Estudando o Espiritismo

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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Influência da Mediunidade na Saúde


MEDIUNIDADE
Estudo 14: Influência da Mediunidade na Saúde
               Muitos prognosticam, alarmados, evidenciando ignorar a excelência do conteúdo da doutrina espírita que o exercício da mediunidade gera várias desordens emocionais, comprometendo o equilíbrio psicológico do homem.
               Allan Kardec, se antecipando a estas questões, perguntou aos Espíritos na questão 221. 1. de O Livro dos Médiuns:
               - A faculdade mediúnica é indício de algum estado patológico ou simplesmente anormal ?
               - Às vezes anormal, mas não patológico. Há médiuns de saúde vigorosa. Os doentes o são por outros motivos, responderam os Espíritos.
               A mediunidade, como qualquer outra faculdade orgânica, exige cuidados específicos para um desempenho eficaz e tranqüilo.
               Os distúrbios que lhe são atribuídos decorrem dos desequilíbrios emocionais de seu portador que, espírito imperfeito, reencarna ligado ao passado de comprometimentos, dos quais derivam seus conflitos, suas perturbações, sua intranqüilidade.
               Pessoas nervosas apresentam-se inquietas, instáveis em qualquer lugar, não em razão do que fazem, porém, pelo fato de serem enfermas. Atribuir-se, no entanto, à mediunidade a origem desses distúrbios é dar um perigoso e largo passo na área da conceituação equivocada.
               O homem deseducado apresenta-se perturbado e incorreto onde se encontre. Nada tem a ver essa conduta com a filosofia, a aptidão e o trabalho a que se entrega, porquanto o comportamento resulta dos seus hábitos e não do campo onde se localiza.
               O exercício da mediunidade não traz inconvenientes em si mesmo, excetuando-se os casos de abusos, porém o médium responsável saberá abster-se da prática mediúnica quando necessário, pois identificará no próprio estado físico e moral, em desequilíbrio, as razões que não lhe permitem servir de instrumento ao mundo espiritual.
               Muitas pessoas, ao acusarem a prática mediúnica de perturbadora, justificam-se alegando que os médiuns sempre se apresentam com episódios de desequilíbrios, de depressão ou exaltação, sem complementarem que os mesmos são inerentes à personalidade humana e não componentes das faculdades psíquicas.
               Outrossim, estabelecem que os médiuns são portadores de personificações arbitrárias, duplas ou várias, favorecendo as catarses psicanalíticas, considerando-as personalidades esdrúxulas do inconsciente do próprio médium, a se apresentarem nas comunicações. Todavia, dá-se exatamente o contrário: são comunicações de individualidades que retornam ao convívio humano procedentes do mundo espiritual, demonstrando a sobrevivência à morte, e, fazendo-se identificar de foram clara, consolando e esclarecendo, e, nos casos das obsessões, trazendo valiosa contribuição às ciências da mente, interessadas na saúde do homem.
               De fato, aparecem manifestações da personalidade ou anímicas que não são confundidas com as de natureza mediúnica, decorrentes das fixações que permanecem no inconsciente do indivíduo. Vimos em estudos anteriores, a condução adequada dessas situações que se apresentam no exercício mediúnico, particularmente, no início das atividades do médium (ver estudos de março e abril/02).
               Certamente, ocorrem, no médium, estados oscilantes de comportamento psicológico, o que é perfeitamente compreensível e normal, já que a mediunidade não o libera da sua condição humana e frágil.
               A interação espírito-matéria, cérebro-mente, sofre influências naturais, inquietantes, quando se lhe associam, psiquicamente, outras mentes, em particular aquelas que se encontram em sofrimento, vitimadas pelo ódio, portadoras de rebeldia, de desequilíbrio.
               A tempestade vergasta a natureza, que logo se recompõe, passada a ação danosa. Também no médium, cessada a força perturbadora, atuante, desaparecem-lhe os efeitos danosos. Isso igualmente acontece entre os indivíduos não dotados de mediunidade ostensiva, em razão dos mecanismos de sintonia psíquica.
               O homem, de uma maneira geral, dependendo do tipo de atividade desenvolvida, do perfil de personalidade e do estado de saúde, em certas circunstâncias pode desenvolver um quadro clínico de estafa, habitualmente rotulado de "estresse". O médium ostensivo, além de estar sujeito, como homem, a todas essas possibilidades e, por manifestar uma sensibilidade psíquica mais aflorada, responde prontamente às agressões ambientais e psicológicas do dia-a-dia. Dependendo da duração e da intensidade da ação desarmonizante, os mais suscetíveis e influenciáveis, desenvolvem em tempo relativamente curto, sintomas característicos, considerando os seguintes fatores predisponentes:
