", etc...ou seja, nos "offs" da vida.
Somado a isto, vem aquela idéia de que tudo é fenômeno espiritual, não no sentido do fenômeno espírita sério, mas TUDO mesmo.
A luz que apaga de repente foi detonada por energias carregadas do pobre coitado que passou sob o poste. O cão ameaçador que voltou e estancou de repente foi parado pelo mentor que deu um “stop” espiritual (embora diariamente milhares de pessoas sejam vitimadas por assaltos, balas perdidas, mordeduras de cães - e tudo sem a ajudinha básica de espíritos de plantão). O despertar súbito às 3 da madrugada... nossa, uma hora bem significativa, que deve ter um sentido oculto! A dor de cabeça é coisa do obsessor... Se bocejar no Centro Espírita, a coisa está brava.
Se a pressão cair então, fica logo internado no Pronto Socorro espiritual.
Caiu a panela, foi espírito; o telefone tocou e parou, foi espírito; tinha uma manchinha na foto, era um espírito; briga na família, é espiritual, no trabalho, idem; sensação de “deja vu”, não pode ser estresse, são vidas passadas.
O acidente foi reajuste, o vendaval também, até o bolo que murchou no forno foi a lei da "ação e reação".
Cheiro de flores? Não foi o vento que trouxe, foram os espíritos, a página abriu justamente naquele capítulo do Evangelho Segundo o Espiritismo que se encaixa... com o que, mesmo? Ufa!
A água do Evangelho no Lar deu bolinhas, então os espíritos intervieram. Foram eles também que induziram aquele sonho esquisito que deve ter sido uma visita assistencial ao Umbral (quem sonha com o lendário Umbral, está sempre fazendo trabalho solidário, nunca vai visitar amigos), ou então uma colônia desenvolvidíssima que fica às margens de Saturno (deu até para ouvir a música que vinha da casa daquele compositor famoso).
Nada disso isolado, me soa surpreendente, mas tudo junto me parece mais uma viagem de Dorothy ou de Alice ao país das maravilhas espirituais... e o pior, a maioria nem médium "ostensivo" é, e vive nestas fantasias encarnatórias (plagiando as fantasias da erraticidade que nos brindou Iso Jorge).
É tanto fenômeno junto cercando algumas pessoas, que não dá para entender o porque de terem encarnado, pois nesta altura, o véu do esquecimento já foi arrancado há muito tempo e vivem numa verdadeira nudez espiritual que se mescla com a vida terrena.
Eu confesso, tenho muito medo de fantasia espiritual. Dizem que pega e a vacina se chama Kardec, mas aqui no Brasil, deixaram de utilizar...
Para a Nossa Cura
Luiz Carlos Formiga
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O teólogo Leonardo Boff lembra que “a maioria dos profissionais de saúde perderam a visão da totalidade. O ser humano inserido num todo maior e a doença como uma fratura nesta totalidade e, ainda, a cura como sua reconstrução.” (1)
Em Saúde e Doença, a médica comentando a fratura na totalidade afirma que “para entendermos o estado de saúde e doença é primordial compreendermos seus conceitos.“ Foi por isso que destacou autores diversos de escolas distintas ao longo do tempo. Citou a Medicina Ayurvédica, a tradicional chinesa, Hahnemann no seu Organon da Medicina, as Lições de Filosofia Homeopática, com James Tyler Kent e a Medicina Floral. (2)
Boff nos diz que “há uma instância em nós, que responde pelo cultivo desta totalidade, que nos alimenta o sentimento de pertença e que zela pelo eixo estruturador de nossa vida: é a dimensão do espírito. De espírito vem espiritualidade. Espiritualidade é toda atitude e atividade que favorece a expansão da vida, a relação consciente, a comunhão aberta, a subjetividade profunda e a transcendência como modo de ser, sempre disposto a novas experiências e a novos conhecimentos.“
Isso nos faz lembrar os postulados de uma ética transdisciplinar, aquela que não aceita a atitude que recusa o diálogo, a discussão, seja qual for sua origem – de ordem ideológica, científica, religiosa, econômica, política ou filosófica. O reconhecimento da existência de diferentes níveis de realidade, regido por lógicas diferentes é inerente à atitude transdisciplinar. (3)
Talvez seja também por isso que Leonardo Boff tenha sugerido ao médium de cura, da Organização Paracientífica Adolfo Fritz a mudança para “Transcientífica”. (4)
Assim, poderemos entender os resultados satisfatórios obtidos nas irmandades, tendo como ponto de partida os 12 passos dos Alcoólicos Anônimos. (5)
O dependente químico no fundo do poço apresenta fratura na totalidade, personalidade frágil, vai encontrar o apoio necessário na visão transdisciplinar. Ao examinarmos a orientação dos 12 Passos, vamos perceber que o descrente pode espernear, mas um Poder Superior pode lhe devolver a sanidade. Na realidade há um poderoso incentivo ao desenvolvimento de sua inteligência espiritual.
Todo descrente deveria ser informado que “neurobiólogos e estudiosos do cérebro identificaram a base biológica da espiritualidade. Ela se situa no lobo frontal do cérebro. Que quando são produzidas experiências de veneração, devoção e respeito é possível se verificar uma alta de vibração em hertz dos neurônios. Estamos diante do fenômeno chamado “ponto Deus” no cérebro ou da emergência da “mente mística”, captando a presença do Inefável dentro da realidade. Este dado constitui uma vantagem evolutiva do ser humano que, enquanto homem-espírito, percebe a Última Realidade penetrando em todas as coisas. Este ponto Deus se revela por valores intangíveis como mais compaixão, mais solidariedade, mais sentido de respeito e de dignidade. Despertar este “ponto”, tirando as cinzas que a cultura racionalista e materialista cobriu, é permitir que a espiritualidade aflore.“
Nos 12 passos há estímulo à percepção de uma Inteligência Suprema, Causa Primária, que deu origem às galáxias, o que nos torna mais humildes, menos manipuladores, e nos impele a rogar que Ele, Ela, nos ajude a nos libertarmos de nossas imperfeições. Diante dessa Inteligência e perante outro ser humano conseguimos finalmente admitir a natureza de nossas falhas e nossos defeitos de caráter. Começa aí o fenômeno de nossa reconstrução e escalada evolutiva.
Boff diz que no termo, espiritualidade não é pensar Deus, mas senti-Lo mediante este órgão interior e fazer a experiência de sua presença e atuação a partir do coração. Ele é percebido como entusiasmo (em grego significa ter um deus dentro) que nos toma e nos faz saudáveis e nos dá a vontade de viver e de criar continuamente sentido de existir e de trabalhar. Trata-se de potenciar aquelas energias que são próprias da dimensão espiritual tão válida como a inteligência, a libido, o poder, o afeto entre outras dimensões do humano. Estas energias são altamente positivas como amar a vida, abrir-se ao demais, estabelecer laços de fraternidade e de solidariedade, ser capaz de perdão.
Quando falamos na terapia do perdão, não sete vezes mas setenta vezes sete, estamos também, lembrando que a mágoa, o estresse produz imunossupressão dos mecanismos que nos defendem, sob o ponto de vista biológico, das infecções, das doenças malignas e das enfermidades auto-imunes. (6)
Nos 12 passos aprendemos que por meio da prece e da meditação podemos melhorar o contato consciente com Deus, na forma que O concebemos, e desta forma teremos fé e coragem para nos prontificarmos a deixar que Ele nos ajude a remover nossos defeitos de caráter.
