Estudando o Espiritismo

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terça-feira, 16 de agosto de 2016

A Doce Maria, A Mãe de JESUS

Maria – Visão Espirita


Todas as religiões cristães reverenciam, com extremado carinho e profunda gratidão, a figura ímpar de Maria de Nazaré, a sublime mãe de Jesus.
No Espiritismo – doutrina que se assenta em bases científicas, filosóficas e religiosas, sendo que, nesta última, como Cristianismo redivivo, caracteriza o Consolador prometido por Jesus – também aprendemos a reconhecer em Maria uma Entidade evoluidíssima, que já havia conquistado, há 2000 anos, elevadas virtudes, tornando-a apta a desempenhar na cros

ta terrestre tão elevada missão, recebendo em seus braços o Emissário de Deus que se fez menino para se transformar “no modelo da perfeição moral que a Humanidade pode pretender sobre a Terra.” (1)
Além do que se conhece nas antigas tradições religiosas, especialmente no Novo Testamento, encontramos na literatura espírita outros importantes dados biográficos de Maria, que vieram até nós por via mediúnica, naturalmente extraídos de arquivos fidedignos do Mundo Espiritual, revelando-nos que Ela continua até hoje zelando com muito carinho pela Humanidade terrestre, encarnada e desencarnada.

PREPARATIVOS E INÍCIO DA MISSÃO

Conta-nos Emmanuel que, precedendo a vinda de Jesus, entidades angélicas se movimentaram, tomando vastas e importantes providências no Plano Espiritual.
“Escolhem-se os instrutores, os precursores imediatos, os auxiliares divinos. Uma atividade única registra-se, então, nas esferas mais próximas do planta, (…).”
Com a chegada do Mestre “a manjedoura assinalava o ponto inicial da lição salvadora do Cristo, como a dizer que a humildade representa a chave de todas as virtudes. (…) Debalde os escritores materialistas de todos os tempos, vulgarizaram o grande acontecimento, ironizando os altos fenômenos mediúnicos que o precederam. As figuras de Simeão, Ana, Isabel, João Batista, José, bem como a personalidade sublimada de Maria, têm sido muitas vezes objeto de observações injustas e maliciosas; mas a realidade é que somente com o concurso daqueles mensageiros da Boa Nova, portadores da contribuição de fervor, crença e vida, poderia Jesus lançar na Terra os fundamentos da verdade inabalável.” (2)

PRIMEIROS TEMPOS, DRAMA DO CALVÁRIO E MUDANÇA PARA ÉFESO

O Espírito de Humberto de Campos narra, num de seus livros, a importante visita que Isabel e seu filho João batista fizeram ao lar de Jesus, em Nazaré, propiciando oportuno encontro entre as duas crianças que revolucionariam o Mundo…
O diálogo entre as duas primas é muito significativo, revelando-se perfeitamente preparadas para a sublime tarefa, como veremos neste pequeno trecho:
” – O que me espanta – dizia Isabel com caricioso sorriso – é o temperamento de João, dado às mais fundas meditações, apesar da sua pouca idade.
(…) – Essas crianças, a meu ver – respondeu-lhe Maria, intensificando o brilho de seus olhos – , trazem para a Humanidade a luz divina de um caminho novo. Meu filho também é assim, envolvendo-me o coração numa atmosfera de incessantes cuidados. Por vezes, vou encontrá-lo a sós, junto das águas, e, de outras, em conversação profunda com os viajantes que demandam a Samaria ou as aldeias mais distantes, nas adjacências do lado. Quase sempre, surpreendo-lhe a palavra caridosa que dirige às lavadeiras, aos transeuntes, aos mendigos sofredores… Fala de sua comunhão com Deus com uma eloquência que nunca encontrei nas observações dos nossos doutores e, constantemente, ando a cismar, em relação ao seu destino.”
Nesse mesmo livro, Humberto de Campos dedica o derradeiro capítulo a Maria, descrevendo as suas impressões íntimas diante do Filho crucificado… a sua curta estadia em Batanéia…. a mudança, com João Evangelhista, para Éfeso, onde “estabeleceriam um pouco e refúgio aos desamparados, ensinariam as verdades do Evangelho a todos os espíritos de boa vontade e, como mãe e filho, iniciariam uma nova era de amor, na comunidade universal.”
De fato, “a casa de João, ao cabo de algumas semanaas, se transformou num ponto de assembléias adoráveis (…) Maria externava as suas lembranças. Falava dele com maternal enternecimento, enquanto o apóstolo comentava as verdades evangélicas, apreciando os ensinos recebidos. E não foi tio singelo e generoso. (…) Sua choupana era, então, conhecida pelo nome de ‘Casa da Santíssima’. (…) Eram velhos trôpegos e desenganados do mundo, que lhe vinham ouvir as palavras confortadoras e afetuosas, enfermos que invocavam a sua proteção, mães infortunadas que pediam a benção de seu carinho.” (3)

