Catiane Magalhães
A cada minuto, duas pessoas se suicidam no mundo. Por dia, são aproximadamente três mil que tiram a própria vida. Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo o Órgão, o Brasil ocupa o 73º lugar no ranking dos que registram o maior percentual de casos. Entretanto, considerando números reais, o país avança 64 casas, alcançando a 9ª colocação. Aqui, a média diária é de 25 mortes provocadas, ou seja, pouco mais de nove mil por ano.
Os números, apesar de relativamente baixos, se comparado a outros países, cujos índices são alarmantes, como o Japão, Eslovênia, Rússia, Hungria, Canadá e Grécia, já preocupam, pois crescem a cada ano.
Na última década, a taxa de suicídio aumentou mais de 17% entre os jovens de 15 a 24 anos, e 20% entre a população com mais de 60 anos.
A pesquisa revela um dado ainda mais alarmante: para cada suicídio cometido, são registrados, no mínimo, 20 tentativas frustradas. Para cada tentativa mal sucedida, outras cinco pessoas estão planejando pôr fim à própria vida e outras 17 já pensaram ou pensam seriamente em se matar.
O que pouca gente sabe é que tragédias assim podem ser evitadas. Há quase 50 anos, o Centro de Valorização da Vida (CVV) presta ajuda a pessoas com todo o tipo de problemas, sobretudo as com tendência suicida, nas capitais e principais cidades do país, totalizando 70 postos em várias regiões do Brasil.
Sem cunho religioso ou político, o CVV atende 24 horas por dia, sete dias por semana, inclusive nos feriados. Um grupo de profissionais voluntários trabalha com a prevenção do suicídio, através da valorização da vida. Os profissionais ouvem os problemas e fazem aconselhamentos fundamentados na psicologia e filosofia.
Em Salvador, uma unidade funciona na Rua do Bângala, na Moraria, com atendimentos presenciais de segunda à sexta, das 8 às 18 horas; e virtuais, 24 horas, todos os dias, através dos telefones 3322-4111 ou 141, além de respostas a e-mails e bate-papo por chat.
Apesar da pouca divulgação, o grupo tem uma procura razoável e chega a fazer, em média, 1.500 atendimentos, entre presenciais e por telefone. Esse número é bem maior se contabilizadas às correspondências respondidas.
“As pessoas vivem tão atribuladas, sempre com tanta pressa, que não se dispõem a ouvir a outra. É o que eu costumo chamar de solidão em grupo, ou seja, é quando o indivíduo vive cercado de gente, mas se sente sozinho.
Quando a pessoa nos procura é porque não está mais aguentando e, na maioria dos casos, ouvimos algo que jamais foi dito para alguém, nem mesmo à família. Isso demonstra como as relações andam superficiais. As pessoas não se doam; não se ajudam”, disse a coordenadora e voluntária do CVV, Soraia Coelho.
Segundo ela, o surgimento das redes sociais contribuiu para o aumento da solidão em grupo. “Agora, a moda é ‘colecionar’ amigos e seguidores, com quem, na maioria das vezes, o indivíduo não se relaciona ou, ao menos, conversa na vida real. São amizades vazias ou pseudorelacionamentos”, ressalta.
Em contrapartida, essa carência faz aumentar a procura por instituições de ajuda, a exemplo do CVV, onde todas as informações são mantidas em absoluto sigilo. As vítimas não precisam se identificar e os voluntários também mantêm o anonimato. Toda informação ouvida não é comentada nem entre os profissionais da entidade. “Não sabemos quem está do outro lado da linha, do mesmo modo que eles não sabem quem somos, mas mantemos uma relação de confiança um pelo outro”, salienta Soraia.
De acordo com ela, o trabalho dos voluntários da CVV já impediu várias tragédias. “A gente só encerra o diálogo, seja pessoalmente ou por telefone, depois que conseguimos proporcionar alguma melhora no outro. É impossível estabelecer números, mas temos a consciência de que ajudamos muitas pessoas à beira da loucura. Prova disso é a quantidade de ligações de agradecimento que recebemos”, comenta.
Entre os mais velhos, o transtorno de bipolaridade, endividamento, perda de emprego são os supostos motivos. A maioria dos atentados à própria vida está diretamente ligada à depressão, que pode ser desencadeada por um ou a soma de vários desses problemas.
“Não podemos dizer que todo suicida é depressivo, mesmo porque existe uma diferença grande entre depressão e tristeza. O que há é diferentes formas de enfrentar os problemas. Tem pessoas que sabem contornar. Outras, não. A maneira como lidar com o acúmulo faz toda diferença”, pontua.
Curso para voluntários – Criado por um grupo de 17 amigos, no início da década de 60, com o intuito de reduzir a taxa de suicídio, o CVV atualmente conta com o trabalho de 30 voluntários, que se revezam em esquema de plantão, 24 horas por dia. O grupo que oferece ajuda às pessoas, agora pede ajuda para continuar se mantendo.
“Precisamos de mais colaboradores para dá sequência aos trabalhos. Por isso, ministraremos, nos dias 13 e 14 de agosto, o curso preparatório para voluntários”, a coordenadora da entidade, ressaltando que qualquer pessoa maior de 18 anos pode se candidatar.
