Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

TERRA - PLANETA DE PROVAS E EXPIAÇÕES


Terra – Planeta de Provas e Expiações:

Nos ensina Emmanuel, no livro "O Consolador", que: "dentre os mundos inferiores, a Terra pertence à categoria dos de expiações e provas, porque existe predominância do mal sobre o bem. Aqui, o homem leva uma vida cheia de vicissitudes por ser ainda imperfeito, havendo, para seus habitantes, mais momentos de infelicidades do que de alegrias.

A provação é a luta que ensina ao discípulo rebelde e preguiçoso a estrada do trabalho e da edificação espiritual. A expiação é a pena imposta ao malfeitor que comete um crime."

Em "A Gênese" encontramos que "Tal qual ocorreu com a estrutura física da Terra, a evolução moral tem caminhado gradualmente, sem processos descontínuos.

Os períodos geológicos marcam as fases do aspecto geral do globo, em consequência das suas transformações. Mas, com exceção do período diluviano, que se caracterizou por uma subversão repentina, todos os demais transcorreram lentamente, sem transições bruscas. Durante todo o tempo que os elementos constitutivos do globo levaram para tomar suas posições definitivas, as mutações houveram de ser gerais.

E Assim também vem ocorrendo com a parte moral e intelectual dos Espíritos que habitam a Terra."

Em se analisando "O Evangelho Segundo o Espiritismo", em seu capítulo III – Há muitas Moradas na Casa de meu Pai, o item 4 é bastante esclarecedor no sentido de que: "A Terra não é um mundo primitivo, destinado à encarnação dos Espíritos que acabaram de sair das mãos do Criador. As qualidades inatas que eles trazem consigo constituem a prova de que já viveram e realizaram certo progresso. Mas, também, os numerosos vícios a que se mostram propensos constituem o índice de grande imperfeição moral. Por isso os colocou Deus num mundo ingrato, para expiarem aí suas faltas, mediante penoso trabalho e misérias da vida, até que hajam merecido ascender a um planeta mais ditoso.

Entretanto, nem todos os Espíritos que encarnam na Terra vão para aí em expiação. As raças a que chamais selvagens são formadas de Espíritos que apenas saíram da infância e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo contato com Espíritos mais adiantados. Vêm depois as raças semi-civilizadas, constituídas desses mesmos Espíritos em via de progresso. São elas, de certo modo, raças indígenas da Terra, que aí se elevaram pouco a pouco em longos períodos seculares, algumas das quais hão podido chegar ao aperfeiçoamento intelectual dos povos mais esclarecidos.

Os Espíritos em expiação, se nos podemos exprimir dessa forma, são exóticos, na Terra; já viveram noutros mundos, donde foram excluídos em consequência da sua obstinação no mal e por se haverem constituído, em tais mundos, causa de perturbação para os bons. Tiveram de ser degredados, por algum tempo, para o meio de Espíritos mais atrasados, com a missão de fazer que estes últimos avançassem, pois que levam consigo inteligências desenvolvidas e o gérmen dos conhecimentos que adquiriram. Daí vem que os Espíritos em punição se encontram no seio das raças mais inteligentes. Por isso mesmo, para essas raças é que de mais amargor se revestem os infortúnios da vida. E que há nelas mais sensibilidade, sendo, portanto, mais provadas pelas contrariedades e desgostos do que as raças primitivas, cujo senso moral se acha mais embotado.

Complementa Emmanuel, na obra acima citada (O Consolador), que: "a felicidade não pode existir, por enquanto, na face do orbe, porque, em sua generalidade, as criaturas humanas se encontram intoxicadas e não sabem contemplar a grandeza das paisagens exteriores que as cercam no planeta. Contudo, importa observar que é no globo terrestre que a criatura edifica as bases da sua ventura real, pelo trabalho e pelo sacrifício, a caminho das mais sublimes aquisições para o mundo divino de sua consciência."

O nosso globo, como tudo o que existe, está submetido à lei do progresso.

Ele progride, fisicamente, pela transformação dos elementos que o compõem e, moralmente, pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que o povoam. Ambos esses progressos se realizam paralelamente, porquanto o melhoramento da habitação guarda relação com o do habitante. Fisicamente, o globo terráqueo há experimentado transformações que a Ciência tem comprovado e que o tornaram sucessivamente habitável por seres cada vez mais aperfeiçoados. Moralmente, a Humanidade progride pelo desenvolvimento da inteligência, do senso moral e do abrandamento dos costumes.