Boff diz que pertence também ao mundo espiritual, a esperança imorredoura de que a vida continua para além da morte. O ponto Deus no cérebro se revela através de tais convicções espirituais altamente terapêuticas. A morte aparece então como uma sábia invenção da vida para esta que possa continuar num outro nível mais alto.
Anteriormente, no NEU-Fundão, indagaram sobre a nossa visão da morte. (7) A resposta depende da vertente da ciência em que se insere o pesquisador. Faça-o responder primeiro a pergunta: O que somos? Se ele responder que somos impulsos eletroquímicos num biocomputador que se originou por acaso, num universo de partículas matérias mortas e que se movimentam aleatoriamente, certamente a morte é o nada. Embora isto seja apenas uma questão de fé, uma vez que a ciência ainda não o demonstrou.
A vertente espiritualista da ciência possui outra leitura. Poderíamos dizer que a morte é uma mudança de estilo de vida. As evidências científicas estão sempre apontando neste sentido, embora Jesus já nos tenha dado aula prática.
Certa vez um pesquisador da mediunidade perguntou a um espírito orientador qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e de modelo. Resposta não poderia ser melhor quando pensamos em inteligência espiritual. Afinal, melhor a coroa de espinhos na fronte do que as brasas na consciência! (3)
Quociente Intelectual... Quociente Emocional... Inteligência Espiritual! Necessidade de se mensurar? Ou de se conhecer? O homem espiritual é “pleno”... Não existem fraturas... Percebe a essência da flor! (8, 9)
Estamos no século XXI, com o conhecimento tecnológico moderno como grande aliado em todos os campos da vida, e com o conhecimento milenar do equilíbrio entre as forças vivas e vibratórias da Natureza. Devemos valorizar esses presentes e explorá-los com a razão e o Amor Maior que o Criador nos deu, para que entendamos que a vida é o maior tesouro, oportunidade única de crescimento, ter medo da vida nos tira oportunidades impares de crescer individualmente e coletivamente. Que possamos encarar a vida com alegria e gratidão por todas as coisas que o Grande Criador colocou nesse planeta para a nossa cura. (2)
Notas:
(1)http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2012/04/29/a-importancia-da-espiritualidade-para-a-saude/
(2) http://orebate-jorgehessen.blogspot.com/2012/02/saude-e-doenca.html
(3) http://www.espirito.org.br/portal/artigos/neurj/etica-sociedade.html
(4) http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2012/07/escala-de-valores-cura-e-prevencao.html
(5) http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2012/03/12-passos-espiritualidade-e-alcoolicos.html
(6) http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2011/08/estou-muito-deprimida-magoada-nao-posso.html
(7) http://www.jornaldosespiritos.com/2007.3/col49.10.htm
(8) http://juli.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=2015107
(9) http://juli.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=2016352
LUIZ CARLOS FORMIGA é professor universitário da UFRJ e UERJ, aposentado.
http://www.espiritualidades.com.br/Artigos/F_autores/FORMIGA_Luiz_tit_Para_nossa_cura.htm
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O teólogo Leonardo Boff lembra que “a maioria dos profissionais de saúde perderam a visão da totalidade. O ser humano inserido num todo maior e a doença como uma fratura nesta totalidade e, ainda, a cura como sua reconstrução.” (1)
Em Saúde e Doença, a médica comentando a fratura na totalidade afirma que “para entendermos o estado de saúde e doença é primordial compreendermos seus conceitos.“ Foi por isso que destacou autores diversos de escolas distintas ao longo do tempo. Citou a Medicina Ayurvédica, a tradicional chinesa, Hahnemann no seu Organon da Medicina, as Lições de Filosofia Homeopática, com James Tyler Kent e a Medicina Floral. (2)
Boff nos diz que “há uma instância em nós, que responde pelo cultivo desta totalidade, que nos alimenta o sentimento de pertença e que zela pelo eixo estruturador de nossa vida: é a dimensão do espírito. De espírito vem espiritualidade. Espiritualidade é toda atitude e atividade que favorece a expansão da vida, a relação consciente, a comunhão aberta, a subjetividade profunda e a transcendência como modo de ser, sempre disposto a novas experiências e a novos conhecimentos.“
Isso nos faz lembrar os postulados de uma ética transdisciplinar, aquela que não aceita a atitude que recusa o diálogo, a discussão, seja qual for sua origem – de ordem ideológica, científica, religiosa, econômica, política ou filosófica. O reconhecimento da existência de diferentes níveis de realidade, regido por lógicas diferentes é inerente à atitude transdisciplinar. (3)
Talvez seja também por isso que Leonardo Boff tenha sugerido ao médium de cura, da Organização Paracientífica Adolfo Fritz a mudança para “Transcientífica”. (4)
Assim, poderemos entender os resultados satisfatórios obtidos nas irmandades, tendo como ponto de partida os 12 passos dos Alcoólicos Anônimos. (5)
O dependente químico no fundo do poço apresenta fratura na totalidade, personalidade frágil, vai encontrar o apoio necessário na visão transdisciplinar. Ao examinarmos a orientação dos 12 Passos, vamos perceber que o descrente pode espernear, mas um Poder Superior pode lhe devolver a sanidade. Na realidade há um poderoso incentivo ao desenvolvimento de sua inteligência espiritual.
Todo descrente deveria ser informado que “neurobiólogos e estudiosos do cérebro identificaram a base biológica da espiritualidade. Ela se situa no lobo frontal do cérebro. Que quando são produzidas experiências de veneração, devoção e respeito é possível se verificar uma alta de vibração em hertz dos neurônios. Estamos diante do fenômeno chamado “ponto Deus” no cérebro ou da emergência da “mente mística”, captando a presença do Inefável dentro da realidade. Este dado constitui uma vantagem evolutiva do ser humano que, enquanto homem-espírito, percebe a Última Realidade penetrando em todas as coisas. Este ponto Deus se revela por valores intangíveis como mais compaixão, mais solidariedade, mais sentido de respeito e de dignidade. Despertar este “ponto”, tirando as cinzas que a cultura racionalista e materialista cobriu, é permitir que a espiritualidade aflore.“
Nos 12 passos há estímulo à percepção de uma Inteligência Suprema, Causa Primária, que deu origem às galáxias, o que nos torna mais humildes, menos manipuladores, e nos impele a rogar que Ele, Ela, nos ajude a nos libertarmos de nossas imperfeições. Diante dessa Inteligência e perante outro ser humano conseguimos finalmente admitir a natureza de nossas falhas e nossos defeitos de caráter. Começa aí o fenômeno de nossa reconstrução e escalada evolutiva.
Boff diz que no termo, espiritualidade não é pensar Deus, mas senti-Lo mediante este órgão interior e fazer a experiência de sua presença e atuação a partir do coração. Ele é percebido como entusiasmo (em grego significa ter um deus dentro) que nos toma e nos faz saudáveis e nos dá a vontade de viver e de criar continuamente sentido de existir e de trabalhar. Trata-se de potenciar aquelas energias que são próprias da dimensão espiritual tão válida como a inteligência, a libido, o poder, o afeto entre outras dimensões do humano. Estas energias são altamente positivas como amar a vida, abrir-se ao demais, estabelecer laços de fraternidade e de solidariedade, ser capaz de perdão.
