Fluido Cósmico Universal X Bóson de Higgs
Nada não existe. O nada nunca poderia criar alguma coisa. E se o nada tivesse criado alguma coisa, então, esse nada teria alguma inteligência.
Penso, logo existo. Existo, logo, Deus me criou. E criou todo esse maravilhoso Universo estrelado e esse Planeta azul com 540 milhões de quilômetros quadrados de superfície.
A mesma ilimitável curiosidade humana que nos levou a saltitar na superfície da Lua há 40 anos agora nos conduz à procura da conclusão da teoria da origem do universo. Nunca nos sentimos tão próximos de entender os mecanismos que deram origem a esse infinito e invulnerável espaço em grandeza e tamanho – ainda em expansão – em que nos encontramos inseridos.
O LHC – Large Hadron Collider
Ou em português, grande colisor de Hádrons, é a esperança do casamento da religião com a ciência. Orçado em 4 bilhões de euros, é a maior máquina do planeta, com um perímetro de 27 km de extensão, 4 estações e um total de 9.300 magnetos supercondutores no seu interior. Estive mês passado em Genebra, na Suíça, e passeei por estradas que levam à França, onde se encontra o LHC. Apesar de ser primavera, senti um frio glacial e tudo o que vi foram pacíficas vaquinhas pastando, plantações bucólicas, cumes brancos das montanhas e estações de esqui desativadas. Mas isso só na superfície, pois o LHC (que não vi) se encontra num túnel a cem metros de profundidade e é uma estrutura colossal. Algumas de suas peças foram resfriadas a uma temperatura muito menor que a do inverno suíço: -271°C, o que torna o interior do LHC o lugar mais frio do Universo. Entre outras coisas, um dos principais objetivos do LHC é tentar explicar a origem da massa das partículas elementares ao reproduzir o Big Bang. Para isso irá contar com aproximadamente 2 mil físicos (entre céticos e crentes) de 35 países e dois laboratórios autônomos, o JINR (Joint Institute for Nuclear Research) e o CERN (Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire). A maior expectativa é a de se encontrar a partícula que comprova a teoria do físico inglês cético Peter Higgs denominada de Bóson de Higgs, a que outros cientistas apelidaram de “a partícula de Deus” tamanho o seu poder de transportar forças fundamentais, capazes de ajudar a organização do cosmo.
A ciência humana, numa quixotesca luta com monstros imaginários materializados em moinhos de vento muitas vezes trabalha no afã da comprovação da inexistência de Deus, porém se perde em questionamentos como a explicar o que havia antes do Big Bang. Mas a ciência só avança regida sob uma Lei Divina e Natural, denominada “lei do progresso”. O que a Kardec ensina é que tudo que for comprovado pelo homem em seus estudos está em conformidade a essa lei, portanto, de acordo com o consentimento de Deus e perfeitamente absolvido por seus fundamentos.
No Livro dos Espíritos, capítulo I, questão 4, Allan Kardec pergunta aos espíritos: “Onde podemos encontrar a prova da existência de Deus? Resposta: – Num axioma que aplicais às vossas ciências: não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e vossa razão vos responderá. Para crer em Deus é suficiente lançar os olhos às obras da criação. O Universo existe, ele tem, portanto uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa, e avançar que o nada pode fazer alguma coisa.”
A beleza da Natureza é a assinatura de Deus na Sua obra.
A TEORIA DA RELATIVIDADE
Einstein em 1945 criou uma equação da física que é a chave para a compreensão de tudo o que existe no Universo do ponto de vista material e energia. A fórmula é E = mc². Energia é igual ao peso ou valor da massa multiplicado por ela mesma.
Pegamos um objeto qualquer. Uma laranja, por exemplo. Ao multiplicarmos toda a massa do corpo que ela tem por ela mesma, ficamos sabendo a quantidade de energia que compõe a matéria desta laranja.
Sabemos que dos diversos elementos encontrados o Hidrogênio é o mais leve. Obviamente, o índice de energia dele é menor que o Urânio ou Plutônio, do quais temos as usinas nucleares e as bombas de imenso poder. Porque elas contêm uma quantidade de massa imensamente grande. Multiplicadas por elas mesmas, dá um poder de energia muito maior. Daí a utilizarmos para a obtenção de energia alguns metais mais pesados.
Para entender o que existe e acontece a sua volta, o ser humano procura classificar fenômenos. Isso é, separa esses objetos ou fatos, a partir de algum critério preestabelecido segundo o interesse e o objetivo do estudo. A partir da observação do comportamento dos átomos, aqueles grupos que possuíam um mesmo comportamento passaram a ser denominados como elemento químico.
A chave da compreensão disso tudo é sabermos que tudo, absolutamente tudo no Universo, do menor átomo ao maior planeta, tudo é energia. Então, a energia contida em algo é a sua massa vezes a velocidade da luz, multiplicada por ela mesma. É a quantidade de energia capaz de criar movimento em tudo o que existe.