Para que na Terra sejam felizes os homens, preciso é que somente a povoem Espíritos bons, encarnados e desencarnados, que somente ao bem se dediquem. Havendo chegado o tempo, grande emigração se verifica dos que a habitam: a dos que praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, os quais, já não sendo dignos do planeta transformado, serão excluídos, porque, senão, lhe ocasionariam de novo perturbação e confusão e constituiriam obstáculo ao progresso. Irão expiar o endurecimento dos seus corações, uns em mundos inferiores, outros em raças terrestres ainda atrasadas, equivalentes a mundos daquela ordem, aos quais levarão os conhecimentos que hajam adquirido, tendo por missão fazê-las avançar. Substituí-los-ão Espíritos melhores, que farão reinem em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade.

A Terra, no dizer dos Espíritos, não terá de transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas.

Tudo, pois, se processará exteriormente, como sói acontecer, com a única, mas capital, diferença de que uma parte dos Espíritos que encarnavam na Terra aí não mais tornarão a encarnar. Em cada criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado e inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, virá um Espírito mais adiantado e propenso, inclinado, tendente ao bem.

Eis, pois a destinação imediata da terra: Planeta de regeneração. Continuando porém, no seu progresso ininterrupto, ascenderá a planos cada vez mais altos até á perfeição a que estamos todos predestinados.


Ä Sofrimento e Esperança:

É nas épocas dos grandes sofrimentos coletivos que o pensamento humano busca, ansiosamente, novo abrigo capaz de apaziguá-lo, de sustentar-lhe a esperança em melhores dias. Assim tem sido na história da Humanidade. Largos períodos de transição, em que tudo parece instável, os edifícios sociais se abalam, como em prenúncio de um novo estágio, com outros valores que surgem em substituição aos antigos.

Há muitos exemplos desse fenômeno social. Quando o Mundo Ocidental chegou ao fim da Primeira Grande Guerra, ai terminava também, contrariamente ao calendário, o século XIX, com seus costumes, problemas sociais e soluções provisórias. Pouco mais de quatro anos de violentos abalos causados pela guerra foram suficientes para se estabelecer uma nova ordem político-social no Ocidente. Ao fim da Segunda Grande Guerra, após dores e sacrifícios inauditos, com perdas de milhões de vidas e ruína econômica de âmbito mundial, já não satisfaziam os valores convencionais do intervalo das duas hecatombes. Ao vertiginoso progresso tecnológico juntavam-se novas aspirações, novos ideais de convivência, de liberdade e de cooperação entre as nações, possibilitando a recuperação econômica de vencedores e vencidos.


Ä Transformações:

Agora, na última década do século XX e do Milênio, estamos vivendo outro período de grandes transformações, acompanhadas de sofrimentos e dores.

Fica-nos a impressão de que, assim como desabou um muro e uma fortaleza considerados inexpugnáveis, simbolizando o atraso e a imposição, em nome de falsos princípios inspirados no materialismo, assim também podem ruir a intransigência, os preconceitos e as discriminações contra milhões de criaturas humanas que, no mundo inteiro, deixam de ter acesso à instrução, à educação, à saúde, à alimentação, à habitação, à liberdade e ao trabalho, em decorrência de uma mentalidade dominada pelo egoísmo e pela indiferença dos que detêm o poder econômico e político, em toda parte.

Este novo tempo que estamos vivendo, na previsão da Espiritualidade Superior, é de dores e sofrimentos para todas as nações, instituições e indivíduos. Ninguém se furtará às angústias e aflições desta hora, em que desabam sistemas, crenças e descrenças insustentáveis.

Agora é também tempo de renovação, em que um ideal generoso se oferece a todas as sociedades humanas, como corretivo ao terrível egoísmo, sustentáculo das violentas ambições, da avidez pela riqueza a qualquer preço, da indiferença pela dor alheia, do sensualismo desenfreado que ameaça submergir os valores morais que precisam ser preservados.

O mundo sofre as conseqüências das escolhas feitas no passado: ignorância, egoísmo e materialismo. Nesse conluio terrível, mesmo as criaturas votadas ao bem, as de boa vontade, as honestas e sensíveis aos sofrimentos alheios vêem quase sempre dificultadas as suas ações, quando não mesmo reduzidas por falta de cooperação, ou produzindo muito menos do que poderiam se o ambiente social lhes fosse favorável.

