Estudando o Espiritismo

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terça-feira, 24 de julho de 2012

Análise da palavra "Fluido"


 Análise da utilização da palavra “fluído” e suas variações na obra de Allan Kardec

Alexandre Cardia Machado



1     - Proposta:

Este trabalho tem como objetivo analisar todo o material produzido, à respeito da palavra Fluído por Allan Kardec, nas obras O Livro dos Espíritos e na A Genêse os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. Procuraremos classificar as referencias por assunto, destacando os termos utilizados e sua coerência. Finalmente buscaremos reescrever os textos, usando sempre que possível a nomenclatura da época, padronizando e simplificando o texto.
Como objetivo final, estaremos disponibilizando um texto compacto, mais leve e claro sobre o assunto, reduzindo os diversos termos utilizados e buscando uma nomenclatura mais atual.


Classificamos o texto em 6 categorias, ou conceitos:


1.    Princípio Vital;
2.    Fluído Cósmico Universal;
  1. Matéria;
  2. Perispírito;
  3. O processo de comunicação do Espírito – Pensamento;
  4. Ação do Espírito sobre a matéria – Aparições.


1.1  – Terminologia empregada: Aqui destacamos os diversos termos utilizados pelos Espíritos e por Kardec nestas mesmas citações, são eles ao todo 44 expressões  usadas para explicar o conjunto de utilizações dos termos fluido, e suas variações;

Vejam abaixo quais são e quantas vezes cada um deles é utilizado:




Item
Termo
Item
termo
1
Corpo fluídico da alma (1)
22
Fluído Elétrico Animalizado (1)
2
Cosmo (1)
23
Fluido inteligente universal (1)
3
Eflúvios dos maus Espíritos (1)
24
Fluídos imponderáveis (1)
4
Esfera de irradiação (1)
25
Fluido magnético (1)
5
Étérea (5)
26
Fluído nervoso (1)
6
Éter (10)
27
Fluído Perispirítico (5)
7
Eterização ou imponderabilidade (1)
28
Fluído Primitivo ou elementar (1)
8
Estado de eterização (2)
29
Fluído se torna inteligente (1)
9
Estado transitório do fluído universal (1)
30
Fluído Vital (1)
10
Envoltório fluídico (2)
31
Fluído Universal (6)
11
Elemento espiritual (2)
32
Fluídos viciados (1)
12
Elemento material (3)
33
Imagens Fluídicas (1)
13
Eletricidade Animal (1)
34
Lei universal diversificada (1)
14
Forças (6)
35
Matéria etérea (1)
15
Fluído (13)[1]
36
Matéria tangível (5)
16
Fluídos Ambientes (2)
37
Matéria cosmica dos uranografos (1)
17
Fluído atua mecanicamente (1)
38
Matéria cósmica primitiva (5)
18
Fluido Bastante Sutil (1)
39
Perispírito (22)
19
Fluido Divino (1)
40
Princípio Vital (8)
20
Fluido do imã (1)
41
Substância primitiva (2)
21
Fluídos Espirituais (6)
42
Seres fluídicos (1)
44
Fluído Elétrico Animalizado (1)
43
Telégrafo universal (1)

TABELA 1 - Terminologia



2     - Material destacado dos livros em referência:

Este material foi agrupado, não pela ordem de apresentação nos livros em referência, mas sim por similaridade de assunto, desta forma fica mais fácil ao leitor assimilar os conceitos aí contidos, nesta parte do trabalho, apenas destacamos os termos que estamos estudando, sem ferir o texto original de Allan Kardec.

2.1 - Princípio Vital:

LE[2] – IntroduçãoPrincipio vital: O principio da vida material e orgância, qualquer que seja a fonte donde promane, principio esse comum a todos os seres vivos, desde as plantas até o homem. Pois que pode haver com a eclusão da faculdade de pensar, o principio vital é uma propriedade da matéria, um efeito que se produz achando-se a matéria em dadas circustância. Segundo outros, e esta é a idéia mais comum, ele reside em um fluído especial, universalmente espalhado e do qual cada ser absorve e assimila uma parcela durante a vida, tal como os corpos inertes absorvem a luz. Esse seria então o Fluído Vital que, na opinião de alguns, em nada difere do Fluído elétrico animalizado, ao qual também se dão os nomes de fluido magnético, fluído nervoso, etc.”

GE[3] – Capítulo 6 – 18 – Esse Fluído penetra os corpos, como um oceano imenso. É nele que reside o princípio vital que dá orígem à vida dos seres e a perpetua em cada globo, conforme à condição deste, princípio que, em estado  latente, se conserva adormecido onde a voz de um ser não o chama. ... As moléculas do mineral têm uma certa soma dessa vida, do mesmo modo que a semente do embrião...e se agrupam em figuras simétricas ... Muito importa nos compenetremos da noção de que a matéria cósmica primitiva se achava revestida, não só leis que asseguram a estabilidade dos mundos, como também do universal princípio vital que forma gerações espontâneas em cada mundo, à medida que se apresentam as condições da existência sucessivas dos seres e quando soa a hora do aparecimento dos filhos da vida, durante o período criador.”

GE – Capítulo 6 – 50 – referindo-se ao fim da vida em um determinado planeta “Esses elementos vão retornar à massa comum do éter, para se assimilarem a outros corpos, ou para regenerarem outros sóis. E a morte não será um acontecimento inútil, nem para a Terra, que consideramos, nem para suas irmãs”

GE – Capítulo 10 – 16 “ Sem falar do princípio inteligente, que é questão à parte, há, na matéria orgânica, um princípio especial, inapreensível e que não pode ser definido: o princípio vital. Ativo no ser vivente, esse princípio se acha extinto no ser morto; mas, nem por isso deixa de dar à substância propriedades que a distinguem das substâncias inorgânicas”

GE – Capítulo 10 – 17 “Será o principio vital alguma coisa particular, que tenha existência própria: Ou, integrado no sistema da unidade do elemento gerador, apenas será um estado especial, uma das modificações do Fluído cósmico, pela qual este se torne princípio de vida, com se torna luz, calor, eletricidade... (Cap VI, uranografia geral) ...Pode-se, portanto, logicamente, admitir que, ao se  formarem, os seres orgânicos assimilam o princípio vital, por ser necessário à destinação deles; ou, se o preferirem, que esse princípio se desenvolveu em cada individuo, por efeito mesmo da combinação dos elementos, tal como se desenvolvem, dadas certas circunstâncias, o calor, a luz e a  eletricidade”

GE – Capítulo 10 – 18 – Combinando-se em o Princípio vital, o oxigênio, o hidrogênio, o azoto e o carbono unicamente tenham formado um mineral ou corpo inorgânico, o princípio vital, modificando a constituição molecular desse corpo...tem-se uma molécula de matéria orgânica. A Atividade do principio vital é alimentada durante a vida pela ação do funcionamento dos órgãos, do mesmo modo que o calor, pelo movimento de rotação de uma roda...cessada aquela ação, por motivo da morte, o princípio vital se extingue, como o calor, quando a roda deixa de girar, mas o efeito produzido por esse princípio sobre o estado molecular do corpo subsiste...”

