Estudando o Espiritismo

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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

FESTIVIDADES JUDAICAS NO TEMPO DE JESUS

Todas tinham carácter religioso e sofreram muitas mudanças desde as suas origens. As festas celebram as intervenções salvadoras de Deus na história. Ao celebrá-las, o judeu reconhece o seu Deus, que o elegeu e o libertou, e reconhece-se, ao mesmo tempo, como o Povo de Deus.

 Três grandes festas marcam o ritmo do ano judeu. Chamam-se «festas de peregrinação» porque nelas é obrigatório para todo o povo subir a Jerusalém (Dt 16). Cada uma das três grandes festas principais durava uma semana, sem contar os dias de viagem. São elas a Páscoa, o Pentecostes e a dos Tabernáculos.

1 – PÁSCOA: Celebra a libertação da escravidão do Egipto, o Êxodo. Tem como data o novilúnio da Primavera, na primeira lua cheia da Primavera, ou seja, o 14 de Nisan, e prolonga-se por toda a semana. Talvez tenha origem em duas festas antiquíssimas dos povos de Canaã, mais tarde absorvidas para a celebração do Êxodo pelo Povo de Deus: a Páscoa (era uma festa da pastorícia que oferecia o melhor novilho aos deuses, para garantir fecundidade dos rebanhos; Páscoa vem de “Pessar”, que significa passagem, ou seja o movimento de transumância do gado dos agricultores das montanhas para as planícies e vice-versa, conforme as estações do ano, para procurarem melhores pastos e clima); e a dos Ázimos (festa de agricultores que oferecia aos deuses as primeiras colheitas, as melhores). Celebrando a Páscoa, o povo judeu celebra de modo exultante a libertação do Egipto, faz do Êxodo urna nova criação de Deus, e por isso dará à festa um carácter messiânico. A Páscoa passa a ser a passagem em que Deus protege o Seu primogénito: Israel. Oferece-se primogénito dos rebanhos e colheitas a Deus, para O louvar e para Lhe dar o que Lhe pertence (a terra é Dele). Haveria duas festas: cada família celebrava a Páscoa e em Assembleia celebravam o Êxodo. Cerca de 200000 peregrinos chegam a Jerusalém para esta festa. Na tarde do 14 de Nisan, degolam-se no Templo os cordeiros que serão comidos em família depois do pôr-dosol. O entusiasmo é, então, tão grande, que as autoridades romanas receiam motins, e o procurador, que habitualmente reside em Cesareia, sobe também a Jerusalém.

2 – PENTECOSTES: 50 dias depois celebra-se a festa das semanas (7X7 =49 dias). Originariamente festa das colheitas ou das semanas (chavuot), portanto alegre, de acção de graças (Êx 23, 16; 34, 22; Num 28, 26; etc.) a Deus pela colheita do trigo, veio mais tarde, já na era cristã, a receber um sentido histórico, passando a celebrar a promulgação da Lei mosaica do Sinai, sendo também tornada como a festa da Aliança, ou na renovação da Aliança. Como festa obrigatória dos judeus, eram numerosos os que acorriam a Jerusalém para a celebrar. Em Act 2,1 s, o primeiro Pentecostes após a morte e Ressurreição de Jesus é transformado na festa do Espírito Santo, ganhando novo significado: o Espírito Santo desceu sobre a comunidade cristã na forma de línguas de fogo... E transforma, por dentro, inteiramente!

3 – TABERNÁCULOS (Sucot, das tendas, da vindima): é a mais espectacular de todas e a mais familiar e festiva. Para recordar a demorada estadia no deserto e a dedicação do Templo de Salomão cada família constrói uma pequena cabana de ramos nos caminhos de entrada da cidade (na sua varanda ou na sala de estar, hoje). Alguns dos ritos desta festa tornaram-se multo populares. Concretamente: cada manhã dos dias da festa, os sacerdotes, acompanhados do povo, que empunha ramos de palmeira nas mãos, vão em procissão à fonte de Siloé, buscar água (Cf Jo 7,37s e talvez os «ramos» da entrada de Jesus em Jerusalém). De regresso dão a volta ao altar dos holocaustos cantando o salmo 118(117), derramando depois a água sobre o altar. Ao fim da tarde, acendem-se os 4 grandes candelabros dourados do átrio das mulheres, que se podem ver de toda a Jerusalém (Cf Jo. 8,12). Esta cerimónia é realizada com um sentido messiânico...

Além destas, merecem ainda menção:

4 – DIA DO PERDÃO (Yon Kippur): uma festa penitencial, um dia de jejum em expiação dos pecados, em que todo o povo implora de Deus o perdão e a purificação. Celebra-se 5 dias antes da festa dos Tabernáculos e 10 dias depois da festa do Ano novo. É a única ocasião em todo o ano em que o Sumo-sacerdote entra no Santo dos Santos para o aspergir, em expiação, com o sangue das vítimas (ver Epístola aos Hebreus). Depois impõe as mãos sobre a cabeça de um bode expiatório: carregado, assim, com os pecados do povo, é expulso para o deserto.

5 - DEDICAÇÃO (Hannoukah, das luzes): celebrada em Dezembro, recorda a purificação e dedicação do Segundo Templo, realizada no ano de 164 AC por Judas Macabeu (Cf Jo 10,22), após a profanação levada a cabo por Antíoco IV Epifânio. Também chamada festa das Luzes porque, nela, iluminavam-se as casas e a sinagoga com lâmpadas, acendia-se urna grande fogueira, e um facho era levado até Modin, terra dos Macabeus.

6 – SORTES (Purim): recorda a salvação do povo obtida por Ester, e que, por isso mesmo, veio a transformar-se numa festa de grande alegria popular, espécie de carnaval judeu. 

7 – ANO NOVO (Rosh ha-Shana, Javé Rei): celebrava-se em Setembro, no primeiro dia do sétimo mês, ou Tisri. Era um dia de descanso e de oração ainda mais importante que o Sábado, recordando o inicio do mês mais solene do ano. Embora o mês de Nisan (Março - Abril) continuasse o primeiro mês do ano religioso.

http://www.paroquiacarreco.org

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