José Argemiro da Silveira
de Ribeirão Preto, SP
"Tornou pois a entrar Pilatos no pretório, e chamou a Jesus, e disse-lhe: Tu és o Rei dos Judeus? Respondeu-lhe Jesus: O meu reino não é deste mundo" (João - cap. XVIII, 33-34)
Com estas palavras, Jesus se refere claramente à vida futura, fim a que se destina a humanidade. Sem a vida futura, a maior parte dos seus preceitos de moral não teriam razão de ser. A continuidade da vida, após a morte do corpo físico, é o ponto central do ensino do Cristo.
Sem compreendermos a continuidade da vida, depois da morte do corpo material, não há como entender as afirmativas de Jesus no Sermão da Montanha. As compensações prometidas aos sofredores em geral, não se cumprem nesta dimensão física. Em algumas passagens do Evangelho, Jesus fala da felicidade que, no plano espiritual, aguarda os que fizerem o bem na Terra, e do sofrimento reservado aos que viveram no egoísmo, sem se preocuparem com o seu semelhante. No quadro do juízo final, o Mestre afirma que todo aquele que ajudou o próximo necessitado: deu de comer ao faminto, vestiu o nu, visitou o encarcerado, enfim todo bem praticado aos irmãos necessitados seria como se a Ele tivesse feito. E estes usufruirão felicidades. E os que agiram de modo contrário, deixando de dar assistência aos necessitados, seria como se a Ele mesmo tivessem negado o socorro. E estes sofrerão as conseqüências de sua omissão, da falta de amor e solidariedade. Também na Parábola do rico e Lázaro, Jesus informa a desigualdade de situações em que se acham no plano espiritual, as duas personagens, em conseqüência do modo como viveram aqui na Terra.
As pessoas, no tempo de Jesus, tinham idéias vagas e imprecisas sobre a vida futura. Acreditavam na sobrevivência da alma, mas não sabiam como isto podia acontecer. Considerando o estado evolutivo das pessoas daquele tempo, Jesus não podia falar toda a verdade com relação a vida futura, pois não tinham condições de compreender. "Conformando o seu ensino ao estado dos homens da época, Jesus evitou lhes dar o esclarecimento completo, que os deslumbraria em vez de iluminar, porque eles não o teriam compreendido. Ele se limitou a colocar, de certo modo, a vida futura como um princípio, uma lei da natureza, à qual ninguém pode escapar. Todo cristão, portanto, crê forçosamente na vida futura, mas a idéia que muitos fazem dela é vaga, incompleta, e por isso mesmo falsa em muitos pontos". *
O Espiritismo traz grande contribuição para melhor compreendermos a vida após a morte do corpo físico. Não são hipóteses; não são apenas crenças baseadas em suposições. São fatos produzidos pelos Espíritos, aqueles mesmos que viveram aqui no plano físico e que, agora, na outra dimensão, vêm nos esclarecer o que passou e o que passa com eles. Esses fatos estão bem documentados em muitos livros, amplamente comprovados, e continuam acontecendo. Todo estudioso e observador sem preconceito constatará esta realidade. Com o estudo dos fenômenos produzidos pelos Espíritos, através dos médiuns, passamos a saber, efetivamente, que a vida continua depois da morte do corpo material, e, inclusive, como as coisas podem acontecer. Em conseqüência, "a idéia clara e precisa que se faz da vida futura dá uma fé inabalável no porvir *. E isto produz modificações enormes sobre a moralização das criaturas porque muda o ponto de vista pelo qual se encara a vida terrena.
No subtítulo "O Ponto de Vista", cap. II, do Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec nos dá uma bela aula sobre a questão dos valores. Valor é o que orienta a nossa vida. Conforme a tabela de valores que adotamos é o modo como administramos nossa vida. A pessoa que tem uma crença vaga na imortalidade tende a seguir o ditado popular: "Vale mais um pássaro na mão do que dois voando". Ante uma expectativa duvidosa sobre a vida futura, trata de gozar o presente, buscando a satisfação dos seus apetites, custe o que custar. É o mundo competitivo que vivemos. A lei humana que deveria disciplinar e organizar a vida em sociedade acaba não sendo obstáculo aos astuciosos, bastante espertos e inteligentes para burlar essas regras sociais, só sendo pegos em atividades lesivas ao bem comum, em raras oportunidades. A pessoa pode ostentar um rótulo religioso, aparentar crença na imortalidade até por conveniência, mas a maneira como efetivamente vive demonstra a falta de sinceridade, ou de convicção nessas crenças.
Quem sabe que a vida continua, após a morte do corpo físico, e que a Justiça Divina, a Lei de Causa e Efeito, não dormem, e que ninguém transgride impunemente essas Leis, por certo se orientará por outra tabela de valores.
Os bens do Espírito - o saber e as virtudes - passam a ser considerados, e mesmo buscado como os bens maiores.
O presente é resultado do passado, assim como no presente estamos construindo o futuro. O Criador nos dá liberdade para escolher caminhos, e nos faz responsáveis por tudo que realizamos. É uma questão de inteligência evitar aquilo que nos causa algum prazer no presente, mas que compromete o futuro. "Essa visão de conjunto os homens do tempo do Cristo não podiam compreender, e por isso o seu conhecimento foi reservado para mais tarde". *
* - Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. II - Allan Kardec.