GE – Capítulo 10 – 19 – “ Os corpos orgânicos seriam, então, verdadeiras pilhas elétricas, que funcionam enquanto os elementos dessas pilhas se acham em condições de produzir eletricidade: é a vida; que deixam de funcionar, quando tais condições desaparecem: é a morte. Segundo essa maneira de ver, o princípio vital não seria mais do que uma espécie particular de eletricidade, denominada eletricidade animal, que durante a vida se desprende pela ação dos órgãos e cuja produção cessa, quando da morte, por se extinguir tal ação.


2.2 -  Fluído Cósmico Universal:

LE – Questão 27 “ O Fluído universal, que desempenha o papel de intermediário entre o Espirito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o Espírito possa exercer ação sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, seja lícito classificá-lo com o elemento material, ele se distingue deste por propriedades especias. Se o fluído universal fosse positivamente matéria, razão não haveria para que também o Espírito não o fosse. Está colocado entre o Espírito e a matéria; é fluído, como a matéria é matéria, e suscetível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do Espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte mínima. Esse fluído universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o Espírito se utiliza, é  o principio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.”
a)    – Esse fluido será o que desegnamos pelo nome de eletricidade!

“ Dissemos que ele é suscetível de inúmeras combinações. O que chamais de fluído elétrico, fluído magnético, são modificações do fluído universal, que não é, propriamente falando, senão matéria mais perfeita, mais sutil e que se pode considerar independente”

GE – Capítulo 2 – 24 – Seja ou não assim, no que concerne ao pensamento de Deus, isto é, quer o pensamento de Deus atue diretamente, quer por intermédio de um fluído, para facilitarmos a compreensão à nossa inteligencia, figure-mo-lo sob a forma de um  fluido inteligente que enche o universo infinito e penetra todas as partes da criação: A Natureza inteira mergulhada no fluido divino. Ora, em virtude do princípio de que as partes de um todo são de mesma natureza e tem as mesmas propriedades que ele, cada átomo desse fluído, se assim nos podemos exprimir, possuindo o pensamento, isto é, os atributos essenciais da Divindade e estando o mesmo fluido em toda a parte, tudo está submetido à sua ação inteligente, à sua previdencia, à sua solicitude. Nenhum ser haverá, por mais infimo que o suponhamos, que não esteja saturado dele. Achamo-nos então, constantemente, em presença da divindade; nenhuma das nossas ações lhe podemos subtrair o olhar; o nosso pensamento está em contato ininterrupto com o seu pensamento, havendo, pois, razão para dizer-se que Deus vê os mais profundos refolhos do nosso coração. Estamos nele, como ele está em nós, segundo a palavra do Cristo.

GE – Capítulo 2 – 25 – Longe de nós a ideia de materializar a Divindade. A imagem de um fluido inteligente universal evidentemente não passa de uma comparação apropriada a dar de Deus uma ideia mais exata

GE – Capítulo 6 – 5 – “ O olhar daquele que pode aprender a modo de agir da Natureza apenas vê, nos materias constitutivos do mundo, a matéria cósmica primitiva, simples e una, diversificada em certas regiões na época do aparecimento destas, repartida em corpos solidários entre si, enquanto tem vida, e que um dia se demembram, por efeitos da decomposição no receptáculo da extensão”

GE – Capítulo 6 – 10 – “ Há um fluído etéreo que enche o espaço e penetra os corpos. Esse fluído é o éter ou matéria cósmica primitiva, geradora do mundo e dos seres. São –lhe inerentes as forças que presidiam às metamorfoses da matéria, as leis imutáveis e necessárias que rejem o mundo... ora, assim como só há uma substância simples, primitiva, geradora de todos os corpos, mas diversificada em suas combinações, também todas essas forças dependem de uma lei universal diversificada em seus efeitos e que pelos designos etérnos, foi soberanamente imposta à criação, para lhe imprimir harmonia e estabilidade”

GE – Capítulo 6 – 11 – “ todas essas forças são eternas (Gravidade e eletricidade entre outras[4])   - explicaremos este termo – e universais, como a criação. Sendo inerentes ao fluído Cósmico, elas atuam necessariamente em tudo e em toda a parte”

GE – Capítulo 6 – 15 – “ Revestido das leis mencionadas acima e da impulsão inicial inerente à sua formação mesma, a matéria cósmica primitiva fez que sucessivamente nescessem turbilhões, aglomerações desse fluído difuso, amontoados de matéria nebulosa que se condiram por si proprios e se modificaram ao infinito para gerar, nas regiões incomensurráveis da amplidão, diversos centros de criações simultâneas ou sucessivas”[5]

GE – Capítulo 6 – 16 – “ Transportando-nos a alguns milhões de séculos somente, acima da época atual, verificamos que a nossa Terra ainda não existe, que mesmo o nosso sistema solar ainda não começou as evoluções da vida planetária; mas, que, entretanto, já esplêndidos sóis iluminam o éter, já planetas habitados dão vida e existência a uma multidão de seres, nossos predecessores na carreira humana...”

GE – Capítulo 6 – 17 – A criação universal “ A matéria cósmica primitiva continha os elementos materiais, fluídicos e vitais de todos os universos que estadeiam a suas magníficências diante da eternidade...absolutamente não disapareceu essa substância donde provêm as esferas siderais; não morreu esta potência, pois que ainda incessantemente, dá a luz novas criações e incessantemente recebe, reconstituídos, os princípios dos mundos que se apagam do livro eterno.[6]
A substância etérea, mais ou menos rarefeita, que se difunde pelos espaços interplanetários; esse fluído cósmico que enche o mundo, mais ou menos rerefeito, nas regiões imensas, opulentas de aglomerações de estrelas; mais ou menos modificado por diversas combinações, de acordo com as localidades da extensão, nada mais é do que a substância primitiva onde residem as forças universais, donde a natureza há tirado todas as coisas”

GE – Capítulo 6 – 59 – “Os mistérios do éter nos desvendaram o seu enigma até aqui indecifrável e, pelo menos, concebemos a idéia da universidade das coisas”

