Estudando o Espiritismo

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sexta-feira, 26 de junho de 2015

MEDO E MORTE II

MEDO E MORTE II


Entre as várias expressões de medo ressalta o da morte, herança atávica dos arquétipos ancestrais, das religiões castradoras e temerárias, dos cultos bár­baros, das conjunturas do desconhecido, das imagens mitológicas que desenharam no tecido social as im­pressões do temor, das punições eternas para as cons­ciências culpadas, dos horrores inomináveis que o ser humano não tem condições de digerir...
O pavor da morte, às vezes patológico, afigura-se tão grave, que a criatura se mata a fim de não aguar­dar a morte...
Compreensívelmente, desde o momento da con­cepção manifesta-se o fenômeno da transformação celular ou morte biológica. Nesse processo de trans­formações incessantes, chega o momento da parada final dos equipamentos biológicos, e tal ocorrência é perfeitamente natural, não podendo responder pelos medos e pavores que têm sido cultivados.
Não é a primeira vez que ocorre a morte do corpo, na vilegiatura da evolução dos seres. O esquecimento do fenômeno, de maneira alguma, pode ser conside­rado como desconhecido pelo Espírito, que já o vi­venciou antes.
Um aprofundamento mental demonstra que a morte não dói, não apavora, mas o estado psicológi­co de cada um, em relação à mesma, transfere as im­pressões íntimas para o exterior, dando curso às ma­nifestações aparvalhantes.
A Psicologia transpessoal, lidando com o ser psí­quico, o ser espiritual, sabe-o em processo de evolu­ção, entrando no corpo — reencarnação — e dele saindo — desencarnação — da mesma forma que o corpo se utiliza de roupas, que lhe são necessárias e dispen­sáveis, conforme as ocasiões.
O simples hábito de dormir, quando se mergulha na inconsciência relativa, é uma experiência de morte que deve servir de padrão comparativo para o fim do processo biológico.
Conforme o eu profundo considere a morte, povoando-a de incertezas, gênios do mal, regiões puniti­vas ou aniquilamento, dessa forma a enfrentará. O oposto igualmente se dá. Vestindo a morte de esperança de reencontros felizes, de aspirações enobrecidas, de agradável despertar, ocorrerá o milagre da vida.
O medo da morte decorre da ignorância da reali­dade espiritual e do apego ao transitório físico.
Freud afirmava que o instinto da morte é superior ao de conservação da vida, o que é perfeitamente na­tural, tendo-se em vista que o corpo é fenômeno, e este passa, permanecendo a causa, que é a energia, a vida em si mesma.
A psicoterapia preventiva, como curadora para o medo da morte, propõe uma conduta harmônica com os níveis superiores de consciência desperta, lúcida, avançando para a transcendência do eu, até culminar na identificação com a Cósmica.


O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis

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