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Estudando o Espiritismo
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segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Mundo “íntimo” de expiações e de provas.
Na página de rosto do Evangelho Segundo o Espiritismo, FEB, 79º Ed. 1994, temos a seguinte inscrição: “A explicação das máximas morais do Cristo em concordância com o Espiritismo e suas aplicações nas diversas circunstâncias da vida”.
É possível inferir, desde 1864, que se trata do que chamaríamos hoje, de um livro de auto-ajuda e auxílio ao autoconhecimento.
“No mundo tereis aflições... Tendes bom ânimo... Eu venci o mundo... (João 16:33)”. Palavras de Jesus segundo o evangelho de João.
“No teu mundo íntimo, no teu coração, em ti “espírito”, terá aflições, pois essas fazem parte de ti mesmo, da tua memória, da tua psique. Será-te necessário elaborá-las ao longo da sua caminhada... Mantenha-te, espírito, sempre bom, alegre, positivo, disposto, “animado” com as coisas de Deus... O espírito crístico em Jesus afirma ser um vencedor no próprio mundo íntimo, mesmo diante das mais terríveis tribulações e desafios da vida... Logo, tu, espírito, também o podes... ”(Grifos nossos)
Nesse sentido as contribuições contidas no ESE para a vida devem ser práticas e aplicáveis em quaisquer situações, por qualquer pessoa e em qualquer lugar.
Este mesmo método é o aplicado por Jesus em todos os seus ensinamentos, pois Ele fala à “individualidade”, Ele fala ao “Espírito".
ESE, Cap. 3: Há muitas moradas na casa de meu Pai, Instrução dos Espíritos e a contribuição do filósofo Santo Agostinho. Trataremos neste texto, do item: Mundo de expiações e de provas.
A priori, faremos uso de algumas considerações para ajustar e focar a linha de pensamento que será desenvolvida.
O nosso foco será direcionar a percepção de “mundo”, relativo ao nosso mundo íntimo e consideraremos as questões com foco não determinística, não fatalista. Esse “mundo”, descrito e constituído, em condição transitória, deve ser interpretado mais “para” expiações e “para” provas, que “de” expiações e “de” provas. Poder inferir que o processo de evolução do Espírito é dinâmico e a permanência nesse mundo é transitória, logo, é apenas um momento na caminhada evolutiva do espírito.
Tal obliteração se faz pertinente, pois algumas abordagens de estudo e interpretações, estabelecem forte e pesado determinismo à Doutrina Espírita, que a mesma não possui. Dessa forma, considerando as informações trazidas pelos Espíritos e de Santo Agostinho, Cap.3 do ESE, concluímos que a preposição “DE”, dá idéia de determinismo, condenação, posicionamento estático e prolongado, enquanto a preposição “PARA”, dá sentido de transitoriedade e possibilidades imediatas no por vir em qualquer situação de tempo e espaço que esse Espírito se encontre, corroborando as afirmações dos Espíritos.
“Mundo para as provas e expiações”... Condição transitória e momentânea.
“Diferentes situações da alma na erraticidade”: item 2, “...Independente da variedade dos mundos, estas palavras também podem ser entendidas como estado feliz ou infeliz do Espírito na erraticidade, conforme seu grau de pureza e se ache liberto dos laços materiais, o ambiente onde se encontre, o aspecto das coisas, as sensações que experimentem, as percepções que possuam, podendo tudo isso variar ao infinito...”
“Diferentes categorias de mundos habitados”: item 3, “...Nos mundos inferiores, a existência é toda material, as paixões reinam soberanamente, a vida moral é quase inexistente. À medida que esta se desenvolve, a influência da matéria diminui, de tal modo que, nos mundos mais avançados, a vida é, por assim dizer, toda espiritual.” Item 5: “... os Espíritos encarnados em um mundo não estão ligados indefinidamente a ele e não cumprem nele toas as fases progressivas que devem percorrer para chegar a perfeição...”
“... Os Espíritos em expiação na Terra são se assim podemos dizer, como estrangeiros...” Cap. 3, Mundo de expiações e de provas, Item 14.
“... A Terra fornece, pois, um dos exemplos de mundos expiatórios, cuja variedade é infinita...”Cap. 3, Mundo de expiações e de provas, Item 15.
Cap. 3, Instruções dos Espíritos, Mundos Inferiores e Mundos superiores (Resumo do ensinamento de todos os Espíritos superiores), item 8: “ A qualificação de mundos inferiores e mundos superiores é uma referencia mais comparativa do que exata. Um mundo é inferior ou superior em relação aos que estão acima ou abaixo dele...”