GE – Capítulo 14  Fluidos – 2 – “ o fluído cósmico universal[7] é, como já foi demonstrado, a matéria elementar primitiva, cujas modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos da Natureza. (Capítulo X) Como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distintos: o de eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar o primitivo estado normal, e o de materialização ou de ponderabilidade, que é, de certa maneira, consecutivo àquele. O ponto intermediário é o da transformação do fluído em matéria tangível. Mas, ainda aí, não há transição brusca, porquanto podem considerar-se os nossos fluídos imponderáveis como termo médio entre os dois estados (Capítulo IV, 10 e seguintes)...Uns, os chamados fenômenos materiais, são da alçada da Ciência propriamente dita, os outros, qualificados de Fenômenos espirituais ou psíquicos, porque se ligam de modo especial à existência dos Espíritos, cabem nas atribuições do Espiritismo....no estado de encarnação, o homem somente pode perceber os fenômenos psíquicos que se prendem à vida corpórea; os do domínio espiritual escapam aos sentidos materiais e só podem ser percebidos no estado de Espírito. (1)

         “(1) A denominação de fenômeno psíquico exprime com mais exatidão o pensamento, do que a de fenômeno espiritual, dado que esses fenômenos repousam sobre as propriedades e os atributos da alma, ou melhor, dos fluídos perispiríticos, inseparáveis da alma. Esta qualificação os liga mais intimamente à ordem dos fatos naturais regidos por leis: pode-se, pois, admiti-los como efeitos psíquicos, sem os admitir a título de milagres. – nota a A.K.

GE – Capítulo 14- 4 – “ Os elementos fluídicos do mundo espiritual escapam aos nossos instrumentos de análise e à percepção dos nossos sentidos, feitos para perceberem a matéria tangível e não a matéria etérea.... mas, entre tais fluídos, há os tão intimamente ligados à vida corporal, que, de certa forma, pertencem ao meio terreno. Em falta de observação direta, seus efeitos podem observar-se, como se observam os do fluido do imã, fluido que jamais se viu, podendo-se adquirir sobre a natureza deles conhecimentos de alguma precisão”

GE – Capítulo 14- 5 – “ A pureza absoluta, da qual nada nos pode dar idéia, é o ponto de partida do fluído universal; o ponto oposto é o que ele se transforma em matéria tangível...Os fluídos mais próximos da materilalidade, os menos puros, conseguintemente, compõe o que se pode chamar a atmosfera espiritual da terra.  É desse meio, onde igualmente vários são os graus de pureza, que os Espírtos encarnados e desencarnados, deste planeta, haurem os elementos necessários à economia de suas existências. Por muito sutis e impalpáveis que nos sejam esses fluidos, não deixam por isso de ser de natureza grosseira, em comparação com os fluídos etéreos das regiões superiores.... Quanto menos material é a vida neles, tanto menos material é a vida neles, tanto menos afinidade têm os fluidos espirituais com a matéria propriamente dita.
Não é rigorosamente exata a qualificação de fluidos espirituais, pois que, em definitivo, eles são sempre matéria mais ou menos quintessenciada. De realmente espiritual, só a alma ou princípio inteligente...Pode-se dizer que são a matéria do mundo espiritual, razão por que são chamados fluidos espirituais

GE – Capítulo 14 – 3 – “ no estado de eterização, o fluído cósmico não é uniforme; sem deixar de ser etéreo, sofre modificações constituem fluidos distintos que, embora procedentes do mesmo princípio, são dotados de propriedades especiais e dão lugar aos fenômenos peculiares ao mundo invisível...esses fluídos tem para os Espíritos, que também são fluídicos, uma aparência tão material, quanto a dos objetos tangíveis para os encarnados... lá porem, como neste mundo, somente aos Espíritos mais esclarecidos é dado compreender o papel que desempenham os lementos constitutivos do mundo onde eles se acham.”


GE – Capítulo 14- 6 – “Tendo por elemento primitivo o fluido cosmico etéreo, à matéria tangível há de ser possível, desagregando-se, voltar ao estado de eterização, do mesmo modo que o diamante, o mais duro dos corpos, pode volatilizar-se em gás impalpável. Na realidade, a solidificação da matéria não é mais do que um estado transitório do fluído universal, que pode volver ao seu estado primitivo, quando deixam de existir as condições de coesão”

GE – Capítulo 14- 13 – “ Os Fluídos espirituais, que constituem um dos estados do Fluído Cósmico Universal, são, a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais...”


2.3 – Matéria:

LE – questão 29 “A ponderabilidade é um atributo essencial da matéria! “”Da matéria como a entendeis, sim; não porem, da matéria como Fluido universal. A matéria etéria e sutil que constitui esse fluido vos é imponderável. Nem por isso, entretanto, deixa de ser o princípio da vossa matéria pesada.”


LE – questão 30 “ A matéria é formada de um só ou de muitos elementos! De um só elemento primitivo. Os corpos que consideram simples não são verdadeiros elementos, são transformações da matéria primitiva”

GE[8] - Capítulo 1 – 18  - A ciência moderna abandonou os quatro elementos primitivos dos antigos e, de observação em observação, chegou à concepção de um só elemento gerador de todas as transformações da matéria; mas, a matéria, por si só, é inerte; carecendo de vida, de pensamento, de sentimento, precisa estar unida ao princípio espiritual. O Espiritismo não descobriu, nem inventou este princípio; mas, foi o primeiro a demonstrar-lhe, por provas inconsusas, a existência; estudou-o, analisou-o e tornou-lhe evidente a ação. Ao elemento material, juntou ele o elemento espiritual. Elemento material e elemento espiritual, esses os dois principios, as duas forças vivas da Natureza. Pela união indissolúvel deles, facilmente se explica uma multidão da fatos até então inexplicáveis....

GE – Capítulo 6 – 7 – “ Logo, quer a substância que se considere pertença aos fluidos propriamente ditos, isto é, aos corpos imponderáveis, quer revista os caracteres e as propriedades ordinárias da matéria, não há, em todo o Universo, senão uma única substância primitiva; o cosmo , ou matéria cosmica dos uranografos



2.4 – Perispírito:

LE – questão 93: “Envolve-o uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós. Assaz vaporosa, entretanto, para poder  elevar-se na atosfera e transportar-se aonde queira.... perispirito

LE – questão 187: “ A substância do perispírito é a mesma em todos os mundos?Não, é mais ou menos etérea. Passando de um mundo a outro, o Espírito se reveste da matéria própria desse outro, operando-se porém, essa mudança com a rapidez do relâmpago.”

GE – Capítulo 1 – 39 – “O Espiritismo experimental estudou as propriedades dos fluídos espirituais e ação deles sobre a matéria. Demonstrou a existência do Perispírito, suspeitado desde a antiguidade e designado por S. Paulo sob o nome de corpo espiritual, isto é, corpo fluídico da alma, depois da destruição do corpo tangível. Sabe-se hoje que esse invólucro é inseparável da alma, forma um dos elementos constitutivos do ser humano, é o veículo da transmissão do pensamento e, durante a vida do corpo, serve de laço entre Espírito e a matéria. O perispírito, representa importantíssimo papel no organismo e numa multidão de afecções, que se ligam à fisiologia, assim como à psicologia.

