Em enquete realizada no site do OSGEFIC, os internautas foram questionados sobre o verdadeiro sentido da caridade. Com 38,3% dos votos, a benevolência foi a afirmativa mais votada, seguida pelo perdão (31,2%) e pela indulgência (30,6%). Este equilíbrio se justifica, pois os três itens representam aspectos diferentes da caridade e, em conjunto, sintetizam o Ensinamento dos Espíritos Superiores sobre o seu verdadeiro sentido: "benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas" (questão 886 de 'O Livro dos Espíritos').
Pela benevolência, dirigimo-nos aos nossos irmãos com bons propósitos, animados pela afeição, afabilidade e doçura, prontos a entender e perdoar; complacentes e indulgentes. A caridade, enquanto ato de benevolência, é sincera, santa e salutar, ensinando-nos a "dar sem ostentação, para que o pobre receba sem baixeza" (item 14 do Capítulo XVI de 'O Evangelho Segundo o Espiritismo').
A indulgência para as imperfeições dos outros é a aplicação da máxima do Cristo: "atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver isento de pecado" (Evangelho de João, capítulo 8). É a virtude que nos ensina a julgar com mais severidade nossos próprios atos e, antes de creditarmos a alguém uma falta, recomenda verificarmos se a mesma censura não possa ser feita a nós mesmos. "A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles, divulgá-los. A indulgência jamais se ocupa com os maus atos de outrem, a menos que seja para prestar um serviço" (item 16 do Capítulo X de 'O Evangelho Segundo o Espiritismo').
Já o perdão das ofensas, para atender aos princípios do amor, deve ser reconhecido mais pelos atos do que pelas palavras. Deus não se satisfaz apenas com aparências, mas busca no íntimo de nosso coração os verdadeiros sentimentos que nos movimentam. Somente o esquecimento completo das faltas caracteriza o perdão. "Perdoarás cada ofensa tantas vezes quantas ela te for feita; ensinarás a teus irmãos esse esquecimento de si mesmo, que torna uma criatura invulnerável ao ataque, aos maus procedimentos e às injúrias" (item 8 do Capítulo X de 'O Evangelho Segundo o Espiritismo').
Juntamente com a humildade, a caridade é uma das virtudes que conduz os homens à felicidade eterna. "Desde que coloca a caridade em primeiro lugar, é que ela implicitamente abrange todas as outras: a humildade, a brandura, a benevolência, a indulgência, a justiça, etc., e porque é a negação absoluta do orgulho e do egoísmo" (item 3 do Capítulo XV de 'O Evangelho Segundo o Espiritismo').
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