Quando falamos na terapia do perdão, não sete vezes mas setenta vezes sete, estamos também, lembrando que a mágoa, o estresse produz imunossupressão dos mecanismos que nos defendem, sob o ponto de vista biológico, das infecções, das doenças malignas e das enfermidades auto-imunes. (6)
Nos 12 passos aprendemos que por meio da prece e da meditação podemos melhorar o contato consciente com Deus, na forma que O concebemos, e desta forma teremos fé e coragem para nos prontificarmos a deixar que Ele nos ajude a remover nossos defeitos de caráter.
Boff diz que pertence também ao mundo espiritual, a esperança imorredoura de que a vida continua para além da morte. O ponto Deus no cérebro se revela através de tais convicções espirituais altamente terapêuticas. A morte aparece então como uma sábia invenção da vida para esta que possa continuar num outro nível mais alto.
Anteriormente, no NEU-Fundão, indagaram sobre a nossa visão da morte. (7) A resposta depende da vertente da ciência em que se insere o pesquisador. Faça-o responder primeiro a pergunta: O que somos? Se ele responder que somos impulsos eletroquímicos num biocomputador que se originou por acaso, num universo de partículas matérias mortas e que se movimentam aleatoriamente, certamente a morte é o nada. Embora isto seja apenas uma questão de fé, uma vez que a ciência ainda não o demonstrou.
A vertente espiritualista da ciência possui outra leitura. Poderíamos dizer que a morte é uma mudança de estilo de vida. As evidências científicas estão sempre apontando neste sentido, embora Jesus já nos tenha dado aula prática.
Certa vez um pesquisador da mediunidade perguntou a um espírito orientador qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e de modelo. Resposta não poderia ser melhor quando pensamos em inteligência espiritual. Afinal, melhor a coroa de espinhos na fronte do que as brasas na consciência! (3)
Quociente Intelectual... Quociente Emocional... Inteligência Espiritual! Necessidade de se mensurar? Ou de se conhecer? O homem espiritual é “pleno”... Não existem fraturas... Percebe a essência da flor! (8, 9)
Estamos no século XXI, com o conhecimento tecnológico moderno como grande aliado em todos os campos da vida, e com o conhecimento milenar do equilíbrio entre as forças vivas e vibratórias da Natureza. Devemos valorizar esses presentes e explorá-los com a razão e o Amor Maior que o Criador nos deu, para que entendamos que a vida é o maior tesouro, oportunidade única de crescimento, ter medo da vida nos tira oportunidades impares de crescer individualmente e coletivamente. Que possamos encarar a vida com alegria e gratidão por todas as coisas que o Grande Criador colocou nesse planeta para a nossa cura. (2)
Notas:
(1)http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2012/04/29/a-importancia-da-espiritualidade-para-a-saude/
(2) http://orebate-jorgehessen.blogspot.com/2012/02/saude-e-doenca.html
(3) http://www.espirito.org.br/portal/artigos/neurj/etica-sociedade.html
(4) http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2012/07/escala-de-valores-cura-e-prevencao.html
(5) http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2012/03/12-passos-espiritualidade-e-alcoolicos.html
(6) http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2011/08/estou-muito-deprimida-magoada-nao-posso.html
(7) http://www.jornaldosespiritos.com/2007.3/col49.10.htm
(8) http://juli.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=2015107
(9) http://juli.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=2016352
LUIZ CARLOS FORMIGA é professor universitário da UFRJ e UERJ, aposentado.
http://www.espiritualidades.com.br/Artigos/F_autores/FORMIGA_Luiz_tit_Para_nossa_cura.htm
Pode-se trabalhar autoconhecimento e reforma íntima na criança e no jovem?
CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
www.cvdee.org.br - Sala Virtual de Estudos Educar
Temas destinados à Família e à Educação no Lar
Tema : Pode-se trabalhar autoconhecimento e reforma íntima na criança e no jovem?
OOis, Gente Linda do coração, tudo joiinha com vcs? :-)
A maioria ficou caladinha caladinha semana passada hein(inclusive euzinha - tsitsitsi) :-)) Estou adiantando o tema um cadinho, por causa do texto abaixo ser grandinho, tá bom? ;-)
Boom, o tema dessa semana começou a se configurar como tema para a gente colocar na nossa grade aqui da educar, através de um questionamento feito em pvt em um outro grupo em pvt tb. E a partir daí colocamos para alguns da equipe CVDEE e um amigo de fora do trabalho. Ao final a equipe educar achou legal inserir o tema aqui para a questão família e educação no lar, para uma conversa maior. :-)
Então, ao invés de colocar questões específicas, vou colar abaixo o papo que mantivemos(super grande foi o papo) e a partir dele vcs entram colocando suas opiniões, entendimentos, exemplificações práticas, questões, dúvidas, enfim, naquele nosso esqueminha básico: dentro do tema, vc participa da forma que achar melhor, tá legal? ;-)
O papo (é grande enoooorrrmee tá gente? :-)), começou com a seguinte colocação:
----- Original Message -----
From: :
(...)
Num dado momento,
ao falarmos sobre auto conhecimento, soltei uma questão: a criança tem condições de promover o auto conhecimento, já que está no periodo egocentrico?? E o adolescente? O adolescente que depende tanto da opinião de um grupo, se vê pelos olhos dos outros, consegue fazer um mergulho em si mesmo, para o auto- descobrimento?? As respostas foram diversas. Os adolescentes (alguns), se revelaram, outros, se rebelaram...rsrsrs
No fim, fiquei sem saber, e transfiro minha dúvida para vocês: uma criança e/ou um adolescente tem condições de promover o auto-descobrimento, o auto-conhecimento e, de quebra, a reforma íntima??
Eu creio que não...
(...)
bjocas
A partir daí desenrolou-se da seguinte forma(é grande, na realidade, enooooooooooooorme o texto, tá? Mas vale a leitura :-)):
Na minha opinião o adolescente tem sim a capacidade de se conhecer.
Mas isso vai de espírito para espírito. Da mesma forma que um idoso pode ainda não ter a capacidade de se auto-conhecer e realizar a reforma íntima (algo muito difícil), um adolescente pode também não conseguir. Entretanto, como ex-adolescente (18 anos ainda é adolescente?), que começou no espiritismo aos 15 anos e mudou bastante de lá pra cá, creio que NÃO há muita coisa que diferencie as dificuldades enconstradas entre as faixas etárias no que tange à reforma íntima: preguiça, comodismo, a famosa frase: "sou assim e não
vou mudar, quem quiser que me aguente assim"... Falta de entendimento concreto dos ensinos de Jesus.
E a criança?
(agora respondo como evangelizador, visto que não lembro muita coisa a respeito)
Há um garoto de 9 anos que está em minha sala de evangelização. Quando ele chegou na Casa Espírita, era violento e tinha comentários racistas. Hoje em dia é um dos alunos mais carinhosos e caridosos de toda a Casa. Um exemplo. A reforma aí, foi, certamente, ajudada pelas aulas, pela evangelização. Entretanto, vale lembrar que há, sim, mérito da criança. Deus é tão sábio que deu aos pequeninos uma família. Isso não foi a toa. A criança necessita de um guia. Assim diz a doutrina, assim ratifica a natureza.