GE – Capítulo 1 – 40 – “O estudo das propriedades do perispírito, dos fluidos espirituais e dos atributos fisiológicos da alma abre novos horizontes à Ciência e dá a chave de uma multidão de fenômenos incompreendidos até então, por falta de conhecimento da lei que os rege – fenômenos negados pelo materialismo, por se prenderem à espiritualidade, e qualificados como milagres ou sortilégios por outras crenças. Tais são, entre muitos, os fenômenos da vista dupla, da visão a distância, do sonambulismo natural e artificial, dos efeitos psíquicos da catalepsia e da letargia, da presciência, dos pressentimentos, das aparições, das transfigurações, da transmissão do pensamento, da fascinação, das curas instantâneas, das obsessões e possessões, etc. Demonstrando que esses fenômenos repousam em leis naturais, como os fenômenos elétricos, e em que condições normais se podem reproduzir, o Espiritismo derroca o império do maravilhoso e do sobrenatural e, consequentemente, a fonte da maior parte das superstições ...”

GE – Capítulo 2 – 22 -  “...Suponhamos um fluido bastante sutil para penetrar todos os corpos. Sendo ininteligente, esse fluído atua mecanicamente, por meio tão-só das forças materiais. Se porém, o supusermos dotado de inteligência, de faculdades perceptivas e sensitivas, ele já não atuará às cegas, mas com discernimento, com vontade e liberdade: verá, ouvirá e sentirá.”

GE – Capítulo 2 – 23 – “As propriedades do fluído perispirítico dão-nos disso uma idéia. Ele não é de si mesmo inteligente, pois que é matéria, mas serve de veículo ao pensamento, às sensações e percepções do Espírito. Esse fluído não é o pensamento do Espírito; é, porém, o agente e o intermediário desse pensamento. Sendo quem o transmite, fica, de certo modo, impregnado do pensamento transmitido. Na impossibilidade em que nos achamos de o isolar, a nós nos parece que ele, o pensamento, faz corpo com o fluído, que com este se confunde, como sucede com o som e o ar, de maneira que podemos, a bem dizer, materializá-lo. Assim como dizemos que o ar se torna sonoro, poderíamos, tomando o efeito pela causa, dizer que o fluído se torna inteligente.”

GE – Capítulo 2 – 33 – “ o envoltório perispiritico, conquanto nos seja invisível e impalpável, é, com relação a ela, verdadeira matéria, ainda grosseira demais para certas  percepções”

Formação e Propriedades do Perispírito:

GE – Capítulo 14- 7 – “ O perispírito, ou corpo fluídico dos Espiritos, é um dos mais importantes produtos do fluido cósmico; é uma condensação desse fluído desse fluido em torno de um foco de inteleigência ou alma. ...também o corpo carnal tem sua origem nesse mesmo fluído condensado e transformado em matéria tangível. No perispírito, a transformação molecular se opera diferentemente, porquanto o fluído conserva a sua imponderabilidade e suas qualidades etéreas. O corpo perispirítico e o carnal têm pois em origem no mesmo elemento primitivo; ambos são materia, ainda que em dois estados diferentes”

GE – Capítulo 14- 8 – “Do meio onde se encontra é que o Espírito extrai o seu perispírito, isto é, esse envoltório ele o forma dos fluídos ambientes. Resulta daí que os elementos constitutivos do perispírito naturalmente variam, conforme os mundos... emigrando da Terra, o espírito deixa aí o seu perispírito e toma outro apropriado ao mundo onde vai habitar”

GE – Capítulo 14- 9 – “ A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito. Os Espíritos inferiores não podem mudar de envoltório a seu bel-prazer, pelo que não podem passar, à vontade, de um mundo para outro...Nessa categoria se devem incluir aqueles cujo perispírito é tão grosseiro, que eles o confundem com o corpo carnal, razão por que continuam a crer-se vivos. Os Espíritos superiores, ao contrário, podem vir aos mundos inferiores, e, até, encarnar neles. Tiram, dos elementos constitutivos do mundo onde entram, os materiais para a formação do envoltório fluídico ou carnal apropriado ao meio em que se encontrem.”

GE – Capítulo 14- 10 – “ Os Espíritos chamados a viver naquele meio tiram dele seus perispíritos; porém, conforme seja mais ou menos depurado o Espírito, seu perispírito se formará das partes mais puras ou das mais grosseiras do fluído peculiar ao mundo onde ele encarna. ... a constituição intima do perispírito não é identica em todos os Espíritos encarnados ou desencarnados que povoam a Terra ou o espaço que a circunda... o mesmo não se dá com o corpo carnal que independe do adiantamento do Espírito”

GE – Capítulo 14- 18  - “ Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluídos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta, quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito com eles se confunde”
“Atuando este fluido sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com que se acha em contato molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus a impressão é penosa...”

GE – Capítulo 14- 21 – “ os fluídos se combinam pela semelhança de suas naturezas; os desemelhantes se repelem; há incompatibilidade entre os bons e os maus fluídos, como entre o óleo e a água.”

GE – Capítulo 14- 22 – “ ...é nas propriedades e nas irradiações do fluído perispirítico que se tem de procurar a causa da dupla vista, ou vista espiritual, a que também se pode chamar vista psíquica...O perispírito é o orgão sensitivo do Espírito, por meio do qual este percebe coisas espirituais que escapam aos sentidos corpóreos...o Espírito vê, ouve e sente, por todo o seu ser, tudo o que se encontra na esfera de irradiação, do seu fluído perispirítico... “

GE – Capítulo 14- 29 – “ A matéria inerte é insensível; o fluído perispirítico igualmente o é, mas transmite a sensação ao centro sensitivo, que é o Espírito. As lesões dolorosas do corpo repercutem, pois, no Espírito, qual choque elétrico, por intermédio do fluído perispiritual, que parece ter nos nervos os seus fios condutores”



2.5 – O processo de comunicação do Espírito - Pensamento:

LE – questão 282: Como se comunicam entre si os Espíritos?
“Eles se vêem e se compreendem. A palavra é material: é o reflexo do Espírito. O Fluido universal estabelece entre eles constante comunicação; é o veículo da transmissão de seus pensamentos[9], como, para vós, o ar o é do som. É uma espécie de telégrafo universal, que liga todos os mundos e permite que os Espíritos se correspondam de um mundo a outro.”

GE – Capítulo 14- 11 – “Os Espíritos inferiores não podem suportar o brilho e a impressão dos fluidos mais etéreos. Não morreriam no meio desses fluidos, porque o Espírito não morre, mas uma força instintiva os mantem afastados dali, como a criatura terrena se afasta de  um fogo muito ardente ou de uma luz muito deslumbrante.”

