a) Provas da existência de Deus
A prova da existência de Deus encontra-se nesta máxima: "Não há efeito sem causa". Há uma imensidade de efeitos, cuja causa está acima da humanidade. Esses efeitos não se produzem ao acaso, pois do mais pequenino insecto ou semente até à lei que rege os mundos que circulam no espaço tudo atesta uma causa soberanamente inteligente.
Partindo-se do princípio de que todo o efeito inteligente decorre de uma causa inteligente, e não encontrando essa causa na humanidade, ela deve decorrer de uma inteligência superior, quer chamemo-la pelos nomes de Deus, Jeová, Alá, etc.
Há um provérbio que diz: "Pela obra se reconhece o autor!". Deus não se mostra, mas revela-se pelas suas obras.
O Universo não pode ter como causa primária o acaso, nem as propriedades íntimas da matéria, que também tiveram uma causa. O acaso é cego e não pode produzir efeitos inteligentes. Um acaso inteligente já não seria acaso. Duvidar da existência de Deus é negar que todo o efeito tem uma causa e aceitar que o nada pode fazer alguma coisa.
O homem não poderá perceber Deus com os órgãos materiais, que não são próprios para perceber a essência das coisas. Somente pela alma poderá ter a percepção de Deus. Porém, os espíritos esclarecem que a visão de Deus é uma faculdade das almas purificadas.
b) Atributos da Divindade
O homem não pode perceber a natureza íntima de Deus porque lhe falta o sentido próprio, que se adquire pela completa depuração espiritual.
Todavia, se não pode penetrar na essência de Deus, desde que aceite a sua existência, pode o homem, pelo raciocínio, chegar a conhecer-lhe os atributos necessários, porquanto, vendo o que ele absolutamente não pode ser, sem deixar de ser Deus, deduz-se daí o que ele deve ser.
Sem compreender os atributos de Deus impossível seria compreender a obra da criação. É por não se ter baseado nisso que a maioria das religiões errou. As que não lhe atribuíram a omnipotência imaginaram muitos deuses, as que não lhe atribuíram a soberana bondade fizeram-no um Deus ocioso, colérico, parcial e vingativo.
Na infância da humanidade o homem confunde-o com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; à medida que nele se desenvolve o senso moral, penetra melhor a essência das coisas e faz ideia mais justa da Divindade, ainda que incompleta, porém mais conforme à sã razão.
Conforme a doutrina espírita, os atributos de Deus são os seguintes: Deus é a suprema e soberana inteligência; é eterno; infinitamente perfeito; é imutável; é imaterial. Deus é único, omnipotente, soberanamente justo e bom.
Em filosofia, em moral, em religião, só há de verdadeiro o que não se afaste, nem um til, das qualidades essenciais da Divindade. Toda a crença, teoria, princípio ou dogma que estiver em contradição com um só desses atributos, que tenda, não tanto a anulá-lo, mas simplesmente a diminuí-lo, não pode estar com a verdade.
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