Massa é energia condensada ou cristalizada, materializada. Tudo o que se vê no mundo, cada menor ou maior objeto que tem massa, nada mais é que energia cristalizada. “Matéria e energia são apenas duas manifestações diferentes da mesma realidade física fundamental e que podem converter-se, uma em outra.” Energia é definida com a capacidade que possui um corpo, ou um sistema, de produzir trabalho. Esta capacidade de produzir trabalho ainda é uma incógnita para o homem, que somente a conhece por suas propriedades, como por exemplo, energia térmica, cinética, luminosa, mecânica, etc., desconhecendo totalmente o que é a energia mental e está longe de imaginar o que seja a energia divina, apesar de Jesus ter afirmado: “Podeis fazer o que faço e muito mais”.
FLUIDO CÓSMICO UNIVERSAL
Por que nós espíritas chamamos a menor partícula possível de se compreender de Fluido Cósmico Universal? Fluido por tratar-se de elemento totalmente etéreo, impalpável, impossível de se compreender pelos nossos cinco sentidos (visão, tato, audição, olfato, paladar). Cósmico porque tudo o que está no mundo é feito dele. Universal porque é mesma substância que serve de base para tudo o que existe.
Em Evolução em Dois Mundos e Mecanismos da Mediunidade, André Luiz afirma: “A matéria é luz coagulada” ou ainda “A matéria é luz capturada gravitacionalmente”.
Toda a matéria é uma forma condensada de energia vibratória. A matéria primitiva de onde toda matéria surgiu é o Fluido Cósmico Universal. De acordo com a obra A Gênesede Allan Kardec, “O princípio elementar universal oferece dois estágios distintos: o de eterização ou imponderabilidade que se pode considerar como estado normal primitivo, e o da materialização ou de ponderabilidade.” (Capítulo XVI item 2). Toda matéria existente é resultado das “inumeráveis modificações do mesmo fluido universal. Inclusive o fluido elétrico animalizado, fluido magnético, princípio ou fluido vital.” (Capítulo XVI item 7).
Matéria é energia condensada. Energia é matéria em estado radiante. Assim sendo, tudo é energia, em graus variados de densidade. Do mais sutil e eterizado ao mais sólido e denso. Esse espaço livre onde estamos imersos é constituído de fluido. “O fluído cósmico é o plasma divino, poder do Criador ou força nervosa do Todo-Sábio. Nesse elemento primordial, vibram e vivem constelações e sóis, mundos e seres, como peixes no oceano”. (Evolução em Dois Mundos – André Luiz).
O que a física quântica revelou é que quando observamos esses padrões de energia em níveis cada vez menores, podemos ver resultados surpreendentes. O material básico do universo no seu âmago é sempre o Fluido Cósmico Universal. É energia pura maleável, muito flexível e manipulável, capaz de incontáveis modificações para gerar tudo o que existe, de uma maneira que desafia o antigo modelo mecanicista do universo, como se nossa expectativa fizesse a energia fluir para o mundo e afetar outros sistemas de energia. Toda a matéria existente no universo origina-se desse Fluido Cósmico, quando surgem os elementos básicos da tabela periódica, que através de aglomerações de átomos, irão constituir todo tipo diferente de matéria até os planetas.
De acordo com a Doutrina Espírita, a formação dos mundos se dá através da expansão do Fluido Cósmico Universal, expandindo-se através dos tempos, transformando-se lentamente em matéria, como faz até hoje, originando toda sorte de astros que povoam o universo, como sóis, planetas e toda infinidade de matéria. Tudo no Universo é formado de Fluido Cósmico Universal, nas diferentes proporções.
O Fluido Cósmico Universal agrupado forma as subpartículas da matéria.
ÁTOMO
Mas o que é mesmo um átomo? O átomo é partícula fundamental da matéria. O nome átomo foi dado pelo filósofo grego Demócrito, que viveu entre 546 e 460 a.C.. Ele acreditava que todos os materiais possuiriam uma menor parte, que seria indivisível (a = não; tomos = divisões). O cientista inglês John Dalton, retomou as idéias de Demócrito 23 séculos depois, em 1808. A partir de experimentações, tirou algumas conclusões. Toda matéria é formada por diminutas partículas, os átomos. A combinação entre átomos iguais ou diferentes origina os materiais.
O átomo é formado pelo núcleo, onde há prótons e nêutrons, que para estarem estabilizados devem ter peso e massa idênticos. E elétrons estão em volta dele e formam o campo de energia ao seu redor, a eletrosfera. Os prótons e nêutrons são formados por quarks. Quando desintegramos essas partículas (tanto o próton, elétron e nêutron), obtemos as semipartículas da matéria, que chamamos de quantum. Um quantum é um pedaço de próton, um pedaço de elétron ou um pedaço de nêutron. Daí a origem do nomeFísica Quântica.