LUCAS RECEBE INFORMAÇÕES DE MARIA
PARA FUNDAMENTAR O SEU EVANGELHO

Segundo narrativa de Emmanuel, o Apóstolo Paulo, ao visitar Éfeso, atendendo insistentes chamados de João, para promover a fundação definitiva da igreja cristã naquela cidade, “com delicadeza extrema, visitou a Mãe de Jesus na sua casinha singela, que dava para o mar. Impressionou-se fortemente com a humildade daquela criatura simples e amorosa, que mais se assemelhava a um anjo vestido de mulher. Paulo de Tarso interessou-se pelas suas narrativas cariciosas, a respeito da noite do nascimento do Mestre, gravou no íntimo suas divinas impressões e prometeu voltar na primeira oportunidade, a fim de recolher os dados indispensáveis ao Evangelho que pretendia escrever para os cristãos do futuro. Maria colocou-se à sua disposição, com grande alegria.”
Numa próxima viagem, a caminho da Palestina pela última vez, Paulo de Tarso também passou, rapidamente, por Éfeso e “a própria Maria, avançada em anos, acorrera de longe em companhia de João e outros discípulos, para levar uma palvra de amor ao paladino intimorato do Evangelho de seu Filho.”
E mais tarde, quando o Apóstolo dos gentios esteve preso, por dois anos, em Cesaréia, aproveitou esse período para manter relações constantes com as suas igrejas. “A esse tempo, o ex-doutor de Jerusalém chamou a atenção de Lucas para o velho projeto de escrever uma biografia de Jesus, valendo-se das informações de Maria; lamentou não poder ir a Éfeso, incumbindo-o desse trabalho, que reputava de capital importância para os adeptos do cristianismo. O médico amigo satisfez-lhe integralmente o desejo, legando à posteridade o precioso relato da vida do Mestre, rico de luzes e esperanças divinas.” (5)

A DESENCARNAÇÃO E SEU
PRIMEIRO TRABALHO NO MUNDO MAIOR

A dedsencarnação de Maria, assistida por Jesus, é descrita pormenorizadamente por humberto de Campos, no final do último capítulo do livro referido anteriormente. Segundo ele, ao libertar-se do vaso físico, Ela desejou, primeiramente, rever a Galiléia e logo em seguida visitou os cárceres sombrios de Roma, repletos de discípulos do Mestre que aguardavam a morte certa, quando lhes infundiu a força da alegria cristã, transmitindo a seguinte sugestão a uma jovem encarcerada:
” – Canta, minha filha! Tenhamos bom ânimo!…. Convertemos as nossas dores da Terra em alegrias para o Céu!…”
(…) Logo, a caravana majestosa conduziu ao Reino do Mestre a bendita entre as mulheres e, desde esse dia, nos tormentos mais duros, os discípulos de Jesus têm cantado na Terra, exprimindo o seu bom ânimo e a sua alegria, guardando a suave herança de nossa mãe Santíssima.” (4)

