Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal
1.
A prova da existência de Deus temo-la neste axioma: Não há efeito sem causa.
a) Provas da existência de Deus
Sendo Deus a prova primária de todas as coisas, a origem de tudo o que existe, a base sobre que repousa o edifício da criação, é também o ponto que importa considerarmos, antes de tudo.
Vemos, constantemente, uma imensidade de efeitos, cuja causa não está na humanidade, pois a humanidade é impotente para produzi-los, ou, sequer, para os explicar. A causa está acima da humanidade. É a essa causa que se chama Deus, Jeová, Alá, Fo-Hi, Grande Espírito, etc.
Outro princípio igualmente elementar e que, de tão verdadeiro, passou a axioma, é o de que todo o efeito inteligente tem de decorrer de uma causa inteligente.
Os efeitos referidos acima não se produzem ao acaso, fortuitamente e em desordem. Desde a organização do mais pequenino insecto e da mais insignificante semente até à lei que rege os mundos que circulam no espaço, tudo atesta uma ideia directora, uma combinação, uma providência, um equilíbrio, que ultrapassam todas as combinações humanas. A causa é, pois, soberanamente inteligente.
A um pobre beduíno, ignorante, que orava muito a Deus, alguém perguntou como poderia acreditar nele.
- Pelas suas obras, disse. E explicou:
- Não conheces a origem de uma jóia pelo sinete do joalheiro? Não sabes de quem é uma carta, pela letra do envelope? Não afirmas que um camelo, e não um cão passou pela estrada, olhando simplesmente o rasto deixado pelo animal? Assim também eu sei que Deus existe pelas suas obras.
- Como? Explique melhor.
- É muito fácil. As estrelas do céu não são obra dos homens, que lá não poderiam tê-las colocado. Logo, só podem ser obra de Deus, e, portanto, ele existe.
Com respeito ao conceito de Deus segundo o espiritismo, sabendo-se que limitar Deus a uma definição é impossível, a doutrina espírita procura partir de dados racionais, para não cair no terreno das ideias imaginárias e místicas, que tornam ininteligíveis os princípios e as causas. Daí a importância de estudarmos os atributos da Divindade, como adiante veremos, a fim de compreendermos racionalmente o assunto.
Allan Kardec, em «O Livro dos Espíritos», na primeira pergunta, propõe uma questão aos espíritos sobre a Divindade, de forma lógica; não usa a forma Quem é Deus?, que daria um sentido de personificação, ou seja, uma ideia antropomórfica, mas busca a natureza íntima, a essência das coisas, formulando a proposição desta forma – Que é Deus? Ao que os espíritos, sabiamente, respondem:
“Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”.
Achando-nos numa região habitada exclusivamente por povos chamados selvagens, se descobrirmos uma estátua digna de Fídias não hesitaremos em dizer que, sendo incapazes de tê-la feito os selvagens, ela é obra de uma inteligência superior à destes.
Pois bem, lançando um olhar em torno de si, sobre as obras da natureza, reconhece o observador não haver nenhuma que não ultrapasse os limites da mais portentosa inteligência humana. Ora, visto que o homem não as pode produzir, é porque elas são produto de uma inteligência superior à humanidade, a menos que se sustente que há efeito sem causa.
A isto opõem alguns o seguinte raciocínio: as obras ditas da natureza são produzidas por forças materiais, que actuam mecanicamente, em virtude das leis de atracção e repulsão; as moléculas dos corpos inertes agregam-se e desagregam-se sob o império dessas leis. As plantas nascem, brotam, crescem e multiplicam-se sempre da mesma maneira, cada uma na sua espécie, por efeito daquelas mesmas leis; cada corpo assemelha-se aos corpos que o originaram; o crescimento, a floração, a frutificação, a coloração acham-se subordinados a causas materiais, tais como o calor, a electricidade, a luz, a humidade, etc. O mesmo se dá com os animais. Os astros formam-se pela atracção molecular e movem-se perpetuamente nas suas órbitas por efeito da gravitação. Essa regularidade mecânica no emprego das forças naturais não acusa a acção de qualquer inteligência livre. O homem movimenta o braço quando quer e como quer; aquele, porém, que o movimentasse no mesmo sentido, desde o nascimento até à morte, seria um autómato. Ora, as forças orgânicas da natureza são puramente automáticas.