Acredito muito nos adolescentes, mas infelizmente tem-se muita desesperança nestes hoje em dia. O trabalho espírita com o adolescente, cresce de sobremaneira. Saber aproveitar e valorizar cada fase da vida com suas características específicas, algumas boas, outras nem tanto, é essencial para o futuro dos espíritos que encarnaram tem pouco tempo, e também para o futuro da causa espírita.
Enfim, trabalhemos todos, como melhor meio para a reforma íntima...
---
Eis, Gente Linda, tudo na paz? :-)
Ei Lindinha :-)
Penso que ela pode sim se auto-conhecer, se auto-descobrir, talvez não no sentido de que nós adultos temos, mas no se "descobrir"(ou re-descobrir, uma vez que são espíritos antigos, só o corpo físico infantil), de saber o que ela gosta, o que ela não gosta, o que ela sente , quais as atitudes que ela tem em comparação com as atitudes de educação moral; de que forma ela pode se colocar perante ela mesma e perante o grupinho dela e onde ela convive. Saber quem ela é e quem pode vir a ser. De que forma ela percebe o mundo; de que forma ela pode agir para mudar algumas coisas que acha que não estão legais pra ela.
Na minha turminha do Centro, costumo fazer este trabalho com eles, fazendo eles pararem e refletirem sobre eles mesmos: sonhos, vontades, desejos e de que forma eles poderão alcançar isso. Isso é uma forma de auto-conhecimento, é um momento cheio de risinhos mas enriquecedor , porque sai um monte de coisas que se refere a autoconhecimento, numa noção "menor" ou "menos complexa" porque está misturado com a educação.
e o resto Lindinh V falou e concordo com ele :-)
tarde feliz procês
beijocas mineiras com carinho no coração
---
Verdade, Lu,
concordo com vc. Posso dar um relato melhor quanto aos jovens. Fizemos uma confraternização de juventude este ano cujo tema foi justamente o auto-conhecimento. Foi ótimo. Muito produtivo. O estudo, as atividades, oficinas, tudo levando o jovem a se auto descobrir para se melhorar. Inclusive fizemos um jogo de tabuleiro, com diversas situações do cotidiano do jovem, onde ele tinha q se auto-avaliar, com relação às suas reações. Muito bom.
Beijos p vcs!
---
Primeiro, obrigada pelas respostas. Bom demais compartilhar....
Lulu...
Td bem?
Olha só, vejo o auto conhecimento como uma busca de si em si. Um momento absolutamente solitário, independente de influências externas, próprio e único. Uma reflexão profunda, livre de preconceitos, de julgamentos, de medidas. Vc se vê como é, e pronto. Percebo na criança a incapacidade de tal mergulho. Tudo, ainda, fica muito no superficial, ou melhor, tudo gira em torno dela, o mundo é ela. Embora, ela pareça reunir as condições para auto-conhecer-se, pelo próprio egocentrismo, existe algo, que ainda não sei o que seja, que não permite que isso aconteça. Penso que uma criança,na primeira infância, esteja pronta para receber a Educação Moral, o momento é esse mesmo, mas não tem condições de olhar de si para si. Engraçado isso, justamente, e talvez, porque ela não reconhece o outro. Mas não tenho muita certeza...
R
Fiquei surpresa quando li tua participação, obrigada...
Com relação ao jovem, acho que a situação fica mais complicada ainda, justamente por ele ser dependente, num determinado período, das opiniões alheias, da necessidade de um grupo, de ter que se adequar a um grupo para ser aceito e tudo o mais. Quando digo jovem, digo adolescente, porque juventude independente da idade cronológica, penso. Talvez, ele consiga caminhar para dentro de si, mas não muito, não sei ainda. Mas penso: e os hormônios, mudança da estrutura do corpo, alterações de humor, pelos nascendo e tudo o mais, são impeditivos do adolescente se conhecer. Mal conseguem se olhar no espelho, mal conseguem lidar com o próprio corpo, com sua emoções e paixões em tão alto nível. Tudo é o fim, tudo é muito grave, os amores, arrasadores.... Não sei se o adolescente tem condições psíquicas para tal. O auto-descobrimento é um caminho solitário, e o menino ou menina nessa faixa etária, quer mais é fazer parte. Estar sozinho para eles, é o fim, causa muita dor, depressão e tudo mais. Nem sei se é saudável o auto conhecimento nesse período, justamente por ser profundo. A não ser que seja compartilhado, mas aí, sei lá, vai contra o que penso ser o caminho a seguir...
V
Como vai? Eu bem que queria te chamar: Oi bonitinho!!!, mas de repente vc fica bravo...
Eu estava dando aula uma vez, substituindo apenas, uma professora de uma classe de adolescentes, na verdade pré adolescentes. A coordenadora chegou e falou para mim: Beth, cuidado com eles, são muito barulhentos, não respeitam o professor, não dá moleza prá essa classe. Era aula de educação física. Eu fiquei olhando para aquelas crianças, sentadas, me olhando, esperando eu dar as orientações para a aula, todas quietinhas, sorrindo prá mim, então eu pensei: Cadê os "capetinhas"?? São esses?? Eu falei para a coordenadora: eles são ótimos!!! Eles foram ótimos comigo....(diga-se de passagem que eu sou barulhenta...tb)
Parece que a criança, um pouco maiorzinha, traz consigo as crenças recebidas dos adultos: ela (a criança) é violenta, burra, cabeça dura, sem jeito, não adianta mais..., e começa a acreditar nisso, dar isso como verdade. As crianças estão... O auto conhecimento não deixaria isso acontecer. Tanto é que a criança, por sua própria energia, tem tudo para conseguir, tem um mundo para conquistar, muitas vezes chega achando que não pode nada, não consegue, não é capaz....Cara(rs), com quem ela aprendeu isso? Com os adultos, claro....
No teu centro, vcs devem ter dado muito amor para esse menino, pq ele mudou o comportamento. Vcs acreditaram nele primeiro, e ele passou a acreditar em vocês...
Olha a responsabilidade...rs
Mas, mesmo assim, não entendo isso como auto descobrimento. O que é reforma íntima, conhece-te a ti mesmo, para uma criança??
(...)
---
Pois é ...
Em algumas coisas eu concordo com vc, no q diz respeito ao jovem querer ser aceito no grupo, n gostar de ficar sozinho e tal.
Mas veja bem.. Por que devemos nos auto-conhecer?
Na minha concepção, nos auto-conhecemos para saber nossos limites, nossas falhas, nossos acertos... a partir de então, buscar corrigir os erros, adquirir novas virtudes, destacar ainda mais as virtudes q já te...
www.cvdee.org.br - Sala Virtual de Estudos Educar
Temas destinados à Família e à Educação no Lar
Tema : Pode-se trabalhar autoconhecimento e reforma íntima na criança e no jovem?