OUTROS TRABALHOS NO MAIS ALÉM

Em belíssima e comovente poesia, intitulada “Retrato de Mãe”, Maria Dolores descreve a assistência maternal e efetiva prestada pelo Espírito de Maria a Judas, que se encontrava em região umbralina, cego e solitário, muito tempo depois da crucificação do Mestre.
No final do diálogo com o discípulo suicida, em grande sofrimento preso a terrível remorso, a Benfeitora convence-o argumentando com profundo amor:
“Amo-te, filho meu, amo-te e quero
Ver-te, de novo, a vida
Maravilhosamente revestida
De paz e luz, de fé e elevação…
Virás comigo à Terra,
Perderás, pouco a pouco, o ânimo violento,
Terás o coração
Nas águas de bendito esquecimento,
Numa nova exist~encia de esperança,
Levar-te-ei comigo
A remansoso abrigo,
Dar-te-ei outra mãe! Pensa e descansa!…
E Judas, neste instante,
Como quem olvidasse a própria dor gigante
ou como quem se desagarra
De pesadelo at´roz,
Perguntou: – quem sois vós
Que me falais assim, sabendo-me traidor?
Sois divina divina, irradiando amor
Ou anjo celestial de quem pressinto a luz?!
No entanto, ela a fitá-lo, frente a frente,
Respondeu simplesmente:
– Meu filho, eu sou Maria, sou a mãe de Jesus.” (6)
No livro mediúnico Memórias de um Suicida inteiramo-nos da notável e completa assistência aos suicidas, em profundo sofrimento no Além , pela Legião dos Servos de Maria, “chefiada pelo grande Espírito Maria de Nazaré, ser angélico e sublime que na Terra mereceu a missão honrosa de seguir, com solicitudes maternais, Aquele que foi o redentor dos homens!”
Um setor muito importante da assistência aos suicidas é a Cidade Universitária, que abriga as entidades com alta do departamento Hospitalar e, naturalmente, aptas para frequentá-la. O diretor dessa Cidade, Irmão Sóstenes ao receber um novo grupo de aprendizes, assim explicou-lhes a sua origem: “Maria, sob o beneplácito de seu Augusto Filho, ordenou sua criação para que vos fosse proporcionada ocasião de preparativos honrosos para a reabilitação indispensável. Encontrareis no seu amor de mãe sustentáculo sublime para vencerdes o negror dos erros que vos afastaram das pegadas do Grande Mestre a quem deveis antes amor e obediência! Espero que sabereis compreender com inteligência as vossas próprias necessidades…”
Em outro passo da obra, um Mentor esclareceu: “Geralmente, porém, os avisos e as ordens vê de Mais Alto… de lá, onde paira a assistência magnânima da piedosa Mãe da Humanidade, a Governadora de nossa Legião… Se as entidades em apreço não pertencem à sua tutela direta de Guardiã, poderá o Guardião da falange ou da legião a que pertencerem impetrar o seu favor em prol dos transviados, seu amoroso concurso para o alvo a ser colimado, porquanto existe fraterna solidariedade de entre as várias agremiações do universo Sideral, infinitamente mais perfeitas que as existentes entre as nações físico-terrenas… (…) No entanto, se a outro eminente Espírito for dirigida a súplica, será esta encaminhada a Maria e seguir-se-ão as mesmas providências, pois, como vimos afirmando, é Maria a sublime acolhedora dos réprobos que se arrojaram aos temerosos abismos da morte voluntária…. Tudo isso, porém, não quererá certaente dizer que nossa Excelsa Diretora precisará esperar súplicas e pedidos de quem quer que seja a fim de tomar suas caridosas providências! Ao contrário, estas foram perenemente tomadas, com a manutenção dos postos de observação e socorro especiais para suicidas;”
Ao apresentar o destacado educador Aníbal aos novos alunos, IrmãoSóstenes prestou-lhes importante informação, nestes termos: “(…) É que Aníbal vinha sendo, para isso, preprado desde eras afastadas! (…) … Até que um dia, glorioso para o seu Espírito de servo fiel e amoroso, ordem direta desceu das altas esferas de luz, como graça concedida por tantos séculos de abnegação e amor: ‘ – Vai, Aníbal…. e dá dos teus labores à Legião de Minha Mãe! Socorre com Meus ensinamentos, que tanto prezas, os que mais destituídos de luzes e de forças encontrares, confiados aos teus cuidados… Pensa, de preferência, naqueles cujas mentes hão desfalecido sob as penalidades do su´cídio… Entreguei-os, de há muito, à direção de Minha Mãe, porque só a inspiração maternal será bastante caridosa para erguê-los para Deus!” (7)
Quando da visita de estudos sobre a lei de causa e efeito ao Templo da “Mansão Paz”, importante instituto de reajuste localizado nas regiões inferiores, os Espíritos Andr´´e Luiz e Hilário colheram valiosas observações. Ao analisarem o caso de uma veneranda senhora que orava fervorosamente, invocando a proteção de Mãe Santíssima pelos filhos transviados, receberam do instrutor Silas a seguinte elucidação: ” – Isso, contudo, não significa que a prece esteja sendo respondida por ela mesma. Petições semelhantes a esta elevam-se a planos superiores e aí são acolhidos pelos emissários da Virgem de Nazaret, a fim de serem examinadas e atendidas, conforme o critério da verdadeira sabedoria.” (8)