GE – Capítulo 14- 14 – “ Os Espíritos atuam sobre os fluídos espirituais, não manipulando-os como os homens manipulam os gases, mas empregando o pensamento e a vontade ... algumas vezes, essas transformações resultam de uma intenção; doutras, são o produto de um pensamento inconsciente. Basta que o Espírito pense em uma coisa, para que esta se produza, como basta que modele uma ária, para que esta repercuta na atmosfera ... por análogo efeito, o pensamento do Espírito cria fluidicamente os objetos que ele esteja habituado a usar. Um avarento manuseará ouro, um militar trará as suas armas e seu uniforme...Para o espírito que é, também ele, fluídico, esses objetos fluídicos são tão reais, como o eram , no estado mineral, para o homem vivo; mas, pela razão de serem criações do pensamento, a existência deles é tão fugitiva quanto a deste.[10]

GE – Capítulo 14- 15 – “ Há mais: criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico, como num espelho; toma nele corpo e aí, de certo modo se fotografa. Tenha um homem, por exemplo, a idéia de matar a outro: embora o corpo material se lhe conserve impassível, seu corpo fluídico é posto em ação pelo pensamento e reproduz todos os matizes deste último; executa fluidicamente o gesto, o ato que intentou praticar. O pensamento cria a imagem da vítima e a cena inteira é pintada, como num quadro, tal se lhe desenrola no espírito.”

GE – Capítulo 14- 16 – “sendo esses fluidos o veículo do pensamento e podendo este modificar-lhes as propriedades, é evidente que eles devem achar-se impregnados das qualidades boas ou más dos pensamentos que os fazem vibrar, modificando-se pela pureza ou impureza dos sentimentos. Os maus pensamentos corrompem o ar respirável. Os fluídos que envolvem os Espíritos maus, ou que estes projetam são, portanto viciados, ao passo que os que recebem a influência dos bons Espíritos são tão puros quanto o comporta o grau de perfeição moral destes.”

GE – Capítulo 14- 18 – “ O pensamento do encarnado atua sobre os fluídos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluídos ambientes... os fluídos viciados pelos eflúvios dos maus Espíritos podem depurar-se pelo afastamento destes, cujos perispíritos, porém, serão sempre os mesmos, enquanto o Espírito não se modificar por si próprio”


GE – Capítulo 14- 20 – “... o pensamento, é uma emissão que ocasiona perda real de fluídos espirituais, e, consequentemente, de fluídos materias, de maneira tal que o homem precisa retemperar-se com os eflúvios que recebe do exterior.”


GE – Capítulo 14- 28 – “ Os sonhos propriamente ditos apresentam os três caracteres das visões acima descritas[11]. As duas primeiras categorias dessas visões pertencem os sonhos de previsões, pressentimentos e avisos. Na terceira, isto é, nas criações fluídicas do pensamento, é que se pode deparar com a causa de certas imagens fantásticas...”

2.6 – Ação do Espírito sobre a matéria - Aparições:

GE – Capítulo 15- 42- “ ...por outro lado, também pode ter sucedido que seu corpo fosse sustentado e neutralizada a sua gravidade pela mesma força fluídica que mantém no espaço uma mesa, sem ponto de apoio”

GE – Capítulo 15- 44- “ É ainda nas propriedades do fluído perispirítico que se encontra a explicação deste fenômeno, a transfiguração, explicada no cap. XIV, no 39, é um fato muito comum que, em virtude da irradiação fluídica, pode modificar a aprência de um indivíduo; mas, a pureza do perispírito de Jesus permitiu que seu Espírito lhe desse excepcional fulgor....”

GE – Capítulo 15- 61- “ Todos os evangelistas narram as aparições de Jesus, após a morte, com circunstâncias pormenores que não permitem se duvide da realidade do fato. Elas, aliás, se explicam perfeitamente pelas leis fluídicas e pelas propriedades do perispírito e nada de anômalo apresentam em face dos fenômenos do mesmo gênero, cuja história, antiga e contemporanea, oferece numerosos exemplos, sem lhes faltar sequer a tangibilidade... o caracter do ser fluídico. ...Jesus então, se mostrou com o seu corpo perispirítico, o que explica que só tenha sido visto pelos que ele quis que o vissem....”

GE – Capítulo 15- 64- “  (sobre Jesus ser um agênere)[12] ...É fora de dúvida que semelhante fato não se pode considerar radicalmente impossível, dentro do que hoje se sabe acerca das propriedades dos fluídos; mas, seria, pelo menos, inteiramente excepcional e em formal oposição ao caráter dos agêneres. ...”

GE – Capítulo 15- 65- “ ...depois de sua morte, ao contrário, tudo nele revela o ser fluídico... o corpo carnal tem as propriedades inerentes à matéria propriamente dita, propriedades que diferem esssencialmente da dos fluídos etéreos; naquela, a desorganização se opera pela ruptura da coesão molecular... um instrumento cortante ou outro qualquer penetra num corpo fluídico como se penetrasse  numa massa de vapor, sem lhe ocasionar qualquer lesão, tal razão é por que os seres fluídicos, designados pelo nome de agêneres não podem ser mortos”

GE – Capítulo 15- 66- “ Jesus, pois teve, como todo homem, um corpo carnal e um corpo fluídico, o que é atestado pelos fenômenos materiais e pelos fenômenos psíquicos que lhe assinalaram a existência”


3     –  Material reescrito, padronizado e simplificado:

Analisando o material referenciado acima, no item 2 e utilizando como base os conceitos definidos em O Livro dos Espíritos, nos permitimos reescrever o texto, mantendo sempre que possível os termos originas, substituindo-os quando necessários por obsolescência, mas nos detendo no conceito propriamente dito e, sempre que cabível, nas propriedades deste termo aqui definido – buscamos assim uma padronização e simplificação, sem perder no entanto a coerência e a idéia basica definida por Allan Kardec:





3.1 -  Fluído Cósmico Universal[13] :

