Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

13ª. AULA IMPACIÊNCIA E TOLERÂNCIA



DE QUE FORMA DEVEREMOS PROCEDER QUANDO
A INTOLERÂNCIA SE SITUA EM NOSSO ÍNTIMO?
I - PEDAGOGIA SITUADA
Em meio à pressa e correria do dia-a-dia, como conquistarmos a paciência e a tolerância?
Temos compromissos com horários e múltiplos encargos a saldar, providências a serem tomadas simultaneamente, compras a fazer, trânsito a vencer, e o relógio sempre a nos atormentar. Tudo isso nos induz a um clima de neurose e tensão. Sempre atrasados, vivemos qual autômatos, sem ponderar, sem considerar os sentimentos ou mesmo as limitações daqueles com os quais convivemos.
O homem moderno caracteriza-se pela preocupação com as metas empresariais e particulares a cumprir, com os objetivos lucrativos a serem alcançados. Como sermos mansos e pacientes nessa turbulência? A irritação, o desequilíbrio emocional nunca foram tão acentuados como nos dias atuais.
II - CAUSAS
Nas manifestações em que expressamos a impaciência, a primeira providência é indagar onde reside sua origem, que a gerou, e a partir de então ponderar sobre a verdadeira importância daquilo que nos intranqüiliza. Muito provavelmente perceberemos desejos, ambições, que necessitam ser atenuados, para eliminarmos a tensão nervosa tão freqüente em nosso dia-a-dia.
Geralmente somos impacientes quando manifestamos inconformação conosco mesmos ou com alguma situação que não podemos mudar, quando expressamos irritação por não alcançarmos determinado objetivo, quando temos urgência com relação a valores imediatos.
Somos ainda intolerantes quando não perdoamos, quando exigimos que os outros - e todo o mundo - sejam tal qual gostaríamos. A intolerância tem como causa a austeridade, a severidade exagerada, a não-aceitação de infrações que alguém possa cometer.
III - COMO MANIFESTAM-SE
A IMPACIÊNCIA
O indivíduo impaciente geralmente é nervoso, precipitado e apressado.
Não aceita a si mesmo naquilo que não conseguiu realizar, e nem aceita os outros quando não são qual gostaria que fossem.
Não consegue manter-se calmo ou equilibrado quando tem que aguardar.
O indivíduo impaciente geralmente é ansioso, por vivenciar sempre uma insistência intranqüila dentro de si. Seu lema é "apresse-se sempre".
A INTOLERÂNCIA
Manifesta-se geralmente no indivíduo intransigente. Não tolera faltas alheias e vive reclamando obrigações dos outros.
Quando em funções de mando é por demais severo, repreendendo severamente o subalterno.
É muito rígido em suas determinações, e apegado ao desejo de que as coisas, o mundo, as pessoas fossem qual ele gostaria que fossem. O senso de análise e de crítica neste tipo de pessoa é muito forte. Sofre porque não perdoa as falhas humanas; falta-lhe a moderação nas apreciações para com o próximo.
IV - COMO SUPERAR
A INTOLERÂNCIA
O verdadeiro caráter da caridade é a modéstia e a humildade, e consiste em não se ver superficialmente os defeitos alheios, mas em se procurar salientar o que há de bom e virtuoso no próximo. (E.S.E, Cap. XVIII item 18)
Precisamos romper em nós as algemas do apego à imagem que idealizamos com relação ao mundo e às pessoas. Não podemos pretender exigir de outrem aquilo que ele não pode nos oferecer. Importa aceitar e respeitar as criaturas mesmo dentro de suas limitações, mesmo quando corrompidas, criminosas ou viciadas. O amor universal a que a verdadeira caridade nos convida, consiste em vivenciar o amor em si mesmo, independente de preconceitos ou discriminações.
Aquele que só é justo com os bons, generoso com os pródigos, misericordioso com os mansos, não é nem justo, nem generoso, nem misericordioso. Tampouco é tolerante aquele que só o é com as pessoas boas. Se a tolerância é uma virtude, ela vale por si mesma, e sobretudo para com as pessoas mais difíceis. Virtude que discrimina, não o é.
Tolerar consiste em não exigir; compreender e respeitar as condições ou limitações das pessoas. Mais do que isso, tolerar não é suportar, mas encarar a todos com o pressuposto de que possuem uma essência espiritual, e enquanto tal são necessariamente dotadas de bons sentimentos, e com infinitas potencialidades latentes a serem manifestas.
Ser tolerante consiste, portanto, em eliminar a intransigência em nossas análises críticas em relação ao próximo; evitar comentários desairosos; afastar sentimentos de mágoa ou inconformação por algo contrário à nossa vontade.