Nenhum sistema político-social, nenhuma diretriz filosófica, moral ou religiosa, por mais difundidos e aceitos pelas massas, podem produzir bons resultados perante a razão coletiva e individual se não cultivarem, permanentemente, a noção de justiça plena, que está gravada na consciência de cada criatura. A lei universal do amor ao semelhante, que o Cristo preconizou e que o Consolador relembra como necessidade na vivência de cada um, está estreitamente ligada à lei de justiça.

O progresso material é constante, proporcionado à maior parte dos habitantes da Terra pelo avanço intelectual generalizado. Já a evolução moral é obstruída pelo egoísmo e pelo orgulho.

É tempo de as sociedades humanas convencerem-se dessa verdade, compreendendo que o gozo dos bens terrenos, de forma egoística, proporciona uma satisfação limitada e ilusória e que a verdadeira felicidade é a que acompanha o Espírito mesmo após o túmulo, independendo de bens materiais.

Nesse caso, o "homem-econômico", preocupação constante dos sistemas político-sociais, não deve sobrepor-se ao "homem-espírito".

Eis o que diz Allan Kardec em nota à Questão 781 de "O Livro dos Espíritos": opor-se-lhe. E uma força viva, cuja ação pode ser retardada, porém não anulada, por leis humanas más.


Ä Mundo de Imperfeições:

É fácil constatar que a terra é um Mundo de imperfeições

O comportamento, o modo de proceder das pessoas dão-nos conta, com absoluta clareza e precisão, de que estamos, uns mais, outros menos, muito distantes da perfeição a ser um dia alcançada em decorrência da nossa inexorável destinação.

Se nos déssemos ao trabalho de examinar rotineiramente nossa maneira de ser e de agir, sem grande esforço verificaríamos quanto estamos longe das virtudes que haveremos de incorporar ao nosso patrimônio moral.

Os caracteres do homem de bem relacionados no Capítulo XVII, item 3, de "O Evangelho segundo o Espiritismo" parecem-nos, ainda, pelo menos na íntegra, inatingidos pelos habitantes deste Planeta. Contudo, o simples enunciado daqueles padrões decorrentes da ordenação de JESUS para que sejamos perfeitos já constitui bênção generosa para o encaminhamento à meta a ser atingida.

A vinda de JESUS ao seio da Humanidade tem a finalidade indiscutível de arrancá-la do lodaçal da ignorância. Embora decorridos quase dois mil anos do drama infamante da cruz, aquele propósito continuará ditando os rumos certos da evolução. Assim, ao surgir a Revelação Espírita ressurgiram os ensinos do Divino Mestre, agora sem o véu que encobria parcialmente a verdade.

Do "não matarás" de MOISÉS ao "amai-vos" de JESUS e deste ao "Consolador" pode parecer longo o caminho, mas não para DEUS que labora incessantemente na eternidade e cujos desígnios são impenetráveis.

É certo que o tempo não respeita as obras que ele mesmo não ajuda a edificar. Há quem ponha em dúvida realidades eternas. Outros que negam tudo que não seja a matéria tangível. Existem os que investem contra as claridades trazidas por JESUS e ainda aqueles que descrêem da própria existência do DIVINO PASTOR cuja história teria sido, para eles, obra de ficção. E, mesmo entre os que têm nEle seu símbolo de fé, negam certos ensinamentos que trouxe, como o da reencarnação do Espírito, tantas vezes ensinada com meridiana clareza, como nesta afirmação contida no Capítulo III, v. 3, de João Evangelista:

"Ninguém pode ver o reino de DEUS se não nascer de novo."

Ressurreição, tantas vezes repetida nos textos sagrados, nada mais é do que ressurgir o Espírito imortal em um novo corpo físico, para reencetar a caminhada para a perfeição. E como alcançá-la a não ser por meio de sucessivas reencarnações?

Hesitar em admitir a missão divina de JESUS, sua Doutrina clara, simples, racional, em toda sua luminosa pureza primitiva, em espírito e verdade, é dar demonstração de insensatez, de carência de lucidez a deslustrar a inteligência humana.

Outro indicador seguro de imperfeição é a intolerância, sobretudo a religiosa. Certamente que ela não existe em mundos adiantados onde reina a fraternidade e a discordância e as dissensões não têm razão de ser, por isso que são incompatíveis com a presença da luz.

