Wagner Borges
Além de não ser tão fácil receber mensagens dos entes extrafísicos, nem sempre elas podem ser consideradas fundamentais. Mais do que qualquer coisa, é preciso que as pessoas não deixem a tristeza bloquear seus sentimentos e a seqüência de suas vidas, elevando seus pensamentos.
Ultimamente, tenho recebido muitos e-mails de pessoas pedindo para que eu receba alguma mensagem psicografada de seus entes queridos extrafísicos. Mas não tenho como atendê-las. As mensagens que recebo são de cunho geral, visando o esclarecimento espiritual das pessoas. Recebo-as por orientação dos amparadores que trabalham comigo. Além do mais, fica difícil "pegar" uma mensagem de uma pessoa que sequer conheci aqui no plano físico. É possível, mas é muito mais difícil. Quando conheço a pessoa, fica tudo mais fácil, pois aí há parâmetros para uma conexão espiritual. Às vezes, os próprios amparadores trazem notícias da pessoa em questão.
Fico pensando se as pessoas pensam que há uma seção de achados e perdidos no plano espiritual, e que é só chegar lá com o nome da pessoa e pegar uma mensagem.
O universo é constituído por muitas dimensões que se interpenetram. Matéria é energia condensada, e energia é matéria em estado radiante. Logo, tudo é energia, em graus variados de densidade. Um contato espiritual depende de vários fatores: sintonia entre as partes, circunstâncias extrafísicas ou cármicas, aprendizado das pessoas envolvidas, orientação dos amparadores que coordenam esses processos anímico-mediúnicos, e disponibilidade da pessoa procurada no plano extrafísico. É tudo uma questão de freqüências dimensionais. É pura sintonia!
Deixe-me dar um exemplo prático. Tenho um irmão portador do vírus HIV, e que com freqüência apresenta problemas oriundos das várias infecções causadas pelo enfraquecimento de seu sistema imunológico. Todas as vezes que ele entra em crise (já esteve várias vezes entre a vida e a morte), eu sinto a distância o que ele está passando. Ou seja, essa ligação já ocorre em vida intrafísica. Quando ele passar para o "lado de lá", não terei dificuldade alguma para acessá-lo (e ajudá-lo, se precisar). Contudo, se receberei uma mensagem dele ou não, isso depende de várias circunstâncias.
Ao longo de 22 anos trabalhando com o lado espiritual (tenho 37 anos agora, mas as primeiras experiências parapsíquicas se iniciaram em 1977, quando eu tinha 15 anos) já vi muitos espíritos, conhecidos e desconhecidos. E aprendi que uma comunicação espiritual só vem se o pessoal do "lado de lá" quiser, ou se a pessoa interessada se desenvolver e abrir suas parapercepções para outras freqüências vibracionais.
Vontade de Viver
Não é uma mensagem psicografada que acabará com a saudade e o vazio das pessoas. O que acabará com a sensação de perda é a maturidade da própria consciência, seu crescimento como pessoa, sua própria evolução, que lhe mostrará que a energia do TODO está em tudo! Crescendo, ela perceberá o toque da vida em tudo. Sentirá em seu íntimo uma certa ressonância com os planos invisíveis, e terá plena certeza da imortalidade da consciência. Não mais acreditará, pois terá ampla certeza. Não dirá: "eu creio!"; dirá: "eu sei!" É óbvio que sentirá falta da presença da pessoa amada que partiu, mas administrará isso muito bem. Não será saudade doentia, será compreensão oriunda do discernimento e de sentimentos verdadeiros.
O que as pessoas estão precisando é de claridade nas idéias e muito amor no coração.
Amigos, que tal colocar no lugar da "meleca emocional" um pouco de esclarecimento espiritual, amor, alegria e vontade de viver? Se a pessoa amada foi arrebatada para outras dimensões (tudo o que está vivo um dia morre), aceitem. Vocês têm que seguir a vida e aprender o máximo possível, até chegar a hora de vocês serem arrebatados também. A natureza nos obriga: temos que viver! A pessoa amada partiu, mas quem disse que nossa vida tem que se partir também?
Se conseguirem uma mensagem de alento da pessoa, ótimo. Caso contrário, por favor, cresçam. Não deixem a tristeza bloquear seus sentimentos para com a vida e as outras pessoas.
Desculpem a franqueza, mas não será uma mensagem psicografada que vai confortar seus corações. O que os confortará é saber que se está fazendo o melhor possível na existência. É ter certeza de estar usando o bom senso em todas as situações. É saber que o próprio coração é um imenso manancial de amor, seja pelos que estão vivos no plano físico, seja por aqueles que estão vivos nos planos extrafísicos, além da vida terrestre.
Elevem seus pensamentos e sigam o fluxo da vida, pois não há alternativa para quem vive na Terra, a não ser viver, viver e viver até que, um dia, no justo momento final de nossa existência no planeta, a morte nos arrebate para as dimensões extrafísicas. E aí, só nos restará viver, viver e viver... extrafisicamente, junto àqueles afetos que nos precederam na jornada.