Os números, apesar de relativamente baixos, se comparado a outros países, cujos índices são alarmantes, como o Japão, Eslovênia, Rússia, Hungria, Canadá e Grécia, já preocupam, pois crescem a cada ano.
Na última década, a taxa de suicídio aumentou mais de 17% entre os jovens de 15 a 24 anos, e 20% entre a população com mais de 60 anos.
A pesquisa revela um dado ainda mais alarmante: para cada suicídio cometido, são registrados, no mínimo, 20 tentativas frustradas. Para cada tentativa mal sucedida, outras cinco pessoas estão planejando pôr fim à própria vida e outras 17 já pensaram ou pensam seriamente em se matar.
O que pouca gente sabe é que tragédias assim podem ser evitadas. Há quase 50 anos, o Centro de Valorização da Vida (CVV) presta ajuda a pessoas com todo o tipo de problemas, sobretudo as com tendência suicida, nas capitais e principais cidades do país, totalizando 70 postos em várias regiões do Brasil.
Sem cunho religioso ou político, o CVV atende 24 horas por dia, sete dias por semana, inclusive nos feriados. Um grupo de profissionais voluntários trabalha com a prevenção do suicídio, através da valorização da vida. Os profissionais ouvem os problemas e fazem aconselhamentos fundamentados na psicologia e filosofia.
Em Salvador, uma unidade funciona na Rua do Bângala, na Moraria, com atendimentos presenciais de segunda à sexta, das 8 às 18 horas; e virtuais, 24 horas, todos os dias, através dos telefones 3322-4111 ou 141, além de respostas a e-mails e bate-papo por chat.
Apesar da pouca divulgação, o grupo tem uma procura razoável e chega a fazer, em média, 1.500 atendimentos, entre presenciais e por telefone. Esse número é bem maior se contabilizadas às correspondências respondidas.
“As pessoas vivem tão atribuladas, sempre com tanta pressa, que não se dispõem a ouvir a outra. É o que eu costumo chamar de solidão em grupo, ou seja, é quando o indivíduo vive cercado de gente, mas se sente sozinho.
Quando a pessoa nos procura é porque não está mais aguentando e, na maioria dos casos, ouvimos algo que jamais foi dito para alguém, nem mesmo à família. Isso demonstra como as relações andam superficiais. As pessoas não se doam; não se ajudam”, disse a coordenadora e voluntária do CVV, Soraia Coelho.
Segundo ela, o surgimento das redes sociais contribuiu para o aumento da solidão em grupo. “Agora, a moda é ‘colecionar’ amigos e seguidores, com quem, na maioria das vezes, o indivíduo não se relaciona ou, ao menos, conversa na vida real. São amizades vazias ou pseudorelacionamentos”, ressalta.
Em contrapartida, essa carência faz aumentar a procura por instituições de ajuda, a exemplo do CVV, onde todas as informações são mantidas em absoluto sigilo. As vítimas não precisam se identificar e os voluntários também mantêm o anonimato. Toda informação ouvida não é comentada nem entre os profissionais da entidade. “Não sabemos quem está do outro lado da linha, do mesmo modo que eles não sabem quem somos, mas mantemos uma relação de confiança um pelo outro”, salienta Soraia.
De acordo com ela, o trabalho dos voluntários da CVV já impediu várias tragédias. “A gente só encerra o diálogo, seja pessoalmente ou por telefone, depois que conseguimos proporcionar alguma melhora no outro. É impossível estabelecer números, mas temos a consciência de que ajudamos muitas pessoas à beira da loucura. Prova disso é a quantidade de ligações de agradecimento que recebemos”, comenta.
Motivos do desespero
Sobre os motivos que levam uma pessoa a suicidar-se, a coordenadora do CVV disse que não existe uma fórmula. Além disso, as razões variam de acordo com a faixa etária. Entre os mais jovens, as causas mais prováveis são: desilusão amorosa, fim de relacionamento, gravidez precoce e o uso de álcool e drogas.Entre os mais velhos, o transtorno de bipolaridade, endividamento, perda de emprego são os supostos motivos. A maioria dos atentados à própria vida está diretamente ligada à depressão, que pode ser desencadeada por um ou a soma de vários desses problemas.
“Não podemos dizer que todo suicida é depressivo, mesmo porque existe uma diferença grande entre depressão e tristeza. O que há é diferentes formas de enfrentar os problemas. Tem pessoas que sabem contornar. Outras, não. A maneira como lidar com o acúmulo faz toda diferença”, pontua.
Curso para voluntários – Criado por um grupo de 17 amigos, no início da década de 60, com o intuito de reduzir a taxa de suicídio, o CVV atualmente conta com o trabalho de 30 voluntários, que se revezam em esquema de plantão, 24 horas por dia. O grupo que oferece ajuda às pessoas, agora pede ajuda para continuar se mantendo.
“Precisamos de mais colaboradores para dá sequência aos trabalhos. Por isso, ministraremos, nos dias 13 e 14 de agosto, o curso preparatório para voluntários”, a coordenadora da entidade, ressaltando que qualquer pessoa maior de 18 anos pode se candidatar.
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