(Jornal Verdade e Luz Nº 176 de Setembro de 2000)
"Tornou pois a entrar Pilatos no pretório, e chamou a Jesus, e disse-lhe: Tu és o Rei dos Judeus? Respondeu-lhe Jesus: O meu reino não é deste mundo" (João - cap. XVIII, 33-34)
Com estas palavras, Jesus se refere claramente à vida futura, fim a que se destina a humanidade. Sem a vida futura, a maior parte dos seus preceitos de moral não teriam razão de ser. A continuidade da vida, após a morte do corpo físico, é o ponto central do ensino do Cristo.
Sem compreendermos a continuidade da vida, depois da morte do corpo material, não há como entender as afirmativas de Jesus no Sermão da Montanha. As compensações prometidas aos sofredores em geral, não se cumprem nesta dimensão física. Em algumas passagens do Evangelho, Jesus fala da felicidade que, no plano espiritual, aguarda os que fizerem o bem na Terra, e do sofrimento reservado aos que viveram no egoísmo, sem se preocuparem com o seu semelhante. No quadro do juízo final, o Mestre afirma que todo aquele que ajudou o próximo necessitado: deu de comer ao faminto, vestiu o nu, visitou o encarcerado, enfim todo bem praticado aos irmãos necessitados seria como se a Ele tivesse feito. E estes usufruirão felicidades. E os que agiram de modo contrário, deixando de dar assistência aos necessitados, seria como se a Ele mesmo tivessem negado o socorro. E estes sofrerão as conseqüências de sua omissão, da falta de amor e solidariedade. Também na Parábola do rico e Lázaro, Jesus informa a desigualdade de situações em que se acham no plano espiritual, as duas personagens, em conseqüência do modo como viveram aqui na Terra.
As pessoas, no tempo de Jesus, tinham idéias vagas e imprecisas sobre a vida futura. Acreditavam na sobrevivência da alma, mas não sabiam como isto podia acontecer. Considerando o estado evolutivo das pessoas daquele tempo, Jesus não podia falar toda a verdade com relação a vida futura, pois não tinham condições de compreender. "Conformando o seu ensino ao estado dos homens da época, Jesus evitou lhes dar o esclarecimento completo, que os deslumbraria em vez de iluminar, porque eles não o teriam compreendido. Ele se limitou a colocar, de certo modo, a vida futura como um princípio, uma lei da natureza, à qual ninguém pode escapar. Todo cristão, portanto, crê forçosamente na vida futura, mas a idéia que muitos fazem dela é vaga, incompleta, e por isso mesmo falsa em muitos pontos". *
O Espiritismo traz grande contribuição para melhor compreendermos a vida após a morte do corpo físico. Não são hipóteses; não são apenas crenças baseadas em suposições. São fatos produzidos pelos Espíritos, aqueles mesmos que viveram aqui no plano físico e que, agora, na outra dimensão, vêm nos esclarecer o que passou e o que passa com eles. Esses fatos estão bem documentados em muitos livros, amplamente comprovados, e continuam acontecendo. Todo estudioso e observador sem preconceito constatará esta realidade. Com o estudo dos fenômenos produzidos pelos Espíritos, através dos médiuns, passamos a saber, efetivamente, que a vida continua depois da morte do corpo material, e, inclusive, como as coisas podem acontecer. Em conseqüência, "a idéia clara e precisa que se faz da vida futura dá uma fé inabalável no porvir *. E isto produz modificações enormes sobre a moralização das criaturas porque muda o ponto de vista pelo qual se encara a vida terrena.
No subtítulo "O Ponto de Vista", cap. II, do Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec nos dá uma bela aula sobre a questão dos valores. Valor é o que orienta a nossa vida. Conforme a tabela de valores que adotamos é o modo como administramos nossa vida. A pessoa que tem uma crença vaga na imortalidade tende a seguir o ditado popular: "Vale mais um pássaro na mão do que dois voando". Ante uma expectativa duvidosa sobre a vida futura, trata de gozar o presente, buscando a satisfação dos seus apetites, custe o que custar. É o mundo competitivo que vivemos. A lei humana que deveria disciplinar e organizar a vida em sociedade acaba não sendo obstáculo aos astuciosos, bastante espertos e inteligentes para burlar essas regras sociais, só sendo pegos em atividades lesivas ao bem comum, em raras oportunidades. A pessoa pode ostentar um rótulo religioso, aparentar crença na imortalidade até por conveniência, mas a maneira como efetivamente vive demonstra a falta de sinceridade, ou de convicção nessas crenças.
Quem sabe que a vida continua, após a morte do corpo físico, e que a Justiça Divina, a Lei de Causa e Efeito, não dormem, e que ninguém transgride impunemente essas Leis, por certo se orientará por outra tabela de valores.
Os bens do Espírito - o saber e as virtudes - passam a ser considerados, e mesmo buscado como os bens maiores.
O presente é resultado do passado, assim como no presente estamos construindo o futuro. O Criador nos dá liberdade para escolher caminhos, e nos faz responsáveis por tudo que realizamos. É uma questão de inteligência evitar aquilo que nos causa algum prazer no presente, mas que compromete o futuro. "Essa visão de conjunto os homens do tempo do Cristo não podiam compreender, e por isso o seu conhecimento foi reservado para mais tarde". *
* - Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. II - Allan Kardec.
(Jornal Verdade e Luz Nº 176 de Setembro de 2000)
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