Um semeador saiu a semear.
E semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho. Os pássaros vieram e a comeram.
Outra parte caiu em solo pedregoso, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra era pouco profunda. Logo, porém, que o sol nasceu, queimou-se por falta de raízes.
Outras sementes caíram entre os espinhos; os espinhos cresceram e as sufocaram.
Outras, enfim, caíram em terra boa; deram frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um.
(Mt 13; Mc 4; Lc 8)
A parábola é uma narrativa simbólica, comparativa, usada para revelar verdades que precisam ser ensinadas, sempre com um fundo moralizante. Na literatura, vários foram os escritores que se destacaram nesse gênero e dentre eles podemos destacar: Esopo, na Antiguidade e La Fontaine, mais recentemente, na França.
Jesus, em toda a sua sabedoria, lançava mão desse recurso, para naquela época, ser melhor compreendido, ao passar para nós as verdades que já precisávamos conhecer. Dessa forma as “historinhas” seriam melhor apreendidas e ainda melhor transmitidas, sem acontecer o risco de deturpação. Foram incontáveis os ensinamentos que o Mestre nos deixou através de inúmeras parábolas, sendo que uma das mais conhecidas é a Parábola do Semeador.
Como foi dito anteriormente, na parábola sempre é feita uma comparação. De acordo com Terezinha de Oliveira (1), na Parábola do Semeador, este é Jesus, que espalhava sementes, isto é, os ensinamentos para o espírito. O solo se referia às nossas cabeças, que recebiam os ensinamentos.
E as sementes iam sendo lançadas: ficavam à beira do caminho: as pessoas que as recebiam eram endurecidas, não entendiam e, mesmo aquela parcela mínima, que percebia alguma coisa, em pouco tempo abandonava a idéia, não tinha terra para fazer brotar algum fruto. Seus corações estavam fechados.
O chão pedregoso recebia bem as sementes, mas não dispunha de terra suficiente para continuar a fazer o vegetal crescer. Assim como acontece com muitas pessoas: aceitam os ensinamentos, mas cansam-se logo, não têm perseverança para continuar o cultivo dos bons sentimentos. Qualquer imprevisto faz com que o desânimo faça-as desistir ou estagnar. Os corações já se abriram, mas a perseverança e a vontade ainda são fracas.
Entre os espinhos, a esperança de uma possível germinação já era visível. Entretanto, os apelos materiais ainda eram mais fortes que a vontade de progredir. Os apelos da vida material são muito mais fortes. A vontade de crescer é sufocada pelas facilidades da matéria. Por isso o crescimento espiritual não é levado muito em conta.
Mas existe a Terra Boa. Aquela onde tudo o que se planta nos dá uma resposta. Estamos nos referindo aos adeptos sinceros; àqueles que acreditam nos ensinamentos que são úteis para nós. São os espíritos que já abriram seus corações para a necessidade de cultivar os bons sentimentos, os quais possibilitam o nosso crescimento. E dentre esses já se percebe o aparecimento de frutos.
Ao darem início à prática dos bons sentimentos e a espalhar entre seus próximos os ensinamentos recebidos, outros espíritos se juntam aos primeiros, aumentando, consequentemente, a porção de Terra Boa. A produção de frutos pode ainda ser irregular, mas existe e é bastante promissora. O importante é que cada um produza o que puder. Se agirmos assim, estaremos atuando para a divulgação, cada vez maior e melhor, da Doutrina dos Espíritos. Se transportarmos essas noções para a nossa vida em família, poderemos observar que: ensinamos aos nossos filhos aquilo que possuímos de melhor – somos semeadores.
O resultado dificilmente será um só, pois cada filho é um espírito; cada um tem a sua individualidade; cada alma é um tipo de terreno. Continuemos a semear.
(1) Terezinha de Oliveira; Coleção:Estudos e Cursos; Volume 6 – Estudos Espíritas do Evangelho; Cap. 20 – Parábolas Evangélicas.
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