Através do choque das partículas quânticas, podemos quebrar o quantum, desintegrá-lo e buscar uma partícula ainda menor! A próxima partícula ao desintegrar o quantum é o que chamamos de Bóson de Higgs.
Satyendranath Bose foi um físico indiano natural de Calcutá (1894 – 1974), assistente de Einstein, ficou conhecido por seus trabalhos sobre mecânica quântica no início da década de 1920. Ele fez uma estatística do comportamento das partículas que tinham exatamente esta propriedade de orientar as demais em suas funções. A partícula bóson foi assim batizada em sua honra. O problema é que esta partícula só existe – até agora – no mundo das hipóteses matemáticas dele e do físico inglês Peter Higgs, mas foi acolhida com entusiasmo no meio científico.
O Bóson de Higgs “é uma partícula elementar escalar maciça hipotética predita para validar o modelo padrão atual de partícula”. Apertando a tecla SAP, os físicos usam hoje um modelo padrão para explicar o nosso mundo, que prevê a existência dessa partícula – mas ela nunca foi observada em laboratório. E o que Deus tem a ver com isso? Tudo! OBóson de Higgs também é chamado de partícula de Deus. Ele leva esse apelido basicamente por um simples motivo: a comprovação de sua existência valida o modelo padrão, que traz grande explicação sobre como matéria e energia funcionam no nosso universo. Claro que não traria todas as repostas, como de que forma Deus faria, mas será um grande avanço científico.
O Bóson de Higgs seria a menor partícula que forma tudo o que existe. Por exemplo, trêsBósons de Higgs formam um Quantum. Cinco ou seis Quantuns formariam um próton. X prótons mais Y nêutrons e Z elétrons, temos todos os elementos da tabela periódica que conhecemos.
Assim sendo, o que a física quântica denomina Bóson de Higgs, chamamos de Fluido Cósmico Universal. Dois nomes diferentes para uma mesma coisa.
Embora extremamente maciço, o Higgs é difícil de detectar, porque só existe “virtualmente”. Emerge no mundo e submerge após brevíssimo instante, para aparecer noutro lugar, feito uma pulga invisível, tempo curto demais para ser registrado.
E ANTES DO BIG BANG?
Em questionamentos dialéticos sabemos que em todo processo físico há uma seqüência de estados. Um estado precedente é uma causa para outro estado, que é seu efeito. E há sempre uma lei física que descreva esse processo. Mas o que existia antes desse átomo primordial começar a se expandir?
Não há efeito sem causa. A matéria não pode começar do nada, a existir, sem que haja algo que atue sobre a energia cósmica amorfa e a module formando suas partículas, desde as mais elementares às mais complexas (inclusive, as que permitem transformá-las em seres biológicos e inteligentes!).
Será que os cientistas encontrarão no LHC a resposta para a questão de como o Bóson de Higgs foi formado? Da mesma forma que alguns religiosos caem no equívoco de quererem impor um Deus antropomórfico esquecendo-se de que nada representamos perante a imensidão cósmica, também os materialistas se esquecem que, quando Einstein determinou a equação de transformação da energia em matéria (E = mc²) declarou que, sendo efeito desta condensação, a matéria não poderia ser causa de nada. E toda partícula, por mais elementar que seja, é matéria. Inclusive os bósons.
Então como a partícula de Higgs (o efeito) se condensou? E voltamos à questão anterior: quem ou o quê será esse Ente que deu a ordem inicial?
Tudo existe porque está aí. Mas: e a causa? Desde que tinha 6 anos meu filho me pergunta: quem criou tudo? E depois da primeira resposta, a próxima: quem criou Deus? Evidentemente, se, sequer conseguimos imaginar o motivo da existência da vida em si, quanto mais a da perfeição universal que, sem dúvida, está acima da capacidade humana de raciocínio. Conforme verificamos na Gênese, capítulo II, item 8, há a seguinte referência à natureza Divina:“Não é dado ao homem sondar a natureza íntima de Deus. Para compreendê-lo, ainda nos falta o sentido próprio, que só se adquire por meio da completa depuração do Espírito.” No Livro dos Espíritos, Parte Primeira, Capitulo I, De Deus ,perguntas 10 a 13. Tema: Atributos da Divindade e Panteísmo: ”A limitação da inteligência, a inferioridade de suas faculdades, suas imperfeições o impedem de conhecer a natureza intima de Deus. Um dia o homem compreendera o mistério da divindade, quando não mais estiver o Espírito obscurecido pela matéria. Quando, pela sua perfeição, se houver aproximado de Deus, ele O verá e compreendera.”
Tudo vem a seu tempo e nada fica sem resposta. Somos espíritos encarnados destinados à evolução, e todas as coisas estão subordinadas ao grande artífice do universo, que nos revela pouco a pouco todos os seus desígnios.
Ivete Janke e Barbara Reiter.
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