No ano de 1937 abandonou a vida eclesiástica da Igreja Católica Romana quando aguardava promoção para diácono, pois ficou Surpreso com a recusa do Papa Pio XII em receber o Mahatma Gandhi em seu tradicional traje branco. O Colégio Cardinalício exigia que o grande líder da Índia vestisse casaca, para não quebrar a tradição das entrevistas dos Chefes de Estado. Pastorino, diante dessa recusa, imaginou que se Jesus visitasse o Vaticano, não se entrevistaria com o Papa, pois vestia-se de forma similar a Gandhi.
Regressou imediatamente ao Brasil e começou a desenvover intensa atividade pedagógica. Ingressou no Instituto Italo-Brasileiro de Alta Cultura, como professor de Latim e Grego, cargo que exerceu de 1937 a 1941. Em 1938, recebeu o registro de Professor de Psicologia, Lógica e História da Filosofia do Ensino Secundário. Foi também professor de Espanhol.
Em paralelo com o magistério, exercia atividades jornalísticas, como correspondente dos Diários Associados, tendo atuado intensamente tanto em jornais como em associações de jornalistas e artistas.. Foi Adido Cultural e Jornalístico da Academia Brasileira de Belas Artes. Sócio de inúmeras Sociedades Esperantistas, no Brasil e no exterior. Delegado especializado (Faka Delegito) da Universidade Esperanto Asocio, com sede na Holanda foi fundador da Sociedade Brasileira de Esperanto, no Rio de Janeiro.
Torres Pastorino foi homem de cultura extraordinária. Escritor, jornalista, teatrólogo, radialista, historiador, filólogo, professor, poliglota, poeta e compositor. Falava fluentemente vários idiomas, legando-nos imensa obra cultural, com mais de 50 livros publicados, além de muitos outros inéditos. Traduziu obras de vários autores ingleses, franceses, espanhóis, italianos, clássico latinos e gregos.
Recebeu vários prêmios, registros e medalhas em reconhecimento aos serviços prestados na área da cultura.
Em 31 de maio de 1950, data que o prof. Pastorino guardava com muito carinho, terminou a leitura de “O Livro dos Espíritos”, que lhe foi emprestado por um colega do colégio D. Pedro II, declarou-se espírita. Passou então a freqüentar o Centro Espírita Júlio César, no Grajaú, o qual foi sua escola inicial de Espiritismo.
No dia 8 de janeiro de 1951, com um grupo de abnegados companheiros, fundou o Grupo Espírita Boa Vontade, cujo nome foi posteriormente mudado para Grupo de Estudos Spiritus, para não haver confusão com a Legião da Boa Vontade.
No Grupo de Estudos Spiritus, nasceu o Lar Fabiano de Cristo, a CAPEMI, o boletim SEI (Serviço Espírita de Informação). Fundou a Livraria e Editora Sabedoria e a revista Sabedoria, prestando relevantes serviços à Doutrina, no terreno cultural.
O professor Carlos Torres Pastorino realizou muitas palestras no Rio de Janeiro e em vários outros Estados. Participou ativamente de Congressos, Simpósios, Semanas Espíritas, Cursos e tantos outros eventos. Foi o Vice-Presidente do VI Congresso de Jornalistas e Escritores, de 1976, em Brasília, e um dos fundadores da Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores Espíritas (ABRAJEE); Fez-se sócio de inúmeras instituições espíritas e colaborou com a imprensa espírita nacional e do exterior. De sua vasta bibliografia espírita, destaca-se "Minutos de Sabedoria" , que bate todos os recordes de vendagem, já em várias edições, o livro "Sabedoria do Evangelho" , publicado em fascículos na revista Sabedoria e "Técnicas da Mediunidade" , excelente livro sobre o assunto.
A grande aspiração do Professor Pastorino era criar uma Universidade Livre, para ensinar Sabedoria. Em 1973 recebeu, por doação do famoso médico paulista Dr. Miguel Luz, um terreno numa área suburbana em Brasília, denominada parkway, onde iniciou as obras da Universidade. Já com algumas dependências construídas, passou a residir no local, para administrá-la. Chegou a realizar vários cursos, estando a sua Biblioteca em pleno funcionamento, com seus 8.000 volumes, todos voltados para a cultura geral e o bem-estar da Humanidade.
Foi casado com D. Silvana de Santa M. Pastorino, deixando três filhos maiores e sete netos. Deixou também um casal de filhos menores do segundo casamento.
O Professor Carlos Juliano Torres Pastorino desencarnou em 13 de junho de 1980, em Brasília - DF.
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