Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 4 de setembro de 2017

A FAMÍLIA E AS DROGAS

A FAMÍLIA E AS DROGAS

por Eurípedes Kühl
Origem dos agrupamentos familiares


A família é uma instituição divina. Sob supervisão de Espíritos moralmente elevados, formam-se, ainda no plano espiritual, os agrupamentos familiares.

Para a elaboração das coordenadas da futura família terrestre, aqueles protetores espirituais, quase sempre, convocam os Espíritos que irão compô-la, a breve tempo de reencarnação.

Embora uma que outra família tenha a união com base em laços de amor, visando à realização terrena de tarefas missionárias, a benefício da Humanidade, na maioria as uniões familiares se dão por fortes elos de ódio, justamente para que tais elos se dissipem.

Geralmente, na família estão parentes da segunda vertente. Eis o que a respeito leciona o Espírito Emmanuel, na questão 175 de O Consolador (Ed. FEB, Rio de Janeiro/RJ): "Purificadas as afeições, acima dos laços do sangue, o sagrado instituto da família se perpetua no Infinito, através dos laços imperecíveis do Espírito."

Dessa forma, o consórcio familiar resulta de acordos realizados ainda na Espiritualidade, não raro sob supervisão de mentores, nada obstando que exista também aquele cujo compromisso é assumido pelo livre-arbítrio dos que irão vivenciá-lo.(1)



Amor ou ódio entre familiares



A questão 939 de O Livro dos Espíritos comenta o caso das uniões que começam com amor e terminam em ódio.

Kardec sugere a existência de dois tipos de afeições: as do corpo e as do espírito. As primeiras acabam em desilusão. As segundas, perpetuam-se.

Ainda Kardec, em O Evangelho segundo o Espiritismo, no capítulo XIV, registra que os laços de sangue não estabelecem, necessariamente, os laços do Espírito: se numa família encarnam Espíritos simpáticos, quase sempre, o contrário pode ocorrer e aí, somente o Espiritismo poderá iluminar essa complicada questão, através dos postulados da reencarnação (vidas sucessivas).

Emmanuel, em Vida e Sexo, capítulo 13 (Ed. FEB), alerta para o cuidado que dois seres que se uniram devem ter quando entre eles surge alguém: quase sempre é o passado retornando...

E no capítulo 15, falando sobre “Desvinculações", reflete que quando dois seres que se amam cometem enganos e erros, em vidas futuras podem voltar na posição de pais e filhos e é aí que, no enternecimento do lar, a ternura vivenciada asserenará tais almas e purificará esse amor. Não é raro verificar-se nos lares que os pequeninos, com amnésia natural da infância, logo demonstram inclinações descontroladas, pelo pai ou pela mãe – meninos, pela mãe; meninas, pelo pai.

Esses reencontros não acontecem em todos os lares, adverte aquele Instrutor Espiritual, mas onde surgem caracterizam sempre uma oportunidade de desvinculação.

Interessante registrar que Sigmund Freud (1856-1939), o "Pai da Psicanálise", analisando tais ocorrências (vinculações entre filhos e pais), estabeleceu o chamado Complexo de Édipo (maior atração do filho pela mãe, do que pelo pai). Curioso que Freud nada registrasse sobre a recíproca: meninas que demonstram maior apego ao pai. Disso incumbiu-se Carl Gustav Jung (1875-1961), aluno de Freud, que interpôs o Complexo de Electraao deÉdipo, referindo-se mais a mulheres que, sentindo a perda de uma relação infantil com o pai, não conseguem preencher o vazio emocional deixado por essa perda, passando a isolar-se e a ter dificuldades nos relacionamentos amorosos.

Ambos os notáveis cientistas, para tanto, socorreram-se da mitologia grega, mas deixaram descoloridos esses preciosos estudos ao deles excluir (por força do cientificismo oficial reinante?) os postulados da reencarnação - que conheciam -, cuja irretorquível lógica os explicita.

No caso da desagregação familiar, atualmente de forma avassaladora, não se pode debilitá-lo apenas às injunções modernas (pais no trabalho, f1lhos criados por babás, programas televisivos inconvenientes, o "cativeiro" da Internet, etc.). Se em seu bojo a modernidade impõe desenfreado consumismo, com os filhos querendo ficar "na moda", para tanto obrigando os pais a trabalharem mais, a resultante será diminuição do tempo deles (os pais) junto à família. Não satisfeitas as exigências dos f1lhos, eles e os pais logo serão visitados por frustrações, angústias, estresse, tudo desembocando em perigosa depressão. Aí...