Tudo isso é verdade, mas essas forças são efeitos, que hão-de ter uma causa, e ninguém pretende afirmar que elas constituem a Divindade. Elas são materiais e mecânicas; não são, por si mesmas, inteligentes, também isso é verdade; mas são postas em acção, distribuídas, apropriadas às necessidades de cada coisa, por uma inteligência que não é a dos homens. A aplicação útil dessas forças é um efeito inteligente, que denota uma causa inteligente.
A existência do relógio atesta a existência do relojoeiro; o engenho do mecanismo atesta-lhe a inteligência e o saber. Quando um relógio nos dá o momento preciso, a indicação de que necessitamos, já nos ocorreu dizer: "Aí está um relógio bem inteligente"?
Outro tanto ocorre com o mecanismo do Universo. Deus não se mostra, mas revela-se pelas suas obras.
A existência de Deus é, pois, uma realidade, comprovada não só pela revelação como pela evidência dos fatos. Os povos selvagens nenhuma revelação tiveram; no entanto, crêem, instintivamente, na existência de um poder sobre-humano.
O sentimento instintivo que todos os homens têm da existência de Deus é também uma prova de que ele existe e uma consequência do princípio de que não há efeito sem causa. Esse sentimento não é fruto de uma educação, resultado de ideias adquiridas, pois ele é universal, encontra-se mesmo entre os selvagens, a quem nenhum ensino foi ministrado a respeito.
Questionam alguns se a causa primária da formação das coisas não estaria nas propriedades íntimas da matéria. Porém, é indispensável sempre uma causa primária, e atribuí-la a essas propriedades seria tomar o efeito pela causa, já que tais propriedades são também um efeito.
Alguns atribuem a formação primária a uma combinação fortuita da matéria, isto é, ao acaso. Isto constitui um absurdo, uma insensatez, pois o acaso é cego e não pode produzir os efeitos que a inteligência produz. Um acaso inteligente já não seria um acaso. E, além disso, o que é o acaso? Nada. E o nada não existe.
“Há um provérbio que diz: Pela obra se conhece o autor! Vede a obra, e procurai o autor (....). O homem orgulhoso nada admite acima de si.” Procurando a obra primária do Universo, reconhece-se no seu autor uma inteligência suprema, uma inteligência superior à humanidade. Seja qual for o nome que lhe dêem, essa inteligência superior é a causa primária de todas as coisas. Para crer-se em Deus basta lançar o olhar para as obras da criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo o efeito tem uma causa, e adiantar que o nada pode fazer alguma coisa.
Se Deus está em toda parte, porque não o vemos? Vê-lo-emos quando deixarmos a Terra? Tais perguntas formulam-se todos os dias.
À primeira é fácil responder: por serem limitadas as percepções dos nossos órgãos vitais, elas os tornam inaptos à visão de certas coisas, mesmo materiais.
Os nossos órgãos materiais não podem perceber as coisas de essência espiritual. Unicamente com a visão espiritual é que podemos ver os espíritos e as coisas do mundo imaterial. Somente a nossa alma, portanto, pode ter a percepção de Deus. Dar-se-á que ela o veja logo após a morte?
As comunicações com os espíritos nos dizem que a visão de Deus constitui prerrogativa das mais purificadas almas, e que bem poucas, ao deixarem o envoltório terrestre, se encontram no grau de desmaterialização necessário a tal efeito.