OOis, Gente Linda do coração, tudo joiinha com vcs? :-)
A maioria ficou caladinha caladinha semana passada hein(inclusive euzinha - tsitsitsi) :-)) Estou adiantando o tema um cadinho, por causa do texto abaixo ser grandinho, tá bom? ;-)
Boom, o tema dessa semana começou a se configurar como tema para a gente colocar na nossa grade aqui da educar, através de um questionamento feito em pvt em um outro grupo em pvt tb. E a partir daí colocamos para alguns da equipe CVDEE e um amigo de fora do trabalho. Ao final a equipe educar achou legal inserir o tema aqui para a questão família e educação no lar, para uma conversa maior. :-)
Então, ao invés de colocar questões específicas, vou colar abaixo o papo que mantivemos(super grande foi o papo) e a partir dele vcs entram colocando suas opiniões, entendimentos, exemplificações práticas, questões, dúvidas, enfim, naquele nosso esqueminha básico: dentro do tema, vc participa da forma que achar melhor, tá legal? ;-)
O papo (é grande enoooorrrmee tá gente? :-)), começou com a seguinte colocação:
----- Original Message -----
From: :
(...)
Num dado momento,
ao falarmos sobre auto conhecimento, soltei uma questão: a criança tem condições de promover o auto conhecimento, já que está no periodo egocentrico?? E o adolescente? O adolescente que depende tanto da opinião de um grupo, se vê pelos olhos dos outros, consegue fazer um mergulho em si mesmo, para o auto- descobrimento?? As respostas foram diversas. Os adolescentes (alguns), se revelaram, outros, se rebelaram...rsrsrs
No fim, fiquei sem saber, e transfiro minha dúvida para vocês: uma criança e/ou um adolescente tem condições de promover o auto-descobrimento, o auto-conhecimento e, de quebra, a reforma íntima??
Eu creio que não...
(...)
bjocas
A partir daí desenrolou-se da seguinte forma(é grande, na realidade, enooooooooooooorme o texto, tá? Mas vale a leitura :-)):
Na minha opinião o adolescente tem sim a capacidade de se conhecer.
Mas isso vai de espírito para espírito. Da mesma forma que um idoso pode ainda não ter a capacidade de se auto-conhecer e realizar a reforma íntima (algo muito difícil), um adolescente pode também não conseguir. Entretanto, como ex-adolescente (18 anos ainda é adolescente?), que começou no espiritismo aos 15 anos e mudou bastante de lá pra cá, creio que NÃO há muita coisa que diferencie as dificuldades enconstradas entre as faixas etárias no que tange à reforma íntima: preguiça, comodismo, a famosa frase: "sou assim e não
vou mudar, quem quiser que me aguente assim"... Falta de entendimento concreto dos ensinos de Jesus.
E a criança?
(agora respondo como evangelizador, visto que não lembro muita coisa a respeito)
Há um garoto de 9 anos que está em minha sala de evangelização. Quando ele chegou na Casa Espírita, era violento e tinha comentários racistas. Hoje em dia é um dos alunos mais carinhosos e caridosos de toda a Casa. Um exemplo. A reforma aí, foi, certamente, ajudada pelas aulas, pela evangelização. Entretanto, vale lembrar que há, sim, mérito da criança. Deus é tão sábio que deu aos pequeninos uma família. Isso não foi a toa. A criança necessita de um guia. Assim diz a doutrina, assim ratifica a natureza.
Acredito muito nos adolescentes, mas infelizmente tem-se muita desesperança nestes hoje em dia. O trabalho espírita com o adolescente, cresce de sobremaneira. Saber aproveitar e valorizar cada fase da vida com suas características específicas, algumas boas, outras nem tanto, é essencial para o futuro dos espíritos que encarnaram tem pouco tempo, e também para o futuro da causa espírita.
Enfim, trabalhemos todos, como melhor meio para a reforma íntima...
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Eis, Gente Linda, tudo na paz? :-)
Ei Lindinha :-)
Penso que ela pode sim se auto-conhecer, se auto-descobrir, talvez não no sentido de que nós adultos temos, mas no se "descobrir"(ou re-descobrir, uma vez que são espíritos antigos, só o corpo físico infantil), de saber o que ela gosta, o que ela não gosta, o que ela sente , quais as atitudes que ela tem em comparação com as atitudes de educação moral; de que forma ela pode se colocar perante ela mesma e perante o grupinho dela e onde ela convive. Saber quem ela é e quem pode vir a ser. De que forma ela percebe o mundo; de que forma ela pode agir para mudar algumas coisas que acha que não estão legais pra ela.
Na minha turminha do Centro, costumo fazer este trabalho com eles, fazendo eles pararem e refletirem sobre eles mesmos: sonhos, vontades, desejos e de que forma eles poderão alcançar isso. Isso é uma forma de auto-conhecimento, é um momento cheio de risinhos mas enriquecedor , porque sai um monte de coisas que se refere a autoconhecimento, numa noção "menor" ou "menos complexa" porque está misturado com a educação.
e o resto Lindinh V falou e concordo com ele :-)
tarde feliz procês
beijocas mineiras com carinho no coração
---
Verdade, Lu,
concordo com vc. Posso dar um relato melhor quanto aos jovens. Fizemos uma confraternização de juventude este ano cujo tema foi justamente o auto-conhecimento. Foi ótimo. Muito produtivo. O estudo, as atividades, oficinas, tudo levando o jovem a se auto descobrir para se melhorar. Inclusive fizemos um jogo de tabuleiro, com diversas situações do cotidiano do jovem, onde ele tinha q se auto-avaliar, com relação às suas reações. Muito bom.
Beijos p vcs!
---
Primeiro, obrigada pelas respostas. Bom demais compartilhar....
Lulu...
Td bem?
Olha só, vejo o auto conhecimento como uma busca de si em si. Um momento absolutamente solitário, independente de influências externas, próprio e único. Uma reflexão profunda, livre de preconceitos, de julgamentos, de medidas. Vc se vê como é, e pronto. Percebo na criança a incapacidade de tal mergulho. Tudo, ainda, fica muito no superficial, ou melhor, tudo gira em torno dela, o mundo é ela. Embora, ela pareça reunir as condições para auto-conhecer-se, pelo próprio egocentrismo, existe algo, que ainda não sei o que seja, que não permite que isso aconteça. Penso que uma criança,na primeira infância, esteja pronta para receber a Educação Moral, o momento é esse mesmo, mas não tem condições de olhar de si para si. Engraçado isso, justamente, e talvez, porque ela não reconhece o outro. Mas não tenho muita certeza...
R
Fiquei surpresa quando li tua participação, obrigada...
Com relação ao jovem, acho que a situação fica mais complicada ainda, justamente por ele ser dependente, num determinado período, das opiniões alheias, da necessidade de um grupo, de ter que se adequar a um grupo para ser aceito e tudo o mais. Quando digo jovem, digo adolescente, porque juventude independente da idade cronológica, penso. Talvez, ele consiga caminhar para dentro de si, mas não muito, não sei ainda. Mas penso: e os hormônios, mudança da estrutura do corpo, alterações de humor, pelos nascendo e tudo o mais, são impeditivos do adolescente se conhecer. Mal conseguem se olhar no espelho, mal conseguem lidar com o próprio corpo, com sua emoções e paixões em tão alto nível. Tudo é o fim, tudo é muito grave, os amores, arrasadores.... Não sei se o adolescente tem condições psíquicas para tal. O auto-descobrimento é um caminho solitário, e o menino ou menina nessa faixa etária, quer mais é fazer parte. Estar sozinho para eles, é o fim, causa muita dor, depressão e tudo mais. Nem sei se é saudável o auto conhecimento nesse período, justamente por ser profundo. A não ser que seja compartilhado, mas aí, sei lá, vai contra o que penso ser o caminho a seguir...