Drogas



- Por que alguém vai às drogas?

R: Busca de novas sensações. Desconhecimento da finalidade da vida. Estimulante físico e mental (vestibulandos, motoristas, jogadores, artistas, atletas).

- Por que a maioria dos viciados é jovem?

R: Jovens são mais ávidos de "novidades" (no caso, por curiosidade). Por rebeldia. Busca de auto-afirmação, às vezes não encontrada no lar, onde se sentem rejeitados.

- Qual o primeiro passo para o vício? O álcool?

R: Sim. Em geral, é o álcool. Nas "festinhas familiares", comemorando-se o "primeiro aninho" do filho, quase sempre os pais molham a chupeta dele, na cerveja ou no uísque, para que "a criança não fique com vontade ... ".

- Qual seria o segundo passo? O cigarro?

R: O cigarro! Em 100% dos casos, por imitação. Ou dos pais, ou dos colegas, ou dos astros de filmes e televisão, etc. O tabagismo não se dá por curiosidade, mas sim é fruto de indução.

- Então os filhos podem ir ao vício, a partir do exemplo dos pais?

R: Certamente. Pai e mãe, tensos ou felizes, fumando e bebendo, em suas frustrações ou nos seus sucessos, não será de se espantarem quando o filho, ao crescer, fizer o mesmo, pois eles próprios foram os avalistas disso. Nunca se deve esquecer que o pai e a mãe são "os primeiros heróis" de toda criança, pela ascendência moral que Deus lhes confia na criação filial.

- Há possibilidade de algum tóxico causar benefícios físicos?

R: De um modo geral, por enquanto, raramente. A morfina, que na verdade se origina do ópio, é utilizada por pacientes em estado terminal, para aliviar-lhes dores atrozes, se for o caso; por outro lado, utilizada na busca de euforia, geralmente leva o viciado a desordens físicas e intelectuais, anulando-lhe vontade e moral.

Estudos modernos tendem à utilização da maconha em pacientes com patologias cerebrais.

Mas, por enquanto, essas são notas pequenas, ante tudo o que há na natureza, sempre com alguma finalidade. As plantas das quais são extraídas as drogas talvez se prestem a alguma finalidade específica medicinal, hoje ainda desconhecida.

- Há sempre danos físicos resultantes da toxicomania?

R: Sempre. E terríveis: cativeiro orgânico e moral (dependência) de difícil libertação. Decadência da saúde, até à morte. Verdadeiro "suicídio indireto".(2)

Aliás, drogas legais (álcool e cigarro), aliadas ou não às drogas ilegais (maconha, cocaína, crack, heroína), bem como às sintéticas (LSD, ecstasy, etc.) constituem um verdadeiro "kit suicídio", ao qual, via de regra, não faltam o sexo promíscuo e o crime.

- Há danos espirituais?

a. No Perispírito: Liberação do subconsciente, com lembranças distorcidas do passado; a fixação do vício resultará em danos nas estruturas sutis, pelo que, nas próximas reencarnações, a pessoa nascerá com problemas inatos.

b. Vampirização: O Espírito André Luiz, em Nos Domínios da Mediunidade, cap. 15 (Ed. FEB), relata como, junto a fumantes e bebedores inveterados, criaturas desencarnadas sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelos pulmões que as expulsavam; outras, aspiravam o hálito de alcoólatras impenitentes.

A propósito dessa informação de A. Luiz, vejamos O Livro dos Espíritos:

Questão 459: Estamos constantemente sob influência espiritual;

Questão 474: Subjugação de um Espírito sobre um encarnado, por sua fraqueza;

Questão 475: Para afastar esse domínio: Vontade firme.

Questão 492: Todos na Terra - do nascimento à morte - têm um Espírito Protetor (Anjo de Guarda).

c. Destruição da defesa espiritual: Em Missionários da Luz, capítulo 17 (Ed. FEB), o Espírito A. Luiz proclama: "(...) o homem encarnado possui na aura um campo espiritual de defesa (...) qual couraça vibratória (...) espécie de carapaça fluídica."

Na revista REFORMADOR (outubro de 1997), da FEB, há artigo sobre o tabagismo, expondo como essa tela se rompe, formando buracos, por onde penetram energias bastardas.

De nossa parte, talvez nos seja lícito imaginar que o mesmo há de ocorrer com os demais vícios, ou ante a prática da crueldade, suicídio, aborto, hipocondria e na eutanásia.



