Estudando o Espiritismo

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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O SOFRIMENTO SEGUNDO A VISÃO ESPÍRITA


por Walter Machado

O SOFRIMENTO SEGUNDO A VISÃO ESPÍRITA

(O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo V – BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS)

Em Mateus, Cap.V, vv. 5,6 e 10

- Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados,
- Bem-aventurados os famintos e os sequiosos de justiça, pois que serão saciados,
- Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, pois é deles o reino dos céus.

Em Lucas, Cap. VI, vv. 20 e 21

- Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o reino dos céus,
- Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados,
- Ditosos sois, vós, que agora chorais, porque rireis.

- Mas ai de vós, ricos! Que tendes no mundo a vossa consolação,
- Ai de vós que estais saciados, porque tereis fome,
- Ai de vós que agora rides, porque sereis constrangidos a gemer e a chorar.


Quando o Mestre há aproximadamente 2.000 anos atrás exortou o sofrimento, não o fez fazendo apologia a este e sim como um chamamento a nos lembrar da lei universal de ação e reação, pois não viemos a este planeta para sofrer e sim para continuar a nossa evolução, reparar a nossa vida pregressa e desenvolver novos conceitos, rumo a perfeição como ser uno.
O Homem na maioria das vezes é o causador de seu infortúnio, quer seja neste plano ou no mundo do além túmulo.
O Homem, pois nem sempre é punido, ou punido completamente, na sua existência atual; mas não escapa nunca das conseqüências de suas faltas. A prosperidade do mal é apenas momentânea; que se ele não expiar hoje, expiará amanhã, ao passo que aquele que sofre está expiando o passado. O infortúnio que à primeira vista, parece imerecido tem a sua razão de ser, e aquele que se encontra em sofrimento pode sempre dizer:

“PERDOA-ME, SENHOR, PORQUE PEQUEI.”

Ao nascer, traz o homem consigo o que adquiriu, nasce qual se fez; em cada existência, tem um novo ponto de partida. Pouco lhe importa saber o que foi antes: se se vê punido, é que praticou o mal. Suas atuais tendências más indicam o que lhe resta a corrigir em si próprio e é nisso que se deve concentrar-se toda a sua atenção, porquanto, daquilo que se haja corrigido completamente, nenhum traço mais conservará. As boas resoluções que tomou são a voz da consciência, advertindo-o do que é bem e do que é mal e dando-lhe forças para resistir às tentações, advertindo-o do que é bem e do que é mal e dando-lhe forças para resistir às tentações.
Quando se fala em sofrimento, pensa-se logo em Jesus, idéia oriunda da antiga igreja da Idade Média (conhecida como idade das trevas), que surgiu, usando o “martírio do Mestre”, para nos subjugarmos e aceitarmos o seu dogma como verdade absoluta, mas esquecem-se que a história faz referência a outros líderes que enfrentaram dificuldades e perseguições em difundir a verdade perante o seu povo, como:
 Akenaton (1.500aC, no antigo Egito), promoveu uma reforma religiosa, abolindo o politeísmo, e desenvolvendo os estudos da vida pós túmulo e que após o seu desencarne, teve todas as suas idéias e práticas derrubadas pelos seus inimigos (sacerdotes de Amon), através de seu filho Tutankamon.
Sócrates (470aC, na antiga Grécia), o precursor do Espiritismo, defensor da vida após a morte e da reencarnação múltipla em processo evolutivo, também foi a exemplo do Mestre, perseguido, caluniado pelos seus inimigos e levado à morte por esses seus algozes e que mesmo sofrendo estes ataques, como Jesus, não abriu mão de sua missão de trazer o conhecimento e a fé raciocinada ao povo ignorante.
Os exemplos acima nos levam a raciocinar que o sofrimento é um processo comum a todos que intentam a defender e difundir a verdade e alertar a todos contra o fanatismo.
Muitas vezes o que julgamos ser sofrimento não passa de simples ajuste e mudanças de nossa condição atual e que geralmente nos induz ao progresso, pois a dor não resgata, nem purifica e sim nos indica que estamos no caminho errado, pois sofrer é se sentir só é não lembrar da presença do  Mestre.
Não podemos evoluir sem um pouco de esforço, pois ele regula a fé adquirida e este esforço muitas vezes é confundido com sofrimento, não viemos para sofrer e sim para sermos felizes e a felicidade depende de nosso aprendizado.