Fluído Cósmico Universal (FCU) – Definição: O FCU, que desempenha o papel de intermediário entre o Espirito e a matéria propriamente dita. A matéria por demais grosseira para que o Espírito possa exercer ação direta sobre ela .
 Podemos classificá-lo como  elemento material, mas se distingue desta por propriedades especias. Se o FCU  fosse positivamente matéria, razão não haveria para que também o Espírito não o fosse. Está colocado entre o Espírito e a matéria; é fluído, como a matéria é matéria, e suscetível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do Espírito.
Como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distintos: o de eterização ou imponderabilidade, seu estado normal ou primitivo, e o de materialização ou de ponderabilidade, que é, de certa maneira, consecutivo àquele. O ponto intermediário é o da transformação do fluído em matéria tangível.
É um fluído etéreo que enche o espaço e penetra os corpos. Esse fluído é o éter[14] ou matéria cósmica primitiva, geradora do mundo e dos seres. São –lhe inerentes as forças que presidiam às metamorfoses da matéria, as leis imutáveis e necessárias que rejem o mundo... ora, assim como só há uma substância simples, primitiva, geradora de todos os corpos, mas diversificada em suas combinações, também todas essas forças dependem de uma lei universal diversificada em seus efeitos e que pelos designos etérnos, foi soberanamente imposta à criação, para lhe imprimir harmonia e estabilidade”
É o intermediário do pensamento de Deus  que enche o universo infinito e penetra todas as partes da criação: A Natureza inteira está mergulhada no FCU  cada átomo desse fluído, se assim nos podemos exprimir, possuindo o pensamento, isto é, os atributos essenciais da Divindade e estando o mesmo fluido em toda a parte, tudo está submetido à sua ação inteligente. Achamo-nos então, constantemente, em presença da divindade
Uns, os chamados fenômenos materiais, são da alçada da Ciência propriamente dita, os outros, qualificados de Fenômenos espirituais ou psíquicos, porque se ligam de modo especial à existência dos Espíritos, cabem nas atribuições do Espiritismo[15]....no estado de encarnação, o homem somente pode perceber os fenômenos psíquicos que se prendem à vida corpórea; os do domínio espiritual escapam aos sentidos materiais e só podem ser percebidos no estado de Espírito.
 É desse meio, onde igualmente vários são os graus de pureza, que os Espírtos encarnados e desencarnados, deste planeta, haurem os elementos necessários à economia de suas existências. Por muito sutis e impalpáveis que nos sejam esses fluidos, não deixam por isso de ser de natureza grosseira, em comparação com os fluídos etéreos das regiões superiores.... Quanto menos material é a vida neles,  tanto menos afinidade têm os fluidos espirituais com a matéria propriamente dita.
Esses fluídos tem para os Espíritos, que também são fluídicos, uma aparência tão material, quanto a dos objetos tangíveis para os encarnados... lá porem, como neste mundo, somente aos Espíritos mais esclarecidos é dado compreender o papel que desempenham os elementos constitutivos do mundo onde eles se acham.”

3.2 - Princípio Vital: (18 termos usados no original e reduzidos a 9 neste texto, mais compacto e claro)

Principio vital definição:  O principio da vida material e orgânica, principio esse comum a todos os seres vivos, desde as plantas até o homem. É uma propriedade da matéria -enquanto energia. Segundo outros, e esta é a idéia mais comum, ele reside em um fluído especial, melhor definido como energia (FCU), universalmente espalhado e do qual cada ser absorve e assimila uma parcela durante a vida, tal como os corpos inertes absorvem a luz.

Os corpos orgânicos seriam como pilhas elétricas, que funcionam enquanto os elementos dessas pilhas se acham em condições de produzir eletricidade: é a vida; que deixam de funcionar, quando tais condições desaparecem: é a morte. Segundo essa maneira de ver, o princípio vital não seria mais do que uma espécie particular de energia.

As moléculas do mineral têm uma certa soma desse “princípio vital” , do mesmo modo que a semente do embrião...e se agrupam em figuras simétricas ... Muito importa nos compenetremos da noção de que na matéria cósmica primitiva[16]  se achava revestida, não só leis que asseguram a estabilidade dos mundos, como também de “princípio vital”  capaz de formar a vida, na  forma gerações espontâneas[17] em cada mundo, à medida que se apresentam as condições da existência sucessivas dos seres.

Quando cessa a  vida em um determinado planeta o “princípio vital” transforma-se em outra forma de energia, para ser assimilada em outros corpos, ou para regenerarem outros sóis. E a morte não será um acontecimento inútil, nem para a Terra, que consideramos, nem para suas irmãs.


3.3 – Matéria:

Matéria : Definição - A matéria é formada de um só ou de muitos elementos! De um só elemento primitivo. Os corpos que consideram simples não são verdadeiros elementos, são transformações da matéria primitiva, a ponderabilidade é um atributo essencial da matéria! mas, a matéria, por si só, é inerte; carecendo de vida, de pensamento, de sentimento, precisa estar unida ao princípio espiritual O Espiritismo Ao elemento material, juntou ele o elemento espiritual. Elemento material e elemento espiritual, esses os dois principios, as duas forças vivas da Natureza. Pela união indissolúvel deles, facilmente se explica uma multidão da fatos até então inexplicáveis.

3.4 – Perispírito:

Perispírito: Definição - O perispírito, ou corpo fluídico dos Espiritos, é um dos mais importantes produtos do FCU ; é uma condensação desse fluído desse fluido em torno de um foco de inteligência ou alma. ...também o corpo carnal tem sua origem nesse mesmo FCU condensado e transformado em matéria tangível.
No perispírito, a transformação molecular se opera diferentemente, porquanto o fluído conserva a sua imponderabilidade e suas qualidades etéreas. O corpo perispirítico[18] e o carnal têm pois em origem no mesmo elemento primitivo; ambos são materia, ainda que em dois estados diferentes.
Assaz vaporosa, entretanto, para poder  elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira.
A substância do perispírito é a mesma em todos os mundos? Não, é mais ou menos etérea. Passando de um mundo a outro, o Espírito se reveste da matéria própria desse outro, operando-se porém, essa mudança com a rapidez do relâmpago. Suspeitado desde a antiguidade e designado por S. Paulo sob o nome de corpo espiritual, isto é, corpo fluídico da alma, depois da destruição do corpo tangível.

Sabe-se hoje que esse invólucro é inseparável da alma, forma um dos elementos constitutivos do ser humano, é o veículo da transmissão do pensamento e, durante a vida do corpo, serve de laço entre Espírito e a matéria. O perispírito, representa importantíssimo papel no organismo e numa multidão de afecções, que se ligam à fisiologia, assim como à psicologia.

As propriedades do fluído perispirítico dão-nos disso uma idéia. Ele não é de si mesmo inteligente, pois que é matéria, mas serve de veículo ao pensamento, às sensações e percepções do Espírito. Esse fluído não é o pensamento do Espírito; é, porém, o agente e o intermediário desse pensamento.


3.4.1 - Formação e Propriedades do Perispírito:

 A natureza do perispírito está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito. Os Espíritos inferiores não podem mudar de envoltório a seu bel-prazer, pelo que não podem passar, à vontade, de um mundo para outro...Nessa categoria se devem incluir aqueles cujo perispírito é tão grosseiro, que eles o confundem com o corpo carnal, razão por que continuam a crer-se vivos. Os Espíritos superiores, ao contrário, podem vir aos mundos inferiores, e, até, encarnar neles. Tiram, dos elementos constitutivos do mundo onde entram, os materiais para a formação do perispírito ou carnal[19] apropriado ao meio em que se encontrem.”
Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluídos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta, quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito com eles se confunde.

Atuando este fluido sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com que se acha em contato molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus a impressão é penosa.