Uma pessoa que se ache no fundo de um vale, envolvida por densa bruma, não vê o Sol. No entanto, pela luz difusa, percebe que há sol. Se entra a subir a montanha, à medida que for ascendendo o nevoeiro ir-se-á tornando mais claro, a luz cada vez mais viva. Contudo, ainda não verá o Sol. Só depois de se achar elevado acima da camada brumosa, e de ter chegado a um ponto onde o ar esteja perfeitamente límpido, ela o contempla em todo o seu esplendor.
O mesmo se dá com a alma. O envoltório perispíritico, conquanto nos seja invisível e impalpável é, em relação a ela, verdadeira matéria, ainda grosseira de mais para certas percepções. Ele, porém, se espiritualiza, à medida que a alma se eleva em moralidade. As imperfeições da alma são quais camadas nevoentas, que lhe obscurecem a visão.
Nenhum homem, por conseguinte, pode ver Deus com os olhos da carne. Se essa graça fosse concedida a alguns só seria no estado de êxtase. Tal possibilidade, aliás, exclusivamente pertenceria a almas de eleição, encarnadas em missão, não em expiação. Mas como os espíritos da mais elevada categoria têm ofuscante brilho, pode dar-se que espíritos menos elevados, encarnados ou desencarnados, maravilhados com o esplendor de que aqueles se mostram cercados, suponham estar vendo o próprio Deus.
Do livro "Onde Está Deus?", do poeta espírita José Soares Cardoso, extraímos a poesia abaixo, que reflecte a percepção do poeta no sentir a Divindade.
ONDE ESTÁ DEUS?
"Onde está Deus?", pergunta o cientista,
Ninguém O viu jamais. "Quem Ele é?".
Responde à pressa, o materialista:
"Deus é somente uma invenção da fé!".
Ninguém O viu jamais. "Quem Ele é?".
Responde à pressa, o materialista:
"Deus é somente uma invenção da fé!".
O pensador dirá, sensatamente:
"Não vejo Deus, mas sinto que Ele existe!
A natureza mostra claramente
Em que o poder do Criador consiste".
"Não vejo Deus, mas sinto que Ele existe!
A natureza mostra claramente
Em que o poder do Criador consiste".
Mas o poeta dirá, com a segurança
De quem afirma porque tem a certeza:
"Eu vejo Deus no riso da criança,
No céu, no mar, na luz da natureza!
De quem afirma porque tem a certeza:
"Eu vejo Deus no riso da criança,
No céu, no mar, na luz da natureza!
Contemplo Deus brilhando nas estrelas,
No olhar das mães fitando os filhos seus,
Nas noites de luar claras e belas,
Que em tudo pulsa o coração de Deus!
No olhar das mães fitando os filhos seus,
Nas noites de luar claras e belas,
Que em tudo pulsa o coração de Deus!
Eu vejo Deus nas flores e nos prados,
Nos astros a rolar no infinito,
Escuto Deus na voz dos namorados,
E sinto Deus na lágrima do aflito!
Nos astros a rolar no infinito,
Escuto Deus na voz dos namorados,
E sinto Deus na lágrima do aflito!
Percebo Deus na frase que perdoa,
Contemplo Deus na mão que acaricia.
Escuto Deus na criatura boa
E sinto Deus na paz e na alegria!
Contemplo Deus na mão que acaricia.
Escuto Deus na criatura boa
E sinto Deus na paz e na alegria!
Eu vejo Deus no médico salvando,
Pressinto Deus na dor que nos irmana.
Descubro Deus no sábio procurando
Compreender a natureza humana!
Pressinto Deus na dor que nos irmana.
Descubro Deus no sábio procurando
Compreender a natureza humana!
Eu vejo Deus no gesto da bondade,
Escuto Deus nos cânticos do crente.
Percebo Deus no sol, na liberdade,
E vejo Deus na planta e na semente!
Escuto Deus nos cânticos do crente.
Percebo Deus no sol, na liberdade,
E vejo Deus na planta e na semente!
