Estudando o Espiritismo

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sexta-feira, 20 de julho de 2012

Francisco Velloso


Dados Biográficos de Francisco Velloso (1882- 1962)



(Por Maria Aparecida Bergman, nascida Velloso de Aguiar)





Francisco Velloso em 1952



FRANCISCO VELLOSO, inspirado nos ensinamentos da Doutrina Consoladora, foi um dos grandes pioneiros anônimos da Causa Espírita em terras brasileiras.
No jornalismo, escreveu em jornais dele próprio e de outros; nas tribunas de todo o Estado de São Paulo, proferiu tocantes palestras, quando lotavam os salões dos Centros Espíritas para ouvi-lo, pois foi possuidor de belíssimo dom de oratória.
Muito lutou em defesa dos hansenianos ou leprosos, dos “loucos”, dos oprimidos e perseguidos, dos prisioneiros dos cárceres no plano físico e das obsessões, dos animais, e do meio-ambiente.
Atuou na sociedade de várias cidades paulistas, como dentista, escrivão de polícia, jornalista, escritor, tradutor, orador e polemista espírita, fundador e diretor de Centros Espíritas, doutrinador, amigo, tio, pai, marido e depois avô devotado, e exerceu ainda, muitas outras funções. Sobretudo foi fiel seguidor da Doutrina do Divino Mestre Jesus.
Por volta de 1913 a 1916, ia ele, juntamente com alguns seus companheiros espíritas e cristãos intrépidos como ele mesmo, para os arredores da cidade onde viviam (Bebedouro – S. Paulo) em Busca dos hansenianos, que apodreciam em vida, esmolando, escorraçados para os arrabaldes como seres impuros e ameaçadores.
Levavam-lhes medicamentos, curativos, comida, roupas confeccionadas em sua casa, etc.. Recebiam dos doentes cartas que esses escreviam para serem postadas, pois eram proibidos de entrarem nas cidades. Francisco Velloso e esposa com as mãos enluvadas e com extremos cuidados higiênicos colocavam essas cartas em novos envelopes, subscritavam-nas e levavam para serem postadas. Com o tempo, depois de realizarem muitas campanhas nos Centros Espíritas e entre a população pobre da cidade, conseguiram levantar um abrigo, que aos poucos foi se transformando em hospital para aqueles seres banidos da sociedade de então.
Muitas vezes Francisco Velloso levou leprosos, como também, grandes criminosos, depois de cumprirem pena, para viverem em sua casa, junto de sua família, onde com o apoio incondicional de sua esposa, Dna. Mariquinhas, (Maria Carneiro Rangel Velloso – 15.04.1887 – 28.09.1933) médium, detentora de diferentes tipos de mediunidades, tratava e cuidava deles, até que ficassem curados ou melhorassem, ajudando-os a reintegrar-se na sociedade, e por outras vezes fazendo-lhes, piedosamente o sepultamento dos restos mortais.
Alguns jovens, filhos de infelizes socorridos por ele, cresceram em sua casa, como filhos adotivos seus, e, tanto quanto seus filhos legítimos (que foram quinze, sendo que somente sete cresceram e procriaram) os sobrinhos, os cunhados, o amavam como pai, mestre e benfeitor, todos venerando e bendizendo seu nome.
Muitos anos depois da desencarnação de Francisco Velloso, possivelmente na década de 1970, seus filhos receberam um convite, vindo de autoridades legislativas da cidade de Bebedouro, convidando-os a participar de uma cerimônia solene, que seria prestada em homenagem àquele que fora ali ilustre e benemérito cidadão. Seria inaugurada, naquela cidade, uma rua em sua memória, a Rua Francisco Velloso.
Atendendo ao convite estava presente naquela solenidade, acompanhada por seu tio José Carneiro Rangel e alguns de seus irmãos, a filha mais velha de Francisco Velloso: Irene Rangel Velloso de Aguiar (1909-2002).  Ela era alí a única pessoa que vivenciara e que retinha na memória os fatos ocorridos naqueles idos tempos do começo do século XX, em que seu pai, sua mãe, ela própria, e a comunidade dos espíritas de Bebedouro e cidades próximas, dedicaram-se aos nobres trabalhos filantrópicos.
Foi então que, chorando de sentida emoção e fazendo chorar a quantos tomaram conhecimento do fato, Irene reconheceu que, naquele exato lugar onde se situa a rua com o nome de seu pai, antes arrabaldes da cidade, havia sido antigamente o local onde Francisco Velloso e outros companheiros haviam levantado o primeiro abrigo da cidade, para socorro dos  hansenianos, “casualidade” esta, da qual nenhuma outra pessoa tinha conhecimento.
Irene afirmava que seu pai, Francisco Velloso, fundara em 1908, juntamente com Miguel Stamato, José Garcia, João Gagliardi e outros companheiros, o “Centro Espírita do Calvário ao Céu”, na cidade de Bebedouro.
Francisco Velloso foi amigo íntimo e colaborador nos labores espiritistas de grandes vultos do Espiritismo no Brasil, como Cairbar Schutel, Pedro de Camargo e muitos outros, amigo e companheiro nas atividades espíritas das  famílias Stamato, Garcia, Gagliardi, Volp e outras de Bebedouro e arredores.
Um de seus filhos, Kardec Rangel Velloso, casou-se com a filha de João Leão Pitta, que tornou-se a Sra. Eugenia Pitta Velloso, professora e diretora de escolas, na cidade de Itanhaém – S.P., onde o casal muito trabalhou também, na seara espírita.
Francisco Velloso desencarnou em 16.10.1962, na cidade de Lorena-S.P., quando faltavam apenas dois meses para completar seus 80 anos de vida utilíssima. Era natural da cidade de Rio Pardo do Norte (atualmente Rio Pardo de Minas) no Estado de Minas Gerais, nascido a 26 de dezembro de 1882. Teve como genitores José Antonio Velloso e Epiphania Ambrozina Caldeira Velloso.


(Texto e fotos recebidos de Maria Aparecida Bergman, Estocolmo, Suécia)

Espíritas de Bebedouro - ano  1913 ou 14  (no alto Cairbar Schutel com uma criança ao colo.)
A família Velloso no ano de 1926 ou 1927
Francisco Velloso, Cairbar Schutel e José Maria Gonçalves-foto do livro Uma Grande Vida, pág.49, de Leopoldo Machado-Ed.O Clarim.
 
Maria Carneiro Rangel Velloso e Francisco Velloso (1930 ou 1932) e
Francisco Velloso aos 25 de dezembro de 1952
Irene Velloso e João Aguiar, mãe e pai de Cidinha Bergman, em Aparecida do Norte-SP., no ano de 1931
1948 ou 1949.  Eugenia Pitta Velloso, filha de João Leão Pitta e esposa de Kardec Rangel Velloso, um dos irmãos de Irene.
1992-Irene Rangel Velloso de Aguiar, mãe de Cidinha Bergman.
Rua Francisco Velloso na Vila Nunes em Lorena, SP.
Na foto irmãos de Irene Velloso e um tio


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