V
Como vai? Eu bem que queria te chamar: Oi bonitinho!!!, mas de repente vc fica bravo...
Eu estava dando aula uma vez, substituindo apenas, uma professora de uma classe de adolescentes, na verdade pré adolescentes. A coordenadora chegou e falou para mim: Beth, cuidado com eles, são muito barulhentos, não respeitam o professor, não dá moleza prá essa classe. Era aula de educação física. Eu fiquei olhando para aquelas crianças, sentadas, me olhando, esperando eu dar as orientações para a aula, todas quietinhas, sorrindo prá mim, então eu pensei: Cadê os "capetinhas"?? São esses?? Eu falei para a coordenadora: eles são ótimos!!! Eles foram ótimos comigo....(diga-se de passagem que eu sou barulhenta...tb)
Parece que a criança, um pouco maiorzinha, traz consigo as crenças recebidas dos adultos: ela (a criança) é violenta, burra, cabeça dura, sem jeito, não adianta mais..., e começa a acreditar nisso, dar isso como verdade. As crianças estão... O auto conhecimento não deixaria isso acontecer. Tanto é que a criança, por sua própria energia, tem tudo para conseguir, tem um mundo para conquistar, muitas vezes chega achando que não pode nada, não consegue, não é capaz....Cara(rs), com quem ela aprendeu isso? Com os adultos, claro....
No teu centro, vcs devem ter dado muito amor para esse menino, pq ele mudou o comportamento. Vcs acreditaram nele primeiro, e ele passou a acreditar em vocês...
Olha a responsabilidade...rs
Mas, mesmo assim, não entendo isso como auto descobrimento. O que é reforma íntima, conhece-te a ti mesmo, para uma criança??
(...)
---
Pois é ...
Em algumas coisas eu concordo com vc, no q diz respeito ao jovem querer ser aceito no grupo, n gostar de ficar sozinho e tal.
Mas veja bem.. Por que devemos nos auto-conhecer?
Na minha concepção, nos auto-conhecemos para saber nossos limites, nossas falhas, nossos acertos... a partir de então, buscar corrigir os erros, adquirir novas virtudes, destacar ainda mais as virtudes q já te...
TEM MUITA COISA ESCONDIDA COM NOME DE CARIDADE E AMOR
Wanderley Oliveira - Facebook
Preste atenção nessa frase: “Eu sou uma pessoa muito caridosa. Não consigo ver alguém com algum problema que vou lá e resolvo. Sou muito caridoso, não deixo ninguém na mão e faço tudo para ajudar essa pessoa."
Essa parece ser uma frase de uma pessoa muito virtuosa, mas... Nem sempre.
Por trás desse tipo de conduta pode existir uma lamentável doença. Ela chama-se autoabandono. São pessoas que se abandonam a tal ponto que adoecem seu sentimento de cooperação social e agem mais por culpa que por amor. Não conseguem ver o problema que é do outro sem querer carrega-lo nas costas. Acabam, sendo muito invasivos, enxeridos e mergulham na julgamento.
Sensibilidade e cooperação é um caminho de saúde. Culpa pelo problema que é do outro é enfermidade em qualquer contexto que surja e costuma sufocar o amor verdadeiro.
Não se assuste com essa reflexão e fique sabendo que por trás de muitas atitudes de suposto amor ou caridade, existem sentimentos e interesses que se você tomasse consciência repentinamente, certamente morreria de vergonha e pediria ajuda para você.
Em muitos casos o que existe ai é apenas julgamento e não amor. E quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las.
Preste atenção nessa frase: “Eu sou uma pessoa muito caridosa. Não consigo ver alguém com algum problema que vou lá e resolvo. Sou muito caridoso, não deixo ninguém na mão e faço tudo para ajudar essa pessoa."
Essa parece ser uma frase de uma pessoa muito virtuosa, mas... Nem sempre.
Por trás desse tipo de conduta pode existir uma lamentável doença. Ela chama-se autoabandono. São pessoas que se abandonam a tal ponto que adoecem seu sentimento de cooperação social e agem mais por culpa que por amor. Não conseguem ver o problema que é do outro sem querer carrega-lo nas costas. Acabam, sendo muito invasivos, enxeridos e mergulham na julgamento.
Sensibilidade e cooperação é um caminho de saúde. Culpa pelo problema que é do outro é enfermidade em qualquer contexto que surja e costuma sufocar o amor verdadeiro.
Não se assuste com essa reflexão e fique sabendo que por trás de muitas atitudes de suposto amor ou caridade, existem sentimentos e interesses que se você tomasse consciência repentinamente, certamente morreria de vergonha e pediria ajuda para você.
Em muitos casos o que existe ai é apenas julgamento e não amor. E quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las.
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
O que cobre o véu da ilusão?
Se é tão fácil, ter sucesso, porque é que a maioria não o tem, se é tão fácil ser feliz, porque será que a maioria não o é. Se afinal todas as receitas estão escritas nos livros de auto ajuda e no caminho do desenvolvimento pessoal, o que cobre o véu da ilusão?
Por Maria Melo
in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2013
Cada vez é mais frequente ouvir falar em auto ajuda, espiritualidade, New Age. Entramos numa livraria e deparamo-nos com uma secção de livros que nos falam de poder interior, energia, de uma variedade de disciplinas que contribuem para o sucesso, bem-estar e felicidade do ser humano nos tempos atuais. Esta nova onda chamada de Nova Era (New Age) tem feito sentir os seus efeitos de alguma forma no nosso quotidiano, nas nossas vidas.
Mas então o que é isto da Nova Era?
Há cerca de trinta anos, formou-se um movimento cultural/filosófico/religioso, que pretende reagir contra o presente estado da humanidade, tentando criar o despertar da consciência através da transformação espiritual. Segundo o autor Nevil Drury, as origens do movimento podem ser encontradas nos séculos 18 e 19, através das obras de Emanuel Swedenborg, Franz Mesmer, Helena Blavatsky e George Gurdjieff, que lançou alguns dos princípios básicos filosóficos que mais tarde vieram a influenciar o movimento. Ganharia um novo impulso na década de 1960, tendo influência da metafísica, autoajuda da psicologia, e dos vários gurus indianos que visitaram o Ocidente durante essa década.
Desta forma, as ideias e objetivos deste movimento parecem recolher elementos orientais, das terapias alternativas, da psicologia transpessoal, a ecologia profunda e outras correntes.
A comercialização e a mistura de todos estes conceitos, na possível tentativa de proclamação de uma nova época para a humanidade, faz nos pensar se não estaremos perante a verdadeira ilusão de que a salvação pessoal passa pelo outro e não pela responsabilização do próprio, pelas suas escolhas, atitudes e ações.
Em quase todas as épocas o homem sentiu a necessidade de evoluir, de se auto descobrir, de tornar mais presente a sua presença neste mundo, de se reconhecer e de encontrar respostas a questões como, quem sou eu? e para onde caminho?