Prevenção à toxicomania



De longe, em primeiríssimo lugar, compete aos pais  prevenir, proporcionando aos filhos:

- exemplos dignificantes no lar;

- educação moral, à luz do Evangelho, enaltecendo od valores do Espírito;

- transparência total no lar: pais tratando o problema de frente, mostrando ao filho todas as injunções sociais, morais, físicas e espirituais; do contrário, o jovem se apropriará de verdades distorcidas, nas ruas, juntamente com o sentimento de que os pais tentaram enganá-lo...;

- atendimento ao filho apenas nos desejos compatíveis com a condição social da família, sem descuidar da responsabilidade decorrente;

- acompanhamento das mudanças de atitude (ao final, relacionamos algumas);

- acompanhamento carinhoso, mas vigilante, da vida escolar e social do filho;

- realização do momento de preces no lar, com leitura e comentários do Evangelho (reunião semanal, no mínimo, em dia e hora predeterminados).



Libertação do vício



Sóocorrerá pelo próprio dependente: através da Vontade!

E não estamos radicalizando: sem o impulso libertador, "de dentro para fora", poderá ocorrer impedimento à droga (por reclusão, internação compulsória em clínica, etc.) mas não repulsão a ela, que é o desejável, porque definitivo.

A vontade é bênção divina, inerente a todos os seres. No caso do viciado, não há alternativa: somente sua vontade poderá libertá-lo; assim sendo, compete à família, aos amigos, à pessoa que o ama, despertar-lhe essa sublime força - que ele tem -, mas que está momentaneamente eclipsada. Uma forma será orar por ele. Outra será convidá-lo à reforma moral, mas de forma branda e sincera: engajando-o em atividades assistenciais, e, em paralelo, convidando-o a freqüentar o Centro Espírita, para assistir a palestras evangélicas, receber passes, etc.

Recordando o Apóstolo Pedro, em sua 1ª Epístola (4:8): "Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados."

Ajuda externa: é indispensável. Quem ajudar ao viciado terá que ser alguém que forme com ele um quadro de fraternidade incondicional. Ele é um doente. Precisa de cura.

Aqui, vale lembrar Jesus: "Os sãos não precisam de médico" (Lucas, 5:31).

- Se o vício já irrompeu no lar, a família deve tratar o problema com compreensão e muito diálogo, mais muito mesmo! Castigos, de qualquer espécie, só afastarão mais e mais o filho, que se sentindo desprezado pelos seus, irá buscar reconforto em companhias outras. Geralmente, outros viciados ...

- Ainda nessa hipótese (do filho já estar viciado), se possível, afastá-lo do convívio social a que se prendeu, até mesmo levando-o a tratamento médico. Mais do que nunca, aplicar-lhe o melhor de todos os antídotos contra qualquer vício ou desvio comportamental:



A Evangelhoterapia!



Alguns sintomas de pessoas viciadas:

Mudança de humor; inapetência (falta de apetite); rir perdidamente de coisas sem graça; desleixo pessoal; falta de interesse sexual;

olhar vago; reações lentas; ler livros referentes a tóxicos; dilatação de pupilas e olheiras;

vermelhidão no branco dos olhos (uso constante de óculos escuros);

sinais de Picadas (escondê-las, usando camisa de manga comprida);

manchas e feridas que não param de coçar; irritação sem motivo; depressão - angústia sem motivo;

queda do rendimento escolar (pior: desistência dos estudos);

isolamento - ouvir músicas em altíssimo volume;

presença de seringas, comprimidos e cigarros estranhos no quarto; companhias suspeitas;

desaparecimento de valores do lar; etc..



Deve considerar-se que a presença dos sintomas acima não significa, necessariamente, que a pessoa é toxicômana. Algumas das condições da vida moderna podem fazer com que um ou alguns desses sintomas estejam presentes em não-viciados.

Via de regra, o que caracteriza a toxicomania é o surgimento de sintomas múltiplos, sem causa aparente que o justifique .



(1) Em "Estudando a Mediunidade" (cap. XVIII, Ed. FEB), Martins Peralva comenta sobre os cinco tipos de casamentos (acidentais, provacionais, sacrificiais, afins, transcendentes). Vale a pena conhecer tais comentários, que são desdobramento das informações prestadas pelo Espírito André Luiz, no cap. 14 de Nos Domínios da Mediunidade, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier (Ed. FEB).

(2) Suicídio moral, segundo a questão 952 de O Livro dos Espíritos.



Fonte: revista Reformador, da FEB, de junho de 2001

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