Estudando o Espiritismo

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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O CARÁTER DA REVELAÇÃO ESPÍRITA



            Definamos primeiro o sentido da palavra revelação. Revelar, do latim revelare, cuja raiz, velum, véu, significa literalmente sair de sob o véu - e, figuradamente, descobrir, dar a conhecer uma coisa secreta ou desconhecida.

            Segundo Léon Denis, revelação significa simplesmente ação de levantar um véu e descobrir coisas ocultas.

Nenhuma ciência existe que haja saído prontinha do cérebro de um homem. Todas, sem exceção nenhuma, são fruto de observações sucessivas, apoiadas em observações precedentes, como em um ponto conhecido, para chegar ao desconhecido. Foi assim que os Espíritos procederam, com relação ao Espiritismo. Daí ser gradativo o ensino que ministram.

            A característica essencial de qualquer revelação tem que ser a verdade. Revelar um segredo é tornar conhecido um fato; se é falso, já não é um fato e, por conseqüência, não existe revelação. O caráter essencial da Revelação Divina é o da eterna verdade.

Além disso, convém notar que em parte alguma o ensino espírita foi dado integralmente; ele diz respeito a tão grande número de observações, a assuntos tão diferentes, exigindo conhecimentos e aptidões mediúnicas especiais, que impossível era acharem-se reunidas num mesmo ponto todas as condições necessárias. Tendo o ensino que ser coletivo e não individual, os Espíritos dividiram o trabalho, disseminando os assuntos de estudo e observação como, em algumas fábricas, a confecção de cada parte de um mesmo objeto é repartida por diversos operários.

Por sua natureza a revelação espírita tem duplo caráter: participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação científica.

Numa palavra, o que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem.
Por isso, o moderno espiritualismo não dogmatiza nem se imobiliza. Não alimenta pretensão alguma à infalibilidade. Posto que superior aos que o precederam, o ensino espírita é progressivo como os próprios Espíritos. Ele se desenvolve e completa à medida que, com a experiência, se efetua o progresso nas duas humanidades, a da Terra e a do espaço - humanidades que se penetram mutuamente e das quais cada um de vós deve, alternativamente, fazer parte.

OBRAS BÁSICAS


1.      O Livro dos Espíritos

Publicado em 18 de abril de 1857. Este é o livro básico da Doutrina Espírita. Nele estão contidos os princípios fundamentais do Espiritismo, tal como foram transmitidos pelos Espíritos Superiores a Allan Kardec, através do concurso de diversos médiuns.
Seu conteúdo é apresentado em quatro partes: das Causas Primárias; do Mundo Espírita ou dos Espíritos; das Leis Morais; e das Esperanças e Consolações.

2.      O Livro dos Médiuns

Publicado em janeiro de 1861. Neste livro, Espíritos Superiores explicam todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com os Espíritos, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os tropeços que eventualmente possam surgir na prática mediúnica.

É constituído de duas partes: Noções Preliminares e das Manifestações Espíritas.


3.      O Evangelho Segundo o Espiritismo

Publicado em abril  de 1864. Enquanto o Livro dos Espíritos apresenta a Filosofia Espírita, O Livro dos Médiuns a Ciência Espírita, O Evangelho Segundo o Espiritismo oferece a base e o roteiro da Religião Espírita. Logo na introdução deste livro, o leitor encontrará as explicações de Kardec sobre o objetivo da obra, esclarecimentos sobre a autoridade da Doutrina Espírita, a significação de muitas palavras freqüentemente empregada nos textos evangélicos, a fim de facilitar a compreensão do leitor para o verdadeiro sentido de certas máximas do Cristo, que a primeira vista podem parecer estranhas. Ainda na introdução, refere-se a Sócrates e a Platão como precursores da Doutrina Cristã e do Espiritismo.
O Evangelho Segundo o Espiritismo compõe-se de 28 capítulos, 27 dos quais dedicados à explicação das máximas de Jesus, sua concordância com o Espiritismo e sua aplicação às diversas situações da vida.

4.      O Céu e o Inferno

Publicado em agosto de 1865. Denominado também “A Justiça Divina Segundo o Espiritismo”, este livro oferece o exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual.
O Céu o Inferno coloca ao alcance de todos o conhecimento do mecanismo pelo qual se processa a Justiça Divina, em concordância com o princípio evangélico: “A cada um, segundo suas obras”.

5.      A Gênese

Publicada em janeiro de 1868. Destacam-se os temas: existência de Deus, origem do bem e do mal, destruição dos seres vivos uns pelos outros, explicações sobre as leis naturais, a criação e a vida no Universo, a formação da Terra, a formação primária dos seres vivos, o homem corpóreo e a união do princípio espiritual à matéria.

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