Ser espírita, sem dúvida, significa dispor de uma bênção para visão mais aperfeiçoada e ampla da vida. Todavia, consequentemente, aumenta sobremaneira a responsabilidade decorrente dos atos de quem a recebe perante os seus semelhantes, notadamente diante daqueles que professam crenças outras ou que caminham sem fé ou, ainda, dos que se postam como adversários e algozes. Ao espírita sincero e consciente incumbe a observância permanente da tolerância, compreensão e humildade para que possa usufruir da paz e da consciência de que caminha com DEUS.

Por outro lado, os conceitos de amor e fraternidade não devem permanecer retidos no pequenino coração humano, restritos a um pequeno reduto, a um limitado horizonte, devem expandir-se, eis que constituem leis e princípios naturais universais que não comportam restrições nem sectarismos de qualquer espécie.

A mensagem espirita indica os meios e recursos de que pode dispor este Planeta para livrar-se da condição de Mundo de Expiações e Provas.


Ä Civilizações:

A civilização, que o Mundo moderno alcançou, apresenta duas faces diferentes, por vezes conflitantes, perfeitamente perceptíveis por qualquer observador atento.

De um lado, o alto nível alcançado pela tecnologia variada, calcada no progresso científico, modernizou a vida de, praticamente, todas as nações, quer do Ocidente, quer do Oriente. Já não há distinções profundas, como existia em séculos passados, entre as nações européias, com seu progresso considerável, produzido, entre outros fatores, pela revolução industrial, e as nações dos outros continentes, no que diz respeito ao avanço proporcionado pelo domínio da tecnologia.

É verdade que ainda existem 12 bolsões de atraso na África, na Ásia e na América. Mas nações como os Estados Unidos, o Japão, as Coréias, a China, o Canadá e Taiwan mostram que o progresso material proporciona, em todo o Mundo, melhores condições de vida para todos. E uma tendência natural, subordinada ao tempo.

O progresso foi simplesmente fantástico, neste século, na Medicina, nos meios de transporte, na comunicação de massa e na eletrônica, para citar somente quatro setores nos quais a Ciência e a Tecnologia se ajustaram e revolucionaram os sistemas de vida e, em conseqüência, os usos e costumes, por toda parte.

Portanto, a vida material, na Terra, proporciona, atualmente, uma civilização que podemos classificar de brilhante, em comparação com as dos séculos passados.

Mas, de outro lado, a vida moral e espiritual teria progredido em igual proporção?

Não se pode medir o alcance de qualquer civilização pelo bem-estar físico, pela riqueza, pelo conforto desfrutados por qualquer sociedade humana.

A História das civilizações mostra que surge a decadência justamente no auge da riqueza material e do reconforto, quando os homens afrouxam os hábitos austeros, diminuem o trabalho útil e produtivo, relaxam os bons costumes e se entregam aos excessos e facilidades de toda ordem.


"Na face brilhante da civilização material a que chegou o Mundo na

atualidade, manchas terríveis obscurecem e comprometem esse lustre. É que não há verdadeira civilização sem o suporte moral que a sustente e engrandeça"


"De duas nações que tenham chegado ao ápice da escala social, somente pode considerar-se a mais civilizada, na legítima acepção do termo, aquela onde exista menos: egoísmo, menos cobiça e menos orgulho; onde os hábitos sejam mais intelectuais e morais do que materiais; onde a inteligência se puder desenvolver com maior liberdade; onde haja mais bondade, boa-fé, benevolência e generosidade recíprocas; onde menos enraizados se mostrem os preconceitos de casta e de nascimento, por isso que tais preconceitos são incompatíveis com o verdadeiro amor ao próximo; onde as leis nenhum privilégio consagrem e sejam as mesmas, assim para o último, como para o primeiro; onde com menos parcialidade se exerça a justiça; onde o fraco encontre sempre amparo contra o forte; onde a vida do homem, suas crenças e opiniões sejam melhormente respeitadas; onde exista menor número de desgraçados; enfim, onde todo homem de boa-vontade esteja certo de lhe não faltar o necessário."


Nenhum povo pode considerar-se grande e civilizado sem que as bases de sua grandeza se fundamentem no culto permanente dos valores morais de uma ampla justiça para toda a população. Justiça, nesse caso, deve ser entendida na acepção ampla, lata, em que todos cultivem o trabalho útil, a compreensão, a estima mútua, a isenção de preconceitos de raça, de casta e de crença.

A ausência desses valores é que caracteriza, muito especialmente, as civilizações incompletas de nossos dias, apesar do progresso material.

