A vida não é uma coisa fácil de se viver. É algo muito complexo e difícil de ser transmitido por palavras, além de se constituir em uma imensidade de situações com uma infinidade de nuances.
Na falta de uma educação adequada na infância, feita por pais que já tenham atingido um grau de evolução incomum, a maioria de nós cresce sem entender a vida, sem compreender as razões que estão por trás das atitudes das pessoas e, pela ausência de referências sobre como devemos agir, sem capacidade de escolher a atitude correta para cada situação.
Na juventude a maioria passa por problemas de adaptação ao mundo, acabando por criar um sentimento de revolta contra os pais e contra a sociedade. Os colegas possuem os mesmos problemas e com eles os jovens podem se sentir à vontade, passando assim a servirem de modelos uns para os outros, aprendendo mecanismos de defesa mais fáceis de compreender como a ironia, a hostilidade e a violência. Procuram referências de comportamento na televisão, nos livros, nos filmes e nas notícias de jornais, embora esta não seja a melhor forma de aprender. Aos poucos começam a achar que seus pais sabem ainda menos do que eles, que estão atrasados em relação ao que se passa no mundo de hoje.
Ao enfrentarem mais tarde a competição no trabalho, pressionados pela profissão que abraçam, a tendência será de que, colocando então uma prioridade menor na compreensão da vida, muitos problemas existenciais acabem ficando sem solução. Ao se acomodarem terminarão como seus pais, sem condição de passar a seus filhos um entendimento maior da vida, e esse estado de coisas tende a se perpetuar por milênios.
Se a vida nos pressionar, poderemos precisar do auxílio de um profissional que nos orientará em seções de Análise. Porém a Psicologia poderá contribuir apenas com o conhecimento dos traumas e recalques não resolvidos de nossa presente existência. Modernamente alguns Psicólogos e Terapeutas já estão trabalhando com A Terapia de Vidas Passadas (TVP) onde os traumas ocorridos em outras vidas poderão ser trabalhados, trazidos para o consciente e eventualmente suplantados. Alguns porém não recomendam esse tratamento devido ao risco de encontrar pessoas não preparadas a realizá-lo corretamente.
O Espiritismo parece trazer a contribuição definitiva pela compreensão de como se processa a evolução espiritual através de sucessivas encarnações, trazendo respostas para todas as nossas questões existenciais. Fornece ainda métodos para a solução de muitos de nossos problemas, como por exemplo o Tratamento Mediúnico, a Apometria e a Reforma Íntima. Neste artigo vamos considerar apenas a Reforma Íntima, pois os outros dois métodos citados poderão ser conhecidos teoricamente na literatura espírita, sendo sua prática feita nos Centros Espíritas por médiuns devidamente treinados. Mesmo a Reforma Íntima necessita, para sua consolidação, de um estudo da Doutrina Espírita que será tanto mais efetivo quando realizado nos Centros Espíritas. Entretanto, sendo um conhecimento básico que será útil no dia a dia de todas as pessoas, e por exigir principalmente uma vontade firme de se regenerar, daremos aqui algumas noções deste procedimento.
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O QUE É
A Reforma Íntima é um processo contínuo de auto-análise, de conhecimento de nossa intimidade espiritual, libertando-nos de nossas imperfeições e permitindo-nos atingir o domínio de nós mesmos.
O QUE SE PODE TRANSFORMAR INTIMAMENTE
Podemos e devemos substituir nossos defeitos como, o Orgulho, a Inveja, o Ciúme, a Agressividade, o Egoísmo ou Personalismo, a Maledicência, e a Intolerância por virtudes, tais como a Humildade, a Resignação, a Sensatez, a Generosidade, a Afabilidade, a Tolerância e o Perdão.
QUANTO TEMPO?
