Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A Reencarnação




A prova da existência e a descrição dos mecanismos que regem a reencarnação são, sem sombra de dúvida, das mais controvertidas das revelações trazidas pela Doutrina Espírita.

A idéia de reencarnação é antiguíssima, fazendo parte dos mais antigos textos sagrados da humanidade e crença comum de muitas culturas, especialmente as orientais. 

Há milhares de anos ninguém tem dúvida de sua existência, sejam hindus, budistas, judeus e, sim, até cristãos, embora os exegetas modernos insistam em afirmar que a reencarnação não faz parte do cristianismo, afirmação que se constitui em um ledo engano, pois que bastante demonstrado no novo testamento, como adiante veremos com a descrição minuciosa da reencarnação do profeta Elias, o mais evidente exemplo da doutrina da reencarnação presente no Evangelho.

O fato é que, inobstante as repressões religiosas, recentes pesquisas independentes feitas pela Federação Espírita Brasileira, e confirmadas pelos dados colhidos também pela igreja católica e pela igreja evangélica, como pudemos verificar em pesquisa feita pela grande rede, cerca de 40% dos brasileiros, independentemente da religião que professam, afirmam acreditar na reencarnação, outros 19% dizem ter dúvidas a seu respeito.

Estes dados possuem grande importância, principalmente quando sabemos que a maior religião reencarnacionista no Brasil é o Espiritismo, que segundo o último censo conta com cerca de 5 milhões de adeptos, apenas 3% da população brasileira. 

Temos, portando, a impressionante cifra de 75 milhões de brasileiros, dos quais apenas 5 milhões são espíritas, declarando não ter dúvidas de que a reencarnação é um fato real.

No parágrafo anterior dissemos que o número de brasileiros que acreditam na reencarnação é impressionante, mas para ser sincero não nos impressiona em nada esta informação. A reencarnação é mecanismo divino de progresso do espírito imortal, está inscrita em nossas consciências e expressa de forma magnânima e equânime a justiça de Deus que, sempre infalível, dá a cada um segundo as suas obras.

Chico Xavier, o maior médium espírita de todos os tempos, disse certa vez que “-Perdoem-me as outras religiões, mas em não existindo a reencarnação fica difícil crer no próprio Deus”.

De fato, partindo do princípio de que Deus é justo e que ama a todos os seus filhos de forma igual, como justificar as diferenças que vemos no dia-a-dia? E não nos referimos apenas a diferenças sociais, mas principalmente ao grande número de seres humanos que desde o nascimento trazem graves problemas de saúde, nascem deformados, com problemas mentais, etc. Como se justifica o igualitário amor de Deus para conosco com estas aparentes injustiças? Somente o princípio da multiplicidade das existências traz a chave para a compreensão destes fatos, nos mostrando que não existem privilégios nem castigos nos mecanismos da Justiça Divina, mas tão somente a inflexível lei da causa e efeito, a determinar que cada um colhe aquilo que semeou, seja na presente, seja numa próxima existência terrestre.

E a reencarnação está presente na Bíblia? Falamos anteriormente que sim, e, mesmo considerando que as palavras da Bíblia podem ter um sem número de interpretações, servindo para justificar os interesses de quem a examina, apontamos e transcrevemos as seguintes passagens bíblicas, todas do Novo Testamento e referentes a João Batista, que a nosso ver não deixam dúvidas quanto à existência da reencarnação.

A primeira delas está em Mateus, Capítulo 17, no qual é descrito o episódio da transfiguração de Jesus:

1. Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, os irmãos Tiago e João, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. 2. E se transfigurou diante deles: o seu rosto brilhou como o sol, e as suas roupas ficaram brancas como a luz. 3. Nisso lhes apareceram Moisés e Elias, conversando com Jesus. 4. Então Pedro tomou a palavra, e disse a Jesus: "Senhor, é bom ficarmos aqui. Se queres, vou fazer aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias."

Notem que Jesus encontrou-se no alto da montanha com Moisés, que já havia morrido há muito tempo, logo só poderia tê-lo encontrado em espírito; e também com Elias, igualmente em espírito, embora alguns exegetas da Bíblia afirmem que Elias não morrera.

