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Centro Espírita Léon Denis
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Tema:
Flagelos destruidores.
LE 737 a 741
Expositora: Deise Bianchini
Amambai - MS
21/01/2006
Oração Inicial:
<Deise_Bianchini> Queridos amigos espirituais que acompanham esse trabalho, agradecemos a oportunidade do estudo, da aprendizagem.
Que possamos sempre ter a disposição de aprender, de incorporar os estudos espíritas em nossa vida e assim avançarmos mais um passo de nossa jornada evolutiva.
Exposição:
Boa noite amigos, hoje vamos estudar “Flagelos destruidores”, Lei de Destruição (L.E. cap. VI, perguntas 737 a 741).
Essas perguntas e respostas de "O Livro dos Espíritos" nos falam sobre os mecanismos da Lei da Destruição, que é uma lei natural (LE 728), tendo o fim de fazer a humanidade progredir mais depressa realizando em anos o que levaria séculos para acontecer.
Mas se a destruição é uma lei natural, como a questão de flagelos destruidores está prevista nessa lei? Antes de mais nada, o que são flagelos destruidores? São todos os movimentos naturais que trazem como conseqüência desencarnes coletivos ou que atingem determinadas regiões, modificando profundamente suas estruturas. E qualquer um de nós pode citar inúmeros exemplos recentes.
Vamos observar também, para gravar bem esse ponto, a questão 536:
“536. São devidos a causas fortuitas, ou, ao contrário, têm todos um fim providencial, os grandes fenômenos da Natureza, os que se consideram como perturbação dos elementos?
“Tudo tem uma razão de ser e nada acontece sem a permissão de Deus.”
a) - Objetivam sempre o homem esses fenômenos?
“Às vezes têm, como imediata razão de ser, o homem. Na maioria dos casos,
entretanto, têm por único motivo o restabelecimento do equilíbrio e da harmonia das forças físicas da Natureza.”
b) - Concebemos perfeitamente que a vontade de Deus seja a causa primária, nisto como em tudo; porém, sabendo que os Espíritos exercem ação sobre a matéria e que são os agentes da vontade de Deus, perguntamos se alguns dentre eles não exercerão certa influência sobre os elementos para os agitar, acalmar ou dirigir?
“Mas evidentemente. Nem poderia ser de outro modo. Deus não exerce ação direta
sobre a matéria. Ele encontra agentes dedicados em todos os graus da escala dos mundos.” “
Deus emprega vários meios para o progresso humano, mas os homens, muitas vezes, não tiram proveito disso. Os flagelos, não obstante os males que provocam, são úteis do ponto de vista físico, mudando as condições de uma região e também são provas que dão ao homem ocasião de exercitar sua inteligência e demonstrar paciência e resignação. Muitos flagelos resultam da imprevidência do homem, que com eles adquire experiência para prevenir ou evitar outros. Vamos observar o que nos dizem os espíritos respondendo a Kardec:
” 737. Com que fim fere Deus a Humanidade por meio de flagelos destruidores?
“Para fazê-la progredir mais depressa. Já não dissemos ser a destruição uma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos, que, em cada nova existência, sobem um degrau na escala do aperfeiçoamento? Preciso é que se veja o objetivo, para que os resultados possam ser apreciados. Somente do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem que os qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam. Essas subversões, porém, são freqüentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos.” (744)
738. Para conseguir a melhora da Humanidade, não podia Deus empregar outros meios que não os flagelos destruidores?
“Pode e os emprega todos os dias, pois que deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. O homem, porém, não se aproveita desses meios.
Necessário, portanto, se torna que seja castigado no seu orgulho e que se lhe faça sentir a sua fraqueza.”
a) - Mas, nesses flagelos, tanto sucumbe o homem de bem como o perverso. Será justo isso?
“Durante a vida, o homem tudo refere ao seu corpo; entretanto, de maneira diversa pensa depois da morte. Ora, conforme temos dito, a vida do corpo bem pouca coisa é. Um século no vosso mundo não passa de um relâmpago na eternidade. Logo, nada são os sofrimentos de alguns dias ou de alguns meses, de que tanto vos queixais. Representam um ensino que se vos dá e que vos servirá no futuro. Os Espíritos, que preexistem e sobrevivem a tudo, formam o mundo real (85). Esses os filhos de Deus e o objeto de toda a Sua solicitude. Os corpos são meros disfarces com que eles aparecem no mundo. Por ocasião das grandes calamidades que dizimam os homens, o espetáculo é semelhante ao de um exército cujos soldados, durante a guerra, ficassem com seus uniformes estragados, rotos, ou perdidos. O general se preocupa mais com seus soldados do que com os uniformes deles.”
b) - Mas, nem por isso as vítimas desses flagelos deixam de o ser.
