Estudando o Espiritismo

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sábado, 10 de abril de 2021

Cárita - Quem foi?

 https://www.diariodetaubateregiao.com.br/dt/coluna-espirita-um-apelo-de-carita/#:~:text=C%C3%A1rita%20%C3%A9%20o%20pseud%C3%B4nimo%20de,%E2%80%9C%E2%80%A6


 Maroísa Baio – Limeira/SP

No final de 1865, uma epidemia de cólera, em Paris, agravou os rigores do inverno. Em benefício dos pobres da cidade de Lyon e das vítimas dessa doença bacteriana que causa diarreia grave e desidratação, normalmente transmitida pela água, Kardec promoveu uma campanha para arrecadar fundos e distribuir aos necessitados. Ele citou um breve relato das medidas tomadas pelas autoridades:

“Sem dúvida, jamais a solicitude da autoridade se mostrou mais inteligente e mais previdente do que nesta última invasão do flagelo, em relação aos atingidos; prontidão e sábia distribuição dos socorros médicos e outros, nada faltou no caso. É uma justiça que cada um se apraz em lhe render. Assim, graças às medidas tomadas, sua devastação foi rapidamente circunscrita; mas deixa após si traços cruéis de sua passagem nas famílias pobres, e os mais lastimáveis não são os que sucumbem. É aí sobretudo que se faz necessária a caridade particular.”

Nessa mesma ocasião, Kardec recebeu uma correspondência de Lyon na qual seu remetente dizia:

“O Espiritismo, o grande traço de união entre todos os ¬ filhos de Deus, nos abriu um horizonte tão largo, que podemos olhar de um a outro ponto todos os corações esparsos, que as circunstâncias colocaram no oriente e no ocidente, e os ver vibrar a um só apelo de Cárita…”

A carta trazia uma comunicação ditada pelo Espírito Cárita, cuja missão é estimular a beneficência em socorro do infortúnio. Cárita é o pseudônimo de uma mártir cristã, Santa Irene, martirizada em Roma, no ano 300 d.C., por ordem do Imperador Deocleciano. Nessa mensagem, cujo título é “Abri-me”, publicada na RE de dezembro de 1865, ela convida todos a abrir o coração ao sofrimento alheio:

“… Fiz uma longa caminhada através da região da miséria e volto, com o coração semimorto, as espáduas vergadas ao fardo de todas as dores. Abri-me bem depressa, meus amados, vós que sabeis que quando a caridade bate à vossa porta é que encontrou muitos infelizes em seu caminho. Abri o vosso coração para receber minhas confidências; abri a vossa bolsa para enxugar as lágrimas dos meus protegidos e escutai-me com essa emoção que a dor faz subir de vossa alma aos lábios.”

Ela relata os sofredores que foi encontrando pelo caminho: velhos abandonados, mães aflitas com filhos famintos, pais desempregados, corações revoltados e o pior de todos os males, o materialismo.

“… eu vos peço, tende para os meus pobres um pensamento, uma palavra, uma suave lembrança, a fim de que à noite, à hora da prece, eles não adormeçam sem agradecer a Deus, porque vós lhe sorristes de longe. Sabeis que os pobres são a pedra de toque que Deus envia à Terra para experimentar vossos corações. Não os repilais, a ¬ m de que um dia, quando tiverdes transposto o sólio que conduz ao espaço, Deus vos reconheça por corações de sua aliança e vos admita na morada dos eleitos!”

Em 1862, por ocasião de uma campanha efetivada por Kardec em favor dos operários de Lyon, ela se manifestou trazendo palavras enternecedoras aos colaboradores. Essas mensagens foram publicadas na RE de fevereiro daquele ano.

Essa benfeitora espiritual é a autora da conhecida Prece de Cáritas, ditada na véspera do Natal de dezembro de 1873, pela médium francesa, Sra. Watteville Krell, contemporânea a Kardec.

Ouçamos o apelo dessa meiga amiga espiritual, abrindo nossos corações a Jesus, estendendo nosso afeto e nossa atenção aos necessitados que Ele sempre nos envia, não apenas no Natal, mas em todos os momentos de nossa vida!

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