Em continuidade aos estudos da semana sobre espiritismo, o tema escolhido foi o medo da morte. Os livros que compõem a codificação espírita são repletos de ensinamentos a respeito deste assunto, que nos levam à reflexão.
No livro chamado 'O Céu e o Inferno', de Allan Kardec, fica revelado que quanto mais nos tornamos cientes sobre a função da vida, menor é o medo da morte. A certeza de que a vida não cessa com a morte traz em si a mudança da relação com esta. E completa com a seguinte passagem: "A Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese para ser realidade. [...] O mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade prática; não foram os homens que descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever a sua situação. [...] Para os espíritas, a alma não é uma abstração; ela tem um corpo etéreo que a define ao pensamento, o que muito é para fixar as ideias sobre a sua individualidade, aptidões e percepções."
Da mesma forma, no 'Livro dos Espíritos' há explicações interessantes sobre o porquê da relação complicada do homem com sua morte: "O homem carnal, mais preso à vida corporal do que à vida espiritual, tem, na Terra, penas e gozos materiais. Sua felicidade consiste na satisfação fugaz de todos os seus desejos. Sua alma, constantemente preocupada e angustiada pelas vicissitudes da vida, mantém-se num estado de ansiedade e de tortura perpétuas."
O medo é um sentimento natural e necessário para que sejamos prudentes frente a perigos que possam prejudicar nossa vida. O medo, no entanto, é normal quando é moderado. Se for excessivo, torna-se doentio, prejudica a vida e faz com que vivamos mais com medo do que em paz.
Pesquisas sobre o tema revelaram que os motivos pelos quais as pessoas temem a morte são variados, podendo ser enumeradas dentre os seguintes:
1) Falta de informação: somos acostumados a acreditar que existe um céu e um inferno e torna-se apavorante a ideia de que respondemos pelos atos da vida através da condenação ou do descanso eterno.
2) Necessidade de controlar tudo: ninguém pode ter o controle sobre a morte, pois ela é certa para todos. Querer controlar tudo é atitude própria de pessoas inseguras, o que gera mais ansiedade e medo.
3) Materialismo: quanto maior for a prisão aos bens materiais maior é o medo da morte, pois não se leva riquezas após o desencarne.
O Espiritismo ilumina os caminhos e nos faz ver com mais clareza e de forma racional, tanto a vida, quanto a morte. Vem nos mostrar que a Terra é uma escola e que, por isso, devemos aproveitar as oportunidades que surgem. Mas o principal vem nos lembrar que a vida na verdade não é essa e sim a vida espiritual. Estamos aqui de passagem. Deve-se tratar a morte como um fenômeno natural na vida humana, ao qual todos estão destinados.
Após o desencarne nos encontramos com nossa própria consciência, recapitulando todos os nossos atos, corretos ou não, e suas consequências. Aquele que viveu de forma desonesta, conturbada, não terá, com certeza, a mesma tranqüilidade daquele que procurou viver sob os moldes da retidão.
Os estudos da doutrina espírita nos envolvem ao ponto de encarar a morte não mais com a possibilidade de um fim, e sim a certeza de um recomeço. Por meio do nosso desprendimento material, através da pratica da caridade e adotando Jesus e sua mensagem por modelo e guia, não temos o que temer do futuro nem da morte.
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