Ora a fome, a miséria e as doenças a dizimar populações indefesas.

Ora a corrupção afetando camadas dirigentes de ricas comunidades.

América, Europa, Ásia, África e Oceânia foram atingidas por diferentes formas de crises, mas nenhum continente, nenhuma nação deixou de ser afetada por algum problema grave.

Confirma-se, assim, a previsão da Espiritualidade de que esta década, fim de milênio, é de transição para uma nova Era, compreendendo um período de sofrimentos e dores para todos, como uma necessidade para a depuração do Orbe.

Sofrimentos sempre houve neste Mundo, não fosse ele de expiações e provas.

Inaugura-se uma fase de transformações, na qual o egoísmo e a ignorância, que levam à maldade e à insensibilidade, afetando indivíduos e coletividades, serão submetidos ao freio da dor, já que as oportunidades sucessivas de evolução que a Providência Divina tem oferecido a todos não foram suficientes para as retificações de rumo de grande parte da Humanidade.

Se consideráveis parcelas da população terrestre, nas diferentes latitudes do Planeta, persistem na materialidade da vida, praticamente sem aproveitamento dos anseios oferecidos para o progresso espiritual, se a indiferença de indivíduos e sociedades à ética e à moral superior retém a evolução normal de todos, dando margem a que se instalem as variadas formas de orgulho e de egoísmo, certo é que a Lei Divina há que intervir com seus sábios mecanismos, visando às retificações dos que se desviam e o favorecimento dos que querem progredir e são obstruídos.

Como adverte Bezerra de Menezes este é um momento difícil, inclusive para aqueles que cultivam nobres ideais, porque, diante de tantas dificuldades materiais e morais, as criaturas sentem-se aturdidas na hora de selecionar os verdadeiros valores que lhes devem conduzir o comportamento.

Surgem por todos os lados as tentações maiores e menores, capazes de contaminar os distraídos e invigilantes.

Doenças hereditárias, moléstias incuráveis desafiando a Ciência, corpos deformados, paralíticos, cegos, estropiados de toda ordem, doentes mentais, miseráveis que não dispõem do essencial para viver são constatações que já nem chamam a atenção, tal a sua incidência sobre as comunidades humanas. Todas essas criaturas estão, entretanto, progredindo através do sofrimento individual, que extravasa, atingindo familiares, amigos, corações generosos.

Mas ao lado dos aparentes males individuais, existem as graves situações mórbidas, de ordem moral principalmente, que atingem as coletividades do mundo inteiro, alimentando o egoísmo, a maldade, a ignorância e o orgulho, com todas as suas consequências, entravando o progresso moral da Humanidade. É para esses males coletivos que a Providência Divina reserva as grandes provações e sofrimentos coletivos, alguns dos quais são identificados na história do homem.

Já está no Mundo, desde o século passado, a Doutrina Consoladora, pronta a atender às necessidades de transformações que se impõem, já que o materialismo, o dogmatismo das religiões, o preconceito da ciência dos homens e a indiferença de grandes contingentes humanos mostram-se rebeldes à lei universal do amor e da justiça divina.

Essa novel Doutrina explica a necessidade do sofrimento para debelar os grandes males, aparentemente irremovíveis. Ela ajuda poderosamente o homem nas transformações necessárias, com os remédios morais que indica.

Mostrando a dor como verdadeiro processo de reeducação e retificação, tira do sofrimento o caráter terrificante e lúgubre para colocá-lo no seu verdadeiro papel de agente da Justiça Divina.




Bibliografia:



Kardec, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo – cap. III Há muitas Moradas na Casa de meu Pai, itens, 4, 6, 7 12 e 13.


Kardec, Allan – A Gênese – Revoluções do Globo – cap. IX, itens 2, 27 e 25.


Xavier, Francisco Cândido – O Consolador – pelo Espírito Emmanuel - Evolução – perguntas 240 e 246.


Xavier, Francisco Cândido – Emmanuel – pelo Espírito Emmanuel – Vidas sucessivas e mundos habitados.


Apostila da Federação Espírita do Paraná – Estudo Sistematizado da doutrina Espírita – II subitem 6.3.


Reformador 67, Março 1962, Sofrimento e Esperança Pg 7-8-9


Reformador 131. Maio de 1993 Civilizações Pg 7-8


Reformador 355- Dezembro de 1992 Pg 7-8-9


Reformador 73, Março de 1998 Pg 13-14.

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