Mundo de expiações e de provas, Santo Agostinho – Paris 1962 – Itens 13 a 15: “As qualidades que já trazem consigo ao nascer são a prova de que já viveram e realizaram certo progresso, mas também, os numerosos vícios aos quais são propensos são o indício de uma grande imperfeição moral... Os Espíritos em expiação na Terra são se assim podemos dizer, como estrangeiros... A Terra fornece, pois, um dos exemplos de mundos expiatórios, cuja variedade é infinita...”
O filósofo Santo Agostinho, segundo biógrafos, é um teólogo e místico por levar necessariamente ao “transcender” sobre questões atávicas e que suas considerações e ilações possuem profundidade de filósofo.
Santo Agostinho não coloca considerações determinísticas, fatalistas e improváveis. Deixando o pensamento livre para outras possibilidades e oportunidades.
Imaginemos o processo que envolve a prova, a expiação e a missão: Quando há necessidade da aplicação da prova tem por objetivo fazer com que o Espírito pense melhor, reflita mais, analise e retire dessa analise um resultado positivo, logo, há ainda grande resistência, grande reclamação.
Quando avança, tem possibilidade de entendimento e assume o processo expiatório, expurgos da consciência, elaborações após ter conquistado sabedoria e refletido sobre suas provas e renúncias.
Mais fortalecido adquire potencial e resistências para grandes desafios. Assume esse papel que difere das provas, onde ainda nelas persiste a reclamação, quando já em expiação a reclamação não se faz presente, possível, diante do amadurecimento do Espírito quanto à sua caminhada.
As provas estão inseridas no processo de expiação, inseridas no processo evolutivo. As expiações têm que apresentar resultados “inteligentes”, isentas de reclamação, virtuosa, construtiva e exemplo para outros, nesse ponto, podemos inferir que passa a ser o que conhecemos como “missão”.
As expiações estão relacionadas à dor, o sofrimento, mecanismo utilizável para auxiliar e impulsionar para as mudanças, está relacionado às provas.
Cap.3, Instruções dos Espíritos, Mundos Inferiores e Mundos Superiores, Resumo do ensinamento de todos os Espíritos superiores, Item 8; “A qualificação de mundos inferiores e mundos superiores é uma referencia mais comparativa que exata...”
Sendo esse planeta “para” provas, expurgar sem reclamar, fazer a reforma íntima, conquistar o conhecimento de si mesmo, podemos então entender que, esses mundos superiores e/ou inferiores estão dentro de nós.
Esse mundo íntimo será inferior, se nossas ações, atitudes, pensamentos forem inferiores e assim estaremos imersos e co-criaremos essa mesma realidade. Porém, se já propusermos nossas vibrações nos mais altos valores, na edificação de nós mesmos, reformularmos nossas ações, valorizarmos nossa permanência transitória, realizarmos com alegria e entendimento as tarefas que nos competem no labor de nossos Espíritos, com certeza viveremos em mundos íntimos de extrema superioridade sobre as vicissitudes negativas.
A dor é mecanismo de ação, defesa, crescimento e vida, enquanto o sofrimento é desequilíbrio, mecanismo de fuga, estagnação e morte.
A dor não é o objetivo, é parte do processo. O entendimento do “momento” de dor é que deve ser “apreendido”.
Esse “momento” permanecerá em nossa mente objetivando o “autoconhecimento” e depende de nossos conteúdos, desapegos, reflexões, convicções, ações sobre nós mesmos e direcionamentos para o bem acelerar o processo.
As provas estão dentro do processo de expiação, logo, dentro do processo evolutivo.
ESE, Cap. 3, Progressão dos Mundos, Santo Agostinho, Paris 1862, item 19: “O progresso é uma das leis da Natureza. Todos os seres da Criação, animados e inanimados... Ao mesmo tempo em que os seres vivos progridem moralmente, os mundos que eles habitam progridem materialmente. Quem pudesse seguir um mundo em suas diversas fases, desde o instante em que se agregam os primeiros átomos que serviram para constituí-lo, veria que ele percorre uma escala continua e progressiva, mas em graus pequeníssimos para cada geração e oferece a seus habitantes uma morada mais agradável à medida que eles também avançam no caminho do progresso...”
É preciso caminhar com fé, esperança e caridade, rumo à conquista e ao encontro de nós mesmos.
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