    Distúrbios Psíquicos e OrgânicosInfluências espirituais transitórias ou obsessivas
               Respondem pelos distúrbios psíquicos as dificuldades encontradas na luta pela sobrevivência, gerando reações ansiosas e depressivas; acrescente-se a isso, os conflitos gerados por relacionamentos insatisfatórios, os desentendimentos entre familiares, dificuldades profissionais; acresça-se ainda, as possíveis influências espirituais obsessivas, que desencadeiam perturbações emotivas, levando o médium a buscar a necessária ajuda médica e espiritual. 
               Os distúrbios orgânicos
, quando provocados por infecções viróticas e bacterianas e exigem cuidados específicos dos profissionais da saúde, pois refletem a queda temporária dos mecanismos de defesas orgânica. Os sintomas encontrados nas enfermidades infecciosas e caracterizados por febre, calafrios, dores musculares, indisposição e cansaço, incapacitam o indivíduo para suas atividades normais e, sobretudo para o exercício mediúnico. Considerando o leque de enfermidades naturais da Terra, o médium, não sendo alguém em estado de privilégio, pode sofrer ou apresentar os mais diferentes distúrbios emocionais e/ou orgânicos, daí o bom senso sugerir que os problemas orgânicos devam ser tratados com os recursos ofertados pela Medicina, pois quanto mais saudável o trabalhador se sentir, melhor o seu rendimento na atividade mediúnica. 
               Influências espirituais e obsessivas: 
Perturbações transitórias decorrem da absorção de fluidos enfermiços de espíritos sofredores que, de forma inconsciente, ligam-se a psicosfera do médium desencadeando sintomas opressivos, através dos quais transfere para seu hospedeiro, a própria carga de angústia e sofrimentos que vivência, inclusive, os sintomas da doença que o vitimou, muito embora se beneficie com a absorção dos fluidos vitais em processo de troca. Caracteriza-se assim a influência espiritual não obsessiva, porque acontece na ausência da intenção propositada. Esse fenômeno é denominado indução espiritual. 
               Nas obsessões espirituais, propriamente ditas, os mecanismos indutores são mais sofisticados por serem intencionais e executados com técnicas altamente aprimoradas. O envolvimento obsessivo pode se instalar sorrateiramente, evoluindo aos poucos, sem que a vítima se aperceba, ou ao contrário, surgir de forma abrupta, comprometendo, quer as faculdades mentais, quer algumas das funções desempenhadas pelo organismo físico. Naturalmente para que a obsessão se instale é necessária a existência de fatores predisponentes, facilitadores do desencadeamento do processo. A mediunidade pode, nestes casos, funcionar como canal mais intenso de ligação entre obsessor e obsediado, porém não é a responsável pelo processo obsessivo, que certamente está sedimentado em imperfeições morais do médium.
               "Da mesma forma que as doenças são resultado de imperfeições físicas que tornam o corpo acessível às influências perniciosas exteriores, a obsessão é sempre resultado de uma imperfeição moral que expõe a um mau espírito." Allan Kardec "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Preces pelos obsedados.
               Se ocorrerem desequilíbrios emocionais ou físicos, estes não serão causados pela prática mediúnica, e para que haja esse entendimento, é necessário que médiuns e coordenadores de trabalho, amparados no estudo, utilizem bom senso na condução desses processos. Haverá momentos em que o médium em desequilíbrio necessitará de acompanhamento médico e espiritual, com afastamento momentâneo das atividades mediúnicas, a fim de se restabelecer. Cabe aos coordenadores e também aos médiuns não subestimarem estas ocorrências com interpretações inadequadas, colocando em risco, o equilíbrio do próprio trabalho.
               O Espiritismo oferece metodologia segura para a prática mediúnica, com resultados benéficos e saudáveis para o médium, não causando prejuízos à sua economia moral ou física.
A mediunidade é ferramenta de progresso para o Espírito que através do estudo e vivência, estabelece para si um roteiro seguro, tendo em Jesus, o Modelo e Guia.
    Bibliografia:
  • Kardec, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo:FEESP,1989-Cap.XXI,q.221. 1 - 4
  • Franco, Divaldo P., Pelo Espírito Vianna de Carvalho – Médiuns e Mediunidades: 5.ed. Salvador:LEAL, 1990, cap XI, XII
  • Costa, Vitor Ronaldo, - Mediunidade e Medicina – Vasto Campo de Pesquisas: 1.ed. Matão: O CLARIM, 1996, pg. 139-160
    Tereza Cristina D'Alessandro
    Agosto / 2002

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