É nas propriedades e nas irradiações do perispírito que se tem de procurar a causa da dupla vista, ou vista espiritual, a que também se pode chamar vista psíquica.O perispírito é o orgão sensitivo do Espírito, por meio do qual este percebe coisas espirituais que escapam aos sentidos corpóreos.
O Espírito vê, ouve e sente, por todo o seu ser, tudo o que se encontra na esfera de irradiação, do seu perispírito.

A matéria inerte é insensível; o perispírito igualmente o é, mas transmite a sensação ao centro sensitivo, que é o Espírito. As lesões dolorosas do corpo repercutem, pois, no Espírito, qual choque elétrico, por intermédio do perispirito, que parece ter nos nervos os seus fios condutores.

O estudo das propriedades do perispírito, dos fluidos espirituais e dos atributos fisiológicos da alma abre novos horizontes à Ciência e dá a chave de uma multidão de fenômenos incompreendidos até então, por falta de conhecimento da lei que os rege – fenômenos negados pelo materialismo, por se prenderem à espiritualidade, e qualificados como milagres ou sortilégios por outras crenças.

3.4.2 - Fenômenos relacionados ao perispírito

São, entre muitos, os fenômenos da vista dupla, da visão á distância, do sonambulismo natural e artificial, dos efeitos psíquicos da catalepsia e da letargia, da presciência, dos pressentimentos, das aparições, das transfigurações, da transmissão do pensamento, da fascinação, das curas instantâneas, das obsessões e possessões, etc. Demonstrando que esses fenômenos repousam em leis naturais, como os fenômenos elétricos, e em que condições normais se podem reproduzir, o Espiritismo derroca o império do maravilhoso e do sobrenatural e, consequentemente, a fonte da maior parte das superstições.

3.5 – O processo de comunicação do Espírito - Pensamento:

O processo de comunicação do Espírito – Pensamento se transmite pelo FCU  que estabelece entre eles constante comunicação; é o veículo da transmissão de seus pensamentos, como, para vós, o ar o é do som. É uma espécie de telégrafo universal, que liga todos os mundos e permite que os Espíritos se correspondam de um mundo a outro.”
Os Espíritos inferiores não podem suportar o brilho e a impressão dos fluidos mais etéreos. Não morreriam no meio desses fluidos, porque o Espírito não morre, mas uma força instintiva os mantem afastados dali.

 Os Espíritos atuam sobre os fluídos espirituais, não manipulando-os como os homens manipulam os gases, mas empregando o pensamento e a vontade. Algumas vezes, essas transformações resultam de uma intenção; doutras, são o produto de um pensamento inconsciente.

Basta que o Espírito pense em uma coisa, para que esta se produza, pensamento do Espírito cria fluidicamente os objetos que ele esteja habituado a usar. Um avarento manuseará ouro, um militar trará as suas armas e seu uniforme. Para o espírito que é, também ele, fluídico, esses objetos fluídicos são tão reais, como o eram , no estado mineral, para o homem vivo; mas, pela razão de serem criações do pensamento, a existência deles é tão fugitiva quanto a deste.[20]
Criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no perispírito , como num espelho; toma nele corpo e aí, de certo modo se fotografa. Tenha um homem, por exemplo, a idéia de matar a outro: embora o corpo material se lhe conserve impassível, o perispírito  é posto em ação pelo pensamento e reproduz todos os matizes deste último; executa fluidicamente o gesto, o ato que intentou praticar. O pensamento cria a imagem da vítima e a cena interia é pintada, como num quadro, tal se lhe desemrola no espírito.”
Sendo esses fluidos o veículo do pensamento e podendo este modificar-lhes as propriedades, é evidente que eles devem achar-se impregnados das qualidades boas ou más dos pensamentos que os fazem vibrar, modificando-se pela pureza ou impureza dos sentimentos. Os fluídos que envolvem os Espíritos maus, ou que estes projetam são, portanto viciados, ao passo que os que recebem a influência dos bons Espíritos são tão puros quanto o comporta o grau de perfeição moral destes.”conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluídos ambientes. Os fluídos viciados pela energia dos maus Espíritos podem depurar-se pelo afastamento destes, cujos perispíritos, porém, serão sempre os mesmos, enquanto o Espírito não se modificar por si próprio”
É uma emissão que ocasiona perda real de  energia, e, consequentemente, de fluídos materias, de maneira tal que o homem precisa retemperar-se com a energia que recebe do exterior.”


3.5.1 - O Sonho e as imagens que são criadas:

  Os sonhos propriamente ditos apresentam os três caracteres das visões acima descritas[21]. As duas primeiras categorias dessas visões pertencem os sonhos de previsões, pressentimentos e avisos. Na terceira, isto é, nas criações fluídicas do pensamento, é que se pode deparar com a causa de certas imagens fantásticas...”

3.6 – Ação do Espírito sobre a matéria :

3.6.1 - Aparições:

Todos os evangelistas narram as aparições de Jesus, após a morte, com circusntâncias pormenores que não permitem se duvide da realidade do fato. Elas, aliás, se explicam perfeitamente pelas leis fluídicas e pelas propriedades do perispírito e nada de anômalo apresentam em face dos fenômenos do mesmo gênero. Jesus então, se mostrou com o seu corpo perispirítico, o que explica que só tenha sido visto pelos que ele quis que o vissem.

É ainda nas propriedades do perispiríto que se encontra a explicação deste fenômeno, a transfiguração, explicada no cap. XIV, no 39, é um fato muito comum que, em virtude da irradiação fluídica, pode modificar a aparência de um indivíduo; mas, a pureza do perispírito de Jesus permitiu que seu Espírito lhe desse excepcional fulgor.

 Na Aparição de Jesus após a morte, revela o perispírito  . O corpo carnal tem as propriedades inerentes à matéria propriamente dita, propriedades que diferem essencialmente da do perispírito ; naquela, a desorganização se opera pela ruptura da coesão molecular. Um instrumento cortante ou outro qualquer penetra no perispírito   como se penetrasse  numa massa de vapor, sem lhe ocasionar qualquer lesão, tal razão e por que os seres fluídicos, designados pelo nome de agêneres não podem ser mortos”

4     – Material de apoio e referência:

4.1 – Sobre a existência do éter:

Este capítulo esta aqui colocado com o objetivo de prover recursos didáticos com o fim de permitir uma conclusão sobre a existência ou não do éter. O texto demonstra que e idéia da existência de um meio físico que permeie todo o universo está totalmente afastada.