“Se considerásseis a vida qual ela é e quão pouca coisa representa com relação ao infinito, menos importância lhe daríeis. Em outra vida, essas vítimas acharão ampla compensação aos seus sofrimentos, se souberem suportá-los sem murmurar.”
Venha por um flagelo a morte, ou por uma causa comum, ninguém deixa por isso de morrer, desde que haja soado a hora da partida. A única diferença, em caso de flagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo.
Se, pelo pensamento, pudéssemos elevar-nos de maneira a dominar a Humanidade e abrangê-la em seu conjunto, esses tão terríveis flagelos não nos pareceriam mais do que passageiras tempestades no destino do mundo.
739. Têm os flagelos destruidores utilidade, do ponto de vista físico, não obstante os males que ocasionam?
“Têm. Muitas vezes mudam as condições de uma região. Mas, o bem que deles resulta só as gerações vindouras o experimentam.”
740. Não serão os flagelos, igualmente, provas morais para o homem, por colocarem-no a braços com as mais aflitivas necessidades?
“Os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo.”
741. Dado é ao homem conjurar os flagelos que o afligem?
“Em parte, é; não, porém, como geralmente o entendem. Muitos flagelos resultam da imprevidência do homem. À medida que adquire conhecimentos e experiência, ele os vai podendo conjurar, isto é, prevenir, se lhes sabe pesquisar as causas. Contudo, entre os males que afligem a Humanidade, alguns há de caráter geral, que estão nos decretos da Providência e dos quais cada indivíduo recebe, mais ou menos, o contragolpe. A esses nada pode o homem opor, a não ser sua submissão à vontade de Deus. Esses mesmos males, entretanto, ele muitas vezes os agrava pela sua negligência.”
Na primeira linha dos flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, devem ser colocados a peste, a fome, as inundações, as intempéries fatais às produções da terra. Não tem, porém, o homem encontrado na Ciência, nas obras de arte, no aperfeiçoamento da agricultura, nos afolhamentos e nas irrigações, no estudo das condições higiênicas, meios de impedir, ou, quando menos, de atenuar muitos desastres? Certas regiões, outrora assoladas por terríveis flagelos, não estão hoje preservadas deles? Que não fará, portanto, o homem pelo seu bem-estar material, quando souber aproveitar-se de todos os recursos da sua inteligência e quando aos cuidados da sua conservação pessoal, souber aliar o sentimento de verdadeira caridade para com os seus semelhantes? (707) “
Vemos, portanto, um entendimento e uma visão diferentes da do mundo, que enxerga os flagelos como prejuízo apenas, incapaz de ir além dos problemas que afligem o corpo físico. Em "Obras póstumas" no capítulo "questões e problemas - As expiações coletivas", Allan Kardec chama a atenção para as melhoras resultantes das convulsões sociais "o infortúnio é o estimulante que os impele a procurar um remédio para o mal; na erraticidade, refletem, tomam novas resoluções e, quando voltam, fazem coisa melhor. É assim que, de geração em geração, o progresso se efetua."
No mesmo capítulo podemos ler um pouco mais sobre os resgates coletivos: "Podem aplicar-se, sem medo de errar, as leis que regem o indivíduo à família, à nação, às raças, ao conjunto dos habitantes dos mundos, os quais formam individualidades coletivas. Há as faltas do indivíduo, as da família, as da nação; e cada uma, qualquer que seja o seu caráter, se expia em virtude da mesma lei.."
Concluímos, pois, que muitos são os caminhos de Deus para que a humanidade se conduza ao objetivo aspirado, que é o da justiça, extinção dos abusos e moralização das massas.
Será interessante, para ilustrarmos nosso estudo, observarmos o Capítulo 18 do livro “Ação e Reação” - André Luiz, espírito, psicografia Chico Xavier - FEB 1957 – recomendo a leitura integral.
Sobre o atendimento de vários espíritos pode-se dizer, conforme André Luiz no capítulo "Resgates coletivos" do livro "Ação e reação", que existem equipes treinadas para o socorro e auxílio das entidades desencarnadas em situações de resgate coletivo, assim como existem equipes especialmente treinadas na atuação em casas espíritas, em evangelização, e tantas outras atividades. O orientador de André Luiz, Druso, fala: "o trabalho era de natureza especialíssima, requisitando colaboradores rigorosamente treinados".