O caminho do desenvolvimento pessoal quase sempre esteve presente nas várias culturas, através de várias ciências como a psicologia, a filosofia ou mesmo a teologia, com maior referencia ou menor protagonismo, não serão novas estas questões nem certamente as respostas de hoje serão tão diferentes das de outras épocas, se tivermos em conta o enquadramento e a evolução social do ser humano.
Assim, na busca desse desenvolvimento poderá ser preciso reconhecer a possibilidade da existência da ilusão na sociedade em geral. A ilusão associada a variadas circunstancias como o dinheiro, o poder, o controle do outro, os relacionamentos, as expectativas. Desviando-nos da capacidade de compreensão que possivelmente o único responsável pela felicidade, evolução e crescimento, somos nós próprios, na medida que cada um escolhe e se disponibiliza à mudança.
Esta mudança para uma maior responsabilização do outro pela sua vida, através de uma abordagem mais positiva poderá sublinhar a autonomia e potencializar o individuo, assumindo a sua responsabilidade pessoal e social, promovendo a evolução a nível comunicacional, emocional e relacional, não descorando a realidade dos obstáculos da vida mas tornando-os talvez comparativamente com as potencialidades desta, menos relevantes.
Mas para isso será preciso estar informado de uma forma construtiva e não de uma forma ilusória, onde a mensagem que é passada em que a vida se tornará simplesmente fácil e cor-de-rosa como nos contos de fadas. Informação que nos permita realmente poder saber o que escolher para as nossas vidas, com otimismo e esperança, criando a possibilidade de vivermos vidas refletidas, informadas e com experiencias emocionais positivas saudáveis (alegria, amor…), conscientes das nossas potencialidades e dedicadas ao bem comum.
“Quando sucumbimos à ilusão ficamos como se fôssemos viajantes do deserto que acreditam ser real uma miragem”
Maria Melo
Life coach e co-fundadora da Akademia do Ser
Por Maria Melo
in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2013
Cada vez é mais frequente ouvir falar em auto ajuda, espiritualidade, New Age. Entramos numa livraria e deparamo-nos com uma secção de livros que nos falam de poder interior, energia, de uma variedade de disciplinas que contribuem para o sucesso, bem-estar e felicidade do ser humano nos tempos atuais. Esta nova onda chamada de Nova Era (New Age) tem feito sentir os seus efeitos de alguma forma no nosso quotidiano, nas nossas vidas.
Mas então o que é isto da Nova Era?
Há cerca de trinta anos, formou-se um movimento cultural/filosófico/religioso, que pretende reagir contra o presente estado da humanidade, tentando criar o despertar da consciência através da transformação espiritual. Segundo o autor Nevil Drury, as origens do movimento podem ser encontradas nos séculos 18 e 19, através das obras de Emanuel Swedenborg, Franz Mesmer, Helena Blavatsky e George Gurdjieff, que lançou alguns dos princípios básicos filosóficos que mais tarde vieram a influenciar o movimento. Ganharia um novo impulso na década de 1960, tendo influência da metafísica, autoajuda da psicologia, e dos vários gurus indianos que visitaram o Ocidente durante essa década.
Desta forma, as ideias e objetivos deste movimento parecem recolher elementos orientais, das terapias alternativas, da psicologia transpessoal, a ecologia profunda e outras correntes.
A comercialização e a mistura de todos estes conceitos, na possível tentativa de proclamação de uma nova época para a humanidade, faz nos pensar se não estaremos perante a verdadeira ilusão de que a salvação pessoal passa pelo outro e não pela responsabilização do próprio, pelas suas escolhas, atitudes e ações.
Em quase todas as épocas o homem sentiu a necessidade de evoluir, de se auto descobrir, de tornar mais presente a sua presença neste mundo, de se reconhecer e de encontrar respostas a questões como, quem sou eu? e para onde caminho?
O caminho do desenvolvimento pessoal quase sempre esteve presente nas várias culturas, através de várias ciências como a psicologia, a filosofia ou mesmo a teologia, com maior referencia ou menor protagonismo, não serão novas estas questões nem certamente as respostas de hoje serão tão diferentes das de outras épocas, se tivermos em conta o enquadramento e a evolução social do ser humano.
Assim, na busca desse desenvolvimento poderá ser preciso reconhecer a possibilidade da existência da ilusão na sociedade em geral. A ilusão associada a variadas circunstancias como o dinheiro, o poder, o controle do outro, os relacionamentos, as expectativas. Desviando-nos da capacidade de compreensão que possivelmente o único responsável pela felicidade, evolução e crescimento, somos nós próprios, na medida que cada um escolhe e se disponibiliza à mudança.
Esta mudança para uma maior responsabilização do outro pela sua vida, através de uma abordagem mais positiva poderá sublinhar a autonomia e potencializar o individuo, assumindo a sua responsabilidade pessoal e social, promovendo a evolução a nível comunicacional, emocional e relacional, não descorando a realidade dos obstáculos da vida mas tornando-os talvez comparativamente com as potencialidades desta, menos relevantes.
Mas para isso será preciso estar informado de uma forma construtiva e não de uma forma ilusória, onde a mensagem que é passada em que a vida se tornará simplesmente fácil e cor-de-rosa como nos contos de fadas. Informação que nos permita realmente poder saber o que escolher para as nossas vidas, com otimismo e esperança, criando a possibilidade de vivermos vidas refletidas, informadas e com experiencias emocionais positivas saudáveis (alegria, amor…), conscientes das nossas potencialidades e dedicadas ao bem comum.
“Quando sucumbimos à ilusão ficamos como se fôssemos viajantes do deserto que acreditam ser real uma miragem”
Maria Melo
Life coach e co-fundadora da Akademia do Ser
domingo, 8 de dezembro de 2013
Suicídio Inconsciente
Suicídio Inconsciente - Instituto Chico Xavier - Richard Simonetti.
A cortina fúnebre, à porta, anuncia o velório. Sobre a mesa, em sala de regulares proporções, está a urna funerária em que um homem dorme seu último sono. Não terá mais de 45 anos…
Ao lado, a viúva, inconsolável, recebe condolências. Muitos repetem, à guisa de conforto, as clássicas palavras: “Chegou sua hora... Deus o levou!...”
Piedosa mentira! Aquele homem foi um suicida! Aniquilou-se, lentamente, fazendo uso desse terrível corrosivo que se chama irritação. Incapaz de sofrer impulsos violentos, eterno repetente nos exames de compreensão, favoreceu a evolução de distúrbios circulatórios, culminando com a trombose coronária fulminante que lhe abreviou os dias!
A máquina física possuía vitalidade para mais vinte anos, no mínimo. Duas décadas perdidas na Escola da Reencarnação! Regressa ao plano espiritual enquadrado no suicídio inconsciente, que lhe imporá longo período de perturbação e sofrimento nas regiões umbralinas.
Raros, segundo André Luiz, os que atingem a condição de completistas, isto é, que aproveitam, integralmente, experiências humanas, estagiando na carne pelo tempo que lhes fora concedido. E há muitas maneiras de auto aniquilar-se em prestações.
A atualidade terrestre é de pleno domínio das sensações, em que a criatura humana pretende, com a satisfação dos senti¬dos, compensar suas frustrações ou libertar-se da tensão, males próprios de uma sociedade que atinge culminâncias no campo material, mas permanece subdesenvolvida moralmente.