RETRATO DE MARIA

Algum tempo após tomarmos conhecimento de um novo quadro de Maria, a Mãe de Jesus, divulgado num programa daTV Record, de São Paulo, com a presença de Francisco Cândido Xavier, procuramos esse médium amigo para colher dele maiores esclarecimentos sobre a origem do mesmo.
Contou-nos, então, Chico Xavier, no final da reunião pública do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, na noite de 1º de dezembro de 1984, que com vistas às homenagens do Dia das Mães de 1984, o Espírito ao fotógrafo Vicente Avela, de São Paulo. Esse trabalho artístico foi sendo realizado aos poucos, desde meados de 1983, com retoques sucessivos realizados pela grande habilidade de Vicente, em mais de vinte contatos com médium mineiro, na Capital paulista.
Em nossa rápida entrevista, Chico frisou que a fisionomia de Maria, assim retratada, revela tal qual Ela é conhecida quando de Suas visitas às esferas espirituais mais próximas e pertubadas da crista terrestre; como, por exemplo, disse-nos ele, na Legião dos Servos de Maria, grande instituição de amparo aos suicidas detalhadamente no livro Memórias de um Suicida, recebido mediunicamente por Yvone A. Pereira.
E, ao final do diálogo fraterno, atendendo nosso pedido, Chico forneceu-nos o endereço do fotógrafo-artista, para que pudéssemos entrevistá-lo oportunamente, podendo assim registrar mais algum detalhe do belo trabalho realizado.
De fato, meses após essa entrevista, tivemos o prazer de conhecer o sr. Vicente Avela, em seu próprio ateliê, há 30 anos localizado na Rua Conselheiro Crispiniano, 343, 2º andar, na Capital paulista, onde nos recebeu atenciosamente.
Confirmando as informações do médium de Uberaba ele apenas destacou que, de fato, não houve pintura e sim um trabalho basicamente fotográfico, fruto de retoques num retrato falado inicial, tudo sob a orientação mediúnica de Chico Xavier.
Quando o sr. Vicente concluiu a tarefa, com a arte final em pequena foto branco-e-preto, ele a amplicou bastante e coloriu-a com tinta a óleo (trabalho em que é perito, com experiência adquirida na época em que não havia filmes coloridos e as fotos em preto-e-branco eram coloridas a mão.), dando origem à tela que foi divulgada.
Nesse encontro fraterno, também conhecemos o lindo quadro original à vista emparede de seu escritório, e ao despedirmo-nos, reconhecidos pela atenção, o parabenizamos por esse árduo e excelente trabalho, representando mais uma notícia da vida espiritual de Maria de Nazaré, que continua amparando com imenso amor maternal a Humanidade inteira.
Bibliografia: Anuário Espírita 1986 – Instituto de Difusão Espírita – IDE
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