Vingança além do túmulo
Onde nasce a vingança e por que a maioria dos seres humanos busca esse sentimento?
Pagar uma ofensa na mesma moeda traz paz de espírito?
Será que a vingança está restrita apenas ao mundo espiritual?
Vingar-se é um direito nosso?
A origem da história descreve essa imperfeição da humanidade como sendo um sinal de força, coragem, honra. Esse terrível defeito incentivou várias personalidades históricas (faraós, imperadores, reis, etc) a destruírem cidades inteiras, vitimando milhares de pessoas inocentes.
Qualquer defeito do espírito nasce do orgulho e do egoísmo – as grandes chagas da humanidade. A vingança nasce do orgulho, que induz o homem a se julgar mais do que verdadeiramente é, não suportando qualquer situação que possa supostamente rebaixá-lo, até mesmo uma simples comparação. Isso desperta nele sentimentos inferiores, como o ódio, a cólera, incentivando-o à vingança como forma de defender a sua honra. No número nove, do capítulo IX, de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec diz: “Em seu frenesi, o homem colérico ataca tudo: a natureza bruta, os objetos inanimados, que quebra, porque não lhe obedecem”.
Tudo isso como forma de solucionar seu problema, não percebendo que o aumenta consideravelmente, às vezes comprometendo até sua própria vida, sendo ele sua primeira vítima. Surge, então, nesse contexto de desequilíbrio, a vingança, quase sempre associada a terríveis influências, o impulso humano de planejar formas tenebrosas de se fazer “justiça”. A lei divina diz: “Não julgueis, a fim de não serdes julgados porquanto sereis julgados conforme houverdes julgados os outros; empregar-se-á convosco a mesma medida de que tenhais servido para com os outros”. (S. Mateus, cap VII, vv. 1 e 2).
Muitos acreditam ter o direito de vingar-se e às vezes o fazem com métodos sórdidos, mascarando armadilhas em faces sorridentes, calmas e aparentemente benévolas e escolhendo momentos oportunos para derramar todo o veneno existente dentro de si, que a capa da matéria dissimula. No número nove, do capítulo XII, de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec diz: “ ... A vingança é uma inspiração tanto mais funesta quanto a falsidade e a baixeza... Com efeito, aquele que se entrega a essa fatal e cega paixão não se vinga quase nunca a céu aberto...”.
Na maioria das vezes, a vingança torna-se uma violenta obsessão, pois aquele que se vinga persegue seu inimigo em todos os lugares possíveis. Todavia, engana-se quem pensa que esse tipo de defeito humano fica restrito apenas às esferas materiais. É no plano espiritual que residem as maiores estratégias para infundir nos homens que assim permitem, idéias vingativas. No mundo espiritual existem lugares e espíritos especializados nessa tarefa, ao qual laçam na humanidade, diariamente, sementes nocivas, provocando nos semeadores dores inimagináveis.
“Reconciliai-vos o mais depressa com o vosso adversário, enquanto estais com ele no caminho, a fim de que vosso adversário não vos entregue ao juiz, e que o juiz não vos entregue ao ministro da justiça, e que não sejais aprisionado. Eu vos digo em verdade, que não saireis de lá, enquanto não houverdes pago até o último ceitil.” (São Mateus, cap. V, v. 25, 26). Nessa máxima está o remédio que o Nosso Mestre Divino nos ensinou para debelarmos esse mal da Terra.
Foi pensando nesse belo ensinamento de Nosso Senhor Jesus Cristo que o autor espiritual João Maria ditou mais uma obra fantástica. Ao abordar esse tema tão nocivo ao progresso espiritual, ele traz ao público leitor esclarecimentos à luz da Doutrina Espírita, em uma história que nos mostra até onde um espírito pode chegar para realizar os seus objetivos mais inferiores, assim como as conseqüências geradas pelos atos praticados.
O livro VINGANÇA ALÉM DO TÚMULO, edição Casa Editora O Clarim, é mais uma obra empolgante que, através da psicografia do médium Assis Azevedo, nos informa com riqueza de detalhes a realidade do mundo material e espiritual desse tema, ensinando-nos, acima de tudo, que o conhecimento e o respeito às leis de Deus nos livram de muitas dores, geradas a partir da ignorância e do domínio do homem sobre o homem.
Giseti Marques
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