Meus amigos, sei que esse é um tema duro de ser abordado, mas é necessário tocar nesses pontos nevrálgicos escondidos dentro do coração. Não estou insensível aos pedidos das pessoas e as entendo. Contudo, não estou disposto a compactuar com suas vibrações de tristeza. Prefiro ser direto e preciso, mesmo parecendo um pouco duro; mas minha função como espiritualista consciente é elevar o clima íntimo das pessoas. Saudade dói, mas ignorância dói mais. Visitar o túmulo de alguém pode até confortar a pessoa, mas estudar um tema espiritual conforta muito mais. Revoltar-se por causa da perda não traz a pessoa amada de volta, mas bloqueia nossa percepção para as realidades maiores da existência. Deixar o manto da tristeza envolver o coração impede a pessoa de apreciar a maravilha que é o nascer e o pôr do sol. Enlutar a consciência só impede os amigos de perceberem o brilho de seus olhos. Ficar mal é um atentado contra a beleza da existência, mesmo com todos os problemas que o viver diário apresenta. Odiar tudo isso é fácil; difícil é olhar claramente e tocar o barco em frente... com amor.
Para reflexão em torno desse tema, reproduzo aqui alguns pensamentos sobre a imortalidade da consciência:
"Há corpos de agora com almas de outrora. Corpo é vestido. Alma é pessoa".
Eça de Queirós
Eça de Queirós
"Depois de um curto sono, despertamos na eternidade. A morte não é mais do que isso".
John Donne
John Donne
"Maravilhosa é a força que me vem da certeza de não morrer jamais, de fazer sem estorvo a minha obra, por mais que às vezes o meu corpo sofra... Bem sei: aquilo que almejo e faço, não cabe, de uma vida só, no espaço".
Christian Morgenstern
Christian Morgenstern
"Os que não esperam outra vida já estão mortos nessa".
Goethe
Goethe
"Importa mais como se viveu do que quanto. Viver bem não é viver muito, e sim viver para além do tempo concedido, o que somente se obtém vivendo para o bem".
Ralph Waldo Emerson
Ralph Waldo Emerson
"Sem a esperança da imortalidade seria inútil viver algum tempo somente para padecer tantos males e chorar, tão a miúdo, perdas irreparáveis".
Victor Tissot
Victor Tissot
"Tenho a certeza de que nem a morte, nem os anjos, nem os demônios, nem as coisas presentes, nem as futuras, nem as potências, nem as alturas, nem as profundidades, nem qualquer outra criatura poderá separar-me do amor a Deus".
São Paulo
São Paulo
"O homem capaz de negar a existência de Deus diante de uma noite estrelada ou junto da sepultura de seus maiores, sem noção da imortalidade, ou é um grande infeliz ou um grande culpado".
Mazzini
Mazzini
"Que grandes homens tenham morrido nos capacita a morrer com tranqüilidade; que eles tenham vivido nos certifica da imortalidade".
Emily Dickinson
Emily Dickinson
"O homem não tem poder sobre nada enquanto tem medo da morte. Aquele que supera esse medo possui tudo, pois é imortal".
Tolstoi
Tolstoi
"Só a alma é imortal: só essa pura essência. Jamais se decompõe ou jamais se aniquila. O corpo é simplesmente a lâmpada de argila. A alma, eis o clarão".
Guerra Junqueiro
Guerra Junqueiro
"Nada perece e nada morre, a não ser o revestimento, a forma, o invólucro carnal, em que o espírito, encarcerado, se debate, luta, sofre, aperfeiçoa-se; morre a forma – essa carcaça – mas rebrilha a alma – esse gnomo de luz – e o que é essa existência do corpo – um sopro – perante a existência da alma – a eternidade?"
Alberto Veiga
Alberto Veiga
Se eu pudesse, chegaria bem pertinho de vocês e gritaria bem alto: NINGUÉM MORRE!
Contudo, não dá para fazer isso por e-mail. Mas, é possível (se vocês estiverem abertos para isso) que, por intermédio desses escritos, nossos corações se toquem espiritualmente na sintonia de um Amor Maior. Daí pode surgir uma suave vibração invisível que permeie seus sentimentos e aumente sua compreensão. Suas lágrimas vão se transformar em pétalas de luz, e algumas vozes sutis, pelas vias da inspiração, dirão no silêncio do coração espiritual:
"A vida continua! Aqui e lá, lá e aqui, continuamos bem vivos! E amamos vocês, assim como deus ama todos nós. Tenham paciência e jornadeiem pela vida com dignidade e sabedoria. Quebrem as correntes da dor e emanem pensamentos e sentimentos benéficos. Na hora exata, esperaremos vocês com flores de luz no coração de Deus".
"A alma não nasce e nem morre. Apenas entra e sai dos corpos perecíveis. Saiba disso, Arjuna, e seja feliz!" (Krishna)
Sugiro ainda a leitura dos seguintes livros sobre vida após a morte:
- "A Vida Nos Mundos Invisíveis"; Anthony Borgia; Editora Pensamento.
- "A Vida Além da Sepultura"; Hercílio Maes; Editora do Conhecimento.
- "Semeando e Colhendo"; Hercílio Maes; Editora do Conhecimento.
- "Testemunho de Luz"; Helen Greaves; Editora Pensamento.
- "Nosso Lar"; Francisco Cândido Xavier; Editora da Fed. Espírita Brasileira.
- "Violetas na Janela"; Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho; Editora Petit.
- "Explorações Contemporâneas da Vida Depois da Morte"; Gary Doore; Editora Cultrix.
- "Vida Depois da Vida"; Raymond Moody Jr.; Editora Nórdica.
- "Voltar do Amanhã"; George G. Ritchie; Editora Nórdica.
- "A Crise da Morte"; Ernesto Bozzano; Editora da Fed. Espírita Brasileira.
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