Eu vejo Deus, enfim, em toda parte,
Que tudo fala dos poderes teus,
Descubro Deus nas expressões da arte,
No amor dos homens também sinto Deus!
Que tudo fala dos poderes teus,
Descubro Deus nas expressões da arte,
No amor dos homens também sinto Deus!
Mas onde eu sinto Deus com mais beleza,
Na sua mais sublime vibração,
Não é no coração da natureza,
É dentro do meu próprio coração!". (5)
Na sua mais sublime vibração,
Não é no coração da natureza,
É dentro do meu próprio coração!". (5)
b) Atributos da Divindade
Não é dado ao homem sondar a natureza íntima de Deus. Para compreendê-lo, ainda nos falta um sentido próprio, que só se adquire por meio da completa depuração do espírito.
Mas se não pode penetrar na essência de Deus, o homem, desde que aceite como premissa a sua existência, pode, pelo raciocínio, chegar a conhecer-lhe os atributos necessários, porquanto, vendo o que ele absolutamente não pode ser, sem deixar de ser Deus, deduz daí o que ele deve ser.
Sem o conhecimento dos atributos de Deus, impossível seria compreender-se a obra da criação. Esse o ponto de partida de todas as crenças religiosas. E é por não se terem reportado a isso, como o farol capaz de as orientar, que a maioria das religiões errou, cristalizando nos seus dogmas. As que não atribuíram a Deus a omnipotência, imaginaram muitos deuses; as que não lhe atribuíram soberana bondade, fizeram dele um Deus cioso, colérico, parcial e vingativo.
A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da humanidade, o homem o confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; mas, à medida que nele se desenvolve o senso moral, o seu pensamento penetra melhor no âmago das coisas; então, faz ideia mais justa da Divindade e, ainda que sempre incompleta, mais conforme à razão.
Se não pode compreender a natureza íntima de Deus, pode o homem formar minimamente uma ideia de alguma da sua perfeição e compreendê-la melhor à medida que se eleva acima da matéria, entrevendo-a pelo pensamento.
Podemos, assim, dizer que Deus é a suprema e soberana inteligência, imutável, imaterial, único, omnipotente, soberanamente justo e bom. Tudo isto, por certo, não expressa exactamente todas as capacidades da Divindade, pois há coisas acima do homem mais inteligente, as quais a linguagem humana, restrita às ideias e sensações, não tem meios de exprimir. Todavia, a razão diz que Deus deve possuir em grau supremo essas qualidades, porquanto se uma lhe faltasse, ou não fosse infinita, já ele não seria superior a tudo, não seria, por conseguinte, Deus. Para estar acima de todas as coisas, Deus tem que se achar isento de qualquer vicissitude e de qualquer das imperfeições que a imaginação possa conceber.
Vejamos agora cada um desses atributos de Deus, conforme o ângulo espírita.
1. DEUS É A SUPREMA E SOBERANA INTELIGÊNCIA
É limitada a inteligência do homem, pois que não pode fazer, nem compreender, tudo o que existe. A de Deus, abrangendo o infinito, tem que ser infinita. Se a supuséssemos limitada num ponto qualquer, poderíamos conceber outro ser mais inteligente, capaz de compreender e fazer o que o primeiro não faria, e assim por diante, até ao infinito.
2. DEUS É ETERNO
Isto é, não teve começo e não terá fim. Se tivesse tido princípio, houvera saído do nada. Ora, sendo o nada coisa alguma, coisa nenhuma pode produzir. Ou, então, teria sido criado por outro ser anterior e, nesse caso, este ser é que seria Deus. Se lhe supuséssemos um começo ou fim, poderíamos conceber uma entidade existente antes dele, e capaz de lhe sobreviver, e assim por diante, ao infinito.