Sede indulgentes, meus amigos, porque a indulgência atrai, acalma, corrige, enquanto o rigor desalenta, afasta e irrita. (ESE., Cap. X, item 16).
Tolerar não consiste, porém, em desprezar o rigor e a disciplina, mas antes desvincular a exigência de rigor do eu pessoal. Geralmente não toleramos nada que possa contrariar a vontade do Eu. No entanto, ser tolerante consiste justamente em libertar-se das amarras do querer pessoal, do querer para si, do satisfazer a si mesmo. Tolerar é aceitar o outro como é, sem esperar ou exigir que seja como idealizamos. Severidade exagerada, austeridade, são excessos que revelam autoritarismo sobre o próximo e não amor compreensivo. Por isso, por vezes os tiranos são os mais respeitados, mas também os mais odiados. A tolerância só o é quando por renúncia a si mesmo.
Por outro lado, todos seríamos muito mais tolerantes e indulgentes com os demais, se considerássemos quanta tolerância e indulgência necessitamos. Somos todos portadores de erros e fraquezas; perdoemo-nos reciprocamente nossos defeitos, é esta a lei que recomenda um amor universal. Por isso que jamais conseguiremos tolerar; se não formos humildes. Humildade e misericórdia andam juntos, e é esse conjunto que conduz à tolerância.
A IMPACIÊNCIA
Sede pacientes. A paciência é também caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. (E.S.E., Cap. IX, item 7)
A paciência serena, tolerante, a aceitação tranqüila, a vigilância ponderada são todas reações que podem mudar essa atmosfera turbulenta que caracteriza nossos dias.
Cada um de nós poderá identificar, nos momentos diários as ocasiões em que deverá aplicar a paciência e a mansuetude:
• Reagindo de todos os modos possíveis às induções constantes de desentendimentos, discussões e irritações, silenciando os impulsos de inconformação, de revide ou de defesas, que possam nos levar ao desequilíbrio.
• Evitando no trânsito ou nas ruas as reclamações de nossos direitos transgredidos pelos outros. Uma atitude serena de renúncia desperta muito mais a quem não percebeu a infração cometida.
• Quando em climas tensos, no lar ou no trabalho, recorrendo à prece e à leitura tranqüilizante, no sentido de revigorar-se interiormente com energias renovadoras.
• Aceitando com amor aqueles colocados em nossos caminhos como oportunidade de superação de nós mesmos ou de resgates do passado.
• Não se revoltando diante das dificuldades da vida, mas saber aceitá-las de forma serena e equilibrada. Abençoar a dor que nos foi enviada na certeza de que Deus, através delas realiza em nós as melhores transformações. As almas que sabem sofrer têm paciência infinita.
Segundo um provérbio holandês "mais vale um punhado de paciência do que um barril de talentos". Todo o poder do homem está no seu equilíbrio interior; sua força está em saber aceitar, saber esperar, sem apegos. O domínio pacífico é um misto de paciência e de tempo; se somos eternos por que ter sempre pressa?
Porque necessítais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa. (Hb., 10:36)
Todos nós desejaríamos que as respostas aos nossos anseios fossem imediatas; no entanto, a paz aparente não tem sentido, se não tivermos ainda superado em nós mesmos nossas limitações ou problemas do passado. Importa educar nosso interior, superar débitos, para que após cumprirmos a Vontade do Pai, alcancemos o cumprimento da "promessa". Sem dúvida que alcançaremos nossos projetos de felicidade mas, antes disso, é preciso liquidar com paciência as dívidas que contraímos perante a Lei. Sejamos pacientes conosco mesmos, e esperemos nosso amadurecimento interior para podermos colher os frutos na hora certa. De nada adianta correr, importa chegar na hora certa.
Na verdade, tolerar e ser paciente não constituem as virtudes maiores, mas as menores. O ideal atingiremos quando não tivermos o que tolerar, o que suportar, mas aceitar a realidade sem apegos ou esforços. A tolerância é uma solução passageira, provisória, até que os homens possam simplesmente compreender-se.
Assim como a simplicidade e o equilíbrio são as virtudes dos sábios, a tolerância e a paciência são virtudes pequenas para aqueles que, como nós, ainda não são nem uma coisa nem outra.

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