O SOFRIMENTO COMO BÊNÇÃO

(Iracema Linhares Giorgini de Ribeirão Preto, SP)

Sofrimento: dor física; angústia, aflição, amargura; infortúnio, desastre.

A Terra, em termos atuais, é um planeta de expiações e provas, no qual renascem, em massa, Espíritos muito comprometidos perante a Lei de Deus. Por isso a Terra ainda não é um lugar onde se possa viver sem incômodos, sem lutas e sofrimentos.
Ensina Emmanuel em "Justiça Divina" - pág. 114 que: "Somos Espíritos doentes em laboriosa restauração" devidos aos débitos contraídos no passado. "Todos somos enfermos pedindo alta". Sofrimento portanto, é conseqüência de violações, abusos, no curso dos quais a Lei Divina foi desrespeitada e os deveres negligenciados. Dor e adversidade apresentam-se hoje como oportunidades de desgastar débitos, de conquistar a liberdade. É o remédio para as imperfeições do Espírito, para as enfermidades da alma. Sem isso não é possível a cura.
Diante do sofrimento físico ou moral de modo geral desesperamos, revoltamo-nos, ficamos abatidos. Por quê? Porque a ignorância das Leis Universais faz-nos ter aversão a padecimentos, Em nossa cegueira estamos quase sempre prontos a amaldiçoar nossa vida obscura, monótona e dolorosa. Para que possamos perceber bênçãos no sofrimento é preciso que elevemos a nossa visão acima dos horizontes limitados da Terra para apreciarmos os porquês dos bens e dos males da existência, só então saberemos em que consiste a verdadeira desgraça e a verdadeira felicidade.
Observada sob esse ponto de vista, a desgraça (para o ser humano), não é o sofrimento, a perda de entes queridos, as provações, a miséria, mas, a desgraça, será tudo aquilo que adiar, aniquilar, impedir o adiantamento do Espírito. Para aquele que se detém na vida presente a desgraça pode ser a enfermidade, o sofrimento ao passo que para aquele que já desperto para as realidades espirituais será o prazer, o orgulho, a vida inútil, etc... Eis porque é necessário conhecer os objetivos da vida e das leis morais.
Do ponto de vista espiritual sofrimento é oportunidade de conquistar valores para a Vida Imortal - a verdadeira Vida.
Esclarece ainda Emmanuel: "O sofrimento longe de ser uma desgraça tem função preciosa nos planos da alma" - porque surge como conseqüência de erros e violações da Lei, mas tem função retificadora dos desequilíbrios do Espírito e das lesões corporais. Por isso apresenta potente utilidade ao homem que sofre; sem ele, o homem não poderia se reajustar, porque seria difícil acordar a consciência para a realidade superior.
Sendo um planeta de expiações e provas, na Terra todos conviverão com sua parcela de sofrimento - seja qual for a posição em que se encontrem. Longe de ser uma desgraça ou uma punição - sofrimento funciona como reequilíbrio e tratamento para o Espírito que sem esse estímulo dificilmente poderia reajustar-se e acordar a consciência para a realidade superior.
Sofrimento de qualquer procedência, injunções de toda natureza representam apelos, chamamentos para que despertando, cuidemos quanto antes da renovação e conseqüente ascensão moral. "Sofrimento é o Aguilhão Benéfico". Deriva daí que quando ele despontar em nossa vida cabe dar-lhe o tratamento adequado para que não venha a se transformar realmente em uma desgraça completa.
Qual deverá ser a atitude correta frente aos sofrimentos que nos avassalam?
Será sempre a da "Conformação Lúcida" isto é, entendendo as raízes aceitar com resignação, sem rebeldia, sem recriminação, trabalhando confiante e perseverante no bem, "aceitando-o" como remédio amargo, operação dolorosa, mas imprescindível que deve restituir a saúde do corpo e a paz do Espírito.

Bibliografia:
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - cap. VIII - item 21.
Celeiro de Bênção - Divaldo Pereira Franco - Joanna de Ângelis - Ante o Sofrimento
Após a Tempestade - Divaldo Pereira Franco - Joanna de Ângelis - Infortúnios.
Luz Acima - Francisco C. Xavier - Irmão X - Paz
Justiça Divina - Francisco C. Xavier - Emmanuel - Doenças da Alma
(Jornal Verdade e Luz Nº 181 de Fevereiro de 2001)





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