3. DEUS É INFINITAMENTE PERFEITO
É impossível conceber Deus sem o infinito das sua qualidades, sem o que não seria Deus, pois sempre se poderia conceber um ser que possuísse o que lhe faltasse. Para que nenhum ser possa ultrapassá-lo, faz-se mister que ele seja infinito em tudo.
4. DEUS É IMUTÁVEL
Se estivesse sujeito a mudanças, nenhuma estabilidade teriam as leis que regem o Universo.
5. DEUS É IMATERIAL
Isto é, a sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria. De outro modo, não seria imutável, pois estaria sujeito às transformações da matéria. Deus carece de forma apreciável pelos nossos sentidos, sem o que seria matéria.
6. DEUS É ÚNICO
A unicidade de Deus é consequência do facto de serem infinitas as suas qualidades. Não poderia existir outro Deus, salvo sob a condição de ser igualmente infinito em todas as coisas, visto que, se houvesse entre eles a mais ligeira diferença, um seria inferior ao outro, subordinado ao poder desse outro e, então, não seria Deus.
7. DEUS É OMNIPOTENTE
Ele o é porque é único. Se não dispusesse do soberano poder, algo haveria mais poderoso ou tão poderoso quanto ele, que então não teria feito todas as coisas. As que não houvesse feito, seriam obra de outro deus. (4)
8. DEUS É SOBERANAMENTE JUSTO E BOM
A providencial sabedoria das leis divinas revela-se nas mais pequeninas coisas, como nas maiores, não permitindo, dada essa característica, que se duvide da sua justiça, nem da sua bondade.
O facto de ser infinita uma qualidade exclui a possibilidade de uma qualidade contrária, porque esta a apoucaria ou anularia. Um ser infinitamente bom não poderia conter a mais insignificante parcela de malignidade, nem o ser infinitamente mau conter a mais insignificante parcela de bondade, do mesmo modo que um objecto não pode ser de um negro absoluto com a mais ligeira nuança de branco, nem de um branco absoluto com a mais pequena mancha preta.
Deus, pois, não poderia ser simultaneamente mau e bom, porque, então, não possuindo qualquer dessas duas qualidades no grau supremo, não seria Deus. Não poderia ele, por conseguinte, deixar de ser infinitamente bom ou infinitamente mau. Ora, como as suas obras dão testemunho da sua sabedoria, da sua bondade e da sua solicitude, concluir-se-á que, não podendo ser ao mesmo tempo bom e mau, sem deixar de ser Deus, ele necessariamente tem de ser infinitamente bom.
A soberana bondade implica na soberana justiça, porquanto, se ele procedesse injustamente, ou com parcialidade, numa só circunstância que fosse, ou em relação a uma só de suas criaturas, já não seria soberanamente justo e, em consequência, já não seria soberanamente bom.
Deus é, pois, a inteligência suprema e soberana, é único, eterno, imutável, imaterial, omnipotente, soberanamente justo e bom, infinito em todas as qualidades, e não pode ser diferente disso.
Tal o eixo sobre que repousa o edifício universal. Esse o farol cujos raios se estendem sobre o Universo inteiro, grande luz capaz de guiar o homem na pesquisa da verdade.
Tal também o critério infalível para avaliar as doutrinas filosóficas e religiosas. Para apreciá-las, dispõe o homem de medida rigorosamente exacta nos atributos de Deus, e pode afirmar a si mesmo que toda a teoria, todo o princípio, todo o dogma, toda a crença, toda a prática que estiver em contradição com um só que seja desses atributos, que tenda, não tanto a anulá-lo, mas, simplesmente, a diminuí-lo, não pode estar com a verdade.
Em filosofia, em psicologia, em moral, em religião, só há de verdadeiro o que não se afaste, nem um til, das qualidades essenciais da Divindade. A religião perfeita será aquela de cujos artigos de fé nenhum esteja em oposição àquelas qualidades; aquelas cujos dogmas todos suportem a prova dessa verificação sem nada sofrerem.
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