O CEGO DE NASCENÇA
“E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. – E os seus discípulos lhe perguntaram dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.”
(João 9: 1-3)¹
A questão exposta acima demonstra que os seguidores de Jesus aceitavam ou conheciam a preexistência da alma e a reencarnação. Ora, sendo o homem, cego de nascença, perguntando: “Rabi, quem pecou, este ou seus pais…” confirma a crença dos discípulos de que a enfermidade poderia ser o resultado de alguma falta cometida por aquele homem antes do nascimento, logo, em uma existência anterior.
Se não houvesse esse conhecimento, a pergunta não teria nenhum sentido e o próprio Jesus os teria advertido. Contudo, o Mestre apenas esclareceu que aquele homem não sofria por pecados próprios nem tão pouco por pecados alheios e acrescenta: “Mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus”. Por essas palavras Jesus explicava que aquele homem, cego de nascença, passava por uma provação necessária à sua evolução espiritual.
Através daquela existência sofrida, sob o jugo de uma enfermidade que o acompanhava desde o berço, aquele homem pôde, no momento em que foi curado, auxiliar o Cristo a despertar entre os seus irmãos a fé no poder de Deus e tambem a reconhecerem em Jesus o Messias. Foram as obras de deus manifestas através dele.
Sobre as provas e expiações Allan Kardec esclarece o seguinte:
“Entretanto, não seria preciso crer que todo sofrimento suportado neste mundo seja, necessariamente, o indicio de uma falta determinada; são frequentemente simples provas escolhidas pelo espírito para acabar sua depuração e apressar seu adiantamento. Assim, a expiação sempre serve de prova, mas a prova não é sempre uma expiação; mas provas ou expiações, são sempre sinais de inferioridade relativa, porque o que é perfeito não tem mais necessidade de ser provado. Um espírito pode, pois, ter adquirido um certo grau de elevação, mas, querendo avançar ainda, solicita uma missão, uma tarefa a cumprir da qual será tanto mais recompensado, se sai vitorioso, quanto a luta tenha sido mais penosa.” [2]
Sobre a maneira como a cura foi produzida [3], Kardec conclui:
“Quanto ao meio empregado para a sua cura, evidentemente aquela espécie de lama feita de saliva e terra nenhuma virtude podia encerrar, a não ser pela ação do fluido curativo de que fora impregnada. É assim que as mais insignificantes substâncias, como a água, por exemplo, podem adquirir qualidades poderosas e efetivas, sob a ação do fluido espiritual ou magnético, ao qual elas servem de veículo, ou, se quiserem, de reservatório.” [4]
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