A expressão não é espírita. Está no hinduísmo e no budismo. Define as conseqüências de nossas ações, boas ou más, que geram reações que nos atingem na mesma intensidade, nesta encarnação ou nas próximas.
2 – Mas é usada no Espiritismo...
É usada pelos espíritas. Não consta da Codificação. Mais correto falar em ação e reação ou causa e efeito. A diferença é que o carma costuma ter um sentido passivo. A pessoa deve sujeitar-se aos males que lhe são impostos, sem reagir, para fazer jus a algo melhor no futuro. A partir daí temos situações lamentáveis como o sistema de castas que vige na Índia, a consagrar a discriminação, principalmente dos párias, a casta inferior.
3 – O pária não está pagando dívidas?
Sendo a Terra um planeta de provas e expiações, habitada por Espíritos comprometidos com o egoísmo, podemos dizer que todos estamos em prova ou expiação, pobres e ricos, em qualquer segmento da sociedade. A condição social pode ser apenas uma contingência, como nascer numa favela, por falta de melhor localização. Não é pela vontade de Deus que surgem as favelas e as castas, mas pela incúria humana. Deus cria e sustenta a vida. A qualidade de vida é obra do homem.
4 – Se não é um carma, essa situação pode ser modificada?
É esse o ponto. Na lei do carma, a exclusão que caracteriza os párias é irremissível, algo a ser suportado pela vida toda. Sob o ponto de vista espírita, ainda que se trate de uma medida disciplinar envolvendo comprometimentos do passado, é passível de ser amenizada a partir da conscientização da sociedade e pelo esforço do pária em favor de sua própria renovação.
6 – Digamos que alguém tenha matado um desafeto, dando-lhe um tiro no peito. Numa existência futura não deveria morrer assim, também, para resgate de sua dívida?
Isso apenas perpetuaria o mal, porquanto alguém deveria fazê-lo, assumindo carma idêntico. Esse retorno implacável, na mesma proporção, evoca a pena de talião, o olho por olho, dente por dente, de Jeová, o sanguinário deus mosaico, substituído pelo Deus de amor e misericórdia, revelado por Jesus.
7 – E como fica o assassino?
Terá desajustes espirituais, decorrentes de seu ato criminoso, que tenderão a refletir-se em seus estados físicos e emocionais, na presente existência ou em futuras, originando males que lhe ensinarão a superar a agressividade. Paralelamente, será chamado ao compromisso de reajustar-se com sua vítima, compensando-a pelo mal que lhe fez.
8 – Todos estamos sujeitos a essas conseqüências?
Sim, mas o grau de comprometimento do criminoso dependerá de sua capacidade em distinguir o mal do bem, o certo do errado. Quanto maior o seu discernimento, maior a responsabilidade.
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