 “A teoria ondulatória da luz se estabeleceu e foi enunciada várias décadas antes de que se conhecesse a natureza eletromagnética das ondas. Aos pioneiros da ótica lhes pareceu razoável considerar as ondas luminosas como ondulações em um meio elástico chamado éter, que ocupava todo o espaço e o êxito em explicar os fenômenos de difração e interferência com base base em ondas deste meio, fez que sua noção resultou tão comum que se aceitou sua existência sem discussão. O desenvolvimento que realizou Maxwell sobre a teoria eletromagnética da luz em 1864, e sua verificação experimental por Hertz em 1887, retiraram o éter a maioria de suas propriedades, mas ninguém naquela época se mostrou desejoso de rechaçar a idéia fundamental que o éter representava. [22]

 Também em 1887, dois americanos Michelson e Morley, eles desenvolveram um experimento com 2 espelhos e uma tela semelhante a de uma televisão. Estes espelhos ficavam perpendiculares um em relação ao outro. Se estivéssemos mergulhados no éter, como a Terra desloca-se ao redor do sol, a mesma teria um movimento em relação ao éter e uma luz projetada contra um espelho semi-transparente que ficava no caminho do feixe de luz a 45 graus deveria atingir os dois espelhos em tempos diferentes. Com esta experimento simples foi verificado que não existia o éter O interessante é que os cientistas desenvolveram este artefato com o objetivo de provar a existência do mesmo. No entanto o resultado não foi o esperado. E se provou a inexistência do éter.  Veja a figura 1 abaixo.



Marcelo  Gleiser, relata em seu livro A Dança do Universo que Albert Michelson, jamais aceitou o resultado de seu próprio experimento, morreu acreditando na existência do éter, mais tarde em 1905 Albert Einstein , com a teoria da relatividade demonstra matemáticamente que este meio não é necessário. Em 1927 Michelson relata em um artigo “ No que concerne ao amado éter ( que agora está abandonado, mesmo que eu pessoalmente ainda o considere uma possibilidade...)[23]

“Ainda após os experimentos alguns eminentes cientistas como George FitzGerald e o físico Holandês Hendrik Lorentz sugeriram que corpos em movimento através do éter se contrairiam e que relógios se retardariam. Essa contração e o retardamento dos relógios seriam tais que todas as pessoas mediriam a mesma velocidade da luz, independentemente de como estivessem se movendo, no entanto em 1905 , Einstein mostrou que a noção de éter era supérflua pois as leis da natureza deveriam parecer as mesmas para qualquer observador em movimento livre o que é a base da teoria da relatividade. Einstein neste trabalho acaba com a necessidade do éter e com a ilusão de que exista uma quantidade universal chamada tempo”[24].

O próprio Capra, tão citado pelos espiritualistas com relação a este ponto é incisivo “ A Física clássica baseava-se não apenas na noção de um espaço absoluto tridimensional, independente dos objetos materiais que contém e obedecendo leis da geometria euclidiana. Mas também na noção do tempo como uma dimensão separada, que é igualmente absoluto e flui de maneira uniforme... a relatividade do tempo também nos obriga a abandonar o conceito newtoniano de espaço absoluto. Considerava-se que o espaço continha uma configuração definida de matéria a cada instante...o espaço absoluto, independente do observador não existe[25]

Todos estes relatos nos levam a concluit da não existência do éter e que o tempo não é uma grandeza absoluta. Isto desfaz a necessidade do éter como meio de transformissão das energias eletromagnéticas.

Isto implica em que o conceito de FCU necessita de uma nova teoria, como já referenciado, a idéia da existência de “campos” pode ser aceita já que existe muita pesquisa no limite da física teórica, buscando “campos formadores” do universo, ainda que até o momento não tenham sido bem sucedidos (cordas, supercordas, branas etc).[26]


Figura 1 - Experimento de Michelson e Morley[27]


5 – Bibliografia:

5.1 - O Livro dos Espíritos – Allan Kardec - FEB
5.2 - A Gênese os milagres e as predições segundo o Espiritismo – Allan Kardec  - FEB
5.3Conceptos de Fisica Moderna – Arthur Beiser Mc GraW-Hill Mexico –1977
5.4A Dança do Universo - dos mitos da criação ao big-bang– Marcelo Gleiser – Ed. Companhia das Letras –SP – 1997.
5.5O Universo em uma casca de noz- Stephen Hawking – Editora Mandarin – São Paulo 2001.
5.6O Tao da Física – um paralelo entre a física moderna e o misticismo oriental – Fritjof Capra – Ed. Cultriz São Paulo – 1983
5.7 – Caderno Cultural – Perispírito nova abordagem – O Perispírito uma abordagem do século XX – Reinaldo Di Luccia. Ed. ICKS Santos SP. 2002




[1] aparecendo o vocábulo isoladamente
[2] LE – O Livro dos Espíritos
[3] A Gênese os milagres e as predições Segundo o Espiritismo – Allan Kardec
[4] Observação deste autor
[5] Esta idéia de que galaxies teriam se formado simultâneamente, em diversos locias, à partir do nada, não combina com a observação astronômica que indica terem todas sido originadas em apenas um ponto do Universo Observável de 20 bilhões de anos luz. (Nota do autor)
[6]  Podemos fazer um paralelo entre esta idéia e a existência de “buracos negros”
[7] Primeira referência ao Termo Fluído Cósmico Universal (FCU), na obra Kardequiana
[8] GE – A Gênese os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo
[9] Esta analogia do princípio de que o pensamento precisa de um meio para se propagar. Este conceito é particularmente do século XIX, ver item 4.1. (nota do autor)
[10] Revista Espírita, junho de 1859, pagina 184 – LM, 2a parte , cap VIII
[11] ver 2.4- Perispírito - GE – Capítulo 14- 22  
[12] Nota do Autor
[13] Embora o termo FCU so tenha sido utilizado na Genese, ele é aqui mantido por ser mais usado na prática e por melhor exprimir a ideia nele contida, ainda que seja mantida a dúvida científica sobre a sua existência.
[14] Ver anexo sobre a inexistência do Éter Segundo a física Moderna
[15] Modernamente, devemos contester este posicionamento e devemos nos esforçar para que a ciência Espírita busque as provas materiais da existência do Espírito e suas consequências na natureza
[16]  como por exemplo na teoria do “Big bang”
[17] Espontânea no sentido de que uma vez que as condições ambientais permitirem as reações químicas e “vitais” fazem com que a vida se desenvolva, transformando a materia em um portador de “energia vital”
[18] Reinaldo di Luccia chamou este corpo perispirítico o nome de Campo Espiritual. A analogia de campo como algo que se forma em torno de uma carga energética (espírito). Ver o trabalho – O perispírito uma abordagem do século XX. – chamaremos à partir daqui somente de perispírito
[19] hoje sabemos que o corpo carnal depende fundamentalmente de fatores genéticos (nota do autor)
[20] Revista Espírita, junho de 1859, pagina 184 – LM, 2a parte , cap VIII
[21] ver 2.4- Perispírito - GE – Capítulo 14- 22  
[22] Conceptos de Física Moderna – A. Beiser – página 3
[23] A Dança do Universo  - página 254
[24] O Universo em uma casca de noz- pagina 11
[25] O Tao da Física – página 126 e 127
[26] O Universo em uma casca de noz- pagina 173

[27] O Universo em uma casca de noz – pagina 8

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