Os inimigos desencarnados
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A - Texto de Apoio:
Ainda outros motivos tem o espírita para ser indulgente com os seus inimigos. Sabe ele, primeiramente, que a maldade não é um estado permanente dos homens; que ela decorre de uma imperfeição temporária e que, assim como a criança se corrige dos seus defeitos, o homem mau reconhecerá um dia os seus erros e se tornará bom, Sabe também que a morte apenas o livra da presença material do seu inimigo, pois que este o pode perseguir com o seu ódio, mesmo depois de haver deixado a Terra; que, assim, a vingança, que tome, falha ao seu objetivo, visto que, ao contrário, tem por efeito produzir maior irritação, capaz de passar de uma existência a outra. Cabia ao Espiritismo demonstrar, por meio da experiência e da lei que rege as relações entre o mundo visível e o mundo invisível, que a expressão: extinguir o ódio com o sangue é radicalmente falsa, que a verdade é que o sangue alimenta o ódio, mesmo no além-túmulo. Cabia-lhe, portanto, apresentar uma razão de ser positiva e uma utilidade prática ao perdão e ao preceito do Cristo: Amai os vossos inimigos. Não há coração tão perverso que, mesmo a seu mau grado, não se mostre sensível ao bom proceder. Mediante o bom procedimento, tira-se, pelo menos, todo pretexto às represálias, podendo-se até fazer de um inimigo um amigo, antes e depois de sua morte. Com um mau proceder, o homem irrita o seu inimigo, que então se constitui instrumento de que a justiça de Deus se serve para punir aquele que não perdoou.
Pode-se, portanto, contar inimigos assim entre os encarnados, como entre os desencarnados. Os inimigos do mundo invisível manifestam sua malevolência pelas obsessões e subjugações com que tanta gente se vê a braços e que representam um gênero de provações, as quais, como as outras, concorrem para o adiantamento do ser, que, por isso; as deve receber com resignação e como conseqüência da natureza inferior do globo terrestre. Se não houvesse homens maus na Terra, não haveria Espíritos maus ao seu derredor. Se, conseguintemente, se deve usar de benevolência com os inimigos encarnados, do mesmo modo se deve proceder com relação aos que se acham desencarnados.
Outrora, sacrificavam-se vítimas sangrentas para aplacar os deuses infernais, que não eram senão os maus Espíritos. Aos deuses infernais sucederam os demônios, que são a mesma coisa. O Espiritismo demonstra que esses demônios mais não são do que as almas dos homens perversos, que ainda se não despojaram dos instintos materiais; que ninguém logra aplacá-los, senão mediante o sacrifício do ódio existente, isto é, pela caridade; que esta não tem por efeito, unicamente, impedi-los de praticar o mal e, sim, também o de os reconduzir ao caminho do bem e de contribuir para a salvação deles. E assim que o mandamento: Amai os vossos inimigos não se circunscreve ao âmbito acanhado da Terra e da vida presente; antes, faz parte da grande lei da solidariedade e da fraternidade universais.
B - Questões para estudo e diálogo virtual:
1 - Como devemos agir para evitar que malquerenças e inimizades perdurem depois da morte?
2 - Que conseqüências nos traz alimentar o ódio contra outra pessoa?
3 - Como libertar-se da ação nociva dos inimigos desencarnados?
Os Inimigos Desencarnados - Conclusão Voltar ao estudo
Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual Evangelho
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EESE072b - Cap. XII - Itens 5 e 6
Tema: Os inimigos desencarnados
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A - Conclusão do estudo:
O ódio transpõe o túmulo. O inimigo desencarnado, portanto, é alguém que ofendemos em vidas passadas e hoje nos alcança para o necessário reajuste. No preceito de Jesus "Amai os vossos inimigos", encontramos o caminho para a reconciliação com o adversário.
B - Questões para estudo e diálogo virtual:
1 - Como devemos agir para evitar que malquerenças e inimizades perdurem depois da morte?
Observando o preceito de Jesus, de amar os nossos inimigos, procedendo para com eles com a mesma retidão que gostaríamos fosse usada conosco.
"Não há coração tão perverso que (...) não se mostre sensível ao bom proceder."
Mediante o bom procedimento pode-se fazer de um inimigo um amigo, antes e depois de sua desencarnação.
2 - Que conseqüências nos traz alimentar o ódio contra outra pessoa?
O ódio que nutrimos pelo inimigo provoca neste um sentimento de igual intensidade contra nós, constituindo-se em instrumento de que Deus se utiliza para esclarecer aquele que não perdoou.
Devemos nos reconciliar o mais cedo possível com o nosso adversário, para que as discórdias não se perpetuem em existências futuras.
3 - Como libertar-se da ação nociva dos inimigos desencarnados?
Pela reforma íntima, à luz do Evangelho de Jesus, e através da prática do perdão e da caridade, em sua mais ampla acepção.
O Evangelho é abençoada escola de regeneração para todas as nossas faltas.
Essas atitudes, além de impedi-los de praticar o mal contra nós, os reconduzem ao caminho do bem.
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