Na cena aflitiva, as almas se reúnem para quitar as faltas passadas de natureza semelhante. Mas apesar da necessidade de se passar pela mesma prova, os espíritos guardam em cada um sua individualidade com suas dívidas e méritos particulares. Por isso o desencarne, apesar de ser motivado pelo mesmo fato, acontece de forma diferenciada, conforme a situação espiritual de cada um. Há ainda os que estão ávidos de progresso e escolhem vidas penosas para colherem o benefício moral ligado à pena sofrida.
Diante da multiplicidade de casos o auxílio é distribuído indistintamente mas apenas os que possuem condições de se desprenderem do invólucro material é que receberão o auxílio para a libertação imediata. O instrutor mais uma vez nos ensina que "...não podemos esquecer que se o desastre é o mesmo para todos os que tombaram, a morte é diferente para cada um. No momento serão retirados da carne tão-somente aqueles cuja vida interior lhes outorga a imediata liberação. Quanto aos outros, cuja situação presente não lhes favorece o afastamento rápido da armadura física, permanecerão ligados, por mais tempo, aos despojos que lhes dizem respeito." E nos adverte: "O corpo inerte nem sempre significa libertação da alma."
Os companheiros com necessidade de se demorarem mais tempo ligados ao corpo físico no momento do desencarne, no entanto, não estarão sem auxílio.
Quanto ao recebimento desses espíritos no plano espiritual lembramos que um acontecimento dessa magnitude é cuidadosamente planejado pelos espíritos superiores e que as equipes socorristas, conforme já vimos, com treinamento especialíssimo para o assunto, estão plenamente preparadas para o acolhimento de milhares de desencarnados nos pronto-socorros espirituais situados na crosta terrestre ou em colônias espirituais, dependendo, como
dissemos, do mérito espiritual de cada espírito recém-desencarnado.
Interessante consultarmos as referências do tema dentro da Codificação Espírita, mais especificamente em O Livro dos Espíritos, Cap. VI, Parte Terceira - Lei de Destruição; A Gênese Cap. XI, item 36; e Cap. XVIII, item 32-35.
Obrigada amigos pela oportunidade de estudo.
Perguntas/Respostas:
01. <aprendiz_> <> Deise_Bianchini <> pode-se entender que os flagelos, ao mesmo tempo em que são meios de adiantamentos para uns, são também um meio de despertarem nos que estão em derredor o sentimento de caridade?
<Deise_Bianchini> Com certeza aprendiz_, muito bem colocado.
Nos momentos em que vemos situações aflitivas também vemos as pessoas sendo tocadas pelo sentimento de fraternidade e ações belíssimas em prol dos nossos próximos.
02. <JuanMiguel> Já que nos resgates coletivos existem espíritos de diversos patamares de moralidade, podemos dizer que o grande diferencial vai ocorrer após o desencarne, tendo em vista que para cada um a "morte" se apresenta de maneira diferente?
<Deise_Bianchini> Sim, podemos dizer. Muito bem observado.
Haverá mortande em massa, mas como nos disse André Luiz, dependendo dos comprometimentos, nem todos terão desencarne imediato.
Achei muito interessante essa colaboração de André Luiz, e já era uma preocupação de Kardec. Na questão 738 Kardec observa que nesses flagelos sucumbe tanto o homem de bem quanto o perverso. Aí vemos que há um diferencial.
03. <DMASTER> teve no livro de André Luiz não me lembro qual que teve uma parte que ele não poderia participar, que você me conta a respeito.
<Deise_Bianchini> Não sei bem a qual dos livros você se refere, DMASTER, mas André Luiz era um estudioso, podemos dizer um aluno.
<DMASTER> parece que tinha um acidente de avião que ele não poderia participar que era um acidente em massa.
<Deise_Bianchini> E nós como alunos não podemos participar de tudo, mesmo porque, por não termos a visão global do que está acontecendo podemos interferir, mesmo sem o querer, de forma negativa. Até pelo pensamento.
<Deise_Bianchini> Agradecendo aos amigos pela presença e participação e contando com vocês no próximo sábado, onde estaremos estudando um tópico de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Encerraremos nosso estudo com a prece e os debates continuarão no #espiritismo.
Oração Final:
<Lu_Francis> Vamos buscar manter nossos corações unidos, a fim de que as reflexões e o conhecimento que obtivemos possam tomar efeito em nós, nos auxiliando em nossa jornada evolutiva e com essa vontade vamos agradecer à Espiritualidade Amiga o amparo, o apoio e a luz com que nos envolveram.
Que possamos nos manter sempre unidos ao Mestre Jesus, buscando o exercício constante do amor e da fraternidade, que a paz nos envolva agora e sempre.
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