Algumas pessoas que estão iniciando estes estudos imaginam que bastará a primeira leitura para ficarem livres de todos os seus defeitos. Ao verificarem na vida prática que não houve nenhuma mudança, desanimam e abandonam seu propósito inicial de se reformarem. Porisso devemos dizer, logo de início, que este estudo é para a vida toda. A leitura deste artigo e dos livros da referência permitirá a você conhecer o assunto, mas sua reforma total só virá depois que você começar a identificar estes defeitos em cada situação da vida e aprender aos poucos a prática das virtudes que irão substituí-los. Portanto, esta leitura é importantíssima pois com ela você começará a pensar no assunto. Continue estudando sempre e no futuro, quando a vida já tiver lhe ensinado bastante, você ainda verá que a cada dia, um dado defeito, considerado como vencido, retorna com nova roupagem em outra situação, surpreendendo-o.
COMO FAZER
O Conhecer a si mesmo é o primeiro passo para a reforma. A melhor maneira de fazê-lo é pelo estudo de dois excelentes livros, o primeiro de Ney Prieto Peres1 da Editora Pensamento e o segundo um novo lançamento da Editora O Clarim, de Abel Glaser2, pelo Espírito Caibar Schutel. E, sem dúvida, o estudo da Doutrina Espírita e sua prática em Centros Espíritas, que seguem a Doutrina de Allan Kardec, será de fundamental importância para a realização dessa reforma.
Lembre-se que temos a tendência natural de sempre justificar nossos defeitos com racionalismos. São artimanhas e tramas inconscientes, muitas delas sugeridas por espíritos inferiores que desejam ver a nossa queda. Portanto conheça a fundo esses defeitos em todas as suas particularidades, em como eles o afetam, localizando as ocasiões em que estamos mais vulneráveis à sua manifestação. Procure então se afastar desses momentos propícios em que eles se manifestam, para não ser mais envolvido por seus tentáculos, nem cair nas suas teias.
Um terceiro ponto importante é que precisamos contar com as quedas. Até que cresçamos espiritualmente somos como crianças aprendendo a andar. São as quedas que fortalecem nossa vontade, e nos ensinam a ter persistência. Nós somos aquilo que conseguimos realizar e não aquilo que prometemos. Através as quedas aprendemos mais sobre nós mesmos e podemos aperfeiçoar o modo de evitá-las. Mas se cairmos porque nos falta vontade de acertar estaremos no caminho descendente e, de queda em queda, nos enfraqueceremos. Percebem a sutileza? A criança aprende a andar porque está determinada a fazê-lo. Não desanime, levante-se logo e siga em frente tranqüilamente, sem se martirizar, com conhecimento de causa, na firme determinação de não mais errar.
Por último recomendamos que em cada minuto de sua vida, antes de iniciar qualquer ação, você faça este exercício de se perguntar sempre:
- Isto que estou fazendo agora seria bem aceito entre os bons Espíritos?
Se for, o procedimento é correto; se não for descontinue imediatamente o que iria fazer e não pense mais nisso. Nas situações em que ficar em dúvida, por não saber o que os bons Espíritos pensam a respeito, lembre-se de estudar as obras espíritas.
Concentremo-nos em nosso interior e procuremos melhorar nosso espírito eterno, esquecendo o que esta sociedade transitória estabeleceu como "normal" para nós. Lutemos o bom combate e não a luta mesquinha dos materialistas. A humanidade continuará ainda por muito séculos como é agora, mas nós que já cansamos de ver o sangue correr nestes dois últimos milênios, que já sentimos o amor que nos é transmitido pelos Espíritos em nossos corações, que estamos aqui para a realização de nossos últimos resgates, que já começamos a compreender as palavras de nosso querido amigo e mestre Jesus, nós não precisamos participar dessa insensatez, nós podemos fazer a nossa pequena parte vivendo com Jesus, com caridade, realizando a transformação no íntimo de cada um, fazendo a Alquimia moderna de transformar chumbo em ouro.
"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para dominar suas más inclinações."
(Allan Kardec. "O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo XVII. Sedes Perfeitos. Os bons Espíritas.)
Rio de Janeiro, 21 de Junho de 1999.
Referências:
1"Manual Prático do Espírita" de Ney Prieto Peres, da Editora Pensamento.
2"Fundamentos da Reforma Íntima" de Abel Glaser pelo Espírito Caibar Schutel, da Editora O Clarim.
Estes artigos podem ser encontrados na Internet no endereço http://users.bmrio.com.br/unidual
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