Mais adiante, no mesmo capítulo, os discípulos se mostram surpresos pelo fato de Cristo estar entre eles e, ao contrário do que previam as escrituras, Elias não tê-lo precedido, ao que Jesus explica:

10. Os discípulos de Jesus lhe perguntaram: "O que querem dizer os doutores da Lei, quando falam que Elias deve vir antes?" 11. Jesus respondeu: "Elias vem para colocar tudo em ordem. 12. Mas eu digo a vocês: Elias já veio, e eles não o reconheceram. Fizeram com ele tudo o que quiseram. E o Filho do Homem será maltratado por eles do mesmo modo."

13. Então os discípulos compreenderam que Jesus falava de João Batista.

Jesus Cristo fala, de forma clara e incontestável, que João Batista era Elias que havia de vir antes de Cristo, mas que não fora reconhecido. A conclusão lógica é apenas uma: João Batista era Elias reencarnado.

Não bastasse esta citação do Evangelho, temos ainda em Mateus, Capítulo 11, versículos 10, 14 e 15:

10. É de João que a Escritura diz: ´Eis que eu envio o meu mensageiro à tua frente; ele vai preparar o teu caminho diante de ti´. 14. E se vocês o quiserem aceitar, João é Elias que devia vir. 15. Quem tem ouvidos, ouça."

Jesus, sabendo que suas palavras não seriam totalmente compreendidas, termina sua citação dizendo “-Quem tem ouvidos ouça”, ou seja, quem tiver capacidade de compreender e humildade para refletir, sem idéias pré-concebidas, compreenderá.

Não bastassem todos estes fatos bastante elucidativos sobre a reencarnação de Elias, temos ainda em Lucas, capítulo 1, quando o anjo aparece ao sacerdote Zacarias, pai de João Batista:

11. Então apareceu a Zacarias um anjo do Senhor. Estava de pé, à direita do altar do incenso. 12. Ao vê−lo, Zacarias ficou perturbado e cheio de medo. 13. Mas o anjo disse: "Não tenha medo, Zacarias! Deus ouviu o seu pedido, e a sua esposa Isabel vai ter um filho, e você lhe dará o nome de João. 14. Você ficará alegre e feliz, e muita gente se alegrará com o nascimento do menino, 15. porque ele vai ser grande diante do Senhor. Ele não beberá vinho, nem bebida fermentada e, desde o ventre materno, ficará cheio do Espírito Santo. 16. Ele reconduzirá muitos do povo de Israel ao Senhor seu Deus. 17. Caminhará à frente deles, com o espírito e o poder de Elias, a fim de converter os corações dos pais aos filhos e os rebeldes à sabedoria dos justos, preparando para o Senhor um povo bem disposto."

O anjo afirma categoricamente que João, com o espírito e pode Elias, irá preparar os caminhos do Senhor. Sei que existem outras explicações para as passagens que apontem, mas nenhuma que conheço faz mais sentido que a confirmação irrefutável da existência da reencarnação.

Finalizo este estudo parodiando as palavras de Chico Xavier: que me perdoem as outras religiões, mas para mim não há dúvidas quanto à reencarnação do profeta Elias como João Batista, sendo este o Elias que havia de vir, na forma profetizada pelos antigos.

Temos ainda outras passagens, tanto do Antigo como do Novo Testamento, que atestam a existência da reencarnação, mas o espaço desta coluna não seria suficiente e nem adequado para abranger a todos elas.

Sugerimos, com o fim de aumentar seus conhecimentos sobre a reencarnação no mundo cristão, a leitura do livro: “A Reencarnação Segundo a Bíblia e A Ciência”, livro não-espírita de autoria de José Reis Chaves, que estudou para padre Redentorista e formou-se professor de Português e Literatura na PUC-Minas, tendo exercido, por vários anos, o magistério na área de licenciatura e de Geografia, História e Latim.

Que Deus nos abençoe e até a próxima coluna!

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