Sob a orientação da propaganda mercenária, multidões buscam a maneira mais agradável de minar as defesas orgânicas com álcool, cigarro, excessos à mesa. Muitos resvalam para as drogas, ante as perspectivas da tranquilidade artificial ou da euforia ilusória, sempre seguidos pelo inferno da dependência e comprometedores desajustes físicos.
E há os vícios mentais: hipocondríacos, que tanto imaginam enfermidades que acabam vitimados por elas; melancólicos, que recusam às células físicas o indispensável suprimento de energias psíquicas; maledicentes, que se envenenam com o mal que julgam identificar nos outros; rebeldes que rompem as próprias entranhas com os ácidos da inconformação e do pessimismo; apegados aos bens terrenos, que sobrecarregam o veículo carnal com preocupações injustificáveis...
Para que o Espírito reencarnado transite em segurança na Terra, movimentam-se, no plano espiritual, familiares, amigos, instrutores, médicos e enfermeiros que o amparam e protegem, orientam e socorrem em todas as circunstâncias.
No entanto, apesar de tantos cuidados, seus pupilos, com raras exceções, são expulsos do vaso físico, depois de o haverem destruído de fora para dentro, com a intemperança, e de dentro para fora, com a má direção que imprimem à vida mental.
Haverá sempre quem proclame que semelhantes observações estão impregnadas do ranço de puritanismo retrógrado, sem considerar que são inevitáveis conclusões a que não se pode furtar quem estima a lógica.
Se a roupagem carnal é concessão divina que nos permite abençoado aprendizado nas asperezas do mundo, por que não preservá-la, observando disciplinas que a própria Medicina demonstra serem indispensáveis à estabilidade orgânica?
Cercado por dezenas de visitantes, após a reunião mediúnica, na Comunhão Espírita Cristã, em Uberaba, dizia Chico Xavier:
– Meus irmãos, quando eu psicografava o livro Nosso Lar, tive, muitas vezes, a visão de milhares de Espíritos que aguardavam, há longo tempo, a oportunidade de reencarnar, ansiosos pelo reajuste. Respeitemos o corpo que o Senhor nos concedeu, porque não será fácil uma nova oportunidade. Tenhamos cuidado com os enganos do mundo e, sobretudo, estimemos a serenidade. Se alguém nos der uma alfinetada, digamos: Obrigado por me espetar com um alfinete novo! Eu merecia um enferrujado!
A visão do querido médium é um convite a sérias reflexões, e a singela alegoria do alfinete consagra a Humildade. O homem verdadeiramente humilde, que conhece suas fragilidades e reconhece a grandeza de Deus, faz-se, espontaneamente, servo da compreensão e da tolerância, da simplicidade e da fraternidade, sobrepondo-se aos lamentáveis desvios que conduzem multidões desvairadas aos precipícios do suicídio inconsciente.
Fonte: http://www.institutochicoxavier.com/informativo/atualidades/1344-suicidio-inconsciente.html
A cortina fúnebre, à porta, anuncia o velório. Sobre a mesa, em sala de regulares proporções, está a urna funerária em que um homem dorme seu último sono. Não terá mais de 45 anos…
Ao lado, a viúva, inconsolável, recebe condolências. Muitos repetem, à guisa de conforto, as clássicas palavras: “Chegou sua hora... Deus o levou!...”
Piedosa mentira! Aquele homem foi um suicida! Aniquilou-se, lentamente, fazendo uso desse terrível corrosivo que se chama irritação. Incapaz de sofrer impulsos violentos, eterno repetente nos exames de compreensão, favoreceu a evolução de distúrbios circulatórios, culminando com a trombose coronária fulminante que lhe abreviou os dias!
A máquina física possuía vitalidade para mais vinte anos, no mínimo. Duas décadas perdidas na Escola da Reencarnação! Regressa ao plano espiritual enquadrado no suicídio inconsciente, que lhe imporá longo período de perturbação e sofrimento nas regiões umbralinas.
Raros, segundo André Luiz, os que atingem a condição de completistas, isto é, que aproveitam, integralmente, experiências humanas, estagiando na carne pelo tempo que lhes fora concedido. E há muitas maneiras de auto aniquilar-se em prestações.
A atualidade terrestre é de pleno domínio das sensações, em que a criatura humana pretende, com a satisfação dos senti¬dos, compensar suas frustrações ou libertar-se da tensão, males próprios de uma sociedade que atinge culminâncias no campo material, mas permanece subdesenvolvida moralmente.
Sob a orientação da propaganda mercenária, multidões buscam a maneira mais agradável de minar as defesas orgânicas com álcool, cigarro, excessos à mesa. Muitos resvalam para as drogas, ante as perspectivas da tranquilidade artificial ou da euforia ilusória, sempre seguidos pelo inferno da dependência e comprometedores desajustes físicos.
E há os vícios mentais: hipocondríacos, que tanto imaginam enfermidades que acabam vitimados por elas; melancólicos, que recusam às células físicas o indispensável suprimento de energias psíquicas; maledicentes, que se envenenam com o mal que julgam identificar nos outros; rebeldes que rompem as próprias entranhas com os ácidos da inconformação e do pessimismo; apegados aos bens terrenos, que sobrecarregam o veículo carnal com preocupações injustificáveis...
Para que o Espírito reencarnado transite em segurança na Terra, movimentam-se, no plano espiritual, familiares, amigos, instrutores, médicos e enfermeiros que o amparam e protegem, orientam e socorrem em todas as circunstâncias.
No entanto, apesar de tantos cuidados, seus pupilos, com raras exceções, são expulsos do vaso físico, depois de o haverem destruído de fora para dentro, com a intemperança, e de dentro para fora, com a má direção que imprimem à vida mental.
Haverá sempre quem proclame que semelhantes observações estão impregnadas do ranço de puritanismo retrógrado, sem considerar que são inevitáveis conclusões a que não se pode furtar quem estima a lógica.
Se a roupagem carnal é concessão divina que nos permite abençoado aprendizado nas asperezas do mundo, por que não preservá-la, observando disciplinas que a própria Medicina demonstra serem indispensáveis à estabilidade orgânica?
Cercado por dezenas de visitantes, após a reunião mediúnica, na Comunhão Espírita Cristã, em Uberaba, dizia Chico Xavier:
– Meus irmãos, quando eu psicografava o livro Nosso Lar, tive, muitas vezes, a visão de milhares de Espíritos que aguardavam, há longo tempo, a oportunidade de reencarnar, ansiosos pelo reajuste. Respeitemos o corpo que o Senhor nos concedeu, porque não será fácil uma nova oportunidade. Tenhamos cuidado com os enganos do mundo e, sobretudo, estimemos a serenidade. Se alguém nos der uma alfinetada, digamos: Obrigado por me espetar com um alfinete novo! Eu merecia um enferrujado!
A visão do querido médium é um convite a sérias reflexões, e a singela alegoria do alfinete consagra a Humildade. O homem verdadeiramente humilde, que conhece suas fragilidades e reconhece a grandeza de Deus, faz-se, espontaneamente, servo da compreensão e da tolerância, da simplicidade e da fraternidade, sobrepondo-se aos lamentáveis desvios que conduzem multidões desvairadas aos precipícios do suicídio inconsciente.
Fonte: http://www.institutochicoxavier.com/informativo/atualidades/1344-suicidio-inconsciente.html
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